PE
450
FLÁVIO
LOBO
HELDWEIN
LOMBOTOMIA
POSTERIOR
COMO
ACESSO
AO
TRATO
URINÁRIO
ALTO
NA
CRIANÇA
Trabalho apresentado à Universidade Federal
de Santa Catarina, para a concluso do Curso
de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
FLÁVIO
LOBO
HELDWEIN
LOMBOTOMIA
POSTERIOR
COMO
ACESSO
AO
TRATO
URINÁRIO
ALTO
NA
CRIANÇA
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a concluso do Curso
de Graduação
em
Medicina.Coordenador do
Curso:
Prof. Dr.Edson
JoséCardoso
Orientador: Prof. Dr. JoséAntônio de Souza
Co-Orientador:
Dr.Edevard
Joséde Araújo
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
Heldwein, Flávio Lobo.
Lombotomia dorsal como acesso ao trato urinário alto na criança.
Florianópolis, 2001
27p.
Monografia ( Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade Federal de
Santa Catarina - Curso de Graduação em Medicina.
À
mãe,Amélia Maria
Lobo
Heldwein
Ao
pai,Armando
HerbertoHeldwein
Ao
irmão,Marcelo
Lobo
Heldwein
Aos
amigos, Conrado, Gilles, Matheus,Deda
e TrauerAs
estudantesdo
CCS/UF SC
III
AGRADECIMENTOS
Aos
orientadores Prof. Dr.Edevard
Joséde Araújo
e Prof. Dr.José
Antônio de
Souza, pela paciênciaacima
do justo e ciência namedida
exata.Aos
Prof. Dr.Rogério Paulo
Moritz, Prof. Dr.Reginaldo
Pereira Oliveira, professoresda
disciplina de Urologia doCurso
deGraduação
em
Medicina da
UFSC,
exímios professores, pela confiança depositada.Aos
demais cirurgiões pediátricosdo HIJG,
em
especial ao Dr. Euclides ReisQuaresma,
pela acolhida e estímulo oferecido a este projeto.A
todos osmeus
queridos amigos e companheiros da turma de medicina 2001/2, quehá
seis anos, oferecem auxílio nestacaminhada
Aos
que,além
dos citados,com
presteza,me
apresentaram a este curso: Dr.Hideldrando
Couto
Scofano, Dr.Pedro
Schimdt,
por continuarem a ser"meus
eternos professores".
Ao
Curso
deGraduação
em
Medicinada
Universidade Federalde
Santa~
Catarina, Instituiçao e Pessoas, que
me
acolheram.A
todos os professores da medicinada
UFSC,
pelos conhecimentostransmitidos.
Aos
funcionáriosdo
SAMÂE
e do Centro Cirúrgicodo
HIJG, pelo auxílioneste trabalho.
LOMBOTOMIA
POSTERIOR
COMO
ACESSO
AO
TRATO
URINÁRIO
ALTO NA
CRIANÇA
INDICE
AGRADECMENTOS
INTRODUÇÃO
OBJEHVO
MÉTODO
RESULTADOS
D1scUssÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
RESUMO
SUMMARY
APÊNDICE
1.
INTRODUÇÃO
O
acesso cirúrgico ao aparelho urinário alto, enquadrados, aqui, o rim, pelvesrenal e o ureter superior é motivo de frequentes estudos, que objetivam delimitar
qual a
abordagem melhor
para a realização de procedimentos.Na
escolhada
via de acessoinfluenciam
fatorescomo:
menor
trauma, respeitar a anatomia regional,evitar a secção de estruturas musculares e nervosas;
boa
exposiçãodo
campo
operatório; diminuição
do tempo
de operação e de intemação e retorno às atividades normais diáriasno
menor
tempo
possível.Atuahnente
há pouca
experiênciacom
este acesso e a incisãoem
flanco
éoperação padrão para cimrgia urológica alta
no
retro-peritônio alto,l”2 exceção feitaem
algumas ocasiões:na
cirurgia oncológica, onde a exposição deverá permitiralém do
tratamento proposto o estadiamentodo
tumor;3na
cirurgiado
trauma,situação
que
é mandatóriauma
viaampla
que permita avaliação e controle das lesões ena
cirurgia renoureteral simultânea bilateral através deuma
única incisãotransperitonial,
como
preconizado por Cilento e Kaplan.4Também
a endourologia contribui para o tratamento cirúrgico de doenças queacometem
o trato urinário alto, particularmente nos casos de obstruçõesda
junção uretero-piélica,
onde
a endoureteropielotomia já é consagradano
adulto eainda questionável na criança.5
Nos
últimos anos,como
em
outras especialidadescirúrgicas houve, na urologia pediátrica, a introdução
do
conceito de cirurgiaminimamente
invasiva, que apresenta interesse crescente no adventoda
cirurgia2
A
vídeo-laparoscopia limitada inicialmente ao diagnóstico e localizaçãode
testículos intra-abdominais eque
vem
sendo empregada
atualmenteem
nefrectomias, ureterectomias, pieloplastias,
observando
como
vantagens as jádemonstradas
em
outrosprocedimentos
laparoscópicos,como menor
dor pós
operatória
quando comparada
à
cirurgia aberta,melhor
resultado cosmético,tempo
de
internação abreviado.Ainda
com
o conceito de serminimamente
agressivo, nas últimas décadas,vem
aumentando o
usoda mais
antiga incisão de acessoda
prática urológica, alombotomia
posterior. Este acesso foi utilizado pela primeiravez por
Simonf
em
1870,demonstrando que
o rim poderia serremovido
sem
prejuízopermanente
paraum
indivíduo.Em
1956,Lurz
descreveua
lombotomia
posteriormodificada,
cuja incisãoacompanhava
aborda
lateraldo quadrado
lombar, permitindouma
melhor
exposição e resultado cosméticoda
incisão.Baseados na
técnicada
lombotomia
dorsal descritaem
1965, por GilVernet, autores atuais7 apresentam
renovado
interesse pela incisão eobservam
seu valor ebeneficio
para certosprocedimentos
sobre os rins, pelves e ureteres.Na
criança, alombotomia
posterior foi primeirodemonstrada por
Rabinovitch,
em
1981,desempenhando
uma
variedade de procedimentos,incluindo nefrectomias bilaterais pré-transplante, pieloplastias, biópsias renais,
nefiostomias, ligadura alta
da
veia espermática.No
Brasil, Streit, Almeida, Barata et al,8em
1986, descreveramo uso da
lombotomia
posterior vertical reduzidaem
82 procedimentosna
criança,realizados
em
Porto Alegre-RS.Concluíram que
apesardo tamanho
reduzido esta incisão permitiriabom
campo
operatório e baixa morbidade.Em
1987,Gonzalez
e Aliabadi9comparam
o uso da lombotomia
posteriora
da
incisão padrãoem
flanco
para a realização de pieloplastiasna
infância.¬ _)
criança.
