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RELATÓRIO DE VIVÊNCIAS V VER-SUS NO VALE DO SÃO FRANCISCO "A ORGANIZAÇÃO POPULAR NA LUTA PELA SAÚDE NO SEMIÁRIDO" THAYSSA CARVALHO SOUZA

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE VIVÊNCIAS

V VER-SUS NO VALE DO SÃO FRANCISCO

"A ORGANIZAÇÃO POPULAR NA LUTA PELA SAÚDE NO SEMIÁRIDO" THAYSSA CARVALHO SOUZA

“O aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se no espaço: quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso contato com o desconhecido.”

(Blaise Pascal)

Não há nada mais gratificante que cumprir os desafios impostos ao longo da nossa jornada. Quanta ansiedade ao ver meu nome na lista de aprovados do VER-SUS, que vontade de buscar ainda mais conhecimento, de adentrar em outras realidades e poder ser/fazer a mudança em outros âmbitos por onde irei passar...

Onde tudo começou...

Dia 1-Eixo: Como funciona a sociedade

No dia 10 de setembro de 2016, deu-se início a vivência da quinta edição do VER-SUS no Vale do São Francisco, ficamos hospedados no campus da UNIVASF, na cidade de Juazeiro, no estado da Bahia. Começava então uma jornada de construções, desconstruções, experiências e discussões sobre o Sistema Único de Saúde.

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Esse momento ainda foi importante para organização do cronograma, acordo de normas de convivência e divisão dos NB’s.

Iniciamos então a formação do CAATINGUEIRAS, o NB marcado pela diversidade de cursos, histórias de vida, perspectivas, dinâmicas e muita vontade de discutir sobre os mais diversos assuntos pertinentes.

À tarde, tivemos uma plenária sobre trabalho em saúde, com a moderadora Emilí Sampaio, que ao abrir uma roda de conversa, pediu para que cada vivente explanasse o entendimento sobre o trabalho em saúde, discutindo posteriormente diversos aspectos do processo de trabalho, focando na importância do reconhecimento pessoal enquanto trabalhador em saúde.

Durante a noite, participamos de uma Jornada Socialista, mística realizada no campus da universidade, onde embalados pelas diversas músicas e encenações, podemos contemplar a história da criação do SUS e toda a conjuntura política envolvida.

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Dando continuidade às construções de pensamento... Dia 2- Eixo: Relações entre ambiente e saúde no sertão

“É uma cova grande pra tua carne pouca Mas a terra dada, não se abre a boca

É a conta menor que tiraste em vida É a parte que te cabe deste latifúndio

É a terra que querias ver dividida Estarás mais ancho que estavas no mundo

Mas a terra dada, não se abre a boca.” (Funeral de um lavrador- Chico Buarque)

Iniciamos o dia com duas dinâmicas, com o intuito de trazer a realidade do povo sertanejo, que vive e aprende a conviver com as dificuldades do semi-árido.

A plenária foi conduzida por Celso, convidado que traz desde as questões básicas de como a sociedade é dividida, a mão de obra e seus meios de produção até a discussão sobre o processo de trabalho, retratando a vida dos trabalhadores, com intuito de provocar reflexões sobre o modelo capitalista e os modelos de opressão do mercado de trabalho.

Nas margens do rio São Francisco, findamos a tarde, vislumbrando o pôr do sol nas mais belas paisagens da região.

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colonização dos portugueses até os dias atuais, perpassando pela visão distorcida sobre os sertanejos e o papel da mídia nesta influencia, a revolução verde, os modelos de produção hídrica, os modelos de educação.

Contemplar outros horizontes...

Dia 3- Eixo: Determinantes sociais de saúde no semi-árido

Iniciamos as visitas aos dispositivos, onde cada grupo foi destinado a um determinante social. Fomos então para a associação de mulheres rendeiras, em Petrolina. Entendemos a dinâmica da associação, os projetos envolvidos, suas queixas e a integração com os serviços de saúde.

À tarde, demos continuidade ao tema exposto no eixo, abordando questões como conceito de valor, trabalho, os sujeitos inseridos nesse processo, mais valia, conceito de saúde, entre outros.

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Numa roda composta somente por mulheres, criamos ainda mais vínculos, e de forma emocionante, compartilharmos de histórias e vivências que nos angustiam, que nos dá força para lutar e que nos empodera diante de uma sociedade ainda tão opressora.

“SEGUIREMOS EM LUTA, ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!”

À noite tivemos plenária a respeito da saúde da comunidade LGBT, as diversas formas de violência física, simbólica, cultura do estupro, falta de entendimento e preparo dos profissionais para lidar com a população LGBT.

