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ORDENAMENTO TERRITORIAL E PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS: ANÁLISE EM AMBIENTE METROPOLITANO

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ORDENAMENTO TERRITORIAL E PROBLEMAS

SOCIOAMBIENTAIS URBANOS: ANÁLISE EM

AMBIENTE METROPOLITANO

Marcel Bordin Galvão Dias Programa de Pós-Graduação em Geografia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP, Campus de Presidente Prudente (SP)

mbgdias@gmail.com

Jéssica de Sousa Baldassarini Programa de Pós-Graduação em Geografia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP, Campus de Presidente Prudente (SP)

jessika_baldassarini@hotmail.com

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das técnicas e a complexificação da sociedade ampliaram a capacidade interventora do homem sobre as dinâmicas da natureza, atribuindo-lhe o papel de agente geológico-geomorfológico. A magnitude e intensidade da ação humana sobre as dinâmicas da natureza variam no tempo-espaço, de acordo com os diversos arranjos socioambientais e o nível de desenvolvimento dos diferentes grupos sociais. Deste modo, a ação humana no ambiente produz efeitos diversos, especialmente em áreas urbanas, nas quais estes se ampliam e diversificam. A formação dos depósitos tecnogênicos é um exemplo desta ação sobre a fisionomia e a fisiologia da paisagem, posto que estes são constituídos a partir do acúmulo de materiais remobilizados pela ação humana (direta ou indireta), somado à incorporação de artefatos diversos em meio às camadas sedimentares.

Nos ambientes urbanizados, a gênese destes depósitos está associada à forma de apropriação dos compartimentos geomorfológicos e ao ordenamento territorial. Historicamente, as cidades brasileiras foram edificadas em áreas aplainadas, próximas ao litoral e aos cursos d’água, utilizados como principal fonte de abastecimento. Com o desenvolvimento social e o estabelecimento de estratos socioeconômicos distintos, a forma como os grupos sociais se relacionam e se apropriam dos elementos naturais, dentre eles o

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relevo, se modificou. No caso do Brasil, o crescimento vertiginoso das cidades em decorrência de transformações na estrutura social, econômica e política ocorrida a partir dos anos de 1960, resultou na adoção de um modelo de urbanização, por vezes, indiferente às fragilidades do meio físico.

Em diversos municípios brasileiros, a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis, associada à inexistência ou precariedade de políticas públicas voltadas à instalação ou melhorias na infraestrutura e serviços urbanos (sistema de microdrenagem, arruamentos, saneamento básico, coleta e tratamento do lixo) e os hábitos culturais da população, como as queimadas, o lançamento de lixo e entulho em terrenos baldios e nos fundos de vale, colaboraram para a instalação de um quadro de degradação socioambiental. Assim, observa-se na atualidade a ocorrência de diversos problemas ambientais urbanos, especialmente aqueles relacionados à qualidade do ar, das águas e do solo, a exemplo do assoreamento e contaminação dos cursos d’água pelo lançamento de resíduos sólidos e esgotos e a degradação dos solos pela erosão antrópica acelerada, em áreas urbanas e rurais, associada à retirada da cobertura vegetal e as práticas inadequadas de uso e manejo do solo, sobretudo por atividades econômicas como a agricultura e a pecuária.

Dada a complexidade das dinâmicas sociais e naturais, a identificação e caracterização dos depósitos tecnogênicos fornece bons subsídios para o entendimento acerca da intervenção humana sobre a natureza e suas dinâmicas, uma vez que a composição dos materiais tecnogênicos está diretamente relacionada à ação humana desenvolvida num dado ambiente contendo, portanto, materiais autóctones, sedimentos remobilizados e artefatos manufaturados diversificados. Sob essa perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo central identificar e caracterizar a gênese dos depósitos tecnogênicos localizados no perímetro urbano de Goiânia (GO), tendo como recorte espacial a região noroeste (Figura 1).

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Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo no perímetro urbano de Goiânia (GO)

A escolha da área para identificação, coleta e caracterização dos depósitos tecnogênicos deve-se à especificidade do histórico de uso-ocupação da terra, caracterizado pela ocupação das planícies e fundos de vale. Devido à inobservância das condições ambientais locais, os solos, em especial, foram significativamente alterados pela ação antrópica, incorporando artefatos diversos, produto das atividades desenvolvidas ao longo do processo de ocupação, o que resultou na formação de depósitos tecnogênicos, especialmente nas planícies aluviais que integram a rede de drenagem local.