As
vantagens atribuídasà
incisão foram: acesso direto ajunção
uretero-pélvica, acesso bilateral
sem
reposicionamento, evitar a secção muscular, resultandoem
menor
desconforto e recuperação precoce.No mesmo
ano, Orland,Snyder
eDuckettw
estudaram42
casospediátricos operados através
da
lombotomia
dorsal, incluindo cirurgias aindanão
realizadas por este acesso.Revisaram
amplamente
a literatura econcluíram
que
esta via deveria sermais fieqüentemente
utilizadana
cimrgia urológica pediátrica.Já
em
1992, Sheldon,Duckett
eSnyder”
afirmaram
que
a vialombar
posterior deveria sero
acesso padrão para feitura de pieloplastiasna
criança.No
finalda
última década, autorescomo
Wienerl eKumarf
reafirmaram
a
eficácia eo
valorda lombotomia
posteriorna
infância.Várias vias
de
acesso são eforam
descritas para a realizaçãode
procedimentos sob o
rim, pelves e ureter superiorna
população pediátrica,nenhuma
delas éa melhor opção
para todas as operações e,mesmo
dentrea
mesma
operação planejada,não há consenso que
uma
única incisão sejaa
melhor
para todos os pacientes.Tendo
em
vista estes conceitos e o uso rotineiro2.
OBJETIVO
Avaliar a utilização
da lombotomia
posteriorem
relação àsdemais
vias deacesso
no
tratamento cirúrgicodo
trato urinário altoda
criança, praticadasno
3.
MÉTODO
Trata-se de
um
estudo retrospectivo, transversal, descritivo.0 Casuística
Para determinação
da
população de estudo,foram
incluídos os pacientespediátricos submetidos a intervenção cirúrgica
no
aparelho urinário alto,no
serviço de Cirurgia Pediátricado
Hospital Infantil Joana deGusmão,
situadoem
Florianópolis
-
Santa Catarina,no
períodocompreendido
entre Janeiro de1990
eMarço
de 2001.Foram
identificados268
pacientes submetidos a411
procedimentos cirúrgicos.
0 Procedimentos
Foram
revisados os prontuários de todas as crianças submetidas a procedimentos sobre rim, pelve e ureter alto.Foram
estudados os seguintesaspectos:
1.
Dados
de identificação (nome,
sexo, idade).Os
pacientesforam
classificados de acordocom
o sexo e idade, divididosem
faixa etária: neo-natal ( nascimento a28
dias), lactente (29 dias-
2 anos),pré-escolar (2 anos
-
7 anos), escolar (7 anos-
10 anos) e adolescência (10 anos-
20
anos).6
z... ~
3. Cirurgias prévias e posteriores à operaçao
em
questao e acesso realizado:Foram
excluídos os procedimentos cirúrgicosque não envolviam
viaabdominal
ou que não
eram
destinadosao
trato urinário.4.
Operação
proposta e realizada.5.
Procedimentos
associados: considerados, apenas, osprocedimentos
no
mesmo
ato anestésico.6.
Via de
acesso utilizada:Foram
incluídos apenas osprocedimentos
realizados pelos seguintesacessos cirúrgicos:
-
lombotomia
posterior-
lombotomia
lateral(
flanco)
- laparotomias, transversas e longitudinais.
Foi considerado
que a lombotomia
posterior é representadacomo
viade
acesso posterior,
a
lombotomia
em
flanco
e as laparotomías definidascomo
via lateral e anterior, respectivamente.
Os
procedimentos vídeo laparoscópicos, percutâneoou
endourológiconão foram
avaliados, apenas serão citados.7.
Tempo
de cirurgia: a duraçãoda
operação foi definidacomo
o
tempo
de
duração
do procedimento
anestésico.8.
Complicações
trans-operatórias: diretamente relacionada ao acessocirúrgico,
como
a necessidadede
ampliaçãoda
incisão, viade
acessosecundária, outras
ou
ao procedimento
operatório planejado.9.
Complicações
pós-operatórias:como
nas complicações trans-operatóriasforam
listadas as complicações e intercorrências discrimindo-as se advindasdo
ato cirúrgico principalou
do
acesso.10. Intervalo de retorno à ingesta oral: apresentado
em
dias,sendo
considerado
do
diado procedimento
atéa
primeira oferta de dieta livre total.7
11.
Tempo
de
hospitalização:o
períodode permanência
hospitalar foi
assinalado
em
dias completos.Quando
o
mesmo
paciente havia sidosubmetido
a duasou
mais
intervenções
no
trato urinário superiorno
período abrangido pelotrabalho, todos
os
procedimentos foram
consideradosem
separado e submetidosa
novo
4.
RESULTADOS
Um
total de268
pacientesforam
submetidos a411 procedimentos
sobre orim e o ureter superior. Destes
39
criançasforam
submetidas aprocedimentos
bilaterais
no
mesmo
ato anestésico e 58foram
submetidas a doisou mais
atos~
cirúrgicos
em
ocasioes diferentes.Dos
pacientes incluídosno
estudo 235(63,2%)
eram
do
sexomasculino
e137
do
sexo feminino ( 36,8%).Com
relação a idade, esta variou de 2 dias a 15anos, sendo a
média
de 3,74 anos.( Tabela I)A
idademédia
dos pacientessubmetidos às operações
usando
a vialombar
posterior foi de 3,95 anos ( 2 dias-
15 anos).Na
via de acesso lateral a idademédia
foi 4,8 anos ( 5meses
-
12anos).
Nos
casos operados via laparotomia transversa e longitudinal amédia
foi de 3,29(4
meses
-
13 anos) e 3 anos(2
-
5 anos) respectivamente.Tabela I
-
Distribuiçãodos
pacientes submetidosa
operações sobre
o trato urinário alto,de acordo o
sexo e idade,no
HIJG
no
períodode Jan/1990
-
Mar/2001.
