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I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ.

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I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ.

Composição Florística na Floresta Atlântica de Encosta na 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, Guarujá-sp.

Danielle Lopes Bruno Graduando em Ciências Biologia Estagiário da Sessão de Educação Ambiental

Prefeitura Municipal do Guarujá DANIBRUNO_BIO@YAHOO.COM.BR

Felipe Luiz Falasca

Graduando de Ciências Biológicas Estagiário da Sessão de Educação Ambiental

Prefeitura Municipal do Guarujá FEFALASCA@YAHOO.COM.BR

Resumo – (Composição Florística na Floresta Atlântica de encosta na 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, Guarujá-SP.).

O presente trabalho trata do estudo florístico da vegetação arbórea que ocorre ao longo da mata de encosta no interior da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, localizada na Praia do Monduba, município de Guarujá - SP. Para realização do levantamento, foram demarcados 10 parcelas de 10m x 10m, em vários pontos da mata, sendo registrado todos os indivíduos com perímetro à altura do peito maior ou igual a 8 cm (DAP=2,55 cm). Os 189 indivíduos amostrados distribuíram-se entre 28 espécies, 10 gêneros e 23 famílias. Meliaceae foi a família de maior riqueza, com 4 espécies,seguida por Rubiaceae, Myrtaceae e Sapindaceae (3 cada uma). Allophyllus edulis, Cupanea oblongifolia (Sapindaceae), Eugenia cuprea (Myrtaceae) e Psychotria nuda (Rubiaceae), foram os taxóns com maior número de indivíduos. Os índices de Shannon calculados para a amostra da Floresta Atlântica no interior da 1ª BDA AAAe foram: H’= 1,03 nats/indivíduo, para log na base 2;

H’= 2,37 nats/ indivíduos, para log na base e; H’= 3,42 nat/indivíduos, para log na base10. As informações obtidas neste trabalho ressaltam a falta de coerências de diversos autores na não divulgação da base utilizada no logaritimando, impossibilitando a comparação desse trecho de Floresta Atlântica com outras já estudas no Estado de São Paulo.

Palavras chaves: Floresta de encosta, Forte dos Andradas, Diversidade florística

Seção 3 – Ciências Biológicas Apresentação: Pôster

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil apresenta uma expressiva diversidade de ecossistemas florestais, devido à grande área física e à diversidade de climas e solos existentes em seu território (LEITÃO FILHO,1987).

A Mata Atlântica não é uma formação homogênea. Também conhecida como floresta ombrófila densa, é uma formação vegetal que se estende pelo litoral desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Conforme JOLY et al. 1991, ela é composta, no sul e sudeste, por três formações florestais distintas: as matas de planícies litorâneas, as matas de encosta e as matas de altitude. No estado de São Paulo, está situada nas encostas da Serra do Mar com penetrações mais para o interior, particularmente no sul do Estado (LEITÃO FILHO, 1982). Tem seu posicionamento ligado ao relevo, umidade e precipitação atmosférica, o que propicia uma formação de árvores altas com sub-bosques sombrios e úmidos, onde vegetam inúmeras ervas e epífitas (JOLY et al. 1991).

A área costeira do Brasil, considerando-se as formações sobre as restingas e a floresta atlântica, representa uma região com índice elevado de endemismos (THOMAZ et al. 1998) onde ocorrem, por exemplo, 39 espécies endêmicas de Chrysobalanaceae (PRANCE et al. 1976). Das 127 espécies lenhosas descritas para região costeira na Flora Neotrópica, 68 (53,5%) são endêmicas (MORI et al. 1981). De acordo com diversos autores (MORI et al.

1983, PEIXOTO & GENTRY 1990, JOLY et al. 1991, BARROS et al. 1991) além do elevado grau de endemismo observado em alguns grupos vegetais, a Floresta Atlântica apresenta elevada riqueza de espécies e diversidade florística que, em alguns locais, é superior às observadas em trechos de Floresta Amazônica (SILVA & LEITÃO FILHO 1982, MARTINS 1989, BROWN JR. & BROWN 1992). Este bioma tem se confirmado como possuidor de grande diversidade e endemismos (JOLY et al. 1991) embora sua riqueza total pareça estar abaixo dos valores encontrados em outras florestas tropicais, como a Amazônica (TABARELLI & MANTOVANI 1999).