METODOLOGIA

Inicialmente, procedeu-se o levantamento bibliográfico para a caracterização dos aspectos ambientais da área de estudo (geologia, geomorfologia, solos), bem como aqueles relacionados ao uso e ocupação da terra. Na sequência, foram elaboradas as cartas

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temáticas e o diagnóstico das condições ambientais e de uso e ocupação da terra na área, buscando realizar uma análise dos aspectos naturais e sociais para o entendimento da dinâmica atual da paisagem. Em campo, priorizou-se a observação dos fundos de vale e das planícies aluviais, considerando-se que tais ambientes recebem (direta e indiretamente), de modo contínuo, sedimentos e artefatos produzidos pelas atividades humanas no entorno e a montante, transportados pelos canais fluviais ou pelos fluxos de escoamento superficial nas vertentes.

A escolha da região noroeste como área para este estudo deveu-se às especificidades de seu histórico de uso-ocupação e também ao fato de seus bairros encontrarem-se em diferentes estágios de urbanização (consolidado, semi-consolidado e em consolidação). A não escolha de áreas situadas na porção central do perímetro urbano justifica-se pelo fato de que nestas localidades observa-se maior impermeabilização do solo pelas edificações e pavimentação asfáltica, bem como a existência de planícies aluviais profundamente alteradas pelas canalizações dos cursos d’água. Já nas áreas circunjacentes à porção central, caso da região noroeste, as áreas de planície aluvial encontram-se acessíveis e possibilitam a identificação e coleta dos materiais tecnogênicos com as estruturas deposicionais de origem antrópica pouco alteradas, diferentemente das áreas densamente urbanizadas.

Deste modo, foram eleitos dois pontos de amostragem para a realização de coletas dos depósitos tecnogênicos em diferentes bairros da região noroeste. Os pontos amostrados, genericamente denominados pelos números 1 e 2, localizam-se no Setor Morada do Sol e Chácaras Maria Dilce, respectivamente. A seguir estão representados os pontos de coleta com a indicação do local de retirada das amostras (Figura 2).

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Figura 2 - Mapa de localização dos pontos amostrados com indicação do local de coleta

Em campo, as coletas de material tecnogênico foram realizadas utilizando-se tubos de PVC de quatro polegadas, com um metro de comprimento. Os tubos, aqui denominados de testemunhadores, foram inseridos verticalmente em taludes pré-existentes com o auxílio de uma prancha de madeira e uma marreta, para impulsionar a penetração. Após a retirada completa do testemunhador, suas extremidades foram vedadas para evitar a perda de material e este foi transportado/acondicionado na posição horizontal. Os testemunhadores foram abertos lateralmente (Figura 3) utilizando-se serra Makita® no Laboratório de Geomorfologia, Pedologia e Geografia Física (Labogef) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Posteriormente, os tubos ficaram expostos ao ar para secagem parcial do material. Em seguida, foram identificadas (visualmente) as camadas constituintes de cada depósito, adotando-se como critérios a cor, a textura e a presença de artefatos. De cada uma das camadas foram coletadas amostras que, por sua vez, foram acondicionadas em sacos plásticos, lacrados e identificados, e transportadas para o

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Laboratório de Sedimentologia e Análise de Solos da UNESP, Campus de Presidente Prudente (SP).

Figura 3 - Testemunhador contendo amostra de material tecnogênico coletado na área de estudo

Fonte: Acervo pessoal do autor

Em laboratório, as amostras coletadas foram retiradas das embalagens plásticas e colocadas em recipiente para secagem por uma semana. Após a secagem, as amostras foram peneiradas utilizando-se peneira com abertura de 2 mm para separar os sedimentos dos artefatos incorporados às camadas, como fragmentos de vidro, cerâmica, plásticos, madeira, tecido, etc (Figura 4)

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Figura 4 - Amostra bruta peneirada utilizando-se peneira de 2 mm de abertura

Fonte: Acervo pessoal do autor

Posteriormente, procedeu-se a observação dos artefatos encontrados nas camadas identificadas utilizando-se um estereomicroscópio, com capacidade de aumento de 52 vezes. As amostras brutas foram, primeiramente, observadas a olho nu, identificando-se e separando-se os materiais relacionados à atividade humana, como fragmentos de plástico, vidro, madeira, cerâmica, etc (Figura 5). Em seguida, os materiais selecionados foram transferidos para um pequeno recipiente côncavo, de modo que fosse possível observá-los no microscópio.

