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A GESTAO DO SETOR... Planejamento da expansão do Setor Elétrico: histórico e perspectivas

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Academic year: 2020

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A GESTÃO DO SETOR.

Planejamento da expansão do Setor Elétrico:

histórico e perspectivas

JOSÉ L U IZ A LQ U É R E S

Engenheiro C ivil, Assistente da D ire to ria de Planejamento e Engenharia da E LE TR O B R ÁS, m em bro do Conselho Fiscal da ELETRO - N O R TE, Secretário Executivo do Com itê Na- donal Brasileiro'da-Conferência Mundial de Energia.______________ ____ ________________

1. A função planejam ento da expansão do S etor E létrico

A

s peculiares características do Setor E létrico, principalm en­ te a p a rtir do alcance de uma dimensão a nível nacional ex­ pressiva, transform aram , no caso brasi­ leiro, a função planejam ento da expan­ são, numa das mais im portantes no co n ­ te x to empresarial, evidentem ente, sem que isso signifique que outras funções devam ser esquecidas.

Destas características, destaca-se a p ró ­ pria velocidade do crescim ento do còn- sumo de energia elétrica que, nas ú lt i­ mas décadas, vem, p o r um c o n ju n to de m otivos, se expandindo a taxas elevadas, superiores aos 10% em média por ano. A esse ritm o , observa-se a necessidade de se d u p lica r as instalações de suprim ento a cada 7 anos. Ora, a dimensão fa n tá sti­ ca do programa de obras a ser cu m p rid o para fa cu lta r essa escala de expansão, evidentem ente, realça a necessidade de bem se estudar o elenco de obras a cons­ tru ir, sua adequada d istrib u içã o no te m ­ po, etc. Os ganhos empresariais possíveis de serem obtidos, neste campo, através de uma adequada seleção de prioridades, tornam-se, por assim dizer, mais co m ­ pensadores do que os ganhos im p o rta n ­ tes (porém menos expressivos), enseja­ dos po r uma m elhoria na operação dos sistemas existentes.

Um o u tro fa to r, im p o rta n te e pecu­ liar do Brasil, é a abundância de recursos de energia hidráulica. Esses recursos ocorrem em definidas localizações geo­ gráficas, não raro distantes dos centros de consum o, im plicando o seu aprovei­ ta m ento na construção de grandes redes de transmissão. Existe, ainda, a propen­ são de se o b te r grandes economias de escala na medida do crescim ento dessas instalações, p rincipalm ente quando, em obras de barragens, é privilegiado, ape­ nas, o aspecto geração de energia, com o.

aliás, tem sido hábito no Setor E létrico. Assim, o porte dessas obras vem crescen­ do ao longo dos anos, fazendo com que o Brasil possua o mais expressivo con­ ju n to de grandes obras prontas, em construção ou projetadas. Se notarmos que o prazo de construção, freqüente­ mente, supera os 10 anos, verifica-se que o programa de obras em construção, supera, a cada m om ento, a dimensão global do parque já instalado.

Sob o im pacto desse co n ju n to de fa ­ tores, vem se desenvolvendo, p rin c ip a l­ mente nos ú ltim o s 20 anos, a p a rtir da com plexidade m aior que vem atingindo o sistema elétrico, uma atividade de pla­ nejam ento m u ito peculiar às condições brasileiras. Se analisarmos os progressos m etodológicos da função planejam ento, podemos caracterizar três fases da evo­ lução m etodológica, sendo que uma quarta fase se considera, atualm ente, em processo, a saber:

Fase 1 — Correspondente ao pe río d o até 1963;

Fase 2 — Correspondente ao período com preendido entre 1963 e 1974;

Fase 3 — Correspondente ao período com preendido entre 1974 e 1981/82;

Fase 4 — P eríodo pós 1982. Fase 1 — Período até 1963

Neste p e río d o , os sistemas elétricos existentes no país eram de pequeno porte, salvo aqueles em to rn o das cida­ des do R io de Janeiro e São Paulo. A responsabilidade pela sua construção e operação cabia a uma m u ltip licid a d e de agentes, privados e governamentais, que, em bora regulamentados por uma legisla­ ção abrangente, desde o Decreto 41.019, de 26.02.57, eram extrem am ente vulne­ ráveis e p o lítica s fo rtu ita s do poder cen­ tra l. Nos ú ltim o s anos dessa fase, proces­ sou-se o in íc io da form ação in stitu cio n a l do Setor E lé trico , com a consolidação de algumas empresas regionais, com o CHESF e FU R N A S , a criação da E LE ­ T R O B R Á S , a m aturidade e exportação do “ m odelo C E M IG " a nível estadual, e a prática de uma postura adm inistrativa, a níve l de G overno, que assegurou às empresas condições adequadas de rem u­ neração de serviços, investim entos e ca­ pitalização própria.

Compreendendo, p o rta n to , o Setor E létrico, um c o n ju n to am plo de siste­ mas isolados ou, quando m u ito , com fraco nível de intercâm bio, operados por agentes distintos e, não havendo, se­ quer, até o fin a l do p erío d o , um agente centralizador efetivo a nível nacional, entende-se que o planejam ento da e x­ pansão se voltasse a uma ação por projeto. Com isso, entende-se que, de posse de procedim entos clássicos, as empresas selecionavam entre alternativas a me­ lhor fo rm a de agregar uma certa expan­ são na sua capacidade de suprim ento, se­ ja a nível de geração, seja a nível de transmissão. Essas expansões se deram, quase sempre, nas suas prórpais áreas de concessão e os sistemas de transmissão representavam redes pouco complexas, ligando, unidirecionalm ente, fontes ge­ radoras a centros de consumo.

Fase 2 — P eríodo com preendido en­ tre 1963 e 1974

O in íc io desse p e río d o é marcado pe­ la elaboração de Planos Regionais para as regiões Sudeste e Centro-Oeste (CA- NAM B R A) e Região Sul (C A N A M B R A ), aos quais se seguiram o u tro s para a Re­ gião Nordeste (E N E N O R D E ) e a Região N o rte (E N E R A M ).

Em decorrência do crescim ento dos mercados e do apontado nesses planos regionais e nos que lhes sucederam, in i­ ciou-se, no p e río d o , a interligação entre sistemas a n íve l intra-regional. As em­ presas amadureceram nas suas co n fig u ­ rações institucionais e o explosivo cres­ cim e n to da demanda in d u ziu a um fo r ­ talecim ento do m odelo de organização que se mostrava apto a atender ao desa­ fio básico do crescim ento, onde se des­ tacava a E LE T R O B R Á S , principalm ente seu papel de agente fin a n ce iro setorial.

Do p o n to de vista m etodológico, re- gistra-se que, decorrente da tendência para interligação, o planejam ento passa a considerar níveis mais elevados do que o de empresa individualizada, com o no p e río d o a n te rio r. A seleção de em pre­ endim entos passou a se fazer den tro de uma ó tica mais regional, já que a energia elétrica, cada vez mais, demandava maiores potenciais, em geral mais dis­ tantes e, p o rta n to , necessitando, para sua utilização, de transmissão a longas dis­ tâncias. O " p ró x im o em p re e nd im e n to "

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paSsou a ser objeto de análises com base no seu benefício para o sistema. A o t i­ mização do sistema h id rò té rm ico , a si­ mulação de " lo a d flo w " nas redes mais complexas de transmissão que iam se form ando, e um certo grau de valoriza­ ção de decisão do poder central (E LE - T R O B R Á S ), são características do pla­ nejamento da época, o qual p rivilegiou o desenvolvimento m etodológico com isso com patível.

