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ANDRÉ LEVI MAFRA QUALIFICAÇÃO DE ORLA EM GANCHOS, GOVERNADOR CELSO RAMOS POTENCIALIZANDO A RELAÇÃO ENTRE ÁGUA E PESSOAS.

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ANDRÉ LEVI MAFRA

QUALIFICAÇÃO DE ORLA EM GANCHOS, GOVERNADOR CELSO RAMOS

POTENCIALIZANDO A RELAÇÃO ENTRE ÁGUA E PESSOAS.

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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ANDRÉ LEVI MAFRA

QUALIFICAÇÃO DE ORLA EM GANCHOS, GOVERNADOR CELSO RAMOS

POTENCIALIZANDO A RELAÇÃO ENTRE ÁGUA E PESSOAS.

ORIENTADOR: SILAS MATIAS AZEVEDO

FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção de título de Arquiteto e Urbanista.

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“Primeiro a vida, depois espaços públicos, só então edifícios -o invers-o nunca funci-ona.”

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, aos meus pais, Levi e Luciane por todos esses anos de paciência, zelo, exemplo e por me influenciarem no profissional que sou hoje.

A minha irmã Kellyn pelo carinho, apoio e por sempre me aconselhar nos momentos de dúvida.

A toda minha família por me encorajar e incentivar e orar por mim. Aos meus amigos Flavio, Michelle e Thayse por estarem comigo há mais de dez anos me trazendo boas energias mesmo de longe.

Aos amigos da faculdade antes parceiros de projeto, hoje essenciais na minha vida.

A minha amiga Fernanda, por estar sempre presente desde o primeiro trabalho, passando por noites em claro, e por ter me feito um melhor acadêmico e uma melhor pessoa.

Aos profissionais da área no trabalho e estágio, além dos professores pelos ensinamentos agregados ao longo desses anos e por todo o tempo doado passando o seu conhecimento.

Ao meu professor e orientador Silas, pela paciência, apoio e amizade nesses meses.

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The project of the waterfront of the neighborhoods Ganchos do Meio and Calheiros has the objective of qualify the existing public area, enhancing the natural landscape and the memory of the local population inserted in the current scenario. In addition, it seeks to establish connections between the proposed activities and the urban equipment dispersed between the neighborhoods.

The main design intent is the creation of quality public spaces for the residents and the floating population. In addition, it is intended to create structures to support the fishing community, local culture and encourage sports and recreation.

Keywords: architecture and urbanism; urban intervention; urban design; Governor Celso Ramos; public place; waterfront

RESUMO

ABSTRACT

O projeto da orla dos bairros Ganchos do Meio e Calheiros possui o objetivo de qualificar a área pública existente potencializando a paisagem natural e a memória da população local inserida no cenário atual. Além disso, busca-se estabelecer conexões entre as atividades propostas e os equipamentos urbanos dispersos entre os bairros. A principal intenção projetual é a criação de espaços públicos de qualidade para os moradores e a população flutuante. Além disso, pretende-se criar estruturas de apoio a comunidade pesqueira, a cultura local e incentivo ao esporte e lazer.

Palavras-chave: arquitetura e urbanismo; intervenção urbana; projeto urbano; Governador Celso Ramos; espaço público; orla

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SUMÁRIO

1. 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 2. 2.1 2.2 2.3 2.4 3 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 3.12 3.13 3.14 3.15 3.16 3.17 INTRODUÇÃO TEMA JUSTIFICATIVA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA LOCALIZAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

DESENVOLVIMENTO DAS INTERVENÇÕES EM ORLAS E ZONAS PORTUÁRIAS

IMPACTO DA URBANIZAÇÃO EM COMUNIDADES PESQUEIRAS

CAMINHABILIDADE E A ESCALA HUMANA NO CONTEXTO URBANO PROJETO ORLA DIAGNÓSTICO DA ÁREA HISTÓRICO LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CLIMÁTICA EXPANSÃO URBANA CONDICIONANTES LEGAIS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL PLANO GESTÃO DA ZONA COSTEIRA LEGISLAÇÃO ESTRUTURAS NÁUTICAS CHEIOS E VAZIOS USO DO SOLO PUBLICO E PRIVADO MOBILIDADE URBANA DENSIDADE EQUIPAMENTOS URBANOS ANÁLISE DA PAISAGEM MAPA SÍNTESE VISITA TÉCNICA 10 12 16 16 17 18 22 25 28 34 36 38 39 40 42 44 46 46 48 50 52 54 58 60 62 66 68

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4. 4.1 4.2 4.3 4.4 5. 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 6. 7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

CONCURSO NACIONAL DE URBANISMO PARA A ORLA NOROESTE DE VITÓRIA PARQUE ÀS MARGENS DO RIO AIYI JARDIM BOTÂNICO - CULIACÁN ROSALES

PARQUE RIBEIRO DO MATADOURO PARTIDO INTENÇÕES PROJETUAIS DIRETRIZES PROJETUAIS PROGRAMA DE NECESSIDADES IMPLANTAÇÃO - ÁREA 01 IMPLANTAÇÃO - ÁREA 02 CORTES - CENÁRIOS PERSPECTIVAS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72 76 78 81 84 86 88 90 92 94 96 106 108

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1

. INTRODUÇÃO

A carência por espaços públicos de estar e lazer é evidente nas cidades e pequenos povoados próximos da água, que apresentam um grande potencial para tais usos, muitas vezes são subutilizadas, muradas por edificações e carros, ou até afastadas da população através de grandes rodovias. Após a década de 70, projetos de estruturação desses lugares surgiram nas áreas antes obsoletas. Por exemplo, a área portuária espanhola de Barcelona (Figura 1). Rios, lagoas e o próprio oceano sofreram importantes intervenções. Assim, esses novos espaços aumentam a qualidade de vida das pessoas e desenvolvem o turismo como consequência. O elemento água passa a ser evidenciado e se torna parte da paisagem urbana.

1.1 TEMA

Figura 1.1 - Área portuária de Barcelona obsoleta em 1993 FONTE: SOUZA, Clarissa. Porto de Santos - desafio neste novo século.

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No caso de Governador Celso Ramos (Figura 02), município litorâneo de Santa Catarina, a água nunca deixou de ser um protagonista. O mar sempre foi a principal fonte de economia, seja através da pesca ou seja pelo atrativo turístico. O ar bucólico presente ainda na região chama a atenção de muitos que buscam sossego longe dos grandes centros nas cidades vizinhas, como Florianópolis e Balneário Camboriú.

Neste cenário, este trabalho busca qualificar e potencializar a baía, localizada no bairro de Ganchos. O lugar se caracteriza como uma área central onde encontra-se o centro administrativo e parte do comércio da região. Nesta etapa, será desenvolvido o diagnóstico, análise da área e o lançamento do partido geral da proposta. A ideia é desenvolver a paisagem como convite às atividades recreativas, ao descanso e aos possíveis encontros para a população. Um dos desafios será analisar os conflitos em relação ao tráfego de carros e o pedestre, e minimizar a descaracterização cultural do bairro.

Figura 1.2 - Baía em Governador Celso Ramos - SC FONTE: Arquivo do autor, 2018

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A relação entre pessoas e as orlas é antiga e bastante controversa ao longo do tempo. As margens dos mares e rios remetem ao desconhecido e ao limite, pode ser local de descarte dos resíduos sanitários e local para banho, gera fonte renda para muitos e é cenário de inspiração para outros. Hoje estar próximo da água é algo desejado, disputado e caro. Muitas áreas litorâneas estão abandonadas pela falta da criação de espaços públicos de qualidade ou cobiçadas pelas grandes construtoras com a venda de praias particulares e resorts de luxo.

1.2 JUSTIFICATIVA

Figura 1.3 - Ponta dos Ganchos Exclusive Resort FONTE: Expedia - Ponta dos Ganchos Resort

Mas é possível um investimento de retorno ao bem-estar de uma cidade democrática? O presente trabalho pretende justamente mostrar que sim, é possível. O recorte escolhido para inserção do projeto representa uma pequena parcela do imenso litoral da região da Grande Florianópolis, e serve como um estudo de como potencializar essas áreas na escala do pedestre respeitando as condicionantes locais e a comunidade.

