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O Regime Militar Brasileiro - Anos de Chumbo e o Milagre Econômico

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O Regime Militar Brasileiro - Anos de Chumbo e o Milagre Econômico

Objetivo

Analisar o governo do general Emílio Garrastazu Médici, o auge da repressão e o crescimento econômico do milagre brasileiro.

Se liga

Para mandar bem neste conteúdo, é essencial que você tenha visto a aula sobre a institucionalização do regime militar com os governos de Castello Branco e Costa e Silva.

Curiosidade

No governo de Emílio Garrastazu Médici, auge da ditadura militar, a perseguição se tornou generalizada e se estendeu até para o campo da ciência, com o “Massacre de Manguinhos”, em 1970, ocorrido na atual Fundação Oswaldo Cruz. Diversos médicos, professores e pesquisadores foram cassados e aposentados compulsoriamente, com a invasão do campus da instituição pública. Além disso, várias pesquisas foram destruídas e, literalmente, jogadas no lixo.

Teoria

“O Ano que não terminou”

O ano de 1968 ficou conhecido na história como o “Ano que não terminou”, marcando um período intenso na política e na produção cultural ao redor do mundo. Além de assassinatos como o do pastor e líder Martin Luther King, do senador norte-americano Robert Kennedy, também marcaram presença a Guerra do Vietnã, o auge do movimento Hippie, a Primavera de Praga, os protestos do Maio de 68, na França, e, na América Latina, os diversos atos contra os governos autoritários. No Brasil, não diferente, eventos como a “Passeata dos cem mil” e a morte do estudante Edson Luís demonstram a tensão que se construía entre a Ditadura e seus opositores.

A resposta do Governo para essa intensificação nos atos foi, primeiramente, a proibição de manifestações em ruas de todo o país pelo ministro da Justiça, em 5 de julho. Em seguida, em um ato ainda mais radical do Governo, foi decretado, em dezembro de 1968, o Ato Institucional Nº5 (AI-5).

Assinado pelo presidente Arthur da Costa e Silva, o AI-5 legitimava o fechamento do Congresso Nacional, das assembleias legislativas e das câmaras municipais. O ato permitia ao chefe do Executivo, no caso o presidente, cassar os mandatos legislativos, executivos, federais, estaduais e municipais, ou seja, concedia plenos poderes ao governante, que podia, ainda, suspender os direitos políticos dos cidadãos, demitir, remover, aposentar funcionários civis e militares.

O texto indicava também plenos poderes para demitir e remover juízes, decretar estado de sítio sem restrições ao país, legislar por decreto e baixar outros atos institucionais complementares. Por meio do texto, o governo retirou o direito a habeas corpus (liberdade provisória do indivíduo enquanto responde ao processo) dos acusados de crimes contra a segurança nacional. Esses acusados passaram a ser julgados por tribunais militares sem direito a recorrer.

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Assim, apesar de todo o processo de escalada do autoritarismo e da repressão nos primeiros anos da Ditadura Militar, foi o ato instrucional de 1968, o AI-5, que de fato consolidou o período mais violento e repressor do regime militar no Brasil.Esse é considerado um dos capítulos mais tristes da história republicana brasileira, conhecido como os “Anos de Chumbo”.

Ato Institucional nº 5 (1968)

Art. 2º - O Presidente da República poderá decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, por Ato Complementar, em estado de sítio ou fora dele, só voltando os mesmos a funcionar quando convocados pelo Presidente da República.

Art. 3º - O Presidente da República, no interesse nacional, poderá decretar a intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações previstas na Constituição.

Art. 4º - No interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, poderá suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.

Art. 7º - O Presidente da República, em qualquer dos casos previstos na Constituição, poderá decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, fixando o respectivo prazo.

Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.

O Governo Médici (1969-1974)

A ditadura total e o combate às guerrilhas

O governo Costa e Silva teve fim com a morte do presidente em 1968. No seu lugar, assumiria o civil Pedro Aleixo, mas foi impedido pelos militares, que elegeram indiretamente outro general da linha dura, Emílio Garrastazu Médici. O seu governo é considerado por muitos como a fase mais violenta da ditadura e, de fato, Médici se aproveitou de todo um aparato de violência e perseguição para combater a oposição.

Entre 1969 e 1973, Médici intensificou os combates aos guerrilheiros nas zonas rurais e urbanas. Para muitos autores, a guerrilha no Brasil, apesar de treinada, jamais foi uma ameaça real para a consolidação da ditadura militar, visto que o exército brasileiro era muito maior e melhor equipado.

