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Contabilidade criativa – O impacto da escolha de diferentes políticas contabilísticas em empresas portuguesas

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Academic year: 2021

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Contabilidade criativa – O impacto da escolha de diferentes políticas contabilísticas em empresas portuguesas

Filipa Miguel Lobo Machado

Orientadora: Professora Doutora Sónia Monteiro Coorientador da Organização: Dr. Artur Guimarães

Local de Estágio: AGS Consulting

Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico do Cavado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Contabilidade e Finanças

Barcelos, julho de 2016

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Contabilidade criativa – O impacto da escolha de diferentes políticas contabilísticas em empresas portuguesas

Filipa Miguel Lobo Machado

Orientadora: Professora Doutora Sónia Monteiro Coorientador da Organização: Dr. Artur Guimarães

Local de Estágio: AGS Consulting

Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico do Cavado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Contabilidade e Finanças

Barcelos, julho de 2016

(5)

DECLARAÇÃO

Nome: Filipa Miguel Lobo Machado

Endereço eletrónico: filipamiguelmachado@gmail.com Telefone: 91 355 1548

Número do Bilhete de Identidade: 13534925

Título do Relatório de Estágio:

Contabilidade Criativa – O impacto da escolha de diferentes políticas contabilísticas em empresas Portuguesas.

Orientadores:

Professora Doutora Sónia Monteiro Ano de conclusão: 2016

Designação do Curso de Mestrado:

Mestrado em Contabilidade e Finanças

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGACÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave ___/___/______

Assinatura: ________________________________________________

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i Resumo

O presente relatório é o resultado final de um estágio curricular realizado na AGS Consulting, no âmbito do Mestrado em Contabilidade e Finanças, lecionado no Instituto Politécnico do Cavado e do Ave subordinado ao tema “Contabilidade Criativa – O impacto da escolha de diferentes políticas contabilísticas em empresas portuguesas”.

Durante o estágio as principais funções desenvolvidas foram na área da contabilidade, fiscalidade e de controlo interno. O objetivo do estágio foi adquirir e desenvolver conhecimentos e competências para o desempenho futuro de uma atividade profissional na área económico-financeira e culminou com a elaboração do presente relatório de estágio.

No relatório, na primeira parte, é apresentada a entidade de acolhimento do estágio, fazendo uma breve descrição das principais atividades desenvolvidas durante o mesmo. A segunda parte e terceira partes versam, respetivamente, sobre o estudo teórico e empírico do tema base escolhido – a contabilidade criativa.

Devido à atual globalização da informação, questões relacionadas com a contabilidade criativa tendem a assumir uma importância cada vez mais relevante. Dada a possibilidade de uma mesma realidade ser apresentada de formas diferentes, questiona-se a qualidade da informação financeira prestada.

Neste sentido, pretende-se compreender os motivos que conduzem à adoção de determinadas práticas, tendo por base o leque de opções permitidos pelo normativo contabilístico português em termos de políticas contabilísticas, e quais os impactos, ao nível das demonstrações financeiras, do uso de determinadas práticas de contabilidade criativa. Para tal foram simulados alguns casos práticos e foi obtida, através de inquérito por entrevista, a perceção de profissionais da contabilidade em relação a esta temática.

Palavras-chave: Contabilidade Criativa, Manipulação de Resultados, Normas Contabilísticas de Relato Financeiro, Políticas Contabilísticas, Incentivos à Contabilidade Criativa

. .

(7)

ii Abstract

This report is the end result of a traineeship held at AGS Consulting, under the Master in Accounting and Finance, taught at the Polytechnic Institute of Cávado and Ave on "Accounting Creative - The impact of the choosing different accounting policies in Portuguese companies."

During the internship the main functions were developed in the area of accounting, tax and internal control. The goal of the internship was to acquire and develop knowledge and skills for the future performance of an occupation in the economic and financial area and culminated within the preparation of this report.

In the report, the first part, it is presented the host entity with a brief description of the main activities developed in the meantime. The second and third parts consists, respectively, on the theoretical and empirical study of the chosen theme based - creative accounting.

Due to the current globalization of information, issues related to creative accounting tend to assume an increasingly relevant importance. Given the possibility of the same reality be presented in different ways, questioning the quality of the financial information provided.

In this sense, we intend to perceive the reasons that lead to the adoption of certain practices, based on the range of options allowed by the Portuguese accounting standards in terms of accounting policies and the impacts at the level of the financial statements, of the use of certain creative accounting practices. To achieve this, were simulated some practical cases and obtained, through interview survey, the perception of accounting professionals in relation to this issue.

Keywords: Creative Accounting; Earnings Management; Accounting Financial Reporting Standards; Accounting Policies; Incentives for Accounting Manipulation.

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iii Resumen

Este informe es el resultado final de un periodo de prácticas celebrada en AGS Consulting, en el marco del Master en Contabilidad y Finanzas, enseñó en el Instituto Politécnico de Cávado y Ave subordinada de "contabilidad creativa - El impacto de la elección de las diferentes políticas de contabilidad en Las empresas portuguesas ".

Durante la etapa de las principales funciones se han desarrollado en el área de contabilidad, fiscal y de control interno. El objetivo de las prácticas era adquirir y desarrollar conocimientos y habilidades para el futuro desempeño de una ocupación en el área económica y financiera y culminó en la fase de redacción de este informe.

En el informe, la primera parte, la etapa de la entidad de acogida se le presenta una breve descripción de las principales actividades desarrolladas en el ínterin. La segunda y tercera partes Versam, respectivamente, en el estudio teórico y empírico del tema elegido en base - la contabilidad creativa.

Debido a la actual globalización de la información, las cuestiones relacionadas con la contabilidad creativa tienden a adquirir una importancia cada vez más relevante. Dada la posibilidad de que la misma realidad se presenta en diferentes formas, cuestionar la calidad de la información financiera proporcionada.

En este sentido, tenemos la intención de comprender los motivos que llevan a la adopción de ciertas prácticas, basadas en la gama de opciones permitidas por las normas de contabilidad portuguesas en términos de políticas de contabilidad y los impactos a nivel de los estados financieros, el uso de ciertos prácticas de contabilidad creativa. A esto hay que se simularon algunos casos prácticos y se obtuvo através de encuesta entrevista, la percepción de los profesionales de la contabilidad en relación con este tema.

Palabras clave: Contabilidad Creativa; Gestión de las Ganancias; Normas de Información Financiera de Contabilidad; Las Políticas de Contabilidad; Incentivos para la Manipulación Contable

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iv

(10)

v Agradecimento

Agradeço aqui, o meu reconhecimento e gratidão a todos aqueles que indireta ou indiretamente contribuíram com o seu conhecimento para a realização deste trabalho de fim de mestrado.

À professora Doutora Sónia Monteiro, por todo o interesse demonstrado em me acompanhar neste tema, com toda a sua disponibilidade e experiência. Foi deveras, um contributo importante, quer a nível pessoal e profissional, com as suas críticas e conselhos ao longo deste trabalho.

Agradeço por último, aos meus Pais, Manuela e Carlos, pelo incentivo e apoio incondicional.

A todos, muito obrigada.