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Figura 5 - Amostra contendo artefatos diversos (plástico, vidro, madeira)

Fonte: Acervo pessoal do autor

As cartas temáticas representativas da localização dos pontos de coleta dos depósitos tecnogênicos e dos aspectos do meio físico (geologia, geomorfologia e solos) em escala de semi-detalhe (1:40.000), contendo a representação da malha urbana, foram elaboradas a partir da base de dados constante no Mapa Urbano Básico Digital de Goiânia (MUBDG, v.23). Os produtos cartográficos foram elaborados em ambiente SIG, utilizando o software ArcGis®110.

O mapa de uso e cobertura da terra foi elaborado a partir das imagens do Landsat 8, órbita/ponto 222/71, de 24 de outubro de 2013, obtidas do website http://glovis.usgs.gov/. As imagens foram reprojetadas para sistema de projeção UTM, o mesmo do banco de dados do MUBDG v.23, e na sequência foi realizado o recorte da área de estudo. A classificação (supervisionada) da imagem ocorreu utilizando-se o software ENVI®4.7 e o classificador SVM. A arte final (layout) foi realizada no ArcGIS®10. As classes foram elaboradas levando-se em consideração os preceitos do Manual Técnico de Uso da Terra (IBGE, 2013), porém com adaptações na legenda, para que fosse possível representar aspectos mais pontuais da área de estudo, tais como as áreas verdes e os vazios urbanos.

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A análise e discussão dos resultados obtidos considerou as observações realizadas em campo e nos depósitos coletados (cor, textura, coesão, materiais presentes), os dados obtidos em laboratório, as cartas temáticas relativas ao meio físico e a bibliografia referente ao tema, em especial, aquelas relacionadas ao uso e ocupação da terra na região noroeste. Procurou-se, de modo geral, resgatar o histórico de uso e ocupação como elemento balizador para compreensão da gênese e tipologia dos depósitos, bem como dos problemas socioambientais decorrentes da apropriação dos compartimento do relevo e dos solos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O município de Goiânia está, geologicamente, situado sobre duas unidades litoestruturais distintas. Na porção setentrional destacam-se as rochas pertencentes ao Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu, compostas por granulitos (orto e paraderivados) ácidos e básicos, metagranitóides e rochas metavulcanossedimentares associadas que remontam ao Arqueano-Proterozóico Inferior. Já na porção meridional predominam rochas pertencentes ao grupo Araxá-Sul de Goiás, com a ocorrência de micaxistos e quartzitos que datam do Mesoproterozóico (MORETON, 1994; CAMPOS et al., 2003). Acerca destas duas formações, ressalta-se um grande contraste entre os terrenos situados nas porções norte e sul do município, separadas por uma zona de cisalhamento de direção geral EW, colocando em contato duas formações bastante diferenciadas quanto à idade e composição, resultando em comportamentos distintos face aos processos naturais e antrópicos (LOPES, 2001). Na área de estudo encontram-se os granulitos anfibolitos e bandados (Figura 6).

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Figura 6 – Mapa de geologia da região noroeste de Goiânia (GO)

Os materiais de cobertura superficial são representados predominantemente pelos Latossolos, em geral ocorrendo em relevo plano a suave ondulado. As principais classes encontradas e de maior expressão consistem em: Latossolo Vermelho Escuro (LE), correspondente a aproximadamente 25,5 % da área do município; Latossolo Roxo (LR), originado das rochas ultrabásicas, totalizando 25,5 % e Latossolo Vermelho-Amarelo (LV), correspondente a 41 %. Ocorrem ainda, em menor proporção, solos do tipo Podzólico Vermelho Escuro (PE), com pedregosidade, concreções e cascalhos; Cambissolos (C), com presença de cascalhos, calhaus, ou mesmo matacões; Solos Litólicos (R), com presença em alguns casos de grande quantidade de cascalhos ou concreções ou mesmo de matacões no perfil ou na superfície; Gleissolos (G); e solos aluviais, distribuindo-se esses três últimos em planícies fluviais (IBGE, 1999).