É de se ressalvar que, até o fin a l des­ se p e río d o , o planejam ento do Setor E létrico ainda era conduzido na to ta l independência em relação a quaisquer outros setores energéticos e, mais ainda, não existiam planos nacionais. A siste­ mática de revisões dos planejamentos re­ gionais era suficiente para atender às necessidades objetivas de definição de novos em preendim entos que o cres­ cente mercado demandava.

Fase 3 — P eríodo com preendido entre 1974 e 1 9 8 1/82

Essa fase é marcada por dois fatores no plano m undial: crise energética, com súbito crescimento do preço d o petróleo, e a crise econôm ica, com um a não me­ nos brutal elevação do custo dos recur­ sos financeiros.

0 p rim e iro fa to r im p lico u numa cres­ cente demanda de divisas para fazer frente à com pra de petró le o , para o que, entre outros, o Setor E lé trico fo i chama­ do a comparecer, na fo rm a de captação de financiam entos vinculados à aquisi­ ção de equipam entos para alguns proje­ tos então concebidos, por vezes, fo ra dos esquemas oficiais de planejam ento do Setor. Assim, ao se ve rifica r o segun­ do fa to r, o Setor se e ncontrou m u ito vulnerável, o que se acentuou com a de­ terioração das tarifas, isto, já por efe ito da co njuntura inflacionária interna e a estratégia de reajustes então adotada.

Assistiu-se, do p o n to xle vista in s titu ­ cional, no p e río d o , ao fo rta le c im e n to da centralização da gestão governamental, no c o n te xto do qual o planejam ento, a médio e longo prazos, tão valorizado pa­ ra o S etor E lé tric o , fo i praticam ente abandonado, a tro c o de uma gestão f i ­ nanceira mais im ediatista, decorrente do co n te x to econôm ico problem ático.

Em bora, o processo fo rm a l de plane­ jam ento do Setor não tenha se in te rro m ­ pido — pelo c o n trá rio , registra-se, mes­ mo, um intenso progresso em métodos e técnicas específicas — sua representativi- dade caiu bastante. N o afã de aumentar essa representatividade, o Setor in c o rp o ­

rou ao planejam ento toda uma fre n te de análise de repercussões sobre a indústria de equipam entos e materiais. Por o u tro lado, a validade do apontado no pla­ nejamento do S etor E lé trico veio a so­ fre r restrições, face a determinações de se adotar, sem c rític a ,p a râ m e tro s fo rn e ­ cidos pela N UC LEB R AS .

Os docum entos de planejamento do p e río d o a dquiriram dimensão nacional, como o c o n ju n to de Projetos Especiais da E LE T R O B R Á S , Plano 95 e Plano 2000 e, também, e voluíram q u a lita ti­ vamente, principalm ente, pela dissemi­ nação da in fo rm á tica no â m b ito do Se­ to r. Registra-se, a p ropósito, que o Cen­ tro de Processamento de Dados da ELE- r ROBRÁS só fo i im p la n tad o em 1973.

Permaneceram esses docum entos (embora o ú ltim o já elaborado com a colaboração de órgãos, ta n to do Setor, co m o externos) com o produtos de uma visão centralizadora do processo de pla­ nejam ento, não havendo c o m p ro m e ti­ mentos externos ao S etor, no tocante à viabilização das premissas consideradas nesses planos.

Fase 4 — P eríodo pós-1982

A p a rtir de 1982, sistematizou-se, sob a coordenação da E LE T R O B R Á S e através d o GCPS (G rupo Coordenador do Planejamento d o Sistema E létrico), a prá­ tica de um planejam ento de cunho mais representativo, com a participação das empresas afetadas.

Elabora-se, tam bém , no p e río d o , o in íc io de uma reação in stitu cio n a l ao centralism o, que, na prática, transferiu todas as decisões essenciais ao S etor, pa­ ra órgãos e instâncias externas a ele. Pa­ ralelamente, o Setor se viu obrigado a valorizar o estudo da parte econôm ico- financeira de seus projetos de expansão, que deverá se processar num c o n te x to de escassez de recursos, sem precedentes na sua história recente, obrigando, com isso, uma integração planejamento-inves- tim ento-recursos financeiros, sem a qual não haverá planejam ento efetivo.

2. As etapas e o ciclo de planejam ento no â m b ito do S etor E lé trico

Na sua fo rm a atual, o processo de planejam ento pode ser d iv id id o em três etapas principais: a análise de longo pra­ zo, alcançando um ho rizo n te em to rn o de 30 anos; a análise de m édio prazo, enfocando a evolução do sistema nos prim e iro s 15 anos, e a análise de cu rto prazo, d e fin in d o os 5 anos iniciais.

A análise de longo prazo perm ite id e n tific a r as principais linhas de desen­ volvim ento do sistema e fix a r, em fu n ­ ção da composição do parque gerador e da necessidade de desenvolvim ento de processos tecnológico-industriais, as me­ tas para o programa de expansão de mé­ d io prazo. Nesta fase, os principais insu- mos necessários são as projeçõesde m er­ cado, os inventários das fontes de gera­ ção, as tecnologias e custos de transm is­ são e as características do sistema exis­ tente. Como principais p ro d u to s desta etapa, são o b tid o s a composição do par­ que gerador, a seqüência das usinas, os níveis de im portação e exportação de energia, a topologia e tecnologia dos grandes troncos de transmissão, os inves­ tim e n to s necessários e, fin a lm e n te , os parâm etros energéticos e econômicos.

A análise, a m édio prazo, estabelece o programa de expansão, condicionado pelos resultados da análise de longo pra­ zo, que atende aos requisitos previstos, com patibilizando-os com as condições vigentes no S etor E lé trico , bem com o com sua evolução. Como p rim e iro re­ sultados, são obtidas as alternativas de programas de obras de geração e trans­ missão. A p a rtir dessas alternativas, é efetuada uma análise econôm ica, visan­ do estabelecer o Programa de Expan­ são do Parque Gerador de Referência. Os estudos de sensibilidade para ajus­ tes no programa de geração e de ava­ liação do desempenho e lé trico do sis­ tema de transmissão fornecem os sub­ sídios para a elaboração do Plano De­ cenal da Geração e Transmissão e, a p a rtir das diretrizes estabelecidas pela E LE T R O B R Á S , fornecem os elementos para a Programação Plurianual de Inves­ tim e n to do S etor de Energia E létrica (PPE).

A análise de c u rto prazo representa um ajuste de decisões referentes ao pro­ grama de expansão do parque gerador,

um programa detalhado dos reforços da transmissão e a definição do programa de expansão da rede de d istrib u içã o . Para o desenvolvim ento dessa etapa, são necessárias inform ações sobre m ercado, programa de referência, lim ite s de in ­ tercâm bio e despachos, restrições cons­ tru tiva s e orçam entárias. A lé m desses insum os, devem estar disponíveis os cus­ to s, os índices de confia b ilid a d e e as ca­ racterísticas das usinas. Subsidiariam en­ te aos estudos do planejam ento, a ope­ ração dos sistemas ap o rta , nesta etapa, uma im p o rta n te co n trib u içã o sobre o status operativo do sistema e sua visão de prioridades.

