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Movimento da matemática moderna no Brasil : estudo da ação e do pensamento de educadores matemáticos nos anos 60

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Academic year: 2021

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(1)J 1. '( ,.:C f.(. ( ('. l C ( (" '-" ~ {. ~. ELISABETE ZARDO BüRIGO. . C C C. (". ( ~ .(. "". (-. C C C C ...C. -. ( r\. "'"'. {. '. MOVIMENTO DA MaTEMATICA MODERNA NO BRASIL: ESTUDO. ,( -( y. C. DA AÇ!O E DO PENS:AME~~TODE EDUCADORES MATEMATIC'OS NOS ANO::; 50. (,. r ;-. { ',-,. (". ,r-. (. r'-,. /". r r r,..... ". r-. I. (. r. P9rtc Alegre. r-. ..r. Setembro "', r ~ /-. .r tt. de 1988.

(2) --. ~---. r. - --. r \. , <~. I. ',-. ELISABETE ZARDO BURIGO. "--. '\,"--. ". I. \,. MOVIMENTO DA MATEMATICA MODERNA NO BRASIL:. ESTUDO. DA AÇãO E DO PENSAMENTO DE EDUCADORES MATEMATICOS NOS ANOS 60 ( I". Dissertação. submetida como requisito parcial. r. . r. para obtenção do grau de MESTRE em. Educação,. área. Educat;ão,. Ensino,. Universidade. Orientador:. Faculdade. Federal do Rio Grande. de 1989. r .r (. do Sul.. Prof. Tomaz Tadeu da Silva.. Porto Alegre Setembro. de. ""'. .. <~.

(3) ( ~. r. "-~ '~ ',,-'\\~ ( '-. í \( '-. ( "-. ( (. A minha mãe, Lina, e ao meu pai, Manoel. (. ". rI. Odival..

(4) (\ (. (. AGRADECIMENTOS. (. (. f!. í. Quero. rr. í ;'. foi. que. dada. r ( ;' \. ;' ". r-. I. rI. r-. Luiz. Dione. Márcio. Imenes~. Ubiratan através. dos. me foi. dado. '-. (. professor. C. Grossi.. ( ( /'"". \. Essa. depoimentos. e. Quero agradecer a. fundamental. para. o desenvolvimento. \. trabalho sobre. a pesquisa. Aos. também através ao arquivo. Pierro. tive a um. principalmente do acesso. que. do GEEM,. pelo. Esther. professora. colegas da. educac;ão. de. referência. Dario. resultado parcial de. acadêmica em. ~. Netto~. desta dissert~ão; e a. em realizac;ão na Faculdade. r-. deu. Sangiorgi. doutorado, um documento que foi. Fiorentini, pelo acesso que. Brasil~. se. Sanchez. Beatriz D'Ambrósio pela cessão. \. (. Osvaldo Di. em especial. Gross i. Bechara. e do GEEMPA~ pela. (. (. mas. Benedito. Pillar. Scipione. contribuic;ão. Sangiorgi~. cópia de sua tese de. Menezes~. pelos. Franchi. Lucilia. Alves,. orais~. a documentos. Osvaldo. ( r-. Blauth. trabalho. Esther. Nachbin,. Martha. D'Ambrósio.. Anna. de Carvalho. Ray Madsen. Watanabe,. deste. Caroli. Leopoldo. fundamental. a contribuioão. realizaoão. de. Lucchesi. Bicudo. Renate. a. Alésio. i. Irineu. agradecendo. para. entrevistados: Castrucc. í. iniciar. matemática. seu no. de Educac;ão da UNICAMP.. equipe do. Laboratório de. Estudos. (. í \. Cognitivos. da. UFRGS, coordenada. pela. Léa. professora. Fagundes~. ('. quero. agradecer por uma contribuioão que foi dada não diretamente. ré (. à. realizac;ão. deste. trabalho,. mas. indiretamente. pelo. que. experienciei em termos de pesquisa coletiva na área da educac;ãoe. ( (. pelo que aprendi sobre aprender enquanto trabalhei com a equipe.. Ao Tomaz,. r-. i ,r-. (. é (. í r (". a atividade de precederam.. pela. atitude companheiracom que desenvolveu. orientaoão desta. dissertac;ão. e os. cursos que. a.

(5) --. -. /' \. C r. ( (. P.. SUMARIO. , \. /. ,. ,. " " \.. I "-.. RESUMO. 1. INTRODUÇãO................................................ 1. 2. O ENSINO SECUNDARIO E O DEBATE SOBRE ENSINO DE MATEMATICA. ". NO BRASIL. 3. ,-. CIENCIA, ,. \. DOS ANOS 50. ..................................... 25. TECNOLOGIA E PRODUÇãO NO CAPITALISMO. '... 50. DOS ANOS 60 NOS ESTADOS UNIDOS E EUROPA. 66. DO POS-GUERRA "-. (". 4.. ANOS 50 E INICIO. ( (. '5.. (. A INTRODUÇãO DO MOVIMENTO DA MATEMATICA MODERNA. NO BRASIL. '. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ( ( \,. O MOVIMENTODE RENOVAÇãODO ENSINO DE MATEMATICANOS. 90. 6.. A EXPANSãO E A INSTITUCIONALIZACãO DO MOVIMENTO.... 146. 7.. O ESGOTAMENTODO MOVIMENTODA MATEMATICAMODERNA. 202. (. 8. CONCLUSOES. (. (. (('. o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 230. ANEXO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o. . . o. . . . . ... 259. REFERENCIAS. 261. ABSTRACT. BIBLIOGRAFICAS. """'0. 285. ~I í. í. i ~ (. r (. "' ( ( "'. í. ,-.

(6) ( , ,. RESUMO. (. Este trabalho estuda o movimento de renovação do ensino. ( ( \. ( \. c. da matemàtica. conhecido. como o "movimento. surgido no Brasil. no inicio dos. ação, do discurso. e do pensamento. COIQo. contexto. histórico. da matemática. anos 60. Através. moderna",. do estudo. relaQãà. dos protagonistas em. em que. foram produzidos. com o. e. ( \. procura. movimento da matemática moderna de âmbito internacional, \. (. e. alcance. explicar. o. di~âmica. e elaboração. as limitações. desse. da. em sua. movimento,. ( \. ( ( ( ( ( ( ( (. A. pedagógica.. abordagem adotada considera o identificam. movimento que. ambito mundial de. tanto os aspectos. do. e. de. com um processo. mais amplo. ensino das. crescente valorização do. ciências. Guerra. naturais e da matemática no periodo que sucedeu à Segunda o movimento. Mundial, no qual. (. ,. (. especificidades. do. movimento. da matemática se. insere, como. com a. relacionadas. as dos. ação. protagonistas e a realidade do pais. ( (. A análise do movimento como ocorreu no Brasil é. feita. ( (. fundamentalmente a. (. durante o. partir da. periodo de. leitura de. sua existência. documentos. e de. produzidos. depoimentos. obtidos. ( (. através de. (. movimento.. entrevistas. semi-estruturadas com. participantes. do. ( (. O contexto no. qual é situada essa análise inclui. uma. (. ( ( ( r , ( r'. r/". descrição breve pais, com ênfase. da realidade na realidade. politica,. econômica e. educacional -. social. do. em particular,. do.

(7) J ensino. e. secundário. nos debates. no. produzidos. pedagógicos. ,.. período.. As modificações. material no. 8.mbito. nas relações. economia. da. entre ciência. capitalista são. produção. e. como. tra,tadas. esforços. elemento decisivo para a explicação da combinação entre ''--. de governos e de educadores para a renovação e melhoria do ensino da matemática, desde os anos 50, em vários países.. '--. '--. ( '--. 1---. o trabalho apresenta, em suas conclusões, conexões contribuem para a peo. clarificação de como. histórico. contexto. o movimento foi. surgiu. em que. e se. que. marcado São. desenvolveu.. ( '--. '--. da. enfatizadas as relações entre: o crescimento e a moderniza9ão. economia brasileira e o otimismo acerca das consequências sociais ~ ',--. da melhoria do ensino e do desenvolvimento da ciência no país; expansão do ensino. secundário desde. os anos 30, acelerada. a. nos. '-. ~ "-. anos 60, e as preocupações dos educadores acerca da efic~cia e da deselitização. desse ensino.. (. o trabalho. '--. ~.. movimento. da. matemática. aponta,. também,. as conexães. e os debates sobre. moderna. entre o ensino de. ~ "-. (. matemática. realizados. no. país antes e depois do. situando-o como. momento de. revigorado nos. anos 80, de. um processo. iniciado nos. movimento,. anos 50,. ". ~ (. ,. ( ~ ( ( C {" ( ( ( C ( ". c. matemâtica em torno da prática.. iniciativa. reflexão. e. dos. renova9ão. professores. de. de. sua própria '".

