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Livro Eletrônico. Aula 00. História do Brasil p/ PM-SP (CHQAOPM) Professor: Rosy Freire (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique

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Aula 00

História do Brasil p/ PM-SP (CHQAOPM)

Professor: Rosy Freire (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique

(2)

S

UMÁRIO

00. Bate Papo Inicial. ... 2

1. O Reconhecimento Internacional da Independência. ... 3

1.1. Organização do Império Brasileiro: Primeiro Reinado ... 3

2. A Constituição Ortogada de 1824. ... 4

3. A Confederação do Equador (1824). ... 5

4. A Guerra da Cisplatina. ... 6

5. A Impopularidade de D. Pedro e a Abdicação... 7

6. Período Regencial (1831-1840). ... 8

7. O Avanço Liberal: A Regência de Antônio Diogo Feijó. ... 11

8. O Retorno Conservador e o Golpe da Maioridade. ... 13

9. O Segundo Reinado (1840-1889). ... 14

9.1. Aspectos políticos ... 14

9.2. Aspectos econômicos ... 15

10. A Revolução Praieira. ... 18

10.1. A Guerra do Paraguai (1865-1869) ... 19

10.2. O Romantismo e a Identidade Nacional ... 21

10.3. A Abolição da Escravidão ... 22

11. Exercícios ... 24

12. Considerações Finais. ... 180

(3)

00. B ATE P APO I NICIAL .

Olá querido amigo concurseiro. Está tentando ingressar na área da segurança pública uma área que atrai por várias razões: Tanto pela estabilidade e possibilidades de progressão na carreira quanto pelo viés cidadão de ocupar uma vaga de um cargo importante para a sociedade. São várias as motivações pelas quais você está tentando. Um salário melhor, estabilidade para cuidar da família ... enfim. São muitas coisas. E elas devem te acompanhar a todo o momento em sua preparação. É onde você encontrará motivação nas horas mais difíceis, quando até mesmo podemos ter a ideia absurda de desistir. A motivação é o combustível necessário para a sua preparação. Motivação associada à disciplina de estudos é a chave do sucesso.

Motivação, Disciplina e Estratégia. É o tripé do sucesso e estou aqui com a equipe Estratégia Concursos para levá-lo ao sucesso e alcançar seus objetivos. Vamos logo, pois não temos tempo a perder. Nosso tempo é valioso. Mas fique tranquilo. O nosso conteúdo tem uma quantidade razoável de assuntos, mas que distribuídos em um bom número de aulas, vamos estudar tudo, bem detalhadamente, então pode conter a ansiedade. Tudo vai correr bem e foi devidamente distribuído para que você possa alcançar seu almejado sucesso. Leia e releia suas aulas. Faça e refaça seus exercícios. A repetição é a mãe do aprendizado. A memorização deve vir da repetição dos exercícios e do acúmulo das leituras. É a melhor forma de memorizar o conteúdo.

Aos poucos e através da repetição. Caso você já domine o conteúdo teórico pode concentrar-se na resolução de exercícios. Para avaliações que demandam resultado a prática de questões é imprescindível e se tiver que priorizar alguma atividade, que seja a resolução e o estudo dos exercícios, mas lembre-se: o ideal é um ciclo completo: Leitura da teoria e prática dos exercícios.

Então vamos ao trabalho. É um convite aos estudos. Venha comigo. Vamos desmistificar a História e gabaritar a disciplina.

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1. O R ECONHECIMENTO I NTERNACIONAL DA I NDEPENDÊNCIA .

1.1. O

RGANIZAÇÃO DO

I

MPÉRIO

B

RASILEIRO

: P

RIMEIRO

R

EINADO

Com o Brasil independente, vários desafios se colocaram diante de D. Pedro quando foi coroado como Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, pois durou de 1822 a 1831 quando, devido à queda de sua popularidade foi obrigado, por inexistir saída política, a abdicar o trono. A historiografia (produção cientifica da história) do Brasil sobre o período tende a retratar o período do primeiro reinado destacando os desmandos de Dom Pedro, principalmente pelos historiadores republicanos no começo do século XX. Em Portugal, quando morreu era Duque e Herói nacional, por ter liderado uma guerra civil vitoriosa.

Com o país independente era necessário escrever uma constituição para o Brasil. Em 1823 foi promulgada (votada) uma constituição que ficou conhecida como constituição da mandioca, pois previa voto censitário (o eleitor para votar tem que ter determinada renda anual que era calculada pela quantidade de mandioca plantada, por ser o alimento dos escravos). Esta constituição possuía a divisão do país em 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário influência do pensamento liberal) e limitava os poderes do imperador. D. Pedro não gostou disso e dissolveu a constituição.

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2. A C ONSTITUIÇÃO O RTOGADA DE 1824.

Lançou em 1824 uma nova constituição outorgada (imposta) que possuía 4 poderes:

executivo, legislativo e judiciário e um quarto, que era o poder moderador. Este poder era representado pela figura do imperador, que passava a ter poderes quase absolutos. De acordo com esta constituição ele podia dissolver o parlamento (câmara dos deputados) quando quisesse e convocaria novas eleições, poderia barrar qualquer medida que não concordasse. Só havia deputados federais e as províncias não poderiam eleger representantes locais. Os governadores de província eram indicados pelo imperador e os senadores tinham cargo vitalício.

Com pequenas mudanças (a criação das assembleias estaduais e a lei áurea por exemplo) ela se manteve como a constituição do império até a proclamação da República.

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3. A C ONFEDERAÇÃO DO E QUADOR (1824).

O ato de dissolver a constituição de 1823 gerou muitas revoltas, e no Nordeste eclodiu uma revolta separatista contra o autoritarismo de D. Pedro: A confederação do Equador. Foi uma revolta republicana que chegou a se separar, mas foi sufocada.

Com a independência as províncias não passaram a ter mais liberdade, o que era uma reinvindicação dos liberais. Na verdade, a liberdade tendia a diminuir com as mostras do autoritarismo e do pensamento conservador centralista (que defendia todo o poder concentrado na capital do país, sem autonomia provincial).

Os presidentes de província, de acordo com a constituição outorgada de 1824 seriam indicados pelo imperador.

Ocorreram muitos protestos contra a nomeação de Pais Barreto. O mesmo ocorreu na Paraíba e no Ceará. Em Pernambuco a reação mais incisiva foi de Manoel Carvalho Andrade, um liberal que participou da Revolução de 1817 e se exilou nos EUA. Lá sua convicção liberal republicana de consolidou. Ele lidera a resistência contra o imperador: A confederação do Equador, que eclodiu em 1824.

Foi muito importante o papel da imprensa liberal, e destacadamente de dois jornais: O sentinela da liberdade na guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata, e o Tifis Pernambucano, dirigido por frei Caneca. Realizaram um levante contra o governo do conservador Barreto e seus

à à à à à à à à à à à à à à à

de Goiana.