A maior parte da Floresta Atlântica de encosta no estado de São Paulo e no sul do Brasil recebe precipitações inferiores a 3000 mm/ano, encontra- se sobre solos pobres ou com níveis intermediários de fertilidade (MANTOVANI,1998) e está estabelecida preferencialmente entre 300m a 1200 m de altitude e acima de 20° de latitude, características que estão relacionadas à riquezas de plantas em florestas neotropicais (THOMAS et al. 1998). Essa riqueza de plantas nas florestas tropicais está relacionada a cinco gradientes principais: o latidudinal, o de precipitação, o edáfico, o altitudinal e o intercontinental (GENTRY, 1998a,CLINEBELL II et al. 1995).

Dentre seus vários blocos florísticos, as formações sobre as unidades geomorfológicas das encostas montanhosas estão entre as mais descaracterizadas do Estado de São Paulo, em função da intensa ação antrópica nestas áreas (CONSÓRCIO MATA ATLÂNTICA, 1992).

Originalmente abrangia uma área de 1,3 milhão de Km2 (15% do território nacional), porém a exploração predatória reduziu essa formação florestal a apenas 7% de sua cobertura original, havendo áreas contíguas de

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mata concentradas ao longo das Serras do Mar e da Mantiqueira (PROJETO TOM DA MATA, 2001).

O acelerado processo de fragmentação tornou este bioma uma das áreas de maior prioridade para conservação biológica em todo o mundo, sendo que grande parte dos fragmentos sofre algum tipo de perturbação antrópica (DÁRIO & ALMEIDA, 2000). Esses fragmentos de diferentes formas, tamanhos, graus de isolamento, tipos de vizinhança e históricos de perturbações estão comprometidos em sua composição, estrutura e dinâmica, sendo a perda da biodiversidade o principal impacto ambiental do processo de isolamento (VIANA, 1990).

Com a destruição acelerada das florestas tropicais, grande parte da biodiversidade presente nestes ecossistemas está se perdendo antes mesmo que se tenha inteiro conhecimento de sua riqueza natural. O Brasil se destaca como um dos países possuidores de maior biodiversidade, mas que, no entanto, vem sendo ameaçada pela ação antrópica. A grande diversidade florística e o alto índice de endemismo da Floresta Atlântica são fatores de grande importância e que requerem o desenvolvimento de estudos florísticos e fitossociológicos, pois apesar de sua proximidade em relação ao maior número de centros de pesquisa do país ela tem sido pouco estudada (LEITÃO FILHO, 1987; JOLY et al.; 1991; MELO, 1993).

Somente a partir da década de 70 que estudos florísticos, fitossociológicos e ecológicos foram intensificados no Brasil, particularmente no Estado de São Paulo, com o intuito de fornecer subsídios para a proteção e enriquecimento da Floresta Atlântica (RODRIGUES, 1991).

As generalizações feitas sobre a riqueza e/ou diversidade da Floresta Atlântica brasileira refletem o fato de que, apesar de ser considerada uma das maiores prioridades mundiais para a conservação (BIODIVERSITY SUPPORT PROGRAM et al. 1995), pouca informação comparável está disponível sobre esta floresta.

Dessa forma, torna-se urgente a necessidade de avaliar a diversidade biológica contida nos atuais fragmentos de mata de encosta por meio de sua quantificação, o que permitirá avaliar os potenciais de perda e conservação dos recursos naturais em longo prazo. Assim, este trabalho teve como objetivo caracterizar a vegetação arbórea de encosta em uma área delimitada no interior da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (Forte dos Andradas) no município de Guarujá, SP e comparar floristicamente a área estudada com outros trechos da Floresta Atlântica do estado de São Paulo.

2. METODOLOGIA

2.1 Caracterização da área de estudo

A 1ª Brigada de Artilharia Anti-aérea (1ª BDA AAAe), também

conhecida como Forte dos Andradas, está localizado na Praia do Monduba, município de Guarujá, nas coordenadas 24° 01’ 05’’ S e 46° 17’ 01’’ W, cadastrada sob os números NR SP 0041 e NR SP 0038, compreendendo também à vila militar de sargentos. Ambas as áreas somam 2151419 m2,dos quais cerca de 20.000 m2 são ocupados por instalações militares e a área

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restante, aproximadamente 2131419 m2,é coberta por uma vegetação de Mata Atlântica em estágio de regeneração médio avançado, (OFÍCIO n°07- SAD 1ª BDA AAAe, 1999).