O levantamento realizado por Campos et al. (2003) apontou a existência de três grupos definidos em função da dinâmica das águas nos solos e a partir de análises de resultados de ensaios de infiltração in situ: o primeiro grupo abrangendo os Latossolos Vermelho e Vermelho-Amarelo, Nitossolo Vermelho e Chernossolo; o segundo o Cambissolo,

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Neossoloso Litólico e Plintossolo e o terceiro, o Neossolo Flúvico e o Gleissolo. A área de estudo situa-se sobre os domínios dos Latossolos Vermelhos (LV), entremeados por manchas de Neossolos Litólicos (RL) (Figura 7).

Figura 7 – Mapa de solos da região noroeste de Goiânia (GO)

O município encontra-se compartimentado geomorfologicamente em cinco unidades morfológicas distintas, o Planalto Dissecado de Goiânia a nordeste, os Chapadões de Goiânia na região sudoeste, o Planalto Embutido de Goiânia na faixa central (de SE para NW), os Terraços e Planícies da Bacia do Rio Meia Ponte e Fundos de Vale. Segundo Casseti (1992), associados a essas unidades morfológicas estão os materiais de cobertura eluviais, coluviais e aluviais. Os primeiros, denominados depósitos detrito-lateríticos, são materiais de cores avermelhadas, formados por massa areno-argilosa contendo grãos e fragmentos de laterita e quartzo e associam-se a relevo de forma tabular.

Os coluviões ocorrem indistintamente no município, constituindo-se de depósitos avermelhados, contendo fragmentos e grãos de material laterítico concrecionado

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e de quartzo. Ainda ocorrem associados às planícies de inundação dos principais cursos d’água, aluviões compostos por cascalhos, areias, siltes e argilas atuais e subatuais (IBGE, 1999). A região noroeste encontra-se, morfologicamente, sobre os domínios do Planalto Embutido de Goiânia (Figura 8).

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A região noroeste está em sua quase totalidade inserida na bacia hidrográfica do rio Meia Ponte, que corta o município de noroeste para sudeste. Os canais fluviais presentes na região são, direta ou indiretamente, tributários do rio Meia Ponte, com destaque para o ribeirão São Domingos, o córrego Caveirinha e o córrego da Divisa. O primeiro possui nascentes nas porções oeste e centro-norte da região noroeste. Suas águas fluem na direção norte até a divisa com o município de Goianira e, posteriormente, na direção leste até desembocar no rio Meia Ponte. O segundo tem duas de suas principais nascentes próximas ao aterro sanitário de Goiânia e do município de Trindade. Segue direção geral leste e possui alguns afluentes na região, com destaque para o córrego da Divisa. Este último possui duas nascentes, uma situada no Jardim Curitiba e outra nos limites entre a Vila Mutirão I e o Aeroclube de Goiânia. Flui na direção geral sudeste e atravessa diversos bairros, até desaguar no córrego Caveirinha que, por sua vez, lança suas águas no rio Meia Ponte.

No tocante ao uso e ocupação da terra, vale destacar que Goiânia experimentou um rápido crescimento a partir dos anos 60, tendo se intensificado nas décadas seguintes por um significativo crescimento populacional, sobretudo, devido aos inúmeros fluxos migratórios oriundos de diversos estados brasileiros, como Minas Gerais, Bahia, Maranhão e São Paulo. Fundada em 1933 para ser a nova capital do estado de Goiás, Goiânia desempenhou papel importante na “Marcha para o Oeste” e na consolidação de Goiás como uma nova fronteira agrícola do país. O processo de metropolização é resultante de um conjunto de fatores, tais como a modernização da agricultura em diversas regiões do estado, o êxodo rural e um conjunto de investimentos em infraestrutura (rodoviária e energética) destinado a atender as demandas urbanas e aquelas geradas em função da construção da nova capital federal na década de 60 (ARRAIS, 2004).

