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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O SUPERVISOR ESCOLAR NA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

Por: Leila Nasaré de Paula Silva

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho.

Rio de Janeiro 2009

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FOLHA DE ROSTO

FOLHA DE ROSTO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O SUPERVISOR ESCOLAR NA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar.

Por: Leila Nasaré de Paula Silva

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Vilson Sérgio de Carvalho, pela atenção com que me guiou neste trabalho.

A todos os amigos que contribuíram na elaboração deste trabalho, em especial a Vera Lucia Costa Gomes Lavatori.

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ter permitido que alcançasse meu objetivo.

Aos meus pais, por toda compreensão e apoio.

A meu filho Rafael, pelo carinho e compreensão nos momentos de ausência.

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RESUMO

Esta monografia faz uma análise do planejamento participativo, de acordo com o cotidiano escolar. Analisa-se a importância do Projeto Político Pedagógico exercendo principalmente a capacidade de tomar decisões coletivamente. O Planejamento nasce da necessidade de se ir em busca de soluções para os entraves enfrentados no cotidiano escolar e de ser entendido como um processo que, através da formulação de meios e metas, busca a participação de todos os atores envolvidos no trabalho escolar. Planejamento em qualquer circunstância não é fácil de fazer, cabendo ao Supervisor Escolar coordenar as atividades escolares, respeitando as particularidades da escola, trazendo incentivo a toda comunidade escolar para a melhoria da qualidade do trabalho desenvolvido na escola, articulando a equipe em torno do melhor cumprimento do que foi estabelecido no projeto Político Pedagógico, seja no início do ano letivo ou nos períodos de replanejamento. É primordial a capacidade de respeitar idéias, críticas e sugestões, até aquelas que parecem erradas ou absurdas, para a negociação de soluções e caminhos para propiciar a oportunidade de realização de um trabalho coletivo e participativo no ambiente escolar. Todos podem dar sua contribuição, sendo de suma importância que cada um sinta-se responsável pelo processo e pelo projeto, visando à formação da cidadania e iniciando as transformações na educação. Conclui-se a monografia em favor de uma escola participativa e de tomada de decisões visando o coletivo e nunca o individualismo.

Palavras-chave: Cotidiano Escolar, Planejamento Participativo, Projeto Político Pedagógico.

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METODOLOGIA

Este trabalho de pesquisa tem como base de estudo o Planejamento Escolar, através da pesquisa bibliográfica, devido a uma inquietude em relação à sensibilização da comunidade escolar para que o planejamento seja elaborado de forma coletiva e participativa, fazendo um trabalho de articulação dos segmentos e também permitindo que cada um faça uma auto-avaliação do seu trabalho. Por meio da pesquisa realizada foi buscada a elucidação das questões pertinentes à construção do Projeto Político Pedagógico na escola, abordando seus passos fundamentais e seus princípios norteadores e, destacando também, a importância do planejamento participativo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

CAPÍTULO I O SUPERVISOR ESCOLAR E SUAS ATRIBUIÇÕES ... 10

1.1 – A ação participativa do supervisor escolar. ... 10

1.2 – O supervisor escolar atuando no planejamento ... 13

CAPÍTULO II O SUPERVISOR ESCOLAR E A ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. ... 16

2.1 – Conceituando PPP ... 16

2.2 – Pressupostos de um PPP ... 20

2.3 – Elaboração do PPP ... 23

CAPÍTULO III PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO PARA CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE AÇÃO. ... 31

3.1 – Revendo conceitos e práticas no planejamento de ensino. ... 31

3.2 – Planejamento como desafio para a construção da escola. ... 33

CONCLUSÃO ... 36

BIBLIOGRAFIA ... 37

ÍNDICE ... 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO ... 39

(8)

INTRODUÇÃO

A sociedade, neste início do século XXI, vem se deparando com vários problemas estruturais, sendo um deles a educação, em todos os seus níveis.

Existe a necessidade urgente de uma discussão coletiva para enfrentar estes entraves que dificultam e frustram a educação em nosso país.

O Planejamento tem sido objeto de estudo para professores e demais profissionais voltados para a área de educação, como uma forma de buscar a melhoria da qualidade do ensino e visando sempre a resolução dos problemas abordados anteriormente.

Desta forma, para que possa ser iniciada a discussão pertinente ao tema proposto para o trabalho monográfico, o capítulo I apresenta um melhor entendimento da atualidade e mostra a necessidade de um planejamento participativo e menciona que é importante muita reflexão e a certeza que somente planejando o ser humano organiza e faz uma ação mais disciplinada.

Para obtenção de sucesso, o planejamento torna-se uma medida fundamental.

O capítulo II aborda o fato de que diante desses aspectos o Supervisor Escolar tem grande importância dentro deste contexto pedagógico, conscientizando as práticas pedagógicas para permitir entender os interesses prioritários dos segmentos da escola. É preciso reconhecer o Projeto Político Pedagógico como um instrumento de mudanças, estabelecendo princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar as atividades desenvolvidas pela escola.

O capítulo III sintetiza a importância do planejamento dentro de uma Instituição Escolar não esquecendo que a participação do Supervisor Escolar é de suma importância na elaboração do mesmo para garantir um local de diálogo que facilite o trabalho de todos os envolvidos no processo educacional.

(9)

O grande desafio do Supervisor Escolar é estar sendo um articulador para que o Planejamento possa desenvolver-se a partir de uma proposta e tornar-se uma realidade na Unidade Escolar, acompanhando toda elaboração do Projeto.

(10)

CAPÍTULO I

O SUPERVISOR ESCOLAR E SUAS ATRIBUIÇÕES

1.1 – A ação participativa do supervisor escolar.

Toda escola deve ter uma preocupação em ter um Supervisor Escolar voltado para a capacitação, valorização e apóio ao trabalho do professor e da atuação da Comunidade.