(8) 'Í .J(. -. j. 1 ,. 1. -. INTRODUCAO. de estudos. A relativa escassez. dos movimentos. de. inovação do ensino médio surgidos no Brasil nos anos 50 e 60 pode ser considerada como. tendência~ no estudo. componente de uma. da. hist6ria da educação brasileira~ de privilegiamento~ como foco de e da organização escolar. pesquisa~ da legislação educacional detrimento do ensino como é. conoebido. pelos eduoadores. e oomo. em é. í. pr~tioado nas salas de aula.. dos. histórico. de uma. a ausência. Bm parte,. curriculos. e. do. estudo. tradição de. modo de pensar e. agir dos. (. professores pode ser atribuida ao aparecimento tardio. no Brasil, de um ensino médio que não. fosse reservado apenas às elites. que. tinham acesso garantido ao ensino superior~ um fenômeno percebido (. e debatido. apenas no pós-guerra.. que. Por outro lado~ a repressão. se abateu sobre os movimentos e o debate educacional a partir. apenas interrompeu. 1964 não. esforço de. renovação. do. que. um prooesso. ensino médio com. de. se iniciava de. .. dos. iniciativa. ( ( ( ( (. professores como impediu que as experiências realizadas até então fossem avaliadas e compreendidas em profundidade até mesmo seus protagonistas. ~.. o quase. ( moderna". que. que completo silêncio. se sucedeu. situado nesse quadro, ( ( \. /'. r. pelos. movimento. da. moderna. abertamente. "matemática. do movimento. com particularidades.. matemática. experiências, direta e. ao esgotamento. sobre a. não. atingido. pode ser. Uma delas foi~. como. é que o outras. pela repressão.. Ao.

(9) 2 ,. seu. contrário, recebeu apoio oficial antes e depois de 1964, e o. esvaziamento foi precedido e acompanhado de um grau importante de absorção. da. de. fato. obscurecido o. das. ao nivel. proposta. a critica. Que. Bsse dado tem. escolas.. da. com. experiência,. a. participa9ão ampla dos professores e introduzindo novos elementos. inviabilizada gerais. o debate aberto em. Quan~o. tão. ensino de matemitica, estava. de politização do debate sobre. às. relação. questões. da educa9ão.. Também tem contribuido para a escassez de estudos sobre. ou. a matemitica moderna a enfatização dos aspectos de reprodução. em paises desenvolvidos,. movimento tendem. os. com. Quais. a situi-Io. temos. aspectos. do. fundamentalmente numa. trad ição. de. il1.i.taçio. elabora9ão de ,propostas para a educação brasileira como de modelos. com os quais. estrangeiros. de. relaçé5s. esses. valorizam apenas. que. dependência. Bnfoques. elaboradas. movimento e de uma proposta. ad09ão, no Brasil, de um. nos. como. identificamos. colonizados.. Neste. trabalho,. o movimento. essa, considerando experiência. (. de renovação sentido,. importante. assumir uma enfase oposta. procuro. da matemática. de iniciativa. do ensino,. entendida. são examinadas. as. moderna como. de professores. como melhoria. ligaçé5es. entre. e de. uma. esforço. do ensino.. o. a. Nesse. movimento. da. matemitica moderna, a realidade brasileira e o quadro educacional (. dos anos 50 e. 60, os outros. mesmo periodo e. r. no. os debates sobre ensino. de. em partioular. matemática no Brasil. (. movimentos pedagógioos surgidos. que precederam a. divulgação da. matemática. _.~-"'---'--. .. .~.

(10) :3. r moderna.. A. do. inserção. movimento. da. moderna num. matemática. se. movimento de tmbito internacional é tratada como a1,0 Que não. deu. educadores. grupos. de. de. uma. sendo reivindicado. nos. vontade e da. da. independentemente. ação de. brasileiros.. Bste tipo de el~boração individual, mas. é resultado. abordagem nto. algo que vem. no. debates mais recentes sobre o movimento da matemática moderna. Brasil. Em 1987, foi defendida por Beatriz D'Ambrósio uma tese de do~torado enfocando a dintmica e as consequ8ncias do movimento da matemática. moderna no. Brasil.. elaborada de. sistemática e. compreensão do Que. Esta é. que dispomos. foi o movimento.. a. contribuição. até o. Várias. mais a. momento para. outras. Questõe,s,. entanto, permanecem não esc1arecidas ou estudadas. Bste. no. trabalho. trata de algumas delas. \. O momento é favorável à realização de estudos e debates sobre os. movimentos de. renovação pedagógica. que ec10diramnos. anos 50 e 60, pela possibilidade da discussão aberta e organizada (. entre educadores,. e. porque a. da. necessidade. ('. história dos. movimentos. educacionais. e do. compreensão. da. próprio ensino no. Brasil cresce com a politização dessa discussão.. Em particular, o estudo do movimento da moderna é favorecido pela. na. Sociedade. Brasileira. matemática. articulação dos profissionais da. de. Bducação. Matemática. e. área pelo. ,r. reconhecimento de que esse movimento tem implicações. r. para a. constituição. da. educação. pesquisa e de debate no Brasil.. Lh.. .-.--.. matemática. importantes. como objeto de. ..

(11) -. -, J_--,----.-. 4 ,. A pensarmos. relativa. o movimento. sobre. disponiveis à. distancia. época em. tempo nos permite,. no. com. instrumentos que. estavam. pelas.. fornecidos nio apenas. movimento. de uma critica do. progresso. pelo. técnico elaborada pelos movimentos ecol6gicos e pacifistas,. centrais. movimento operário e estudantil, tanto nos paises ditos ". como em paises periféricos,. sobretudo. onda depressiva que. a. partir de. se abateu sobre. 1968;. a. melhor. os limites. do movimento e. e,. economia. capitalista internacional a partir do inicio dos anos 70. hoje compreender. na. que resultaram do. e por descobertas. pelo desenvolvimento. também, pela. seu. de. brasileira, pelos desenvolvimentos. modificaQões na realidade. mesmo, mas. nlo. e mesmo no periodo. que surgiu. esgotamento. Esses instrumentos sio. ár~a da educação. t8.l1bém,. Podemos. do campo. de. visão de seus protagonistas e ao mesmo tempo superar o desencanto. que. acompanhQu. o. seu esvaziamento,. dimensionando. com. mais. precisão todo o processo no quadro do contexto histórico e a importtncia. para as modificaQões. tanto a nivel do. sua. debate. pedagógico como do ensino efetivamente implementado nas escolas. Cabe assinalar,. ainda, que. o estudo do movimento. da. matemática moderna interessa não apenas aos profissionais da área da educação matemática, mas diz. respeito a aspectos mais. amplos. da evoluQão dos curriculos como a crescente valorizaQão do ensino cientifico no conjunto do conhecimento. escolar e o esforQo. geral de modernizaQão do ensino secundário desenvolvido a. mais. partir. dos anos 50, numa dinâmica diferenciada de pais para pais mas com traços. comuns,. a nivel internacional..

(12) 5 r. 1.1. O movimento. da. como tema. de. publioações relativas ao movimento. da. matemática moderna. no Brasil. estudo e reflexão. A escassez de. '\. moderna. matemática (. no. Brasil. desenvolvimento, nos anos 60 e. durante. produzidas. inicio dos anos 70, foi. seu. sucedida. por um quase Que cómpleto silêncio sobre a matemática moderna. na. nos anos Que se seguiram.. Bm. fase de esgotamento do movimento e. parte, esse silêncio pode ser atribuido ao quadro repressivo ,. dos. anos 70 do qual o debate educacional foi vitima. Mas ele reflete, também, as dificuldades Que os participantes do movimento tinham, naquela época, de elaborar um balanço de sua própria experiência, enquanto publioações e. debates sobre o. matemática. movimento da. moderna se multiplicavam nos Estados Unidos e Buropa.. A necessidade de clarificar uma ou mais sobre o movimento surge co~ educação. rearticulação a. nivel nacional. na. Matemática. fundação. iniciada. matemática. da. da. o aprofundamento e a politização. disoussão sobre. resultou. avaliações. nos. anos 80. e. a. dos profissionais da. área que. de. Educaçio. Sociedade. Brasileira. (SBEM) em 1989.. A tese de doutorado de Beatriz D'AKBROSIO (1987) foi o. â. primeiro estudo sistemático produzido sobre o movimento no Brasil. de que. se. matemática transferência. tem. conhecimento. Nesse. moderna no Brasil é. de projetos. trabalho,. enfocado. curriculares. industrializados para paises do. o. movimento. como processo. elaborados. terceiro mundo. Na. da. de. em paises reconstrução. _Lk-.