Apesar do planejamento inicial elaborado para a área central da cidade – a exemplo dos setores Central, Sul, Oeste, Marista e Bueno – a necessidade de acolher a população migrante do meio rural e de outras regiões do estado e do país resultou em uma expansão urbana desordenada, que por sua vez foi responsável pela gênese ou intensificação de problemas ambientais diversos, a exemplo da retirada excessiva da cobertura vegetal original; a poluição dos cursos d’água pelo lançamento de esgotos domésticos e industriais não-tratados; a degradação dos solos por processos erosivos lineares relacionados ao escoamento superficial concentrado; e o assoreamento dos canais de drenagem por sedimentos oriundos da erosão antrópica, resultando no alagamento das

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vias urbanas. Além disso, a apropriação diferencial do solo urbano, determinada pela renda, configurou diferentes padrões de uso da terra, reforçando o adensamento populacional em algumas áreas, especialmente aquelas com melhor infraestrutura urbana, em detrimento de outras, como a região noroeste.

Em geral as regiões pouco populosas, como a Noroeste, têm ocupação mais recente. Em muitos casos, foram resultado da doação de lotes em áreas irregulares, do ponto de vista ambiental, ocupando áreas próximas da região de captação de água do Rio Meia Ponte. A opção por atender à pressão por loteamentos deu origem a inúmeros bairros, dentre os quais podemos citar os seguintes: Vila Mutirão, Finsocial, Jardim Curitiba, além dos assentamentos originários da Fazenda São Domingos, como o Bairro Vitória. [...] A carência de infraestrutura (abastecimento de água, asfalto, coleta regular etc.) é uma característica comum de muitos bairros dessa região (ARRAIS, 2004, p.118). A região noroeste era composta, até o final dos anos 70, essencialmente por chácaras e fazendas, estando fora do perímetro urbano e da área de expansão urbana da cidade. Em uma pequena parte, nas proximidades da Avenida Perimetral Norte, devido a um zoneamento realizado na década de 1970, permitiu-se a instalação de empreendimentos de grande porte, como indústrias e galpões, além do uso rural.

O primeiro bairro a se consolidar na região foi o Jardim Nova Esperança, originado a partir da ocupação da fazenda Caveiras em 1979 pela população, em sua maioria, desprovida de moradia própria (MOYSÉS, 2001). Após essa primeira ocupação, seguiram-se outras duas novas tentativas, rapidamente reprimidas pelo poder público. Tal fato resultou na iniciativa da Prefeitura Municipal de assentar mais de 3000 famílias em uma área próxima, dando origem ao segundo bairro da região, a vila Finsocial, implantada em 1981.

A partir de então, o governo estadual passou a interferir de forma mais efetiva e contínua na ocupação da região, promovendo vários loteamentos destinados à população carente. Assim, em 1983 foram implantados as Vilas Mutirão I, II e III; em 1987, o Jardim Curitiba I, II, III e IV; em 1992 os bairros São Domingos, São Carlos, da Vitória, Floresta e Boa Vista, na fazenda São Domingos; e em 1994 foi implantado o conjunto Primavera. Dados do censo demográfico de 1991 indicam que existia na região, além do Jardim Nova Esperança, ocupado pela população, e dos loteamentos criados pelo governo estadual (Vila Finsocial, Vila Mutirão e Jardim Curitiba) outros seis setores constituídos por chácaras e sítios: Chácaras São Joaquim, Mansões Rosa de Ouro, Sítios de Recreio Morada do Sol, Parque

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Tremendão, Chácaras Maria Dilce e Sítios de Recreio Panorama.

A população da região totalizava, em 1991, 66.450 habitantes, sendo que destes 15.179 viviam no Jardim Nova Esperança, 48.107 nos loteamentos criados pelo governo estadual e 3.164 nos sítios e chácaras. Observa-se ainda que o Setor Morada do Sol e o Parque Tremendão, que se localizam entre a Vila Finsocial e o Jardim Curitiba, iniciavam seu parcelamento e ocupação urbana, com população superior a 1.000 habitantes, enquanto os demais não atingiam a marca de 300 habitantes. Atualmente, a região conta com empreendimentos imobiliários edificados pela iniciativa privada, como condomínios fechados destinados à população de classe média e vários empreendimentos industriais localizados nas proximidades da rodovia GO-070 e da Avenida Perimetral Norte, vias de acesso às demais regiões da cidade e às cidades da Região Metropolitana como Goianira e Inhumas.

