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Resiliência em adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1

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Academic year: 2021

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Resiliência em adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1 Resilience in adolescents with Type 1 Diabetes Mellitus

Introdução: o conceito de resiliência tem vindo a complexificar-se ao integrar os resultados provenientes da investigação. Talvez a definição mais comumente aceite seja a capacidade de enfrentar adversidades, saindo do processo transformado positivamente. A adolescência, com as suas múltiplas mudanças e aprendizagens, pode ser vivida com stresse acrescido, mais ainda, quando a gestão da diabetes mellitus tipo 1 (DM 1) faz parte do dia-a-dia. Importa disponibilizar ao adolescente ferramentas que o ajudem a superar as dificuldades e a construir-se positivamente.

Objetivos: conhecer os fatores intervenientes no processo de resiliência dos adolescentes com DM 1; relacionar os scores de resiliência obtidos com as variáveis sociodemográficas e sociofamiliares.

Materiais e métodos: Estudo quantitativo, desenvolvido numa amostra de 112 adolescentes, dos 13 aos 18 anos, (M=15.1; DP=1.48), maioritariamente do sexo masculino (57.1%), provenientes de 5 hospitais da região Norte, com DM 1 há mais de 1 ano. Para a recolha de dados, que decorreu entre julho/2014 e junho/2015, utilizamos a escala: Health Kids Resilience Assessment Module (HKRAM), versão 6.0, com 58 itens de resposta de tipo likert com 4 pontos, organizada em três dimensões [External Assets (EA), Internal Assets (IA) e Response-set-Breakers (RsB)] para avaliar os fatores intervenientes no processo de resiliência. Para o tratamento de dados recorremos a estatística descritiva e inferencial (teste t e ANOVA unidirecional). Foram garantidos os procedimentos éticos para a investigação em grupos vulneráveis.

Resultados: os participantes apresentaram scores médios na HKRAM de 3.14 (DP=.49) e nas dimensões EA 3.13 (DP=3.13), IA 3.20 (DP=.45) e RsB 3.16 (DP=.40). Nas subdimensões dos EA, constatamos que as Mensagens de Elevadas Expectativas pelos Adultos apresentam valores mais elevados na escola (M=3.19; DP=.62), em casa (M=3.7; DP=.42) e na comunidade (M=3.33; DP=.82). Quanto às subdimensões do IA, constatamos que obtiveram valores mais elevados os Objetivos e Aspirações (M=3.44; DP=.59), seguido pela Cooperação e Comunicação (M=3.23; DP=.60) e pelo Autoconhecimento (M=3.21; DP=.61). Encontramos valores discriminantes nas subdimensões dos EA, nomeadamente no Envolvimento Escolar (7), no Envolvimento na Comunidade (5) e no Envolvimento com o Grupo de Pares (5). No estudo das caraterísticas sociodemográficas, constatamos que a hipótese se confirmou relativamente: (i) ao sexo, ao nível dos EA, IA e RsB, favorável aos rapazes; (ii) à idade, na HKRAM, favorável aos mais novos; (iii) à retenção escolar ao nível da HKRAM e suas três dimensões, favorável aos adolescentes sem retenção escolar. Já no estudo das caraterísticas sociofamiliares, verificamos que apenas a situação laboral do pai, apresenta significância estatística (p=.047), favorável aos adolescentes com pai empregado.

Conclusões: a maioria dos participantes no estudo apresenta valores médios de resiliência bons, contudo alguns adolescentes obtiveram valores muito baixos. O que significa que a

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HKRAM permite identificar adolescentes com áreas problemáticas a necessitarem de intervenção. Podemos ainda concluir que os rapazes, os mais novos, os sem retenção escolar e aqueles cujos pai/cuidador tem emprego, dispõem de mais fatores intervenientes nos processos de resiliência. O estudo desenvolvido por Guerreiro, relativamente ao sexo, confirma os nossos dados. Contudo, os estudos desenvolvidos por Silva, Maia e Santos, não encontraram diferenças entre sexos. Relativamente ao insucesso escolar, também Guerreiro verificou que os adolescentes menos resilientes, apresentam insucesso escolar mais cedo. Agradecimento: ao CHUP pela concessão de Bolsa de Doutoramento.

Bibliografia:

Grotberg, E. (2004). Nuevas Tendencias en Resiliencia. In Paidós (Ed.), Resiliencia; descubriendo las proporias fortalezas (pp. 19-30). Buenos Aires.

Guerreiro, S. (2007). Resiliência e Depressão: estudo exploratório em contexto escolar. (Dissertação em Psicologia da Saúde não editada). Universidade Fernando Pessoa, Porto.

Maia, A. E. D. (2014). Atitudes educativas parentais, resiliência e rendimento académico do adolescente: análise de relações e contributo de variáveis demográficas. (Dissertação em Psicologia do Desenvolvimento não publicada). Universidade de Coimbra, Coimbra. Santos, B. S. C. (2013). Relação entre a Perceção das Atitudes Parentais, a Capacidade de

Resiliência e a Motivação para a Aprendizagem em Adolescentes. (Dissertação em Psicologia da Educação não publicada). Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Vila Real.

Silva, M. C. (2012). Resiliência, Acontecimentos de Vida Stressantes e Problemas de Comportamento em Adolescentes Institucionalizados: um estudo comparativo. (Dissertação em Psicologia Clínica e da Saúde). Universidade do Algarve, Faro.

Palavras chave: Adolescente; Diabetes Mellitus Tipo 1; Resiliência Psicológica; Avaliação em Enfermagem

Key words: Adolescent; Type 1, diabetes mellitus; Psychological Resilience; Nursing Assessment

Referências

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