Conclamaram o levante dos estados do Nordeste e o apelo foi seguido pelo Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que formaram a confederação do Equador. Dom Pedro I reagiu violentamente e usou o máximo da força disponível. Saíram tropas por terra e mar para combater os revoltosos. As condenações foram severas. Frei caneca por sua destacada ação política liberal foi condenado à forca. Era tão querido e popular que os carrascos se recusaram a matá-lo. Foi morto por fuzilamento. Mesmo destino teve Manoel Carvalho. Apesar da confederação do Equador ter sido derrotada, continua crescente a oposição ao autoritarismo do imperador.

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4. A G UERRA DA C ISPLATINA .

A Cisplatina corresponde ao atual território do Uruguai. Logo que Dom João VI estabeleceu a corte no Rio de Janeiro iniciou uma política externa expansionista. Invadiu a Guiana francesa, em retaliação à Napoleão Bonaparte, o general francês que forçou a transferência da Corte e invadiu o território do atual Uruguai, na época conhecido como província Cisplatina. Dominando este território o Brasil teria acesso à um ponto estratégico muito disputado até o século XIX entre o Brasil e os vizinhos, que é a dominação do rio da prata. Com a Cisplatina a borda superior, norte do rio da prata pertenceria ao Brasil, que poderia exercer o domínio da navegação. Logo após a independência brasileira a população da cisplatina se organizou contra a ocupação militar e iniciaram uma guerra de independência. Foi uma das medidas mais impopulares durante o curto governo de D. Pedro. O então Imperador enviou tropas sem ter recursos financeiros. Foi gasta uma enorme soma e morreram milhares de pessoas. A população era radicalmente contra o conflito e as formas de recrutamento forçado geravam uma grande revolta.

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5. A I MPOPULARIDADE DE D. P EDRO E A A BDICAÇÃO .

D. João morre na Europa e ocorrerá uma crise sucessória no trono português. D. Pedro é o herdeiro. Os brasileiros temeram que assumisse o trono, mas ele abdica em favor de sua filha, que levou um golpe político de seu tio, do irmão do rei. Neste contexto o imperador envolveu-se mais nas questões políticas portuguesas, que brasileiras.

A popularidade de D. Pedro só caía e os jornais o atacavam profundamente. Foi assassinado Libero Badaró, o principal jornalista de oposição, e a culpa recaiu sobre o imperador. Para tentar realizar campanhas e restabelecer certo apoio foi fazer uma visita política em MG, onde foi recebido com frieza. Ao retornar ao RJ seus correligionários (seguidores) o receberam com uma grande festa. A oposição começou a protestar e a lançar garrafas contra o desfile. Foi uma grande confusão que ficou conhecida como noite das garrafadas. Diante da tremenda oposição e impossibilidades de governar, abdicou do trono em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara, que na época tinha 5 anos de idade. A constituição só permitia a coroação na maioridade do herdeiro.

Foi então declarada uma regência, algumas pessoas ocuparam o cargo de governantes, e estiveram no poder enquanto o D. Pedro de Alcântara crescia.

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6. P ERÍODO R EGENCIAL (1831-1840).

A primeira regência foi uma regência trina provisória (3 regentes, cada um de uma corrente política da época. Partido conservador, o liberal exaltado e o moderado) que em pouco tempo foi substituída por uma regência trina permanente. Foi um período curto, mas de grande importância.

O Brasil passou por vários movimentos separatistas e o nosso território correu risco de fracionamento. Foi nesta época também que surgiram as assembleias provinciais (câmara dos deputados estaduais).

No mesmo ano da abdicação 1831 foi criada uma milícia em defesa da nação: A Guarda Nacional.

Ela teve muito trabalho pela frente coma as revoltas regenciais. Além do quadro de instabilidade as tropas existentes no país em sua alta oficialidade eram ocupadas por portugueses e o país estava em um contexto de forte sentimento antilusitano (anti português), pois além dos oficialatos das armas os portugueses também eram grandes comerciantes e ocupavam altos cargos públicos.

Até na guarda nacional, os cargos de oficiais do exército eram ocupados por militares portugueses e a massa dos soldados e baixas patentes eram em geral pessoas consideradas vadias, viajantes errantes e indolentes, cuja sorte não se importava a ninguém. O serviço militar era

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à à à à à à à à à à à à à principalmente porque os métodos de recrutamento na época da guerra da cisplatina eram violentos e involuntários, quero dizer, as pessoas eram alistadas à força no exército. Em um contexto desse, de grande agitação política, que a Regência Trina Permanente criou, em agosto de 1831, a Guarda Nacional. Ela não era parte do exército e não era submetido a ele. Na lei previa um alistamento censitário, pois era necessário possuir certa posse. Passou a ser visto com uma forma de fugir do terrível alistamento militar, que era muito mal visto e temido pela maioria. De acordo com o historiador Flávio Henrique Saldanha:

“O serviço prestado pelos milicianos era gratuito e a Guarda Nacional foi requisitada para várias atividades. Além de reprimir revoltas e combater quilombos, os guardas eram solicitados para participar de procissões religiosas, patrulhar e escoltar presos. Essa prestação de serviços às vezes dava margem a reclamações. Nas épocas de colheita, quando mais braços eram necessários nas plantações, os guardas que eram escalados para vigiar cadeias ou escoltar presos implicavam ausência de mão de obra nas lavouras e no comércio, resultando em perigosa falta de suprimentos nas cidades. Requisições constantes, especialmente nas vésperas das eleições, geravam queixas por parte dos comandantes da milícia e dos presidentes de província. “Não se dá maior injustiça! Manuel João está todos os dias vestindo a farda. Ora pra levar presos, ora pra dar nos quilombos... É um nunca acabar”, lamenta a personagem Maria Rosa, da peça O juiz de paz na roça (1838), de Martins Pena, sobre seu marido ter que servir à Guarda Nacional e perder o trabalho na lavoura.”

Em 1834 os liberais moderados conseguiram uma grande conquista: a aprovação de uma lei chamada Ato Adicional à constituição promulgada neste mesmo ano. Este ato previa:

Criação de uma regência una (que foi ocupada pelo Pe. Antônio Diogo Feijó). Era um padre de orientação liberal em várias de suas posições políticas, defendendo a maior autonomia das províncias e uma maior descentralização do poder. Em termos religiosos era defensor do fim do celibato ao clero. Perceba a grande influência da Igreja Católica, associada à Portugal desde as grandes navegações, uma união que durou até a proclamação da república. O cargo mais influente e poderoso do país, basicamente o regente governa no lugar do rei, ficou a cargo de um clérigo (pessoa pertencente ao clero).

 Uma maior descentralização política, que fundamentalmente era a proposta dos liberais.

 Criação das assembleias estaduais (deputados do estado para produzirem as leis da província).

Novo código de processo civil, que descentralizava a justiça e estabelecia por exemplo a

à à à à à à à à à à à à à E à à

descentralização jurídica que tinha profundos impactos na segurança pública. A guarda

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nacional foi criada de forma que a defesa foi descentralizada, sobretudo por que seus integrantes passaram a ser apreciados pelos juízes de paz.

O que diferenciava um liberal de um conservador?