Para Ferreira (2008),

“é cada vez mais aguda, no mundo atual, a consciência de que estamos vivendo mudanças profundas, que ainda não somos capazes de compreender adequadamente. Essa realidade provoca em muitas pessoas insegurança, incerteza e suscita as mais variadas reações, de perplexidade, de inquietude, como também de busca de criatividade.” (p. 161)

Este trabalho acaba refletindo na organização dos trabalhos pedagógicos da escola, pois a partir de um direcionamento se estabelece rumos, definições de qual caminho deve ser seguido, além de garantir um local de diálogo onde há uma proposta Pedagógica Democrática que facilite o trabalho de todos os envolvidos no processo educacional.

O Supervisor Escolar tem como função articular uma proposta pedagógica diante de vários desafios, considerando as devidas mudanças, reforçando os compromissos com os educandos que fazem parte deste processo.

Uma escola comprometida e de qualidade precisa além de outros fatores, da criatividade da equipe escolar. A proposta pedagógica construída em cada escola é um papel norteador desta tarefa.

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Cabe ao Supervisor Escolar articular a coletividade na escola, planejar um trabalho diferente, a favor de todos os alunos, assim as mudanças são significativas para toda a comunidade escolar, rompendo com as resistências e fazendo com que haja uma transformação das pessoas e da escola.

É necessário que uma parceria seja realizada: a relação escola – comunidade. Entende-se que o sucesso desta parceria consiga responder algumas questões ainda obscuras na educação, isto vai desde os desafios que a escola enfrenta no seu dia- a- dia, passando pela constituição da Cidadania e a solução de problemas de violência no meio escolar.

Para que isto aconteça de fato, é urgente que a escola se veja como parte da Comunidade na qual está inserida, sendo participante das transformações e influências. Mas a Comunidade também deve perceber a escola como sua, na qual pode e deve participar, cuidar e interagir.

Com isso é papel do Supervisor Escolar criar e estabelecer condições favoráveis para promover a participação de todos os segmentos, para que se sintam respeitados e atuantes em todo o processo educacional, definindo papéis e responsabilidades.

Um trabalho pedagógico norteado desta forma faz com que a relação escola – comunidade não fique apenas no discurso, mas promova o reconhecimento como fonte de cultura, valorizando os saberes de cada um.

A construção da proposta pedagógica da escola demanda também de uma reflexão sobre os conteúdos a serem selecionados, para que vá além de fatos e conceitos e passe a incluir procedimentos, valores, normas e atitudes para que os conteúdos sejam vistos pelos alunos como fontes que permitam produzir e usar dos bens culturais, sociais e econômicos.

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Para Almeida (2007), “a escola, espaço originário da atuação dos educadores, mantém uma relação dialética com a sociedade, ao mesmo tempo em que reproduz, ela transforma a sociedade e a cultura.” (p.18)

Mudar o quadro da educação seria um trabalho em conjunto de todos os educadores da escola e supõe um diálogo, uma troca de informações e de trabalhos realizados, trocando experiências e também respeitando a diversidade de pontos de vistas, importa saber que teoria e prática sempre andam juntas sabendo que toda ação humana é marcada por uma intenção, consciente ou inconsciente.

De acordo com Guimarães (2007),

“A atuação do professor coordenador deve se pausar pelo planejamento prévio das atividades pedagógicas a serem executadas na escola, ou na orientação e acompanhamento das atividades que já estejam em curso, sejam aquelas de responsabilidade direta dos professores (as aulas, por exemplo), as de sua responsabilidade, e as de responsabilidade da equipe técnica.” (p. 43)

Neste cenário da educação será preciso reconstruir o saber da escola e a formação do educador. Não deve ter um papel cristalizado tanto para a escola quanto para o educador. Em vez da arrogância de quem se julga dono do saber, o professor deverá ser mais criativo, aprendendo com o aluno e com o mundo. É certo, algumas coisas mudaram. Algumas para melhor e outras para pior, o que se percebe é que há uma enorme vontade de saber e de aprender dos educadores de hoje e o desejo de enfrentar coletivamente a luta pela libertação que continua tarefa permanente.

É dessa maneira que os vínculos se constroem, reconhecendo as diferenças do outro.

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1.2 – O supervisor escolar atuando no planejamento

Etimologicamente, planejar significa projetar, traçar um plano, tencionar, organizar. Tal conceito nos remete então a idéia de visão prospectiva, visto que, ao planejar, tentamos antever a concretização de uma missão.

O planejamento educacional corresponde foco de interesse de grande parte de teóricos da Educação, no entanto, esse trabalho consiste em apontar alguns conceitos básicos sobre o tema proposto e suscitar o desejo pela pesquisa acerca do mesmo tema, o qual permite inúmeras interpretações e leituras.

De acordo com Gandin (2008),

“Planejar é utilizar o mesmo método com a diferença que, ao invés de contentar-se com o conhecimento e a explicação da realidade, o planejamento implica em transformar a realidade existente e construir uma realidade nova.” (p. 58)

Planejamento, na sua acepção mais ampla, sempre abrange uma gama de idéias. Por si só não constitui a fórmula mágica que soluciona ou muda a problemática a ser resolvida. Nunca devemos pensar num planejamento pronto, imutável e definitivo. Devemos antes acreditar que ele representa uma primeira aproximação de medidas adequadas a uma determinada realidade, tornando-se, através de sucessivos replanejamentos, cada vez mais apropriado para enfrentar a problemática desta realidade. Estas medidas favorecem a passagem gradativa de uma situação existente para uma situação desejada.

O planejamento requer que se pense no futuro. É composto de várias etapas interdependentes, as quais, através de seu conjunto, possibilitam à pessoa ou grupo de pessoas atingir os objetivos.

