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cw, - 4R 4 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DO DES. MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

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o° f 1 • . . cw, -4R 4 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GABINETE DO DES. MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL N° 076.2005.000.048-8/001

RELATOR Eduardo José de Carvalho Soares - Juiz Convocado

APELANTE : Lúcia Barbosa Gonçalves da Silva - Adv.: José Silveira Rosa e outro

APELADOS : Manoel Andrade da Silva e outros - Defensor: Walmir Onofre Honório

(410

EMENTA. ORDINÁRIA DE NULIDADE. Incapacidade. Interdição. Sentença declaratória. Irrelevância. Estado de fato. Constatação clarividente. Negócio jurídico gratuito. Senilidade associada a provas testemunhais e laudos médicos. Patologia mental demonstrada. Celebração contemporânea à incapacidade. Regime de separação obrigatória de bens. Doação. Subversão do regime legal de bens. Nulidades insuperáveis. Manutenção da Sentença. Desprovimento do apelo.

- "Interdição de paciente após a celebração de ato jurídico que se pretende (imitar. Irrelevância. É que a sentença que decreta a interdição não cria a incapacidade, apenas a declara, e pode ser ela data bem anterior à prática do ato averbado de nulo em razão da incapacidade"(RT 675/177)

- A senilidade, associada a provas testemunhais e documentais é apta a demonstrar o estado de incapacidade do doador, à época da celebração do negócio jurídico. Por consectário, a incapacidade do agente vicia a doação, restando inexorável à \ o decretação de sua nulidade.

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2 ,

. •

- Estabelecido legalmente o regime de separação

obrigatória de bens, qualquer negócio jurídico tendente a subverte-lo padece de nulidade, cuja decretação é imperiosa, inclusive de ofício, se necessário.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos acima identificados.

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ACORDA a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da

Paraíba, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, por unanimidade.

AO RELATÓRIO

Trata-se de apelação interposta por LÚCIA BARBOSA

GONÇALVES DA SILVA (ff. 186/193), hostilizando a sentença (ff. 179/183)

prolatada pela Juíza de Direito da Comarca de Gurinhém, que julgando procedente pedido formulado em sede de Ação Ordinária de Nulidade, promovida por .

MANOEL ANDRADE DA SILVA E OUTROS, determinou a anulação da

escritura de doação feita por José Andrade da Silva em seu benefício.

,

Inconformada, a apelante alega que a atrofia cerebral que acometia seu esposo, à época da doação, era compatível com a sua idade, e, portanto, não lhe retirava o discernimento. Em conseqüência, a doação p ior ele

efetuada não padece de qualquer vício. 11

e. • I

Contra-razoando (ff. 194/196), os recorridos pugnaram pela manutenção da sentença, in toiwn.

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A Procuradoria de Justiça emitiu' --parecer (ff. 201/203) opinando pelo desprovimento do recurso.

É o relatório. . 9 VOTO: wçst' 1 1 08/0

*4-çç Da análise do pedido consignado na inaugural, vislumbra-se

que a recorrente tenciona a reforma da sentença originária para considerar válida a escritura de doação de 03 ha (três hectares) de terra, localizados na Granja Desvio, Município de Caldas Brandão, Comarca de Gurinhém (fls. 19/24), levada a cabo -por sbu falecido esposo, José Andrade da Silva, em seu benefício, haja vista que à

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e

3 época da celebração do negócio jurídico o donatário gozava de discernimento e livre disposição de seus bens.

Rechaçando a pretensão da apelante, aduzem os apelados que as provas testemunhais, somadas aos laudos de fls. 17 e 178, ratificam a incapacidade do doador e o acerto da decisão prolatada no juízo a quo.

Sem mais tardança e ultrapassados, an passai!, os aspectos fáticos, entendo que a sentença guerreada merece ser mantida, sem qualquer retoque.

fr

Prima facie, importa esclarecer que a sentença de interdição,

para a doutrina majoritária, tem natureza declaratória, ou seja, apenas "declara" uma situação preexistente. Não é outra a lição da jurisprudência, in verbis:

(1 "Interdição de paciente após a celebração de ato jurídico que se pretende anular. Irrelevância. É que a sentença que decreta a interdição não cria a incapacidade, apenas a declara, e pode ser ela data bem anterior à prática do ato averbado de nulo em razão da

incapacidade".(RT 675/177)(Des tacad o)

Estabelecida esta premissa, conclui-se que a incapacidade é um estado de fato, atestado clinicamente e, igualmente, visível aos olhos da sociedade em que se insere o incapaz, independentemente da existência de sentença que a declare.

-Nessa perspectiva e tendo em conta que à legislação civil

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fulmina de' nulidade os negócios jurídicos celebrados por agente incapaz,

necessário perscrutar, . , in casu, se o doador, à época da doação, detinha capacidade para faze-lo.

Com efeito, os elementos carreados ãos autos, sobremaneira à prova testemunhal (fls. 154/160), bem como os laudos de fls. 17 e 178, indicam que o doador portava patologia mental que o incapacitava para tal ato.

Ademais, em que pese não ser fator decisivo, a avançada idade do doador (90 anos) o tornava mais suscetível à captação de vontade, consoante oportunamente aduziu o Ministério Público (fls. 201/203). Acresça-se a isso uma constatação fática imprescindível, qual seja, a apelante separou-se do doador pouco tempo depois de lavrada à escritura, conforme se extrai do seu depoimento (fls. 147).