Assim, Médici teria usado as guerrilhas como forma de permanecer no poder e de prolongar a violência da ditadura. Afinal, a ameaça, agora, era minimamente real.

Visto isso, Médici combateu focos de guerrilhas, inspirados na revolução cubana e maoísta, como:

• Movimento Nacionalista Revolucionário (MRN);

• Vanguarda Popular Revolucionária (VPR);

• Partido Comunista do Brasil (PCdoB);

• Aliança Nacional Libertadora (ANL).

O combate às guerrilhas durante o governo Médici, naturalmente, foi possível graças à consolidação de diversos Atos Institucionais e da violência do regime. No entanto, a operacionalização do sistema de inteligência e da enorme rede de perseguição, violência e tortura foi fundamental para caçar, prender e matar esses “inimigos”.

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Em 1969 foi criada a Operação Bandeirante (OBAN), que subordinava oficialmente todos os órgãos de inteligência do Estado e era comandada pelo delegado civil Sérgio Paranhos Fleury. Assim, a OBAN, através do Centro de Informações do Exército (CIEx), do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), do Centro de Informação Social do Exército (Cisa) e do próprio SNI, conseguia reunir informações necessárias para identificar e exterminar esses focos de guerrilhas. Umas das principais operações, inclusive, foi a caça e o assassinato de Carlos Marighela.

Em 1970, a OBAN foi incorporada pelo II exército ao DOI-CODI. Assim, o Comando de Operações de Defesa Interna (CODI) controlava as tropas do Destacamento de Operações Internas (DOI) e garantia a identificação de “elementos subversivos”, sendo também responsável pela obtenção de informações através de torturas e prisões arbitrárias.

Capa de jornal do ano de 1968 sobre prisão de estudantes que faziam parte da UNE.

Disponível: https://www.brasildefato.com.br/2018/01/04/nos-50-anos-de-1968-relembre-11-fatos-que-abalaram-o-mundo

O milagre econômico e o ufanismo brasileiro

O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) e a retomada econômica

Assim que eleito pelo Congresso, em 1964, Castello Branco nomeou para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, respectivamente, Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos. Esses aliados do governo receberiam a missão de controlar a crescente inflação brasileira, lidar com o caos da dívida internacional e retomar o desenvolvimento do país.

Para isso, criaram o chamado Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). O PAEG visava a combater a alta inflação através do ajuste das contas públicas, aumentar os investimentos nas estatais brasileiras, mas eliminando os gastos supérfluos, atrair investimentos externos, reformar o Sistema Financeiro Nacional e acelerar o ritmo do desenvolvimento econômico do país.

Apesar de o planejamento ter o intuito do controle dos problemas e da retomada do crescimento, algumas medidas para alcançar esses objetivos foram bastante impopulares e tiveram consequências principalmente para os trabalhadores. As medidas desencadearam uma série de aumento nos impostos, crescimento do custo de vida e arrocho salarial.

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Embora impopulares, os movimentos sociais e sindicais pouco podiam fazer para combater tais medidas, visto que estavam enfraquecidos e sem as tradicionais lideranças. Além disso, as reclamações ou oposições não seriam bem-vindas pelo autoritarismo do governo.

Enfim, o PAEG, apesar dos problemas, conquistou relativo sucesso. A inflação foi controlada e o país retomou os bons índices de crescimento. Ainda obteve sucesso na criação do Banco Central e do Banco Nacional de Habitação. Portanto, o PAEG consolidou uma base econômica estável para a chegada do milagre econômico.

Não tão milagre assim, como veremos a seguir, segura aí!

“Pra Frente Brasil”

Já no governo Médici, é necessário destacar que todo o clima de tensão e violência dos “anos de chumbo”

conviveram também com um crescimento do otimismo e do ufanismo. Como visto, os governos militares anteriores, com seus planejamentos econômicos, conseguiram estabilizar os problemas econômicos, reduzir a inflação e ainda permitiram uma retomada do crescimento.

Essas mudanças na economia e a sensação de estabilidade causada pelo autoritarismo foram fundamentais para uma maior entrada de investimentos externos. Com a criação do Plano Nacional de Desenvolvimento I (PND), o governo Médici estabeleceu as diretrizes para o desenvolvimento do país e metas que deveriam ser atingidas para melhorar sua infraestrutura. Logo, o capital estrangeiro garantiu a entrada de empresas multinacionais nos setores de automobilismo e eletrodomésticos, permitiu o crescimento de empresas nacionais do setor de bens não duráveis e manteve as estatais focadas no setor de segurança nacional, como a indústria pesada, de energia e setor bélico.

