INSTITUTOFEDERAL DEEDUCAÇÃO, CIÊNCIA ETECNOLOGIA
RIOGRANDE DONORTE Disciplina: Análise de Alimentos
Umidade, Sólidos Totais e Cinzas
Proª. Me. Dayana do Nascimento Ferreira
Currais Novos, Novembro de 2015.
INTRODUÇÃO
Composição centesimal Alimento Fonte de energia
Fonte de nutrientes
As características depende do conjunto das moléculas que o compõe.
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
Proporção em que aparecem em 100g do produto,
grupos homogêneos de substâncias que constituem o alimento. Água, Cinzas, Proteínas, Lipídios, Fibras Carboidrato Análise físico-química da composição (g)
Analisa-se o conteúdo destes componentes em 100g ou 100ml do alimento.
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL
Em alguns produtos, o teor de carboidratos é calculado
pela diferença entre 100 g e os teores dos outros constituintes em gramas.
U
MIDADE E
UMIDADE
É uma das medidas mais importantes e utilizadas na análise de alimentos.
ESTABILIDADE, QUALIDADE E COMPOSIÇÃO
A umidade pode afetar
ESTOCAGEM, EMBALAGEM E PROCESSAMENTO
ALIMENTO UMIDADE
Produtos lácteos fluidos 87%-91%
Leite em pó 4% Queijos 40%-75% Manteiga 15% Creme de leite 60%-70% Sorvetes 65% Margarina e maionese 15% Molhos de salada 40% ALIMENTO UMIDADE Frutas 65%-95% Vegetais 66% em média Carnes e peixes 50%-70% Cereais abaixo de 10% Macarrão 9%
Pães e produtos de padaria 35%-45%
Açúcar 1% ou menos
Ovos 74%
SÓLIDOS TOTAIS
São obtidos pela diferença entre o peso total da amostra e o conteúdo de umidade.
DIFICULADADES ENCONTRADAS NA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE
Separação incompleta da água do produto. Decomposição do produto com formação
de água além da original.
Perda das substâncias voláteis do alimento que serão computadas com peso em água.
A água que será efetivamente medida
Método analítico empregado
Vai depender
Somente a água livre é medida com certeza em todos os métodos.
Resultado da medida de umidade: deve ser acompanhado do método utilizado e das condições empregadas, como tempo e temperatura.
METODOLOGIA
MÉTODOS POR SECAGEM
Secagem em estufas
Secagem por radiação infravermelha
Secagem em fornos de microondas
Secagem em dessecadores
MÉTODOS POR DESTILAÇÃO MÉTODOS QUÍMICOS
MÉTODOS FÍSICOS
MÉTODOS POR SECAGEM
SECAGEM EM ESTUFASMétodo mais utilizado em alimentos
Remoção água por aquecimento, sendo o ar quente absorvido por uma camada muito fina do alimento e então conduzido para o interior por condução.
Condutividade térmica dos alimentos é baixa. Método lento.
6 a 18 horas entre 100oC e 102oC, ou até peso constante.
LIMITAÇÕES
Evaporação por um determinado tempo:
remoção incompleta da água.
Evaporação até peso constante: superestimação
da umidade por perda de substâncias voláteis ou por reações de decomposição.
A EXATIDÃO DO MÉTODO É INFLUENCIADA POR VÁRIOS FATORES
Temperatura de secagem
Umidade relativa e movimentação do ar dentro da estufa
Tamanho das partículas e espessura da amostra Construção da estufa
Número e posição das amostras da estufa Formação de crosta seca na superfície da amostra Material e tipo de cadinhos
TEMPERATURA DA ESTUFA
Estufa normal:um pouco acima de 100 oC Estufa a vácuo:~ 70 oC (preserva a amostra e
evita a formação de crosta na superfície)
PARTÍCULA DOS ALIMENTOS Menor espessura possível
ESTUFAS
Simples, simples com ventilador e a vácuo
Maior em cadinhos de alumínio do que de vidro e porcelana, maior em cadinhos rasos
do que fundos e maior com estufas com ventilação.
Deve ser feita somente após de ser esfriada completamente no dessecador. VELOCIDADE DE EVAPORAÇÃO
PESAGEM
LIMITAÇÕES DA SECAGEM EM ESTUFA
Não serve para amostras com alto teor de substâncias
voláteis (Ex: condimentos);
Pode haver variação de até 3ºC nas diferentes partes
da estufa;
Produtos com alto teor de açúcar e carnes com alto teor
de gordura devem ser secos em estufa à vácuo;
Alimentos que contenha açúcares redutores e proteínas
podem sofrer escurecimento por reação de Maillard, com formação de compostos voláteis (CO2, compostos cabonílicos, furaldeído, hidroximetifurfural)
SECAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA É mais efetivo e envolve a penetração do
calor dentro da amostra.
Encurta o tempo de secagem em até 1/3 do total. Lâmpada de radiação infravermelha com
250 a 500 watts. Cujo filamento desenvolve uma
temperatura entre 700 oC.
A distância entre a lâmpada e amostra – ~10cm (Para não haver decomposição da amostra).
Tempo de secagem: 20 minutos para produtos
cárneos e 10 minutos para grãos.
Peso da amostra: 2,5 e 10 g, dependendo do
conteúdo de água.
