B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
1
São Carlos, 30 de agosto de 2010.
Aula 4
Interações fracas
Introdução a Bioquímica: Biomoléculas
Julio Zukerman Schpector
LaCrEMM – DQ
–UFSCar
Ignez Caracelli
BioMat
–DF – UFSCar
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anInter
molecular
Intra
molecular
2
Forças Intermoleculares
são forças
de atração
entre
moléculas.
930 kJ para quebrar todas as ligações O-H em 1 mol de água (intra)
Forças Intramoleculares (ligações)
mantem os átomos juntos
dentro
da
molécula e são muito mais fortes.
41 kJ para vaporizar 1 mol of água (inter)
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an 3
Estrutura Primária das Proteínas
cadeia polipeptídica ligação covalente
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Estrutura secundária das proteínas
4
-hélice folha pregueada
ligações de hidrogênio
“
folding local
”
enovelamento ao longo de
pequenas seções da cadeia
polipeptídica
•interação entre
aminoácidos adjacentes
•ligações de hidrogênio
entre grupos R
•
-hélice
•folha
(constituída de fitas
)
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anEstrutura Terciária
5“
Folding global
”
determinada por interações entre as cadeias laterais
(grupos R)
ligação dissulfeto ligação iônica ligação de hidrogênio “esqueleto” polipeptídicointerações de van der Waals e hidrofóbicas ligação covalente ligação covalente B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
1959
Kauzmann; cadeias hidrofóbicas
e enovelamento
Metamorphic Proteins Proteins that can adopt more than
one native folded conformation
SCIENCE, 2008, VOL 320, 1725
Limphotactin
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Estrutura quaternária
Mais que uma cadeia polipeptídica
juntas por
– interações fracas
hemoglobina
colágeno
7 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anInterações Não-Covalentes
Mecanismos moleculares
Predizer estruturas de proteínas
Predizer mudanças funcionais
Manipular propriedades de proteínas
Modificar velocidade de reação ou atividade: QM
8 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
causas da ligação droga receptor
9
Interações não-covalentes
Complementaridade de forma
Hidrofobicidade
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anenergias “força” das ligações químicas
10
He Ne Ar
1
(
14
)
)
4
(
2
2
6
4
2
0
k
r
q
U
vdW
)
17
(
)
4
(
2
6
2
2
0
r
U
vdW
d
vdW
ou
U
U
2(
16
)
k
q
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
interações dipolo-dipolo
13 6 2 1 2 0 2 ,6
1
r
T
k
U
b d d
)
17
(
)
4
(
2
6 2 2 0r
U
vdW
O C CH H C3 3 d+ d acetona O C CH H C3 3 d+ d+
-+
-Representação simples De um dipolo}
atração eletrostática B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm aninterações dipolo-dipolo induzido
14
6
2
2
0
2
16
1
r
U
d
ind
2d O H H d+ d+ O=O 2d O H H d+ d+ O=O d+ d Água dipolar e se aproximam Um dipolo fraco é induzido é gerado na molécula de oxigênio uma molécula não-polar de oxigênio
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Interações
15Ermondi & Caron, Biochemical Pharmacology, 72 (2006) 1633-1645
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Interações iônicas
16Ermondi & Caron, Biochemical Pharmacology, 72 (2006) 1633-1645
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Interação íon-dipolo permanente
17
Ermondi & Caron, Biochemical Pharmacology, 72 (2006) 1633-1645
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
dipolo permanente
19 NH3+ COO-Exemplo:
O dipolo elétrico formado pelas hélices α em proteínas
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Interações de van der Waals
20
Ermondi & Caron, Biochemical Pharmacology, 72 (2006) 1633-1645
Forças de Keeson Forças de London ou de dispersão Fo rc as d e v an d er W aa ls B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an 21 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Ligação de Hidrogênio
22Aparece um hidrogênio ligado covalentemente com um
átomo retirador de elétrons e um aceptor com carga parcial
negativa: D-H
...A
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anPergunta
ligação
de hidrogênio =
ponte
de hidrogênio?
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Teoria do Orbital Molecular – B2H6
A molécula de BH3existe na fase gasosa, mas dimeriza a B2H6
2 BH3 B2H6
B
H
H
B
H
H
B
H
H
H
B
H
H
H
H
H
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
A molécula de diborano B2H6contem átomos de H em ponte, que
unem dois átomos de B apesar de terem somente um elétron de valência. O átomo de B, por sua vez, se une a 4 H, apesar de ter somente 3 elétrons. A molécula B2H6é conhecida como elétron
deficiente. As distancias de ligação B-H mostram que as ligações terminais e as da ponte são diferentes.
Teoria do Orbital Molecular – B2H6
25 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Uma forma de construir o diagrama de MO para B2H6é primeiro
quebrar a molécula em dois fragmentos B2H4e H---H. Os LGO’s
(ligand group orbitals)para os dois fragmentos são determinados (D2hgrupo pontual) e então as interações entre estes dois grupos
resultará nos MO’s do B2H6
Teoria do Orbital Molecular – B2H6
26 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an Os 6 LGO’s , mais baixos do B2H4 Os LGO’s para o fragmento H---H
Teoria do Orbital Molecular – B
2H
627 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an O LGO agno H---H corresponde com a simetria de doisLGO’s do B2H4
Teoria do Orbital Molecular – B
2H
628 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an O LGO b3udo H---H corresponde com a simetria de um LGO do B2H4
Teoria do Orbital Molecular – B
2H
629 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Teoria do Orbital Molecular – B
2H
6Dos dois agLGO’s nos
fragmentos B2H4, somente um
tem energia perto do correspondente LGO do H---H
Representacao dos MO’s age b3uque
posuem B-H-B caracter ligante
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an Nesta parte do diagrama de MO para B2H6, os dois MO’s ligantes estarão preenchidos (ag e b3u) para dar duas ligações 3c-2e para as duas pontes B-H-B
Teoria do Orbital Molecular – B2H6
31 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Ponte de Hidrogênio
32estrutura onde três átomos estão unidos por apenas dois elétrons por meio do átomo de hidrogênio, como por exemplo, a diborana (B2H6)
ligação entre três centros e dois elétrons, onde o hidrogênio está ligado a outros dois núcleos menos eletronegativos
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Resposta
33ligação
de hidrogênio
ponte
de hidrogênio
ligação
de hidrogênio
e
ponte
de hidrogênio
não são sinônimos
Bioq u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Ligações de hidrogênio
34•Clássicas
•Não Clássicas
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio clássicas
Ligações de hidrogênio
Energia varia entre 3 a 7 kcal/mol.