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Para Rangel (2008), “a escola tem de ter um projeto de ação e em ação, projeto que conte com o empenho de cada um na realização do que é comum a todos.” (p.41)

Este é um trabalho complexo e essencial, uma vez que busca compreender a realidade escolar e seus desafios, construir alternativas que se mostrem adequadas e satisfatórias para os participantes, propor um mínimo de consistência entre as ações pedagógicas, tornando-as solidárias e não isoladas ou em conflito umas com as outras.

De acordo com Gandin (2008),

“o planejamento se exerce sobre a Realidade Institucional existente.

É esta realidade que a pratica pode construir (ou transformar). É sobre ela que nossa ação tem poder direto, isto é, sobre ela é que podemos agir, sobretudo se considerarmos que nós, os que dela participamos, também integramos essa realidade. Essa realidade é, por exemplo, a nossa escola: lugar e fruto da nossa construção.” (p.

41)

A escola é vista como o centro da educação sistemática, integrada na comunidade da qual faz parte. Cabe-lhe oferecer aos alunos situações que lhes permitam desenvolver suas potencialidades de acordo com a fase evolutiva em que se situam e com os interesses que os impelem à ação.

É correto pensar que a escola visa ao preparo de pessoas de mentalidade flexível e adaptável para enfrentar as rápidas transformações do mundo. Pessoas que aprendem a aprender e, conseqüentemente, estejam aptas a continuar aprendendo sempre.

De acordo com Rangel (2008), “planejamento é o processo de elaboração de planos de ação, que obedece a diretrizes e as operacionaliza com vistas à sua concretização.” (p.88)

A partir desta afirmação percebe-se que o papel do Supervisor é participar da construção e elaboração coletiva do planejamento,

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implementando uma ação conjunta, coordenando sobre seu desenvolvimento e necessárias reconstruções.

Para Gandin (2008),

“No planejamento, aparecem três grandes linhas: o gerenciamento da qualidade total, o planejamento estratégico e o planejamento participativo que se somam ao planejamento operacional consagrado, burocrático, sem perspectivas e muito utilizado ainda.” (p. 24)

Vale ressaltar que o gerenciamento da qualidade total e o planejamento estratégico não tem uma proposta de participação clara e /ou definida. Enquanto o planejamento participativo mostra a contribuição conjunta para a realização de um projeto, podendo ser chamado de processo de ação – reflexão.

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CAPÍTULO II

O SUPERVISOR ESCOLAR E A ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.

2.1 – Conceituando PPP

O Projeto Político Pedagógico deve estar vinculado à melhoria da escola, e esta, por sua vez, à mudança educativa.

De acordo com Vasconcellos (2006),

“O Projeto Político Pedagógico é o plano global da Instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativo, que aperfeiçoa e se objetiva na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar.” (p. 17)

Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana.

Para concretização dessa tarefa, diretores, supervisores, professores e mantenedores devem contar com a ajuda de um Projeto Político Pedagógico (PPP).

Ele se inicia como um ideal e caminha, passo a passo, até transformar- se em realidade. É diferente de planejamento pedagógico. É um conjunto de diretrizes que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos. Por isso, envolve princípios que são mais permanentes. Ele mostra e define a identidade da escola.

Para Veiga (2007),

“O Projeto Político Pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. O projeto não é algo que é construído e em seguida arquivado ou encaminhado às

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autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas.” (p. 12)

O projeto deve ser vivenciado por toda comunidade escolar, assim o processo educativo da escola torna-se mais prazeroso e fácil de ser conduzido, pois foi realizado pelos envolvidos no processo. A escola não pode ser

“prioridade” dos professores; ela deve incluir toda a comunidade educativa no planejamento de suas metas de melhoria.

Um PPP não pode ser imposto nem pode ser ditado por instâncias políticas, e sim deve ser construído pelos professores, junto à comunidade, para poderem escrever a sua própria história. Se o PPP se torna um dever, acaba dentro de uma gaveta na sala da direção e não tem nenhuma função.

A forma como o PPP é formulado ou utilizado pelas escolas, nem sempre contribui para a efetivação do processo de democratização da gestão escolar, limitando sua existência a um mero documento legal e obrigatório, apenas existente no campo burocrático.

De acordo com Alves (2006), “a escola democrática será aquela que conseguir interagir com as condições de vida e com as aspirações das camadas populares. É preciso, todavia objetivar o que se entende por essa interação.” (p.20)

A impotência diante dos problemas educacionais, que provoca certo cansaço pedagógico, muitas vezes nos faz cair na armadilha de procurar receitas para a organização da prática pedagógica. Como a ação pedagógica desenrola-se sobre um real que é complexo e único e que, portanto, não permite soluções iguais, precisamos assumir deliberadamente a necessária reflexão critica sobre a prática.

Gandin (2008), sinaliza que, “a coordenação irá compreendendo o momento de tomar suas decisões, restritas ao seu próprio arbítrio e às

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necessidades técnicas ou compartilhadas com mais pessoas que estão no processo.” (p.139)

Planejamento é a instância para consolidar e dinamizar ações que venham ao encontro dos interesses de uma coletividade. Deve contemplar ações que permitam a implementação das decisões explicitadas pelos indivíduos. O processo de planejamento é a dinâmica operacional que deve garantir o momento da tomada de decisões e da sua formalização. Os planos precisam se constituir em um instrumento apropriado para transformar idéias em ação.

De acordo com Veiga (2007), “o projeto busca um rumo, uma direção.

É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.” (p.13)

Os Supervisores têm como função mostrar que planejamento é um processo, e os planos são documentos. Nessa perspectiva é que se insere o Projeto Político Pedagógico da escola, como própria essência do trabalho que desenvolve no seu contexto histórico, o que marca a característica de cada projeto. O pensado e o vivido, tornados documentos, garantem mais do que o seu registro e a sua memória, o seu fazer.