Todo esse desenvolvimento econômico levou a um aumento significativo o PIB do país, que atingiu o auge em 1973, com o crescimento de cerca de 12% a 14%, e uma falsa sensação de crescimento, com a diminuição da inflação. O sentimento de otimismo ainda foi ampliado graças às “obras faraônicas” realizadas pelos militares, que traziam um sentimento real de desenvolvimento. Outra consequência desses investimentos em obras grandes foi a geração de empregos e o consequente aumento do êxodo rural, que ocorreu sem nenhum tipo de planejamento e sem oferecer condições mínimas a essa população que chegava nos grandes centros urbanos. Construiu-se, nesse período, a Transamazônica, a ponte Rio-Niterói e a Hidrelétrica de Itaipu, com altos valores e sem nenhuma transparência na organização dos gastos públicos. Vale lembrar que a forte censura da época não permitia que escândalos de corrupção fossem divulgados, o que ajudou a criar um imaginário de que não havia qualquer tipo de desvio de dinheiro público durante o período.

Esse sistema permitiu assim um crescimento econômico considerável, sendo chamado inclusive de

“milagre”. Entretanto, o milagre real foi apenas para a classe média, que ampliou seu poder de compra e de produtos no mercado. Para os trabalhadores e a classe mais pobre, o arrocho salarial, a violência e as altíssimas taxas de desigualdade foram a realidade do “milagre”. Desse modo, apesar de garantir o crescimento econômico, tornou inevitável o afloramento de graves tensões sociais, o que era sufocado pela crescente repressão do período.

Com uma economia extremamente dependente de investimentos externos, no período entre 1964 e 1978, a dívida externa brasileira passou de cerca de 3,5 bilhões para quase 55 bilhões, segundo números do Banco Central.

Pega a visão: chama na contextualização histórica e lembra que em 1973 ocorreu a primeira crise do petróleo.

Portanto, o mundo, incluindo o Brasil, foi diretamente atingido pelo aumento significativo do produto. Para o país, a crise significou a diminuição drástica dos empréstimos externos.

Outro fator importante para esse crescimento, apesar de menos econômico, foi o grande otimismo e ufanismo que se construiu no início da década de 1970. A publicidade da ditadura realizou diversas campanhas

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nacionalistas e autoritárias, com slogans como: “Ninguém segura esse país”, “Brasil, ame-o ou deixe-o”,

“Brasil: Ame-o!” e outros.

Enfim, a vitória brasileira na Copa do Mundo masculina de 1970 ainda se tornou a cereja do bolo, consagrando o Brasil como um país forte e aumentando a euforia com relação ao desenvolvimento nacional. A música que embalou a vitória brasileira no México, “Pra Frente Brasil”, acabou sendo utilizada pelo próprio regime militar, que se apropriou do título para fazer sua propaganda.

Propaganda da ditadura militar do governo Médici.

Disponível: http://paineira.usp.br/aun/index.php/2018/12/20/o-que-define-um-regime-autoritario/

Noventa milhões em ação, Pra frente Brasil, Do meu coração...

Todos juntos vamos, Pra frente Brasil, Salve a Seleção!

De repente

É aquela corrente pra frente, Parece que todo o Brasil deu a mão...

Todos ligados na mesma emoção...

Tudo é um só coração!

Pra Frente Brasil (Copa de 1970) https://www.vagalume.com.br/hinos-de-futebol/pra-frente-brasil-copa-de-70.html

Vale ressaltar que essas propagandas tinham um objetivo evidente de enaltecer o “bom” momento que o país vivia com o milagre econômico, mas também cumpriam a função de afirmar o autoritarismo governamental e reprimir movimentos contrários ao modelo, com campanhas com slogans como “Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil”.

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Exercícios de fixação

1.

Qual Ato Institucional foi essencial para o recrudescimento do regime e a implantação dos “ Anos de Chumbo”?

a) 5 b) 11 c) 2 d) 1

2.

Dentre as principais imposições do Ato Institucional 5 (AI-5), podemos citar:

a) retirou o direito a habeas corpus

b) criou uma comissão de direitos humanos c) proibiu o uso de trajes de banho femininos d) implantou o multipartidarismo

3.

Dentre as formas de resistência à ditadura podemos citar o (a) a) petição online

b) formação de milícias c) união da AIB e da ANL d) guerrilha

4.