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A expressão financeira do programa de obras é apresentada no PPE, que con­ siste na programação de investimentos das empresas do Setor de Energia Elé­ trica. Neste programa são discrim inados os principais empreendim entos da em­ presa, com previsão de investimentos pa­ ra os 5 prim eiros anos, apresentados ano a ano. O Programa de Investim entos é subm etido pelas empresas à apreciação da E LETR O B R Á S .

A Secretaria de C ontrole de Empre­ sas Estatais (SEST), no sentido de cen­ tra liza r o controle de dispêndios das Es­ tatais, estabeleceu o PDG, que consiste na elaboração do orçam ento global de dispêndios das empresas estatais. Este programa apresenta uma proposta de o r­ çamento para o ano em curso e in fo rm a ­ ções referentes aos anos subseqüentes, sendo que, na prática, apenas o d e fin i­ do para o p rim e iro ano acaba prevale­ cendo após a aprovação da SEST, que o analisa essencialmente pelo seu aspecto financeiro.

Pode-se dizer que, embora comuns a to d o o processo de planejam ento, as d i­ versas variáveis envolvidas têm pesos d i­ ferentes em cada um dos horizontes de planejam ento. Assim ó que, no longo prazo, os condicionantes estratégicos, li­ gados à expansão da economia, à dispo­ nibilidade de recursos prim ários e tecno­ lógicos, assumem papel fu n d a m e n ta l; no m édio prazo, a condição de econom ici- dade dos programas (custos m ín im o ) é d e term inante; no cu rto prazo, a análise financeira e condições com o prazos de construção, variações de crescimento dos requisitos de mercado, capacitação empresarial e outras variáveis c o n ju n ­ turais, preponderam .

Por sua vez, os estudos relativos a cada h o rizo n te têm prioridades dis­ tintas. A revisão dos estudos de longo prazo, que pressupõem a elaboração de um plano, só se faz necessária quando de mudanças significativas nos co n d icio ­ nantes estratégicos e nas variáveis m acro­ econômicas que afetam as diretrizes de longo prazo do S etor E lé trico . Sua pe­ riodicidade norm al situa-se em to rn o de cinco anos, quando da elaboração de planos do Governo.

Os estudos de médio prazo são revis­ tos com m aior freqüência, função da p ró p ria evolução das inform ações em que se baseiam, com o previsões de m er­ cado, evolução dos orçam entos de usi­ nas, etc. e são revistos, norm alm ente, em intervalos anuais.

Já os estudos de c u rto prazo, sujeitos a variáveis co njunturais, são em geral re­

vistos várias vezes ao longo do ano, em­ bora, oficialm ente, exista apenas um p ro d u to anual.

O ciclo de planejamento do Setor E létrico tem periodicidade anual, e de­ senvolve-se, continuam ente, ao longo do tem po, num processo de elaboração e revisão de metas, frente às flutuações do mercado e outras influências endógenas ou exógenas ao Setor.

A coordenação das atividades de pla­ nejam ento é exercida pela E L E T R O ­ BRÁS, por interm édio do G rupo Coor­ denador de Planejamento dos Sistemas E létricos (GCPS), e dos seus elementos estruturais, que são o Comitê D ire to r (CD), a Secretaria Executiva (SEC), os Comitês Técnicos (CT) e os Grupos de Trabalho (G T).

O processo se inicia com duas in fo r­ mações básicas: a Previsão do Mercado de Energia Elétrica para o decênio que se inicia, em itida pelo G rupo de Traba­ lh o de Previsão de Mercado (GTPM), do GCPS, e o resultante Programa de Gera­ ção de Referência, p ro d u zid o pela E LE ­ TR O BR Á S.

O Programa de Geração de Referên­ cia é subm etido ao GCPS, que através de seus Grupos de T rabalho de Análise do Programa Decenal de Geração (GTPG) e de Sistemas Isolados (G TS I), verifica, face aos dados de mercado, a adequação da programação para entrada das usinas geradoras recomendada pela E L E T R O ­ BRÁS. A pós referendada pelo Comitê D ire to r, c o n s titu íd o p o r Diretores e Pla­ nejam ento das Empresas, a programação é assumida com o válida para o ciclo de planejam ento daquele ano.

O mercado, após aprovado pelo Co­ m itê D ire to r, é encam inhado ao Subgru­ po de Estudos de Mercado dos P rinci­ pais Centros de Carga (SGPC) e ao G ru­ po de Trabalho do Plano Decenal de Transmissão (G TPD), sendo então p ro d u ­ zido po r este ú ltim o o Plano Decenal de Transmissão, que norteará as empresas em seu planejam ento de obras para o

p ró x im o decênio.

Com as inform ações referentes às obras de geração e transmissão, as em ­ presas elaboram seus PPE's (Programa Plurianal de Investim entos), enviando-os à E L E T R O B R Á S para serem analisados. A E LETR O B RÁS com pleta a análise do PPE, em todos os seus aspectos técnico- econômicos, indicando as djretrizes f i ­ nais para o PDG (Programa de Dispên­ dios Globais), possibilitando às empresas a consolidação dos seus valores e consi­ derando as restrições existentes. A E L E ­ T R O B R Á S , em seguida, se responsabiliza

pelo envio à SEPLAN do PDG das suas controladas, ao mesmo tem po em que as empresas coligadas estaduais encami­ nham ao mesmo órgão seus PDG's in d i­ viduais, que devem estar previamente com patibilizados ao programa global es­ tabelecido.

Os níveis finais de investim ento e m i­ tid o s pela SEPLAN, com base na análise financeira do Setor e em parâmetros de alocação inter-setorial de recursos, não raro inviabilizam totalm ente as p roposi­ ções encaminhadas, processando-se en­ tão as adaptações possíveis ao longo do ano, quase sempre im plicando em gran­ des prejuízos à qualidade dos serviços prestados pelo Setor.

No âm bito in te rn o às empresas con­ cessionárias, desenvolvem-se ciclos anuais de planejamento que, nas épocas devidas, se inter-relacionam com o men­ cionado ciclo de planejam ento do Setor E létrico. É de se destacar nesse âm bito empresarial a im portância do seu plane­ jam ento integrado. Para a empresa, este define as metas, planos de ação, orça­ m ento de custeio, orçam ento de investi­ m ento, quadro de pessoal, plano d ire to r de in fo rm á tica , planejam ento setorial e o u tro s instrum entos setoriais, com base em prioridades e diretrizes pré-estabele- cidas.

As mudanças no processo de desen­ vo lvim e n to econôm ico e social do país são fatores que orientam a fixação de prioridades e diretrizes da expansão do sistema elétrico, sendo deste m odo de­ term inantes do planejam ento. Devido à característica de interdependência sistê­ mica do planejam ento, não poderão ser efetuadas m odificações isoladas nos seus com ponentes sem que to d o o processo seja afetado.