SEXO
MASCULINO
FEMINlNO
TOTAL
IDADE
N9
%
N9 °/0N9
%
REcEM.NAsc1Do
15 4 7 1,9 22 5,9LACTENTE
1 1ó 31,3 43 12,9 1ó4 44,2PRÉ-ESCOLAR
óó 17,s 55 14,7 121 32,5ESCOLAR
21 5,6 12 3,2 33 3,3ADOLESCENTES
17 4,5 15 4 32 3,5rorAL
235 63,2 137 3ó,s 372*9
As
indicações para osprocedimentos
incluíram anomalias anatômicas,como
displasias renais, agenesia renal, rim multicístico, ectopia,rim
em
ferradura, estenose
da
junção uretero-piélíca, duplicidade ureteral,nefiopatia de
refluxo, válvula de uretra posterior, extrofia de bexiga, pionefrose, litíase,
hipertensão reno-vascular, trauma,
doenças
malignascomo
Neuroblastoma de
Adrenal
eNefroblastoma
(Wilms), além de
reintervençõesem
fistulase recidivas tumorais. ( Tabela II)
Geralmente
seapresentavam
com
hidronefrose, ureterohidronefrose
ou
exclusão funcional renal.Foram
realizados98 procedimentos nos 58
pacientesoperados
em
diferentes
momentos.
Neste
grupo,52
(53%)
procedimentosforam
realizadospela
mesma
viade
acesso utilizada previamente, enquanto os outros46
procedimentos
utilizaram outra via.De
modo
geral as operações planejadasforam
executadas,exceção
feitaem
uma
oportunidade,onde o procedimento
planejado erauma
pieloplastia foitransformada
em
uma
pieloureterostomia.No
total das cirurgias acessadaspor
vialombar
posterior,22
procedimentos foram
bilaterais eforam
realizados 51 procedimentos duranteo
mesmo
ato anestésico. Foi necessáriauma
segunda
viade
acesso inguinalem
4
nefroureterectomias totais iniciadas
por
acessolombar
posterior eem
uma
pieloplastia
onde
havia associadoa
estenose deIUP
uma
estenose ureteral. 2 reconstruçõesde
pieloplastiascom
mau
resultado prévio,além de
5 re-operações por fistulasNos
pacientes operadospor
laparotomias,foram
transversas4
infra-umbilicais e
30
supra-umbilicais;além de
3medianas
e 4 pararetais. Foirealizados 18 procedimentos bilaterais, explorações
do
rim contra-lateralem
pacientes
com
Tumor
deWilms. 35
procedimentos concomitantesforam
10
de
incisão transversa infra-umbilical,23
intervenções oncológicas,4 por
traumatismo renal e outras 5
onde
osprocedimentos
concomitantes ( 5 re- implantes ureterais) atravésdo
mesmo
acesso prévio justificaramo
acesso.Quando
a vialombar
lateral foi a opção, registrou-se 2procedimentos
concomitantes,
onde
foi realizado 1 pielolitomia e ureterostomia.Também
foireconstruída
uma
pieloplastia operada previamente por via posterior.A
vídeo laparoscopia, aindaem
fasede
implantação, foi realizadaem
duas nefiectomias.
As
indicaçõesforam
um
rim
ectópico e atrófico e outrocom
rim atrófico por nefropatia de refluxo.
Procedimentos
percutâneosforam
realizados
em
19nefiostomias
percutâneas.Não
foram
realizadosll
Tabela
II-
Distribuiçãodos
pacientes submetidosa
operaçõessobre o
tratourinário alto,
de acordo
com
a
indicaçãodo procedimento
ea
viade
acesso,no
HIJG
no
período de Jan/1990
-
Mar/2001.
VIA
DE
ACESSO
ANTERIOR
LATERAL
POSTERIOR
TOTAL
%
INDICAÇÃO
`T+mv~
Anomalias Anatômicas 4 *4
1 ,3 Atrofia Renal 1 2 8 1 1 3,7 Duplicação ureteral 17 17 5,6 Estenose deJUP
4
139143
47,8F
zflstula pós-operatória 5 5 1 ,6
Hipertensão reno-vascular 22
0,7 Insuficiência renal 3434
1 1,3 Lit1'ase 2 1 1 1 14
4,8 Neƒropatia de Refluxo 12
2932
10,7 Píonefiose 22
0,7Rim
Multiczflstico 55
1 ,6 Trauma renal 3 14
1 ,3 Tumor 23**23
7,8 Obstrução ureteral 1 1 0,4 Extrofia vesical2
2
0,7TOTAL
30 7 6256
299
* - 3 displasias renais e 1 defeito de rotação
_
* - l linfoma, 2 neuroblastomas, 18 Wilms, 2 recidivas
12
Tabela
III - Distribuiçãodos
pacientes submetidosa
operações sobre o
tratourinário alto,
de acordo
com
0 procedimento
ea
viade
acesso,no
HIJG
no
peri'odo
de Jan/
I990
-
Mar/2001
_VIA
DE
ACESSO
ANTERIOR
LATERAL
POSTERIOR
TOTAL
Transversa Longitudinal
PROCEDIMENTO
Biópsia Renal 1 1 3 9 4 1 Pielolitotomia 2 1 9 12 Pielostomia l 22 23 Pieloplastia 2 2 2 121 127 Nefrostomia l 52 53 Fechamento de nejrostomia 1 1 Pieloureterostomia 2 2 Nefiectomia Total 14 l l 88 1 O4 Polar superior 1 O 1O Polar inferior 1 2 1 4 Ureterectomia 5 2 4 1 1Nejrorrafia por trauma 1 1
Laparotomia exploradora 4 4
Exploração contralateral 18 18
TOTAL
48 8 6 349 41lAnalisando
as intercorrências apresentadas.Em
6 pacientes operadospor
via
lombar
posteriordesenvolveram
febre, 8 apresentaram vômitos, 3 dorabdominal
e 2 distensão abdominal. Entre os pacientes submetidos àlaparotomia 1 evoluiu
com
febre, 1com
vômitos, l diarréia eum
quartopaciente
com
distensão abdominal.No
grupo
operado peloflanco
1 pacienteapresentou vômitos e 2 casos
de
dorabdominal
à mobilização.Em
pacientes submetidos alombotomia
posteriorforam
intercorrências trans-operatórias: lachado de
pionefrose, 1 laceraçãoem
pólo inferior renal, 1diafragmática parcial
que
necessitou re-intervençãopor
hérniadiafiagmanca
Outras intercorrências
foram
a lesão esplênica e diafragmáticaprontamente
corrigidas.As
complicações observadasem
geral são listadasna
tabela abaixo(
Tabela
IV)~ ~
Tabela
IV
- Distribuiçaodos
pacientes submetidosa
operaçoessobre o
tratourinário alto,
de acordo
com
ascomplicações
ea
víade
acessono
HIJG
no
período de Jan/
I990
-
Mar/2001.
posterior.