Basicamente ambos são membros da elite proprietária, são escravistas, senhores brancos que não executam trabalhos manuais. Os conservadores são defensores do centralismo e os liberais do federalismo. No primeiro caso defendem que todas as medidas importantes, que não forem possíveis de se resolver no âmbito local, das câmaras municipais, deveriam ser de competência da união, o governo central, que governaria por ordens diretas do Rio de Janeiro. Os liberais defendiam maior autonomia provincial, ou seja, uma assembleia legislativa estadual, para criar as leis localmente, juízes escolhidos localmente com defesa da ordem pública submetida aos poderes locais (descentralização da segurança). Uma avaliação que vale por todo o império, da regência à proclamação da república a regra geral era que basicamente eram a mesma coisa pois todos os interesses que de verdade representavam eram ligados ao latifúndio escravista. Suas propostas eram fundamentalmente ligadas à organização e gestão do Estado Nacional que naquela época encontrava-se ainda em construção e a independência era muito recente.

A independência era tão recente que alguns consideraram que verdadeiramente começava ali o império totalmente independente livre da influência portuguesa com um imperador nascido no Brasil e criado para o papel de reinar sobre uma nação em construção.

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7. O A VANÇO L IBERAL : A R EGÊNCIA DE A NTÔNIO D IOGO F EIJÓ .

 Maior autonomia para as províncias: Câmaras de deputados estaduais, novo código de processo civil (descentralizava a justiça) e a Guarda Nacional.

Durante a regência de Feijó eclodiram várias revoltas separatistas, como teve dificuldades de sufocá-las, então a guarda nacional foi criada como instrumento de defesa dos grandes proprietários rurais contra as revoltas populares e separatistas. Entre elas podemos citar:

 Cabanagem (PA)1835.

 Sabinada (Ba)1837.

 Balaiada (Ma) 1838.

 Farroupilha (RS) 1837.

 A Revolta do Malês na Bahia, que foi a revolta de africanos islâmicos que foram escravizados e levados para salvador.

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Guido Mondin. A Revolução Farroupilha Painel na Assembleia legislativa do RS.

Foram revoltas separatistas e republicanas. A mais importante delas foi a Farroupilha que durou 10 anos e chegou a proclamar uma república independente. Para os políticos da época a onda de rebeliões ocorria devido à regência, então seria necessário empossar o príncipe (o que era dificultado pela sua idade).

Feijó é pressionado de todos os lados e é responsabilizado pelas revoltas regenciais, de que não era capaz de manter a estabilidade e que a instabilidade política daquele momento ocorria devido à ausência do rei, pois a ausência de um poder centralizador é o que estimulava as guerras civis separatistas e republicanas em curso. Feijó renunciou em favor de um conservador: Araújo Lima.

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8. O R ETORNO C ONSERVADOR E O G OLPE DA M AIORIDADE .

Logo ao chegar ao poder, Araújo Lima criou o ato de interpretação ao ato adicional que limitava muitas medidas implantas pelos liberais, que queriam retornar ao poder e pensaram em um golpe, que poderia colaborar com a estabilização do país: Coroar o príncipe. Passaram a fazer campanhas pela coroação de D. Pedro de Alcântara (na esperança de que ele montasse um gabinete liberal). Os conservadores não podiam fazer oposição, (como se opor ao rei?) E em 1840, com apenas 15 anos, foi coroado como imperador do Brasil com o nome D. Pedro II. Por um só dia a maioridade penal diminuiu de 18 para 15 anos. Este foi o golpe da Maioridade.

Coroação de dom Pedro II, Manoel Araújo. Museu Nacional.

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9. O S EGUNDO R EINADO (1840-1889).

Foi o período do governo de D. Pedro II. Está entre os monarcas que ficaram mais tempo no poder. Foi um período de estabilidade política, crescimento econômico devido ao ciclo do café, de modernização, com a instalação das primeiras ferrovias, da Guerra do Paraguai, da abolição da escravidão e da migração europeia para o Brasil.

9.1. A

SPECTOS POLÍTICOS

Logo no início do Segundo Reinado os movimentos separatistas foram sufocados pelas tropas imperiais. Encerram-se as guerras civis e o país é pacificado. D. Pedro instituiu o parlamentarismo, mas ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. Isso porque no modelo inglês (o primeiro), o rei é uma figura diplomática e simbólica e quem governa é o primeiro ministro, que é indicado pelo parlamento. Aqui o rei é o 4° poder (o poder moderador) e o primeiro ministro é indicado por ele. As disputas políticas eram ferozes entre os liberais e os conservadores. Para amenizar as disputas políticas o imperador instituiu o ministério da conciliação. A cada ano o ministério era trocado e alternado. Um gabinete era conservador e o outro ano liberal. Foi assim até a proclamação da república.

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9.2. A

SPECTOS ECONÔMICOS

Foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café. O Brasil foi durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o implantado pelos portugueses e que permanece até os dias de hoje: O plantation (monoculturas de exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no RJ e espalhou-se pelo estado de SP que foi seu maior produtor, chegando ao sul de MG. A principal região produtora era o Vale do Paraíba (entre SP e RJ). Quando foi para o interior no Oeste Paulista foi necessária a instalação de ferrovias, devido à distância do litoral, promovendo uma grande modernização no Brasil que até àquela altura transportava o gado através dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que consumíamos de origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comércio e navegação de 1810 os ingleses pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de impostos não cobrir os gastos do Estado. Dessa forma o ministro da fazenda criou uma tarifa protecionista que aumentava os impostos dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não gostaram e há tempos vinham pressionando o Brasil a abolir o tráfico de escravos, então fizeram isso a força decretando o Bill Aberdeen. De acordo com esta medida inglesa eles poderiam abater qualquer navio brasileiro que tivesse carregado de africanos para serem escravizados. A pressão inglesa fez com que fosse lançada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos.

Estimativa do número de escravos africanos desembarcados no Brasil entre os anos de 1846 a 1852.

Ano Números de escravos africanos desembarcados no Brasil

1846 64.262

1847 75.893

1848 76.338

1849 70.827

1850 37.672

1851 7.058

1852 1.234

Disponível em: www.slavevoyages.org. Acesso em 24 fev. 2012 (adaptado)

(17)

Uma das consequências desta lei foi o aumento do tráfico interno (a região nordeste com a economia decadente vendia os escravos para o sudeste), a imigração europeia (pois com o fim do tráfico, em pouco tempo a escravidão acabaria), e a lei de terras (toda terra teria que ser comprada à vista em leilão. Uma medida para impedir que imigrantes tivessem acesso à terra).