Para Vasconcellos (2006),

“O projeto tem uma importante contribuição no sentido de ajudar a conquistar e consolidar a autonomia da escola, criar um clima, um ethos onde professores e equipe se sintam responsáveis por aquilo que lá acontece, inclusive em relação ao desenvolvimento dos alunos.” (p. 21)

O Projeto político Pedagógico deve ser entendido, portanto, como uma construção contínua por todos os sujeitos envolvidos com o processo educativo da escola. Não é algo que é elaborado e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova de tarefas burocráticas.

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Muitos tratam o projeto político pedagógico como um projeto de atividade ou projeto de trabalho. O projeto político pedagógico é maior, englobando, além de outros aspectos, os diferentes projetos de atividade da escola.

De acordo com Veiga (2007),

“o Projeto Político Pedagógico tem a ver com a organização da escola como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade.” (p. 14)

Um projeto político pedagógico é a definição da escola como um todo.

É a intenção da escola e de seus profissionais realizarem um trabalho de qualidade. Ele será o resultado de reflexões e questionamentos de seus profissionais sobre o que é a escola hoje e o que poderá a vir ser.

É importante ressaltar que toda construção deve ser participativa, coletiva, dinâmica e democrática, pois é preciso sonhar, no sonho projetar, no projeto realizar e dar continuidade, porque o ser humano nunca pode se acomodar, deve buscar sempre novas lutas e opções, para ser sujeito de sua própria história e agente de construção de sua cidadania.

É um projeto que se renova constantemente, na teoria e na prática, investindo em novas idéias, propostas e realizações.

Para Gandin (2008), “Planejamento consiste ao processo de explicar a realidade desejada e de construir (transformar) a realidade existente tendo como rumo aquela realidade desejada.” (p.41)

Construir um Projeto Político Pedagógico implica distinguir fins e meios, sendo imprescindível definir claramente o tipo de escola que se quer, assim como a sociedade e o cidadão que se pretende formar, isto requer uma construção contínua. Não é algo que se faça de uma hora para outra.

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2.2 – Pressupostos de um PPP

O processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico pode ser desencadeado mediante reflexões desenvolvidas por um grupo minoritário, que, na medida de sua determinação e vontade, contagiará e conquistará a adesão dos demais.

A construção conjunta dos princípios gerais que nortearão o trabalho pedagógico da escola pode tornar-se um meio eficaz de possibilitar a identidade do fazer educativo dessa escola, garantindo certa unicidade, tão necessária ao processo educativo.

De acordo com Veiga (2007),

“Para que a construção do Projeto Político Pedagógico seja possível não é necessário convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma espontânea, mas propiciar situações que lhes permitam aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente.” (p. 15)

Existem princípios que norteiam o Projeto Político Pedagógico, expressando a liberdade, escola democrática, pública e gratuita para a população. Esta população precisa de igualdade de condições para entrarem na escola, de qualidade de ensino, que não pode ser mérito apenas daqueles que podem pagar. A qualidade assim como a igualdade devem ser para todos, evitando a evasão e a repetência.

Além dos itens anteriores é preciso também uma gestão democrática, que dê voz a todos os envolvidos no processo, repassa a estrutura de poder da escola e visa um ambiente de socialização ou de participação coletiva, levando a ampla atuação dos diferentes segmentos nas decisões e ações da escola, interagindo com a liberdade.

Para Veiga (2007), “A liberdade é uma experiência de educadores e constrói-se na vivência coletiva, interpessoal. Portanto, somos livres com os outros, não, apesar dos outros.” (p.19)

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Liberdade em relação à administração, professores, funcionários e até mesmo em relação ao aluno, assumindo assim a construção do Projeto político Pedagógico.

A valorização do magistério também é um centro de discussão do projeto, visando a experiência e a bagagem que cada professor traz das suas práticas educativas. Não deixando de focar também a necessidade de formação continuada.

De acordo com Veiga (2007),

“A importância desses princípios está em garantir sua operacionalização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no papel, na legislação, na proposta, no currículo, e outra é estar ocorrendo na dinâmica interna da escola, no real, no concreto.” (p.

22)

É importante considerar que não basta as escolas se organizarem, realizarem várias reuniões e proporem um projeto educativo atendendo apenas à filosofia institucional, porque mesmo que esta filosofia da escola esteja adequada às suas necessidades, poderá não ser implantada, caso não sejam apontadas, também, as ações pedagógicas que garantam a sua viabilidade.

Muitas são as dificuldades a serem enfrentadas: pluralidade de idéias, falta de espaço e tempo, rotatividade de professores, resistência à elaboração de planos, separação entre os que pensam e os que fazem. Mas se insistirmos numa dinâmica de trabalho coletivo, participativo e contínuo, com essencial integração entre o administrativo e o pedagógico, as dificuldades serão mais facilmente superadas.

Para Gandin (2008),

“Planejamento parte de uma leitura do nosso mundo na qual é fundamental a idéia de que nossa realidade é injusta e de que essa injustiça se deve à falta de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana.” (p. 28)

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Esta participação não pode ser somente aceitar idéias prontas de alguém, o pressuposto aqui é que se quisermos superar crises, construir uma sociedade nova precisamos da participação de todos.

Importante ressaltar que o Projeto Político Pedagógico não começa de uma só vez e não nasce pronto. Não é obra exclusiva do Diretor ou do Supervisor, mas sim de um grupo que engloba todo o corpo docente e comunidade escolar. Deve ser um instrumento democrático, abrangente e duradouro.

Alunos de escolas que contam com a participação dos pais apresentam melhor rendimento e menor taxa de evasão. Escolas que se articulam com a comunidade geralmente oferecem uma educação de melhor qualidade aos seus alunos. A integração escola / comunidade, por sua vez, será sempre decorrência de uma gestão democrática, ou seja, a abertura e o incentivo proporcionados pela direção, para a participação dos vários segmentos da comunidade na vida escolar.