Por fim , ressalta-se que a necessida­ de de uma tradução do planejam ento setorial n um docum ento de trânsito mais am plo a nível p o lític o — in s titu ­ cional, resultou na criação de Planos Estaduais. Os Planos Estaduais, ou de T e rritó rio s Federais, fo ra m criados em 1984, p o r in icia tiva da E LE T R O B R Á S . Eles são in s titu íd o s p or Portarias do D N A E E e sua execução com pete a G ru­ pos de Trabalho coordenados pela E LE ­ T R O B R Á S . Estes planos evidenciam os aspectos de planejam ento a níve l de u n i­ dade da federação, tratados de form a mais abrangente nos docum entos de pla­ nejam ento tradicionais do setor, com o, por exem plo, "P lano DecenaldeGeraçãb' e "P la n o Decenal de Transm issão". Eles visam, p o rta n to , id e n tific a r os requisitos de energia, apresentar os projetos neces­

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sários para atendim ento desses requisi­ tos, caracterizar os estudos e investim en­ tos correspondentes e a trib u ir as respon­ sabilidades para sua execução.

O Plano Estadual agrega, ainda, um objetivo p o lític o aos elementos prepa­ rados nos fóruns técnicos do G rupo Coordenador do Planejamento do Sis­ tema E létrico (GCPS), de fo rm a a to r­ ná-lo a expressão da p o lític a de desen­ volvim ento da utilização de energia elétrica empreendida pelo Governo do Estado, face à necessidade de sua com- patibilização com a atuação do Gover­ no Federal, através das empresas con­ cessionárias regionais e outros órgãos. 3- Planejamento e m etodologia:

grandes temas

O planejamento do Setor E lé trico é exercido num c o n te x to onde a expe­ riência dem onstra que, a cada época, o peso de diferentes fatores p o lític o s , eco­ nômicos ou sociais, produz feições pecu­ liares na sua fo rm a e no seu conteúdo. Assim, no passado, épocas com o a de 'reconstrução decorrente do realismo ta r ifá rio " e "expansão decorrente do milagre b ra sile iro ", im p rim ira m às d ife ­ rentes decisões, no âm bito do S etor, a sua marca e o seu sentido.

No sentido de bem caracterizar a si­ tuação atual do Setor, não se poderia e x c lu ir uma colocação, ainda que subje­ tiva, dos temas que, na metade desta dé­ cada, condicionam fundam entalm ente o Planejamento setorial: superação da c ri­ se e retomada do desenvolvim ento, pa- pel da energia elétrica no c o n te x to da energia global, m eio-am biente, no seu sentido social e ecológico, recursos h í­ dricos e aproveitam entos hidrelétricos, e configuração p o lític o -in s titu c io n a l.

Superação da Crise e Retomada do D esenvolvim ento

_ O Setor E lé trico atravessa uma situa­ ção extrem am ente grave do p o n to de vista econôm ico e fin a n ce iro . Sua vulne­ rabilidade atual é, po r conseguinte, bas­ tante grande, pois, de uma relativa a u to ­ nomia financeira, para condução do seu programa de investim entos, veio a cair em grande dependência de recursos externos ao Setor E lé trico . Esse fa to en­ fraquece a efetividade recomendada no seu planejam ento.

No panorama atual da economia bra­ sileira, onde o grande problem a que se coloca ê a retom ada do crescimento que assegure a plena utilização dos fa to ­

res de produção e a absorção de mão-de- obra, a problem ática do Setor E létrico, pelas suas características, mostra-se agra­ vada. T radicionalm ente, um setor capi­ tal intensivo com o o E lé trico , no con­ te x to de escassez to ta l de recursos em que vivemos, só consegue reequacionar satisfatoriam ente o seu desenvolvimen­ to com mudanças na fo rm a e no ritm o de capitalização. Novas p o lítica s com re­ lação ao atendim ento ao mercado, novas form as de co n d u zir os em preendim en­ tos, novas fontes nacionais ou interna­ cionais de recursos, novos modelos de estruturação empresarial, merecerão ser estudados e eventualm ente im plantados, de m odo que se assegure, com pativel­ mente com as possibilidades nacionais, um reenquadram ento do Setor E létrico num padrão de e q u ilíb rio que, no pas­ sado, pôde ostentar.

Papel da Energia Elétrica no C ontex­ to de Outras Formas de Energia. Os bens e serviços produzidos pela sociedade exercem uma demanda global de energia. D entro dessa demanda glo­ bal, a especificação do uso desta ou da­ quela form a ou fo n te particu la r de ener­ gia vai depender de um certo núm ero de fatores: a disponibilidade física do ener­ gético, seja o b tid o localmente ou atra­ vés de in tercâm bio; os preços relativos das diversas form as ou fontes de energia, para um dado níve l de tecnologia de produção e de uso; finalm ente, de d i­ versos aspectos — muitas vezes não com ­ putados m onetariam ente de fo rm a d ire ­ ta — que se podem tra d u z ir pelas idéias de conveniência no seu uso, tais com o: facilidade de m anipulação, grau de lim ­ peza, exigências de espaço para armaze­ nam ento, etc.

A c u rto prazo, as diversas form as de energia apresentam padrões bastante de­ fin id o s e estáveis de utilização, tendo ca­ da uma dessas form as seus tipos de con­ sumidores e usos finais relativam ente ca­ tivos. Ou seja, a intersubstituição entre fontes é relativam ente d if íc il a cu rto prazo, porque, por um lado, os fatores dos quais dependem o uso (preços, tec­ nologias disponíveis, etc.), numa pers­ pectiva de c u rto e m édio prazos, são re­ lativam ente estáveis, e tam bém porque os serviços de produção de energia, da­ das as suas características tecnológicas e de mercado, requerem, na m aior parte dos casos, investim entos de grande m o n ­ ta em capital fix o .

Os últim o s dez anos viram a quebra da estabilidade do preço do petróleo,

exatam ente o energético que, ao longo do ú ltim o meio século, vinha paulatina­ mente .absorvendo o mercado dos de­ mais energéticos e transform ando-se nu­ ma espécie de alternativa m onoenergéti- ca e universal, através do e fe ito conjuga­ do de baixo preço, facilidade de in te r­ câmbio e abundância de tecnologias sim­ ples para sua utilização. Com á quebra da estabilidade dos preços do petróleo, reverte-se a tendência à ampliação de seu uso, passando a viver o mercado glo­ bal de energia enorme grau de incerteza quanto à definição do papel das demais fontes, no atendim ento das crescentes necessidades globais por energéticos.

No caso brasileiro, com o resultado da alta dos preços do petróleo, adotou-se uma p o lític a deliberada de procura de alternativas energéticas e passa-se por uma certa euforia na substituição de de­ rivados, que, se nem sempre é ditada pe­ la razão, po r o u tro lado, sequer atinge seus objetivos especificados. Nesta fase, vários energéticos se apresentam com a suposta capacidade para substituição efetiva e virtu a l dos derivados de p e tró ­

leo, dentre eles, a eletricidade. Esta capa­ cidade, no e n ta n to , nem sempre veio acompanhada pelo requisito básico da disponibilidade de tecnologia de uso, a preço-sombra c o m p e titiv o .