A migração europeia é um dos elementos fundamentais da formação da população brasileira. Ela ocorreu durante muitas décadas. Como vimos seu início ocorre durante o ciclo do café e ocorre em torno de 1500 até 1530. As primeiras experiências de imigração influenciadas pelas ideias do Darwinismo social, pseudo-ciência racista do século XIX, que sugeria a existência de raças e que as superiores estavam destinadas a dominar, então foi realizada a imigração europeia pois além de muitos europeus estarem fugindo da guerra, a vinda de imigrantes iria branquear a população brasileira. Esta é a chamada teoria do branqueamento. No início os imigrantes vinham com a promessa de pagarem sua passagem com trabalho. Estas experiências não têm sucesso, pois eram superexplorados e os fazendeiros brasileiros acusados de estarem praticando a escravidão por dívidas, a ponto de governos europeus proibirem a imigração para o Brasil. A imigração tem sucesso a partir do momento em que o governo intervêm e paga a passagem dos trabalhadores que chegavam no país sem dívidas. Vinham direto para a lavoura de café em São Paulo ou para colônias de imigrantes na região sul do país.

Alemães: O grupo de maior dificuldade de inserção na cultura brasileira. Ocuparam principalmente o RS e SC. Lá inclusive há cidades em que se fala alemão nas ruas e escolas (caso de Pomerode Sc).

Italianos: Estabeleceram-se sobretudo no interior de São Paulo e no RS, na região das Serras Gaúchas.

Eslavos (poloneses e russos): instalaram-se principalmente no estado do Paraná.

Imigração para o Brasil (Números aproximados).

Nacionalidade 1891-1900 1901-1910

Portugueses 313.000 202.000

Italianos 360.000 678.000

Espanhóis 45.800 157.000

HUGON, Paul. Demografia Brasileira e Fundação IBGE, Rio de Janeiro.

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No início do século XX o Brasil ainda atrai muitos imigrantes e é quando migram para cá os japoneses e sírio-libaneses, principalmente no contexto da primeira Guerra Mundial.

A partir de 1930 no início da Era Vargas foi criada uma legislação de controle mais rígido da imigração.

Foram criadas cotas de migração. 2% da população total da nacionalidade de origem (por exemplo se entraram 100.000 imigrantes italianos era reservada anualmente uma cota de 2.000 daquela nacionalidade). Portugal ficou isento da cota. Também foram tomadas medidas sanitárias e de seleção social. Não poderiam migrar portadores de doenças infecciosas (como a tuberculose, que ainda era muito comum no início do século XX) nem pessoas com antecedentes criminais. A migração diminuiu bastante nos anos seguintes.

Nos anos 60 recebemos muitos asiáticos, sobretudo coreanos, estabelecidos em São Paulo, e atualmente somos o destino dos vizinhos latino americanos mais pobres, como os Bolivianos.

Merece destaque a imigração dos haitianos que recentemente passaram a migrar para o Brasil, entrando em nosso território pelo Acre. A postura do governo para com os migrantes, sobretudo os latino americanos, é de acolhida e não temos leis xenófobas quanto a imigração.

(19)

10. A R EVOLUÇÃO P RAIEIRA .

áà Revolução àP à à última a questionar a monarquia enquanto pacto político de governança. Ocorre pouco após a Regência, num período de afirmação do Estado Imperial, no segundo reinado. Tinha forte caráter liberal, mas também muito elitista, mesmo que tenha tipo participação das camadas populares, e foi um momento de grande convulsão social em que a população aderiu ao conflito político articulado pelas elites liberais republicanas. É uma revolta motivada por questões políticas ligadas ao poder do Estado. Uma revolta entre as elites liberais e as elites conservadoras (chamados naquele contexto de Gabirus). A concentração de terras e o grande poder político e econômico da família Cavalcanti estão no centro do conflito. Eram à época donos da maioria dos engenhos do estado e eram os líderes do partido liberal. Sobe ao poder como govenador da província o conservador Rego Barros, que foi marcado por grandes negociatas

à à à à à à à à à farinha do mesmo saco à à à

da época. Divergiam quanto ao controle do poder). O governador conservador, Rego Barros, foi acusado de favorecer os Cavalcanti na distribuição de cargos políticos e contrabando de escravos.

Ocorreu uma forte luta jornalística na imprensa local e o partido liberal sofreu um racha político e dele saiu o partido da Praia.

O Partido da Praia fez sua plataforma política na denúncia das práticas corruptas de contrabando e favorecimento que foram praticadas entre os liberais e conservadores. Em 1844 o partido se fortalece muito com a eleição de deputados, a indicação naquele ano de um ministério liberal (que apesar de terem saído dele, possuíam um certo alinhamento) e o presidente de província indicado pelo imperador também era liberal.

No poder o partido da praia envolveu-se em vários casos de corrupção e realizaram práticas políticas muito parecidas com as práticas corruptas de seus antecessores. Durante o período de ascensão do partido da praia surge um caos administrativo (devido às práticas corruptas de despedir todo o quadro do funcionalismo que pertencia a oposição. Prática que era sempre presente), com altos gastos públicos aumentaram os impostos e ocorreu inflação, que penalizou os pobres. Em 1847 começam manifestações e revoltas populares, que possuíam um profundo sentimento antilusitano.

Ocorreram fortes enfrentamentos entre os praieiros e os gabirus (conservadores). O Partido da praia se aliou aos liberais radicais, que lançaram o Manifesto ao Mundo em 1° de janeiro de 1849. As principais exigências do texto eram:

 Voto livre e universal do povo brasileiro.

 Plena liberdade de comunicar os pensamentos pela imprensa.

 Trabalho como garantia de vida ao brasileiro (não significa abolição da escravidão).

(20)

 Extinção do poder moderador.

 Reforma no judiciário para assegurar as garantias individuais dos cidadãos.

Há uma influência dos movimentos revolucionários europeus de 1848, e alguns interpretes da revolução praieira sugerem que possa ter influência das ideias socialistas. Ela se caracteriza fundamentalmente pelo liberalismo republicano, e talvez somente as ondas políticas que motivam as paixões de liberdade tenham influenciado o movimento. As ideias socialistas chegaram a ser discutidas, mas não foram incorporadas pelos praieiros. Os conflitos armados foram encerrados em 1850. Mesmo com a participação de alguns elementos populares, motivados pela carestia (altos preços) e pobreza em geral, a abolição da escravidão não era um consenso, e o projeto era de Pernambuco livre, mas não tinham um projeto nacional.

Foram fortemente reprimidos e dos líderes aprisionados, 10 foram condenados à prisão perpétua, mas obtiveram anistia em 1851.

Abreu e Lima é o nome de um general e liderança jornalística muito influente na Revolução Praieira. Ele e sua família eram diretamente envolvidos no conflito. O nome da refinaria recentemente construída em Pernambuco foi uma homenagem ao liberal.

10.1. A G

UERRA DO

P

ARAGUAI

(1865-1869)

O Paraguai era um país em franco desenvolvimento econômico e industrial. Entrou em conflito com os países da Bacia do Prata (Brasil, Argentina e Uruguai). Solano Lopes, ditador paraguaio queria uma saída para o mar, enquanto D. Pedro II defendia a livre navegação no rio da prata. E pretendia seu controle. Brasil e Argentina foram estimulados pela Inglaterra a entrar em guerra com o vizinho. Foi um dos conflitos mais sangrentos da História. O Paraguai foi destruído e mais de 70% de sua população masculina foi morta. As dívidas contraídas pelo governo brasileiro foram enormes. Foi também um grande estímulo ao fim da escravidão, pois muitos negros foram lutar com a promessa de alforria, a maior parte era alforriada por seus senhores no alistamento.