(13) 8 ,. movimento. da dintmica do I. ". #. realizada. época e entrevistas com individuos. a partir. da. de documentos. ligados ao movimento# é. .. dada se. especial atenção à identificação dos canais através dos Quais. deu essa transferência e a disseminação de idéias dentro do pais.. da. Uma outra preocupaçio desse trabalho é a análise da adequação. avaliaçio. é. feita a. Bssa. para o contexto brasileiro.. proposta da matemática moderna. partir da. identificação. das. mudanças. ocorridas no curriculo como consequência da matemática moderna# e segundo uma. do ensino. visão "experimentalista" conclui. D'Àmbrósio não. moderna como proposta#. pela. de. matemática.. ou não da. adequação. matemática. modificações dos. mas aponta as. projetos. originais ocorridas no processo de transferência como negativas e critica o modo como foi. adotada a matemática moderna no. BrasiL. numa combinação acritica e incoerente de diferentes influências e. sem a. planejada. realização. e a avaliação sistemática. de. \. experiências Que. precedessem. sua divulgação.. D'Ambrósio assinala como conseQuências diminuição da. ênfase na. memorização. Por. outro lado#. positivas do movimento. e. prática exaustiva. a de. exercicios repetitivos# uma preocupação maior com os processos de pensamento das crianças# educação matemática#. o surgimento de. o contato. lideranças na área. entre profissionais. educação matemática e da psicologia. da. da área da. e mudanças na oonoepção. programas de atualização dos professores no sentido ~~ u»a. dos. maior. atenção ao trabalho realizado em sala de aula. Outras Questões. relativas ao. movimento têm. sido. levantadas em debates entre professores de matemática (como no 11 Bncontro Nacional de Bducação Katemática# em 1988). Uma delas é a. ~.

(14) 7 r. de quais foram os fatores ou as razões Que estimularam ou levaram. a proposta da. matemátioa. moderna vinha ao enoontro. de preooupações ~entidas e. manifestas. por eduoadores. ou, como oolooa Beatriz. na matemátioa moderna e. em que medida. brasileiros. seu trabalho, se a. neoessidade sentida de. haver um aoordo amplo entre os dimensão e a dinâmioa. atuando. imperialistas. individuais. interesses didáticos.. preoiso. .1. de. através. a. num movimento. prooessos de. ourrioular. interesses. e. de. vendagem. mundial, e. em vários. ou. finanoiadoras. a. também Que, se. moderna se oonstituiu. desoartam. explioação a. ag8ncias. prestigio. oonsiderar. inovação. revelado. teve no Brasil. reduza essa. de. o. mudança-surgiu oom. partioipantes do debate de Que. Que o movimento. quàlquer interpretação Que. em. D'Ambr6sio. anterior a ela. Tem se. oonheoimento da pr~posta ou era. \.. baseadas. brasileiros a defender mudanças. um grupo de eduoadores. livros. matemática. em. foi adotada. paises do. teroeiro. t. fato de se ter oonstituido aqui um movimento. mundo, o. que. aglutinou professores nos prooessos de divulgação e debate oolooa ,.. \. a neoessidade. da. oombinação,. à din!mioa. referentes. nessa explioação,. global e. elementos. Que. de. elementos. expliquem. a. espeoifioidade do oaso brasileiro. Ainda, é preoiso oonsiderar as. geral. espeoifioidades regionais em relação oom uma dinâmioa mais de oomo se deu o movimento no pais.. \. 4.. Uma segunda Questão levantada nesse debate é a de a relação. entr.e. nos anos 60,. a evolução do. e a. movimento da matemátioa. profunda alteração. signifioou o golpe militar de. da realidade. em gestação na. moderna,. do pais que. 1964. Ao contrário do Que. oom outras propostas eduoaoionais. Qual. ooorreu. épooa e oom. a. - .lI "1 ! ti }I.

(15) 8 r. moderna anos. pr6pria matemática comparação. tese de. esboçada na. que é. mais tarde na. até mesmo incentivada. Coloca-se então. que. que permitiram. institucionalização da programas e. guias.. (uma. Beatriz D'Ambr6sio),. sua foi. por 6rgãos governamentais, mas. divulgação não foi reprimida. as condições. Argentina. matemática. moderna via. mesmo a. e. essa divulgação. fossem. curriculares. foram. a questão de quais. em. incorporação à. integradas. politica. educacional do regime. Uma terceira. aspectos. que. D'AMBROSIO. trabalho de. respondida no. são. em. geral. (1987). considerados. a de. é. -. em. dos. detrimento. a. matemáticos,. ou. excessiva estruturas. linguagem, a supervalorização das. fatos. se. consequências. influências negativas do movimento, como a preocupação com o rigorismo da. e. tratada. questão - parcialmente. da. desvalorização. geometria e das relações entre a matemática, as outras ciências e a realidade concreta eram componentes da proposta divulgada movimento ou se. foram consequências. indesejadas,. deformações ocorridas na implementação divulgação ampliada. A houve. distorções,. caso da. de. resultados. de. ou mesmo num processo. resposta parcial de. como no. pelo. D'AI1br6sio. ênfase nos. que. é de. de. aspectos. linguagem ou do uso dos materiais concretos (como os de. Dienes). ou de um modo mais geral na manutenção dos procedimentos de. aula. (. expositiva e. ênfase na. descoberta e. sem consideração. alunos,. resultados. memorizaçio,. proposta e. qualquer. dos processos. principalmente. compreensão da maioria dos. sem. da. estimulo. de pensamento. falta de. à. dos. preparo e de. professores referente ao conteúdo. de como apresentá-Ia. Os. ,. livros didáticos,. da. segundo.

(16) 9 r. D'Ambrósio, também foram responsáveis por essas distor~ões. O que. não é. examinado em. é qual a. nesse trabalho. mais profundidade. visão e qual o discurso dos proponentes da mudança que orientavam. de. de Matemática) I. o. desencadeou. São Paulo, que. buscava compatibilizar. divulgação,. Ensino. GEEM (Grupo de Estudos em. a sua divulgação. Se o pr6prio. de. influências. de. processo. diferentes. ". era. projetos de diferentes paises numa sintese nova, que sintese. essa? Essas. a. que têm sido explicitadas, remetem. questi5es,. pelo menos dois campos mais gerais de indaga~ões.. O primeiro diz. ( \. respeito. à necessidade. de. uma. compreensão mais profunda das ligações entre a adoção da bandeira \. da matemática moderna por um dinâmica da expansão. brasileiros,. a. do movimento e. a. grupo de educadores. e da institucionaliza~ão. ,. !. realidade politica, econômica e social do pais daquele periodo. A importtncia. dessa. contextualização. é dada, entre outros. aspectos,. pela neoessidade de se ter em conta: a realidade educacional como uma realidade na qual se. moviam os participantes, uma. realidade. que sofreu profundas modifica~ões ao longo dos anos 50 e 60 e que. dos. tinha oomo componentes importantes as politicas educacionais governos pré e. p6s-64 e os. movimentos. educacionais. surgidos. no. ( (. final dos. anos 50. econômioo no. e inicio. qual essa. dos anos. realidade. 60i o quadro politico. educacional. estava. como elemento decisivo para a compreensão não apenas da {. educacional. governamental. e. dos interesses. sociais. e. inserida,. politica. relativos. educa~ão, mas do sentido que os protagonistas do movimento e (. -- -.-. _.~J:.:.i... à.

(17) 10 ,. professores. , a S1 mesmos como .. do papel que atribuíam. e. processo de inovação curricular. em geral viam num. Bm. agentes de mudança.. modificações. particular, é p~eciso oompreendermos melhor como as. nas rela~ões entre ciência e produção que estiveram na origem dos prooessos de inova~io do ensino. oientífico. nos. Bstados. e. .Unidos. em países europeus eram peroebidas pelos educadores brasileiros e para o ensino. de. diz mais respeito. ao. numa pol1tica oficial. oomo foram inoorpor~das ci&noias no Brasil. Um segundo movimento mesmo.. tipo de indagaçio. o que pensavam. movimento. os protagonistas do. sobre eduoaçio e em particular sobre ensino de matemática?. Quais. as prinoipais preocupa~ões que orientaram o esforço de divu~a9io. e as. experiências. Admitida a países. dimensão. e adaptadas. torno da. transferência de. d,e. de. industrializados,. traduzidas. em. realizadas. dada pelo fato. moderna no Brasil não. textos. como. foi. um desdobramento. foram. discurso. Qual era o. e. questões para a reali,z&9io de. de que a. nem. idéias. o seu nivel decoerAncia. di vu 19açio. foi feita através. estrangeiros,. estrangeiros. essas. no caso brasileiro?. dos protagonistas do movimento, qual. um balan"o é. id.ias orig-i-nárias'de. que modo. abrangênoia? A importânoia dessas. moderna?. matemática. . da. aate.ética. da simples tradução, de. planej ada. por. assessores. em. de um projeto elaborado. outro pais.. Um terceiro aparentemente esclarecida reais. do. movimento. no. tipo de questão. é a. de quais. ensino de. que ,estã. foram as. matemática. oonsequOncias. como ele. -. í. apenas. 00. o.é. _-1"",::_j~.