Hodiernamente, a área de estudo apresenta diferentes estágios de urbanização, considerando-se a existência de bairros completamente consolidados como o Setor Morada do Sol, Vila Finsocial, Jardim Curitiba, Jardim Nova Esperança, Recanto do Bosque, pioneiros no parcelamento do solo urbano; outros ainda em fase de consolidação, como o Jardim Fonte Nova, Residencial Barravento, Setor Alto do Vale, loteados em período recente (após os anos 2000); e aqueles constituídos por um conjunto de chácaras e sítios, tais como o setores Chácaras Maria Dilce, Chácaras Helou, Jardim Colorado e Mansões Rosa de Ouro.

Nos loteamentos mais recentes observa-se a existência de inúmeros lotes e terrenos não edificados. Estes, desprovidos de cobertura vegetal ou edificação/pavimentação, podem atuar com áreas fornecedoras de material sedimentar para as áreas a jusante, tais como as planícies e os fundos de vale. As áreas verdes estão presentes nos diversos parques existentes na região, como o Parque Fonte Nova, Parque Recreativo e o Parque Nova Esperança; nos bairros constituídos por sítios e chácaras; em fragmentos (capões) no interior de bairros como o Residencial Brisas da Mata, Estrela Dalva, Bairro Floresta, Setor São Domingos; e nas áreas de preservação permanente dos cursos d’água que compõe a rede de drenagem.

As áreas no entorno tem seu uso caracterizado por pastagens, cultivos agrícolas e fragmentos de Cerrado e Floresta Estacional, típicos dessa região. Ressalta-se que dado o método de classificação adotado para a elaboração do mapa de uso e cobertura da terra (Figura 9), as áreas verdes e vazios urbanos foram enquadrados em uma mesma categoria.

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Figura 9 - Mapa de uso e cobertura da terra na região noroeste de Goiânia (GO)

Considerando-se as características da ocupação inicial da área, acrescida do incremento populacional ocorrido no final dos anos 80 e início dos 90, podem-se compreender as transformações e intervenções realizadas pela sociedade sobre o meio físico, em especial a vegetação e os solos. A retirada da cobertura vegetal nativa (Floresta Estacional Decidual), para dar lugar às edificações e arruamentos, alterou a dinâmica dos fluxos superficiais e subsuperficiais de escoamento, através da impermeabilização e compactação dos solos.

A formação de depósitos tecnogênicos está diretamente relacionada ao processo de urbanização e ao ordenamento territorial urbano. De modo geral, tem-se que durante a abertura dos lotes e arruamentos, no momento anterior à execução das construções e da pavimentação, ocorre à retirada da cobertura vegetal. Com o solo exposto, há maior remobilização e arraste dos sedimentos, favorecendo seu acúmulo em locais de morfologia côncavo-retilínea, cujas cotas altimétricas são inferiores às das áreas-fonte de material sedimentar. Deste modo, a ocupação urbana alcançou as áreas de nascentes, cursos d’água e planícies aluviais. Este fato possibilitou a deposição de materiais

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tecnogênicos, tanto de forma indireta, ocasionada pelo transporte por fluxo superficial, quanto de forma direta.

O primeiro ponto amostrado (Ponto 1), situa-se nos limites do Setor Morada do Sol. O contexto ambiental assemelha-se ao bairro limítrofe (Jardim Fonte Nova), pois ambos encontram-se assentados sobre a mesma vertente, com declividades pouco acentuadas. No entanto, o Setor Morada do Sol encontra-se totalmente consolidado, dispondo de poucos lotes ou terrenos vazios (Figura 10). O ponto de amostragem localiza-se às margens do córrego da Divisa, um dos principais cursos d’água da região.

Figura 10 - Visão parcial do S. Morada do Sol, com indicação do ponto de coleta na planície do córrego da Divisa.

Fonte: Google Earth, data da imagem: 09/04/2013

Dada à intensa ocupação da área, pode-se verificar a ocorrência de inúmeros problemas ambientais, a começar pela presença de resíduos sólidos domésticos às margens do curso d’água (Figura 11). O perfil identificado (Figura 12) apresenta grande diversidade de artefatos, tais como fragmentos de vidro, cerâmica, madeira, tecido, carvão, entre outros, incorporados às camadas sedimentares.