(21)

Esta política provocou uma grande contradição: Os sobreviventes da guerra eram alforriados, mas quando estes tinham família, ela não.

(22)

Após o conflito o exército torna-se uma instituição forte e com grande participação na política nacional. Aderiram ao abolicionismo e ao republicanismo. A produção histórica durante muito tempo caracterizou o conflito como inevitável e que a Inglaterra, que se beneficiou do conflito, teria manipulado os países ao conflito, mas esta visão já caiu por terra e é consenso que foi por tentativas expansionistas do Brasil na bacia do rio da prata.

10.2. O R

OMANTISMO E A

I

DENTIDADE

N

ACIONAL

MORREAUX. A INDEPENDENCIA DO BRASIL.

(23)

FERREZ, M. D. Pedro II.

As artes possuem uma profunda relação com a política. O estilo estético que vigorava no século XIX era o romantismo, que entre suas características estão a criação da imagem de líderes populares, como vemos nas pinturas sobre Dom Pedro I, ou sobre a Batalha de Riachuelo, na guerra do Paraguai. A ideia de heroísmo militar e nacionalismo é um tema sempre presente. Já Dom Pedro II sempre foi também retratado com uma visão glorificada de imperador, e nas maiorias das telas em que foi representado, mesmo jovem, é um senhor sábio ou um jovem homem que inspira confiança, responsabilidade e que conduziria um governo de forma estável.

Na literatura temos uma figura de destaque que é José de Alencar, que foi um grande político, senador do império e sua obra é marcada pelo indigenismo. Retratava o indígena de forma romântica e idealizada e procurou criar a ideia da identidade nacional fundada na miscigenação do europeu e do índio. A valorização da influência cultural e social do negro só seria discutida e aceita na década de 30 do século XX com a obra de Gilberto Freyre.

10.3. A A

BOLIÇÃO DA

E

SCRAVIDÃO

O fim da escravidão teve um caráter gradual. Ocorreu a participação dos escravos com sua resistência ao cativeiro através de fugas, formação de quilombos, abortos, suicídios e várias revoltas. Surgiu depois da lei Eusébio de Queiroz o movimento abolicionista que fazia forte militância artística, jurídica e política pelo fim da escravidão. Também devemos lembrar a pressão inglesa. Várias leis foram decretadas:

 1850: Lei Eusébio de Queiroz (proibição do tráfico).

 1871: Lei do Ventre Livre (estavam livres os recém-nascidos).

 1885: Lei dos Sexagenários (liberdade aos maiores de 60 anos).

 1888: Lei Áurea (a abolição definitiva).

(24)

Muitos fazendeiros queriam a permanência da escravidão. Estes grandes proprietários deixaram de apoiar a monarquia. A Igreja católica depois de a prisão de dois importantes bispos, deixaram de apoiar o rei. O exército desde a guerra do Paraguai aderira ao republicanismo.

Desacordos com o Imperador o fizeram retirar o apoio. Apoiados pelos grandes fazendeiros proclamaram a República em 15 de novembro de 1889.

O Império estava assentado sobre três pilares: A Igreja, o exército e os fazendeiros escravistas. O exército se tornou republicano e desde a década de 70 do século XIX se manifestava.

A Igreja deixa de apoiar o Império quando o papa proíbe a maçonaria pela bula Rerum Novarum, e o imperador se nega a obedecer. Os bispos de Olinda e Recife excomungaram e expulsaram todos os membros da maçonaria. Além de irem contra as ordens reais o próprio imperador era maçon.

Com a abolição da escravidão os fazendeiros passam a apoiar o exército. Entre as principais ideias que eram seguidas pelos republicanos estava o Positivismo, filosofia elitista e autoritária do

àá àC àN à à à à à à à à à à à à à

positivistas, compreendiam o progresso com o modelo político republicano, num regime autoritário, sem participação popular, enquanto progresso seria o desenvolvimento industrial permitido pelas luzes da ciência.

(25)

11. E XERCÍCIOS

1.

Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza, seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março, tiveram início os conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os

à à à à à à à à à à s iluminadas,

sendo respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas.

VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 (adaptado).

Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política.

Nesse sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela:

A) estímulos ao racismo.

B) apoio ao xenofobismo.

C) críticas ao federalismo.

D) repúdio ao republicanismo.

E) questionamentos ao autoritarismo.

Comentários

Oà P à ‘ à à à à à à à à à I à

que governava de forma autoritária e centralizado a partir da Constituição outorgada, e

à à à à à à à à iversas formas de pressão para

dificultar a acabar com seu reinado.

Gabarito: E 2.

Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:

Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e Oficiais militares que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens Sacras.

Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral.

(26)

Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos.

Constituição Política do Império do Brasil (1824). Disponível em:

https://legislação.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).

A legislação espelha os conflitos políticos e sociais do contexto histórico de sua formulação. A

Constituição de 1824 regulame à à à à à à à à à à

objetivo de garantir:

A) o fim da inspiração liberal sobre a estrutura política brasileira.

B) a ampliação do direito de voto para maioria dos brasileiros nascidos livres.

C) a concentração de poderes na região produtora de café, o Sudeste brasileiro.

D) o controle do poder político nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes.

E) a diminuição da interferência da Igreja Católica nas decisões político-administrativas.

Comentários

A Constituição de 1824 foi imposta pelo imperador e reflete a elitização política. Seu componente mais importante foi o voto censitário, ou seja, baseado na renda do indivíduo. Dessa forma apenas aqueles que tivessem renda proveniente da terra os fazendeiros ou do comércio (geralmente indivíduos de origem portuguesa) tiveram garantidos o direito político de votar.

Gabarito: D 3.

As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente:

(27)

A) Habilidade militar riqueza pessoal.

B) Liderança popular estabilidade política.

C) Instabilidade econômica herança europeia.

D) Isolamento político centralização do poder.

E) Nacionalismo exacerbado inovação administrativa.

Comentários

A questão deve ser respondida a partir da interpretação das imagens fornecidas. Na primeira, D.

Pedro I aparece no "ato" da Independência, rodeado de brasileiros, numa clara demonstração de

"liderança popular", ainda que nossa Independência não tenha sido um movimento do povo. Na segunda imagem, D. Pedro II aparenta calma e tranquilidade, denotando a "estabilidade política"

pela qual seu governo passava.

Gabarito: B 4.

No clima das ideias que se seguiram à revolta de São Domingos, o descobrimento de planos para um levante armado dos artífices mulatos na Bahia, no ano de 1798, teve impacto muito especial; esses planos demonstravam aquilo que os brancos conscientes tinham já começado a compreender: as ideias de igualdade social estavam a propagar-se numa sociedade em que só um terço da população era de brancos e iriam inevitavelmente ser interpretados em termos raciais.

MAXWELL. K. Condicionalismos da Independência do Brasil. In: SILVA, M.N. (coord.) O Império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.

