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OS STAKEHOLDERS NA REMANUFATURA DO BRASIL: UMA ANÁLISE CRITICA SOBRE A ECOLOGIA INDUSTRIAL

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International Scientific Journal – ISSN: 1679-9844 Nº 2, volume 14, article nº 2, April/June 2019 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v14n2a2

Accepted: 26/08/2018 Published: 20/01/2019

STAKEHOLDERS IN BRAZIL REHABILITATION: A CRITICAL

ANALYSIS OF INDUSTRIAL ECOLOGY

OS STAKEHOLDERS NA REMANUFATURA DO BRASIL: UMA

ANÁLISE CRITICA SOBRE A ECOLOGIA INDUSTRIAL

Iara Tonissi Moroni Cutovoi Universidade Federal de Uberlândia

Fernando A. P.S. Fortunato Universidade Nove de Julho

1. INTRODUÇÃO

Os clientes e investidores estão cada vez mais preocupados com a imagem das empresas perante a sociedade (ASHLEY, 2005). As corporações brasileiras tem dificuldade em organizar gerenciar o processo de inovação (TIDD et al., 2008). No Brasil em 2015 foram produzidos 2.568.976 de veículos (OICA, 2015). Conforme dados da Associação Nacional de Remanufatura (ANRAP) no ano de 2015, a remanufatura teve o crescimento anual de 10%, deste modo, teve participação de 6% no mercado brasileiro de reposição, com média anual de 2,6 mil toneladas de matérias primas recuperadas, portanto, existem intensos investimentos no ano de 2016, com expansão considerada acima da média do setor industrial.

O ministério do meio ambiente incentiva os processo de remanufatura. A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que permite o enfrentamento de problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Neste contexto surge a remanufatura, um assunto importante e relativamente novo, portanto, grande parte

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da literatura a respeito, ainda está sendo produzida (ATASU et al., 2008). Além disso, as pesquisas que examinam os mercados consumidores, e suas percepções de produtos remanufaturados, têm sido escassas (ABBEY et al., 2015; JIMENEZ-PARRA et al. , 2014).

A ecologia industrial oferece uma visão holística que considera as mais amplas necessidades, portanto, utilizar uma matéria prima por mais tempo, pode trazer benefícios ambientais e economicos, como minimização de custos e redução de emissões de CO2 (EHRENFELD, 2000).

Os processos de remanufatura oferecem maior complexidade, pois, são difíceis de planejar, gerenciar e controlar (ATASU et al., 2008). Neste contexto, o presente artigo tem o objetivo analisar a influência dos stakeholders, frente à complexidade dos processos de remanufatura conforme a Ecologia industrial, que busca explicar as organizações e os fenômenos, que impactam nas dimensões ambiental, econômica e social das mesmas.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. 1 ECOLOGIA INDUSTRIAL

A Ecologia Industrial (EI) segundo Almeida e Gianetti (2006), é um conceito empregado no setor produtivo que sublinha a visão de responsabilidade socioambiental, “tratando-se que as organizações são organismos que participam de um ecossistema industrial, inserido na biosfera, da qual demandam recursos e para a qual excretam dejetos”.

A EI não se limitando a gerir assuntos ambientais, pois também abranje problemas de administração das organizações, deste modo, atua como uma ferramenta com propriedades claramente econômicas, ambientais e sociais (EHRENFELD, 2000).

Salienta-se como uma das propriedades fundamentais da EI a integração dos diversos componentes de um sistema para reduzir: a entrada de recursos; a geração de poluentes; e as saídas de resíduos, tendo especial aplicação no nível interorganizacional (DESPEISSE et al., 2012). A EI pode ser compreendida em termos gerais por meio de suas cinco características, quais sejam (ISENMANN, 2003):

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 a perspectiva fundamental - Ter a natureza como modelo;

 seu objetivo primordial - Procurar a harmonia, o equilíbrio, a integração entre os sistemas ecológico e industriais;

 sua definição de trabalho - Uma ciência da sustentabilidade;

 seus objetos principais de trabalho - Produtos, processos, serviços e resíduos;

 sua ideia central - A procura pelo entrelaçamento de sistemas.