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Governador Celso Ramos tem nos últimos anos sido evidenciado pelas riquezas naturais atraindo turistas e investidores do Brasil e do mundo. As baías da área formam a paisagem natural e são fonte de renda desde o início do povoamento da área. Os primeiros povoados surgiram a partir da segunda metade do século XVIII onde hoje se localizam os bairros da Fazenda da Armação, Costeira, Palmas e Ganchos. A região era atrativa pela grande variedade de peixes e frutos do mar. A agricultura se desenvolveu paralela principalmente com o cultivo de mandioca, café, arroz e milho. Porém é no século XX a atividade industrial pesqueira sofre aumento crescente de investimentos. Financiado pelo Estado, recursos de infraestrutura são estabelecidos através eletrificação, construção de escolas e aberturas de estradas. A produção pesqueira da região chegou a representar mais de 25% do total em Santa Catarina na década de 60 (SILVA, 1922).

A área esolhida possui uma interessante herança culural à ser explorada e estudada. O crescimento populacional e os investimentos na região por meio da indústria turística vem causando relevante impacto. Assim, fazer um projeto público de qualidade para a população sem visão de lucros se faz necessário porque vai contra a especulação imobiliária e ao desprezo pelas orlas públicas existentes.

Figura 1.4 - Pescadores trabalhando na manutenção dos seus barcos. FONTE: Arquivo do autor, 2018

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Os principais conflitos são basicamente originados devida a localização geográfica e a expansão urbana orgânica ao longo dos anos. As planícies costeiras ocupadas desde as primeiras ocupações atingindo seu ápice com a pesca industrial e artesanal caracterizam um adensamento desenhado por ruas estreitas de traçado irregular. O acesso é feito principalmente pelo carro e a rodovia Fancisco Wollinger - SC-410 que divide os bairros, juntamente com os limites naturais, dificuta o acesso por meio de bicicleta e a pé. É necessário o incentivo de novos meios de transporte de deslocamento entre bairros.

Além disso, outra problemática é a crescente populaçao flutuante nos meses de verão. As praias são o principal ponto de interresse e o município oferece poucas alternativas culturais e de lazer. A noite é pacata com excessão de alguns restaurantes e lanchonetes que não suprem a carência de opções para determinados horários. Esse é um dos motivos que leva muitas pessoas à optarem por sair no final da tarde gerando grandes congestionamentos de automóveis. Uma maior diversidade de atividades, estruturada em um planejamento urbano, aumentariam a fonte de renda da população local pontencializando movimento da área.

Outro personagem importante à ser considerado é o pescador artesanal que utiliza parte do local da intervenção como porto para os barcos e como área de manutenção, preparo das ferramentas e descarga. Os conhecimentos práticos passados de geração em geração mantém a atividade característica da região. Dessa forma a natureza e as marcas que estes moradores deixaram ao longo dos anos transformam o lugar numa paisagem cultural. Por isso, é importante numa interveção respeitar a memória e a identidade ali consolidada.

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JUSTIFICATIVA

Figura 1.5 - Artesã moradora de Governador Celso Ramos Figura 1.6 - Turista na Armação da Piedade Figura 1.7 - Pescadores em Ganchos do meio FONTE: O município - Governador Celso Ramos, 2007

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Desenvolver projeto de qualificação da orla do bairro de Ganchos, no município de Governador Celso Ramos com as diretrizes para priorizar o pedestre e o ciclista, auxiliar a produção pesqueira, potencializar a paisagem natural e arquitetônica e criar circulação entre os bairros Ganchos do Meio e Calheiros.

1.3 OBJETIVO GERAL

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Levantar dados históricos e atuais do município, especialmente sobre a expansão urbana próxima à orla;

2. Diagnosticar a área de estudo: acessos, usos, carências da rua e das calçadas, áreas de preservação, população envolvida;

3. Mapear e analisar os requisitos técnicos para o desenvolvimento do projeto como as áreas de preservação e áreas de marinha;

4. Analisar a viabilidade técnica legal, analisando legislação municipal, estadual e nacional;

5. Discutir soluções implantadas no local e propor melhorias;

6. Compreender o funcionamento de projetos similares através de referências teóricos e de projeto urbanos localizados em orlas;

7. Analisar como se caracterizam os espaços atuais e como o usuário se apropria desse espaço;

8. Setorizar áreas de encontro, lazer e estar coerentes à paisagem natural existente;

9. Estabelecer eixos de circulação longitudinal e transversal à orla; 10. Estimular o comércio local e atividades em variados horários.

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1.5 METODOLOGIA

1. Pesquisar bibliográfica, revistas, internet, sobre a história da cidade Governador Celso Ramos e o bairro de Ganchos;

2. Visitar a área frequentemente para registro de fotos e entendimento da área: fluxos, conflitos, situação atual de calçadas, equipamentos urbanos e vegetação;

3. Realizar entrevistas com moradores do bairro, a fim de entender a necessidade da população;

4. Utilizar livros, artigos, revista e internet, em busca de referências que servirão como base no lançamento do projeto;

5. Buscar em órgãos públicos materiais que contenham informações, teóricas e/ ou gráficas, que auxiliem na pesquisa;

6. Compreender a legislação do município com o objetivo de projetar de acordo com as leis, normas e códigos de obras;

7. Mostrar diretrizes de projeto por meio de textos e desenhos; 8. Elaborar um programa de necessidades;

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1.6 LOCALIZAÇÃO

O lugar escolhido para o desenvolvimento do tema fica na parte norte de Governador Celso Ramos - Ganchos do Meio - no litoral de Santa Catarina. Possui área oficial de 93,1 quilômetros quadrados. O município faz parte do conjunto de vinte uma cidades da Grande Florianópolis que além da sede do estado, abrange Biguaçu, Antônio Carlos e Santo Amaro da Imperatriz, entre outros. Apesar da proximidade pelo mar, a região fica aproximadamente 50 quilômetros do Centro da capital. Além disso, fica 75 quilômetros de Itajaí e 150 quilômetros de Joinville.

Apesar da condição de cidade independente, grande parte dos serviços necessários pela população não são localizados nas proximidades. Unidades de pronto atendimento 24 horas, universidades e parte do comércio são exemplos disso. Todos os dias centenas de moradores precisam se deslocar pelas duas vias de acesso, seja de carro, seja de transporte público. A distância é um elemento decisivo que desvaloriza a propriedade e desperta atenção de investidores, principalmente com a construção de grandes loteamentos residenciais. Investimento esse que só aumenta a setorização de cidade dormitório indo contra ao modelo de urbanismo que valoriza outros serviços juntos ao morar.

Governador Celso Ramos é conhecido principalmente por suas praias e belezas naturais. Teve evidência nos noticiários catarinenses pela intenção da prefeitura de cobrar pedágio na entrada do município. A medida polêmica é justificada pelo custo do investimento no turismo e na preservação ambiental. O valor alto é questionável porque coloca em discussão as consequências tanto de segregação quanto em relação o impacto nos comércios e serviços locais. Comparado à

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SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS BOMBINHAS GOVERNADOR CELSO RAMOS BR 101 BR 101 TIJUCAS BIGUAÇU SANTO AMARO DA IMPERATRIZ ocalização.

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Os bairros do municípios são geograficamente dispostos de forma que é facilmente possível identificar os seus limites. A áreas urbanizadas ficam nas áreas mais planas entre os morros e os limites do mar. A rodovia que atravessa todo a cidade une as comunidades que possuem diferentes características dependendo das famílias que às originaram, do meio de produção comum e do período em que a região foi ocupada.

No litoral as primeiras ocupações foras originadas com o auge da pesca industrial enquanto que nas regiões mais afastadas da costa são procendentes de fazendas produtoras de mandioca, milho entre outros, além da criação de gado.

GANCHOS DO MEIO GANCHOS PALMAS FLORIANÓPOLIS CAPÍTULO 1.6

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A área de intervenção é localizada em dois diferentes bairros: Ganchos do Meio e Calheiros. As áreas próximas ao mar foram as primeiras comunidades à serem ocupadas desde a decadência da pesca baleeira no século XIX. É no norte do município que hoje se localizam a maior parte administrativa incluindo a prefeitura e grande parte das secretarias.

A policlínica e as maiores escolas também estão nesses lugares. Os bairros possuem grande contribuição turística. Muitos dos restaurantes se encontram lá e oferecem o cardápio típico açoriano. A proximidade à Palmas, praia conhecida como cartão postal da cidade contribui na importância dessas comunidades para o turismo local.

CALHEIROS

LOCALIZAÇÃO

Figura 1.9 - Perspectiva topografia FONTE: Google Earth, adaptado.