No
manejo
cirúrgicodo
Tumor
deWilms
houve
1 ressecçãoVIA
DE
ACESSO
ANTERIOR
LATERAL
POSTERIOR LTOTAL
~Laceraçao polo inferior
Exiravasamento pus
Lesão peritônio posterior
Hipertermia Maligna Lesão diagfiagmática Lesão esplênica Febre Diarréia Distensão abdominal Dor abdominal Vômitos
F
ístulas UrinomasInƒècção da ferida operatória
Õbito 2 l 1 I 1 I l 2 1 1 I l l 6 2 3 8 15 3 l
1,47 dias,
sendo que
97%
do
totalde
crianças toleraramo
retorno a dieta ateo
l-I›
final
do
39 dia pós-operatório;no
gmpo
submetido a lombotomia
posterior(99%)
enos demais
grupos, laparotomia transversa, longitudinal e lateral, amédia
foi93%,
87%
e100%,
respectivamente.Tabela
V
-
Distribuiçãodos
pacientes submetidosa
operaçõessobre o
tratourinário alto,
de acordo
com
o tempo
para retomo à
ingesta oral ea
viade
acesso,
no
HIJG
no
períodode
Jan/1990
-
Mar/2001.
VIA
DE
ACESSO
ANTERIOR
LATERAL
POSTERIOR
GERAL
¡NGE5TA
QRAL
Transversa Longitudinal<
24 h
0 0 0 10,3% 9,1%24
-
48 h
26,3% 14,2%100%
49,0%47,8%
48
-
72h
31,5% 71,5% 0 33,8% 33,1% 72 -96
h
31,5% 0 0 5,8% 7,8%>
96
h
10,5 14,2% 0 0,92,1%
O
tempo
de
hospitalizaçãomédio
de toda a série de pacientes foi 6,1415
Tabela
I/Y-
Distribuiçãodos
pacientes submetidosa
operações sobreo
tratourinário alto,
de acordo
com
o
tempo
de
hospitalização ea
viade
acesso,no
HIJG
no
períodode
Jan/
I990
-
Mar/2001.
VIADE
AcEssoANTERIOR
LATERAL
PQSTERIORLGERAL
_ Transversa Longitudinal HOSPITALIZAÇAO
<ldia
- - - - -1a2dias
33a4dias
95a6dias
7 3 5 1 92 60 37 100 70 477a
10
dias s 3 _ 30 41>
10
dias 1 1 _ 32 36 , _ , 6,27 9,14 2 5,39Media
-em
dias 6,14(DP
-
5,33)(DP _
6,92)(DP
_
0,31)(DP
-
6,92) DP-desviopadrão-emdiasObservando
em
separado,0
tempo médio
de internaçãona
píeloplastia viaposterior foi
de
3,05 dias, excluindo-se os procedimentosque
evoluíramcom
fistulas.Nos
15 casosque
evoluíramcom
fistulas a internaçãomédia
foide
8,43dias.
Em
relação às 103 nefrectomias realizadas vialombotomia
posterior,o
tempo médio
de hospitalização foide
4,07 dias.Quando
subtraídos destes 103pacientes, 8 pacientes
que
permaneceram
internados para investigaçãoda
nefropatia,
o
hospitalização foi reduzida para 2,98 diasem
nefrectomias via5.
DISCUSSÃO
No
decorrer das últimas décadas, estudosdemonstraram
a versatilidade, vantagens e desvantagens relacionadas às vias de acesso cirúrgico ao tratourinário alto
na
criança.A
lombotomia
posterior foidemonstrada
em
algumas
ocasiões ser
uma
técnica eficiente,com
baixa morbidade.A
série apresentadaneste trabalho suporta estas conclusões.
A
casuística de349
procedimentos sobre o trato urinário alto utilizandoa
via
lombar
posterior foi amaior população
de estudo encontradana
literaturapesquisada.
Em
relaçãoao
sexo, omasculino
foipredominante
( 63,2%), refletindo amaior
prevalência dedoenças
urológicasno
sexo masculino.”Na
população
estudada, a faixa etáriamenor
de 3 anos representou51,1%
do
totalde
pacientes. ( Tabela 1)As
indicações, para o usode
determinada via de acesso,variam
conforme
a familiaridadedo
cirurgiãocom
a incisão, doenças de base, entre outros.Conforme Wise
e Snow,13 asopções
pelalombotomia
dorsalna
criança são semelhante asdo
adulto, incluindo litíase renal, pielocalicialou
ureterallocalizadas
no
seu terço superior; estenoseda junção
uretero-pielica, procedimentoscomo:
biópsias renais, colocação de cateterde
nefrostomia,pielostomias, nefrectomias totais e ressecções segmentares e
nefroureterectomias, uni
ou
bilaterais.Desde
duas décadas passadas, cadanova
publicaçãodemonstrou
que,com
a aquisição de experiência, as contra-indicações, antes consideradas absolutas17
procedimentos operados pela via
lombar
dorsal,enquanto
outraspermaneceram
como
tais.Exemplo
a tentativade
nefrectomia polar superiorpor
tal via,desaconselhada e desacreditada
por Pansadoro
em
1983,tomou-se
fatoem
2 ocasiõesem
1987
com
a publicaçãode Orland
e cols.Autores1°`“
enumeram
as seguintes condiçõesonde
o acesso dorsal é contra-indicado deforma
absoluta: (1) nefrectomia radical por tumor; (2) anomalias anatômicas, taiscomo
procedimentosem
rinsem
ferradura e outrasanomalias de fusão, rins mal-rodados
ou não
rodados, rim ectópico, pelve renalanterior, (3) inacessibilidade
do
uretermédio
e inferior ( para realizarureterectomias por
refluxo
vesico-ureteral severo), (4) estenoses ureterais longasou
estenose distal à junção uretero-piélica, (5)segrmda
pieloplastia ( sea
primeira havia sido
performada por
esta via), (6)trauma
renal, peladificuldade
de controle de hemorragias.
Os
dados
encontradosnão corroboram
essas consideraçõesna
íntegra;pois 5 pieloplastias
foram
reoperadas pelamesma
incisão posterior, 3nefrectomias e 1 pielostomia realizados
em
rins displásicos e 1com
defeitode
~rotaçao.
O
número
total de indicações ( 299)não
coincidecom
onúmero
de
pacientes estudados ( 268), fato justificado pela presença concomitante
de
doenças
em
um
mesmo
paciente e por alguns destes apresentarem indicaçãodiferente
em
outrosmomentos.