Na medida em que a escola se democratiza, coloca em discussão com a sua comunidade o que vem realizando. Disso resulta certa autonomia, principalmente para as ações pedagógicas. Todavia, autonomia não é sinônimo de soberania, uma vez que a unidade escolar pertence, e se vincula, a um determinado sistema.

De acordo com Gemerasca (2000),

“Antes de iniciar diretamente o processo de planejamento é necessário que nos preocupemos com um momento, com uma etapa de motivação, de sensibilização, de mobilização para com a proposta de trabalho, a fim de que esta tarefa tenha significado e seja assumida pela comunidade.” (p. 39)

O Projeto Político Pedagógico é exigência legal desde a LDBEN / 96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica, deve integrar questões, organizando, promovendo, incentivando, criando, avaliando e reformulando práticas com a comunidade escolar. O objetivo é definir,

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coletivamente, os Princípios Éticos, Políticos e Estéticos que orientam a vida escolar e as decisões teóricos – metodológicas que definem as práticas pedagógicas, considerando as características de todos os membros da escola.

O comprometimento de todos os membros é, portanto, indispensável, embora com diferentes níveis de interferências, cabendo à direção e ao corpo docente a maior responsabilidade na elaboração do documento. É por meio desta participação que cada pessoa é respeitada como indivíduo e como parte integrante de um corpo maior e coletivo que é a escola.

Para Veiga (2007),

“É importante reiterar que, quando se busca uma nova organização do trabalho pedagógico, está se considerando que as relações de trabalho, no interior da escola, deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de participação coletiva em contraposição à organização regida pelos princípios da divisão do trabalho, da fragmentação e do controle hierárquico.” (p. 31)

Por isso, para que ocorra uma gestão democrática é preciso conhecer a escola, seus conflitos, tensões e estar aberto a críticas e sugestões e levar em conta as condições concretas do ambiente escolar.

A partir disso, uma nova relação de poder poderá aparecer e será construída uma dinâmica mais participativa ligando a sala de aula à escola e a vida da comunidade escolar como um todo.

2.3 – Elaboração do PPP

O Projeto Político Pedagógico não é um documento para ser entregue às autoridades. É, sim, produto de uma reflexão responsável e profunda sobre as características da escola, da comunidade por ela atendida e dos profissionais que nela trabalham, responsáveis pelos valores e os conhecimentos priorizados pela equipe docente.

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Para Veiga (2007)

“A implementação de projeto político pedagógico próprio é condição para que se afirme (ou se construa simultaneamente) a identidade da escola, como espaço pedagógico necessário à construção do conhecimento e da cidadania.” (p. 49)

Todo projeto, na verdade, supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro, para que num processo dinâmico e construtivo, aperfeiçoe as práticas pedagógicas.

Por isso fica claro porque o projeto tem a dimensão política e pedagógica. Política porque traduz pensamento e ação, exprime uma visão de mundo de valores éticos, políticos e estéticos, de sociedade, de educação, de profissional e de aluno que se deseja constituir. Tomar decisões, fazer escolhas e realizar ações são todos atos políticos. Pedagógica porque nela está a possibilidade de tornar real a intenção da escola, orientando a ação educativa no cumprimento de seus propósitos, que tem como atividade fim a educação inclusiva e, portanto, democrática de todos os alunos, seres humanos singulares. Assim, estes seres humanos, nossos alunos, tornam-se responsáveis, críticos e criativos.

De acordo com Veiga (2007),

“Ele deve nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem; ser exeqüível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; e ser construído continuamente, pois como produto, é também processo.” (p. 69)

O Projeto Político Pedagógico deve ter metas e objetivos específicos que devem ser relacionados com as características dos alunos de cada escola, considerando que todos têm as mesmas capacidades, embora os portadores de necessidades especiais mereçam atenções mais particularizadas. As características de nossos alunos são explicitadas, principalmente, por sua origem socioeconômica, em que a situação familiar apresenta grande influência, assim como sua idade, gênero, aspectos de saúde e experiências prévias.

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Na teoria, é a gestão democrática que efetivamente irá conduzir de forma positiva e segura todas as ações políticas e pedagógicas das escolas.

Hábitos democráticos na escola supõem conhecimentos específicos, responsabilidades, experiências e hierarquias no uso da autonomia. Só as escolas que conhecem de perto a comunidade e seus projetos podem dar respostas concretas a problemas concretos de cada uma delas; podem respeitar as peculiaridades étnicas, sociais e culturais de cada região; podem diminuir os gastos com a burocracia. E a própria comunidade pode avaliar de perto os resultados, objetivando o êxito da formação e da qualidade educacional.

Para Gandin (2008),

“As etapas imprescindíveis na elaboração do conjunto de planos de uma instituição que servirão à organização e à consolidação de um processo de planejamento (se elas se juntar o espírito participativo, científico e de globalidade) são os seguintes: preparação, elaboração do plano global de médio prazo que compreende o marco referencial, diagnóstico; programação; revisão geral; elaboração de planos globais de curto prazo; elaboração de planos setoriais.” (p. 64)

Para estruturar o Projeto Político Pedagógico é preciso que se faça a apresentação, relatando como ele surgiu, contando um pouco de trabalho, o tempo transcorrido entre o ideal e o começo de sua elaboração. É importante falar dos objetivos do projeto Político Pedagógico e mostrar que ele deve ser a fonte inspiradora de todos aqueles que constroem a história educacional da escola.

O Projeto Político Pedagógico de uma escola é um processo de tomada de consciência dessa escola. E, sendo um projeto de tomada de consciência, é essencialmente libertador e, conseqüentemente, torna essa escola ou instituição mais responsável.

