Prof. Dr. Pedro Roberto Jacobi
Prof. Dr. Alexandre do Nascimento Souza
Vulnerabilidade Hídrica
na Macrometrópole
ROTEIRO
• Vulnerabilidade
• Macrometrópole
• Vulnerabilidade Hídrica em São Paulo
• Tema Complexo
• Tomada de Decisão
• Aprendizagem Social
• Reflexão Coletiva
PORQUE FALAR DE VULNERABILIDADE E
COMPLEXIDADE?
• Variabilidade Climática é um tema estratégico;
• Interdependência de variáveis no entendimento do
contexto de gestão tanto na esfera pública, quanto na
esfera privada.
Variabilidade das Chuvas Região Sudeste
Verões 2012-2014
Contínuo aumento da temperatura
INOVAÇÃO NA GOVERNANÇA DA ÁGUA -
A MACROMETRÓPOLE
1. Contexto de gestão para além da bacia hidrográfica;
2. Reconhecimento da interdependência entre bacias no
contexto da gestão da água;
3. Entendimento das limitações da disponibilidade de
água no contexto da Região Metropolitana de São
Paulo;
4. Vulnerabilidade da região frente à demanda de água
para os processos produtivos e de consumo humano.
SOBRE A MACROMETRÓPOLE
• Cerca de 170 municípios;
• Aproximadamente 32 milhões de habitantes-
mais de 72% do Estado de São Paulo;
• Até 2035 as projeções são de que a região tenha
cerca de 37 milhões de habitantes.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Área (KM2) População (2010) PIB em Reais (2009)
0,59 16 27,7 20,12 73,96 82,76
Percentual Comparativo (BR/SP)-
Área, população e PIB
Participação da
Macrometrópole no Brasil
Participação da
Macrometrópole no Estado de São Paulo
MACROMETRÓPOLE -
MACROMETRÓPOLE-
BACIAS HIDROGRÁFICAS
DEMANDA DE USO E DISPONIBILIDADE HÍDRICA
SITUAÇÃO DOS USOS DA ÁGUA EM RELAÇÃO À VAZÃO MÍNIMA NATURAL
MUITO CRÍTICA (RMSP) CRÍTICA (10 Regiões) ATENÇÃO (1 Região) BOA (7 Regiões) MUITO BOA (3 Regiões)
RMSP
• Demanda de água: 432% da vazão
mínima natural
• Importação de água de bacia
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA -
SÃO PAULO
BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO TIETÊ (RMSP)
20 milhões de habitantes 8.050 Km2 2.484 hab./Km2 Foto satélite RMSP - 65 mil metrosBAIXA
DISPONIBILIDADE HÍDRICA
Classificação da ONU:
Abundante > 20.000 m³ / hab. ano Correta > 2.500 m³ / hab. ano Pobre < 2.500 m³ / hab. ano Crítica < 1.500 m³ / hab. Ano
Brasil→ 35.000 m³ / hab. ano Estado de São Paulo→ 2.468 m³ / hab. Ano
Pernambuco→ 1.188 m³ / hab. Ano
Bacia do Piracicaba→ 408 m³ / hab. Ano
Percentuais de Outorgas de Captação
(Alto Tietê)
• Usos diversos: quais
são os usos
prioritários?
• Quais fatores são
impulsionadores da
vulnerabilidade
hídrica?
Por que falar de Vulnerabilidade Hídrica
em São Paulo?
– Desafios de governança;
– Maior demanda do que oferta de água;
– Desperdício nos usos de água;
– Cultura de que a água é abundante;
– UM TEMA COMPLEXO!
Tema Complexo
(Jeff Conklin- Cognexus)
• Diversidade de atores sociais envolvidos
(
quanto mais partes, maior complexidade; falta de informações;conflitos de interesses; ambiguidades regulatórias, o que mais? .... );
• Requer enfoque baseado na oportunidade, diluição de
incertezas, realização de experimentos, lançar programas
pilotos e elaborar provas e protótipos.