A propaganda do período da ditadura militar pode ser definida como:

a) entreguista b) internacionalista c) ufanista

d) tecnicista

5.

O milagre econômico teve como principal consequência o (a) a) distribuição radical de renda

b) aumento da dívida externa c) reforma agrária

d) reforma eleitoral

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Exercícios de vestibulares

1.

(Enem 2015)

No período de 1964 a 1985, a estratégia do Regime Militar abordada na charge foi caracterizada pela a) priorização da segurança nacional.

b) captação de financiamentos estrangeiros.

c) execução de cortes nos gastos públicos.

d) nacionalização de empresas multinacionais.

e) promoção de políticas de distribuição de renda.

2.

(Enem PPL 2011) Em Brasília, foram mais de cem mil pessoas saudando os campeões. A seleção voou diretamente da Cidade do México para Brasília. Na festa da vitória, Médici presenteou os jogadores com dinheiro e posou para os fotógrafos com a taça Jules Rimet nas mãos. Até uma Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP) chegou a ser criada para mudar a imagem do governo e cristalizar, junto à opinião pública, a imagem de um país vitorioso, alavancando campanhas que criavam o mito do “Brasil grande" que “vai para frente". Todos os jogadores principais da Copa de 70 foram usados como garotos-propaganda.

Bahiana, A. M. Almanaque Anos 70. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (adaptado).

A visibilidade dos esportes, especialmente do futebol, nos meios de comunicação de massa, tornou-os uma questão de Estado para os governos militares no Brasil, que buscavam, assim,

a) legitimar o Estado autoritário por meio de vitórias esportivas nacionais.

b) mostrar que os governantes estavam entre seus primeiros praticantes.

c) controlar o uso de garotos-propaganda pelas agências de publicidade.

d) valorizar os atletas, integrando-os como funcionários ao aparelho de Estado.

e) incentivar a expansão da propaganda e do consumo de artigos esportivos.

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3.

(Enem Cancelado 2009) “Boicote ao militarismo”, propôs o deputado federal Márcio Moreira Alves, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em 2 de setembro de 1968, conclamando o povo a reagir contra a ditadura. O clima vinha tenso desde o ano anterior, com forte repressão ao movimento estudantil e à primeira greve operária do regime militar. O discurso do deputado foi a "gota d’água". A resposta veio no dia 13 de dezembro com a promulgação do Ato Institucional nº 5 (AI 5).

Ditadura descarada. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, ano 4, nº 39, dez. 2008 (adaptado).

Considerando o contexto histórico e político descrito acima, o AI 5 significou a) a restauração da democracia no Brasil na década de 60.

b) o fortalecimento do regime parlamentarista brasileiro durante o ano de 1968.

c) o enfraquecimento do poder central, ao convocar eleições no ano de 1970.

d) o desrespeito à Constituição vigente e aos direitos civis do país a partir de 1968.

e) a responsabilidade jurídica dos deputados por seus pronunciamentos a partir de 1968.

4.

(Facasper 2020) Durante o regime militar (1964-1985), o governo brasileiro adotou medidas de exceção, especialmente a partir de 1968, quando foi publicado o quinto Ato Institucional (AI-5) e quando o Conselho de Segurança Nacional assumiu preponderância nas decisões de governo.

A respeito do período referido, é correto afirmar que ocorreram:

a) ampliação dos programas voltados à saúde e à educação, abandono da indústria e favorecimento do agrobusiness.

b) fortalecimento do poder executivo, relativo enfraquecimento do legislativo e do judiciário e aumento da participação do governo na economia.

c) fim do intervencionismo estatal na economia, ampliação da autonomia dos estados e controle militar do sistema de informações.

d) crescimento dos investimentos estrangeiros do país, erradicação da inflação e fim da dívida externa brasileira.

e) modernização tecnológica da infraestrutura de comunicação, incremento do transporte ferroviário e abandono do transporte rodoviário.

5.

(Cusc 2020) O surto de crescimento, que começou em 1968, lembra o do Plano de Metas de JK, que durou de 1957 a 1962, mas com uma importante diferença: no boom dos anos 50, a inflação subiu de 23,89% em 1957 para 55,04% em 1962, ao passo que no surto da década seguinte a inflação caiu de 23,63% em 1968 para 14,66% em 1973. Este fato fez com que se começasse a falar de “milagre econômico brasileiro”.