Inicialmente, foi designado como Forte do Monduba em função da área sobre a qual foi construído (Praia do Monduba). Sua responsabilidade era a defesa antiaérea e de costa do País. Mais tarde, em 27 de novembro de 1942 recebeu a denominação de Forte dos Andradas, em homenagem aos irmãos José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco que tiveram papel de destaque durante o período imperial. Além do valioso patrimônio genético nativo que abriga, o Forte dos Andradas tem um grande potencial pra a educação ambiental e turismo ecológico, por localizar-se numa das áreas turísticas mais importantes do Estado de São Paulo. Atualmente, as instalações do Forte dos Andradas são conservadas pela 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea.

A área em questão está inserida no domínio da Mata Atlântica, com vegetação secundária em estágio de regeneração médio a avançado. É contornada pelo mar e contínua à praia, com estreita faixa de vegetação herbácea, de restinga, descaracterizada em função pelo histórico de ocupação de posseiros antes da instalação da unidade militar que, desde 1942, é de interesse da segurança nacional (OFÍCIO AL 125/98 1ª BDA AAAe, 1999).

2. Metodologia

2.2 Solo

A área apresenta em seu solo rochas granitóides com mega cristais de microclina, sedimentos detríticos e feições erosivas do tipo concentrado (LAUDO TÉCNICO - DEFESA CIVIL DO GUARUJÁ n° 0294,1998).

Foram recolhidas amostras do solo e encaminhadas ao laboratório de Análise da Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes – EAFI, cujo resultado encontram-se no anexo A.

2.3 Dados Climáticos

O clima regional é do tipo Af, tropical chuvoso de floresta, segundo Koeppen (1948). O período de maior precipitação coincide com o de maior temperatura, de dezembro a março (NASCIMENTO & PEREIRA, 1988).

A região onde a unidade de conservação encontra-se inserida apresenta características de transição do clima tropical para o subtropical úmido com temperatura média de aproximadamente 22°C e índice de pluviosidade média anual de 2350 mm. Tal característica climática é responsável pela forte ação dos processos químicos de decomposição das rochas, propiciando a formação de um espesso manto de alterações ou formação superficial, composta por regolito e solo (MENDES et al., 1994).

2.4 Levantamento Florístico e Estrutural

Para realização desse estudo, parcelas de 10x10 m foram demarcadas, com o objetivo de representar as maiores variações nos gradientes

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presumidos para a comunidade arbórea da área. Segundo Rodrigues (1989), o método de parcelas para o estudo estrutural da comunidade arbórea é vantajoso em áreas com grande heterogeneidade ambiental, porque permite avaliar correlações mais estreitas da vegetação com os fatores abióticos e por fornecer subsídios para o entendimento da distribuição espacial das espécies.

As parcelas foram dispostas em dez pontos (FIGURA 1), distribuídas de modo que elas ficassem os mais eqüidistantes possíveis, totalizando uma área de 1000 m2. Para a instalação das parcelas, foram utilizadas trenas para medir as distâncias horizontais.

Em cada parcela, todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) maior ou igual à 8cm e altura superior a 1,30m foram considerados árvores. Em cada parcela, após efetuada as medições, cada indivíduo foi

Figura 1: Localização das parcelas estudadas na Mata de encosta na 1ª BDA AAAe no município de Guarujá- SP.

7 5

6 8 2 1

4 3

10

9

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etiquetados com plaquetas de E.V.A., numeradas e suas características morfológicas registradas.

Para avaliar a diversidade de espécies na área estudada, foi calculado o índice de diversidade de Shannon (H’ = - Somatória x pi x log pi), nas três possíveis bases logarítmicas : base e, base 2 e base 10. Onde: pi = ni / Ni no qual, ni é igual ao total de espécies analisadas e Ni é igual ao número de indivíduos da espécie analisada (MAGURRAN, 1988) com o auxílio do programa EcoCom (2000) e comparado com os valores encontrados para outros levantamentos na Mata Atlântica do Estado de São Paulo (SILVA &

LEITÃO FILHO 1982; MELO& MANTOVANI 1994 E MARYLAND ; LEITÃO FILHO & OSWALDO 1999).