(18) 11 r efetivamente. é apontada. praticado. nas escolas.. por Beatriz. D'Ambrósio. da. (1982) nos Bstados Unidos. matemática moderna em. ação dos professores nas aos movimentos. de. educacionais do. .. que. vá. para. I id o. de. movimento. a. i.ndustrializados sugerem que. salas de aula. é muito menos. permeável. aos grandes debates. pedagógica e. Cuban,. essa. deve ser explicada. não tanto. pela. mas principalmente. pelos. se poderia pensar.. tendência ao conservadorismo. rumo. e outros relativos ao. países. inovação. um. oomo. que também. inovação educacional como o. investigação. Bstudos na área ~a CUBAN. Bssa é uma questão. Segundo. "-. disposição dos. professores,. sendo vários de sua ação.. Tem sido. argumentado, entre. constrangem. limitam e. natureza estrutural, que. nós, que. fatores,. a maioria. dos. professores se esforça para adaptar-se aos livros didáticos a que. têm acesso e. às. orientações. planejamento da própria. escola e. dos. currioulares. órgãos do. de. setores. sistema de. ensino,. ,. mesmo não sendo obrigados a nos textos. segui-Ias. E provável que. e nos guias currioulares em. termos de. mudanças. e. inclusão. seriação de tópicos e ênfases em determinados tipos de atividades determinem em larga medida. a ação dos. professores em relação. a. esses aspectos. Contudo, aspeotos fundamentais da açio pedagógica como o tempo dedioado a diferentes tipos de atividades e o espaço disponivel para. a inioiativa dos alunos,. o. tratamento. importtncia dados a diferentes oonteúdos só podem ser. e. a. conhecidos. através de pesquisas que penetrem nas salas de aula.-Por exemplo, --. não sabemos. se de. fato houve. desvalorização da habilidade de. \. ou em que medida houve. uma. calcular a partir do -moviment9.. ~~-,._~~ é.

(19) 12 ,.. constru9ão. preciso ter em conta na. Bssa é uma preocupa9ão Que é. de um balan90 do movimento, seus alcances e limites.. 1.2. Os objetivos deste estudo. A invasão de cada vez mais dominios da vida social pela. a. téonica,. aus8ncia. de. controle. social. e suas aplica9ões,. cientifica e tecnológica. a. sobre. pesquisa. as repercussões. do. chamado progresso técnico sobre a Qualifica9ão e a organiza9ão do trabalho e o impacto das tecnologias poluentes sobre a de vida e a ameaça que. um melhor. em estudos na. conhecimento. escolar como elementos entendimento cientifico. energia. representa o recurso crescente à. nuclear têm sido apontados conhecimento. Qualidade. área da sociologia. na escola. de. Que indicam a importância. sobre como se dá (YOUNG.. do. a socialização do 1977;. 1Q83).. CAMPO,. Partindo da idéia de que programas e o conhecimento escolar de um modo geral. não devem ser. tomados como dados,. mas devem ser. tratados como construções sociais, resultantes de processos ou menos conflituados onde sociais e. se enfrentam concepções e. onde determinadas. legitimadas, alguns desses. formas de. GOHAU,. 1976) têm fornecido. estudos pistas. mais. interesses. conhecimento social. (YOUNG,. 1971;. APPLE,. sobre como a escol.. 1982. são ;. contribu~f~. para a produção do acesso diferenoiado ao conhecimento cientifico e da ac~ita9ão (ou não) de cada individuo, vêem a ciência e. dessa diferen9a como baseada na. e para a. reprodução de modos. a tecnologia como neutras. aptidão. de pensar. e resultantes de. que um. avanço linear e cumulativo do conhecimento. Um aspecto enfatizado. _.~. i.

(20) 13 r. nesses estudos é a separação feita na escola entre o conhecimento cientifioo e o. processo. -. histórico,. -. no. história. da. conflituado. social,. Qual é gestado.. Debates na área da filosofia matemática t8m sido matemática,. uma dimensão. de. critica do ensino. importantes fontes de. apontando. e da. ci8ncia. da. da mistificação. de. especifica à matemática. A dominânoia do formalismo como modo pensar sobre. matemátioa,. cOl\seQuência. a. formalizada segundo 1987; DAVIS. isentar a dúvidas,. ou. desvalorização. matemática, da história. do. conheoimento. de. ensino. não. de toda matemátioa. da matemátioa e. determinados. 1986). A visão indutivista. oonstrução contradições. no. negação,. padrões acad8mioos. e HBRSH,. tido como. essa oritioa, tem. segundo. matemátioo. (ZtJNIGA,. de. e o esforço. de. as. todas. e erros tem levado, segundo LAKATOS. (1986),. a Que a histór~a da matemátioa seja ainda mais falsificada do Que a história das ciências naturais. A possibilidade de. área de. é. também. conheoimento. reforçada. vividas.. aoordo oom. presente. pela ênfase. de. independente. concretas. experiênoias. dada de. aprendizagem é. idéia partioularmente. individual, uma matemátioa,. aoeitação da idéia de Que. A. no. a. apt idão. ensino da como. na matemática. outras disoiplinas. e. influenoiada,. a. (. I'. --. dos professores. entre outros aspeotos,. matemátioa.. --. prátioa. -..:.tL::_lL.... de. relevância desse tipo de. oritica é oonfirmadapor estudos oomo o de THOMPSON(1984), mostra como. a. de. matemátioa. por suas concepções. Que é. sobre.

(21) 14 ,. Uma outra ooneotada. esta e. a. matemátioa,. abordagem oritica do ensino da influenoiada. e. pela antropologia. pela. sooiologia da eduoação, é a que enfatiza os aspeotos oulturais da. de. produção do oonheoimento matemátioo e que tem sido denominada etnomatemátioa usualmente. 1985).. (D'AKBROSIO,. paises tem sido. em vários. pratioado. o ensino de. matemática. oritioado. por. pesquisadores dessa.área oomo negligenciando diferenças oulturais. e as. entre países. étnioos ou oomunidades formal. em. leve. oomoválido. oonsidere. produzido. apontada em. consontnoia oom. Paulo FREIRE. (1979).. no cotidiano propostas. Tanto um oomo o outro. grupos. minorias,. necessidade de. urbanas. A. oonta e. matemátioo informal. oulturais de. experiênoias. ensino. que o. o conheoimento. das. comunidades. é. as de. pedagógicas oomo. tipo de abordagem oonfirmam. a. validade de qu~ o oonheoimento esoolar na área da matemátioa seja. ciênoia. também tratado como oonstrução social aonde visões sobre. e sooiedade e sobre as finalidades do ensino maroam o processo de seleção,. hierarquização. Autores. e tratamento. como SKOVSKOSE. afirmando o papel central do. dos conteúdos. (1985). vão ainda mais. ensino de matemática nio apenas. aquisiçio de habilidades técnicas mas na formação de uma. passiva ou. critica. dos. longe. individuos. frente. à. na. atitude. "sociedade. tecnológica".. Embora essa centralidade seja disoutivel, mesmo se desconhece como a experiência. escolar e a experiência. porque vivida. fora da escola (por exemplo, condições de vida e trabalho, 111dia, (. -~_..",,"--. é.

(22) 15 r confronto. entre. sociais. movimentos. e o Estado). e atitudes individuais ou. produ~ão de visões de mundo. na. interagell. coletivas. de passividade ou rebeldia face à realidade social, é certo que o ensino de matemática tem um papel nesse processo e que diferentes estratégias. podem. pedagógicas. os. reforçar. mais. aspectos. mistificadores ou os aspectos mais desveladores desse ensino. o reconhecimento. no. dessa dimens~o de possibilidade. ensino de matemática e a preocupação de, no exame de propostas. e. vi~ões acerca desse ensino, levar em conta o mundo da produção. e. o modo como. a ciência. e a. presentes na. tecnologia estão. vida. cotidiana e na relação entre individuos e entre setores e classes sociais sio dois elementos. importantes a determinarem o. enfoque. dado neste trabalho ao estudo do movimento da matemática moderna. A idéia fundamental. é a. de que. momento de um ,processo de construção propõem YOUNG (1971). e APPLR. desse movimento. como. social do currlculo,. como. processo marcado. pelo. o estudo. ( 1962 L. um. confronto de diferentes visões sobre as relações entre educação e sociedade e em particular visões sobre ciência e tecnologia, pode auxiliar de modo significativo na sua importtncia e na. surgido no. obtenção de respostas. debate entre. de. compreensão de sua origem,. profissionais. têm. às questões que. da. área,. colocadas. anteriormente. R, como momento desse processo, o que se propõe examinar a ação. dos participantes. do movimento,. no sentido. é da. preocupações. renovação curricular, em relação com as propostas e. que orientaram essa ação. Um dos limites deste trabalho é que ele não trata das consequências do movimento ao nlvel da prática professores em sala. -' (. -, ". de aula,. o que. exigiria. UI1. outro tipo. dos de.