O Setor E lé trico tem interesse p a rti­ cular, dado o gigantism o dos investim en­ tos que requer, em d e fin ir com rigor a posição da eletricidade, face aos demais energéticos, neste quadro de incerteza que caracteriza o mercado global de energia. Por o u tro lado, a natureza u n i­ ficada do planejam ento e da a dm inistra­ ção de preços do S etor E lé trico possibi­ lita , m elhor do que em o u tro s merca­ dos de energéticos, esta definição que, em ú ltim a instância, vai d e lim ita r m er­ cados, esquivando-se a eletricidade de absorver os mercados nos quais outros energéticos possam v ir a c u m p rir mais adequadamente o seu papel fin a l (entre eles os próprios derivados de petróleo) e, po r o u tro lado, absorvendo resoluta- ^ mente aqueles novos mercados onde tec­ nologias e preços lhes forem favoráveis. Esta definição requer, naturalm ente, es­ tudos cuidadosos das potencialidades de novos usos fin a is para energia elétrica, via-à-vis outros energéticos, tradução desta potencialidade em requisitos de mercado e, fin a lm e n te , na inserção des­ tes requisitos no planejam ento da o fe r­ ta do Setor.

F inalm ente, deve-se ter em- mente que, não só as novas tecnologias de p ro ­ dução, com o tam bém aquelas ligadas

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aos usos finais, m o dificam significativa­ mente a co m petitividade entre energéti­ cos. Neste caso, cabe ao Setor E létrico investir na geração de tecnologias de uso que possam vir a fa c ilita r à e le trici­ dade a absorção de novos mercados, cu­ jo uso, por m otivos de preços, conve­ niência, etc. mostram-se desinteressantes no m om ento. Parte deste esforço de ge­ ração de tecnologia deve, tam bém , visar a obtenção de níveis maiores de eficiên­ cia no uso da energia elétrica, o que per­ m itirá a extensão dos recursos existen­ tes por horizontes tem porais cada vez mais longos.

M eio-A m biente e Implicações Sociais A conservação dos recursos naturais e o desenvolvim ento econôm ico e social, são apresentados, na m aior parte das ve­ zes, com o sendo incom patíveis. É neces­ sária, pois, a com patibilização entre a ecologia e o desenvolvimento econôm i­ co e social, o b tida através da aplicação de novas tecnologias oriundas do desen­ vo lvim e n to c ie n tífic o .

A harmonização do b in ô m io tecno- logia-ecologia é um dos desafios mais sé­ rios que a humanidade enfrenta nos tem pos atuais. Considerando q u e .o de- sevolvim ento c ie n tífic o é uma conquista do hom em , cuja aplicação tecnológica deve se adequar às condições ecológicas, conclui-se que a unilateralidade da tec­ nologia não é a correta visão do fu tu ro , assim com o não é absoluto o imediatis- m o da relação b e n e fício /cu sto . Deve ser destacado que o caráter p ú b lico das em­ presas estatais exige c rité rio de avalia­ ção que transcenda os conceitos clássi­ cos de lucratividade e rentabilidade eco­ nôm ica, para in c lu ir critérios valorativos de sua c o n trib u içã o para o progresso econôm ico, social e p o lític o do país.

Na construção de sistemas elétricos’, a im plantação de reservatórios de usinas hidrelétricas, de linhas de transmissão e subestações, introduzem im portantes m odificações ambientais com a altera­ ção do meio fís ic o , b ió tic o , social, eco­ n ôm ico e cu ltu ra l das áreas afetadas. Em bora em m enor escala, no caso brasi­ leiro, as instalações de usinas te rm e lé tri­ cas in tro d u ze m , tam bém , m odificações no m eio-am biente. Por o u tro lado, os sistemas elétricos são influenciados pelo m eio-am biente, sofrendo restrições, não só do am biente n atural, mas, tam bém , de quase todas as atividades econômicas desenvolvidas pelo hom em . O bjetivando m in im iz a r estes efeitos negativos, são necessários estudos e medidas de con­

trole am biental e o aproveitam ento das áreas onde serão instalados os sistemas elétricos.

O Setor de Energia Elétrica, cons­ ciente dos benefícios, inclusive os de uso m ú ltip lo , e das m odificações in tro ­ duzidas no meio-ambiente, pela cons­ trução de sistemas elétricos, desenvol­ veu um "M anual de Estudos dos E fe i­ tos A m bientais dos Sistemas E lé trico s", apresentando um co n ju n to de p rocedi­ mentos e estudos que devem acompa­ nhar todas as etapas que visem a im plan­ tação dos sistemas elétricos, desde o pla­ nejam ento até a sua operação, de modo a estabelecer diretrizes que possam con­ c ilia r o desenvolvim ento econôm ico e social e a conservação dos recursos na­ turais.

Neste sentido, será necessária que a intervenção que se pretende no meio- am biente com a construção de sistemas elétricos seja criteriosa, de m odo a m i­ nim izar os im pactos previstos. Atenção deve ser dada tam bém aos efeitos am­ bientais nas instalações projetadas, de m odo a se lhes prover a m aior vida ú til possível. O pro je to de sistemas e lé tri­ cos deve ser precedido de estudos am­ bientais que perm itam avaliar o im pac­ to causado. Estes estudos im plicam em planos de levantam ento am biental da área afetada e na adoção, nos projetos de engenharia, de medidas que m in i­ mizem os efeitos causados nas instala­ ções.

Todas essas questões, sem dúvida al­ guma, se con stitu irã o em grandes temas para a década de 80, havendo, p o rta n to ,

a necessidade de incorporar o enfoque

energético-am biental na m etodologia de planejam ento de sistemas elétricos.

Recursos Hídricos e Aproveitamen­ tos H idrelétricos

A té a presente data, a m aioria das barragens existentes e em construção, foram projetadas com vistas a atender um único o b je tivo ou, no m áxim o, con­ siderar de form a com pletam entar outras finalidades, tais com o, abastecimento de água, c o n tro le de cheias, irrigação ou re­ gularização de vazões.

Em decorrência do grau de in d u stria ­ lização, urbanização e agricultura in te n ­ siva, atingida pelo país, paralelamente ao descontrolado aproveitam ento das águas, estão sendo desencadeados cres­ centes c o n flito s de interesses e que te n ­ dem, inclusive, a com prom eter o desen­ vo lvim e n to econôm ico e social, uma vez que tornar-se-ão escassos os recursos

h íd rico s necessários para atender aos re­ quisitos de quantidade e qualidade da água, o que torna evidente a necessida­ de de aproveitam ento de recursos h íd r i­ cos, considerando-se os usos m últiplos.

O C om itê Especial de Bacias H id ro ­ gráficas, in s titu íd o sob a inspiração dos bons resultados alcançados com a gestão dos recursos h ídricos da Região M etro­ politana de São Paulo, deverá p ro p o rc io ­ nar os meios necessários para que seja aprim orado o gerenciamento dos recur­ sos hídricos das bacias hidrográficas bra­ sileiras. Como conseqüência, haverá ne­ cessidade de se incorporar, no planeja­ mento de aproveitam entos hidrelétricos, o enfoque de usos m ú ltip lo s , inclusive os critérios de repartição dos benefícios e custos dos reservatórios entre os d ife ­ rentes usuários da água.