(11)

vi Índice

Resumo ... i

Abstract ... ii

Resumen ... iii

Agradecimento ... v

Índice de Quadros ... viii

Índice de Figuras ... ix

Lista de abreviaturas e siglas ... ix

Introdução ... 1

PARTE I – ESTÁGIO CURRICULAR ... 3

1 – Organização de acolhimento... 4

1.1. Descrição da entidade de acolhimento ... 4

1.2 Recursos Humanos ... 4

1.3. Clientes ... 5

1.4. Software ... 5

2 – Atividades desenvolvidas no Estágio ... 5

2.1 – Receção, arquivo, classificação e lançamento ... 6

2.2. Processamento de salários ... 8

2.3 Obrigações declarativas e fiscais ... 11

2.3.1. Declaração de remunerações da Segurança Social ... 11

2.3.2. Declaração mensal de remunerações ... 12

2.3.3. Declaração de retenções na fonte ... 12

2.3.4. Declaração Periódica do IVA ... 12

2.3.5. Declaração de IRC - “Modelo 22” ... 14

2.3.6. Outras declarações/relatórios ... 15

2.3.6.1. Relatório Único ... 15

2.3.6.2. Informação Empresarial Simplificada (IES) ... 16

2.3.6.3. Dossier fiscal ... 16

2.4. Práticas de controlo interno ... 16

2.5. Ética e deontologia profissional ... 17

PARTE II – AS PRÁTICAS DE CONTABILIDADE CRIATIVA NO ÂMBITO DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC) ... 19

1- Harmonização contabilística ... 20

1.1. A Harmonização contabilística internacional ... 20

1.2 O normativo contabilístico português: Sistema de Normalização Contabilística ... 21

2- Contabilidade criativa ... 24

2.1. Contabilidade criativa vs manipulação contabilística ... 25

2.2. Motivações para o aparecimento da contabilidade criativa ... 25

(12)

vii

2.3. Finalidades da contabilidade criativa ... 27

2.3.1 – Melhorar a imagem da empresa ... 28

2.3.2 – Estabilizar a imagem da empresa no decorrer dos anos ... 28

2.3.3 – Debilitar a imagem da empresa ... 28

2.4. A contabilidade criativa e o Justo Valor ... 28

2.5 – Áreas mais suscetíveis à prática de contabilidade criativa ... 30

2.5.1. Revalorização de Ativos Fixos Tangíveis – Norma aplicável: NCRF 7 ... 31

2.5.2.Depreciações de ativos fixos tangíveis - Norma aplicável: NCRF 7 ... 33

2.5.3. Ativos não correntes detidos para venda – Norma aplicável: NCRF 8 ... 34

2.5.4. Custo dos Empréstimos Obtidos – Norma aplicável: NCRF 10 ... 36

2.5.5. Propriedades de Investimento – Norma aplicável: NCRF 11 ... 37

2.5.6. Imparidade dos Ativos - Norma aplicável: NCRF 12 ... 40

2.5.7. Inventários- Norma aplicável: NCRF 18 ... 41

PARTE III – O IMPACTO NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRA DA OPÇÃO POR DIFERENTES PRÁTICAS CONTABILÍSTICAS: EVIDÊNCIA PRÁTICA E EMPÍRICA ... 43

1. Casos práticos: impacto da opção por diferentes alternativas contabilísticas ao nível das demonstrações financeiras ... 44

1.1. Caso prático 1 – Tratamento contabilístico do custo dos empréstimos obtidos para financiamento de ativos qualificáveis ... 44

1.2. Caso prático 2 – Definição da estimativa do período de vida útil ... 48

2 – A perceção dos profissionais face à contabilidade criativa: Inquérito por entrevista ... 52

Conclusão ... 57

Bibliografia ... 61

Anexos ... 65

(13)

viii Índice de Quadros

Quadro 1- Quadro sumário: descrição AGS Consulting ... 4

Quadro 2 - Separação de Documentos por Diários ... 6

Quadro 3 - Registo de um Suprimento no diário de Bancos ... 7

Quadro 4 - Devolução de vendas de Mercadorias... 7

Quadro 5 - Aquisição Intracomunitária de Mercadorias ... 8

Quadro 6 - Gastos com Comunicação ... 8

Quadro 7 - Contabilização do Processamento de Salários (exemplo de contabilização) ... 10

Quadro 8 - Anexos do Relatório Único ... 15

Quadro 9 - Síntese do Balanço simulado da empresa XPTO – Caso 1: Alternativa 1 ... 45

Quadro 10 - Síntese da Demonstração dos Resultados simulada da empresa XPTO – Caso 1: Alternativa 1 ... 46

Quadro 11 - Síntese do Balanço simulado da empresa XPTO – Caso 1: Alternativa 2 ... 47

Quadro 12 - Síntese da Demonstração dos Resultados simulada da empresa XPTO – Caso 1: Alternativa 2 ... 47

Quadro 13 - Síntese do Balanço simulado da empresa XPTO – Caso 2:Alternativa 1 ... 49

Quadro 14 - Síntese da Demonstração dos Resultados simulada da empresa XPTO – Caso 2: Alternativa 1 ... 50

Quadro 15 - Síntese do Balanço simulado da empresa XPTO – Caso 2: Alternativa 2 ... 50

Quadro 16 - Síntese da Demonstração dos Resultados simulada da empresa XPTO – Caso 2: Alternativa 2 ... 51

Quadro 17 - Estrutura e resultados das entrevistas ... 56

(14)

ix Índice de Figuras

Figura 1 -Layout do Programa de Contabilidade utilizado na AGS Consulting ... 5

Figura 2 - Alterações Mensais dos dados de Funcionários, para efeitos do processamento de salários ... 9

Figura 3 - Esquema de Apuramento do IVA ... 13

Figura 4 – Categorias de entidades (versão atual do SNC) ... 22

Figura 5- Normalização contabilística em Portugal ... 23

Figura 6 - Utentes (stakeholders) e a "pressão contabilística" ... 27

Lista de abreviaturas e siglas

(15)

x ANCDV – Ativos Não Correntes Detidos Para Venda

AFT – Ativo Fixo Tangível CC – Contabilidade Criativa

CIRC - Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas CIVA – Código do Imposto sobre Valor Acrescentado

CIVA – Código do Imposto sobre Valor Acrescentado CNC – Comissão de Normalização Contabilística CSC – Código das Sociedades Comerciais DF’s – Demonstrações financeiras

DL – Decreto- Lei

DR – Demonstração de resultados EC – Estrutura conceptual

FIFO – First-In First-Out.

FCT - Fundo de Compensação do Trabalho

FGCT - Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho IASB - Internacional Accounting Stantards Board

IES – Informação Empresarial Simplificada IPCA - Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas IRS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

NCRF-PE - Norma Contabilística e Relato Financeiro para Pequenas Entidades NC-ME - Normalização Contabilística para Microentidades

NIC - Normas Internacionais de Contabilidade NISS - Número de Identificação da Segurançal

RITI - Regime do Iva nas Transações Intracomunitárias

(16)

xi SNC - Sistema de Normalização Contabilística

UE - União Europeia

(17)

1 Introdução

Com o intuito de cimentar e aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da formação académica e permitir uma melhor preparação para o mercado de trabalho, optou-se por direcionar o trabalho para uma vertente mais prática: realização de um estágio curricular, com uma duração de três meses numa entidade cuja atividade inclui a prestação de serviços numa das áreas nucleares do mestrado, neste caso a contabilidade.

Assim sendo, o objetivo deste relatório consiste em retratar a experiência adquirida no decorrer do estágio curricular, integrado no âmbito do plano curricular do Mestrado em Contabilidade Finanças, ministrado na Escola Superior de Gestão, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e também para analisar, sob o ponto de vista teórico e empírico, o tema “Contabilidade Criativa - O impacto da escolha de diferentes políticas contabilísticas em empresas portuguesas”

Atualmente a temática da “contabilidade criativa” é acompanhada por vários investigadores em todo mundo, estudo que se intensificou nos últimos anos. A nível internacional são inúmeros os casos (por exemplo, Enron, Parmalat, Worldcom, entre outros) relacionados com problemas na contabilidade, com manipulação dos resultados e/ou contas fraudulentas. Em Portugal, com o rebentar de escândalos como o “caso BES” a qualidade da informação económica e financeira disponibilizada pelas empresas nunca foi tão questionada.