Inicialmente, pressupõe a visão sistêmica de todos os tipos de recursos e suas relações com a biosfera. Posteriormente, emerge o reconhecimento da interdependência entre progresso tecnológico, crescimento econômico e mudança social como pré-condições para haver desenvolvimento socioeconômico, em outras palavras, deve-se procurar que o progresso tecnológico esteja em consonância com o conceito de desenvolvimento sustentável (ISENMANN, 2003).

A Ecologia Industrial argumenta que o tradicional modelo industrial de desenvolvimento sustentável é formado pelas áreas: econômica; ambiental; e social (SEURING; MÜLLER, 2008). A EI na industria é normalmente mensurada em função do desmatamento ambiental e dos recursos energéticos. Ao introduzir os sistemas industriais na biosfera, esta passa considerar o design dos produtos, os processos industriais, e o reuso de materiais, além de avaliar as relações entre as indústrias e os demais sistemas na intermediação (TEIXEIRA, 2005).

2.2 REMANUFATURA

A utilização racional dos recursos naturais é de interesse da disciplina de ecologia industrial, pois o seu estudo permite minimizar a poluição, aumentar o reuso de materiais e demais práticas do gênero (EHRENFELD, 2000).

Devido à existência de uma grande gama de itens, as organizações encontram dificuldade de padronizar seus processos e produtos, portanto, necessitam de colaboradores especializados para exercer esta tarefa no sistema de remanufatura (JACOBSSON, 2000).

Elucidações a respeito do termo remanufatura, e também das definições do que se considera um resíduo industrial são salutares, e, portanto clarificar a ontologia, como um primeiro passo é importante para facilitar a comunicação através

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do campo (DEUTZ et al., 2009). Além de cumprir a legislação, a remanufatura pode ser considerada uma oportunidade de negócio com um alto impacto econômico (SUBRAMONIAM et al., 2010).

Um dos principais desafios da remanufatura está no fato de fabricar produtos com qualidade, por meio de matérias primas de qualidade desconhecida (PARKINSON; THOMPSON, 2004). Nesse sentido, a remanufatura pode ser vista como uma das estratégias mais atraentes para incorporar práticas sustentáveis no ambiente organizacional (SHARMA et al., 2010 ). Uma vantagem relevante da remanufatura é a minimização de não conformidades presentes no produto manufaturados (AYRES, 1994).

Os produtos remanufaturados podem trazer benefícios às organizações, como reduções de custos em relação a insumos e energia, além contribuir com a redução da emissão de gases poluentes (GOVINDAN et al., 2015). O interesse de pesquisas nesta área de Gestão da Cadeia de Suprimentos Verde (GSCM) tem aumentado significativamente, afinal, a produtividade é ampliada e surgem novas oportunidades de negócio como agregar a materiais considerados até então como lixo (ORSATO, 2006).

A GSCM é classificada em três grupos: o que discorre sobre a importância do tema; o que aborda o ecodesign; e o que trata de operações verdes, isto é, gestão de resíduos, remanufatura verde, e logística reversa (SRIVASTAVA, 2007). Existe a necessidade de um amplo debate entre os fabricantes, autoridades e a sociedade para compreender os impactos econômicos e ambientais antes de executar iniciativas de melhoria (GOVINDAN et al., 2015).

As organizações estão constantemente enfrentando desafios econômicos e ambientais, então, para aumentar as chances de sucesso em suas atividades, as empresas incentivam seus colaboradores a padronizar suas atividades de remanufatura, portanto, é necessário que os funcionários tenham habilidades relativas às várias atividades do sistema de remanufatura (JACOBSSON, 2000).

A operação verde se refere aos aspectos relacionados manufatura/remanufatura de produtos, isto é, ao uso, manuseio, logística e à gestão dos resíduos (SRIVASTAVA, 2007). Existe a necessidade de uma cadeia de suprimentos reversa adequada, com objetivo de maximizar o valor de recuperação (GUIDE et al., 2006). Este processo é conhecido como recuperação de valor (LINTON et al., 2008).