A
indicação para procedimentosno
trato urinário alto mais incidente foi aestenose
da
junção uretero-piélica (43%),
seguida de nefropatias à esclarecer requisitando biópsias renais (11,5%)
e de perda funcionaldo
rim, principalmentena
nefropatia derefluxo
( 9,3%).(Tabela
2)Rins multicísticos, tem, atualmente, indicação excepcional
de
cirurgia.Durante o período referente ao estudo,
foram
realizadas 5 nefrectomias nestes18
No
serviço de urologia pediátricado HIJG,
alombotomia
posterior é atualmente escolhida, pelas suas características,como
via de acessopadrão
paraa maioria das intervenções reno-ureterais benignas altas. Esta via
somente não
foi a escolha
quando
anomaliasnão
podiam
ser resolvidas pelalombotomia
posterior,
como
no
caso das neoplasias e trauma,onde
arecomendação
técnicaatual e a laparotomia.
Nos
listados tumoresforam
operados 1 caso de linfoma,onde
foirealizado biópsia renal, outros 2 pacientes
eram
portadores deneuroblastomas
de adrenais, realizada nefrectomia
em
ambas; além
de 18 pacientescom
tumor
de
Wilms, onde
procedeu-se 18 nefrectomias, 18 explorações nos rinscontralaterais.
Uma
grande parte dos recentes estudoscomenta
sobre qual amelhor
viapara realizar pieloplastias. Sheldon,“
comenta
sera
vialombar amelhor
paraesse tipo
de
procedimento. Opinião apoiada porKumar.”
Em
relação aos procedimentos realizadosa
pieloplastia foi amais
realizada (
127
casos). Destes 121foram
intervindos via posterior.As
6demais
pieloplastias
foram
acessadas anteriormente (4) e lateralmente (2).O
uso
anterior foi justificado
quando
procedimentos concomitantes necessitavam desseacesso. Foi utilizada a via
em
flancoem uma
reoperação de pieloplastia previamente operada via dorsal euma
segunda
criança a via lateral foiusada
como
opção
inicial.A
nefrectomia foi asegunda
cirurgia mais prevalente.(Tabela 3)
Foram
realizadas 11 nefroureterectomias.Em
7 o acesso anterior foiutilizado, destes, 5
foram
indicados por tumor.4
nefroureterectomiasforam
iniciadas via
lombotomia
posterior,em
todos os4
casos foi utilizado acesso secundário inguinal.Nas
cirurgias operadas via posterior, outra indicação para a realizaçãode
l9
IUP
havia estenose de ureter concomitante, realizada pieloplastia e ureteroureteroanastomose.Em
relação às vias de acessoA
posiçãoem
decúbito dorsal ébem
tolerada durante o trans-operatóriocom
menos
dificuldades técnicasna
anestesiado que
as previamente relatadas
quando da
posição lateral flexionada,9'1°Com
osombros
e a pelve apoiada sobre os coxinsnão há
compressão
torácica,além da
posição ser consideradamais
fisiológicaque
esta última.A
indução anestésica ébem
suportada, independenteda
idade, recém-natosnão demonstraram maiores
problemas.Exceção
feita aum
paciente de 5 anos, portador de insuficiência renal crônica,que
apresentouquadro
de hipertermia maligna durante arealização
de
uma
biópsia renal.São
descritas várias vias de acesso utilizadasem
procedimentos sob otrato urinário alto
na
infância, apesar denenhuma
ser considerada amelhor
opção
para todas as cirurgias deforma unânime
e,mesmo
dentrea
mesma
operação planejada,
não
haver consenso qual amelhor opção
para todos ospacientes, a
lombotomia
dorsal apresenta vantagens distintasquando
comparadas
a incisãoem
flanco
e anterior trans-peritonial na maioria dasindicações benignas.U4
O
curso pós-operatórioda lombotomia
dorsal énotadamente
com
mínimas
intercorrências, fato este devidoà
técnicadispensada, resultando
em
dor reduzida,pouco
enfraquecimentoda
parede e baixo índice de complicações relacionadas a via cirúrgica, vantagens estas relatadas por outros autores.Apesar
de ter sido publicadoque
alombotomia
promoveria
um
campo
cirúrgico dedimensões
reduzidasquando comparadas
ãlombotomia
em
flanco,2 este fatonão
foi observado.Os
casos operados por vialombar
posterior tiveram exposiçãoadequada
permitindoo procedimento
planejado.
A
incisão preferida e mais realizada foi a incisão transversaobservando
as linhas de forçada
pele,com
exposiçãoadequada
e Ótima20
Em
relação aos pacientesque
haviam
sido operados poruma
via eforam
reoperados (46
casos), quase todos os casosforam
re-intervindospor
lombotomia
posterior, exceção feitaem
um
casoonde
uma
pieloplastia foi haviasido realizada via posterior e foi reoperada via lateral.
Na
realização de biópsias renais acéu
aberto geralmente foi utilizada a lombotornia posterior reduzida,9onde
ocomprimento
em
média de
2 a 3cm
permitiuum
bom
campo
operatório.Hamiltonfõ
quando
foicomparada
a nefrectomia aberta à nefrectomialaparoscópica, esta última
não
apresentou maiores complicações peri- operatórias.É
relatadoque
a laparoscopia requermaior tempo
cirúrgico,em
contra-partida apresenta
melhor
resultado estético,menor
desconforto epermanência
hospitalar.”O
mesmo
estudo sugere quea duração da
nefroureterectomia realizada por laparoscopia
pode
sermenor
que
omesmo
procedimento
realizado por via aberta através de 2 incisões. Foi utilizadono
presente estudo a inguinotomia
como
acesso secundário alombotomia
dorsalem
nefroureterectomias totaisem
4
oportunidades. Outra técnicaem
uso
éa
nefrectomia laparoscópica retro-peritonial,
onde
o convenientede
se trabalharno
espaço retro-peritonial é claro, já que as complicações durante amanipulação
das vísceras intra-peritoniais seriam teoricamente ausentes.
Na
revisão realizada, a laparoscopiana
pieloplastianão
vem
sendo
utilizada rotineiramentena
infância, pois aindanão
apresenta vantagens significativas sob o procedimento aberto.A
pieloplastia assistida porlaparoscopia, permite a fácil exteriorização de grandes pelves dilatadas, pelo fato
da
flexibilidade e espessurafina
da
parede abdominal,podendo
serrealizada
no
espaço retro-peritonialdiminuindo
o risco de aderências.Aqui
a
anastomose
é realizada deforma
extra-corporal, diminuindo otempo
cirúrgico21
sutura.” Entretanto a experiência publicada de pieloplastias laparoscópicas é muito limitada para julgar a sua eficácia e confibilidade.