Atendendo às características do tecido empresarial Português, maioritariamente constituído por Pequenas e Médias Empresas, com hábitos de recurso a financiamentos elevados e dada a atual conjuntura, torna-se cada vez mais pertinente compreender a motivação e que tipo de práticas são utilizadas para apresentar as demonstrações financeiras mais atrativas aos seus utilizadores.

O presente relatório está dividido em três partes. Na primeira parte, relativa ao estágio, será feita uma descrição sumária da entidade de acolhimento, AGS Consulting, e serão descritas as tarefas desenvolvidas na empresa, durante o período de estágio, que contribuíram para a elaboração deste trabalho.

A segunda parte deste relatório aborda, de forma teórica, o tema escolhido em quatro pontos. Primeiro é descrito o objetivo da contabilidade em geral e a sua utilidade no suporte da tomada de decisão, debruçando-nos sobre a harmonização contabilística a que temos assistido nos últimos anos, da qual resultou, no nosso país, no surgimento do Sistema de Normalização Contabilística (SNC). De seguida é apresentado o conceito da contabilidade criativa, as motivações para o seu aparecimento e as finalidades subjacentes à sua utilização. Por último são apresentadas algumas das áreas mais suscetíveis à prática da contabilidade criativa, considerando as diferentes políticas de mensuração previstas nas normas contabilísticas preconizadas no nosso normativo (SNC), bem como é analisado o impacto da adoção de tais

(18)

2 contabilísticas ao nível nas demonstrações financeiras.

Na terceira parte deste relatório começamos por apresentar dois casos práticos que simulam a adoção de diferentes políticas/critérios contabilísticos e observar o impacto daí decorrente ao nível das demonstrações financeiras. O primeiro caso prende-se com a opção de capitalizar ou não encargos financeiros e o segundo caso é relativo à opção de diferentes critérios para determinar a estimativa de vida útil de um ativo, e a forma como pode ser imputada a gastos durante esse período.

Por último, para perceber os motivos que conduzem a adoção de determinadas práticas criativas, e quais destas práticas são mais utilizadas, tendo por base o leque de opções permitidos no nosso normativo contabilístico, foram realizadas entrevistas a dois colaboradores da AGS Consulting, a fim de aferir a sua perceção sobre a matéria em estudo.

O relatório termina com as principais conclusões que retiramos ao longo do trabalho, indicando também a bibliografia consultada e referenciada ao longo do texto.

.

(19)

3

PARTE I – ESTÁGIO CURRICULAR

(20)

4 1 – Organização de acolhimento

1.1. Descrição da entidade de acolhimento

O estágio, com uma duração de 3 meses, foi realizado na AGS Consulting, empresa que presta serviços no âmbito da contabilidade, consultoria financeira, consultoria fiscal e consultoria de gestão. A AGS Consulting foi constituída em 1992 fruto da vontade empreendedora do seu fundador, Dr. Artur Guimarães que ocupa o cargo de Diretor Financeiro.

Além da AGS Consulting, podemos encontrar no mesmo espaço a AGS Labour e AGS Global, que prestam serviços ao nível da Higiene e Segurança no Trabalho e auditoria, respetivamente. O quadro a baixo resumo alguns dos dados da empresa.

Quadro 1- Quadro sumário: descrição AGS Consulting

Firma Artur Guimarães Silva - Consulting, Auditoria, Gestão e Serviços, Lda.

Sede Rua João de Deus nº6, freguesia de Lordelo do Ouro, concelho do Porto Contactos • Telefone: 22 600 63 62

• Fax 22 600 63 57 Email geral@agsconsulting.pt CAE (classificação da

atividade económica) 69200‐ Atividade de contabilidade, auditoria e consultoria fiscal Data de constituição Janeiro de 1992

Fonte: elaboração própria

1.2 Recursos Humanos

Para cumprir com as suas obrigações, a AGS Consulting conta com 18 colaboradores altamente especializados e com experiências relevantes nas mais diversas áreas de negócio, com competências que se complementam e que lhes confere um know-how que lhes permite dar soluções atempadas aos seus clientes.

No departamento da contabilidade trabalham 7 técnicos, que são responsáveis pelo cumprimento das obrigações declarativas e fiscais. No departamento da Higiene e Segurança no trabalho trabalha uma colaboradora e no departamento de auditoria um colaborador. Os restantes técnicos trabalham na área da contabilidade em regime de outsorcing nas empresas clientes de maior dimensão pela necessidade de permanecia a full time.

(21)

1.3. Clientes

AGS Consulting presta serviço a cerca de 120 clientes, sendo a grande maior empresas e pequenas empresas, segundo as categorias de entidades publicada

do DL 98/2015, de 2 junho. Na maior parte dos clientes por se tratarem de micro entidades aplica-se o normativo contabilístico para as microentidades. Nos res

o regime geral do SNC e a NCFR

Os clientes da AGS são de zonas circundantes do Porto e abrangem vários setores de atividade económica, nomeadamente agricultura, indústria, comércio, restauração, transportes, imobiliária e outras atividades e serviços.

1.4. Software

Para uma resposta rápida e uma elevada eficácia no cumprimento das diversas obrigações, a empresa AGS Consulting

computadores. Como programa de contabilidade a enti

v8.10, programa com bastante reconhecimento e de utilização bastante intuitiva e que, na minha opinião, responde de forma positiva às necessidades de trabalho de cada entidade.

Para redigir circulares, cartas entre out

também é utilizado frequentemente para verificações, análises, entre outras tarefas Figura 1 -Layout do Programa de Contabilidade utilizado na AGS Consulting

2 – Atividades desenvolvidas no Estágio

No âmbito do estágio, foram diversificadas as tarefas realizadas, que proporcionaram o desenvolvimento de competências, obtenção de experiência e

conhecimentos adquiridos no âmbit

serão apresentadas as principais tarefas desenvolvidas.

AGS Consulting presta serviço a cerca de 120 clientes, sendo a grande maior empresas e pequenas empresas, segundo as categorias de entidades publicada

unho. Na maior parte dos clientes por se tratarem de micro entidades se o normativo contabilístico para as microentidades. Nos restantes dos casos aplica o regime geral do SNC e a NCFR-PE.

são de zonas circundantes do Porto e abrangem vários setores de atividade económica, nomeadamente agricultura, indústria, comércio, restauração, transportes,

ras atividades e serviços.

Para uma resposta rápida e uma elevada eficácia no cumprimento das diversas ações, a empresa AGS Consulting é equipada com um servidor, estando ligado a 9 computadores. Como programa de contabilidade a entidade de acolhimento adota o Primavera v8.10, programa com bastante reconhecimento e de utilização bastante intuitiva e que, na minha opinião, responde de forma positiva às necessidades de trabalho de cada entidade.

Para redigir circulares, cartas entre outros documentos, utiliza-se o Word. O Excel também é utilizado frequentemente para verificações, análises, entre outras tarefas

Layout do Programa de Contabilidade utilizado na AGS Consulting

Fonte: Primavera Professional v8.10

Atividades desenvolvidas no Estágio

No âmbito do estágio, foram diversificadas as tarefas realizadas, que proporcionaram o desenvolvimento de competências, obtenção de experiência e consolidação

adquiridos no âmbito da minha formação académica. Nos pontos seguintes serão apresentadas as principais tarefas desenvolvidas.