(23) 16 ,. investigação. Mas. educadores. mobilizaçio de renovação. para consequ&ncias em. ele aponta. e da. naquele. realizados. relação entre os. periodo. e os. termos de de. esforços. esforços. realizados. hoje.. De um. de. deste trabalho é o. modo geral, o objetivo. Brasil. examinar a dinimica do movimento da matemática moderna no. e as visões produzidas pelos seus protagonistas em relação com contexto. hist6rico. e considerando. tendo uma dimensão de. mas ao mesmo tempo realidade. o. especifica.. internacional. repercussão de um movimento. com uma vida própria,. relacionada com. trata-se também de um. Desse modo,. como. Brasil. movimento no. o. no sentido de responder aos dois primeiros conjuntos de. uma. esforço'. questões. mencionados no item anterior. Detalhando, as questões. do. o estudo. que orientam. movimento e às'quais se buscam respostas são as seguintes. Em primeiro. lugar,. do. oonta a dimensio. levando em. movimento como já foi explicitada por D'AMBROSIO (1987), como se. explica essa dimensão?. Em. vitalidade do movimento,. a duração,. como se. particular,. o engajamento. explicam. a. ativo de. um dos. número expressivo de educadores, a amplitude da participação professores, a difusão. a. Uma questão agências como. do movimento em. ser examinada a UNESCO,. seria a. a OEA e. a. várias regiões do. do. papel cumprido. USAID, que. Por outro. pelos órgãos oficiais. lado, sabemos. que a. do sistema de. organização dos. por. estimularam. divulgação da matemática moderna entre paises do terceiro e o papel cumprido. pais?. a. mundo, ensino.. professores. -'-'"'~""'-". de. ...fiIL_;.

(24) 17. ,,.. r. ensino. matemátioa no Brasil em torno da disoussio e renovaçio do. é anterior a inioiativas de divulgação da matemátioa moderna. Que identidade. havia, então, entre esse movimento. expresso. anterior,. nos Congressos de Salvador, em 1955 e de Porto Alegre, em 1957, e a adesão. ao movimento. Bm. matemátioa moderna?. internaoional da. sentido oontrário, que oontradições houve entre os dois prooessos eduoadores. e em que medida foram explioitadas no debate entre os brasileiros ou ficaram. natureza do. ocultas? Qual a. movimento?. dos diferentes participantes do. engajamento. o. CODO se relacionou. movimento da matemâtioa moderna com outros movimentos pedagógioos surgidos na mesma épooa, no Brasil? Qual foi o prooesso pelo qual. qu~l. a matemática moderna deixou de ser uma bandeira em torno da se realizavam os esforços de. Uma das. limitações. deste trabalho. dintmioas regionais diferenoiadas, ocorreu em. São Paulo.. comparação oom o. CODO. o movimento. feita uma. é. brevemente. Grande do Sul.. o centro. D'Ambr6sio,. trata das. ele não. e fooaliza. muito. Apenas. oaso do Rio. é que. considero que o estudo do movimento oolooa Beatriz. matemátio.a?. renovaçio do ensino da. modo,. De qualquer. em São Paulo, que foi, irradiador. da. como. matemática. moderna no Brasil, dá oonta das caraoteristioas mais decisivas do movimento no pais. Um segundo. conjunto de questões. estreitamente relaoionado com o. nivel foram explioitadas. e debatidas as. justifioariam as propostas de. Qual o. nivel de coerência. e. tratadas,. primeiro, é um desdobramento. da. Bm. que. visões pedagógicas. que. movimento tinha de. questão: que compreensão o. a serem. si mesmo?. inovação do ensino da. matemátioa?. estruturação dessas. visões? Que.

(25) 18 r. teve. influência. tecnicismo?. o. Como essas. o. sobre. escolanovismo. influências. e. conviveram. visões? Que. determinaQio da dimensão. papel tiveram do movimento. -. o. COl10. os. resultantes. participantes do movimento encaravam as contradições de diferentes. B. movimento?. na. essas contradiQões alcances. Em. e limites?. Que medida foram explicitadas e debatidas as construções teóricas. na. elaboração. particular, as. construQões. implicadas. das. propostas. de. a nivel de. teóricas. financiadores e. num. do movimento. encaravam a. sentido mais amplo,. da. filosofia. outra dimensão,. matemática e da psicologia da aprendizagem? Numa cono os participantes. em. inovaQão,. ação de. sua. órgãos. relação com. o. movimento a nível internacional? Que papel atribuíam a si mesmos? Havia um projeto de. institucionalização do movimento? Se. que projeto era esse? Como. era percebida a po11tica. havia,. educacional. governamental?. se. Ainda como desdobramento da questão colocada acima,. quer examinar as seguintes Questões: Qual o nível de profundidad). de. com que o movimento foi capaz de elaborar a critica do ensino matemática vigente?. Em. Que medida a. idéia de. "modernizaQão". expressava a unidade real do movimento e que significado (ou. que. Que compreensio. foi. significados) tinha para. seus proponentes?. elaborada da função social do ensino de matemática, das. entre o. conhecimento. escolar. e a. matemttica como. relaQões. oonhecimento. cient1fico socialmente produzido, das relaQões entre o sistema de ensino e o. mundo da produção,. divisão do trabalho?. em particular a. Quais as consequências. superficialidade dessa elaboração para. organização e. movimento?. ~( í. ou. da profundidade. a dinâmica do. a. --. -. - _..<ii..:.L-J.

(26) 19 t. Quais as marcas deixadas pelo movimento da matemâtica moderna. no. debate sobre ensino. de. desenvolvimento. matemática no. e. da pesquisa. do. Brasil?. 1.3. A metodologia utilizada. A coleta de buscando. responder. fundamentalmente a. às. dados relativos Questões. partir de. ao movimento. levantadas,. foi. realizada documentos. de fontes:. dois tipos. mesmo,. seu. produzidos pelo movimento ou sobre o movimento no período de desenvolvimento (basicamente. orais de. entre 1955. do. protagonistas. e 1975) e depoimentos. movimento. desenvolveram trabalho relacionado com. ou. Que. indivíduos. a renovação do ensino. de. matemática naquele periodo. Os documentos podem ser classificadôs em três grupos: produzidos no pais. a) documentos. professores brasileiros: anais. ensino de. matemática. realizados. internacional, com participação publicados de divulgação matemática moderna. de congressos. no. ou de autoria e simpOsios. pais ou. sobre. b1bito. de. de delegação brasileira;. do movimento, de. textos. defesa ou critica. ou de um modo mais geral. de. textos sobre. da a. renovação do ensino de matemática; b) documentos produzidos na Europa, nos Estados ou por comitês ou em oongressos internaoionais sobre a. Unidos. renovação. do ensino de matemátioa que foram acessíveis aos partioipantes do.

(27) J-. 20 r. profissionais. Que expressam posições de. movimento no perlodo ou. ou grupos Que influenoiaram o debate no Brasil;. mundo. entre os paises do terceiro Science. renovação do. propostas de. divulgação das. finanoeiro à. deram auxilio. estrangeiros que. internaoionais ou. 6rgãos. posições de. que expressaram. c) documentos. matemátioa. ensino de. (UNBSCO, OBA, USAID,. Nati"onal. Foundation/BUA).. se refere ao. No Que. primeiro. -o exame. grupo,. dos. documentos objetivou o levantamento de dados tanto em termos. dos. movimento como. dos. fatos e eventos. temas. que marcaram. dominantes. justificativas. nos. discursos. apresentadas. da. nesses. existentes. contradições. a evolução do. dos. necessidade disoursos,. participantes,. da. reforma,. das das. tendo em vista a. compreensão que os participantes tinham do movimento e os motivos de seu engajamento. No Que se refere ao segundo grupo, o objetivo principal. foi o. de. teóricas. quais foram as principais. estabelecer. Que. influenciaram. o. no. movimento. contradições, diferenças ou identidades entre essas. formulações Brasil,. as. formulações,. o foco das preocupações apontadas e o alcance das elaborações. Bm todos. os casos, a análise dos documentos. tanto temas explicitados. nos discursos como. envolveu. a identificação. de. aspectos não explioitados ou subjaoentes a esses discursos. A leitura contexto. r. hist6rico. dos documentos foi feita. de sua. sempre. ê. luz. produção, principalmente em termos. do da.

