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AM ALDIÇÃO DAI NDIVIDUAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE O ENTRELAÇAMENTO

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Academic year: 2018

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Ket y Valéria Sim ões Franciscat t i

A

M

ALDI ÇÃO DA

I

NDI VI DUAÇÃO

:

REFLEXÕES SOBRE O ENTRELAÇAMENTO

PRAZER

-

MEDO E A EXPRESSÃO LI TERÁRI A

Dout orado em Psicologia: Psicologia Social

Pont ifícia Universidade Cat ólica de São Paulo

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Ket y Valéria Sim ões Franciscat t i

A

M

ALDI ÇÃO DA

I

NDI VI DUAÇÃO

:

REFLEXÕES SOBRE O ENTRELAÇAMENTO

PRAZER

-

MEDO E A EXPRESSÃO LI TERÁRI A

Tese apresent ada à Banca Exam inadora da

Pont ifícia Univ er sidade Cat ólica, com o

exigência parcial para a obt enção do t ít ulo de DOUTORA em Psicologia: Psicologia Social, sob orient ação da Profa. Dout ora Bader Burihan Sawaia.

São Paulo

2005

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B

ANCA

E

XAMI NADORA

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A

GRADECI MENTOS

SE ESTA PESQUI SA DE DOUTORAMENTO saiu é porque eu t enho a quem

agradecer. E são m uitos e precisos estes agradecim entos. Com o são m uitos e precisos a quem agradeço. Se am igos salvam a vida e a capacidade de am ar, m esm o diant e de t ant os obst áculos, confere- lhe sent ido, valeu a presença. Am o est as pessoas, cada um a de m odo peculiar. Bem , pelo m enos t ento e se isso pode parecer pouco sint o ser um pouco em m uit o. É o que venho conseguindo oferecer e de m inha part e venho sentindo que vale m uit o a pena.

Poder reconhecer a part icipação de diversas pessoas e dos acont ecim ent os proporcionados por elas em m eu processo de form ação passa necessariam ent e por t er sentido e pensado sobre a diferenciação que t al presença ocasionou. Foi assim que acont eceu. Procurei nom ear a im port ância dist int a de cada um na m edida que as oport unidades foram criadas. Obrigada por deixarem suas m arcas em m im . Novam ent e não irei nom eá- los, discrim inando- os no quê m e ofereceram , porque ainda considero que seus nom es im pressos nessas folhas est ariam aquém do que significam em m inha vida, m elhor indicar e poder t razer o que represent am em cada m om ento vivido e se as falhas, quase inevit áveis por est arm os sob exigências excessivas, acabam passando não serão aqui resgatadas, por isso m esm o recorro a est as para regist rar que procuro present ificar os m om entos em que ist o se t ornou pat ent e e que t am bém busquei revelar o quant o foi grat ificant e para m im .

Desse m odo, com o escrevi nos agradecim ent os que ant ecedem o t ext o da dissert ação de m est rado, se nada disso t ivesse acont ecido penso que não seria válido o t ext o do dout oram ent o t am bém , pois pesquisar envolve capt ar e interpretar a sim ult aneidade dos acont ecim entos sistem atizando- os tanto no plano do conhecim ento com o no plano do sent ido da vida possível para cada um .

Assim , reconheço que para o t rabalho de aproxim ar os vários fragm ent os que se entrelaçam nesta pesquisa e de perceber o sentido que esse m ovim ent o pode cont er, foram im port ant es as at ividades acadêm icas que eu com o aut ora consegui realizar ao longo do m eu dout oram ent o, bem com o as leit uras

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com part ilhadas e as conversas ent re am igos que est iveram ou não envolvidos na confecção de dissertações e teses, e que t razem ou não o referencial da t eoria crít ica da sociedade para suas reflexões. Na convivência séria e afet uosa dest es am igos eu percebi, no m odo com o procuram est ar envolvidos com os m ovim ent os de vida e ( para quem est á na academ ia) no decorrer dos t rabalhos específicos de cada pesquisa, ent re pont os de diferenciação, algo que nos ident ifica: querem os e t ent am os resistir a um est ado de coisas que prom ove sofrim ent o desnecessário à cust a do que poderia prom over vida.