5 AGS Consulting presta serviço a cerca de 120 clientes, sendo a grande maioria micro empresas e pequenas empresas, segundo as categorias de entidades publicadas no artigo 9º unho. Na maior parte dos clientes por se tratarem de micro entidades tantes dos casos aplica-se

são de zonas circundantes do Porto e abrangem vários setores de atividade económica, nomeadamente agricultura, indústria, comércio, restauração, transportes,

Para uma resposta rápida e uma elevada eficácia no cumprimento das diversas é equipada com um servidor, estando ligado a 9 dade de acolhimento adota o Primavera v8.10, programa com bastante reconhecimento e de utilização bastante intuitiva e que, na minha opinião, responde de forma positiva às necessidades de trabalho de cada entidade.

se o Word. O Excel também é utilizado frequentemente para verificações, análises, entre outras tarefas

Layout do Programa de Contabilidade utilizado na AGS Consulting

No âmbito do estágio, foram diversificadas as tarefas realizadas, que proporcionaram o consolidação dos . Nos pontos seguintes

(22)

6 2.1 – Receção, arquivo, classificação e lançamento

Para uma boa organização da Contabilidade, todos os documentos, aquando da sua receção são arquivados no respetivo diário para posteriormente serem lançados no programa de contabilidade Primavera, de acordo com a respetiva classe.

A AGS Consulting trabalha com 4 diários no programa de contabilidade, o diário de bancos, vendas, compras e diversos, resumidos no quadro 2.

Quadro 2 - Separação de Documentos por Diários Nº DIÁRIO DIÁRIO OPERAÇÃO/TIPO DE DOCUMENTO

20 Bancos Registo de todos os tipos de documentos bancários como notas de débito, recibos, empréstimos entre outros.

40 Vendas Registo de todas as vendas e prestações de serviços efetuadas aos seus clientes

31 Compras Registo de todas as compras afetas à atividade efetuadas pelo cliente (v.g. aquisições de inventário, ativos fixos tangíveis)

50 Diversos

Registo de todos os fornecimentos de serviços externos e compras não relacionadas com a atividade da empresa (v.g. faturas de água, comunicação, renda)

Fonte: Elaboração própria

Depois de separados e arquivados no respetivo arquivo os documentos são classificados e lançados em simultâneo. A cada novo lançamento é-lhe atribuído um número, número esse que respeita uma ordem cronológica e numérica. O primeiro dígito corresponde ao número do diário, os dois seguintes ao mês, os seguintes destina-se ao número do documento. Por exemplo: Nº do lançamento: 20120001, onde: 20 – diário de bancos; 12, mês dezembro, 0001, nº do documento, que será sequencial.

Os lançamentos contabilísticos são feitos no programa Primavera e de acordo com o código de contas do normativo contabilístico aplicável à respetiva entidade.

Seguem-se alguns exemplos de contabilização, divididos pelos diferentes diários.

Diário de Bancos

Apresenta-se, como exemplo de operação a contabilizar no diário de Banco, um suprimento. Esta figura jurídico financeira encontra-se concretizada nos arts. 243º e ss. do Código das Sociedades Comerciais (CSC). Segundo o SNC os suprimentos efetuadas pelos

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7 sócios devem ser reconhecidos como um passivo financeiro, à luz da NCRF 27- Instrumentos financeiros, na conta 2532 - Outros participantes - Suprimentos e outros mútuos. Esta conta pertence ao grupo de contas de financiamentos obtidos devendo ser desdobrada em medio/longo prazo e curto prazo.

Neste caso houve uma deliberação no sentido deste financiamento obtido não vencer juros, assumindo, por isso a natureza de um empréstimo a título gratuito.

Quadro 3 - Registo de um Suprimento no diário de Bancos

Conta Descrição Débito Crédito

12 Depósitos à ordem 40.000€

2532 Financiamentos obtidos – Participantes de capital – outros

participantes – suprimentos e outros mútuos 40.000€

Fonte: Elaboração própria

Diário de Vendas

De acordo com a NCRF 20 – Rédito, o rédito de vendas é mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber, tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e de quantidades concedidos (§ 10, NCRF 20). No exemplo aqui apresentado, tratamos uma devolução de venda.

Quadro 4 - Devolução de vendas de Mercadorias

Conta Descrição Débito Crédito

717 Devolução de Vendas 1800€

2434 IVA- Regularizações1 414€

2111 Clientes Gerais 2214€

Fonte: Elaboração própria

Diário de Compras

O exemplo aqui apresentado tem a ver com o registo de uma aquisição intracomunitária de mercadorias.

Segundo a NCRF 18 – Inventários, os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de importação, custos de transporte, manuseamento e custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais ou serviços. Os descontos comerciais e abatimentos deduzem-se na determinação dos custos de compra (NCRF 18, §11).

No que respeita ao Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), e por se tratar de uma aquisição intracomunitária, o seu tratamento apela ao Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI). As aquisições em espaço económico europeu estão sujeitas a IVA

1A este respeito importa referir que o programa Primavera dispõe de um plano de contas específico para o registo das contas de IVA.

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8 quando o vendedor está registado para efeitos de IVA noutro Estado-membro, conforme o art.º 1, 2, 3, 8 e 14 do RITI. O IVA é liquidado pelo próprio adquirente e deduzido na receção da fatura pelo mesmo, conforme art.º 19 RITI.2

Quadro 5 - Aquisição Intracomunitária de Mercadorias

Conta Descrição Débito Crédito

311 Compras – Mercadoria 1500€

22111 Fornecedores 1500€

2432 IVA Dedutível 345€

2433 IVA Liquidado 345€

Fonte: Elaboração própria Diversos

Neste diário, apresentamos como exemplo a contabilização de um gasto com comunicação. A prestação de serviços realizada pela entidade de comunicações é reconhecida como um gasto do período, dando direito à dedução do IVA da operação.Os sujeitos passivos podem deduzir o IVA suportado, desde que os documentos cumpram os requisitos do art.º 36 CIVA. As operações que se enquadrem no art.º 21 do Código do IVA (CIVA) já não conferem direito a dedução (total ou parcial) do IVA suportado (veja-se, por exemplo, o caso dos combustíveis).

Quadro 6 - Gastos com Comunicação

Conta Descrição Débito Crédito

6262 FSE – Serviços diversos - comunicação 189€

2432 IVA – Dedutível 43,47€

12 Depósitos à Ordem 223€

Fonte: Elaboração própria

2.2. Processamento de salários

O processamento de salários é realizado informaticamente através do modulo de Recursos Humanos do programa Primavera e efetuada com base num mapa de assiduidade enviado pelos clientes.

O primeiro passo é garantir que todas as informações relativas aos funcionários estão corretamente inseridas (vencimento bruto, taxa de IRS, entre outras). Depois, com base no mapa de assiduidade enviado pelos clientes são introduzidas todas as alterações mensais que

2 O adquirente tem que ser portador de número de identificação fiscal e encontrar-se abrangido por um regime de tributação para efetuar aquisições intracomunitárias de bens. O adquirente dos bens tem que estar registado no Sistema de Intercâmbio de Informações sobre o IVA (VIES). Este site valida os sujeitos passivos registados na União Europeia (UE), para efetuarem transações de bens e prestações de serviços. Neste caso, aplica-se a inversão do sujeito passivo, ou seja, o imposto é entregue ao Estado do destino dos bens ou do sujeito passivo.

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poderiam originar uma modificação do vencimento (Horas Extra, Faltas, novas Remunerações ou novos Descontos, Ausências temporárias ou prolongadas), utilizando par

Alterações Mensais - Funcionários Figura 2 - Alterações Mensais

Fonte: Primavera Professional v8.10

Depois de introduzida a informação adi remunerações é feito automat

vencimento3, em duplicado, de modo a que o original, depois de assinado, seja dossiers da entidade, e o duplicado seja entregue ao trabalhador.