Os
beneflciosda
manejo
endourológicoem
doenças
pediátricas,como
na
obstrução
da junção
uretero-pélvica, aindanão
estãobem
estabelecidos.As
disvantagens apresentadas são: impossibilidade de redução de grandes dilatações
pielo-caliciais, longo periodo de
permanência
de cateter ureteral (4 a
6semanas), exposição radioativa extensa, necessidade
de
2 a 3 anestesias, neo-natos e lactentes
não serem bons
candidatos para intervenção endourológica.F
igenshauló sugereque
a pielotomia é oprocedimento de
escolhaem
todos os pacientescom
obstruçãoda jlmção
uretero-pélvica secundária.O
uso rotineirode
endoureteropielotomiasnão
tem
seu uso aceito deforma
universal, principalmente devido a 10 a30%
de taxa de insucessos amais que
apieloplastia aberta e,
também,
aotemor de
complicações vasculares,sendo
estesfatores
que não
opermitem
ser a primeira escolhaem
crianças.O
tempo
operatórionão pôde
ser analisado deforma confiável
pela ausênciadeste
dado
na
maioria dos relatórios de cirurgia pesquisados.Não
sendo
possívelconfirmar
dados
apresentadosem
estudos anteriores,que
relatamum
menor
tempo
de cirurgiaem
criançascom
idade superior à 1 ano,1quando
realizadospor
lombotomia
dorsalem
comparação
à incisãoem
flanco.O
tempo
operatóriodos procedimentos laparoscópicos ainda é alto, sofre sensível redução
com
a experiênciado
cirurgião.Em
relação as complicações e dificuldades técnicasem
relaçãoa
exposição
ou
realização direta das vias cirúrgicasnão foram
uma
constante.No
grupo
operado vialombar
posterior 1 único paciente de ll anos apresentoudificuldade
na
exposiçãoda
pelves renal,modificando
a cirurgia planejada (pielostomia) para
uma
pieloureterostomia, mobilizando o ureter superior.Não
houve
a necessidade de ampliaçãoda
via por dificuldade técnica,confirmando
WW
sutura.” Entretanto a experiência publicada de pieloplastias laparoscópicas e
muito
limitada para julgar a sua eficácia e confibilidade.Os
beneficios da manejo
endourológicoem
doenças
pediátricas,como
na
obstrução
da junção
uretero-pélvica, aindanão
estãobem
estabelecidos.As
disvantagens apresentadas são: impossibilidade de redução de grandes dilataçõespielo-caliciais, longo periodo de
permanência
de cateter ureteral (4
a 6semanas), exposição radioativa extensa, necessidade de 2 a 3 anestesias, neo-
natos e lactentes
não serem bons
candidatos para intervenção endourológica. Figenshauló sugereque a
pielotomia e oprocedimento de
escolhaem
todos ospacientes
com
obstruçãoda junção
uretero-pélvica secundária.O
uso rotineiro de endoureteropielotomiasnão
tem
seu uso aceito deforma
universal, principalmente devido a 10 a30%
de taxa de insucessos amais que
a pieloplastia aberta e,também,
aotemor
de complicações vasculares,sendo
estesfatores
que não
opermitem
ser a primeira escolhaem
crianças.O
tempo
operatórionão pôde
ser analisado deforma
confiável pela ausência destedado na
maioria dos relatóriosde
cirurgia pesquisados.Não
sendo
possívelconfirmar
dados
apresentadosem
estudos anteriores,que
relatamum
menor
tempo
de cirurgiaem
criançascom
idade superior à 1 ano,1quando
realizadospor
lombotomia
dorsalem
comparação
à incisãoem
flanco.O
tempo
operatóriodos
procedimentos
laparoscópicos ainda é alto, sofre sensível reduçãocom
aexperiência
do
cirurgião.Em
relação as complicações e dificuldades técnicasem
relação aexposição
ou
realização direta das vias cirúrgicasnão foram
uma
constante.No
grupo
operado vialombar
posterior 1 único paciente de ll anos apresentoudificuldade
na
exposiçãoda
pelves renal,modificando
a cirurgia planejada (pielostomia) para
uma
pieloureterostomia, mobilizando o ureter superior.Não
houve
a necessidade de ampliaçãoda
via por dificuldade técnica,confirmando
23
Não
foram
registradas complicaçõesque
possam
ser diretamenterelacionadas às vias de acesso, entretanto nos grupos operados por via transperitonial e por
lombotomia
em
flanco
a incidência de dorabdominal
foinumeéricamente maior quando
comparada
alombotomia
dorsal.Não
foi analisado,no
presente estudo, otempo
de
uso demedicação
analgésica. Critériousado
por outros autores para avaliaçãoda
dor pós- operatória. Pela falta de critérios objetivos,como
escalas de dor e a dificilavaliação
da
dorem
lactentes, para a sua utilizaçãoou
via de administração.Em
discutindo-se o retorno a alimentação oral, variáveispodem
ser influenciadas pela condutado
médico
responsável, portanto, diferençasno
seguimento
devem
ser analisadascom
cuidado.A
ingesta oralsem
restrições foire-estabelecida
em
até 2 dias depós
operatórioem
93,1%
do
grupo de pacientessubmetidos a
lombotomia
dorsal eem
57,8%
das criançasonde
a via anterior foia
opção
e após 3 dias99%
das crianças submetidas àlombotomia
toleraram aingesta via oral, enquanto
89%
na
via anterior. (Tabela
5)Neste
aspecto, osdados
colhidospodem
sercomparados
com
a literatura,já
que
as indicações entre os acessosforam
distintas: enquanto a estenoseda
junção uretro-piélica
predominou no
gruposubmetido
alombotomia
posterior, nos pacientes submetidos ao acesso anterior transperitonial adoença
oncológicafoi predominante.
A
literaturaafirma
ser alombotomia
dorsal equivalenteou
vantajosa sob a
lombotomia
em
flanco
eque
apresentamenor
duraçãoda
operação
quando
comparado
a via anterior.2'1°Em
relação aotempo
de hospitalização percebe-seuma
tendênciade
diminuição
do
tempo
de hospitalização.Em
1987,Orlandm
relatouum
tempo
médio
de hospitalização de 5,3 dias,em
31 pacientes pediátricossubmetidos
àpieloplastia aberta via
lombar
dorsal.Na
mesma
época, outros autores publicaram dados semelhantes, cujapermanência
hospitalar variava de 5 a 6 dias24
de 7,3 dias.5
Em
1998,Wiener
e Rothl registraram internaçãomédia
de 2,8 diasem
16 crianças submetidas à. pieloplastia via posterior eem
1999,Kumar”
relatamédia
de 3 diasem
31 pacientes submetidos aomesmo
procedimento.Em
nossa
série, considerados as 103 pieloplastias realizadas via
lombotomia
dorsalque
não
evoluíramcom
fistulas ( 15 casos), amédia
foi de 3,05 dias. Hospitalizaçãosimilar a procedimentos
minimamante
invasivos, que apresentam amesma
tendência
com
a aquisição de experiência, abreviando aintemação.”