Chegamos à metade da nossa caminhada... Dia 4- Eixo: Atenção primária à saúde

Reunidos por NB, iniciamos o dia discutindo um texto sobre as organizações sociais, envolvendo questões abordadas em nosso cotidiano enquanto profissionais. As discussões sempre inquietantes do “Caatingueira” me faziam refletir na situação crítica dos estabelecimentos de saúde do nosso país. Demos continuidade às discussões numa plenária sobre territorialização e atenção primária à saúde. Destacaram-se assim alguns pontos para abordagem: conhecimento do território e suas necessidades, APS em três vertentes, vínculo entre população e serviços de saúde, a resolutividade do sistema, tecnologia leve.

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À noite, em reunião de NB, discutimos sobre os locais visitados por cada membro em dispositivos diferentes.

“O SUS É NOSSO, NINGUÉM TIRA DA GENTE. DIREITO GARANTIDO NÃO SE COMPRA E NÃO SE VENDE.”

Acordar cedo é preciso...

Dia 5- Eixo: Redes de atenção à saúde

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À tarde, discutimos em plenária algumas questões sobre as RAS, como a regionalização da saúde, a atenção primária como coordenadora do cuidado, o sistema único de assistência social, outras redes de atenção, entre outros. Além disso, trocamos informações sobre os dispositivos visitados em reunião com NB’s.

Quando o cansaço e a vontade de continuar aprendendo caminham lado a lado... Dia 6- Eixo: Redes de atenção psicossocial

O sexto dia de vivência começou discutindo a saúde mental. Fomos divididos por grupos para visitas aos dispositivos. Seguimos então para o CAPS-AD em Petrolina, onde conhecemos as instalações da unidade e a dinâmica de funcionamento. Em conversa com a psicóloga do serviço, entendemos sobre problemas que continuam se perpetuando dentro das redes de atenção à saúde mental, como a reprodução de práticas manicomiais dentro de CAPS.

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“A loucura jamais é escutada por aquilo que diz ou queria dizer.” (Usuário do CAPS)

Concluímos o dia com o tema educação popular em saúde, trazendo reflexões de Paulo Freire e seu modelo de educação no país.

“ERA FILHA DA FOLHA, GOSTAVA DE DEMANDAR. SABIA PLANTAR, SABIA COLHER, GOSTAVA DE FLORESCER...”

Dia de pegar estrada...

Dia 7-Eixo: Organização popular

Sétimo dia de vivência. Como passou rápido! Dia de seguir viagem para conviver mais de perto com o semi-árido que tanto discutimos. Partimos para a comunidade de Brejo de dentro, na cidade de Santo Sé, Bahia. Que momento marcante!

O contato com a população foi incrível, construtivo e sábio. Entendemos sobre o Movimento dos Atingidos pela Barragem, Reforma Agrária, os movimentos que compõem a Via Campesina, privatização e controle das energias, e todas as lutas vivenciadas por aquele povo.

À tarde, continuamos reunidos para debater sobre as propostas para um projeto energético popular, onde cada grupo apresentou de forma dinâmica sobre o que fora discutido. E o mais marcante, a população estava lá conosco, juntos, abraçando a mesma causa e partilhando de aprendizado mútuo!

Entardeceu. Iniciamos o processo de despedidas do nosso VER-SUS... ainda com a presença da comunidade, com ênfase nas crianças, que trouxeram ainda mais alegria para nosso ambiente, fizemos apresentações sobre algo que representasse cada NB. Nós, “Caatingueiras”, decidimos por apresentar um poema...

“...Eu canto a chuva na terra, que é demais esperada.

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Último dia...

Dia 8- Eixo 8: Tecendo caminhos

O VER-SUS trouxe-me um turbilhão de sensações, onde tive a oportunidade de vivenciar as dificuldades e avanços de um sistema, participando de experiências de grande importância para meu crescimento pessoal e profissional.

Sem dúvidas o dia mais difícil foi esse, o momento da despedida. O dia de dar adeus àquelas pessoas que juntas partilhamos por oito dias de angústias, inquietações, euforias, e muita força de vontade para continuarmos em luta, agora cada um cumprindo seu papel, separadamente.

Logo cedo, realizamos o passeio pela comunidade de Sento Sé. Quantas inquietações! Quanta diversidade e problemas numa mesma região! O que fazer para ajudar a mudar essa realidade? (Indagações presentes desde o primeiro dia, que agora ainda mais afloradas!)

O último dia foi marcado também pela plenária sobre “universidade, para quê e pra quem?”. Que discussão construtiva, que pauta importante!

“É pra mudar... Com essa política assim não dá... Constituinte já! Pra mudar: Escola! Pra mudar: Transporte! Pra mudar: Salário! Pra mudar: Saúde!”

Nesses oito dias de vivências e realidade, que se tornaram divisor de águas para minha vida, a palavra de ordem é gratidão! Sou grata pela oportunidade de poder compartilhar de tantos saberes, embalados por tantas canções, por tanto choque de realidade, por tanto conhecimento e pela vontade incessante de cada vez mais aprender e continuar lutando pela conquista de um povo que necessita de novos olhares.

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Referências

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