Nesse sent ido, um regist ro acadêm ico se t orna pert inent e: o quant o pude aprender e buscar ent endim ent o com o ingresso e a part icipação no Núcleo de

Est udos Psicossociais da Dialét ica da Exclusão I nclusão Social e da Afet ividade, e

com a orient ação da Profa. Dra. Bader Burihan Sawaia com quem , no enfrentam ento de tantas dificuldades, resgatei algum as dim ensões im portant es que possibilit am sentido a est e processo de form ação. E regist rar que t al processo ocorreu no Program a de Est udos Pós- Graduados em Psicologia Social

da Pont ifícia Universidade Cat ólica de São Paulo.

Faz- se ainda necessário o registro que cont ei com a bolsa, no prim eiro ano do dout oram ent o, da Capes – Coordenação de Aperfeiçoam ent o de Pessoal

de Nível superior – e o apoio da bolsa do CNPq – Conselho Nacional de

Desenvolvim ent o Tecnológico – por t rês anos. E que ainda considero que as polít icas de financiam ento e fom ento das pesquisas científicas encontram - se bastant e aquém das condições sociais que enfrentam os, dificult ando o ent endim ent o e a t ransform ação das m esm as.

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D

EDI CATÓRI A

Est e t r abalho r epr esent a m om ent os de sat isfação, dificuldades, angúst ias, m edo – for t alecim ent o no confr ont o com t ent at ivas de não endur ecim ent o...

Dedico est es m om ent os, t odos int ensos, às pessoas próxim as – aquelas que salvam a vida – que com par t ilhar am de algum m odo dest e pr ocesso e que, vão est ar present es em m inha vida no t em po longo, cont ribuindo para que eu possa ver algum sent ido nessa cu r v a lar ga qu e h oj e est á t ão pr óx im a com o é pr óx im o o dia.

De cer t a m aneir a, se consegui est ar em m ais um a passagem e sair dest a cur v a, or a r esist indo or a nem t ant o, não foi sem t er cust ado um preço alt o, pois infelizm ent e ainda hoj e, m ais at é que nos anos ant erior es, t orna- se pat ent e as ex cessivas exigências que enfrent am os. São est as que nos t om am m uit a ener gia para resguardar algum a sensibilidade e um a razão m enos em br ut ecida no decor r er de t odo pr ocesso. Mesm o consider ando ser essa dim ensão a m ais for m at iva, é necessário regist rar o quant o ficam os aquém de nossas pot encialidades de escrit a, quase narrat ivas de exper iências danificadas, em gr ande par t e por cansaço incrust ado no corpo e no espírit o devido ao escoam ent o da energia na busca pelo que de fat o vale a pena.

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FRANCI SCATTI , Kety Valéria Sim ões. ( 2005) . A m aldição da individuação: reflexões sobre o entrelaçam ento prazer- m edo e a expressão literária. São Paulo: 2005. Tese ( Doutorado em Psicologia: Psicologia Social) – PUCSP.

Palavras- chave: Teoria Crítica da Sociedade – Form ação/ Sexualidade – Violência/ Barbárie – Liberdade/ Felicidade – Am or/ Ternura – Ódio/ Crueldade.

R

ESUMO

ESTA PESQUI SA DE DOUTORAMENTO, com base na teoria crít ica da sociedade, tem

com o obj etivo discorrer sobre o paradoxo da m aldição da individuação – os

sofrim entos vividos por se estar entre as ( im ) possibilidades de sofrer o out ro e se