Um aspecto que deverá merecer, tam ­ bém, uma atenção especial, se refere a crité rio s de avaliação de terras a serem inundadas pelos reservatórios, pois, do po n to de vista econôm ico e social mais am plo, essas terras deverão ser avaliadas em função das suas potencialidades eco­ nômicas.

Estes fatores levarão a uma tendência de se situar o planejamento da expan­ são da geração de energia elétrica de fo n te hidráulica num c o n te x to , não so­ mente setorial, porém , fu n d a m e n ta l­ mente regional, analisando-se os apro­ veitam entos com o ações den tro de um quadro de prom oção econômica e social consideravelmente mais am plo que o atual.

Sistema Política mais Aberto

No c o n te x to de uma sociedade p o liti­ camente mais aberta, caberá ao Setor Elétrico reformular suas atitudes e pro­ cedim entos, em relação à participação mais ampla da sociedade no processo de planejam ento. Nessa perspectiva, é ine­ vitável uma politização crescente do processo de planejam ento, caso esse pre­ tenda ser e fe tivo a nível dos processos decisórios.

O p rim e iro níve l de politização o co r­ re no p ró p rio â m b ito do S etor, entre E L E T R O B R Á S e empresas concessioná­ rias, reforçando fóruns pré-existentes, com o o GCPS, num papel de coordena­ d o r dos planejamentos de âm b ito s geo­ gráficos distintos.

Um segundo níve l de politização re­ fere-se às posturas das empresas com relação a grupos organizados, que ques­ tio n a m programas e projetos que ve­ nham , de alguma fo rm a , afetar a vida

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das comunidades, quer em relação ao social, quer com respeito a possíveis danos aos ecosistemas.

Existe, ainda, um terceiro nível de politização, que poderá ocorrer em virtude do crescente envolvim ento dos empregados na gestão das empresas e no apoio o ficia l à p o lítica s de co-gestão.

Neste c o n te x to , os órgãos governa­ mentais e as empresas do Setor, terão que trilh a r o cam inho de fazer do pla­ nejam ento dos sistemas elétricos uma atividade mais aberta. Os planos e gran­ des projetos deverão ser comunicados, em suas grandes linhas, aos setores po­ lític o s , empresariais e da com unidade, num processo que se mostrará não so­ mente necessário mas desejável.

As entidades do S etor, em seus d i­ versos níveis, sentirão, p o rta n to , a ne­ cessidade de se estru tu ra r para este no­ vo tip o de inter-relacionam ento com a sociedade. Precisarão fo rm u la r p o líti­ cas e estratégias para lidar com as situa­ ções que surgirão. A o mesmo tem po, deverão se preparar funcionalm ente, d e n tro dos seus organogramas, com o ob je tivo de atuar de maneira eficaz neste sensível campo em que se fará crescente a influência da sociedade sobre o fu tu ro do setor.

4. Conclusões

Numa apreciação global, a m e to d o ­ logia de planejam ento do Setor E lé tri­ co vem respondendo às necessidades do Setor. A níve l do seu conteúdo técnico, a m etodologia progrediu em áreas es­ pecializadas, com pativelm ente com o que de m elhor se produz a níve l interna­ cional, embora permaneçam e xistindo desafios para o desenvolvim ento pleno de uma metodologia adequada a>todos os aspectos da realidade nacional.

As razões básicas para o que se apon­ ta prendem-se à pró p ria história e evo­ lução do S etor E lé trico no Brasil, que, apenas m u ito recentemente, crio u con­ dições de uma continuidade de fu n c io ­ nam ento das atividades de planejamen­ to . É im p o rta n te ressaltar que, para um Setor saudável tecnicam ente e, tam bém , no plano econôm ico e financeiro, é fu n ­ damental a manutenção de quadros téc­ nicos m otivados e engajados na criação de métodos nacionais, não só na área do planejam ento, com o, tam bém , em suas outras especialidades.

As principais recomendações e p ro­ posições que, em linhas gerais, vem sen­ d o sugeridas, no â m b ito do Setor Elé­ tric o , fo ra m agrupadas segundo a sua

natureza e estão indicadas nos itens seguintes.

Processo de Planejamento

A prim eira qualidade do processo de planejamento deve ser o seu senso de oportunidade. Os produtos demandados pelos centros decisórios devem estar dis­ poníveis a tem po de poder subsidiar as decisões e não, com o tantas vezes no passado, para se preparar planos e rela­ tó rio s ju stifica n d o decisões já tomadas. Para isso, é fundam ental que o p rim eiro sentido prospectivo a se desenvolver se­ ja o das decisões estratégicas. Talvez a nossa história fosse o u tra , caso o plane­ jam ento tivesse m elhor estudado e d iv u l­ gado, ju n to aos setores competentes, as­ suntos com o o papel das usinas nuclea­ res, a avaliação do inventário hidroelé­ tric o do País, a viabilidade da transmis­ são a longa distância, etc.

O u tro p o n to im p o rta n te , a nível de processo, é a clareza dos docum entos de planejam ento. Nesse aspecto, o fu tu ro será ainda bem mais exigente, já que, no passado, os docum entos eram unicam en­ te voltados para uso in te rn o ao Setor. Pretendendo a tin g ir, doravante, os cen­ tros efetivos de tom ada de decisão, o planejam ento será obrigado a uma clara comunicação e justificação de suas p ro ­ posições a públicos não especializados e aos segmentos da classe p o lític a que, inevitavelm ente, se d ividirão entre o apoio e a contestação das suas proposi­ ções. A títu lo de exem plo, acredita-se que a viabilização de novos aproveita­ mentos hid re lé trico s na Região Sul so­ mente se to rn a rá efetiva após intensas discussões, a níve l de comunidades afe­ tadas e mesmo do grande público, que deverá receber um aporte claro e preci­ so sobre a necessidade do proposto pe­ lo planejam ento.

Por fim , o processo deverá prosseguir na tendência p articipativa já posta em prática, o que fará da E LE T R O B R Á S uma coordenadora do planejam ento dos diferentes agentes internos ao Setor e uma interm ediadora deste com o u tro s se­ tores de governo. Os planos fe ito s cen- tralizadam ente e de responsabilidade ú n i­ ca de uma entidade (ainda que consul­ tadas outras) deverão ceder lugar a d o ­ cum entos elaborados segundo proces­ sos mais representativos. É de se lem­ brar que este fa to , certam ente, in tro ­ duzirá uma m aior lentidão no proces­ so a ser compensado por uma m enor necessidade de revisões e pela id e n ti­ ficação mais cedo da o p ortunidade de

elaboração de cada um dos produtos específicos, de fo rm a a se dispor do tem po necessário para o seu desenvol­ vim ento.

A m p litu d e do Planejamento

0 escopo clássico do planejam ento da expansão do Setor E lé trico esteve voltado à busca das soluçõés ótim as pe­ lo lado da programação das instalações de suprim ento, p o rta n to , pela o tim iz a ­ ção da oferta. Parece não restar dúvida, hoje em dia, que a prim eira variável a ser trabalhada adequadamente e, com base num aprofundam ento do conhe­ cim ento da própria visão econômica do consumo de energia elétrica, seja o mercado.