Os salários e contribuições para segurança social (da entidade patronal) reconhecidos em “Gastos com o pessoal”

Empregados, no que respeita a b 11b)).

Neste sentido, no processamento dos salário contribuições exigidas (à entidade patronal e ao trabalhador) para a Segurança Social e a Retenção na Fonte

Singulares (IRS).

De seguida apresentamos um exemplo do processamento de contabilização, relativo ao mês de janeiro de 2015, da entidade XPTO, L

3Ver exemplo de recibo de vencimento

poderiam originar uma modificação do vencimento (Horas Extra, Faltas, novas Remunerações ou novos Descontos, Ausências temporárias ou prolongadas), utilizando par

onários - como ilustra a figura 2.

Alterações Mensais dos dados de Funcionários, para efeitos do processamento de salários

rimavera Professional v8.10 - Módulo de Recursos Humanos

Depois de introduzida a informação adicional de cada trabalhador, o cá

remunerações é feito automaticamente, sendo posteriormente emitido um recibo de em duplicado, de modo a que o original, depois de assinado, seja

da entidade, e o duplicado seja entregue ao trabalhador.

salários e contribuições para segurança social (da entidade patronal) reconhecidos em “Gastos com o pessoal”, conforme dispõe NCRF 28

respeita a benefícios de curto prazo dos empregados (( NCRF 28, § 9a

no processamento dos salários são apurados os devidos impostos e (à entidade patronal e ao trabalhador), nomeadamente, as contribuições a Social e a Retenção na Fonte do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas

De seguida apresentamos um exemplo do processamento de contabilização, relativo iro de 2015, da entidade XPTO, Lda, adaptado de nota de lan

exemplo de recibo de vencimento no Anexo I.

9 poderiam originar uma modificação do vencimento (Horas Extra, Faltas, novas Remunerações ou novos Descontos, Ausências temporárias ou prolongadas), utilizando para tal a opção -

s, para efeitos do processamento de salários

cional de cada trabalhador, o cálculo das emitido um recibo de em duplicado, de modo a que o original, depois de assinado, seja arquivado nos

salários e contribuições para segurança social (da entidade patronal) são - Benefícios dos ( NCRF 28, § 9a e

são apurados os devidos impostos e , nomeadamente, as contribuições do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas

De seguida apresentamos um exemplo do processamento de contabilização, relativo adaptado de nota de lançamento de

(26)

10 vencimento4:

Quadro 7 – Contabilização do Processamento de Salários (exemplo de contabilização)

Conta Descrição Débito Crédito

6311 Remunerações - órgão social - vencimento 505 € 6315 Remunerações - órgão social – s. alimentação 93,94 €

2451 Segurança social 55,55 €

231101 Funcionário A 543,39 €

6321 Remuneração do pessoal – vencimento 1100 €

6325 Remunerações do pessoal – s.alimentação 107,52 €

2451 Segurança social 122,96 €

24211 Retenção de imp. sobre o rendimento –suj.pass.continente 162 €

24215 Sobretaxa de IRS 11,48 €

2312 Ao pessoal 911,08 €

Fonte: Elaboração própria

Em matéria de processamento de salários, importa também fazer referência ao Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) e ao Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT), aprovados pela Lei nº 70/2013 de 30 de agosto.

O FCT E O FGCT são dois fundos autónomos, de adesão individual e obrigatória por parte das entidades empregadoras que celebrem contratos de trabalho, regulados pelo código do trabalho, a partir do dia 1 de outubro de 2013. Destinam-se a garantir o direito dos trabalhadores ao recebimento efetivo de metade do valor da compensação devida pela cessação do contrato de trabalho.

As entregas são efetuadas doze vezes por ano, por meio eletrónico e mensalmente, nos prazos previstos para o pagamento de contribuições e quotizações à Segurança Social (SS) O valor de entrega do FCT e do FGCT é de 0.925% e 0.075% do rendimento bruto e diuturnidades, respetivamente.

A aplicação informática determina o valor a pagar em cada mês em função dos dados inseridos pelo empregador referentes aos contratos de trabalho que celebrou com os seus trabalhadores, pelo que este terá apenas que validar aquele valor. Essa validação dá origem à criação do documentoque contém as referências para pagamento. O pagamento é devido entre os dias 10 e 20 de cada mês e pode ser efetuado numa caixa multibanco (pagamento de serviços) ou através de homebanking

No que respeita à contabilização destes fundos, segundo a FAQ 28 da Comissão de Normalização Contabilística (CNC):

As entregas mensais para o FCT, efetuadas pela entidade empregadora, devem ser

4 Ver nota de lançamento de vencimento no Anexo II.

(27)

11 reconhecidas como um ativo financeiro dessa entidade, na conta 415 – Outros investimentos financeiros, mensurado pelo justo valor, com as respetivas variações reconhecidas em resultados;

As entregas mensais para o FGCT, efetuadas pela entidade empregadora, devem ser reconhecidas como gasto do período a que respeita, na conta 635 – Gastos com o pessoal - Encargos sobre remunerações.

A entidade empregadora apenas pode pedir reembolso do valor entregue para o FCT.

O valor entregue para o FGCT constitui uma garantia para os trabalhadores, a solicitar caso a entidade empregadora pague menos de 50% da indeminização a que o trabalhador terá direito em caso de cessação do contrato de trabalho.

2.3 Obrigações declarativas e fiscais

O período contabilístico é constituído por um conjunto de prazos que as empresas têm que cumprir, de forma a garantir o normal funcionamento da atividade. Nestes prazos são entregues declarações ou procede-se a pagamentos de impostos, taxas e afins que, pelo seu carácter obrigatório, condicionam a organização das rotinas das empresas. A seguir serão descritas algumas das obrigações declarativas e fiscais, bem como prazos estabelecidos, que tive oportunidade de conhecer e aprofundar no decorrer do estágio.

2.3.1. Declaração de remunerações da Segurança Social

As contribuições para a Segurança Social representam um total de 34,75% sobre as remunerações, sendo que 23,75% é por conta da entidade empregadora e 11% é por conta do trabalhador. No caso dos órgãos sociais em geral as contribuições para a Segurança Social assumem um total de 29,6 % sobre as remunerações, ficando 20,3% a cargo da entidade empregadora e 9,3% a cargo do trabalhador.Para a Segurança Social estão isentas as ajudas de custo, os abonos para falhas e ainda os subsídios de alimentação que não estejam sujeitos a IRS.

A declaração de remunerações da Segurança Social5 deve ser entregue até ao dia 10 e as contribuições pagas até ao dia mês 20 do mês seguinte àquele a que dizem respeito as remunerações.

O envio da declaração (ficheiro DRI) é feito via internet e o pagamento é geralmente efetuado por cheque ou transferência bancária. O ficheiro DRI contém o NISS, nome do funcionário, data de nascimento, mês a que se refere, dias de trabalho e o valor sujeito a Segurança Social. Inclui, também, além disto, outros abonos específicos e taxas aplicadas.

5Ver exemplo de uma declaração de remunerações para a Segurança Social preenchida pela estagiária no anexo III

(28)

12 2.3.2. Declaração mensal de remunerações

A declaração mensal de remunerações6 é uma declaração que deve ser entregue mensalmente pelas entidades devedoras de rendimentos de trabalho dependente.

A declaração tem como objetivo declarar todos os rendimentos pagos ou colocados à disposição, auferidos por sujeitos passivos residentes em território nacional. Deve abarcar os rendimentos e retenções de imposto, bem como as contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, subsistemas legais de saúde e quotizações sindicais do trabalho dependente da instituição.