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2

. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na segunda metade do século 20, com a declínio da indústria, as áreas próximas à orla e os centros urbanos sofreram forte deterioração. Essas áreas passaram à condição de empobrecimento e de marginalização. Muitas orlas se tornaram inviáveis comercialmente e obsoletas com o decorrer do tempo. O crescimento urbano em direção as áreas adjacentes é considerado um dos fatores na degradação dos grandes centros. Após a década de 50, as atividades consideradas nobres foram direcionadas a outros polos levando a necessidade de recuperação. (VARGAS; CASTILHO, 2009)

2.1 DESENVOLVIMENTO DAS INTERVENÇÕES EM

ORLAS E ZONAS PORTUÁRIAS

A função das orlas foi modificada totalmente nos anos seguintes. Cidades como Sydney, Baltimore, Melbourne, Hong Kong, Toronto e Londres sentiram a necessidade de incluir tais áreas no desenvolvimento pós-industrial trazendo a função como atração da capital e local para edifícios de luxo. A grande vantagem seria a alta visibilidade e centralidade. Além das qualidades físico e sensoriais das áreas próximas à água. (DAVIDSON, 2012)

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Figura 2.1 - Moll de la Fusta – Espanha Barcelona FONTE: “Restless - Vacante si Economie”

Assim, tais projetos urbanísticos se destacam como elementos catalizadores do processo de recuperação dessas áreas. Entre os maiores exemplos estão o Porto Madero, em Buenos Aires (1925) e o porto no Moll de La Fusta (1989), que promoveram acesso aos serviços públicos, infraestrutura viária, e principalmente, a criação de espaços públicos através de boulevards, espaços de convívio, encontro e de consumo. Na Argentina, o principal objetivo era a aumentar a identificação do morador com o porto, além de incentivar o crescimento da população flutuante ao centro da cidade. (VARGAS; CASTILHO, 2009).

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A principal crítica em relação ao incentivo das intervenções é que, segundo Vargas e Castilho, o objetivo principal visa o marketing e o enobrecimento do metro quadrado. Um exemplo disso é terminologia empregada nos dias atuais nos projetos de intervenção. Os termos revitalização, regeneração e requalificação estão associados hoje à processos anteriores responsáveis pela demolição urbana com a remoção dos moradores existentes para grandes obras viárias. Além disso, o termo “re” aponta a inclusão do tempo anterior sem, muitas vezes, ser realmente considerado. Por isso, é importante o cuidado do uso das palavras apontadas pelas autoras como um “modismo oportunista” que mascaram as consequências da intervenção. (VARGAS; CASTILHO, 2009).

A gentrificação, por exemplo, e a influência na cultura local não são consideradas e muito menos as reais questões locais, dos problemas e demandas da área. Para isso, as autoras entendem a necessidade de um diagnóstico detalhado e a identificação dos principais usuários do espaço. (VARGAS; CASTILHO, 2009).

CAPÍTULO 2.1

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2.2 IMPACTO DA URBANIZAÇÃO EM COMUNIDADES

PESQUEIRAS

Em Governador Celso Ramos, é no século XIX que surgiram as primeiras manufaturas pesqueiras: as salgas. Entre as principais matérias-primas estão bagres, tainhas, enchovas, corvinas, sardinhas e camarões. Os produtos eram destinados ao consumo e vendido os excedentes no porto de Tijucas e no interior do estado. Na década de 60 eram no total 17 salgas no município. É nessa mesma época que um pouco mais da metade da população local morava nas áreas litorâneas. Com as primeiras indústrias o número de pescadores aumentou exponencialmente. No final da década de 70 eram mais de 1200 no total. Assim, o município se consolidou como segundo maior produtor ficando atrás somente de Itajaí. Conforme a atividade marítima crescia, a agricultura diminuía proporcionalmente (CUSTÓDIO, 2006).

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Porém diversos fatores contribuem ao colapso da pesca artesanal. Entre eles está o crescimento da pescaria industrial, a escassez dos estoques nas áreas próximas à costa, e a urbanização. O adensamento populacional na área estudada contribuiu com os índices significantes de poluição. O declínio da indústria pesqueira na década de 80 trouxe grandes consequências à comunidade. Muitos pescadores sem estudo e oportunidade se dedicaram à produção de moluscos e mexilhões através da maricultura. Hoje a área de abrangência da atividade engloba Ganchos, Calheiros, Palmas e Armação. São mais de cem mil metros quadrados de área de cultivo. Hoje a renda da de parte da população pode ser considerada pluralista que engloba a pesca e a maricultura com outras fontes de renda como turismo e comércio. (CUSTÓDIO, 2006).

Além disso é importante observar as consequências do adensamento e ocupação da orla, sem um planejamento específico e estrutura urbana, influenciaram na poluição e degradação local.

O desenvolvimento das costas catarinenses, ao longo dos anos, causa interferências culturais sobretudo no uso das baías e na pesca artesanal, característica da região. A especulação imobiliária, a imigração e o crescimento da população flutuante atinge áreas consideradas anteriormente áreas preservadas e afetam diretamente as orlas marinhas. É evidente na região península a má distribuição do fluxo de pessoas em relação ao verão com o restante do ano. O turismo é o fator predominante de transformação da região que gera renda no setor comercial, mobiliário e de transporte terrestre e marítimo. Dentre as consequências negativas é possível citar o aumento do custo de vida, a poluição da água, e a destruição do dos ecossistemas relacionados às atividades pesqueiras (VERAS, 2007).

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A tendência da ocupação das costas causa um impacto direto nas atividades relacionadas à pesca no que se diz respeito ao encolhimento das zonas portuárias com o aumento dos espaços recreativos. Projetos de intervenções nesses locais devem considerar as interferências muitas vezes inevitáveis com o intuito de minimizar os efeitos na cultura local. Herança dos imigrantes açorianos, a pesca artesanal se configurou por muitos anos como principal fonte de renda. Com embarcações rústicas, exploram regiões próximas à costa diferentemente da pesca industrial onde embarcações bem maiores e que vão para ao alto mar. A atividade gera empregos e renda para as famílias locais e evita êxodo aos centros urbanos. O saber-fazer somado à tecnologia e a experiência dos pescadores é passado por gerações (VERAS, 2007). Esse conhecimento empírico é constituído pelo entendimento do meio-ambiente e as suas variáveis, como o comportamento do mar, vento e estações do ano. Além disso, é necessário o domínio das técnicas de manejo dos equipamentos, e o conhecimento das espécies marinhas.

IMPACTO DA URBANIZAÇÃO EM COMUNIDADES PESQUEIRAS

Figura 2.6 - Cultivo de Moluscos FONTE: Diário Catarinense

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2.3 CAMINHABILIDADE E A ESCALA HUMANA NO

CONTEXTO URBANO

Se a falta do espaço público em si é ainda uma constante problemática nas cidades, a caminhabilidade e a escala humana são os fatores que tornam essas áreas de fato valiosas e a apropriação do ser humano de fato existente. Na década de sessenta, Jane Jacobs (2011) alertava em seu livro “Morte e Vida nas Grandes Cidades” das consequências desastrosas de um planejamento que setoriza os usos e coloca o automóvel como protagonista. (apud. GEHL, 2013) Desde então, autores e urbanistas estabeleceram métodos e técnicas de melhorias para o pedestre. Porém, ainda em passos lentos muitos dos conceitos precisam ser retomados. Dessa forma, para que a qualidade de vida que a dimensão humana proporciona seja, antes que um “marketing” de um condomínio de luxo, uma realidade aplicável, democrática e acessível a toda cidade, pobres e ricos.

Segundo Gehl (2013), no livro “Cidade para pessoas”, a cidade precisa ser viva, segura, sustentável e saudável. Esses quatro objetivos majoritários de uma cidade focaliza a dimensão humana e garantem que os moradores se sintam convidados à caminhar e pedalar em espaços dinâmicos, com mais olhos nas ruas e “verdes”. Já Speck (2016), em “Cidade Caminhável” descreve dez passos para uma caminhada proveitosa que inclui proteger o pedestre, acolher a bicicleta, plantar árvores e criar bons espaços. Os autores, através de dados e exemplos aplicados em cidades europeias e americanas, descrevem como os investimentos certos refletem na economia, saúde e meio-ambiente a curto e longo prazo no desenvolvimento desses lugares.