PENSAR UM TEMA COMPLEXO
• Associado ao contexto;
• A definição depende de a quem se pergunte;
• Atores diferentes tendem a ter opiniões diversas e
quais soluções são possíveis;
• É difícil estabelecer a priori a melhor solução, na
medida em que cada desafio é único;
• A busca de soluções parte necessariamente pela
execução de ações, que ao longo do tempo podem se
mostrar adequadas ou não.
Eventos intensos e inundações
São Paulo, Fevereiro 2010
Sistema
Cantareira,
São Paulo
(Cortesia da Profa. Dra. Maria Assunção F. Silva Dias) Verão 2013/2014
PORQUE FALAR DE COMPLEXIDADE?
• Alto nível de incertezas;
• Interesses variados e nem sempre explicitados;
• Inexistência de arranjos técnicos universalizados;
• ?????
Tomada de decisão - Água e Clima
• Condicionalidades
• Critérios
• Estratégias e Metodologias
• Processos
• Atores Envolvidos (setores públicos e privados)
• ???????
CONTEXTO - TOMADA DE DECISÃO
• Governos Locais –
mananciais e planejamento de uso do solo, vias de circulação, localização de moradias precárias, perda de biodiversidade, contaminação de águas e solo,serviços de água e saneamento, etc
;
• Empresas-
demanda, disponibilidade do recurso água, qualidade da água, custo, infraestrutura disponível.
APRENDIZAGEM SOCIAL
• Melhorar as inter-relações, entre o ser humano e
o meio ambiente;
• Estruturas institucionais capazes de lidar com o
conhecimento não formal e o formal;
• Argumentos condutores: reflexão, sistemas,
orientação, integração e participação.
Precedentes da Aprendizagem Social
• Complexidade demanda aumento da interdependência e
do potencial de soluções de soma positiva, não
evidentes a princípio, mas negociáveis;
• Boa
governança:
accountability,
transparência,
legitimidade, participação pública, eficiência, leis e
ausência de corrupção;
• Participação plural e horizontalizada no ambiente da
governança se constituem em um desafio: comunicação,
linguagem, construção da mudança de comportamento.
APRENDIZAGEM SOCIAL
NA GOVERNANÇA DA ÁGUA
• Informações e transparência;
• Co-responsabilização;
• Cooperação;
• Diálogo;
• Troca de experiências;
• Aprendizado conjunto.
Dra. Gina Rizpah Besen
Dra. Sara Gurfinkel M. Godoy
Tomada de Decisão:
Vulnerabilidade Hídrica
A partir do estudo de caso apresentado responder às seguintes questões:
Grupo 1. Que informações seriam necessárias para a tomada de decisão sobre a vulnerabilidade hídrica?
Grupo 2. Que riscos acabam sendo assumidos ao tomar-se a decisão sem toda a informação que você julga necessária?
Grupo 3. Como as mudanças climáticas interferem na sua tomada de decisão sobre a vulnerabilidade hídrica?
Grupo 4. O que seria uma boa decisão nesse cenário?
O "World Café" é um método de conversação que objetiva promover diálogos construtivos, acessar inteligência coletiva, aumentar a capacidade coletiva de criar e trocar conhecimento.
O método foi criado em 1995 por Juanita Brown e David Isaacs. No livro "O World Café: dando forma ao nosso futuro por meio de conversações Significativas e Estratégicas",
Muito usado em oficinas de planejamento e em práticas de educação socioambiental.
Orientações para o World Café
Como funciona
Cada mesa tem um Anfitrião fixo que recebe as pessoas e relata as contribuições dadas.
A cada 15 minutos há um rodizio de mesa
O objetivo é que todas e todos passem por todas as mesas
No final cada Anfitrião apresenta os resultados com complementações de todos os participantes.