A Declaração mensal de remunerações deve ser entregue à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) até dia 10 do mês seguinte ao pagamento ou colocação à disposição dos rendimentos do trabalho dependente.

2.3.3. Declaração de retenções na fonte

A retenção na fonte é uma forma de pagamento em adiantado de IRS ao longo do ano.

São efetuadas no momento do pagamento ou colocação à disposição dos titulares dos rendimentos da categoria A, B ou F.

Este imposto é entregue ao Estado até dia 20 do mês seguinte àquele a que respeita7. Na categoria A, a retenção da fonte é feita pela empresa empregadora. Ou seja, a empresa em vez de pagar o ordenado todo, retém uma percentagem (que terá sempre em conta a situação pessoal e familiar dos sujeitos passivos (em conformidade com as tabelas de retenção de IRS publicadas anualmente) e procede sua entrega todos os meses, em nome dos trabalhadores, no prazo acima indicado. Também são incluídas nesta declaração as retenções sobre a sobretaxa extraordinária.

2.3.4. Declaração Periódica do IVA

O IVA caracteriza-se por ser um imposto geral do sobre o consumo, de base comunitária, plurifásico, pois incide em todas as fases do circuito económico e sem efeitos cumulativos (método do crédito de imposto). Existem três regimes de tributação de IVA:

Regime Normal - Aplicável a todos os contribuintes não sujeitos aos regimes especiais de isenção;

Regime Especial de Isenção - Aplicável a todos os contribuintes passivos que não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10 mil euros (arts.º53º a 59º do CIVA);

Regime Especial de Pequenos Retalhistas - Aplicável aos contribuintes retalhistas

6 Ver exemplo de declaração mensal de remunerações no Anexo IV

7Ver exemplo de declaração de retenções na fonte no Anexo V.

(29)

13 que não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de compras superior a 50 mil euros (arts.º 60 a 68º do CIVA).

A maioria dos clientes da AGS, Consulting inclui-se no regime normal. De acordo com o nº1 do art.º 2º do CIVA, são sujeitos passivos do imposto as pessoas singulares ou coletivas que, de modo independente e com caracter de habitualidade, exerçam atividades extrativas, agrícola e as das profissões livres, as pessoas singulares ou coletivas que, segundo a legislação aduaneira, realizam importações de bens entre outros, bem como quaisquer outras pessoas coletivas que devam estar registadas para efeitos do art.º 25º do RITI.

Neste sentido, após o lançamento contabilístico de todos os documentos na contabilidade, representativos das operações efetuadas pelos sujeitos passivos acima referidos, procede-se ao apuramento do respetivo valor de IVA.

O apuramento é realizado mensal ou trimestralmente, através da conta IVA- Apuramento, ficando a débito o imposto favorável à empresa e crédito o imposto favorável ao Estado. O saldo apurado traduz-se em IVA a pagar, se for devedor, ou em IVA a recuperar, se for credor (conforme Figura 3).

Figura 3 - Esquema de Apuramento do IVA

2432 IVA - Dedutível 2435 IVA - Apuramento 2433 IVA – Liquidado

Saldo credor) Saldo devedor)

3437 IVA - A recuperar 2436 IVA - A pagar

Fonte: Elaboração própria

Uma das tarefas desenvolvidas no estágio foi o preenchimento da declaração periódica do IVA.8

O envio da declaração periódica do IVA, e dos respetivos anexos, é uma obrigação dos sujeitos passivos mencionados na alínea a) do n.º 1 do art.º 2.º do CIVA. Nos termos da alínea c) do nº1 do art.º 29º do CIVA, os sujeitos passivos têm de que “Enviar mensalmente uma declaração relativa às operações efetuadas no exercício da sua atividade no decurso do

8Ver exemplo de Declaração periódico do IVA preenchida pela estagiária no Anexo VI.

(30)

14 segundo mês precedente, com a indicação do imposto devido ou do crédito existente e dos elementos que serviram de base ao respetivo cálculo.”

De acordo com a alínea a) e b) do nº1 do art.º 41 do CIVA deverão ser enviados por transmissão eletrónica de dados até ao dia 10 do segundo mês seguinte àquele a que as operações respeitem (periodicidade mensal), ou até ao dia 15 do segundo mês seguinte ao trimestre do ano civil a que as operações respeitem (periodicidade trimestral).9

2.3.5. Declaração de IRC - “Modelo 22”

Apesar de não ter sido possível assistir ao encerramento de contas, foi possível acompanhar o preenchimento de uma declaração “Modelo 22”

A declaração “modelo 22” é a declaração periódica de rendimentos referentes ao Imposto sobre Pessoas Coletivas, relativo ao exercício anterior, e tem que ser entregue até 31 de maio via internet.

De acordo com Lourenço (1999,405) “o Modelo 22 é composto por um determinado número de quadros que permitem uma leitura da atividade social da empresa. Fazem ainda parte integrante da declaração documentos e mapas que tem por objetivo complementar a informação contabilística e permitir o seu enquadramento adequado numa perspetiva fiscal”.

Nesta declaração, as empresas apuram o lucro ou prejuízo para efeitos fiscais, e daí apura-se se têm imposto a pagar ou a reportar relativamente ao exercício económico.

Na empresa “Razão” depois de determinado o Resultado Líquido do Período, este é colocado provisoriamente na no campo 701 do Quadro 07 da Declaração “Modelo 22”. Este valor é provisório pois existem valores que podem ou não ser aceites fiscalmente (em conformidade com o CIRC), aos quais vão ter que ser acrescidos ou deduzidos ao Resultado Líquido do Período provisório. No caso da empresa “Razão” apresentou um Resultado Líquido do Período Negativo.

Na declaração “Modelo 22”10 da empresa “Razão” os únicos campos que tiveram de ser preenchidos foram o campo 728 e o campo 756. No campo 728 foi acrescida uma multa que a empresa incorreu, sendo que à luz do artigo nº 45 nº1 d) do CIRC, não são aceites fiscalmente, pelo que acrescemos ao Resultado Líquido do Período Contabilístico provisório, por se tratar de um gasto fiscalmente não aceite. No campo 756 foi deduzido uma fatura de

9A declaração do IVA pode ser enviada mensalmente ou trimestralmente, dependendo do volume de negócios do ano civil anterior, se o volume de negócios for igual ou superior a 650.000€ terá de enviar o IVA mensalmente, se for inferior a 650.000 terá de enviar o IVA trimestralmente, podendo optar pelo regime mensal se optar por ficar no regime durante três anos, e efetuar a opção mediante declaração a entregar na autoridade tributária durante o mês de Janeiro.

10 Exemplo de um Declaração “Modelo 22” da empresa “Razão” no anexo VII, preenchida pela estagiária.

(31)

15 telecomunicações que não tinha sido contabilizada no exercício anterior.

Como os gastos suportados foram superiores aos rendimentos registados, gerou-se um prejuízo fiscal. De acordo com o artigo nº53 bº1 do CIRC os prejuízos fiscais apurados em determinado período de tributação podem ser deduzidos ao lucro apurado no exercício corrente ou nos exercícios seguintes, até se esgotar esse prejuízo ou até ao décimo segundo ano seguinte.

2.3.6. Outras declarações/relatórios

Não obstante de não ter efetuado nenhum dos relatórios/declarações de entrega obrigatória abaixo indicadas, foi-me explicada a sua importância, objetivos e procedimentos que devem ser seguidos.