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2.3 STAKEHOLDERS

O termo stakeholder foi criado por Robert Edward Freeman em 1963, para se referir a um individuou, ou mesmo a um grupo formado por diversas pessoas, que são responsáveis pela tomada de decisão nas empresas (FREEMAN, 1984). Conforme Lyra et al. (2009) “[...] stakeholder em uma organização é, por definição, qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pela realização dos objetivos dessa empresa [...]”.

A gestão das organizações contemporâneas se configura pela relação dialética, entre o gestor empresarial e os stakeholders, ou seja, entre o dono da empresa, acionistas, empregados, fornecedores, clientes, financiadores, governo, comunidades, Organizações não governamentais, e a mídia (FREEMAN, 1984).

Os Stakeholders também são aqueles que têm ações de uma organização e a capacidade de influencia-las, deste modo, o sucesso ou fracasso da empresa esta diretamente relacionada a este grupo (TAPSCOTT; TICOLL, 2005). Pesquisas demonstram que normalmente, o stakeholder trabalha com a gestão estratégica organizacional e a tomada de decisão (CLARKSON, 1995; RIGBY, 2009).

O conteúdo estratégico elaborado pelo stakeholder é um modelo que abrange todo o processo da empresa, focando a estruturação, isto permite aumentar a vida útil da corporação, pois promove novas práticas e estabelece metas; pode ser tratado de forma metafórica como uma espinha dorsal da organização (CLARKSON, 1995).

Vale ressaltar, sobretudo, que a cooperação entre os stakeholders é fundamental, pois permite o acesso a novas parcerias e a investimento em novas tecnologias (CHOCTEAU et al., 2011). Neste contexto, a inovação no modelo empresarial é com considerado complexo e altamente arriscada, porem necessário para as corporações (CHESBROUGH, 2010).

A influência dos stakeholders em uma corporação ocorre em função de três características: poder; legitimidade; e urgência (LYRA et al., 2009). Conforme Lyra et al. (2009), “[...] o potencial para a cooperação do stakeholder é particularmente relevante, porque ele pode levar as organizações a unir forças com outros stakeholders, resultando numa melhor administração dos meios de negócios”.

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A Figura 1 ilustra a influência dos stakeholders em uma corporação, que ocorre em função de três características: poder; legitimidade; e urgência (LYRA et al., 2009).

FIGURA 1 – Influência dos stakeholders em uma corporação. Fonte: Adaptado de Mitchell et al. (1997).

Conforme a Figura 1, oss stakeholders são tipificados. O stakeholder adormecido (latente), aquele que possui poder para estabelecer seus interesses, mas não tem legitimidade ou urgência, portanto, seu poder não é utilizado com frequência. Este stakeholder tem facilidade em alcançar outras características (LYRA et al., 2009).

Já o stakeholder arbitrário, tem legitimidade, porém, não tem poder para exercer influencia na corporação. Está relacionado à responsabilidade social da empresa. Existe o reivindicador (demandante), aquele caracterizado pela urgência, não tem legitimidade e poder, normalmente não prejudica a empresa, mas é necessário monitora-lo, pois este tem a capacidade de eventualmente desenvolver outro atributo (LYRA et al., 2009).

O stakeholder dominante é dotado de poder e legitimidade na empresa, deste modo, tem a expectativa de que sua importância seja reconhecida. O perigoso tem poder e urgência, mas não tenha legitimidade, isto pode gerar um perigo para a corporação. Por fim, o stakeholder dependente, tem legitimidade e urgência em seus argumentos, mas para implementar quaisquer ações, precisa da autorização ou apoio de um outro stakeholder (LYRA et al., 2009).

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3. METODOLOGIA

A elaboração deste trabalho foi pautada exclusivamente em uma revisão bibliográfica documental. Neste tópico é apresentada a sustentação metodológica, buscando esclarecer como a pesquisa foi concebida e executada, para atingir seus objetivos e resultados finais.