O temor do radicalismo da luta negra no Haiti e das propostas das lideranças populares da Conjuração Baiana (1798) levaram setores da elite colonial brasileira a novas posturas diante das reivindicações populares. No período da Independência, parte da elite participou ativamente do processo, no intuito de:

A) instalar um partido nacional, sob sua liderança, garantindo participação controlada dos afro-brasileiros e inibindo novas rebeliões de negros.

B) atender aos clamores apresentados no movimento baiano, de modo a inviabilizar novas rebeliões, garantindo o controle da situação.

C) firmar alianças com as lideranças escravas, permitindo a promoção de mudanças exigidas pelo povo sem a profundidade proposta inicialmente.

D) impedir que o povo conferisse ao movimento um teor libertário, o que terminaria por prejudicar seus interesses e seu projeto de nação.

E) rebelar-se contra as representações metropolitanas, isolando politicamente o Príncipe Regente, instalando um governo conservador para controlar o povo.

(28)

Comentários

Uma das afirmações mais tradicionais na História do Brasil, apoiada no senso comum, é de que a Independência foi pacífica, sem derramamento de sangue. Essa ideia está baseada na participação ativa das elites agrárias no processo de independência como forma de garantir uma ruptura política frente à metrópole, e ao mesmo tempo garantir a preservação da estrutura socioeconômica apoiada no latifúndio e na escravidão.

Gabarito: D 5.

Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos.

O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida "civilizado", marca que distinguia as classes cultas e "naturalmente" dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.

Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P.

S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p.

80.

Levando-se em consideração as afirmações anteriores, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país

A) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.

B) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.

C) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a outros países.

D) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infraestrutura de serviços urbanos.

E) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores produtivos.

Comentários

O texto destaca a estrutura agrário exportadora do Brasil, organizada no período colonial e que foi preservada após a independência. A manutenção de tal estrutura manteve a dependência

(29)

econômica, vinculando a economia do país aos interesses ingleses, em um contexto marcado pela expansão da industrialização e de um modelo de capitalismo expansionista. Desde a independência até o segundo reinado percebe-se a presença de interesses e capitais ingleses no Brasil.

Gabarito: C 6.

A Confederação do Equador contou com a participação de diversos segmentos sociais, incluindo os proprietários rurais que, em grande parte, haviam apoiado o movimento de independência e a ascensão de D. Pedro I ao trono. A necessidade de lutar contra o poder central fez com que a aristocracia rural mobilizasse as camadas populares, que passaram então a questionar não apenas o autoritarismo do poder central, mas o da própria aristocracia da província. Os líderes mais democráticos defendiam a extinção do tráfico negreiro e mais igualdade social. Essas ideias assustaram os grandes proprietários de terras que, temendo uma revolução popular, decidiram se afastar do movimento. Abandonado pelas elites, o movimento enfraqueceu e não conseguiu resistir à violenta pressão organizada pelo governo imperial.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996 (adaptado).

Com base no texto, é possível concluir que a composição da Confederação do Equador envolveu, a princípio,

A) os escravos e os latifundiários descontentes com o poder centralizado.

B) diversas camadas, incluindo os grandes latifundiários, na luta contra a centralização política.

C) as camadas mais baixas da área rural, mobilizadas pela aristocracia, que tencionava subjugar o Rio de Janeiro.

D) as camadas mais baixas da população, incluindo os escravos, que desejavam o fim da hegemonia do Rio de Janeiro.

E) as camadas populares, mobilizadas pela aristocracia rural, cujos objetivos incluíam a ascensão de D. Pedro I ao trono.

Comentários

A questão analisa a atuação de diferentes segmentos sociais num movimento de luta contra um poder centralizador constituído. Trata-se da Confederação do Equador em 1824, um movimento revolucionário de caráter emancipacionista e republicano ocorrido no Nordeste do Brasil a partir de Pernambuco e integrando Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O movimento representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Constituição de 1824.

(30)

Movimentos de caráter revolucionário ocorridos no Brasil, também considerados populares, caracterizaram-se pela congregação de diferentes segmentos sociais em luta contra um poder centralizador, como foram os casos da Revolta dos Alfaiates (Conjuração Baiana) em 1798 e a Cabanagem (Pará) entre 1835 e 1840.

Gabarito: B 7.

É simplesmente espantoso que esses núcleos tão desiguais e tão diferentes se tenham mantido aglutinados numa só nação. Durante o período colonial, cada um deles teve relação direta com a metrópole. Ocorreu o extraordinário, fizemos um povo-nação, englobando todas aquelas províncias ecológicas numa só entidade cívica e política.

RIBEIRO, D. O povo brasileiro: formação e sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988.

Após a conquista da autonomia, a questão primordial do Brasil residia em como garantir sua unidade político-territorial diante das características e práticas herdadas da colonização.

Relacionando o projeto de independência à construção do Estado nacional brasileiro, a sua particularidade decorreu da:

A) ordenação de um pacto que reconheceu os direitos políticos aos homens, independentemente de cor, sexo ou religião.

B) estruturação de uma sociedade que adotou os privilégios de nascimento como critério de hierarquização social.

C) realização de acordos entre as elites regionais, que evitou confrontos armados contrários ao projeto luso-brasileiro.

D) concessão da autonomia política regional, que atendeu aos interesses socioeconômicos dos grandes proprietários.

E) Afirmação de um regime constitucional monárquico que garantiu a ordem associada à permanência da escravidão.

Comentários

A manutenção da unidade político-territorial no pós-Independência foi garantida pelo fato de D.

Pedro, então Príncipe Regente, ter comandado o processo independentista e ter adotado a monarquia como forma de governo, dando início ao Primeiro Reinado. Não só as ordens política e territorial foram mantidas. As ordens econômicas e sociais também permaneceram as mesmas.

Gabarito: E

(31)

8. (Fuvest 2015)

Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de

A) reforma e crise do Império Português na América.

B) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.

C) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.

D) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.

E) Proclamação da República e instauração da Primeira República.

Comentários

A história do livro citado se passa no Rio de Janeiro do início do século XIX e a obra foi publicada, em forma de folhetim, originalmente, na década de 1850. Logo, esse período de tempo engloba a Independência do Brasil e a formação do Estado nacional brasileiro.

Gabarito: C

9. (Unicamp 2015)

Um elemento importante nos anos de 1820 e 1830 foi o desejo de autonomia literária,

à à à à àI à àOà‘ à à à à à

caminho favorável à expressão própria da nação recém-fundada, pois fornecia concepções e modelos que permitiam afirmar o particularismo, e portanto a identidade, em oposição à

M à

CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas, 2004, p. 19.

Tendo em vista o movimento literário mencionado no trecho acima, e seu alcance na história do período, é correto afirmar que:

A) o nacionalismo foi impulsionado na literatura com a vinda da família real, em 1808, quando houve a introdução da imprensa no Rio de Janeiro e os primeiros livros circularam no país.

B) o indianismo ocupou um lugar de destaque na afirmação das identidades locais, expressando um viés decadentista e cético quanto à civilização nos trópicos.

C) os autores românticos foram importantes no período por produzirem uma literatura que expressava aspectos da natureza, da história e das sociedades locais.