2.3.6.1. Relatório Único

O Relatório Único, disposto na Portaria n.º 55/2010 de 21 de janeiro, é um relatório anual que diz respeito a atividade social da empresa, mais propriamente dito, diz respeito aos quadros de pessoal. É um relatório composto por seis anexos, sendo que cada anexo diz respeito a uma informação específica conforme exemplifica o Quadro 8.

Quadro 8 – Anexos do Relatório Único

Anexos Descrição

Anexo A Quadro de pessoal

Anexo B Fluxo de entrada e saída de trabalhadores Anexo C Relatório anual de formação continua

Anexo D Relatório Anual das Atividades do Serviço de Segurança e Saúde

Anexo E Greves

Anexo F Prestadores de serviços

Fonte: Elaboração própria

A entrega do relatório único é obrigatório para as entidades empregadoras que tenham trabalhadores ao seu serviço.

O relatório único deve ser entregue no período de 16 de março a 15 de abril do ano seguinte aquele a que respeita. O processo de preenchimento e envio é feito através da aplicação do site relatório único.

(32)

16 2.3.6.2. Informação Empresarial Simplificada (IES)

A Informação Empresarial Simplificada (IES) é uma declaração anual obrigatória para as empresas e para os empresários com contabilidade organizada. É feita através do preenchimento de formulários eletrónicos, de forma a proceder à entrega das declarações de contas anuais, para fins contabilísticos, fiscal e estatístico, numa única declaração. Os formulários para entrega da IES estão disponíveis no Portal das Finanças, mas esta declaração apenas pode ser submetida pelo respetivo contabilistas (até ao dia 15 de julho), não podendo o contribuinte fazê-lo autonomamente.

O envio e preenchimento desta declaração só deve ser feito após o encerramento de contas.

2.3.6.3. Dossier fiscal

Todas as entidades singulares e coletivas que possuam contabilidade organizada são obrigadas a constituir um processo de documentação fiscal que deverá conter os seguintes elementos: Declaração “Modelo 3” (IRS), a Declaração “Modelo 22”, a Declaração “Modelo 31”, a Declaração “Modelo” 32”, a Informação Empresarial Simplificada (IES), as Demonstrações Financeiras bem como o seu anexo, o Relatório de Gestão, a Ata de Aprovação de Contas, os Balancetes analíticos antes e após o apuramento de Resultados do Período, os contratos ou outros documentos que definam as condições estabelecidas para os pagamentos efetuados a não residentes, documentos comprovativos das retenções.

2.4. Práticas de controlo interno

No decorrer do estágio houve também envolvimento em tarefas relacionadas com práticas o controlo interno, dos quais se destacam a reconciliação bancária, a conciliação de saldos e terceiros e a elaboração de mapas analíticos.

Na reconciliação bancária11, elaborada através de um documento em Excel, eram ajustados os movimentos registados no extrato bancário e os movimentos registados no extrato contabilísticos, de forma a apurar as diferenças. A execução desta função consiste, pois, em confrontar o saldo do extrato bancário com aquele que está evidenciado na contabilidade, a fim de detetar eventuais divergências, isto é, movimentos que não estejam na contabilidade mas estejam refletidos na entidade bancária ou vice-versa.

Outra prática de controlo interno da AGS, passa pela conferência de saldos de clientes e fornecedores, tendo em vista a obtenção de um saldo reconciliado igual. Para tal, procede-se à: conciliação dos saldos da identificação das faturas em aberto nas contas de terceiros

11Ver exemplo de reconciliação bancária preenchida pela estagiária, no Anexo VIII.

(33)

17 (clientes, fornecedores, outros); conciliação dos saldos das contas de impostos com os pagamentos/recebimento já efetuados no período/ano seguinte; analise dos saldos em dívidas a receber de terceiros de forma a verificar se há necessidade de reconhecer eventuais perdas por imparidade (conforme dispõe a NCRF 27, relativamente a ativos financeiros).

Como prática de controlo interno realizada pela empresa há ainda a destacar a elaboração do mapa analítico12, que consiste numa análise mensal comparativa dos gastos e rendimento da empresa cliente face à previsão elaborada pela AGS Consulting no início de cada ano. Tal prática permite dar uma perceção da “saúde” financeira de cada empresa cliente.

No final de cada mês através do balancete analítico o mapa analítico era preenchido, na forma de demonstração dos resultados, e enviado ao cliente.

Uma outra forma de prática de controlo interno, neste caso da própria empresa AGS, é o preenchimento diário do Time Report13. Este relatório consiste em imputar a cada cliente o número de horas despendidas. Assim, no final do mês era possível apurar se o cliente estava, ou não, a ser lucrativo para a empresa.

2.5. Ética e deontologia profissional

Os contabilistas dispõem dos Estatutos e do Código Deontológico, como tal, devem respeitar as normas legais e os princípios contabilísticos evitando diminuição da sua dependência em razão de interesses pessoais ou de pressões exteriores, e garantindo sempre o sigilo profissional.

Com o estágio tive a oportunidade de aprender que no exercício da profissão de contabilísta deve adotar-se uma postura responsável, cumprindo com todos os deveres éticos e morais, tendo por base a honestidade, competência, equidade e idoneidade.

12 Ver exemplo de um mapa analítico no Anexo XI.

13 Ver exemplo do Time Report no Anexo X.

(34)

18

(35)

19

PARTE II – AS PRÁTICAS DE CONTABILIDADE CRIATIVA NO ÂMBITO DO

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)

(36)

20 1- Harmonização contabilística

1.1. A Harmonização contabilística internacional

A Contabilidade tem como objetivo principal a produção e divulgação de informação completa e verdadeira que possa servir de base à tomada de decisões fundamentadas por parte dos seus utentes. Todavia, face à crescente globalização da economia a que assistimos nas últimas décadas, e no sentido de garantir uma maior comparabilidade da informação financeira, em particular entre empresas que atuam nas diferentes praças financeiras, surgiu a necessidade de harmonizar a informação financeira a nível internacional.

A harmonização da informação financeira divulgada a nível internacional vem permitir às várias entidades dos vários países a possibilidade de entrada em novas economias, possibilitando um aumento geral da qualidade da informação e melhorando a comparabilidade das contas e, consequentemente, das condições das atividades transfronteiriças. Procura-se pois produzir informação comparável entre si, mais compreensível a nível internacional e que sirva os interesses dos vários intervenientes.

No processo de harmonização contabilística internacional, sem dúvida que o International Accounting Standards Board (IASB) se destaca como organismo de referência na elaboração de normais de contabilidade internacionalmente aceites. O reconhecimento do normativo contabilístico deste organismo é particularmente notório ao nível da informação financeira apresentada pelas empresas cotadas que desde 2005, no seio da União Europeia (UE), passaram a estar obrigadas a utilizar o normativo IASB nas suas demonstrações financeiras consolidadas.

Na sequência do processo de harmonização contabilística europeu, e em particular após a aprovação do Regulamento 1606/2002, de 19 de julho, começa a ser traçado um novo rumo em matéria de normalização contabilística nacional, alinhado com a estratégia de harmonização seguida pela União Europeia (UE).

Aproveitando a opção prevista no Regulamento 1606/2002, de ser permitido que Estados membros autorizassem ou exigissem às sociedades não cotadas as normas do IASB (acolhidas na UE), e sempre que possível também para as contas individuais, a Comissão de Normalização Contabilística (CNC) apresentou em 2003 um primeiro “Projeto de linhas de orientação para o novo modelo de normalização contabilística nacional”, o qual propunha a aplicação do normativo do IASB, com as devidas adaptações, às restantes empresas não abrangidas pelo regulamento.