Em
1996,Figenshauló relatou internação
média
de 3 diasem
8 pacientessubmetidos
aendopielotomia.
Em
2000,Hamilton” comparou
10 nefrectomias operadas vialombar
dorsal e 10 por laparoscopia.Observou tempo médio menor
que
1 dianas nefrectomias abertas e
menos
de 1 dia de internação naqueles operados porlaparoscopia.( Tabela 6)
O
tempo
depermanência
hospitalar foimaior que
10 diasem
2 pacientescom
traumatismodo
aparelho urinário operados por laparotomia eem
outros32
pacientes operados via posterior.
Foram
procedimentos
realizado nestes32
casos: 10 biópsias renais,4
nefrectomias, 5 nefrostomias, 10 pieloplastias, 2pielolitotomias e 1 pielostomia
Nossos
resultadosconfirmam
eamplificam
aqueles relatadosem
sériesanteriores.”
Demonstrando
que o
seu usoda lombotomia
posterior resultaem
mínima
morbidade
e possibilitaque
uma
variedade de procedimentossejam
realizados através dessa via de acesso
com
boa
exposição.É
considerada a via6.
CONCLUSÃO
a
lombotomia
posterior foiuma
via cirúrgica segura e eficaz,no
acesso ao trato urinário alto
na
urologia pediátrica e a de maior uso.A
via anterior foi usada predominanteem
cirurgias oncológicas eno
7.
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long-termNORMAS
ADOTADAS
Foram
adotadas asnormas
editadas pelo Colegiado do Curso deGraduação
em
Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina, segundo a resolucãon.003/00.
Para as referências adotadas as
normas
determinadas pelaconvenção
de Vancouver.RESUMO
o
Uso
DA
LoMBoToM1A
PosTER1oR
No
TRATO
UR1NÁR1o
ALTo
NA
CRIANÇA
Vários acessos cirúrgicos
tem
sido descritos para acessar o trato urinário altona criança.
Com
o objetivo de inicialmente avaliar o uso dalombotomia
posterior ea experiência
com
diferentes tipos de acesso ao trato urinário altodo
serviço de cirurgia pediátrica do Hospital Infantil Joana deGusmão.
No
período de janeiro de1990 até
março
de 2001,268
crianças,com
idade variando de 2 dias a 15 anos, foram submetidas a 411 intervenções cirúrgicas nos rins, pelves e ureter alto.As
indicações cirúrgicas
foram
variadas,como
hidronefrose, estenoseda
junçãouretero-piélica, nefropatia de refluxo entre outras.
A
lombotomia posterior foirealizada
em
349
casos ( 121 pieloplasrias) e foi consideradacomo
via padrão paraoperações benignas
no
trato urinário alto.Na
cirurgia oncológica e no trauma, a via anterior transperitonial foisempre
realizada ( 23 procedimentos oncológicos,20
Wilms, 2 Neuroblastomas e
um
linfoma).Os
resultadosconfirmam
eamplificam
aSUMMARY
POSTERIOR
LUMBOTOMY
APPROACH
TO THE UPPER URINARY TRACT
IN
CHILDREN
Multiple surgical approach are related to gain acess to kidney, pelvis
and
upper ureter in children.The
purpose of this retrospective study is to analized theposterior approach primally and report the experience in different approaches to
procedure operations
on
the upper urinary tract of pediatric surgery serviceon
theI-IIJG.
Between
January 1990 andMarch
2001,268
children 2 days tol5 years oldunderwent an 411 operations. Surgical indications were hydronephrosis, ureteropelvic junction obstruction, reflux nefropaty and outhers.
The
posteriorlumbotomy
was
performed in349
operations ( 121 pyeloplasties, ) andwas
firmed
the standard approach to benigns urinary disease. In oncologic surgery
and
trauma,the anterior approach
was
always praticated. ( 23 oncologic procedures~
20
Wilms, 2
-Neuro
blastomaand
Linfoma).The
results confirm andexpanded
theAPÊNDICE
0
Lombotomia
PosteriorA
lombotomia
posterior, teve seu usona
prática pediátricarecentemente popularizado por Duckett e outros,3`5
que sugerem
como
vantagens da técnica: a via mais direta, principahnente a junção uretero-
pélvica, excelente exposição
com
mínimo
dano
tecidual, jáque
poupa
a diérese muscular, ocasionandomenor
dor pós operatófia, introdução precoceda
ingesta oral, permite ser utilizada bilaterahnentesem
reposicionamentodo
paciente, contrastando
com
a secçãono
flanco,menor tempo
de hospitalizaçãosem
que a taxa de complicações seja aumentada.A
lombotomia
dorsal éum
acesso cirúrgico simples, pois apenas duasfáscias são abertas para se chegar à loja renal e retroperitônio.
TÉCNICA OPERATÓRIA
››
Posicionamento do
pacienteApós
a criança ser submetida a anestesia geral e intubaçãoendotraqueal, ela é reposicionada
em
decúbito ventral,com
acabeça
repousando sob
um
coxim, assimcomo
a pelve e os ombros, evitandocompressão
tóraco abdominal.›› Incisão
da
peleOrland e colsm relata três diferentes tipos de diérese cutânea
que
possibilitam chegar a musculatura lombodorsal para lombotomia:
1. a clássica incisão vertical de Gil-Vemet, que
acompanha
mediale paralelamente a borda lateral dos músculos sacro-espinhais;
2. a
modificada
por Lurz, deforma
arqueada segue a curvatura3. a incisão transversa, que respeita as Linhas de Langer.
A
BFigura 1
A
e B - Posição do paciente para lombotomia dorsal. ( decúbito ventral sobre coxins, permitindoprocedimentos bilaterais e ótima exposição para operação. Observar marcos anatômicos: 12” costela,
processos espinhosos, crista ilíaca . Observar local de incisão).