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Figuras 11/12 – Presença de resíduos sólidos na planície do córrego da Divisa, com destaque para o perfil de depósito tecnogênico coletado.

Fonte: Acervo pessoal do autor

Conforme exposto na metodologia, os materiais presentes nos depósitos coletados foram identificados visualmente e, posteriormente, realizou o registro fotográfico utilizando-se o estereomicroscópio (Figura 13).

Figura 13 - Registro fotográfico dos materiais tecnogênicos (fragmentos de vidro, plástico e cerâmica) obtido através do estereomicroscópio.

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Quanto à tipologia do depósito, tomando por base a proposta de classificação integrada elaborada por Peloggia (1999) e considerando o critério da composição, pode-se afirmar que o referido depósito é constituído basicamente por materiais “úrbicos”, definidos por Fanning & Fanning (1989) como “materiais terrosos que contêm artefatos manufaturados pelo homem moderno, frequentemente em fragmentos, como tijolos, vidro, concreto, asfalto, pregos, plástico, metais diversos, pedra britada, cinzas e outros, provenientes, por exemplo, de detritos de demolição de edifícios” (PELOGGIA, 1998, p.74).

O segundo ponto amostrado (Ponto 2) localiza-se no setor Chácaras Maria Dilce. Este bairro integrava um conjunto de sítios e chácaras, ocupadas inicialmente de modo irregular e posteriormente regularizada pelo poder público municipal. Atualmente, apresenta um uso-ocupação diferenciado em relação aos demais bairros da região noroeste, pois se observa a existência de inúmeras áreas verdes, edificações residenciais e alguns empreendimentos industriais que ali se instalaram para desenvolver suas atividades econômicas. O ponto escolhido para esta amostragem situa-se nas proximidades do córrego Caveirinha (Figura 14), que tem como um de seus afluentes o córrego da Divisa.

Figura 14 - Visão parcial do setor Chácaras Maria Dilce, com indicação do ponto de coleta nas proximidades do córrego Caveirinha.

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Apesar de não se constituir enquanto uma área densamente urbanizada, como o Setor Morada do Sol, e possuir um número considerável de áreas verdes em relação aos demais loteamentos da região, sobretudo aqueles edificados pelo governo estadual, o setor Chácaras Maria Dilce não ficou imune à degradação de suas planícies, principalmente através da deposição de materiais pela ação direta do homem e que permanecem no local onde foram criados, constituindo os chamados “depósitos tecnogênicos construídos”.

De modo geral tais depósitos podem ser classificados [...] em função de que se constituem: em depósitos “espólicos” (sejam aterros compactados tecnologicamente controlados, as verdadeiras “obras da terra” da engenharia, ou mais raramente depósitos em “bota-fora”); em depósitos úrbicos, predominantemente lançados em “bota-fora”, aterrando baixadas, fundos de vale ou predominantemente as porções côncavas do relevo, os “anfiteatros” morfológicos das cabeceiras de drenagem; [...] (PELOGGIA, 1998, p. 129)

O perfil identificado constitui-se como um depósito úrbico, lançado em forma de “bota-fora”. A diversidade de materiais encontrados em meio às camadas de sedimentação (Figura 15) se explica pelo fato destes serem originados pela ação humana direta, encarregada de transportar e realocar este material em terrenos considerados inóspitos ou abandonados pelos proprietários ou poder público (PELOGGIA, 1998).

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Figura 15 - Perfil do depósito tecnogênico coletado no setor Chácaras Maria Dilce em Goiânia (GO)

Fonte: Acervo pessoal do autor

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Historicamente, as formas de intervir sobre as dinâmicas da natureza foram se modificando em consonância com o contexto social, político, econômico e cultural, e com as técnicas, ferramentas e recursos disponíveis naquele momento histórico. Dessa forma, as marcas da ação humana na paisagem, a exemplo dos depósitos tecnogênicos, são produto da sobreposição de vários tempos.