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De acordo com Gandin (2008),

“Esta etapa é totalmente necessária se a instituição ou o grupo está iniciando um processo mais globalizado e mais participativo de planejamento. Mais tarde ela pode ser omitida, embora o aprofundamento das questões básicas não seja desagradável nem inútil, para as pessoas, quando foi levado a efeito com senso de oportunidade, com clareza e com objetivos bem definidos.” (p. 64)

O mundo se transforma constantemente, e o homem é sujeito da própria educação. Através de uma reflexão sobre o ambiente, o homem contribuirá para mudanças e melhorias. A escola também deve descrever uma visão de cultura, a participação do homem como sujeito do seu desenvolvimento e participe da transformação da sociedade.

Cabe à escola, como instituição cultural, transmitir a seus alunos o conhecimento acumulado pela humanidade. Os conteúdos devem ser apenas um meio para levar o aluno a desenvolver habilidades.

Para Vasconcellos (2006),

“Não podemos perder de vista o essencial; há o perigo de ficarmos tão envolvidos na questão do projeto e deixamos de fazer a tarefa maior, ter firmeza de objetivo, o mais importante não é ‘ter projeto’ e sim, transformar a prática! Para isto, o Projeto Político Pedagógico pode ser e esperamos que seja, uma mediação (dependendo de como for concebido e elaborado).” (p. 45)

Quando chega o momento dos Fundamentos Éticos – Pedagógicos, entra o regimento escolar. O regimento é um documento anexo e dá sustentação jurídica ao projeto Político Pedagógico. Neste ponto a escola vai trabalhar os valores éticos, políticos, religiosos, com o objetivo de formar um cidadão com uma identidade, ou seja, com a marca da escola em que estuda.

Também é preciso escolher entre três e cinco valores que a escola deverá trabalhar, como: verdade, justiça, amizade, respeito, solidariedade, etc.

Tendo que ter sua linha pedagógica com argumentos sólidos.

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Por parte da escola devem ser desenvolvidos valor e respeito, ou seja, a escola respeita a individualidade de seus alunos. O aluno também precisa desenvolver atitudes, como por exemplo, se eles cuidam dos bens materiais de uso comum e se o professor ensina de forma respeitosa, correspondendo às necessidades e os limites de seus alunos.

De acordo com Vasconcellos (2006),

“O texto que vai surgir talvez não tenha o mesmo brilho de outro produzido por um pequeno grupo, todavia, manifesta a realidade do grupo naquele momento (podendo vir a ser aperfeiçoado nas próximas edições). O projeto deve expressar de maneira simples (o que não significa simplista) as opções, os compromissos, a visão de mundo e as tarefas assumidas pelo grupo.” (p. 25)

Em seguida, o Supervisor conduz a equipe escolar no que diz respeito os fundamentos epistemológicos que se trata da construção do conhecimento, aqui a escola define como tratará o conhecimento, o que pensa ser o conhecimento e como ele é adquirido. Neste passo, a escola define sua linha pedagógica e desenvolve as argumentações. Os autores teóricos devem ser buscados na literatura, pois não existe prática na escola que não esteja apoiada em uma corrente teórica.

Quando o autor teórico for da linha tradicional, a aula terá o professor como o centro de tudo. As teorias mais em voga são: Empirismo / Positivismo, cujo enfoque é o conhecimento visto como descrição da realidade e o Construtivismo / Positivismo, cujo foco é o conhecimento visto como representação da realidade.

A escola deve se posicionar quanto à linha de ação, como a lei vigente pede interdisciplinaridade e contextualização, as escolas estão em fase de transição da linha tradicionalista para a linha progressista.

Quando a escola escolher seus autores teóricos, deve citar um pouco da sua teoria e argumentar por que os escolheu.

(28)

De acordo com Gandin (2006),

“É preciso que, em nenhum momento, a elaboração dos planos apareça como uma tarefa chata e estéril, embora deva ser sentida como algo que exige clareza, precisão, opção e conhecimento teórico, constância e disciplina. Não pode a Supervisão, mesmo se lhe parecer que o “roteiro”, como um todo, apresenta muitas repetições, omitir partes, dinâmicas e instrumentos.” (p. 76)

Nos Fundamentos Didáticos – Pedagógicos temos como Supervisores, deixar claro que a interdisciplinaridade e a contextualização devem ser a nova marca para a educação brasileira.

Neste item do Projeto Político Pedagógico será descrito qual é o papel do conhecimento do aluno e do professor, bem como os demais segmentos que compõem a comunidade escolar. Aqui vamos esclarecer o que será oferecido pela Unidade Escolar em termos de: conteúdos, professor, currículo, aluno, laboratórios, disciplina, metodologia, equipe pedagógica, avaliação, administração e em relação à comunidade.

Este item deve ser elaborado junto com os professores, pois, daqui adiante, serão eles os autores do Projeto Político Pedagógico, sob a liderança da Supervisão Escolar. Em alguns assuntos, pode e deve haver a participação da comunidade.

Para Gandin (2006),

“Não há saída para o impasse da repetição, da mesmice e da desesperança a não ser um claro e profundo confronto entre a prática que a instituição vive em determinado momento e o ideal que esta mesma instituição se tenha proposto. Em outras palavras: não há instituição que tenha sentido, em termos de eficiência e de eficácia, sem que faça um diagnóstico continuado, dentro de um processo de planejamento. (p. 90)

Nas considerações finais, os Fundamentos estabelecidos nesse documento serão os indicadores do rumo para a intervenção pedagógica praticada no estabelecimento escolar. Com eles, busca-se responder as exigências da sociedade, que se caracteriza pelo dinamismo de suas transformações em todos os níveis: o social, o político, o tecnológico e o ético.

(29)

O Projeto Político Pedagógico pode conter também os projetos específicos de cada setor da escola, como: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e devem constar itens como: identificação, introdução, diagnóstico, objetivos, metodologias, conteúdos e avaliação.