O culminar dos trabalhos da CNC deu-se em 2009, com a publicação do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística (SNC), aplicável às empresas não financeiras, e que substituiu o Plano Oficial de Contabilidade

(37)

21 (POC/90) e demais legislação complementar.

Adotado a partir de 1 de Janeiro de 2010, o SNC, está em conformidade com a estrutura e a filosofia das Normas Internacionais do IASB, sendo as mesmas adaptadas à realidade nacional. A adoção do SNC veio alterar todo o sistema contabilístico nacional, tendo um impacto bastante significativo uma vez que transpõe para o normativo português as melhores práticas mundiais ao nível da contabilidade (Lobo, 2009).

O SNC sofreu recentemente a sua alteração mais significativa com a aprovação do Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que transpõe a Diretiva 2013/34/UE, de 29 de junho, visando a simplificação e redução de custos para as empresas. Em particular, com aquele DL procede-se assim a uma redução das divulgações exigidas pelas normas contabilísticas e de relato financeiro, especialmente no que respeita às microentidades, bem como a alteração dos limites que definem as diferentes categorias de entidades.

1.2 O normativo contabilístico português: Sistema de Normalização Contabilística

O SNC corresponde a um modelo baseado nas normas IASB adotadas na União Europeia, por força do Regulamento nº 1606/2002, de 19 de julho, que garante a compatibilidade com as Diretivas Contabilísticas Comunitárias, tendo sido por isso criadas as Normas Contabilísticas de Relato Financeiro (NCRF), num total de 28.

Devido às características do tecido empresarial português, constituído maioritariamente por pequenas e micro entidades, surgiu também a necessidade de apresentar uma norma com obrigações de relato de caracter reduzido – Norma Contabilística e Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE). Deste modo, no artº 9º do DL nº158/2009, alterado pela Lei nº20/2010, de 23 de agosto, foram estabelecidas as condições para que as entidades de menor dimensão pudessem optar por aplicar a NCRF-PE em substituição do conjunto total das 28 NCRF.

Entendeu-se, no entanto, que a NCRF-PE era, ainda assim, demasiado exigente para entidades de reduzida dimensão. Deste modo, a Lei n.º 35/2010 de 2 de setembro veio estabelecer um regime especial simplificado das normas e informações contabilísticas das microentidades, aprovado pela DL n.º 36-A/2011, de 9 de março, tendo sido criado o Regime de Normalização Contabilística para Microentidades (NC-ME). O mesmo diploma (DL 36- A/2011) criou um regime de Normalização contabilística para entidades do Sector não lucrativo (ESNL).

Todavia, e conforme referido anteriormente, o Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho veio introduzir alterações significativas no SNC, em vigor desde janeiro de 2016, nomeadamente no que respeita às categorias de entidades (e consequente aplicação do

(38)

respetivo normativo contabilístico).

Deste modo, o art.º 9º do decorrentes do Decreto-Lei n.º entidades14:

Figura

Deste modo, e com a nova redação do SNC, normalização contabilística em Portugal passou a dispor para:

− empresas cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mercado regulamentado de qualquer Estado Membro da

contabilístico do IASB adotado na UE, por força do Re

− restantes empresas (exceto do sector da banca e seguros) é aplicável o SNC nível podemos encontrar o regime geral) do SNC (que contempla as 28 que as entidades de menor dimensão possam adota

adotem a NCRF-ME.

ESNL.

Face ao exposto, podemos afirmar que o atual modelo contabilístico português assenta em

14Foi retirada a exceção que condicionava a consideração como pequena e micro entidade, no caso das demonstrações financeiras (DF’s) estarem sujeitas a cert

consolidação de uma entidade com DF’s consolidadas (anterior nº 3 do art.º 9º do DL 158/2009 e artº 3º do DL 36A/2011).

respetivo normativo contabilístico).

9º do Decreto-Lei 158/2009 que aprovou o SNC (com as alterações Lei n.º 98/2015) vem estabelecer as seguintes categorias de

Figura 4 – Categorias de entidades (versão atual do SNC)

Fonte: elaboração própria

e com a nova redação do SNC, podemos considerar que o atual modelo de normalização contabilística em Portugal passou a dispor de normativos contabilísticos distintos

empresas cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mercado regulamentado de qualquer Estado Membro da UE, em que é aplicável o normativo contabilístico do IASB adotado na UE, por força do Regulamento 1606/2002;

restantes empresas (exceto do sector da banca e seguros) é aplicável o SNC nível podemos encontrar o regime geral) do SNC (que contempla as 28 que as entidades de menor dimensão possam adotar a NCRF-PE e as

ME. Para as entidades do sector não lucrativo é aplicável a NCRF

Face ao exposto, podemos afirmar que o atual modelo contabilístico português assenta em

Foi retirada a exceção que condicionava a consideração como pequena e micro entidade, no caso das demonstrações financeiras (DF’s) estarem sujeitas a certificação de contas, ou integrarem o perímetro de consolidação de uma entidade com DF’s consolidadas (anterior nº 3 do art.º 9º do DL 158/2009 e artº 3º

22 158/2009 que aprovou o SNC (com as alterações vem estabelecer as seguintes categorias de

podemos considerar que o atual modelo de de normativos contabilísticos distintos

empresas cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mercado , em que é aplicável o normativo

gulamento 1606/2002;

restantes empresas (exceto do sector da banca e seguros) é aplicável o SNC. A este nível podemos encontrar o regime geral) do SNC (que contempla as 28 NCRF, se bem PE e as microentidades é aplicável a NCRF-

Face ao exposto, podemos afirmar que o atual modelo contabilístico português assenta em Foi retirada a exceção que condicionava a consideração como pequena e micro entidade, no caso das ificação de contas, ou integrarem o perímetro de consolidação de uma entidade com DF’s consolidadas (anterior nº 3 do art.º 9º do DL 158/2009 e artº 3º

(39)

2 níveis de normalização (conforme entidade em causa:

Figura

No que respeita à Estrutura C

como um documento autónomo, constituído o referencial teórico do SNC, sendo aplicável a todas as entidades, independentemente da su

necessidades de relato financeiro.

Segundo a EC, o objetivo das demonstr

acerca da posição financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas

12)

Com efeito, a informação qualitativas (EC, § 24 a 26) -

às normas contabilísticas em vigor de moda a transmitir uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da empr

tomada de decisões económicas e que respond dos utilizadores.

15Excluímos da nossa análise o normativo relativo ao sector financeiro e segurador, cuj contabilística não é da competência da CNC.

níveis de normalização (conforme Figura 5)15, cujo âmbito de aplicação depende do tipo de

Figura 5- Normalização contabilística em Portugal

Fonte: Monteiro (2013), adaptado.

No que respeita à Estrutura Conceptual (EC) do SNC, esta continua a

ocumento autónomo, constituído o referencial teórico do SNC, sendo aplicável a todas as entidades, independentemente da sua dimensão e das suas maiores ou

necessidades de relato financeiro.

Segundo a EC, o objetivo das demonstrações financeiras é proporcionar

financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas

Com efeito, a informação financeira deve submeter-se à aplicação das características compreensibilidade, relevância, fiabilidade e comparabilidade às normas contabilísticas em vigor de moda a transmitir uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da empresa, e, deste modo, proporcionar informação que seja útil na tomada de decisões económicas e que respondam as necessidades comuns da maior parte

Excluímos da nossa análise o normativo relativo ao sector financeiro e segurador, cuj contabilística não é da competência da CNC.

23 ção depende do tipo de

continua a apresentar-se ocumento autónomo, constituído o referencial teórico do SNC, sendo aplicável a a dimensão e das suas maiores ou menores

proporcionar informação financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas (EC, §

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