O presente estudo se caracteriza como estudo teórico descritivo qualitativo, por meio de pesquisa bibliográfica. Quanto aos fins, esta pesquisa é classificada como pesquisa descritiva. A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno, ou mesmo, estabelecer correlações entre variáveis e definir a sua natureza (VERGARA, 2000).

O levantamento de artigos teve inicio pela busca em bases de dados científicas, como por exemplo, o mecanismo de pesquisa EBSCO host. O critério para a seleção dos trabalhos no presente banco de dados teve como referência, o período estipulado de 1984 até 2016, tendo como premissa a divulgação do Relatório Brundtland, intitulado “Nosso futuro comum”, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas. Este recorte fundamenta-se pois o relatório enfatiza problemas ambientais, como o aquecimento global e aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas.

Em relação ao levantamento bibliográfico, na pesquisa inicialmente foram selecionadas configurações abrangentes de pesquisa, no mecanismo de busca (resenhas, revistas acadêmicas, publicações comerciais, revistas e notícias), desta forma, foram apresentados 850 artigos. Para iniciar a filtragem de resultados, na sequencia, foi solicitado à pesquisa da mesma palavra chave em revistas acadêmicas, então foram encontrados 663 periódicos; e após selecionar os abstracts que continham o termo remanufacturing, foram encontrados num total de 111 artigos. Realizados os mesmos critérios de busca, porém com a palavra remanufacture foram encontrados 121 artigos.

Em sequência foi realizada a busca com as concatenações das palavras “remanufacturing & remanufacture” que trouxeram 48 artigos. Finalmente, houve uma seleção tendo como referência à aderência ao assunto abordado neste trabalho, posteriormente, ocorreu à leitura dos artigos e a reunião dos demais materiais como livros, normas técnicas e outros totalizando 53 trabalhos, para

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verificar suas relações com os estudos da administração de empresas e teorias organizacionais de ecologia industrial e stakeholders.

A pergunta de pesquisa deste estudo é: Como os mecanismos da ecologia industrial impactam na remanufatura e são influenciadas pelos stakeholders?

4. CRÍTICAS E DISCUSSÕES

Durante o levantamento bibliográfico foi constatado que as empresas tem dificuldade em lidar com a remanufatura, por ser um assunto relativamente novo. A remanufatura precisa ser mais explorada em pesquisas. Além disso, as pesquisas que examinam os mercados consumidores, e suas percepções de produtos remanufaturados, têm sido escassas (ABBEY et al. , 2015; JIMENEZ- PARRA et al. , 2014).

Pesquisadores têm proposto o modelo da Ecologia Industrial para orientar as indústrias na minimização dos seus impactos ambientais, criando condições favoráveis ao desenvolvimento sustentável (EHRENFELD, 1997; GIBBS; DEUTZ, 2009). Sobretudo, tais ações possuem relação direta com as dimensões do desenvolvimento sustentável, à medida que tendem a diminuir os custos dos insumos e as despesas com desperdícios (econômica); amenizar a utilização dos recursos naturais e a produção de resíduos sólidos (ambiental) e, por fim, podem incrementar a qualidade de vida da população (social).

As empresas que executam o processo de remanufatura geram reduções de custos significativos (ATASU et al., 2008). Os fabricantes podem utilizar os mesmos recursos do sistema de manufatura, para implementar a remanufatura, podendo recolher os produtos “usados” e distribuir os produtos remanufaturados, por meio dos mesmos canais logísticos, e ainda, compartilhar recursos nas operações (SEITZ, 2007).

Os autores Teixeira e César (2004) comentam que segundo a EI, o que é considerado um resíduo num processo produtivo, é aproveitado como insumo em outro processo, formando, assim, um circuito fechado de aproveitamento de insumos, isto faz com que a quantidade de matéria que transita na biosfera se mantenha constante. Isso resulta em redução tanto da demanda de recursos naturais, quanto na redução de resíduos, minimizando a pressão sobre a natureza.