Possibilidades significativas, a nível de conservação de energia, poderão per­ m itir ao Setor superar o pe río d o mais c rític o de ajustam ento financeiro que se antevê. Por o u tro lado, a consideração de mercados, independente do nível de preço do energético, não mais se m ostrará adequada, face inclusive ao atual estágio já atingido na cobertura h o rizo n ta l dos serviços de eletricidade.

Na área de planejamento da o fe rta , deverão ocorrer algumas alterações nas m etodologias, devido à necessidade de incorporar a variável am biental, bem como o enfoque do aproveitam ento de recursos h íd rico s, com finalidades m ú l­ tiplas.

C onteúdo Social

Alguns aspectos merecem ser

consi­

derado s, para que ven h a m a in fle n c ia r

a m etodologia de planejamento.

Já se"mencionou, ao longo do te x to , que a metodologia de planejamento da expansão, sempre procu ro u a o tim iz a ­ ção de um processo de crescimento de um parque de instalações de suprim en­ to , visado sempre sob a ótica de um crescimento tentacular. A esta lógica de­ ve-se co n tra p o r o u tra , que pode ser de­ nom inada abordagem geográfica. Consi- derando-se a necessidade, em decorrên­ cia de uma p o lític a de desenvolvim ento regional, de se prover energia elétrica à população, a programação de expansão do Setor olhará, não só a expansão de li­ nhas e de mercados interligados, mas to ­ dos os vazios ainda não atendidos, para os quais se im porão técnicas especiais de suprim ento. Recentemente, a E L E T R O ­ BRÁS, em c o n ju n to com diversas e n tid a ­ des, preparou um manual de seleção en­ tre alternativas de sup rim e n to para

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sis-temas isolados, docum ento que vem preencher uma lacuna no que diz res­ peito ao equacionam ento do suprimen­ to aos sistemas isolados do Norte e Cen- tro-Oeste brasileiro.

O u tro aspecto a ser in tro d u zid o na m etodologia é o côm puto dos diversos custos sociais, decorrentes da im planta­ ção das instalações de suprim ento. São bem conhecidos os questionamentos dos ecologistas mais voltados à proteção ab­ soluta da natureza. A o lado destes, a n íve l até mesmo do in te rio r das áreas urbanas, são m ú ltip lo s os custos sociais in co rrido s pela população, via deteriora­ ção das condições de vida, dim inuição dos valores das propriedades vizinhas à instalações de suprim ento, perturbação do fu ncionam ento das atividades urba­ nas ao longo de períodos de construção, aum ento de riscos nas vizinhanças de instalações de suprim ento (não só nas usinas nucleares), etc., custos estes, deci­ didam ente, jamais com putados na sele­ ção econômica entre alternativas.

A nível do conteúdo social do plane­ jam ento, não se poderá abstrair de aná­ lises mais profundas de fenôm enos de consumo de energia elétrica à luz das form as de vida, hábitos de consum o e m odificação das condições culturais v i­ gentes na sociedade. O Brasil representa um caso m u ito com plexo, pelas d ic o to ­ mias que apresenta entre os diferentes segmentos sociais e econôm icos: socie­ dade economicamente m odernizada, versus sociedade arcaica; concentrações de riqueza, versus grandes bolsões de po­ breza; penetração in d is tin ta dos meios de com unicação de massa hoje e, no fu tu ro , talvez, da in fo rm á tica apliçada. Os estudos de balizam ento da demanda fu tu ra de energia elétrica passaram ao largo deste tip o de problem ática, pois, quase sempre, se caracterizaram pela ex­ trapolação das tendências do passado. 0 que ora se questiona é, até que p o n to a prática deste tip o de planejam ento aca­ ba ajudando a manutenção do status quo, retirando qualquer com ponente " n o rm a tiv o " do planejam ento. Real­ çamos, p o rta n to , no m om ento, a neces­ sidade de se considerar, antecipadamen­ te âs form ulações de programas especí­ ficos por parte do Governo, que m udan­ ças básicas em alguns parâmetros pode­ rão decorrer de imposições de ordem social, citando-se, com o exem plo, a re­ dução do níve l de apropriação da pou­ pança nacional para aplicação no Setor E lé trico , face outras prioridades.

Conteúdo Econômico

O aspecto mais premente, a nível me­ to d o ló g ico neste setor, se prende à ne­ cessidade do equacionam ento da itera­ ção, que se prenuncia inevitável, entre o programa requerido pelo mercado, a constatação de um quadro insuficiente de recursos para atendê-lo e o desenvol­ vim ento de um programa alternativo, com patível com os recursos. Esse p ro ­ cesso, sem dúvida, se repetirá algumas ve­ zes, até uma m elhor aferição dos in stru ­ mentos de planejamento e, a cada m o­ m ento, a caracterização de quem não será atendido a contento, será d e te rm i­ nante para a form ulação dos planos. T o ­ da a m etodologia de custo-benefício, aplicada ao Setor E létrico (inclusive com os seus custos sociais, conform e já referidos), deverá se torn a r operacional e de rápida manipulação. A o m ín im o econôm ico se acrescentará, p o rta n to , a im posição m etodológica dos programas de expansão que se referirem à m a x im i­ zação do b e n e fício social.

C onteúdo Tecnológico

A o longo do histórico do planeja­ m ento, observa-se que o horizonte do seu alcance dilata-se progressivamente. A esta dilatação, deve corresponder um tra ta m e n to diferenciado dos com ponen­ tes tecnológicos e de engenharia, passan­ do a considerar as perspectivas de desen­ vo lvim e n to tecnológico esperados e, tam bém , a possível variação dos custos unitários das diferentes soluções té cn i­ cas de suprim ento.

Este fa to transform a o planejamento. Este, se po r um lado já passava a in c o r­ porar toda uma investigação sobre fu tu ­ ros possíveis, à luz de mudanças nas re­ lações econômicas e sociais estabeleci­ das no passado, deverá, tam bém , consi­ derar a im p o rta n te variável tecnologia, principalm ente no segmento de longo prazo.

Os métodos de avaliação de te cn o lo ­ gias, em fase inicial de desenvolvimento hoje, tendo em vista a sua utilização d e n tro de 20 anos no Setor, são q u a lita ­ tivam ente diferentes a tu d o o que se tem trabalhado habitualm ente, deman­ dando quadro de pessoal com form ação c ie n tífic a e tecnológica diferente.

Cabe, ainda, com plem entarm ente, ao Setor E lé trico , na sua área de com petên­ cia, p ro d u zir e suportar uma p o lític a c ie n tífic a de pesquisa e tecnologia, que assegure uma adequada com petência na­ cional nesta área vital para o desenvolvi­ m ento.

Inserção no Processo de Planejamen­ to a N ível Global

Os dois níveis naturais de inserção a considerar, dentro da sistemática de pla­ nejam ento governamental vigente, c o r­ respondem ao planejamento do Setor Energético de responsabilidade do MME, e o planejamento global m acroeconôm i­ co, de responsabilidade da SEPLAN.