2.5 Coleta, manuseio e identificação do material botânica

A coleta do material foi realizada nos anos de 2001 a 2003, durante o estudo da estrutura da mata como parte do levantamento estrutural nas parcelas.

Os materiais botânicos coletados foram prensados, secos e montados (herborizados). As identificações foram possíveis pela utilização do programa Delta (2001), através de consultas à literatura, auxílio de especialistas em sistemática do Instituto Florestal de São Paulo (IFSP), em destaque o Sr.

João Aurélio Pastore e visitas à herbários distintos como o da Fundação Armando Álvares Penteado ( FAAP).

2.6 Processamento dos dados

Os Dados obtidos das dez (10) parcelas amostradas, foram processados em uma planilha e tratados estatisticamente pelo Programa Microsoft Excel (MICROSOFT, 2000).

As porcentagens obtidas foram comparadas em um gráfico do tipo de pizza e posteriormente analisada enquanto que as quantidades de indivíduos coletados em função da família foram comparadas em um gráfico do tipo de barras.

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3. RESULTADOS

Como resultado do levantamento florístico realizado na 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (Forte dos Andradas) foram coletados 269 indivíduos e identificados 189, distribuídos entre 23 famílias (TABELA 1).

Família Espécie / Gênero Quantidade

coletada Nome Popular Anarcadiaceae Tapirica Guianensis 5 Peito de

Pombo Annonaceae Rollinea sericea

Guatteria hilariana 2

1 Cortiça Cortiça

Apocynaceae 1

Areacaceae Geonoma sp

Euterpe edulis 4

6 palmiteiro Bombacaceae Erotheca pentaphylla 1 Imbiriçu Caesalpimosidae Tachigalia multijuga 1 Mamoeira

Cecropiaceae Cecropia sp 4 Embaúba

Euphorbiaceae Sorocease sp

Sebastina sp 1

2 Branquinho

Erythroxylaceae Erythroxylum sp 1 Catuaba

Faboideae Dahlstedia pinnata

Andira anthelmia 1

2 Jacaracatinga Pau de

morcego

Lauraceae Ocotea dispersa 1 Canela

Malvaceae Gossipium sp 2

Melastomataceae Miconia laticrenata

Tibouchinia mutabilis 13

2 Pixirica Quaresmeira Meliaceae Trichilia claussenii

Trichilia silvatica Cabraela canjerona Guarea macrophylla vahl tuberculata

1 10

2 8

Goiabão Embira Canjarana Marinheiro Mimosoidae Piptadenia gonoacantha 2 Pau jacaré Monimiaceae Mollinedia schottiana 1 Pimenteira Myrtaceae Eugenia cuprea

Eugenia florida Gomidesia

14 9 9

Nyctoginaceae Guapila areolata 1

Proteaceae Rouphala sp 1 Carne de vaca

Rubiaceae Rudgea sp

Guettarda virbunoide Psychotria nuda Rustia formosa

1 2 12

1 Sapindaceae Allophyllus edulis

Cupanea oblogifolia Matayba sp

23 25 3

Vacum Cambota Sapotaceae Ecclinusa ramiflora

Pouteria sp 4

9 Guacá

Violaceae Amphirrhox long-folia 1

TABELA1:FAMÍLIA, QUANTIDADES E ESPÉCIES DA VEGETAÇÃO ARBÓREA AMOSTRADA NA 1ª

BRIGADA DE ARTILHARIA ANTIAÉREA (FORTE DOS ANDRADAS),GUARUJÁ-SP.

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Dentre as famílias amostradas, Meliaceae foi representada pelo maior número de gêneros e a família Sapindaceae representada pelo maior número de indivíduos.

As famílias com maiores quantidades de indivíduos coletados com seus respectivos números entre parênteses foram: Sapindaceae (51);

Myrtaceae (32); Meliaceae (21); Rubiaceae (16); Melastomataceae (15);

Sapotaceae (13); Areacaceae (10); Anarcadiaceae (5); Cecropiaceae (4);

Euphorbiaceae, Annonaceae, Faboideae (3); Malvaceae e Mimosoidae (2);

Apocynaceae, Bombacaceae, Ceasalpinioideae, Erythroxylaceae, Lauraceae, Monimiaceae. Nyctoginaceae, proteaceae e Violaceae (1) (FIGURA 2).