Indentificados os 3
marcos
ósseosque
delimitam a região lombar: cristailíaca, processos espinhosos das vértebras lombares e a 12g costela, localiza-se
facilmente a
borda
lateral dos músculos sacro-espinhais que são palpadosna
parte medial
da
12g costela até o terçomédio da
crista ilíaca, incisa-se a pele,iniciando-a
no
ângulo costo-vertebral e aprofundando-a até a lâmina posterior». /. `w . \` fi¬ ›~\ «I ` f '*¿`,,¡" ,..- \ « _ múkeulo quadmdolombaz ~ \ AN I ‹›. _ , .-. \ _ \ ,_ K /'_ .F ,_ ,ii .W ¬ ` LOJA RENAL lwú. fx» , _I_ .‹ Õ _ rf J u .‹ ‹ ..” ' . /'"J""'\~ " - .‹- A /I z . _..._ i .' .z zf _ .~' 1 .i , 'z
E
I . ` -_ ii, " -4 ` ` _ _! _ //I . _ ` ¿¿_., f . _ /'ff' fã ` . ~“' F: , ' ¡ , ›._L Jg» _ __› M V. .I . F "'* 2 `~` , ` w ,fi ͧ,` A! F ' ' fúwnimzúzrz A ` ` '› find: Ionnbrcal média
múeculo: mem-ncpinhnic
Figura 2 - Região lombar
nponuroce de nrlgpm da rn-'¡':c. tmm:-fflma du abdome
Mein Iomboduml nupmílclnl
>›
Acesso ao
rimA
fáscia lombodorsal posterior junto à aponeurosedo
grande dorsal são incisadosna
vertical.As
fibras musculares dos sacro-espinhais são retraídasmediahnente,
expondo
a lâminamédia da
fáscia lombodorsal,que
recobreo
músculo quadrado
lombar,onde
o nervo ílio-hipogástrio é indentificado epreservado retraindo-o cuidadosamente.
A
aponeurose deorigem do músculo
transverso
do
abdômen
( fáscia lombar) é incisada verticahnente, observada aFáscia de Gerota, esta é aberta,
provendo
acesso ao rim, pelve e ureter.O
campo cirúrgico pode ser extendido com a divisão do ligamento lombocostal, liberando a 12gcostela e aumentando a exposiçãof havendo o risco de lesão do ramo neurovascular subcostal e da margem
inferior da pleura. Wise,'4 entre outros, comenta ser desnecessário 0 seu emprego na infância.3' 12
',.-(Í4/.7.›.;'~' if”-.› -Ú//"V :I . ff ‹,z~;,¡,,í°' ""› "_ 1, ,- .` ;,- !=.zz.x,‹ ,_,›.;'.'z:~f -I ' H ¡' ' 'J,.V'"¡ J ' --.~¿*" ///7.;/' 7 /Í' , ' 6 rf' , f'
/
J l v' ' 'f » «lr '" __ z; ,cl I E Y fz . _- /›f //z .'y
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., .gi a. »;"z3; W ' 1,; 43 '4 p e4;š~“1' ` *~ '”J/
“_ 5 _‹›.f' ‹ il ii. "¿'¡ø/ 'gl i z . .. .M/~ ` ~,-‹,~» ‹ ..~:'_z‹ ›.;›; \.&\'“\ lã . \ \ /A' fl:-zflfl*-ã/-,×'Z7
fx/ * . J/_., _ ff' , uu _' ' /' 6/1./.~/"/
z' Jçz l, ‹ /Jó I / I .‹ . . Ã, : * ,V / vá z _), Art* _»
_u-É
Mi
Figura 5 - Lombotomia posterior, demonstrando acesso amplo à loja renal
Após
a realizaçãodo
procedimento éaproximada
a fáscia lombar,suturada apenas a
camada
da
lârnina posterior, deforma
contínua e a pele.0
Flanco
(Lombotomia
Lateral)As
incisõesem
flanco
são perfonnadas atravésda
secção de vários músculos,além
deserem
mais trabalhosas, implicamem
maior
sangramento equando comparada
alombotomia
dorsalna
criança apresentoumaior
morbidade
pós operatória, maiortempo
de hospitalização,havendo
diferençasignificativa
na
duraçãoda
operaçãoem
pacientescom
mais de 1ano
deTÉCNICA OPERATÓRIA
O
paciente é posicionadoem
decúbito lateral extendido,com
o lado afetado paracima
eum
coxim
colocado abaixo. Usualmente,além da
anestesia geral, bloqueio intercostal é realizado entre a llë e 12g costela.Após
a incisão
na
pele feita sob a l2Ê costela,com
bisturi elétrico de dupla açãosecciona-se as fibras musculares
do
grande dorsal, oblíquo externo, interno etransverso
do abdome,
cortando e cauterizando os vasos.A
incisão é aprofundada através dascamadas
musculares atéo
retroperitônio serindentificado.
A
Fáscia de Gerota é incisada posteriormente.O
fechamento é iniciado pelacamada
muscular, jáque
a Fáscia de Gerotanão
é rotineiramente fechada, suturada de acordocom
a preferênciado
cirurgião, incluindo os
músculos
transverso e oblíquo intemo anteriormente eda
fáscialombar
e serrátil postero-inferiorna metade
posteriorda
incisão.A
seguir é suturado o plano muscular superficial, constituído pelo grande dorsal e oblíquo externo,
no próximo
plano é suturado o tecido celular subcutâneo e por último a pele.”0
Laparotomias
Aceita
como
abertura cirúrgicada
cavidade abdominal, as laparotomias,que na
acepção corretado
tenno signífica “secçãoem
flanco”,promovem
acesso confortável eamplo
ao cirurgião, entretanto,há
um
níuneropotencial de complicações a curto e longo prazo,
como
lesões de órgãosintraperitoniais, íleo paralítico, aderências peritoniais e obstrução intestinal.9
Essa via
tomou-se
a procedimento padrão para pacientescom
Tumor
deWihns
( Nefroblastoma), de acordocom
a NationalWilms'Tumor
Study,8contra-lateral, grandes vasos, linfonodos hilares, peri-aórticos,
figado
a procura de evidência de disseminação tumoral.No
presente estudoforam
utilizadas as Laparotomias Transversas suprae infra umbilical ( Pfarmestiel) e Longitudinais pararretal intema e mediana.
As
incisões transversas supra umbilicais são perpendiculares ao plano sagital,seccionando os músculos reto
do
abdômen
transversahnente, oblíquo externo e internocom
angulaçãopróxima
a direção das fibras eno
mesmo
sentido otransverso e
o
peritônio. Gerahnenteforam
realizadas defonna
assimétricaextendidas para o lado acometido. Já as laparotomias longitudinais
poupam
as fibras musculares,pennitem
acesso ao trato urinário superior e inferior,quando comparadas
as transversas apresentammenos
sangramento,maior
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A
B
Figura 6