(Paul Singer. “O processo econômico”. In: Daniel Aarão Reis (coord.). Modernização, ditadura e democracia: 1964-2010, vol. 5, 2014. Adaptado.) Um dos motivos para essa contenção inflacionária durante o “milagre” foi

a) a fixação dos reajustes salariais pelo governo.

b) o controle da taxa de juros em nível estadual.

c) o aumento do déficit na balança comercial.

d) a proibição da entrada de transnacionais no país.

e) a diminuição do crédito para a construção civil.

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6.

(Fuvest 2020) Documentos da Agência Central de Inteligência Americana (CIA) mostram que o Brasil quis liderar a Operação Condor e só não conseguiu porque enfrentou resistência dos outros países membros – Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. (...) Os documentos da CIA fazem parte do Projeto de Desclassificação Argentina (The Dirty War, 1976‐1983), do governo americano, e incluem mais de 40 mil páginas. Duas dezenas delas fazem menções ao Brasil (...)

Marcelo Godoy, O Estado de São Paulo. Abril/2019.

A respeito da Operação Condor, é correto afirmar:

a) Ainda que tivesse um alvo comum de repressão política, ela não implicava o alinhamento automático dos regimes ditatoriais de cada país.

b) Ao encontrar resistência dos demais países que dela participavam, o Brasil passou a criticar publicamente suas ações.

c) Em vista da oposição norte‐americana à iniciativa, a cooperação entre os países membros não foi implantada.

d) O governo ditatorial paraguaio assumiu a posição de liderança no acordo firmado entre seus países fundadores.

e) Limitou‐se à troca de informações sobre os opositores políticos que buscaram exílio em cada um desses países.

7.

(UPE 2020) Observe a imagem a seguir:

A obra “Inserções em circuitos ideológicos”, de Cildo Meireles, retrata a morte de um destacado jornalista durante a Ditadura Civil-Militar no Brasil.

Assinale a alternativa que indica uma das principais características da arte nesse período.

a) Assessorar os órgãos de censura no combate aos comunistas.

b) Subsidiar a propaganda governamental de reformas administrativas.

c) Servir de base para a implementação da espionagem soviética no Brasil.

d) Apoiar a divulgação da política norte-americana para a América Latina.

e) Auxiliar na circulação de notícias, criando uma rede de contrainformações.

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8.

(UFG 2014) Leia a letra da música a seguir.

Noventa milhões em ação/ Pra frente Brasil/ Do meu coração/ Todos juntos vamos/ Pra frente Brasil/

Salve a seleção/ De repente é aquela corrente pra frente/ Parece que todo o Brasil deu a mão/ Todos ligados na mesma emoção/ Tudo é um só coração...

PRA FRENTE, BRASIL. Música de Miguel Gustavo, 1970.

Essa música se converteu em um hino comemorativo da conquista pelo Brasil da Copa do Mundo de Futebol de 1970, no México. Considerando a conjuntura histórica de produção e de uso dessa canção pelas campanhas publicitárias institucionais do então Regime Militar brasileiro, percebe-se que seu propósito era

a) ressaltar que, tanto para a Seleção quanto para o governo, toda vitória dependeria da união, da força e do respeito aos adversários e às regras do jogo.

b) chamar a atenção pública para o clima político interno do país, cuja estabilidade e avanço, tal como no futebol, se devia a unidade de todos os brasileiros.

c) destacar o exemplo das conquistas no futebol para as políticas de governo, preservando a independência entre as esferas esportiva e governamental.

d) reforçar a ideia de otimismo entre os brasileiros para o sucesso da Seleção e da nação, num contexto de abertura política e de anistia ampla e irrestrita.

e) vincular os anseios e êxitos da Seleção e da sociedade brasileiras com os do governo, por meio do discurso da unidade e do ufanismo patriótico.

9.

(Enem PPL 2011) De um ponto de vista político, achávamos que a ditadura militar era a antessala do socialismo e a última forma de governo possível às classes dominantes no Brasil. Diante de nossos olhos apocalípticos, ditadura e sistema capitalista cairiam juntos num único e harmonioso movimento.

A luta especificamente política estava esgotada.

GABEIRA, F. Carta sobre a anistia: a entrevista do Pasquim. Conversação sobre 1968. Rio de Janeiro: Ed. Codecri, 1980.

Compartilhando da avaliação presente no texto, vários grupos de oposição ao Regime Militar, nos anos 1960 e 1970, lançaram-se na luta política seguindo a estratégia de

a) aliança com os sindicatos e incitação de greves.

b) organização de guerrilhas no campo e na cidade.

c) apresentação de acusações junto à Anistia Internacional.

d) conquista de votos para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

e) mobilização da imprensa nacional a favor da abertura do sistema partidário.