Distribuição das famílias dentro da área amostrada

5 3 1 10

1 1 4 3 1 3 1 2

1521 2 1

32 1 1

16 51

13 1

Anarcadiaceae Annonaceae Apocynaceae Areacaceae Bombacaceae Caesalpimosidae Cecropiaceae Euphorbiaceae Erythroxylaceae Faboideae Lauraceae Malvaceae Melastomataceae Meliaceae Mimosoidae Monimiaceae Myrtaceae Nyctoginaceae Proteaceae Rubiaceae Sapindaceae Sapotaceae Violaceae

Famílias

Quantidade de individuos coletados

Pode ser observado ainda que das 23 famílias amostradas, apenas 13 famílias foram amostradas com um único gênero. Os gêneros que

apresentaram maior número de indivíduos foram Sapindaceae: Cupanea (25), Allophyllus (23); Myrtaceae: Eugenia (23); Melastomataceae: Miconia (13); Rubiaceae: Psychotria (12); Meliaceae: Trichillia (11). Os demais gêneros são representados por valores inferiores a dez indivíduos e correspondem a 43,39% ( FIGURA 3).

FIGURA 2: Distribuição dos indivíduos amostrados dentre as famílias identificadas

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Distribuição das famílias em porcentagem dentro da área de

estudo

25,39%

12,17%

6,88%

6,35%

5,82%

43,39%

Sapindaceae Myrtaceae Melastomateceae Rubiaceae Meliaceae Demais famílias

Os valores do índice de diversidade de espécies de Shannon calculados para a amostra da Floresta Atlântica no interior da 1ª BDA AAAe foram: H’=

1,03 nats/indivíduo, para log na base 2; H’= 2,37 nats/ indivíduos, para log na base e; H’= 3,42 nat/indivíduos, para log na base10 (Tabela 2).

Local

Método Área total

DAP N H’ FAM Famílias mais abundantes

Referências

Cubatão Parcelas

0,4 ha 6 777 4,31 42

Rubiaceae, Euphorbiaceae,

Arecaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Elaeocarpaceae

Silva &

Leitão- Filho 1982

Ilha do

Cardoso Parcelas

1,0 ha 2,5 2510 3,64 47

Arecaceae, Rubiaceae, Myrtaceae, Clusiaceae, Apocynaceae,

Sapotaceae

Melo&

Mantovani 1994

Picinguaba Parcelas

0,4 ha 6 673 4,07 37

Myrtaceae, Arecaceae, Rubiaceae, Cyatheaceae,

Sapotaceae, Elaeocarpaceae

Maryland ; Leitão- Filho &

Oswaldo 1999 FIGURA 3: Distribuição das famílias amostradas, em

porcentagem, dentro da área de estudo na 1ª BDA AAAe

(10)

1ªBDA AAAe

Parcelas 0,1 ha

2,5 269 1,03 2,37 3,42

23 Sapindaceae, Myrtaceae,

Meliaceae, Rubiaceae, Melastomataceae,

Sapotaceae, Arecaceae

Este estudo

TABELA 2: Comparação entre levantamentos florísticos realizados na Mata Atlântica de encosta do estado de São Paulo. DAP = Diâmetro à altura do peito (cm); N= Número de indivíduos; H’= Índice de Shannon (nats/indivíduos); FAM= Número de famílias.

Embora esse trabalho enfoque a composição florística, um aspecto da estrutura dessa floresta não pôde deixar de ser enfatizado: a Família Arecaceae, representada apenas por dois gêneros, destacou-se pela sua presença em 60% nas parcelas, principalmente Euterpe edulis. A alta abundância de palmeiras deu-se devido aos solos ricos e úmidos (EMMONS

& GENTRY, 1983). O palmiteiro (Euterpe edulis) é uma das palmeiras mais abundantes e amplamente distribuída na Mata Atlântica (UHL &

DRANSFIELD, 1987). Segundo Reis et al. (1996) o interior da mata é um ambiente propício para o desenvolvimento vegetativo dessa espécie, sendo que o recrutamento para a fase reprodutiva deve estar associado a condições de maior luminosidade. Outras espécies encontradas neste estudo são citadas na literatura como preferenciais de habitats com solos úmidos, margens de rios e riachos da Mata Atlântica: Rollinia sericea (Annonaceae) e Guarea macrophyla (Meliaceae).