Pode também ter projeto de disciplina, que se refere a cada uma das disciplinas curriculares, miniprojetos e o anexo que é o Plano Curricular, contando com a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais Transversais (PCNTs) que não são obrigatórios, servem apenas para ajudar o professor a preparar seus conteúdos.

Cabe ao Supervisor também explicar como será feito o sistema de avaliação. A avaliação deve ser contínua, e a qualidade deve prevalecer sobre a quantidade, sem esquecer que a recuperação é paralela ao período letivo.

Para Gandin (2008),

“Marco referencial é a parte do plano em que uma instituição se compreende como integrante de uma realidade mais ampla; se projeta como portadora de uma proposta sócio–política; propõe–se como realizadora de um processo técnico específico de seu campo de ação, com vistas a ser parte na consecução de sua proposta sócio–política.” (p. 78)

Este marco divide-se em três enfoques que são: O Marco Situacional, onde a instituição compreende-se como parte do mundo e um dar–se conta, um situar – se no mundo, o Marco Doutrinal, a instituição assume uma proposta político – social e a fundamenta, baseada numa teoria e o Marco Operativo, a instituição firma o ideal de sua prática, dentro do campo de ação, contribuindo na construção da sociedade com que se compromete.

Enfim, um Projeto Político Pedagógico da escola apóia-se:

a) No desenvolvimento de uma consciência crítica;

b) No desenvolvimento das pessoas: comunidade interna e externa á escola;

(30)

c) Na participação e na cooperação das várias esferas do governo;

d) Na autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do projeto;

O projeto da escola depende, sobretudo, da ousadia dos seus agentes, da ousadia de cada escola em assumir-se como tal, partindo da

“cara” que tem, com o seu cotidiano e o seu tempo / espaço, isto é, o contexto histórico em que ela se insere.

(31)

CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO PARA CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE AÇÃO.

3.1 – Revendo conceitos e práticas no planejamento de ensino.

A educação é hoje concebida como fator de mudança, renovação e progresso.

Por tais circunstâncias o planejamento se impõe, neste setor, como recurso de organização. É o fundamento de toda ação educacional.

Com a complexidade do mundo atual, a escola de hoje, mais do que nunca, precisa melhorar a sua qualidade. Para tal, necessita organizar seu trabalho cotidiano de forma a unir forças para alcançar seus objetivos político- pedagógicos, contribuindo para a melhoria das condições de vida de sua clientela, o que implica melhorar o ensino, identificando a favor “de quem” e

“para que” seus esforços estão direcionados.

De acordo com Gandim (2008),

“Trabalhar participativamente significa estar num grupo num processo de construção de suas idéias e de sua prática, de tal modo que todos estejam caminhando no mesmo rumo, com cada pessoa e cada conjunto menor de pessoas realizando suas tarefas próprias. Isto quer dizer que cada um traz suas idéias, sua posição, seus anseios e suas dificuldades e todos juntos vão organizando este tesouro e decidindo sobre ele a cada momento.” (p.133)

O planejamento requer que se pense no futuro. É composto de várias etapas interdependentes, as quais, através de seu conjunto, possibilitam à pessoa ou grupo de pessoas atingir os objetivos.

(32)

Com isso, pretendemos envolve-los num processo de reflexão em torno dos desafios da prática pedagógica no ensino e sobre as possibilidades concretas de utilização dos diferentes tipos de planos nas escolas.

O planejamento escolar é um processo de reflexão sobre os desafios do cotidiano, inclusive os da sala de aula, tendo em vista o comprometimento com a transformação da prática. Porém, nem sempre encontramos, na educação, professores estimulados a fazer planos.

Portanto, considerar que o planejamento educacional constitui a abordagem racional e científica dos problemas da educação, envolvendo o aprimoramento gradual de conceitos e meios de análise, visando a estudar a eficiência e a produtividade do sistema educacional, em seus múltiplos aspectos.

Para Gandim (2008), “esta também é a origem do planejamento: uma situação em que há esperança e problemas. Só planejam as pessoas, os grupos e as instituições que têm esperança e que tenham problemas.” (p.43)

Na prática docente, a sensação de insatisfação no trabalho e a falta de controle sobre o próprio fazer são ainda questões apontadas por alguns educadores.

Existem os professores otimistas, que acham possível fazer planejamento a todo custo, foram seduzidos por achar que tudo poderia ser resolvido a partir do ato de planejar.

Encontra-se também outro grupo, que são os pessimistas. Estes acreditam que tudo está determinado e nada resta a fazer na educação. Não costumam planejar, apostando na improvisação. E há aqueles que colaboram com o trabalho do Supervisor escolar e admitem o planejamento como um meio auxiliar a serviço do professor, acreditando que o planejamento possibilite

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ações de transformação da prática, seja na sala de aula ou até mesmo em relação à instituição escolar.

O planejamento, portanto, uma tarefa contínua a nível de escola, em função das crescentes exigências de nosso tempo e dos processos que tentam acelerar a aprendizagem. Será sempre um desafio a todos aqueles envolvidos no processo educacional, para busca dos meios mais adequados à obtenção de maiores resultados.

3.2 – Planejamento como desafio para a construção da escola.

O Supervisor Escolar precisa incentivar uma busca constante de aprendizado do grupo docente.

O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em classes, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades.

O planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como também os meios necessários para alcançá-los.

Muitas vezes, o planejamento é elaborado isoladamente; outras vezes, no entanto, é feito de forma coletiva. Planejando, executando e avaliando juntos, os professores em parceria com o Supervisor, desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum do grupo. Isso possibilita, entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às mudanças e união a nível de decisões conjuntas.