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Nessa perspectiva, o arcabouço probatório coligido aos autos induz a conclusão que José Andrade da Silva, genitor dos apelados, não detinha discernimento para entender o negócio jurídico que celebrava - doação -, tendo sido induzido a fazê-lo, provavelmente, pela beneficiária, ora apelante. Portanto, ,

evidencia-se existir nulidade insuperável, fulminando de nulidade o negócio celebrado.

A propósito, é essa a orientação da doutrina civilista, no escólio de Silvio de Salvo Venosa:

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"A senilidade, por si só, como vimos não é motivo de incapacidade, a menos que venha acompanhada de estado mental patológico. No exame do caso concreto, deve ser avaliado se o agente, independentemente de sua idade, tinha capacidade de

(40 entender o negócio jurídico."(In: Direito Civil, 3' ed.

Parte Geral, pág. 176) (Grifei)

Ressalte-se ainda, que além desta, sobejam razões a nulificar a doação. Com efeito, tendo a apelante contraído matrimônio com José Andrade da Silva quando este já contava com 70 (setenta) anos de idade (fls. 16), quedou-se ao regime de separação obrigatória de bens, imposto pelo art. 258, parágrafo único, inciso II, do Código Civil de 1916, vigente àquela época. Em conseqüência, a doação efetuada, indiretamente, subverteria esse regime de bens, infringindo disposição legal, apreciável de ofício.

A título de ilustração, colaciono aresto do Superior Tribunal de Justiça:

• •

. ,

"DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA

I-DO MAGISTRAI-DO DESIGNAI-DO EM PORTARIA DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA AUXILIAR EM VARA CÍVEL. POSSIBILIDADE DE PROFERIR SENTENÇA DURANTE AS FÉRIAS FORENSES, APESAR DE DESIGNADO PARA EXERCER SUAS FUNÇÕES EM VARA DIVERSA. CONVAL1DAÇÃO POR PORTARIA SUPERVENIENTE QUE DETERMINA SEU RETORNO COMO AUXILIAR DA ANTERIOR VARA CÍVEL. DIREITO CIVIL.

OS

(.

REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS.

1/

SEXAGENÁRIO. ART. 258, INCISO 11 DO

CÓDIGO CIVIL. DOAÇÃO DE IMÓVEL AO -* t 'Se

(5)

e

5

CÔNJUGE. VIOLAÇÃO DE NORMA DE ORDEM PÚBLICA. NULIDADE. SIMULAÇÃO DE COMPRA E VENDA. CONTRATO DISSIMULADO DE DOAÇÃO. VÍCIO SOCIAL. ART. 104 DO CÓDIGO CIVIL. LEGITIMIDADE DO DOADOR, SEXAGENÁRIO, EM VIRTUDE DE DISPOSIÇÃO LEGAL DE NATUREZA PROTETIVA. FALTA DE

CAPACIDADE ATIVA PARA PROCEDER À

DOAÇÃO. AUSÊNCIA DE REQUISITO DE VALIDADE DO ATO JURÍDICO. (...)

- Viola o art. 258, inciso II do Código Civil a disposição patrimonial gratuita (simulação de contrato de compra e venda, encobrindo doação) que importe comunicação de bens não adquiridos por esforço comum, independente da natureza do negócio jurídico que importou em alteração na titularidade do bem,. porque é obrigatório, no casamento do maior de sessenta anos, o regime obrigatório de separação quanto aos bens entre os cônjuges. (...)

- Há possibilidade jurídica no pedido de supressão da doação, ainda que esta não tenha sido feita por escritura pública, porque a causa de pedir é a invalidade do negócio jurídico que importou em transferência gratuita de bem imóvel, e, em conseqüência, de todos os atos que o compõem, violadores do regime obrigatório de separação de bens do sexagenário. O fundamento jurídico da nulidade do contrato que importou em disposição

(

patrimonial é o distanciamento, a burla, a

contrariedade do regime do art. 258, II do Código , Civil. (REsp 260.462/PR, Rel. Ministra NANCY

ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17.04.2001, DJ 11.06.2001 p.205) (Grifado)

Tecidas essas considerações e respectivos fundamentos, estendo que o juízo a quo bem sopesou os fatos e aplicou o direito, devendo ser mantida integralmente a sentença guerreada.

Ante o exposto e em consonância com o parecer do Ministério público, NEGO PROVIMENTO à apelação para manter a sentença, in totum.

É como voto.

N2.

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6 •

Presidiu à Sessão a Exma. Desa Maria de Fátima M. Bezerra Cavalcanti. Participaram do julgamento, além do Relator, Dr. Eduardo José de Carvalho Soares, Juiz convocado para substituir o Des. Marcos Cavalcanti de Albuquerque, a Exma. Desa Maria de Fátima M. Bezerra Cavalcanti e o Exmo. Juiz Carlos Neves da Franca Neto, Juiz convocado para substituir o Des. Manoel Paulino da Luz.

Presente ao julgamento a Exma. Dra. Dinalba Araruna Gonçalves, Procuradora de Justiça.

Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível, do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, João Pessoa, 24 de julho 2007.

411 JUIZ CONVOCADO EDUARDO JOSÉ DE CARVALHO SOARES

RELATOR

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