4. DISCUSSÃO

Os resultados apresentados neste estudo basearam-se em evidências de que a floresta Atlântica de encosta contida no domínio da 1ª BDA AAAe apresenta riqueza de espécies igual ou superior quando comparada à outras florestas neotropicais conhecidas.

A comparação dos resultados obtidos neste trabalho com outros estudos florísticos realizados na Mata Atlântica no estado de São Paulo (LEITÃO-FILHO et al. 1993, MANTOVANI 1993, MELO & MANTOVANI 1993, MARYLAND et al. 1999 – tabela 3) mostrou que devido à falta de coerências dos demais autores citados, não foi possível estabelecer uma correlação entre os índices de diversidade de Shannon das principais famílias amostradas no interior da área de estudo com as áreas analisadas pelos mesmos. Conforme observado, os demais autores não expressam em seus trabalhos qual a base matemática do logaritimando foi usada na realização dos cálculos estatísticos impossibilitando, assim, qualquer tipo de comparação.

Neste estudo as famílias mais comuns foram Sapindaceae, Myrtaceae, Melastomataceae e Rubiaceae pela variedade de espécies e números de indivíduos. Ao tentar estabelecer uma correlação com trabalhos apresentados por LEITÃO FILHO (1984) e por JOLY et al. (1992), baseando- se no índice de diversidade de Shannon, foi perceptível que as famílias mais

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comuns amostradas por eles, tanto pela riqueza de espécies como pelo número de indivíduos, foram Myrtaceae, Rubiaceae, Arecaceae, Sapotaceae e Sapindaceae quando comparados com H’ calculado com log na base 10, apesar das diferenças nos critérios de inclusão (DAP mínimo) e tamanho da área amostral.

Segundo os autores, essas famílias estão entre as mais importantes na caracterização geral da Mata Atlântica, tanto do estado de São Paulo como do Sul e Sudeste do Brasil.

A alta abundância de indivíduos e espécies encontrados na família Sapindaceae na área estudada, destaca-se por sua grande empregabilidade na composição de reflorestamentos mistos destinados ao repovoamento de áreas degradadas de preservação permanente, sobretudo em áreas de restinga, na Mata Atlântica e na região do Triângulo Mineiro, conforme descrito por Santana (2001).

A diversidade de espécies encontrados nos trechos estudados de Mata Atlântica por esses mesmo autores, sugere a heterogeneidade ambiental da Serra do Mar que, com encostas voltadas ora para o oceano, ora para o continente, traz como conseqüência regimes de ventos, umidade do ar, precipitações e luminosidade diferenciados. Somado a isso, as variações topográficas, solos com diferentes níveis de fertilidade, profundidades e idade pedogenéticas, propiciam condições muito diversificadas que favorecem o estabelecimento de um número muito grande de espécies capazes de ocupar estes diferentes habitats.

Esta complexa vegetação representa um dos principais remanescentes de biodiversidade da Mata Atlântica, salientando a importância da conservação efetiva destas áreas.

5. CONCLUSÃO

A Floresta Atlântica ou Floresta Ombrófila densa pode ser considerada um mosaico composto por várias famílias arbóreas que contém diferentes espécies, mesmo em pequenos fragmentos.

O Método das parcelas, mostrou-se eficiente no estudo da composição florística quando aplicado em pequenos trechos de mata, independente do critério de inclusão (DAP mínimo).

A grande quantidade de indivíduos encontrados na família Sapindaceae na área de estudo, vem a confirmar os resultados de outros autores, uma vez que sua presença está relacionada com a empregabilidade na composição de reflorestamento destinados ao repovoamento de áreas degradadas de preservação permanente como é o caso da Mata de encosta na 1ª Brigada de artilharia Antiaérea.

Por este estudo, ainda pôde-se constatar que não é possível a comparação desse trecho de Floresta Atlântica com outras já estudas no Estado de São Paulo, pois os diversos levantamentos florísticos não demonstram em qual base o logaritimando presente no índice de Diversidade de Shannon (H’) fora calculado.

Referências

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