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A remanufatura pode ser um negócio lucrativo, pois reduz o uso de energia na fabricação de matéria-prima quando comparada com a produção de um novo produto (BERNARD, 2011). A remanufatura pode ser observada sob o aspecto ecológico, ou seja, uma alternativa para cumprir legislações baseadas no princípio de Responsabilidade Estendida do Produtor (REP). A empresa pode utilizar a remanufatura como uma forma de marketing verde para promover sua imagem (LINDHQVIST, 2000).

Conforme The European Remanufacturing Network. (ERN, 2015) a remanufatura no Brasil está focada principalmente na indústria aeroespacial, peças para veículos automóveis, pesados e off-road, e tecnologia da informação (TI). A indústria de remanufatura é composta por milhares de pequenas empresas, principalmente empregando até vinte trabalhadores. Há mais de duas mil empresas de remanufatura de motores no Brasil, 60% das quais empregam menos de seis trabalhadores. O restante são pequenas e médias empresas, que empregam entre vinte e sessenta trabalhadores. No entanto, várias grandes empresas multinacionais são responsáveis pela maior parte da atividade de remanufatura. Os fabricantes de peças dos setores automotivos são responsáveis por 75% do valor total da remanufatura no Brasil.

Em relação aos atores da cadeia de suprimentos envolvidos na remanufatura, dois podem ser identificados como os principais: remanufaturadores do equipamento original do produto (Original Equipment Manufacture-OEM) e remanufaturadores independentes (JACOBSSON, 2000).

Outros stakeholders exercem pressões, e influenciam adoções de praticas ambientais na remanufatura, como: clientes e consumidores finais; comunidades locais e organizações não governamentais; Desta forma, a ecologia industrial é disseminada. Outro ponto a destacar, quanto aos stakeholders, concentra-se na capacidade de legitimação, no papel e nas diferentes pressões exercidas por eles. Normalmente, quanto maior a legitimidade de um stakeholder , as organizações e os outros públicos de interesse, maior é a sua capacidade de pressão sobre eles (FASSIN, 2008).

Outro aspecto é que os stakeholders desempenham um papel central na definição, defesa e operacionalização dos diferentes conceitos de desenvolvimento sustentável, afinal, são os seus interesses, posições e embates que preenchem o

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campo de discussão e prática da sustentabilidade (KERKHOF; WIECZOREK, 2005).

5. CONCLUSÃO

O objetivo proposto por este artigo foi alcançado, pois a pergunta de pesquisa proposta, “Como os mecanismos da ecologia industrial impactam na remanufatura e são influenciadas pelos stakeholders?”, foi claramente respondida. Sendo vital para as organizações a necessidade de integrar a sustentabilidade, devendo ser entendida e integrada de forma estratégica pela organização. As atividades de uma organização em relação às questões, ambientais, econômicas e sociais são influenciadas pelos stakeholders.

Este trabalho abordou aspectos críticos da remanufatura, do ponto de vista do OEM, o intuito foi explorar como ocorre a remanufatura e suas características principais, trazendo informações a respeito de como a ecologia industrial pode influenciar na remanufatura.

A conscientização tem um papel fundamental, pois sempre existem outras opções além de produtos novos, que muitas vezes são mais financeiramente acessíveis, e eventualmente possuem a mesma qualidade e garantia, além dessas atraentes características, contam com um forte apelo sustentável.

Outro destaque da remanufatura consiste em uma estratégia de fim de vida dos produtos, que trazem benefícios quando a dependencia das matérias primas em geral é reduzido, pois, além de minimizar e/ou evitar as emissões de CO2 na

atmosfera, preservam de uma forma geral o meio ambiente. Também foi constatado, que são obtidas vantagens econômicas que proporcionam lucratividade as organizações, pois ajudam a estabelecer um preço de mercado reduzido e social, diante dos diversos aspectos que a logística reversa proporciona dentro da cadeia de suprimentos.

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FIGURA 1 – Influência dos stakeholders em uma corporação.

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