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10.

(Enem 2017)

Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela aspectos de uma trajetória e obra dedicadas à

a) valorização de uma representação tradicional da mulher.

b) descaracterização de referências do folclore nordestino.

c) fusão de elementos brasileiros à moda da Europa.

d) massificação do consumo de uma arte local.

e) criação de uma estética de resistência.

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Gabaritos

Exercícios de fixação 1. A

A decretação do Ato Institucional 5 (AI-5), em 1968, foi essencial para o fortalecimento do poder nas mãos do Executivo e para o recrudescimento da repressão e da perseguição a opositores do regime militar, inaugurando o período que ficou conhecido como os “anos de chumbo”.

2. A

Com o AI-5, ficou suspenso o direito de habeas corpus, que consiste na liberdade provisória do indivíduo enquanto responde ao processo, aos acusados de crimes políticos, econômicos e sociais contra a segurança nacional.

3. D

Apesar de toda repressão do período militar, diversas foram as formas de resistência ao autoritarismo do período, como as guerrilhas e canções-protestos, por exemplo.

4. C

Com a intenção de mostrar o desenvolvimento e o suposto bom momento em que o país se encontrava e, em conjunto, reprimir os opositores da ditadura militar, as propagandas do período eram de caráter ufanista e ultranacionalista, com slogans como, “Brasil: ame-o ou deixe-o!”.

5. B

Apesar do evidente crescimento da economia brasileira, feito principalmente com empréstimos estrangeiros, o período da ditadura militar foi marcado por um aumento exponencial da dívida externa do país.

Exercícios de vestibulares

1. B

O período conhecido como “Milagre Econômico” (1969 – 1973) foi construído com base em empréstimos do capital internacional. O que a charge ironiza, quando o pai coloca a mão na cabeça do filho e usa a expressão “coitadinho”, é o fato de que a dívida externa seria paga pelas próximas gerações.

2. A

A propaganda foi um meio utilizado pela ditadura para exaltar o nacionalismo e promover os feitos dos governos militares. O futebol e a vitória na copa de 70 foram utilizados como forma de campanha do

“bom momento” que o país estaria vivendo.

3. D

O ano de 1968 foi marcado por uma série de agitações a nível nacional e internacional; no caso brasileiro, o crescimento da oposição ao regime militar levou à criação do Ato Institucional de n° 5, após a passeata dos Cem Mil. O AI-5 deu início ao período conhecido como “Anos de Chumbo”, em que houve um recrudescimento da repressão, da censura e da perseguição aos opositores do regime.

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4. B

O Ato Institucional 5, além de recrudescer o regime militar, aumentou o poder nas mãos do presidente do Brasil, enfraquecendo assim o legislativo e o judiciário. Ademais, o ato ainda concedeu plenos poderes de intervenção ao Governo Federal na organização financeira dos estados e municípios do Brasil.

5. A

Todo o crescimento econômico do período, conhecido como “milagre”, também foi marcado por um aumento substancial da dívida externa e por uma política de arrocho salarial dos trabalhadores.

6. A

A Operação Condor foi criada com a intenção de coibir os avanços das ideias socialistas no continente americano, através da cooperação entre os governos militares instalados durante a década de 1960- 1970. O trecho do autor aponta que, apesar de haver um objetivo em comum, a relação entre os governos foi marcada por interesses e objetivos que nem sempre estavam em consonância.

7. E

Com a censura a todo vapor durante o período, a arte servia como uma forma de resistência à imposição do autoritarismo por parte do governo central, e também como uma forma de fazer circular informações que o Estado cerceava.

8. E

As propagandas governamentais durante a ditadura militar, que eram de caráter ufanista, se apropriaram do hino da vitória da seleção em 1970 como publicidade de um bom momento que o país estaria vivendo com o suposto “milagre econômico”.

9. B

Apesar de ser mais comum falar da resistência no âmbito cultural durante o período da ditadura militar, também ocorreu luta armada, no campo e na cidade, com a formação de guerrilhas, como a do Araguaia.

10. E

A figura de Maria Bonita remete ao movimento social do Cangaço, predominante na Primeira República, que também ficou conhecido como Banditismo Social, devido à sua resistência em uma sociedade bastante excludente. Na figura dois, vemos um modelo da coleção da estilista Zuzu Angel, que ficou conhecida por sua atuação na resistência contra a ditadura militar brasileira, após o desaparecimento e assassinato de seu filho Stuart Angel pelas forças de repressão.

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