Quanto à dimensão espacial, deve-se considerar a produção do espaço, seus agentes, processos e desigualdades inerentes ao espaço produzido. O espaço urbano, em especial, é um exemplo do modo como os diferentes agentes se apropriam, modificam e interveem na natureza e suas dinâmicas, considerando o acesso ao conhecimento, às técnicas e os interesses econômicos e políticos vigentes. Assim, as repercussões desta

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apropriação sobre os ambientes podem se manifestar de diversos modos, dentre eles, a partir da gênese de depósitos tecnogênicos, como observado na área de estudo.

Observa-se, neste caso, que a apropriação dos compartimentos do relevo e dos solos resultou na alteração dos processos ambientais, especialmente aqueles ligados à hidrodinâmica e ao escoamento superficial; e na instalação de um quadro de degradação ambiental caracterizado pelo assoreamento dos cursos d’água, ocupação e lançamento de resíduos sólidos nas planícies, compactação do solo, etc. A gênese dos depósitos tecnogênicos é, nesta perspectiva, um indicador qualitativo da relação sociedade-natureza no tempo e no espaço.

REFERÊNCIAS

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ORDENAMENTO TERRITORIAL E PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS

URBANOS: ANÁLISE EM AMBIENTE METROPOLITANO

EIXO 4 – Problemas socioambientais no espaço urbano e regional

RESUMO

O advento das cidades transformou os ambientes de acordo com os princípios da lógica capitalista de produção do espaço, criando espaços desiguais e fragmentados, nos quais as características do meio físico foram, por vezes, desconsideradas. Os desequilíbrios provocados nos sistemas naturais ampliam-se e diversificam-se mediante a complexidade e dinamicidade do espaço urbano, especialmente em áreas densamente urbanizadas, caso das metrópoles. A cidade estrutura-se a partir da modificação e apropriação dos compartimentos do relevo, dos solos e da estrutura geológica devido à inserção de formas artificias, como as edificações e os equipamentos urbanos, os arruamentos, a pavimentação asfáltica e a canalização dos cursos d’água, que alteram a dinâmica ambiental. Assim, as cidades representam a expressão das modificações impressas pela sociedade aos sistemas naturais terrestres, posto que nas áreas urbanizadas, em especial nas metrópoles, os efeitos da influência humana intensificam-se e são pontualmente localizados, diferentemente do que ocorre nos espaços rurais. A magnitude e os desdobramentos desta influência sobre as dinâmicas da natureza em áreas urbanizadas podem ser analisados a partir da identificação e caracterização dos depósitos tecnogênicos, constituídos a partir do acúmulo de materiais remobilizados pela ação humana (direta ou indireta), somado à incorporação de artefatos diversos em meio às camadas sedimentares. Nesta perspectiva, o trabalho tem por objetivo central avaliar os problemas socioambientais ocorrente no perímetro urbano de Goiânia (GO) a partir da identificação e caracterização dos depósitos tecnogênicos presentes na área, considerando que este tipo de material é indicativo (e resultante) do processo de uso e ocupação da terra e do ordenamento territorial urbano. Para tanto, realizou-se a caracterização socioambiental da área de estudo por meio de levantamento bibliográfico e elaboração de cartas temáticas representativas dos aspectos naturais (geologia, geomorfologia, solos) e do uso e ocupação da terra, adotando como recorte espacial a região noroeste da metrópole. Posteriormente, realizaram-se trabalhos de campo para identificação e coleta dos depósitos tecnogênicos, em especial, aqueles ocorrentes nas áreas de planície aluvial, cuja gênese está associada tanto à contribuição do canal fluvial quanto dos fluxos de escoamento superficial. As amostras coletadas foram submetidas à análise laboratorial para identificação dos materiais tecnogênicos, tais como fragmentos de vidro, cerâmica, plástico, madeira, tecido etc. Observou-se, neste caso, que a apropriação dos compartimentos do relevo e dos solos resultou na alteração dos processos ambientais, como aqueles ligados à hidrodinâmica e ao escoamento superficial; e na instalação de um quadro de degradação ambiental caracterizado pelo assoreamento dos cursos d’água, ocupação e lançamento de resíduos sólidos nas planícies,

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compactação do solo, entre outros. A gênese dos depósitos tecnogênicos é, portanto, um indicador qualitativo da relação sociedade-natureza no tempo e no espaço, bem como a identificação e caracterização destes materiais, considerando que sua composição e tipologia fornecem bons subsídios para o entendimento da dinâmica ambiental urbana.

Referências

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