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A supressão completa do automóvel já se mostrou um fracasso, porém a maneira como o carro é incentivado, reformulando paisagens e dividindo bairros, está além de equivocada, destruindo cidades inteiras. E nem é necessário citar os exemplos de Seattle e Washington DC que o autor explica. Florianópolis hoje recebe todos os dias milhares de carros e um dos trechos mais engarrafados é o de acesso a ilha. Muitos dos carros vêm de cidades próximas, como Governador Celso Ramos, e a discussão sobre transporte e mobilidade muitas vezes acaba por se resumir na demanda induzida. Tal fenômeno é quando basicamente mais estradas incentivam mais o uso de carros e a melhora temporária, quase que ilusória, logo se torna um problema ainda maior. Dessa forma, é interessante observar quando a solução oposta é adotada. Exemplo mais notável é o fechamento parcial da Times Square em Nova York, além das medidas de incentivo ao pedestre em Copenhagen. (SPECK, 2016)

Figura 2.7 e 2.8 - Times Square antes e depois FONTE: Mobilize Brasil

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A base de todo plano diretor, apesar das muitas leis e anexos que o compõe, muitas vezes é o macrozoneamento e quantidade de estacionamento exigida. Quando não se tem uma mescla de usos e uma exigência demasiada de vagas, tem-se um planejamento, além de desastroso, economicamente caro para aquela sociedade. Bairros residenciais, apesar da aparência pacata e sem muita incidência de gás carbônico, correspondem à uma porcentagem altíssima de moradores que precisam se deslocar por horas em direção aos grandes centros. Além disso, uma vaga de automóvel além de corresponder à um valor alto repassado ao mercado e ao consumidor, quando exigido por norma, muitas vezes, reflete muito mais a situação precária de transporte público do que a real necessidade de estacionamento de qualquer estabelecimento. (SPECK, 2016)

CAPÍTULO 2.3

Figura 2.9 - Carros na calçada FONTE: GEHL (2013) 2.10 - Carros na orla de Ganchos

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Quando o objetivo é tornar uma cidade caminhável para a escala humana, segurança nunca é um exagero. Cidades como mais rodovias e mais carros são proporcionalmente mais propensas a serem mais inseguras tanto para pedestres quanto para ciclistas. O se sentir seguro ou inseguro para pedalar ou caminhar está diretamente relacionado à espaços e como eles são planejados. Ruas largas, com quatro ou mais faixas e com poucas esquinas estimulam alta velocidade e não diminuem os engarrafamentos, como é sugerido. O oposto gera motoristas mais atentos e cidades mais seguras. O tamanho das calçadas não chega a ser tão importante quanto o fato delas estarem protegidas seja por vegetação, por mobiliário ou até mesmo por estacionamento de carros. (SPECK, 2016) Dessa forma, alinhado ao dimensionamento as ruas necessitam ser dinâmicas e convidativas. Os chamados “olhos nas ruas” criam a sensação de segurança pois a riqueza em atividades, sobretudo no andar térreo, atrai pessoas e movimento ao local. (JACOBS, 2011)

Outra característica interessante é quando o desenho urbano é um elemento facilitador de deslocamento. É importante que não haja muitos desvios e hesitações. Um traçado pode ser até variado desde que bem marcado e com características visuais claras. (GEHL, 2013)

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Além de proporcionar atividades de movimento, os espaços precisam incentivar as atividades de estar e lazer. Por ser considerada uma escala de segundo grau de necessidade, ações como sentar em bancos, em cafés, observar o movimento e acompanhar a vida da cidade necessitam um nível de qualidade do tempo, da situação e do local. Quando o tempo de parada é pequeno a tendência do ser humana é por ficar nos “espaços de transição”. Geralmente próximos as calçadas, entre o espaço público e privado, os espaços de transição oferecem com as costas protegidas a visão ampla do que está acontecendo ao redor. Objetos de apoio prático e psicológico, assim como fachadas com detalhes e reentrâncias auxiliam na permanência. A atividade de sentar-se é um pouco mais complexa pois o tempo é ligeiramente maior e os requisitos de onde sentar e onde não sentar se tornam também maiores. Um bom espaço oferece um microclima agradável, boa visibilidade e localização, com costas protegidas e a vista, seja ela de elementos naturais ou da vida urbana. (GEHL, 2013)

Concluindo, é importante salientar que as cidades estão em constante desenvolvimento. A maneira em que tal planejamento é realizado define como a população se apropria ou não dos lugares. É interessante observar como os passos descritos pelos autores se adaptam a realidade de cada projeto. No caso da orla existente de Ganchos a necessidade por áreas livres influencia como o ser humano se adequa ao lugar. Seja com mobiliário improvisado, em baixo de uma árvore olhando para o mar ou uma área projetada, é interessante observar a memória que cada elemento existente já guarda na paisagem. As áreas existentes como o espaço de manutenção de barcos e os restaurantes embora desconexos determinam onde estão os espaços de transição e os espaços de estar. O desafio é justamente qualificar através dos conceitos apresentados o local potencializando as áreas do bairro.

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2.4 PROJETO ORLA E A CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS

Com o objetivo de compartilhar as políticas ambiental e patrimonial no extenso espaço litorâneo brasileiro, o governo federal criou o projeto orla. A cartilha disponível publicamente estabelece critérios de abordagem nos territórios acrescidos de marinha como medida de harmonizar e orientar as políticas praticadas nestas áreas. A primeira estratégia do programa é descentralizar as ações dando autonomia aos municípios em administrar seus espaços rentes ao mar. Porém é interessante observar a legislação vigente, as práticas locais e o interesse da população, visar a sustentabilidade, e estimular atividades socioeconômicas compatíveis. (MACEDO, 2004)

Devido as diferenças regionais de critérios delimitadores entre orlas foi determinado que a zona costeira: na faixa marítima constitui nas doze milhas náuticas contadas da linha da costa; na faixa terrestre todo o território dos municípios qualificados como costeiros. O município dessa forma é atuante como uma figura jurídico-administrativa que facilita as parcerias locais e possui as informações básicas na elaboração de diagnósticos e estudos necessários. (MACEDO, 2004)

Figura 2.15 - Costa marinha brasileira. FONTE: Projeto Orla (2004)

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Umas das estratégias que o Projeto Orla recomenda é a construção de cenários. Os cenários auxiliam na descrição de alternativas e possibilidades de futuro para determinada situação. Primeiro, é necessário o conhecimento atual estabelecendo tendências supondo que nenhum projeto seja implantado. Em seguida, formula-se a situação desejada a se alcançar. No exemplo a seguir fica claro como a tendência configura um cenário negativo e a alta densidade desordenada. Na situação desejada tem-se a valorização dos potenciais da área, a preservação da paisagem natural existente e a criação de espaços públicos de qualidade. (MACEDO, 2004)

Figura 2.16 - Exemplo cenário atual FONTE: Projeto Orla (2004)

Figura 2.17 - Exemplo cenário tendênca FONTE: Projeto Orla (2004)

Figura 2.18 - Exemplo cenário desejado FONTE: Projeto Orla (2004)

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3

. DIAGNÓSTICO

3.1 HISTÓRICO

A formação do litoral Catarinense acontece como estratégia comercial da colônia portuguesa. A metrópole decide elaborar um projeto político de expansão. O início de Ganchos se deu na Armação da Piedade, área mais ao sul do município. Os açorianos fundaram São Miguel, devido ao interesse dos portugueses pela pesca da baleeira. Em 1739 começa a construção do triangulo de fortificação da ilha do Desterro, para proteger suas embarcações e a construção da Fortaleza de Anhatomitim em 1739-1744. Projetada por Brigadeiro José da Silva Pais com traços arquitetônicos de influência renascentista, faz parte do sistema de defesa triangular da Ilha de Santa Catarina. (SIMÃO, 2002) Em 1747 surge os povoados da Fazenda da Armação, Costeira da Armação, Palmas e Ganchos. A instalação da Armação da Piedade teve um significativo declínio econômico devido ao a decadência da pesca da baleia. Os moradores começam a se dedicar a agricultura. Por quase 200 anos Ganchos foi conhecida como Freguesia de São Miguel (Município de Biguaçu), só em 1914 tornou-se Distrito. Em 1963 Ganchos passou a ser município. Em 1967 Ganchos passa a se chamar Governador Celso Ramos em homenagem ao governador do estado de Santa Catarina. (SIMÃO, 2002)

A partir de 1960, houve abertura da BR 101. Obra que trouxe o turismo, a exploração do mercado imobiliário e a especulação imobiliária. A economia local sofre uma nova transformação com a pesca artesanal, a maricultura além da abertura de pequenas empresas familiares ligadas ao mercado da pesca e do turismo. (SIMÃO, 2002)

(37)

Figura 3.1; 3.2; 3.3 - Fotos de Gov. Celso Ramos FONTE: GCR em Foco (2012) e Acervo Pessoal do Autor

(38)

PALMAS GANCHOS CALHEIROS CANTO DOS GANCHOS ARMAÇÃO DA PIEDADE COSTEIRA

3.2 LOCALIZAÇÃO

Figura 3.4 - Mapa de Localização

ESCALA GRÁFICA

(39)

3.3 ANÁLISE CLIMÁTICA E GEOGRÁFICA

O clima da região é mesotérmico úmido, com temperatura média anual de 23ªC. O vento predominante é norte e nordeste, sendo o vento sul o de maior intensidade. Os meses de maior insolação são, janeiro, fevereiro e março, e os de maior incidência de chuvas são: junho, julho e agosto. O município de Governador Celso Ramos é formado por um maciço costeiro, o qual é representado geomorfológicamente pela Serra da Armação, sendo comum encontrar altitudes entre 100 e 400 metros, tendo picos de até 620 metros de altitude e declividades geralmente superiores à 25° (IBGE, 1997). O relevo é constituído de superfícies planas e superfícies montanhosas, com presença de enseadas, pequenas ilhas, costões e 43 praias.