METODOLOGIA ANÁLISE MULTICRITÉRIO
Dra. Sonia M. V. Coutinho
Dra. Samia Sulaiman
IDENTIFICAR NECESSIDADES DE
ADAPTAÇÃO
CICLO DE APRENDIZAGEM EM ADAPTAÇÃO
IDENTIFICAR OPÇÕES DE ADAPTAÇÃO AVALIAR OPÇÕES DE ADAPTAÇÃO PLANEJAR E IMPLEMENTAR ADAPTAÇÃO MONITORAR E AVALIAR Fonte: PROVIA, 2013, p.05
PERGUNTAS INDUTORAS
Como tomar decisões de adaptação em cenário de complexidade?
Quais seriam as opções de adaptação mais viáveis para o caso
da água apresentado?
Análise Multicritério: permite criar um quadro estruturado para
comparação de um conjunto de opções definido por meio de um número de diferentes critérios e pesos, para que se avalie as
ETAPA 1: Identificar opções ETAPA 2: Estabelecer critérios
ETAPA 3: Atribuir pesos
ETAPA 4: Atribuir pontuação – 1 a 5 ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
Somar e Classificar
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
OPÇÕES Crit ério 1 Crit ério 2 Crit ério 3 Crit ério 4 Crit ério 5 Crit ério 6 TOTAL Ampliar reuso água
ETAPA 1: Identificar opções
EXEMPLOS DE OPÇÕES
Fonte: DE BRUIN et al. ,2009; MEDIATION; FGV/CES, 2014
OPÇÕES
Construção de barragens e adutoras
Aumento do valor da outorga para indústria Transposição de bacias
Eficiência no uso de técnicas de irrigação Eficiência na rede de distribuição
Aproveitamento residencial de água de chuva Reuso de águas cinzas
Incentivos econômicos para uso racional da água
Ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto Aumento da tarifa da água
ETAPA 1: Identificar opções ETAPA 2: Estabelecer critérios
ETAPA 3: Atribuir pesos
ETAPA 4: Atribuir pontuação – 1 a 5 ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
Somar e Classificar
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
OPÇÕES Crit ério 1 UR GÊNCIA Crit ério 2 Crit ério 3 Crit ério 4 TOTAL
Ampliar reuso água
ETAPA 2: Estabelecer critérios
EXEMPLOS DE CRITÉRIOS
IMPORTÂNCIA
NO REGRET
URGÊNCIA
CO-BENEFÍCIOS
EFEITO NA MITIGAÇÃO
EQUIDADE
PRATICIDADE
Fonte: DE BRUIN et al.,2009; MEDIATION
O que pode distinguir entre uma boa ou má escolha na questão decisória?
IMPORTANTE
Na definição de critérios deve-se observar:
1. Sejam completos – todos os critérios relevantes devem ser
incluídos
2. Sejam operacionais - permitam que cada opção possa ser
avaliada em relação a cada critério
3. Sejam mutuamente independentes – opções são independentes
umas das outras e de um critério para o outro
TODOS OS CRITÉRIOS DEVEM SER EXPRESSOS DE FORMA
POSITIVA OU TODOS DE FORMA NEGATIVA
ETAPA 1: Identificar opções ETAPA 2: Estabelecer critérios
ETAPA 3: Atribuir pesos
ETAPA 4: Atribuir pontuação – 1 a 5 ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
Somar e Classificar
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
OPÇÕES Crit ério 1 UR GÊNCIA 30% Crit ério 2 Crit ério 3 Crit ério 4 TOTAL
Ampliar reuso água
ETAPA 3: Atribuir pesos
IMPORTANTE
DAR PESOS DIFERENTES PARA CADA CRITÉRIO
REFLETE IMPORTÂNCIA DENTRO DOS OBJETIVOS
ETAPA 1: Identificar opções ETAPA 2: Estabelecer critérios
ETAPA 3: Atribuir pesos
ETAPA 4: Atribuir pontuação – 1 a 5 ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
Somar e Classificar
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
OPÇÕES Crit ério 1 UR GÊNCIA 30% Crit ério 2 Crit ério 3 Crit ério 4 TOTAL
Ampliar reuso água 5
ETAPA 4: Atribuir pontos – 1 a 5
IMPORTANTE
TODAS AS OPÇÕES SÃO PONTUADAS EM RELAÇÃO A
TODOS OS CRITÉRIOS
VALORES VÃO DE 1 a 5,
SENDO 5 MAIOR VALOR EM IMPORTÂNCIA
ETAPA 1: Identificar opções ETAPA 2: Estabelecer critérios
ETAPA 3: Atribuir pesos
ETAPA 4: Atribuir pontuação – 1 a 5 ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
Somar e Classificar
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
OPÇÕES Crit ério 1 UR GÊNCIA 30% Crit ério 2 Crit ério 3 Crit ério 4 TOTAL
Ampliar reuso água 5X0,30= 1,5
ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
OPÇÕES Crit ério 1 UR GÊNCIA 30% Crit ério 2 Crit ério 3 Crit ério 4 TOTAL
Ampliar reuso água 5X0,30= 1,5
1,5+..