diferençar – com o decorrência do fracasso da cult ura que im pede e m ut ila o m ovim ent o form at ivo do am or, focalizando sua reflexão no ent relaçam ent o do prazer e do m edo e nas pot encialidades da expressão literária. As argum entações sobre estes dois focos podem ser descritas em duas perspectivas que se entrecruzam . A prim eira busca evidenciar os danos da repressão sexual e da renúncia erót ica ao processo de form ação do indivíduo, problem at izar e pensar as m anifest ações de destruição com o proveniente dos im pedim entos culturais ao m ovim ento do am or, da não fruição da beleza, da m ut ilação dos sent idos, da est upidez da razão e do conseqüent e endurecim ent o do ego. A segunda procura m ost rar a experiência estética proporcionada pela literatura ( do artista e do receptor) com o condição privilegiada de contato e de reflexão sobre o obj eto desta pesquisa ( a m aldição da individuação) , e considerar o pot encial da expressão lit erária, sem recair no psicologism o, com o um m ovim ento que envolve três dim ensões concom itantes: com o t est em unho, por m anifest ar os sofrim ent os inj ust ificados, com o resist ência, por conter o ódio ( a destruição do obj eto) , e com o possibilidade de transform ação do exist ent e, por t am bém guardar est ilhaços que podem ilum inar saídas dest e est ado, centelhas e vestígios para se ir além da dest ruição.

Estão predom inant em ent e sist em at izadas form ulações t eóricas dos aut ores frankfurt ianos Adorno, Horkheim er e Marcuse; de Freud; e selecionados trechos lit erários de escrit ores da língua port uguesa: do Brasil, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu; de Port ugal Fernando Pessoa ( ele m esm o e sob os heterônim os de Álvaro de Cam pos e Bernardo Soares) e José Saram ago. Entretanto, o st at us

conferido aos escritores é diferenciado. Os t rechos lit erários de Lispector est ão no centro das reflexões; busca- se a interlocução dos outros escritores citados, com dest aque para Abreu, para art icular a discussão e a consecução do obj et ivo propost o. Tam bém por esse m ot ivo, há um a cert a relevância na presença de um outro escritor: Fernando Sabino, com o qual Lispector t rocou correspondência durante anos. Não há pretensão de discutir a totalidade da obra destes escrit ores, os trechos destacados ( contos, rom ances, poesias e cartas) são trabalhados com o representantes da expressão art íst ica nas dim ensões j á m encionadas.

Com o obj etivo enunciado, a proposição dessas argum ent ações e das reflexões ( t eóricas e lit erárias) indicadas, pret ende- se expor a t ese de que a m aldição da individuação é referent e, em sua base, à m ut ilação do m ovim ent o do am or ocasionada pelos im pedim entos culturais que danificam os sentidos e a razão – form ação obst ada que dificult a a inst auração da fruição com o m odo de vida e que prende o entendim ento e a possibilidade da beleza ao enfrentam ento de sofrim entos em grande parte inj ustificados diante das condições m ateriais existentes – e que este m om ento m im etizado na obra literária pela expressão artística proporciona experiências fundam ent ais para a cont enção, a reflexão sensível e a busca de possíveis saídas do est ado de dest ruição e da ordem da barbárie, um a vez que na art e alguns, ao represent ar t odos os hom ens ( em m eio a cicatrizes e fragm entos) expressando o aprisionam ento ent re o querer e o não conseguir viver, realizam obras na esperança desesperada de poder enfim viver, livre e feliz.

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FRANCI SCATTI , Kety Valéria Sim ões. ( 2005) . The curse of the individuality: a thought about the relation between pleasure- fear and the literary expression. São Paulo: 2005. Thesis ( PhD in Psychology: Social Psychology) – PUCSP.

Key words: Critical Theory of Society – Form ation/ Sexuality – Violence/ Barbarity – Freedom / Happiness – Love/ Tenderness – Hate/ Cruelty.