Figura 3.5 - Esquema análise climática FONTE: Google Earth, adaptado.

(40)

3.4 EXPANSÃO URBANA

Conforme os mapas ao lado, é possível observar como os momentos históricos da área norte do município de Governador Celso Ramos influenciaram no processo de expansão urbana. Ao lado tem-se quatro diferentes mapas da área norte do município em diferentes anos. As áreas destacas em vermelho auxiliam na identificação de como ocorreu a densificação do local nos diferentes bairros.

Em 1938 a pesca artesanal já consolidada principalmente na baía da Fazenda da Armação na baía Ganchos. Estima-se que nesse período existiam em torno de 26 manufaturas de pescados, as chamadas Salgas. Por isso, as primeiras ocupações localizadas na orla formando as primeiras comunidades. Em paralelo outra parte da população dedicava-se a agricultura na parte central mais ao interior do município. Em 1957 tem-se um adensamento considerável em direção as áreas de planalto. A comunidades pesqueiras estão geograficamente bem definidas e estão ligadas por estradas de terra. Nota-se como os bairros de Calheiros e Palmas, área central e leste do mapa respectivamente, não possuem ocupação considerável.

Em 1978 a pesca industrial chega ao seu ápice. Alguns dos agricultores deixam suas terras em direção às áreas marítimas e a densificação reflete diretamente nisso. As manufaturas locais passam à se associar aos grandes capitais paulistas e Governador Celso Ramos se estabelece como um dos maiores produtores de pesca do estado. Surge os primeiros loteamentos na área de Palmas.

Em 2000 o cenário de adensamento está muito próximo dos dias atuais. As comunidades continuam geograficamente bem definidas mesmo que numa visão geral alguns bairros estejam aglomerados,

(41)

ANO 1938

ANO 1957

ANO 1978

otos de satélite. FONTE

(42)

3.5 CONDICIONANTES LEGAIS | PLANO DIRETOR

O projeto de Lei de 1996 estabelece critérios de construção e zoneamento no município Governador Celso Ramos. O plano regularmenta a intervenção proposta nesse trabalho, inclusive com a desapropriação dos estabelecimentos privados em áreas de marinha e a criação de estrutura náuticas para apropriação pública. O território abrangido pelo Plano Diretor divide-se nas principalmente as seguintes áreas:

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO COM USO LIMITADO - APL

As áreas de Preservação com Uso Limitado admitem a ocupação, não sendo permitido o parcelamento do solo ou a abertura de vias de tráfego, exceto as melhorias dos acessos públicos oficiais existentes e obras de interesse público executados pelo Município.

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP

As Áreas de Preservação Permanente são consideradas “non aedificanti” para qualquer uso ou atividades com exceção dos usos públicos necessários. Incluem-se nas APP as áreas com as seguintes características: acima da cota 100 (cem) metros; Declividade superior à 30%; rios, numa faixa de 30 metros em cada margem e córregos e riachos, numa faixa de 10 metros.

AREAS TURÍSTICAS - AT

As Áreas Turísticas serão as situadas na orla marítima do município, e destinam-se a concentrar equipamentos, as edificações e os empreendimentos de turismo, além de permitir o uso residencial. Nas AT será sempre assegurado o livre acesso da população, por terra, à praia e ao mar.

(43)

ZONEAMENTO DO USO SOLO

APL - ÁREA DE PRESERVAÇÃO LIMITADA

AR - ÁREAS RESIDENCIAS AMC - ÁREAS MISTAS

AT - ÁREAS TURÍSTICAS ATE - ÁREAS TURÍSTICAS ESPECIAIS

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 3.10; 3.11 - Plano Diretor 1996 - FONTE

: P

refeitura de Governador Celso R

amos

ESCALA GRÁFICA

(44)

44

3.6 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ANHATOMIRIM

Áreas de Proteção Ambiental (APA) estão previstas na legislação brasileira e correspondem às áreas com relevante ocupação, dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais. A gestão da APA Ilha de Anhatomirim deve buscar, em suas ações: a proteção da população residente dos golfinhos; a proteção dos remanescentes da mata atlântica e fontes hídricas; a sobrevivência dos pescadores artesanais da região; a proteção da diversidade biológica; o disciplinamento do processo de uso e ocupação do solo; a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. O encarte publicado em 2013 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio estabelece critérios e zoneamento que afeta os arredores da ilha, sobretudo na parte sul do município de Governador Celso Ramos. (ICMBio, 2013)

Figura 3.12 - Mapa área de proteção ambiental anhatomirim FONTE

(45)

É considerada terra de marinha a faixa de 33 metros, medidos horizontal e perpendicularmente da linha da preamar, ao longo da orla marítima e das margens dos rios sob influência de maré. Os terrenos de marinha que forem de uso comum da população constituem logradouros públicos municipais. Os acrescidos de terrenos de marinha, formados natural ou artificialmente, serão destinados à implantação de atividades de uso público. (PLANO DIRETOR, 1996)

Os terrenos de marinha que se encontrarem vagos ou ocupados irregularmente, poderão ser requeridos da União Federal pelo Município sob regime de cessão gratuita. Os terrenos de marinha são considerados “non aedificandi”, exceto: para implantação de obras de infraestrutura urbana; para implantação de equipamentos turísticos e de lazer; para a implantação de ranchos rústicos destinados à atividades pesqueira. (PLANO DIRETOR, 1996)

Nos terrenos de marinha contidos em lotes de propriedade privada, serão permitidos trabalhos de ajardinamento, horticultura e arborização, bem com a implantação de mentos sumários de lazer. Nas terras da marinha as vedações dos terrenos não poderão ultrapassar a altura de um metro, podendo a vedação elevar-se acima desta altura com elementos que não impeçam à visão. (PLANO DIRETOR, 1996)

(46)

3.7 PLANO DE GESTÃO DA ZONA COSTEIRA

O uso das águas públicas foi regularmentado pela portaria nª 404, do dia 28 de Dezembro de 2012 regulariza a construção das estruturas naúticas e estabelece normas e procedimentos para a instrução de processos visando à cessão de espaços físicos em águas públicas da União. As estruturas náuticas, são classificadas: de interesse público ou social; de interesse particular; de uso misto. As estruturas náuticas de interesse público ou social serão objeto de cessão de uso gratuita, sendo aquelas: de uso público, acesso irrestrito e não oneroso; utilizadas em sua totalidade por entes públicos municipais, estaduais ou federais, em razão de interesse público ou social; destinadas à infraestrutura e execução de serviços públicos; edificadas por entidades de esportes náuticos. (SECRETÁRIA DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO, 2012)

3.8 LEGISLAÇÃO ESTRUTURAS NÁUTICAS

A maior concentração de população na zona costeira catarinense encontra-se no litoral central, que inclui o município de Governador Celso Ramos. Na economia de tais municípios destacam-se as atividades de turismo, aquicultura e indústrias diversas. Além disso, a pesca compõe a tradição e cultura de diversos vilarejos. Por outro lado, neste setor está situada uma grande concentração de manguezais, dunas, lagoas e lagunas costeiras. Estes cenários são produtos de um desenvolvimento pouco ou nada planejado, que tendem a gerar panoramas futuros preocupantes. Plano de Gestão da Zona Costeira foi desenvolvido com a participação da sociedade e dos órgãos e governamentais. (PLANO DE GESTÃO DA ZONA COSTEIRA, 2013)

(47)

ZONEAMENTO DO MUNICÍPIO

ZPP - ZONA DE PRESERVAÇÃO PREDOMINANTE

ZUR - ZONA DE USO RESTRITO

ZURB - ZONA DE USO

ZUE: ÁREA MISTA DE SERVIÇOS; INDUSTRIAIS ZR - ZONA DE RECREAÇÃO ZMMA - ZONA DE MANEJO

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 3.14 - Zoneamento Plano de Gestão da Zona Costeira FONTE: Plano de Gestão da Zona Costeira, 2013, adapatado.