ETAPA 5: Calcular soma e classificar
ETAPA 1: Identificar opções ETAPA 2: Estabelecer critérios
ETAPA 3: Atribuir pesos
ETAPA 4: Atribuir pontuação – 1 a 5 ETAPA 5: Calcular pontuação X peso
Somar e Classificar
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
OPÇÕES COMPLEXIDADE TÉCNICA 30% COMPLEXIDADE SOCIAL COMPLEXIDADE INSTITUCIONAL TOTAL Ampliar reuso água 5X0,30=1,5 1º Opção 2 2º Opção 3 3º Opção 4 4º
ETAPA 6: Pontuação e classificação das opções de adaptação em relação à viabilidade - pontuações maiores indicam maior complexidade.
Dra. Samia Sulaiman
Dra. Sonia M. V. Coutinho
Tomada de Decisão:
Vulnerabilidade Hídrica na
Macrometrópole Paulista pela
metodologia de
INDICAÇÕES PARA OS TRABALHOS EM GRUPO
1. Cada grupo deve ser composto de preferência por pessoas de
diferentes setores;
2. Cada grupo deve eleger um mediador (responsável por controlar o tempo e estimular participação de todos), um relator
(responsável por organizar os dados e inseri-los em tabela), um
apresentador dos resultados em plenária;
3. Identificar 04 opções de medidas de adaptação para o Caso da Vulnerabilidade Hídrica;
5. A partir das 3 medidas melhor classificadas (Etapa 5), avaliá-las segundo a viabilidade (Etapa 6). Ao final classificar as medidas mais viáveis;
6. Listar aspectos positivos e fragilidades da Análise Multicritério;
7. Em plenária cada grupo irá apresentar as duas tabelas preenchidas com resultados Etapa 5 e Etapa 6;
8. Controle do tempo: 14:00 às 16:00 – Atividade proposta 16:00 às 17:00 – Plenária
17:00 às 17:30 – Avaliação e fechamento.
ANÁLISE MULTICRITÉRIO
ANÁLISE MULTICRITÉRIO
ASPECTOS POSITIVOS
FRAGILIDADES
Complementa e pode ser
complementada por custo-benefício Considera dados quali e quanti,
critérios monetários e não monetários Identifica opções promissoras para
serem mais detalhadas
Considera incerteza e complexidade Cria espaço para diálogos,
considerando prioridades ou valores de múltiplos stakeholders.
Sistemática e transparente
Valores e opiniões podem ser revistos à medida que mais informações são disponibilizadas.
Análise subjetiva em relação à incerteza
Trabalha cenários individuais Os resultados finais podem ser
conduzidos por preferências dos interessados
Dificuldade para acordo sobre ponderação dos critérios.
Demorado quando feito completamente
Pode reforçar grupos com acesso a mais informações.