A

BSTRACT

This PhD research, on t he basis of Crit ical Theory of Societ y, has t he t arget t o show t he paradox of t he curse of t he individualit y – t he sufferings lived bet ween t he ( im ) possibilit ies of ot her’s suffering and t o becom e different – as a result of t he cult ure failure which im peaches and cut off t he form at ive m ovem ent of t he love, focusing it s t hought in t he relat ion of pleasure and fear and in t he pot ent ialit ies of lit erary expression. The argum ent at ions about these two focus can be described in t wo perspect ives which are int ersect ed. The first t ries t o put in evidence t he sexual repression dam age and the erot ic renounce to the process of the person’s form ation, t o raise t he problem s and t o t hink about t he dest ruct ion m anifest at ions as a result of t he cult ural im peachm ent s t o form at ive m ovem ent of love, of no- fruit ion of t he beaut y, t he m ut ilat ion of t he senses, t he foolishness of t he reasoning and of t he consequent hardness of t he ego. The second focus t ries t o show t he est het ic experience provided by literature ( from the artist and from t he recept or) as a privileged condit ion of cont act and t hought about t he obj ect of t his research ( t he m om ent of t he curse of t he individuality) , considering pot ent ially t he lit erary expression, wit hout decreasing it t o t he psychologism , in t hree dim ensions at t he sam e t im e: as a t est im ony and m anifest at ion of t he unj ust ified sufferings, as resistance, because it contains hate ( destruction of the obj ect) , and possibilities of changes the existent , because t hey can keep sm all part s which can light en som e exit s from this st at e, alt ernat ives t o go furt her t he destruct ion.

The t heoret ical form ulat ions from the authors of Frankfurt Adorno, Horkheim er and Marcuse; Freud; and select ed lit erary part s from Port uguese language writers: from Brazil, Clarice Lispect or and Caio Fernando Abreu; from Port ugal, Fernando Pessoa ( he him self and under t he het eronam es of Alvaro de Cam pos and Bernardo Soares) and José Saram ago are predom inant ly syst em at ized. However, t he given st at us t o t he writ ers is different . The Lispect or lit erary part s are in t he cent er of t he t hought s; t he int erlocut ion of ot her m ent ioned writ ers is aim ed, em phasizing Abreu, in order t o const ruct t he discussion and the consecut ion of t he proposed t arget . Also because of t his reason, t here is a cert ain relevance in t he presence of anot her writ er: Fernando Sabino, wit h whom Lispect or exchanged let t ers during som e years. There is no int ent ion to discuss the work of these writers in its tot alit y, the em phasized part s ( t ales, novels, poet ry and let ters) are worked as a represent at ion of art ist ic expression in the dim ensions m ent ioned before.

Wit h t his announced t arget , t he proposal of t hese argum ent ations and t hese indicat ed t hought s ( t heoret ical and lit eracy) , is int ended t o show t he t hesis t hat t he curse of t he individualit y is relat ed t o, in it s basis, t he m ut ilat ion of t he m ovem ent of love caused by cult ural im peachm ent s which dam age t he senses and t he reasoning – harm ed form at ion which m akes m ore difficult t he inst alling of fruit ion as a way of life, which st icks t he underst anding and t he possibilit y of beaut y t o face t he sufferings m ost ly unj ust ified, in face of t he existing m aterial conditions – and in that m om ent expressed in t he lit erary work by t he art ist ic expression, provides fundam ent al experiences t o t he content ion, t he sensit ive t hought and t he search for possible exit s from t he dest ruct ion st at e and from t he barbarous ness order, once in t he art som e, represent ing every m en ( am ong scars and fragm ent s) expressing t he prison bet ween t he desire and not get t ing t o live, accom plish works in a desperat e hope of, finally, having a free and happy life.

(9)

S

UMÁRI O

APRESENTAÇÃO 2

1. SOBRE A MALDI ÇÃO DA I NDI VI DUAÇÃO 11

2. FORMAÇÃO E BARBÁRI E: aquém do princípio de prazer;

ainda sob o m edo 35

3. VI DA E MORTE NO SOFRER O OUTRO: art e com o expressão

da vida negada 100

4. URGÊNCI A E AUSÊNCI A:

narrat ivas sobre o clandest ino querer

na fuga das horas 159

5. APOSTAR EM QUÊ?

Test em unho, resist ência e t ransform ação

ant e ao sofrim ent o inj ust ificado 195

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS 215

Referências

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