ESCALA GRÁFICA

(48)

C

3.9 CHEIOS VAZIOS

No cenário analisado, observa-se que o tamanho do lote é influenciado pela ocupação histórica. Os terrenos próximos ao mar são menores e estão relacionados à atividade da pesca. Já os lotes nas encostas são maiores, pois eram utilizados na agricultura. Esse tipo de configuração reflete diretamente na densidade das quadras. A forma espontânea que a ocupação foi realizada é um dos motivos dessa ocorrência. De modo geral as áreas planas próximas ao mar possuem um alto adensamento devido a maior concentração de residências em comparação a encosta. Os terrenos antes grandes passam a ser subdivididos conforme a população cresce.

(49)

C

LEGENDA: CHEIOS VAZIOS

Figura 3.15 - Mapa Cheios e V

azios

FONTE

: P

refeitura de Governador Celso R

amos, adapatado.

ESCALA GRÁFICA:

200m 0 50m 100m

(50)

C

3.10 USO DO SOLO

O uso varia entre residencial, institucional, comercial e de serviços, e industrial. É possível observar que na área analisada encontra-se a maior parte da zona administrativa do município. O tráfego de veículos de caráter público como ambulâncias e ônibus escolar são mais intensos na área. As residências da orla estão localizadas de frente para a rua e os fundos para o mar. A relação da população nessas específicas praias é mais de trabalho, do que lazer e contemplação. Isso se dá pela falta de qualidade da orla nessa área. Porém, as casas nas encostas, privilegiam a vista. Há duas indústrias de pescados e as áreas de lazer são escassas, apesar da paisagem natural predominante.

(51)

C

LEGENDA: RESIDENCIAL COMERCIAL

COMÉRCIO HABITACIONAL - MISTO INSTITUCIONAL

LAZER INDÚSTRIA

Figura 3.16 - Mapa Uso do Solo FONTE

: P

refeitura de Governador Celso R

amos, adapatado.

ESCALA GRÁFICA:

200m 0 50m 100m

(52)

3.11 PÚBLICO E PRIVADO

A concepção morfológica da região é característica da colonização luso brasileira com traçado urbano irregular, as ruas são estreitas e sem passeio público adequado. As quadras são longas e grandes e se adaptaram a topografia adquirindo um traçado orgânico influenciado por fatores ambientais como a topografia e os rios. Esse tipo de desenvolvimento demonstra a falta de planejamento para a cidade e a relação com a escala do pedestre, a região carece de bons passeios públicos e áreas de lazer. Ganchos do Meio é o local com maior área pública devido a praça e o trapiche, mesmo tendo esse caráter público de estar e contemplação se encontra comprimidos pelas residências e a rodovia.

(53)

LEGENDA: PRIVADO PÚBLICO

ÁREAS PRIVADAS NÃO OCUPADAS

Figura 3.17 - Mapa Público e P

rivado

FONTE

: P

refeitura de Governador Celso R

amos, adapatado.

ESCALA GRÁFICA:

200m 0 50m 100m

(54)

C

3.12 MOBILIDADE URBANA

ÁREA DE INTERVENÇÃO

(55)

C LEGENDA: RODOVIA PRINCIPAL COLETORA LOCAL

Figura 3.18 - Mobilidade Urbana FONTE

: P

refeitura de Governador Celso R

amos, adapatado.

ESCALA GRÁFICA:

500m 0

(56)

Governador Celso Ramos é acessada pela BR-101 que é a responsável por realizar a conexão do local com outros municípios. O local possui dois acessos em direção à Rodovia SC-410, circunda toda a extensão do município e é a via responsável pela conexão dos bairros do local. O acesso ao sul liga principalmente os arredores às praias até Palmas. Enquanto o acesso ao norte liga principalmente ao resto no município. A topografia interfere diretamente no traçado das vias. De modo geral, por estar inserido em local de grande variação de relevo, o acesso entre bairros é feito através do automóvel. As ruas locais se configuram em vias estreitas e com traçado irregular com casas construídas juntas a testada do lote.

TRANSPORTE PÚBLICO

O município é abastecido de transporte público por meio de ônibus. A empresa Biguaçu é responsável pela maior parte das linhas que conectam a região às cidades próximas e à capital Florianópolis. A conservação dos veículos e os horários escassos não correspondem ao valor, um dos mais caros da região. Uma outra linha liga o município à região de Balneário e Itajaí da empresa Viação Praiana. A maior carência em relação a transporte público é a falta de meios alternativos como o transporte coletivo marítimo e incentivo ao uso de bicicletas. Observa-se que a malha viária orgânica contribui no conflito entre as pessoas e os veículos. As calçadas precárias, assim como a falta de sinalização adequada, passeios acessíveis, largos e regulares, produzem riscos de acidentes. Além disso, a áreas de estacionamento priorizam o automóvel na região.

(57)

CONFLITOS

A sinalização das vias ao longo da SC-410 está de acordo com a legislação. A Rodovia é responsável pela conexão dos bairros, possui uma velocidade de circulação muito alta e um caráter de via arterial. Por ser de trânsito rápido, atravessar a rua pode ser perigoso em alguns pontos. Nas vias de caráter local a sinalização é pouca e inadequada. Faltam placas de limite de velocidade, placas de proibido estacionar e faixas de pedestres. A falta de calçadas para os pedestres em alguns pontos obriga os moradores a andar nas ruas ou canteiros. A presença de industrias do ramo pesqueiro na área central traz para o local a circulação de caminhões grandes que acabam dificultando o trânsito.

MOBILIDADE URBANA

Figura 3.19; 3.20 - Fotos condições atuais da rua FONTE: Arquivo do autor, 2018

(58)

3.13 DENSIDADE

ÁREA DE INTERVENÇÃO

CANTO DOS GANCHOS Área: 2,7 hectares 80 casas x 4 = 320pessoas Densidade: 118,51 hab/hec CALHEIROS Área: 1,04 hectares 34 casas x 4 = 136 pessoas Densidade: 130,76 hab/hec

A densidade no município, principalmente na área norte, é linear sem grandes variações entre as comunidades. Apesar do adensamento constante no decorrer da história da região, o gabarito baixo e dispersão das residências por metro quadrado contribuem para que os números variem entre 118 (cento e dezoito) e 183 (cento e oitenta e três habitantes por hectares. Em Palmas a tendência da densidade aumentar nos próximos anos é evidente pelo número de edifícios que vêm sendo construídos no local para época de veraneio.

(59)

GANCHOS DO MEIO GANCHOS DE FORA Área: 2,01 hectares 92 casas x 4 = 368pessoas Densidade: 183,08 hab/hec PALMAS Área: 35,65 hectares

350un x 4pvtos x 4 = 5600pessoas Densidade: 157,08 hab/hec

Figura 3.21 - Densidade FONTE

: Google Earth, adaptado.

(60)

ESPORTE LAZER SAÚDE ESCOLA

3.14 EQUIPAMENTOS URBANOS

Os equipamentos urbanos identificados no mapa abaixo demonstram como os mesmos estão dispersos entre as comunidades. Na região norte encontram-se as principais escolas do município e a maior parte administrativa, como a prefeitura. Pequenos espaços públicos estão localizados em cada bairro mas sem conexão entre eles. Como a via principal que conecta os bairros é apenas para automóveis fica difícil o acesso de muitos setores para pedestres e ciclistas. Na área de intervenção nota-se como a necessidade de se vincular as duas comunidades para que as pessoas possam circular em direção à maior quantidade de equipamentos possíveis.

(61)

PREFEITURA COMÉRCIO BANCO LEGENDA: PESCA PRAIA IGREJA ESCOLA ESPORTE PRAÇA SAÚDE MARINHA HOTEL COMÉRCIO BANCO PREFEITURA

Figura 3.22 - Equipamentos urbanos FONTE

: Google Earth, adaptado.

ESCALA GRÁFICA:

500m 0

(62)

3.15 ANÁLISE DA PAISAGEM

Kevin Lynch, em “A imagem da cidade” busca a percepção da cidade e da paisagem urbana, como também as suas partes que a compõe. O autor baseou-se em como as pessoas estruturavam a imagem que tinham dela e como se localizavam. Concluiu então que os elementos que as pessoas utilizam para estruturar sua imagem da cidade são agrupados em cinco grandes tipos: vias (caminhos), limites, bairros, cruzamentos (nós) e marcos visuais. De acordo com Lynch, nada é experimentado individualmente, e sim em relação ao seu entorno. Cada cidadão tem determinadas associações com partes da cidade, e a imagem que ele faz delas está impregnada de memórias e significados. Por isso a paisagem se comporta como um cenário cuja sua função é de reter marcas e registros. A leitura e compreensão da paisagem não se limita ao espaço. É também temporal. A paisagem testemunha e preserva dados de épocas passadas. Outros fatores influenciadores da imagem: significado social de uma área, sua função e sua história. De acordo com Gordon Cullen, paisagem urbana é a arte de tornar coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano.