Nos últim os anos, o planejam ento sé- to ria l trabalhou predom inantem ente com cenários norm ativos, d e fin in d o metas a atingir (de auto-suficiência ener­ gética, de número de barris de petróleo a substituir por energia elétrica, de quantidade de carvão ou de petróleo a p ro d u zir, etc.) e induzindo os dife re n ­ tes setores à realização de programas com patíveis com essas metas (embora, sem que os meios para tal pudessem se considerar assegurados).

Na medida em que forem desenvolvi­ dos os estudos das potencialidades dos novos usos finais de eletricidade, vis-à- vis outros energéticos, com a tradução desta potencialidade em requisitos de. energia elétrica e a inclusão destes re­ quisitos no planejam ento da expansão dos sistemas elétricos, o processo de­ verá ser ite ra tivo entre o planejamen­ to do Setor E létrico e o do Setor Ener­ gético.

O planejam ento m acroeconôm ico fo i m u ito esvaziado em relação ao seu p ró­ p rio passado no país, em benefício de uma visão mais controladora do po n to de vista contábil-financeiro. Embora se possa esperar que, no c u rto prazo, com a unificação dos orçam entos na escala federal, a tendência não se inverta, acre­ dita-se que o planejam ento, a nível ma­ cro, vo lte , em poucos anos, à merecida valorização.

Pode-se antever então que, a ambos os níveis, im portantes reestruturações deverão ocorrer, inclusive avultando a necessidade de uma certa convergência entre ambos (macro e setorial) com o planejam ento da expansão do Setor E lé trico , se am oldando à nova c o n fi­ guração in stitu cio n a l para as atividades de planejam ento.

B IB L IO G R A F IA

1. Docum entos de Planejamento da E LE TR O - BR A S: C A N A M B R A 1966, Power Mar­ ket S tu d y and Forecast 1969, Revisão do Balanço Energético 1972, Plano 90,

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A GESTÃO DO SETOR.

Plano E N E N O R TE , Plano 95, C onjun­ to de Projetos Especiais da ELETRO - BRÁS, 1979, Plano 2000, Plano de E x­ pansão Correspondente ao Programa de Recuperação Financeira do Setor Elé­ tr ic o 1985.

2. Docum entos de Planejamento do GCPS — G rupo Coordenador de Planejamento do Sistema E lé trico, especialmente o B oletim de Planejamento.

3. M etodologia de Planejamento do Sistema E lé trico — Trabalho apresentado ao SP ISE-BR ACIER 1985 — José Luiz Al- queres e outros.

4. Planejamento do S e to r E lé trico — C onjun­ to de artigos apresentados nos Boletins de 1984 e 1985 da ABCE — Associação Brasileira de Concessionáriasde Energia E létrica e de autoria de A n tô n io Carlos T a tit H oltz.

A administração unificada das

empresas de energia do Estado

de São Paulo

JOSÉ GOLDEMBERG

R eitor da Universidade de São Paulo. Bacha­ rel em Ciências pela USP e pòs-graduado pela Universidade de Saskatcewan, Canadá. Foi presidente da CESP, CPFL, E L E T R O P A U L O e COMGÁS.

O

Governo do Estado de São Paulo detém o controle acio­ nário de q u a tro empresas de energia. Destas, três são de energia elétrica: a CESP — Companhia Energética de São Paulo; a CPF L — Com ­ panhia Paulista de Força e L u z e a E LE ­ T R O P A U L O - E letricidadedeS ão Paulo S /A . — e uma de gás, a COMGÁS — Companhia de Gás de São Paulo. Esta ú ltim a passou ao controle da CESP em novembro de 1984. A té então, era uma empresa do m u n ic íp io de São Paulo.

A lém dessas três empresas de energia elétrica, atuam ainda em São Paulo dez outras, de pequeno p orte, pertencentes à iniciativa privada. No entanto, cabem àquelas a responsabilidade pelo a te n d i­ m ento de 95% dos consumidores paulis­ tas, que, p or sua vez, consomem 97% da energia elétrica utilizada no Estado de São Paulo, conform e mostra a tabela.

A inda com a intenção de m ostrar ò tam anho e a im portância das empresas de energia elétrica do Governo d o Esta­ do de São Paulo, gostaríamos de com pa­ rar a potência instalada e a produção da CESP (empresa geradora, supridora e fornecedora) com os valores do Brasil com o um to d o .

Em 1984, a capacidade geradora ins­ talada da CESP, toda ela hidráulica, era de 8.468 MW (outros 4.031 MW esta­ vam em construção), valor que repre­ sentava, na ocasião, p erto de 24% da po ­ tência de geração hidráulica instalada no Brasil (ou 20% do to ta l brasileiro, quando se considera em c o n ju n to a h i­ dráulica mais a térm ica).

Naquele ano, a produção da CESP to ­ talizou 4 3 ,3 TW h (43,3 bilhões de KW h), valor que representou cerca de 25% de to d a energia elétrica p ro d u z id a n o Brasil.

Desde março de 1983, as empresas de energia elétrica passaram a ter A d m in is ­ tração U nificada, ou seja, um só Presi­ dente e um só Conselho de A d m in is tra ­

ção para todas elas. Hoje, entre elas está in c lu íd a a COMGÁS.

Por que uma A dm inistração Unificada? Por que não uma Secretaria de Estado? Por que não uma empresa " h o ld in g ", nos moldes da ELETR O B R Á S ? ou, ain­ da, por que não fusioná-las? Estas e m ui­ tas outras interrogações fo ra m colocadas às equipes que, neste campo, assessora­ vam o candidato eleito para governar São Paulo. Todas as possibilidades foram es estudadas com o m áxim o de cuidado.

A proposta escolhida fo i a da A d m i­ nistração U nificada e com ela pôde o Governo assegurar unidade de comando a to d o o com plexo energético do Esta­ do, concedendo, inclusive, o status de Secretário de Estado ao Presidente das empresas. Com isso, as trés empresas passaram a trabalhar de maneira integra­ da, inclusive no que d iz respeito à o t i­ mização dos recursos disponíveis, man­ tidas as características próprias de cada uma e sempre visando ao o b je tivo co ­ mum e p rio ritá rio que é atender, o mais eficazmente possível, aos interesses do povo paulista.

A manutenção das características próprias de cada uma das empresas to r­ nou-se extrem am ente im p o rta n te , pois na fo rm a de agir, a experiência vem sendo acumulada, com o no caso da CPFL e da E L E T R O P A U L O , p o r perfo- d o superior a sete décadas.

Logo no in íc io do G overno M o n to ro, fo i criado o Conselho Estadual de Ener­ gia, integrado po r representantes do Go­ verno, do empresariado, das Universida­ des e dos trabalhadores, com a funçSo precípua de traçar a p o lític a energética global no Estado de São Paulo.

Os problemas iniciais

De in íc io , a A dm inistração U nificada encontrou uma série de d ificuldades de­ correntes da c o n ju n tu ra adversa que atingia toda a econom ia brasileira: uma fo rte recessão unida a uma alta taxa de inflação, que in fe lizm e n te ainda perm a­ nece; um endividam ento e x te rn o , cu jo m ontante atingia índices insustentáveis e, ainda, a redução da atividade indus­ tria l, que tro u x e ao setor e lé trico , em particu la r para as empresas de São Pau­ lo, conseqüências de duas ordens: a que­ da acentuada das taxas de crescim ento

Referências

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