D) a população nativa foi considerada a mais original dentro do Romantismo e, graças à atuação dos literatos, os indígenas passaram a ter direitos políticos que eram vetados aos negros.

(32)

Comentários

Somente a alternativa [C] está correta. A questão remete à chegada do Romantismo ao Brasil. O texto do escritor Antônio Cândido aponta para o desejo de autonomia literária brasileira nas décadas de 1820 e 1830. Do ponto de vista político também havia o desejo do Brasil de buscar sua emancipação política frente a metrópole portuguesa, o que ocorreu em setembro de 1822 com o

G à àI àN à à à àá à à àD àP àIà à à à à à à àP à

Regencial que durou de 1831 até 1840. Neste contexto, consolidou-se a independência do Brasil considerando que pela primeira vez o Brasil foi governado por brasileiros, e surgiu o Estado Nacional Brasileiro através de uma gradativa substituição dos portugueses por brasileiros. Daí havia uma necessidade de construir uma identidade nacional mostrando nossas particularidades em relação às demais nações. Os autores do Romantismo foram importantes ao expressar

à à à à

Gabarito: C

10. (Fuvest 2016) Examine o gráfico.

O gráfico fornece elementos para afirmar:

A) A despeito de uma ligeira elevação, o tráfico negreiro em direção ao Brasil era pouco significativo nas primeiras décadas do século XIX, pois a mão de obra livre já estava em franca expansão no país.

B) As grandes turbulências mundiais de finais do século XVIII e de começos do XIX prejudicaram a economia do Brasil, fortemente dependente do trabalho escravo, mas incapaz de obter fornecimento regular e estável dessa mão de obra.

(33)

C) Não obstante pressões britânicas contra o tráfico negreiro em direção ao Brasil, ele se manteve alto, contribuindo para que a ordem nacional surgida com a Independência fosse escravista.

D) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado.

E) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as imposições favoráveis ao trabalho livre.

Comentários

A despeito da pressão inglesa para que ocorresse o fim do tráfico negreiro para o Brasil, o mesmo manteve-se em alta entre 1810 e 1830, o que contribuiu para a formação escravista da nossa sociedade.

Gabarito: C

11. (G1 - IFBA 2016)

Neste país, que se presume constitucional e onde só deverão ter ação poderes delegados, responsáveis, acontece, por defeito do sistema, que só há um poder ativo onímodo, onipotente, perpétuo, superior à lei, e à opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e irresponsável. (Trecho do Manifesto Republicano, publicado no Jornal A República, do Rio de Janeiro, em dezembro de 1870.)

Disponível em: <http:/www.historiamais.com/manifesto.htm>. Acesso em 20.09.2015.

A crítica apresentada pelo Manifesto Republicano de 1870 pode ser associada:

A) ao despototismo de D. Pedro II, no desrespeito à Constituição Imperial.

B) aos amplos e ilimitados poderes garantidos ao Imperador pelo Poder Moderador.

C) à irresponsabilidade de D. Pedro II no trato com o dinheiro e com as finanças públicas.

D) ao estado de corrupção e fraudes que envolvia D. Pedro II e grande parte de seus assessores.

E) aos prejuízos econômicos do país nas negociatas que D. Pedro II realizou com a Inglaterra.

Comentários

A questão faz uma crítica ao poder moderador instituído na constituição brasileira de 1824. De acordo com este poder, o imperador poderia interferir nas demais esferas de poder, ou seja, o regime era uma monarquia constitucional, mas com uma fachada absolutista. Esta constituição foi muito centralizadora desagradando às elites locais. No mesmo ano em que a carta foi outorgada, ocorreu a Confederação do Equador em Pernambuco com caráter separatista e republicano.

Muitas críticas foram feitas a este documento como sugere o Manifesto Republicano de 1870.

Gabarito: B

(34)

12. (PUCRS 2016)

Sobre a situação econômica e financeira do Brasil durante o Primeiro Reinado, é INCORRETO afirmar que:

A) o Brasil passava por uma forte crise no comércio de exportação, devido à queda das suas vendas externas de açúcar no mercado Europeu.

B) a situação brasileira se agravou na medida em que, depois do declínio da produção aurífera colonial, a Inglaterra perdeu o interesse de ser parceira comercial do Brasil.

C) o imperador D. Pedro I fazia gastos excessivos e não voltados ao desenvolvimento econômico, como o financiamento da Guerra da Cisplatina, além de existirem problemas na arrecadação de impostos.

D) o café, que seria o grande produto brasileiro de exportação no século XIX, ainda não ocupava espaço significativo no comércio exterior do país.

E) havia grande carência em transportes que, aliada às dimensões continentais do território brasileiro, dificultava a integração econômica do novo país e o adequado aproveitamento de suas riquezas naturais.

Comentários

O Brasil viveu uma grave crise econômica Brasil durante o Primeiro Reinado, 1822-1831, por vários motivos. O país não conseguia emplacar nenhum produto na pauta de exportação, embora tivesse inúmeros produtos para exportar. O café ainda não possuía muita relevância na pauta de exportação. D. Pedro I gastava muito com o financiamento de guerras como a Guerra de

I à à à à C à à E à à à à Q à à C à à

outros. A Inglaterra não perdeu o interesse pelo Brasil, pois representava um mercado promissor.

A principal fonte de renda para o Brasil era através das tarifas alfandegárias. A queda na exportação provocou desequilíbrio na balança comercial gerando a necessidade de fazer empréstimos externos constantes comprometendo a renda alfandegária.

Gabarito: B

13. (G1 - IFSUL 2016)

A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão do desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses modelos de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-abolicao- escravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015.

(35)

A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos, tais como:

A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.

B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de escravos.

C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.

D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro, devido à mecanização da agricultura nordestina.

Comentários

A questão aponta para um grande debate que se estabeleceu no Brasil ao longo do século XIX. A discussão era sobre a utilização da mão de obra escrava e o desenvolvimento econômico nacional.

Muitos intelectuais e políticos criticavam a escravidão associando-a ao atraso, porém entendiam a relevância da escravidão para a economia do Brasil. O escravo era um bem, uma propriedade, acabar com a escravidão poderia exigir indenização.

Gabarito: B 14. (ESPM 2016)

...uma Constituição não é outra coisa que a ata do Pacto Social que fazem entre si os homens, quando se juntam e associam para viver em reunião ou sociedade.

(Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca. Citado por Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota in História do Brasil: uma interpretação).

As palavras do Frei Caneca foram proferidas a propósito de crítica ao modelo autocrático- imperial de Pedro I.

Assinale a alternativa que apresente a revolução republicana e separatista que eclodiu no nordeste, ocorrida contra o governo de Pedro I:

A) Revolução Pernambucana de 1817;

B) Sabinada;

C) Cabanagem;

D) Balaiada;

E) Confederação do Equador.

(36)

Comentários

A Confederação do Equador (1824) eclodiu em razão do autoritarismo de D. Pedro I, que, no ano anterior, fechou a Assembleia Constituinte, prendeu os deputados que a compunham e autorizou a escritura de uma Constituição claramente absolutista para o país.