(28) (. (. 21. (. r. r. a nivel mundial e. conjuntura politico-econOmica r. debates pedagógicos. em voga e da politica. dos. nacional,. em. educacional. implementação. r r. de. Os depoimentos orais foram obtidos, em sua maioria, r. membros. do GEEM de São Paulo,. da ,proposta. curricular. o principal. pretendida.. esses membros,. Entre. restrita. mais. aos. cursos. ensino nas. r. procuradas. r. Comissão. Em. escolas.. também: Leopoldo. de. Interamericana. os. ambos. no. foram Foram. movimento.. da. e membro. nos. Matemática. Bducação. casos,. matemático. Nachbin,. de. efetivas. teve pequena participação. Ubiratan D'Ambrósio, que. movimento professores. quanto. experiências. reconhecidas. lideranças. entrevistados,. GEEM,. conduziram. secundários e primários que renovação do. do. inovação. entrevistados. foram. cuja participação no. tanto professores universitários f ic,ou. de divulgação. dos defensores da. espaço de articulação. e. organismo. anos 60;. no GEEM mas. participou de debates anteriores ao surgimento do Grupo e cumpriu r. um papel. importante. matemática no Pillar. Grossi,. Matemática. de. na. partir do inicio dos anos. Brasil a. do. liderança. Porto Alegre. professora universitária e Rio Grande. Márcio. Grupo (GEEMPA). Estudos em. de. Kartha. ;. Ensino. de. Menezes,. no. do II. Congresso Nacional. de. de matemática no. São Paulo a partir dos anos 60.. Blauth. Bsther. matemática atuante. realizado em Porto. Imenes, professor. 70;. de. secundária. do Sul e organizadora. Ensino de Matemática,. e debate sobre ensino de. pesquisa. Alegre, em 1957;. Luiz. ensino secundário em.

(29) .22 ,. Foram. realizadas,. ao todo, quinze. Janeiro.. doze em São Paulo, duas em Porto Alegre e uma no Rio de. dessas. Apenas três. entrevistas. Treze. foram realizadas. entrevistas. em. gravadas. a. apontamentos, uma. e duas por impedimento. pessoa entrevistada. da. foram. através de. fitas-cassetes, mas registradas pedido. não. sendo. entrevistas,. técnico.. e duas no ano de. em 1988,. 1989. A duração méd~a das entrevistas foi de uma hora. As entrevistas temas:. se(uintes. origens do. abordaram,. do. participação. no. movimento. matemática moderna. e. no. entrevistado. da feita. ensino vigente. as propostas. e diferenças entre. com. Congressos de Bnsino de Matemática; identidades e diferenças Bstados Unidos e. pedagógicas que justificavam a renovação; matemática. e. sua função. movimento;. principais. psicologia ,da. social. coordenadores do oposição. das. o porquê do ensino. de do. para os participantes em. termos. e. filosofia. da. matemática;. da. agências. moderna;. dos grupos. no movimento; papel financiadoras. ensino; diferenças. à matemática. visões. teóricas. aprendizagem. papel. na Buropa;. influências. participação dos professores estudo;. da. nos primeir~s. as preocupaçõe$, expressas. propostas desenvolvidas nos. os. movimento;. fundamentais. propostas. critica do. no Brasil;. pelo movimento; identidades matemática moderna. pais;. um modo geral,. de. e. no interior. fim do movimento;. dos do. da. de. órgãos. movimento;. importância. do. movimento.. Os dados obtidos a partir dos depoimentos orais confrontados com. os dados obtidos a. partir dos. foram. documentos..

(30) r. 23 ,. dados obtidos. utilização de. entrevistas. Em sobre. o. a fatos e eventos,. se referia. Sobretudo no que. relação às. clarificação. da. consist8ncia. e. interpretações. opiniões. foram. movimento,. feitas. argumentação coer8ncia. elementos. esse tipo repetição. à análise.. de. Nas. dos depoimentos. levou. da. adicionais. ill. no. ,. para. de. sua. caso. de. nem sempre a opção foi pela. citações,. optou. Em alguns casos, se. como válidas, por. novas. procurou-se. como as. por mais de. em. falas. falta de foram. cada um dos. matemática. moderna,. tanto. contemplar. significativas. também,. e. questões. um entrevistado. A. consideração.. natureza do engajamento de movimento. Ass. introduzindo. colaboração. de argumentos. in~erpretações. Alguns trechos de depoimentos. elucidativos,. especialmente. ou duas. uma. e avaliação. envolvida. ambas as opiniões. elementos para a avaliação.. e. perguntas. interna.. conradit6rias,. apenas. emitidas. opinião da maioria dos entrevistados. por considerar. de. através. a. foi evitada. o. -pela. leitura. entrevistado, não s6. mas no. a. grau e. debate e. no. ação. desenvolvidas hoje, no Brasil, em termos de ensino de matemática. Nesse sentido, optou-se por explicitar a autoria dos depoimentos. à exceção das falas em que foram feitas referências pessoais.. Outras fontes foram utilizadas de modo para confronto. com os dados. já. obtidos. Entre. complementar,. essas fontes,. destacam-se os livros didáticos produzidos noperiodo. A reconstrução Beatriz D'AMBROSIO (1987). da dinâmica do. foi utilizada. movimento feita. por. tanto comorefer8ncia.

(31) 24 ,. para a organização da coleta. de dados como para complementar. dados obtidos através do acesso direto às fontes citadas.. (. (. ( (. -'-."-- - .. os.

(32) 25 ,. 2. O ENSINO SECUND&RIO E O DEBATE SOBRE ENSINO DB MATBMÁTICA NO BRASIL DOS ANOS 50. 1955 foi o ano da Nacional de Ensino de no~os Congressos. Congresso. realização do primeiro. foram realizados. O. dois. 1957 e 1959,. Matemática no pais. Em. da. movimento. matemê.tica. moderna no Brasil, enquanto artioulação de indivíduos e grupos na defesa de uma proposta. olaramente. identificada. mod,erna", foi posterior. a esses Congressos. oomo. "ma. temê.. t i-oa. ,e não toi conseQu@ncia. debate,. de. forma cresoente a cada Congresso. e até mesmo fosse aprovada,. em. 1957 e. realização de. experi@noias. em. direta. Embora o. deles.. em 1959,. termos de. a. proposta da. ensino de. importantes articuladas. de. tema estivesse. "matemê.tica. do. introduçio. em ,outras. Que deram origem a esses. presente num e noutro. no. Brasil. no entanto,. entre os. foram. nos anos. 60. O. esfor90s matemê.tica. oomum. elemento. momento é, fundamentalmente, a. de renova9ão do ensino da. num. movimento. Congressos e o movimento da. se desenoadearia. professores,. mais. as iniciativas. moderna",. instancias.. Existe uma continuidade,. moderna Que. presente no. disposi9ão. matemátioa a partir da iniciativa. Quadro. de. desse. valorização. dos. ensino, "\. particularmente. ,. a nível do curso secundário.. I nessa perspectiva que o estudo dos Congressos foram organizados, temas e preocupações dominantes do Quadro. debates. educacional, da. pedagógicos. da. politica. época. educacional torna-se. -. no. -. como. contexto. dos governos. imprescindível. e à. ! Ii - ,.

(33) 26 ,. compreensão das. especificas ao. condições. caso brasileiro. que da. permitiram, favoreceram ou deram forma, no pais, à introdução proposta da matemática moderna.. 2.1. O ensino secundário nos anos 50. Os anos 59 foram marcados por profundas modificações na realidade econômica e social do país. Sobretudo na segunda metade da década, o crescimento industrial. urbanizaQão. e o processo de. ,. conheceram ritmos que nio haviam ainda sido atingidos. política econômica. Enquan to a. (1951-1954). oscilava. entre. expressa com mais nitidez na. do. abertura. a defesa de. capitais estrangeiros e. de nacionalização. uma. uma polítioa. opção mais. a. e. de. entrada. nacionalista,. energia elétrica, a. governo de Café Filho (1954-1955) Juscelino (1956-1961). maior à. criação da Petrobrás e na. setor de. Vargas. do governo. durante o. proposta. partir do governo de. política implementada significou uma. clara pela. implantaQão. de. uma. dinâmica. desenvolvimento que favorecia os interesses dos centros do imperialista, apesar da manutenção de uma importante. .. de. poder. ambiguidade. no que dissesse respeito às intenQões da política governamental. A concessão de capital. estrangeiro,. incluindo uma equipamentos. a. inúmeras. política cambial pelos. do. partir. que. investidores. à entrada. facilidades. governo. de. Café. favorecia a estrangeiros. -. do. Filho. importaQão. de. obrigou. os. industriais brasileiros à associaQão com esse capital. Foi. nesse.