Andando pela área da intervenção e o seu entorno, a paisagem é de cidade pacata e no meio da natureza se confunde com a urbanização orgânica e sem planejamento. A memória e a tradição estão inseridas na paisagem de cada comunidade através do tempo. Cada atividade está diretamente relacionada à paisagem existente e característica do local: seja o pescador arrumando seu barco, seja o garoto observando o mar, ou até a conversa animada entre os adultos.

(63)

LIMITES

São elementos lineares constituídos pelas bordas de duas regiões distintas. Podem ser considerados barreiras (rios, estradas, viadutos, etc.) ou como elementos de ligação Os limites podem ter um efeito de segregação atuando como barreiras e prejudicando uma visão do todo.

MARCOS VISUAIS

São tipos de referências e normalmente representados por um objeto físico: edifício, sinal, ou montanha. São tsmbém símbolos de direção, como torres isoladas. Sua principal característica é a singularidade. Isso pode ser alcançado sendo visto a partir de muitos lugares, ou estabelecendo um contraste local. VISÃO SERIAL

Formada por percepções sequenciais dos espaços urbanos, primeiro se avista uma rua, em seguida se entra em um pátio, que sugere um novo ponto de vista de um monumento e assim por diante. Esta sucessão de situações, é que possibilita o dinamismo na cidade, pelo dramatismo dos seus conrastes. RECINTOS

São espaços urbanos interiores caracterizados pelo sossego e a tranquilidade, em que o vai e vem das ruas não é tão notado, a praceta (ou recinto, ou pátio) tem escala humana e geralmente é um espaço pontuado por árvores e bancos, que permitem descanso e contato humano.

PERSPECTIVA GRANDIOSA

É um descortínio imediato entre o “aqui e o além”, como a perspectiva visual dos eixos monumentais, dos grandes boulevares. Essa paisagem funde o primeiro plano ao longínquo, produzindo sensação de imensidão, grandiosidade e onipresença.

(64)

CAPÍTULO 3.15

(65)

ANÁLISE DA PAISAGEM

Figura 3.23 - Análise da paisagem FONTE

(66)

3.16 MAPA SÍNTESE

CONEXÃO ENTRE BAIRROS VISUAIS POTENCIAL ESPAÇO PÚBLICO RIO SEM ACESSO FLUXO DE VEÍCULOS MASSA DE VEGETAÇÃO NATURAL ESCALA: 1:5000 ACESSO F8

(67)

CONEXÃO ENTRE BAIRROS VISUAIS VISUAIS PONTO DE REFERÊNCIA PONTO DE REFERÊNCIA POTENCIAL ESPAÇO PÚBLICO POLUIÇÃO FLUXO DE VEÍCULOS MASSA DE VEGETAÇÃO NATURAL

Neste mapa síntese destacam-se os principais potenciais da área analisada: espaços públicos, visuais, pontos de referências, fluxos de veículos e pedestres, além da massa de vegetação natural. Observa-se também a conexão entre bairros hoje feita apenas por automóvel.

Figura 3.24 - Mapa síntese FONTE

: Croqui produzido pelo autor

LEGENDA: CONFLITOS ORLA ACESSO FALTA DE CALÇADA ESTACIONAMENTO F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7

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Figura 3.25 - Imagem Fotográfica 1 FONTE: Arquivo do autor, 2018

(69)

Figura 3.27 - Imagem Fotográfica 3 FONTE: Arquivo do autor, 2018

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Imagem Fotográfica 5 FONTE: Arquivo do autor, 2018

(71)

Imagem Fotográfica 7 FONTE: Arquivo do autor, 2018

(72)

4

. REFERENCIAIS

4.1 CONCURSO NACIONAL DE URBANISMO PARA A

ORLA NOROESTE DE VITÓRIA (2ª lugar)

INFORMAÇÕES:

Arquiteto: Studio Methafora.

Equipe: Michel Mittmann, Nelson Saraiva, Enrique Brena, André Schmitt e o biólogo Ademir Reis.

Localização: Vitória - Espírito Santo. Área: 600.000,00m².

Ano do projeto: 2014.

“Soluções locais propostas pelo concurso agregam e fortalecem a vida comunitária, mas não garantem integração e articulação urbana desse lugar como parte da cidade formal voltada ao mar.”

A intervenção em um dos recortes qualificados evidencia a transformação da paisagem resultante dos aterros de lixo, praticados no local. Foi criado um pólo gastronômico, com linguagem arquitetônica e urbana vernacular atrativa. Entre as propostas abordadas estão: Rede elétrica subterrânea no trecho; Museu do Pescador; Priorizar pedestre, ciclista e cadeirantes; Transformar a vegetação bastante densa nos fundos de lote, em Parque escarpado no topo da Ilha, com domínio da vista; Junto à orla, atracadouros, trapiches e decks contínuos, em frente aos restaurantes que abrem para a vista, em níveis diversos, com soluções flutuantes; Incentivar o uso pela comunidade, em fim de semana e dias festivos, dos espaços abertos.

(73)
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CAPÍTULO 4.1

Figura 4.2; 4.3 - Deck de Orla na Ilha das Caieiras: sistema para instalação de lajes em etapas para ampliação do número de

restaurantes locais. FONTE: Studio Methafora, 2014

(75)

ASPECTOS PRINCIPAIS DO PROJETO:

- Uso de deck como marcação de fluxo pedestres ao longo da orla; - Criação do pólo gastrônimico trazendo atividades para o local; - Criação de mirantes e espaços de contemplação aproveitando os visuais naturais do local;

- Integração da proposta com o pescador local.

CONCURSO NACIONAL DE URBANISMO PARA A ORLA NOROESTE DE VITÓRIA

Figura 4.4; 4.5 - Mirante - Perspectivas FONTE: Studio Methafora, 2014

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4.2 PARQUE ÀS MARGENS DO RIO AIYI

INFORMAÇÕES:

Arquiteto: BLVD International. Equipe: Yun Du.

Localização: Yinchuan, Ningxia, China. Área: 192.000,00 m²

Ano do projeto: 2013

ASPECTOS PRINCIPAIS DO PROJETO: - Dinamismo na estrutura marítima; - Integração orla com a cidade;

(77)

O conceito do projeto focou em integrar as características do local e o caráter da cidade ao design, destacando a ecologia e o cuidando com as necessidades humanas. “Aiyi River Waterfront Park” fica situado na parte nordeste do Distrito Jinfeng na cidade de Yinchuan, próximo a parte mais nova da cidade. O local entre a cidade e a frente ribeirinha foi considerado, criando uma integração. Aproximou-se a cidade e a orla utilizando intervalos regulares como o movimento fluido do rio e melhorando a experiência à beira d’água. Criou-se uma experiência mais orgânica e natural quebrando a rígida linha da paisagem. O arquiteto procurou intervir neste espaço ocioso, projetando calçadas para pedestres em um padrão sinuoso ondulado.

(78)

4.3 JARDIM BOTÂNICO - CULIACÁN ROSALES

INFORMAÇÕES:

Arquiteto: Tatiana Bilbao.

Equipe: Tatiana Bilbao, David Vaner, Israel Álvarez, Mariana Tello, Lina Rúelas, Sebastián Córdova, Carlos Leguizamo, Paola Toriz, Ana Yumbe, Eliza Figueroa, Julieta Sobral, Roberto Rosales.

Localização: Culiacán Rosales, Sin., México. Área: 109,25m².

Ano do projeto: 2012.

O objetivo do projeto é de reconciliar a natureza e a arquitetura. O traçado orgânico dos caminhos e as estruturas de serviço público criadas foram feitas de acordo com parque e a vegetação existente. Assim, foram projetadas 16 (dezesseis) pequenas estruturas dispostas pelo Jardim Botânico com programas diferentes entre si. O conjunto de Serviços Educativos, é composto por três edifícios: sanitários, mini auditórios de uso múltiplo e aula educativa. As estruturas foram pensadas como se fossem parte da mesma paisagem. Estes são materializados em concreto aparente - acabamento que não requer nenhum outro processo e de alta qualidade.