Gabarito: E

15. (G1 - IFBA 2016)

Os negros livres e libertos preocuparam os observadores do acaso do Império português no Brasil, mas foi, sobretudo, pensando nos escravos que eles distinguiram a atuação de um

à àU à à à àC à à à à entre

1822 e 1823: (...) embora havendo no Brasil aparentemente só dois partidos [portugueses e brasileiros], existe também um terceiro: o partido dos negros e das pessoas de cor, que é o mais perigoso, pois se trata do mais forte numericamente falando. Tal partido vê com prazer e com esperanças criminosas as dissensões existentes entre os brancos, os quais dia a dia têm

à à

Fonte: REIS, João José. O Jogo Duro do Dois de Julho: à P àN à àI à à Bahia. In: REIS, João José & SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 79-98.

áà à à à à à à à à à à à à à

independência na Bahia, pode ser explicada pela:

A) ameaça dos negros, escravizados e libertos, de se revoltarem contra os brancos e lutarem pela continuidade do domínio lusitano sobre a colônia.

B) existência de uma organização partidária de negros livres e escravizados, que regulava ações conjugadas em toda a colônia pela extinção do trabalho escravo.

C) participação de grande número de escravizados e negros livres na guerra de independência do Brasil, que poderia evoluir para uma luta contra o regime de escravidão.

D) Ameaça de união entre as organizações antiescravistas brasileiras e os grupos revolucionários que estabeleceram uma República de negros no Haiti, no final do século XVIII.

E) aliança firmada entre os negros libertos e os portugueses contra os proprietários de terras brasileiros, que poderia resultar num decreto do governo lusitano extinguindo o trabalho escravo na colônia.

Comentários

A questão aponta para a participação dos negros no processo de independência do Brasil, em

à à à à P àN à àB à à à à àáà à à à à

à à à à à à à à à à H à à à à à

(37)

movimento, porém imprimiram um caráter social muito forte tomando o poder e exterminando muitos brancos que eram associados à exploração. Desta forma, na guerra de independência do Brasil a participação dos negros representava um risco aos interesses da elite.

Gabarito: C

16. (G1 - CFTMG 2016)

á à à I à à à à a-se em uma situação complicada.

Afora vozes isoladas, não apenas os grandes proprietários e traficantes, como toda a população livre, estavam convencidos de que o fim do tráfico de escravos, a curto prazo, provocaria um colapso na sociedade brasileira. No entanto, a Inglaterra, país de quem dependia, pressionava cada vez mais em sentido contrário. Apesar da dependência brasileira, a extinção do tráfico de escravos foi um longo processo de desavenças e acordos entre Brasil

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FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2007, p. 192.

Dentre os fatores que contribuíram para a extinção do tráfico de escravos, é INCORRETO afirmar que:

A) a Lei Eusébio de Queirós, de setembro de 1850, reconhecia que o tráfico equivalia à pirataria.

B) o endividamento dos fazendeiros forçou a hipoteca de suas terras como pagamento aos traficantes.

C) a Lei de Terras, aprovada em 1850, estipulava que os imigrantes não poderiam se tornar proprietários fundiários.

D) a diminuição do tráfico transatlântico resultou no deslocamento de escravos da região mineradora para suprir as necessidades de cativos na lavoura açucareira.

Comentários

O texto do historiador Boris Fausto aponta para o fim do tráfico de escravos e os possíveis desdobramentos para a economia do Brasil. A Lei Eusébio de Queirós de 1850 proibiu o tráfico de escravos. A partir desta data, o tráfico de escravos era concebido como pirataria. A Lei de Terras, aprovada na mesma data, dificultava a aquisição de terras no Brasil, só através da compra, o que dificultava a aquisição por parte de pessoas desprovidas de capital como os imigrantes. A referida lei diminui drasticamente o fluxo de escravos para o Brasil gerando um comércio interprovincial de escravos deslocados de várias regiões para a lavoura cafeeira (e não açucareira).

Gabarito: D

(38)

17. (UECE 2016)

No que concerne à Confederação do Equador de 1824, analise as afirmações a seguir, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) A Confederação costuma ser considerada um prolongamento da Revolução Pernambucana de 1817.

( ) As propostas liberais, republicanas e federativas serviram de bandeira política para os insurretos.

( ) Os revoltosos propunham a organização de uma república nos moldes dos Estados Unidos da América.

( ) A adesão dos segmentos populares foi fundamental para unir todos os revoltosos.

( ) A imprensa, infelizmente, atuou contra o movimento e nenhum jornal nas províncias envolvidas quis apoiar a causa.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A) F, V, V, V, F.

B) V, F, F, V, V.

C) V, F, F, V, V.

D) V, V, V, F, F.

Comentários

A quarta afirmação é falsa, porque a Confederação era, originalmente, popular. Esse, aliás, era seu grande diferencial;

A quinta afirmação é falsa, porque a imprensa esteve presente na Confederação. Líderes do movimento, como Barata e Frei Caneca, tinham periódicos em Pernambuco.

Gabarito: D

18. (PUCSP 2016)

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metrópole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opressoras, agora plenamente reconhecida por uma potência de primeira grandeza como eram os Estados Unidos,

à à à à à à àB

João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808- 1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p. 448.

(39)

O caráter exemplar que a independência da América espanhola representou, segundo o texto, para aqueles que lutavam pela independência do Brasil pode ser identificado, por exemplo, na:

A) capacidade de manter a coesão territorial da antiga colônia, que acabou por gerar uma única e poderosa nação.

B) subserviência imediata aos interesses comerciais e políticos norte-americanos, que rapidamente se impuseram sobre toda a América.

C) disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente as forças da metrópole.

D) possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos e lucrativos com as antigas colônias portuguesas do litoral africano.

Comentários

Somente a alternativa [C] está correta. O texto do pesquisador João Paulo Pimenta mostra a luta da América Espanhola para realizar sua emancipação política frente a uma coroa espanhola sempre gananciosa e disposta a manter seus privilégios. Salienta também o apoio dos Estados Unidos à independência das jovens nações latino-americanas. Certamente isso serviu como modelo e referência para a emancipação política do Brasil em 1822 diante da metrópole portuguesa.

Gabarito: C

19. (PUCCAMP 2016)

República ou monarquia? Esse dilema esteve presente em todo o processo de Independência do Brasil. Mas a monarquia acabou sendo o sistema adotado em terras brasileiras, ao contrário do que ocorreu em outras nações americanas, pois, para essas novas nações surgidas na América espanhola, a república:

A) promovia uma relativa descentralização do poder, uma vez que o regente deveria ser eleito pelo povo.

B) significava um rompimento maior com a metrópole e a fragmentação do antigo império colonial.

C) facilitava a manutenção de um vasto território nas mãos dos chefes de Estado e dos proprietários rurais.

D) garantia a implantação do princípio da soberania popular e da igualdade de direitos na América.

E) atendia o desejo de políticos liberais e conservadores de libertar as províncias do poder metropolitano.

Referências

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