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Indicador de Reserva Financeira

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Academic year: 2021

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Indicador de Reserva

Financeira

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Em julho, 72% dos brasileiros não conseguiram poupar

nenhuma parte dos seus ganhos

Os últimos dados, coletados em julho, referem-se a junho

Ainda sob os efeitos da crise econômica, poucos brasileiros conseguem fazer poupança. De acordo com o Indicador de Reserva Financeira, apurado pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas 21,4% dos brasileiros puderam guardar parte de seus ganhos em junho, mês anterior à coleta dos dados. A imensa maioria (71,6%) não conseguiu guardar nenhuma soma de dinheiro. Além desses, 7,0% não souberam ou preferiram não responder. A sondagem constatou que, mesmo nas classes A e B, a maioria (53,1%) não conseguiu poupar. Nesse caso, porém, o percentual foi menor do que o observado nas classes C, D e E (76,8%). A média dos recursos guardados foi de R$ 545.

Entre aqueles que não pouparam, a principal justificativa foi o fato de a renda ser baixa, mencionada 46,4%. A falta de renda no momento foi o motivo apontado por 17,8% desses consumidores. Também foram mencionados os imprevistos (13,1%), a falta de controle dos gastos e indisciplina (12,4%). Com efeito, nas duas principais justificativas encontram-se ecos da crise econômica: num caso, através do aperto orçamentário das famílias, e no outro, mais diretamente através do desemprego. Não deixa de chamar a atenção, todavia, a negligência no controle financeiro, que pode não só deixar esses consumidores expostos a imprevistos, como também levar ao endividamento.

22,5%

16,6% 20,0% 18,8% 20,1% 17,3% 21,4%

74,8% 79,9% 74,3% 75,6% 76,4% 75,3%

71,6%

jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17

Percentual de poupadores e não poupadores no mês anterior à pesquisa

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Quando se trata do hábito de poupar, e não mais da poupança no último mês, a última sondagem constatou que 32,5% guardam dinheiro habitualmente, sendo que 5,0% reservam sempre o mesmo valor e 27,5% poupam o que sobra do orçamento. Para a economista-chefe do SPC Brasil, lMarcela Kawauti, a boa prática requer que a poupança não se reduza ao resíduo do orçamento. “A poupança não deve ser encarada como uma sobra do orçamento, mas ser vista como um compromisso de todos os meses. Se o consumidor deixa para guardar só o que sobra, ele pode ceder à tentação de transformar o que deveria ser poupança em consumo, ficando sujeito a eventuais imprevistos ou inviabilizando a realização de sonhos de consumo”, diz.

Os propósitos daqueles que têm o hábito de poupar são variados. Há os que guardam dinheiro para se proteger de eventuais imprevistos (37,7%); os que querem garantir um futuro melhor para a família (30,8%); e os que querem acumular uma reserva para o caso de desemprego (23,8%). Os planos de compras aparecem em seguida: 21,5% dizem poupar para fazer uma viagem. O mesmo percentual cita a realização de sonho de consumo, enquanto 18,1% citam a reforma da casa, 16,5% fala em comprar ou quitar a casa e 15,8% lembram da aposentadoria. Como se nota, as principais motivações estão relacionadas à segurança: o poupador quer, principalmente, proteger-se contra eventos imprevistos e garantir um futuro mais confortável.

Porque poupar? jul/17

Imprevistos com doença, mortes, problemas diversos 37,7%

Garantir um futuro melhor para a família 30,8%

Reserva para o caso de ficar desempregado 23,8%

Viagens 21,5%

Realizar algum sonho de consumo 21,5%

Reforma da casa 18,1%

Comprar/quitar casa 16,5%

Aposentadoria 15,8%

Compra/troca de automóvel/moto 12,3%

Garantir uma reserva para arcar com a educação dos filhos 11,2%

Estudos 11,2%

Compra de móveis / eletrodomésticos 9,2%

Entre os poupadores, quase a metade sacou parte das suas reservas em julho;

principais motivos foram a quitação de dívidas e despesas extras

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Dinheiro guardado, mas não tão longe do alcance das mãos. Os destinos mais citados para as reservas financeiras são a poupança e a própria casa. De acordo com a sondagem, 58,1% poupadores habituais costumam manter as reservas na tradicional caderneta de poupança. A própria casa aparece em segundo lugar, citada por 23,1%. No primeiro caso, o rendimento é baixo, embora tenha reduzido a desvantagem na comparação com outros, devido à queda dos juros. No segundo caso, o rendimento é nulo e, além disso, há o risco de segurança e de gasto imediato por circunstâncias não necessárias. Os fundos de investimentos foram citados por 10,4%. Já a previdência privada foi citada por 8,1%, à frente do Tesouro Direto (6,9%) e dos CDBs (5,0%).

Não é por acaso que a poupança lidera entre os destinos mais usuais para as reservas financeiras. Mesmo entre aqueles que não possuem esse tipo de investimento, 71,9% dizem conhecê-lo. No caso da previdência, 48,4% dos que não têm dizem conhecer. Em seguida, aparecem as ações, que são conhecidas por 36,1%, os fundos de investimento (33,9%), os CDBs (25,0%) e o Tesouro Direto (19,8%). Entre aqueles que conhecem essas modalidades, mas não têm o costume de utiliza-las, 21,1% dizem não conhecer a fundo, o que os deixa inseguro; 20,6% dizem não saber como fazer, e 19,5% dizem estar acostumados com modalidades mais tradicionais, além de 15,6% que consideram arriscado.

Os poupadores de recursos que optam por deixá-los em casa elencaram suas razões. A questão da liquidez, isto é, facilidade para dispor do dinheiro quando precisar, pesa nessa decisão. Também se destacam a percepção de que não vale a pena deixar pouco dinheiro em banco, a desconfiança com as instituições financeiras e a ausência de conta em banco. Para Kawauti, a caderneta de poupança é algo que deve ser considerado como opção aos recursos mantidos em casa. “Os principais destinos das reservas mostram que o brasileiro não quer os recursos longe do alcance das mãos. Essa pode não ser a melhor escolha caso os investimentos sejam de médio e longo prazo, pois o consumidor perde na rentabilidade, além de estar mais suscetível aos apelos do consumo. Se a reserva visa a um

58,1% 23,1% 10,4% 8,1% 6,9% 5,8% 5,0% 2,3% 1,9% Caderneta de poupança Em casa Fundos de investimento Previdência Privada Tesouro direto Prefiro não responder CDB LCI/LCA Ações em bolsa de valores

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objetivo de curto prazo, a poupança é melhor do que manter em casa. Por mais, que rendimento não seja tão alto, é maior do que zero”, diz.

Quase a metade (45,4%) dos brasileiros que constituem reserva financeira disseram que precisaram sacar ao menos parte dos recursos em julho, sendo que 11,5% retiraram para pagar dívidas, uma estratégia que é correta se os juros da dívida em questão forem maiores que o rendimento da aplicação. Além desses, 10,4% mencionam despesas extras e 9,6% mencionaram as despesas da casa. Os imprevistos foram citados por 7,3%. Esse último caso exemplifica e importância da reserva, cuja finalidade, entre outras, é proteger o consumidor contra imprevistos. Na falta desses recursos, os que sacaram das reservas para fazer frente a eventos não previstos teriam que recorrer ao crédito, em condições normalmente não vantajosas para o seu bolso.

Metodologia

A pesquisa abrangeu 12 capitais das cinco regiões brasileira, a saber: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. Os dados foram coletados via web e presencialmente entre os dias 2 a 17 de abril de 2017. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Referências

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