O auditório aberto, é um espaço formado por três paredes que contém uma área de projeções ao ar livre. Tem um hall de entrada que funciona também como praça para organizar os grupos que usam o edifício. Interessante como a arquiteta enxerga o Jardim Botânico como um museu aberto. Os visitantes possuem contato direto com a vegetação e arquitetura como obras de arte.

(79)
(80)

ASPECTOS PRINCIPAIS DO PROJETO:

- Conciliação entre arquitetura e jardim botânico;

- Estruturas de apoio ao parque que possam ser utilizadas pela comunidade;

- Auditório aberto;

- Caminhos de traçado orgânico entre a vegetação existente.

CAPÍTULO 4.3

Figura 4.12 - Planra da sala de aula FONTE

: Archdaily

, 2013

(81)

4.4 PARQUE RIBEIRO DO MATADOURO

INFORMAÇÕES:

Arquiteto: Oh!Land Studio.

Equipe: Bruno Sousa, Gilberto Pereira, Sofia Pacheco e Victor Esteves. Localização: Santo Tirso, Portugal.

Área: 1.540.000,00m². Ano do projeto: 2013.

As principais diretrizes do projeto são: concessão a cultura local, a ecologia e a tradição, além de métodos de construção sustentável. O parque funciona, segundo o arquiteto, como um “organismo vivo” estruturado por diversas escalas, ritmos e velocidades. Busca-se a interação social em meio as necessidades da cidade contemporânea, além da relação entre o ser humano e a natureza. O parque se divide em quatro partes.

A primeira possui forte presença da água com vasta vegetação, tanto existente quanto inseridas estimulando uma maior biodiversidade. A segunda promove a mobilidade e conectividade pelo parque, através de percursos: principal, secundários e ciclovia. Os materiais utilizados para os caminhos foram pensados em cores escuras para realçar o contraste com a vegetação.

A terceira cria uma “rota das esculturas” inspiradas na técnica “origami” criando zonas de sentar/ deitar e sistemas multimídia.

A quarta conste no ser humano utilizador do espaço que se apropria de diferentes formas.

(82)

CAPÍTULO 4.4

(83)

ASPECTOS PRINCIPAIS DO PROJETO:

- Preservação da vegetação existente e ampliação da biodiversidade; - Mobilidade e conectividade com caminhos primários e secundários; - Esculturas que incentivam a apropriação do ser humano.

PARQUE RIBEIRO DO MATADOURO

Figura 4.17 - Esquema esculturas do parque. FONTE: Archdaily, 2015

(84)

5

. PARTIDO

5.1 INTENÇÕES PROJETUAIS

O projeto da orla dos bairros Ganchos do Meio e Calheiros possui o objetivo de qualificar a área pública existente potencializando a paisagem natural e a memória da população local inserida no cenário atual. Além disso, busca-se estabelecer conexões entre as atividades propostas e os equipamentos urbanos dispersos entre os bairros. A principal intenção projetual é a criação de espaços públicos de qualidade para os moradores e a população flutuante. Além disso, pretende-se criar estruturas de apoio a comunidade pesqueira, a cultura local e incentivo ao esporte e lazer.

Dessa forma, utilizando o diagnóstico apresentado, são definidas diretrizes em duas escalas distintas. A primeira escala de bairro visa a interconexão entre os bairros e a circulação que prioriza pedestres e ciclistas ao invés do automóvel. A segunda escala de quadra visa criar espaços convidativos onde o ser humano sinta-se confortável em estar. O recorte representa a área central com a maior parte dos equipamentos urbanos do município e está estrategicamente posicionado próximo à praia de Palmas, principal ponto turístico da cidade.

A área de intervenção foi dividida em duas partes. A primeira parte representa a orla de Ganchos do Meio com a praça principal localizada em frente a prefeitura. A segunda parte representa ao parque de Calheiros onde hoje é um grande espaço ocioso em frente à praia que necessita ser qualificado.

(85)

ORLA

CONEXÃO ENTREBAIRROS

PESCA ARTESANAL MARICULTURA PRAIA TRADIÇÃO E CULTURA ESTAR E CONTEMPLAR CAMINHAR E PEDALAR ESPORTE E LAZER RESTAURANTE

(86)

ÁREA 02

Desenvolver as áreas da orla marítima recuperando os recursos naturais existentes; Qualificar e incentivar o caminhar e o pedalar através de calçadas arborizadas além de área de lazer e contemplação; Conectar os bairros para o pedestre através do mar; Preservar a vegetação nativa e a os córregos existentes.

5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS

ESCALA: 1:5000

(87)

ÁREA 01

Desapropriar algumas edificações que se encontram no recuo de 33 metros pelo Plano Diretor do município; Alterar o sistema viário redesenhando a principal via de acesso afim de qualificar aumentar o passeio; Manter a área de pescadores e criar equipamentos de apoio

Figura 5.1 - Mapa diretrizes conceituais - FONTE

: P

roduzido pelo autor

.

Ligação das duas áreas através de um deck plano e dinâmico promovendo áreas de estar e passagem.

(88)

5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES

MIRANTE - Área de observação da paisagem natural aproveitando os visuais existentes proporcionando acesso via trilha para pedestres.

PRAIA - Qualificação da praia em Calheiros com tratamento dos afluentes e valorização do espaço existente.

EVENTOS - Área de eventos no gramado existente para concertos, cinema ao ar livre, manifestações públicas e tradicionais do município.

ARBORIZAÇÃO - Manutenção da vegetação existente e reflorestamento das áreas degradadas com a criação do parque na área 02.

PONTOS DE DESTAQUE - Criação de caminhos dinâmicos distribuídos ao longo do circuito entre bairros.

ESPORTE MARÍTIMO - Potencializando a prática do banho e de esportes marítimos como a canoagem e o stand up paddle.

CONTEMPLAÇÃO - Espaços para observação do horizonte, das atividades que acontecem em volta, da vida presente no dia-a-dia das pessoa.

ESPORTES - Quadras poliesportivas e de vôlei de praia, além do ginásio existente responsáveis por atividades que

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PESCA ARTESANAL - Estruturas de apoio aos pescadores artesanais como cobertura na área de manutenção, além de espaços para confraternização.

CICLOVIAS - Circuito para ciclistas e bicicletários posicionados nas principais áreas da intervenção incenticanvo do uso de bicicletas.

RESTURANTES E CAFÉS - Espaços que ofereçam alimentos e que possam estar abertos em vários horários aumentando o fluxo de pessoas na região.

CAMINHAR - Incentivar caminhadas através de longos e curtos circuitos, além de conexões entre os equipamentos urbanos para pedestres.

ESTAR - Equipamentos acessíveis de estar proporcionando encontros entre moradores e população flutuante.

TRAPICHE - Abertura da área industrial de pescado criando arquibancadas de contemplação e trapiche para parada de pequenas embarcações.

PLAYGROUND - Brinquedos e estruturas lúdicas incentivando o movimento entre crianças e adultos.

PRAÇA - Qualificação da praça existente aumentando os espaços de convívio e vegetação.

(90)

5.4 IMPLANTAÇÃO - ÁREA 01

RESTAURANTES CÓRREGO DECK ESCALA: 1:2000 VIA COMP ARTILHAD A SC 401 P8

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VIA COMP

ARTILHAD A

Figura 5.2 - Implantação Área 01 - FONTE

: P

roduzido pelo autor

. ARQUIBANCADA COBERTURA PESCADORES E VENDA DE ARTESANATO PRAÇA PRINCIPAL TRAPICHE ORLA A A P1 P2 P3 P4 P5 P7

(92)

5.5 IMPLANTAÇÃO - ÁREA 02

GRAMADO EVENTOS GINÁSIO DE ESPORTES BOMBEIROS DELEGACIA ACESSO MIRANTE RIO ESCALA: 1:2000 VIA COMPARTILHAD B B P10 POLICLÍNICA ESCOLA

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Figura 5.3 - Implantação Área 02 - FONTE

: P

roduzido pelo autor

. CENTRO GASTRONÔMICO BEACH VOLEI POLICLÍNICA ESCOLA TRAPICHE SC 401 P6 P9

(94)

5.6 CORTE A - CENÁRIOS

CENÁRIO EXISTENTE

CENÁRIO TENDÊNCIA

(95)

Figura 5.4 - Cortes Esquemáticos - FONTE

: P

roduzido pelo autor

.

CENÁRIO EXISTENTE

CENÁRIO TENDÊNCIA

CENÁRIO PROPOSTA

CORTE B - CENÁRIOS

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Referências

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