Átomos
Distância A
O – H---O
2,70
O – H---O
-2,63
O – H---N
2,88
N – H---O
3,04
N
+- H---O
2,93
N - H---N
3,10
N - H---S
2,30
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio clássicas
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
ligações de hidrogênio clássicas
37 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
ligações de hidrogênio clássicas
38
C = O
H
C
R
C = O
H
H
N
C
R
Entre grupos
peptídicos
C = O
H
O
H
H
C
H
Entre
grupos OH
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio clássicas
39
H
O
-O
C = O
H
O
-N
+H
C = O
H
Entre COO
-e
OH da Tyr
Entre NH
3+e COO
-H
O = C
O
N
C
C
H
H
R
H
Entre OH da
Serina e
um grupo
peptídico
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio clássicas
Timina
Adenina
Citosina
Guanina
DNA
Parte de uma hélice
40 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
ligações de hidrogênio
41 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio não clássicas
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
ligações de hidrogênio clássicas
H
O
O
H
Mitos e Realidades
O
H
H
O
mais forte ?
mais fraca ?
43 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Não há evidência experimental de que a
uma certa distância crítica a natureza de
uma interação X-H
...
A passe de uma
ligação de hidrogênio para uma interação
de van der Waals.
ligações de hidrogênio
44 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio
45 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio não-clássicas
C-H...π
46 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anligações de hidrogênio não-clássicas
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
interações π-π
empilhamento
-
– Podem aparecer entre sistemas que possuem densidade
eletrônica delocalizada (sistemas aromáticos).
– Interações atrativas incluem ‘face-a-face’ ou
‘vértice-a-face’.
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
interações π-π
figura do Sergio 49 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm aninteração cátion-π
50 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm aninteraçoes cátion-π relativamente fortes
51 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
nova interação cátion-π de interesse biológico
CrystEngComm, 2009, 11, 1176–1186 COVER ARTICLE
Gold …aryl interactions as supramolecular synthons B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
interações cátion-π são comuns em biomoléculas
A maioria das análises estatísticas de estruturas de
proteínas usam critérios geométricos. O que é um
problema para estas interações devido à diversidade
de geometrias
53 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm aninterações cátion-π
Uma interação cation-
cada 77 aminoácidos
Arginina é preferida frente a lisina
Mais de 25% de todos os triptofanos estão
envolvidos em interações cátion-
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
enzima
55 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm aninteração cátion-π quádrupla
56
Glicoamilase: 1gai
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm aninterações ânion-π
57Ânions em sistemas biológicos?
70 a 75% dos substratos e cofatores são ânions:
Fosfatos (ATP e ADP)
Sulfatos
Carboxilatos
Anions cloreto (ânion extracelular mais abundante)
BB io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an 61 B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
par-isolado de elétrons
62 3.65 Å B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm animportância das ligações químicas fracas
63
Ligações fracas têm energias que variam de 1 a 7 kcal/mol
e são constantemente feitas e quebradas.
O máximo de ligações covalentes está limitada pela valência:
(oxigênio tem 2 valências)
No caso de ligações fracas, o fator limitante é puramente
espacial
O ângulo entre duas ligações covalentes é sempre o mesmo.
Por exemplo, no metano: CH
4todos são de 109
oNas ligações fracas o ângulo é variável
B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Os ácidos graxos de cadeia
longa possuem cadeias
alquílicas hidrofóbicas, que
ao serem introduzidas na
água, se rodeiam de
moléculas de água
altamente ordenadas
Efeitos Hidrofóbicos
64 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an
Quando as moléculas de ácidos
graxos se agrupam lateralmente
diminui o número de moléculas de
água “ordenadas”
Similarmente ao se agrupar em
micelas, os ácidos graxos expõem
uma superfície hidrofílica e
minimizam o ordenamento das
moléculas de água. A micela se
estabiliza pelo efeito
entrópico
de
aumentar a água desordenada
Efeitos Hidrofóbicos
65 B io q u ím ic a: B IT -6 0 3 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm anVisão superior da geração de uma união hidrofóbica
Cada
cadeia hidrocarbonada (de 9 C) está rodeada por 4 colunas de 6
moléculas de água cada uma. A associação de duas moléculas
de ácido cáprico (10 C) elimina 2 colunas de moléculas água da
“cela do solvente”
G =
H – T
S
H = H
2–H
1y
S = S
2– S
1Cálculo de
H (para o complexo molecular descrito):
Quebra de 12 ligações H
2O/CH
2= + 120 kJ
Formação de 9 ligações =H
2C/H
2C= - 36 kJ
Formação de 6 ligações H
2O/H
2O - 120 kJ
H = - 36 kJ
Efeitos Hidrofóbicos
B io q u ím ic a: B IT -6 03 & B IT -903 C ar ace lli & Zu ke rm an