(34) 27 ,. quadro,. e. então,. com o. fundamentalmente. desse. financiamento. capital monopolista que se implantou no Brasil, durante o governo de Juscelino, o setor da produção. dos bens de consumo durável. e. se solidificou a indústria de base, com ênfase para a siderurgia. importante. Ao mesmo tempo, os anos 50 assistiram a um. ascenso do cidades. ,. e crescimento. empresas dos. durante o. especialmente. nas. grandes de. novos. principalmente. ramos industriais;.. pela necessidade Estado Novo. da. número. com a amplia~ão do. industrial,. assalariados,. trabalhadores. alargado. popular. que era, em parte, decorrencia do próprio processo. -,. urbanização. de. movimento. e. do. grandes. um impeto. que tinha. recuperação. e com a politica. nas. espaço perdido governo. repressiva do. Dutra. o reestabelecimento das eleições para os vários niveis , do executivo e do legislativo encontrou um quadro eleitoral modificado pelo peso. dos. esquemas. das massas urbanas. população rural e analfabeta.. eram amplamente. enfraquecimento. no predominio. apoiados. coronelistas,. e pelo. Nesse plano, os setores. mobilizados. pela politica. de. uma. populares. que. populista. sustentava tanto o governo de Vargas como o de Juscelino. o. crescimento. dos. sindicatos. e. das. lutas. ,. ~ .. reivindicatórias. apontavam,. no. entanto,. desses setores Que fugia ao controle. para uma mobiliza~ão. do Estado.. Em 1953, em. .São. Paulo, uma greve que envolveu cerca de 300 mil trabalhadores, das categorias de. têxteis,. metalúrgicos,. marceneiros,. vidreiros. gráficos teve uma conquista expressiva em termos salariais:. e 32%.

(35) 28 f. de reajuste. 20% ofereoidos pelas. oontra apenas. EI1. empresas.. mil. 1957, uma nova greve dessas oategorias envolveu oeroa de 400. Trabalho. trabalhadores, durante dez dias, e obteve da Justiça do um reajuste de. 25% (MUNHOZ,. apud RODRIGUES,. Embora a organização dentro. da. estrutura. dos trabalhadores se desse. por. atrelada. ao. sindioal. oorporativista,. Ministério do Trabalho,. a oriação. 00110 o Paoto de Unidade. Intersindioa~. Paoto de Unidade e Ação, no , neoessidade da. partir da. 1986).. de organismos em São Paulo,. intersindioais em 1953, ou o. a. Rio de Janeiro, em 1960, surgidos ooordenação das. greves,. em. avançavam. relação a essas estruturas. A. manutenção garantisse. da politioa. reais. oonoessões. populista. mesmo. exigia que o governo. que. aos. pequenas .. trabalhadores. Durante o. governo. oombinadas oom um disourso. Vargas,. eram. essas oonoessões. naoionalista que responsabilizava. exoessivas remessas de luoro para. o exterior e as. as. desigualdades. (. estruturais. do. ooméroio. eoonOmioas do pais. O. internaoional. pelas. difiouldades. governo de Jusoelino proourava. justifioar. oom. sua politioa de abertura à entrada dos oapitais estrangeiros a @nfase no desenvolvimento, e teve obtenção de um. relativo. oonsenso. governo, em torno da bandeira. todos e. que seria,. verdadeira. "soberania. Os últimos. na. na. nos primeiros anos. de. sooial,. do "progresso" Que benefioiaria. visão de. naoional". mais êxito do que Vargas. Jusoelino,. (CARDOSO,. o oãminho. tensões. para a. 1978).. anos do governo de Jusoelino, no. assistiram a um aprofundamento das. a. sooiais,. entanto,. COI1 um. novo.

(36) 29 r. ascenso. em. luta no. A. operârio. o. da. radicalização da. do. Fundo. declinio, e. inicio. urbano,. com o poder aquisitivo. do movimento. campo.. Internacional. de. modificações na politica econômica brasileira como condição. para. por parte. imposição. de novos empréstimos. a concessão debate sobre envolvia o governo. Monetário. as estratégias. papel. dÇl. norte-americano. As politicas. o. estimulou. de desenvolvimento. capital. estrangeiro e. do. acirramento pais,. ,do. as relações. que. com o. 1982, p. 222).. (SKIDMORE,. educacionais,. tanto do governo. Vargas. como. do governo de Juscelino, careciam de um projeto global ou de. uma do. intervenção sistemática na realidade do ensino. A necessidade apoio popular, no entanto, faria tanto um como o outro. às. aspirações. crescentes. sensiveis. das massas urbanas. por parte. de. ampliação do acesso à eduoação formal. Num quadro de ampliação diversifioação, do. emp:rego. urbano,. possibilitava. o. acesso. ensino. e. médio. como modalidade de ensino. particular o ensino secundário,. que. o. ao ensino. prolongamento do ensino primário. -. superior. -,. e. em. médio. oomo um. de acesso mais massificado. -,. representava para amplos setores a perspectiva da ascensão social e por isso deveria receber uma. atenção maior do que em. periodos. anteriores nas politicas governamentais. A maior evidencia da expectativa depositada no secundário era o ritmo de. crescimento acelerado que esse. ensino. "~. ,. ensino. vinha tendo desde os anos 30. Numa amostra colhida pelo INEP (Instituto Nacional Estudos PedagOgicos) no Estado do. Rio de Janeiro, no iníci~. de dos. ",.

(37) 30 I'. eram. anos 50, foi apurado que 50% dos alunos do ourso secundàrio. filhos de pais que não haviam oompletado o curso primário (ABREU, 1955,. p.. 21).. 30,. A expansão do ensino secundário, a partir dos anos foi maior em proporção do que a expansão do ensino primário e. do. en~ino superior. O crescimento foi, também, superior ao dos ramos profissionalizantes' do. ensino médio.. 1934 e. Entre. ambos. orescimento da matrioula geral no secundário, considerando 605%.. os piclos, foi de comercial foi. de. ensino agricola.. E. EDUCACAO. 232%; a do. comum cresceu. fundamental. CULTURA). ensino. em apenas. do. ensino. 176%; e o. normal.. Em 1954. o. 340%; a. industrial.. DA. 132% (KINISTERIO curso secundário. oerca de 80% das matrioulas no. responsável por (SILVA.. .. ensino. No mesmo periodo. a expansão do. 394%; a do ensino. o. 1954. era médio. ensino. 1959).". Essa expansão. um fato novo considerando-se o. periodo ". anterior a. 30, não. democratização da população com. havia resultado,. esoola seoundária.. 11 e. idade entre. curso secundário. R, embora da expansão. 1955,. p.. efetivas. -. 77) .. entre. do setor. Tomando-se 1943 e 1955,. menos de. 1951,. os Estados.. 348 das 435 unidades. o predomlnio. Em. os. 6% da. 17 anos estava matriculada. setor público no ciclo ginasial e colegial. numa verdadeira. o setor público tivesse. particularmente. responsáveis por. contudo,. que. escolares. no. participado. em. 1954 eram. mantidas. pelo. 191 das 221 unidades de. ciclo. privado se. dados. mantinha. relativos. temos a seguinte. às. evolução:. (ABREU.. matrioulas no. ourso. .~.

(38) 31 r ginasial,. uma redu~ão da. participação. privado. do setor. 76%. de. de. para 68% e, no curso colegial, um aumento dessa participação 65%. 62% para. (SILVA,. 1959,. no. superiores. curso,. (ABRBU,. nove. apenas. de cada cem. às. dirigiam-se. 1955, p. 20). Os indices méd ios de. de alunos a cada sé~ie,. média no. A perman&ncia. 56) .. dos Quatro anos e,. secundário ficava por volta ingressavam. p.. Que. escolas. eliminação. em. somados evasão e repetência, andavam. torno dos 20% (SILVA, 1959).. uma. A expansão do ensino secundário era acompanhada de. na. modificação. sua função. social.. O. caráter de. curso com nas. finalidade Quase Que ~xclusivamente preparatória ao ingresso universidades dava cada vez mais lugar a um ensino regular,. cujo do. prestigio estava ligado a uma possibilidade muito mais formal. de. Que efetiva. acesso aos cursos. para a grande. superiores,. maioria dos alunos.. da. Bssa mudança de caráter, resultado fundamentalmente própria expansão do ensino secundário, com o ingresso de sociais menos parcialmente. privilegiados, viabilizada. setores. havia sido também estimulada. através. de. politicas. e. governamentais. especificas.. O governo. processo de ampliação área educacional,. Vargas,. em 1930, havia. da esfera. de um. de ação do. lI.odo geral.. Até. dado início a. '". federal. na. essa ação. era. governo. então,. limitada ao ensino superior e ao Distrito Federal, de acordo a orientação. descentralizante. da. Constituição. um. de. 1891 e. C 011.. na. continuidade do Que havia sido estabelecido pelo Ato Adicional de. ~ - --.-.