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De acordo com Rangel (2008),

“A Supervisão Pedagógica dirigi-se ao ensino e à aprendizagem. O seu objeto é a qualidade do ensino, porém os critérios e a apreciação da qualidade não são impostos de cima para baixo numa perspectiva de receituário acriticamente aceito pelos professores, mas na interação entre o supervisor e os professores. (p.12)

Planejamento, na sua acepção mais ampla, sempre abrange inúmeras idéias. Por si só não constitui a fórmula mágica que soluciona ou muda a problemática a ser resolvida. Exige uma busca cada vez maior para favorecer a mudança de pensamentos no que diz respeito a planejamento. Nunca devemos pensar num planejamento pronto, imutável e definitivo. Devemos antes acreditar que ele representa uma primeira aproximação de medidas adequadas a uma determinada realidade, tornando-se, através de replanejamentos, cada vez mais apropriado para enfrentar a problemática desta realidade, isto favorece a passagem de uma situação existente para uma situação onde queremos chegar.

Para Gandim (2008),

“Vivemos num tempo engraçado: as pessoas não planejam (apenas prevêem, em algumas ocasiões, umas ações esparsas para uns dias) e, ao mesmo tempo, falam e tornam a falar em flexibilidade como uma das características fundamentais e necessárias do planejamento. Se o nosso mal fosse o excesso de planejamento, certamente haveria necessidade do elogio da flexibilidade, assim como, não para o planejamento, mas para nós mesmos para que não fôssemos demasiadamente duros.” (p.160)

É condição primordial do processo de planejamento que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para o crescimento do educando e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país. Considerando que o planejamento constitui a abordagem dos problemas da educação, visando a estudar a eficiência e a produtividade do sistema educacional, em seus vários aspectos.

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O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis para atender, seus alunos, isto com a ajuda do Supervisor escolar. Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem, o professor deve estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades.

O planejamento envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como também os meios necessários para alcançá-los, com isso a responsabilidade dos agentes educativos torna-se imensa, pois grande parte da eficácia de seu ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento.

(36)

CONCLUSÃO

“O planejamento tem que se tornar para as pessoas (para os grupos) tão simples como o andar. Para isto, há uma receita infalível e, ao mesmo tempo, desprezada pelas pessoas: buscar o óbvio.” (GANDIN, 2008:157)

Essa idéia é muito importante para refletirmos que não conseguiremos realizar nenhuma atividade sem um planejamento e um esforço de integração da escola num único propósito educativo.

Criar as melhores condições para ajudar na transformação de um cidadão consciente, crítico e feliz é a grande tarefa educativa perseguida pelo Supervisor Escolar. A ação educativa espera o comprometimento e compromisso de todos que fazem parte do ambiente educacional.

É importante que se garanta a possibilidade de encontros, a superação das divergências e que a equipe de trabalho consiga realizar um planejamento de acordo com o que foi discutido e das necessidades da Comunidade escolar.

Como se trata de um processo e não de um mecanismo qualquer, a estrutura do Planejamento é sempre uma indicação de cada unidade escolar, ou seja, varia de escola para escola.

O Planejamento poderá conter também a questão da avaliação, dos conteúdos, da gestão como um todo e da utilização das novas técnicas educativas e, sobretudo, da relação entre professores e alunos e entre escola e comunidade, com isto contribuímos para a construção de uma sociedade cidadã, critica e acima de tudo participativa.

(37)

BIBLIOGRAFIA

ALVES, Nilda (Org.). Educação e Supervisão. O Trabalho Coletivo na Escola. São Paulo: Cortez, 2006.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto (Org.). Supervisão Educacional para uma escola de qualidade. São Paulo: Cortez, 2008.

GANDIN, Danilo; GEMERASCA, Maristela. Planejamento Participativo na Escola. O que é e como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

______________. A Prática do Planejamento Participativo. Petrópolis, RJ:

Vozes, 2008.

GANDIN, Adriana Beatriz. Metodologia de Projetos na Sala de Aula. São Paulo. Edições Loyola, 2005.

GRINSPUN, Míria Paura S. Zippin (Org.). Supervisão e Orientação Educacional. Perspectiva de integração na escola. São Paulo: Cortez, 2008.

GUIMARÃES, Ana Archangelo (Org.). O Coordenador Pedagógico e a educação continuada. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

RANGEL, Mary (Org.). Supervisão Pedagógica. Princípios e Práticas. São Paulo: Papirus, 2008.

VASCONCELLOS, Celso. Projeto Político-Pedagógico. Aprendizagem. São Paulo: Libertad, 2000.

VEIGA, Ilma Passos (Org.). Projeto Político- Pedagógico da Escola. Uma Construção Possível. São Paulo: Papirus, 2007.

(38)

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ... 2

AGRADECIMENTOS ... 3

DEDICATÓRIA ... 4

RESUMO ... 5

METODOLOGIA ... 6

SUMÁRIO ... 7

INTRODUÇÃO ... 8

CAPÍTULO I O SUPERVISOR ESCOLAR E SUAS ATRIBUIÇÕES ... 10

1.1 – A ação participativa do supervisor escolar. ... 10

1.2 – O supervisor escolar atuando no planejamento ... 13

CAPÍTULO II O SUPERVISOR ESCOLAR E A ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. ... 16

2.1 – Conceituando PPP ... 16

2.2 – Pressupostos de um PPP ... 20

2.3 – Elaboração do PPP ... 23

CAPÍTULO III PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO PARA CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE AÇÃO. ... 31

3.1 – Revendo conceitos e práticas no planejamento de ensino. ... 31

3.2 – Planejamento como desafio para a construção da escola. ... 33

CONCLUSÃO ... 36

BIBLIOGRAFIA ... 37

ÍNDICE ... 38

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: O SUPERVISOR ESCOLAR NA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO.

Autor: Leila Nasaré de Paula Silva

Data da entrega: 26/07/2009.

Avaliado por: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho. Conceito:

Referências

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