(39) 32 ,. 1834, Que autorizava. as. provincias. a legislarem. sobre. instrução. pública, sem a interferência do governo central. 1931,. A criação do Ministério da Educaçio e Saúde, em. foi a. medida. primeira. parcialmente à Mi~istério. da Educação. (O'NEIL,. atendia de. um. ampliou. as. da criação. 1975).. de 1934 legitimou e. Constituição. federal no. competências do governo. e. sentido,. educadores. reivindicação dos. A ,. nesse. importante. à União a. setor e atribuiu. ,. traçar diretrizes da. responsabilidade de. Plano Nacional. fixar um. Conselho Nacional de centralização das. de. decisões. a. Educação,. Educação,. órgão. nacional. educação. ser elaborado. a. educacionais. pelo. A. em 1931.. criado também. e. nivel federal era. elemento de uma politica Que inaugurava o ensino como "direito detodos". e dever dos "poderes pl1blicos" (ZANETI, Nesse Quadro,. o ensino. 1985).. uma. secundârio foi objeto de. politica especifica, concretizada na Reforma Francisco Campos, em 1932, e na Reforma Capanema, em 1942. A Reforma Francisco iniciou a implantação do curso reconhecimento dos condicionado. à. estabelecimentos organização. obrigatoriedade do. exame de. série e do cumprimento sistema de. secundário. avaliação. do. de. COl10 curso. em. séries,. à matricula. na. dos programas expedidos pelo. e. outras. regras. o. regular:. ensino secundârio. curso. admissão. Campos. de. era. com. a. primeira. Ministério;. funcionamento. eram. ,. definidas no próprio decreto (Decreto 1931); a. duração do. curso era. 19.890, de 18 de abril. fixada em. se-te anos,. entre um curso fundamental de cinco anos e um curso. de. di'Vididos. complementar.

(40) 33 ('. de dois anos (este. curso superior para. o. governo federal sobre. o. organizado conforme o. Qual se supunha preparatório).. Até. então, a autoridade do. ensino secundário, exceto no caso do Colégio Pedro 11 e de alguns estabelecimentos através da cursos. era exercida. "equiparados",. prestação. dos. "exames. de. em. que. e. nos. de. prepar~tórios").. Os o. haviam proliferado durante. estabelecimentos particulares, que Impftrio. ingresso. ao. exames necessários. (chamados. superiores. indiretamente,. 1907 eram responsáveis. por Quase 90% das. matriculas no secundário (O'NEIL, 1975), não estavam obrigados ao cumprimento de programas. fixados pelo. governo. A. possibilidade. aberta por um decreto, em 1916, dos estabelecimentos particulares. os. realizarem houvesse. "exames. reconhecidas como. escolas. havia retirado,ao. nas cidades onde. preparatórios". governo. "equiparadas" ao. mesmo esse controle. não. Pedro 11,. indireto,. a. já Que. fiscalização era Quase inexistente. Enfim, os. 1930 de um modo com um plano chegava aos. até. estabelecimentos de ensino secundário um curso seriado. geral prescindiam de estudos. A. regular de. cinco anos. e os. duração real. estudos,. efetivo,. não. do curso. em condições. realizados. precárias, limitavam-se à preparação para os exames. O processo de regularização do secundário iníciado. em 1931 foi aprofundado com a Reforma Capanema, decretada em 1942, e Que preenchia parcialmente o espaço deixado vago pelo do Congresso Nacional, Educação fosse. em. aprovado. O. 1937,. antes Que o. caráter. fechamento. Plano Nacional. autoritário. do Estado. de. Novo.

(41) 34. ,. estava. na ênfase dada, no. presente. humanistica. e. formação. ensino da. em detrimento do. patri6tica. à. curriculo,. fisica,. para. Quimica e biologia, no estabelecimento de classes separadas. alunos do sexo masculino e feminino, e na manutenção da estrutura extremamente. à. estar submetidas. esc.olas deveriam. obrigadas a adotar o. segundo. a Qual as. 1931, segundo. e. Ministério. inspeção do. a nivel nacional.. programa mínimo comum. Reforma refletia também a Cap~nema,. criada em. centralizadora. Ministro. concepção estratificadora do. a Qual o ensino secundârio. estaria. A. à. reservado. "elite urbana", devendo ter um padrão de Qualidade superior ao do ensino. de. técnico. nivel médio. sem,. esta então reservada ã. partia de entrada à universidade, da elite". (SCHWARTZMAN,. refletiam a. intenção. 1984,. de. p.. dar. significar. no entanto,. Algumas. 189).. ao secundário. "elite Que. das medidas. um. o. caráter mais. terminal eram: ,a nova divisão do secundário em um ciclo de quatro. e outro de tr&s anos (ginasial e colegial); com os ramos. curso ginasial segundo. ciclo,. ampliando. até então. secundário,. instituição dos , (MINISTERIO. "exames. licença". DA EDUCACAO E SAnDE, A. da. "Lei de. Diretrizes. e. cursos. ao. final. ensino. superiores;. de. a. cada ciclo. 1952).. legislação definida pela. mantida, com alterações parciais. preparat6ria" do. aos. limitada. de. ensino de. profissionalizantes do. a "finalidade. do. a articulação. Reforma.Capanema. e secundárias, até a. Bases. da. Educação-. seria. aprovação. Nacional". pelo. Congresso, em 1961.. ~. í ".

(42) 35 r. e. Em meados dos anos 50, o debate público das Questões da politica educacional. -. num Quadro geral de amplia~ão do espaço. democrático e de intenso debate sobre os rumos do pais. -. tinha no. secundârio um de seus temas principais. O oresoimento. oontinuado ramos. e não planejado do secundário, mais intenso Que dos outros. do ensino médio, evidenciava a falência dos propósitos da Reforma de '1942 e a necessidade de uma nova politica, mais ~fioaz, para o setor. Dois. dos temas principais. situação do ensino. da. envolvidos na critica. secundário eram também. que. os~grandes temas. acompanharam toda a tramitação do projeto de Lei de Diretrizes Bases no Congresso Nacional, iniciada em 1948: o papel do. e. ensino. ensino pÚblico e a polêmica "centralização versus. privado e do. descentralização". \. A defesa da ampliação do ensino público de nível médio, formal,. era. reforçada pela critica à baixa Qualidade de ensino praticada. por. como fator de. democratização do. acesso à. educação. como. um amplo setor de estabelecimentos privados Que funcionavam pequenas empresas lucrativas e. governo. federal.. pedagógica eram remunerados. sob uma fiscalização precária. extremamente. (ABRÉU,. e. aparelhamento. Instalações,. A descentralizaçio. mal. administrativa e pedagógica. era. e. 1959).. defendida. tanto pelos educadores. escolanovistas. católicos,. defensores. de ensino". A. vigente na. da "liberdade. épooa era oritioada. '-organizaQio'. os professores. precários. 1955j"SILVA,. do. tanto. como. pelos. centralização. pela inefioácia. de uma. ~.

(43) 36 r. subordinação administrativa que impedia um acompanhamento efetivo do funcionamento das escolas apenas estar subordinadas. as escolas mantidas. que excluia todo o setor privado. por. um. exclusivamente. pela Congregação. A critica. pelos. elaborados. programas. do Colégio. Pedro 11.. apontava. à qualidade dos cursos existentes. dos. não só a sua incapacidade de atender às expectativas sociais setpres que os. frequentavam. evasão e repetência. como. -. nos altos. evidenciada. -. o. pelos Estados,. como pela uniformidade imposta. -. e. único. curriculo. podiam. às Secretarias de Educação. -. indices. de. sequer. a sua incapacidade de atender. (. aos propósitos dos que. à. um curso destinado. viam no secundário. formação de uma "elite". O ensino secundário era apontado como um ensino muito natureza. menos aberto à renovação do. didático-pedag6gica. e. que. às preocupações. o. en~ino. a. "exposição". de. -piimário.. e. a. torno. de. conhecimentos decorados pelos alunos. Os professores careciam. de. Prevaleciam,. "recita~ão". A. formação. como. de. métodos. avaliação. profissional:. era. ensino,. feita,. em geral,. em 1951, numa amostra de 1377. em. professores. secundârios do Estado do Rio de Janeiro, apenas 112 (em torno 8%) eram diplomados. por Faculdades de. Filosofia, como previa. de a. lei. o governo Vargas, sem ter um projeto educaoional. e uma politica de insensivel às desse ensino. conjunto para. pressões sociais. ou às. criticas. Questões educacionais.. r r. o ensino. que se. levantadas. secundário, nio. expressavam na no debate. olaro era. expansão. público das.

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