Equipamentos: balança com leitura direta do
DESVANTAGEM:
Processo lento por secar uma amostra de cada vez.
Repetibilidade não muito boa:
variação de energia elétrica durante as medidas.
SECAGEM EM FORNOS DE MICROONDAS
Método novo e muito rápido, porém não é um método padrão.
Energia do microondas:
Radiação eletromagnética entre 3 Mhz e 30.000 Ghz.
Mecanismos de um material dielétrico:
Rotação dipolar e polarização iônica.
Quando uma amostra úmida é exposta à radiação de microondas, moléculas com cargas elétricas dipolares, tais como a água, giram na tentativa de
alinhar seus dipolos com rápida mudança do campo elétrico.
Fricção resultante: calor, que é transferido para moléculas vizinhas.
MICROONDAS:aquece o material mais rapidamente e mais seletivamente.
Distribuição uniforme do calor na superfície e no interior do alimento.
Facilita a evaporação e evita a formação de crosta na superfície.
A amostra deve ser misturada com cloreto de sódio (evita que a amostra seja espirrada para fora do cadinho) e óxido de ferro (absorve fortemente a radiação de microondas, acelerando a secagem).
Método bastante rápido e simples.
Grande vantagem:poder da energia radiante e o tempo de secagem podem ser
calibrados para os diferentes tipos e quantidades de amostra.
SECAGEM EM DESSACADORES
São utilizados com vácuo e compostos químicos absorventes de água.
Secagem a temperatura ambiente: muito lenta e alguns casos pode levar meses.
ATIVIDADE Pesquisar sobre os métodos:
Por destilação Métodos químicos
Métodos físicos
C
INZAS
C
INZAS E CONTEÚDO MINERALResíduo inorgânico que permanece após a queima da
matéria orgânica, que é transformada em CO2, H2O e
NO2
A cinza é constituída principalmente de: grandes quantidades: K, Na, Ca e Mg; pequenas quantidades: Al, Fe, Cu, Mn e Zn; traços: I, F e outros elementos.
Os minerais se apresentam na cinza sob a forma de
óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos e cloretos
Alguns minerais podem ser perdidos por volatilização como: Carbonato de potássio (900ºC) Carbonato de sódio (900ºC) Hg (100-550ºC) Cd (>450ºC) Zn e Pb (300 – 1000ºC) COMPOSIÇÃO DA CINZA
Ca – Produtos lácteos, cereais, nozes, alguns peixes e
certos vegetais.
P – produtos lácteos, grãos, nozes carnes, peixes, aves,
ovos e legumes.
Fe – grãos, farinhas, cereais assados e cozidos, nozes,
carnes, aves, frutos do mar, peixes, ovos e legumes.
Na – sal (principal fonte), produtos lácteos, frutas,
cereais, nozes, carnes, peixes, aves, ovos e vegetais.
Mg – nozes, cereais e legumes. Cu – frutos do mar, cereais e vegetais.
S – alimentos ricos em proteínas e alguns vegetais. Co – vegetais e frutas
Zn – frutos do mar e em pequenas quantidades em
todos os alimentos.
Variação do conteúdo de cinzas totais nos alimentos:
Cereais: 0,3 – 3,3% Produtos lácteos: 0,7 – 6,0%
Peixes e produtos marinhos: 1,2 – 3,9% Frutas frescas: 0,3 – 2,1%
Vegetais frescos: 0,4 – 2,1% Carnes e produtos cárneos: 0,5 – 6,7% Aves: 1,0 – 1,2%
Nozes: 1,7 – 3,6%
Óleos e gorduras: 0% (óleos e gorduras vegetais) – 2,5% (manteiga e margarina)
Leguminosas: 2,2 – 4,0% Açúcares e xaropes: 0,0 – 1,2%
Determinação dos constituintes minerais pode ser dividida em duas classes:
1. Determinação de cinza (total, solúvel e insolúvel); 2. Determinação dos componentes individuais da cinza.
Importância:
o Cinza total: é indicativo de várias propriedades
o Índice de refinação para açúcares e farinhas; nos açúcares uma cinza muito alta dificultará a cristalização e descolorização. Na farinha, a quantidade de cinza influirá na extração.
o É um parâmetro útil para verificação do valor nutricional de alguns alimentos e rações.
Cinza total
Cinza seca
Pesar amostra em cadinho
Incinerar a amostra em bico de bunsen e em mufla (500 -600ºC);
Cinza pronta (não deve existir nenhum resíduo preto de matéria orgânica);
Colocar em dessecador, esfriar e pesar;
A diferença entre o peso do conjunto e o peso do cadinho fornece a quantidade de cinza na amostra.
Preparação da amostra
Os pesos de amostra variam com o conteúdo de cinzas dos produtos:
• Cereais, queijos e leite: 3 – 5 g; • Açúcar, carne, legumes, vinho: 5 – 10 g; • Sucos, frutas frescas, frutas enlatadas: 25 g; • Geléia, xarope, doce em massa: 10 g.
Amostras líquidas ou úmidas devem ser secas em estufa antes da determinação. Costuma-se usar a amostra que foi utilizada para a determinação de umidade.
Produtos ricos em material volátil e gorduras Aquecer vagarosamente
Evitar o excesso de chama Perdas por arraste
Queijo gorduroso: adicionar algodão com teor de cinza conhecida para evitar respingos;
Manteiga: extrair a gordura antes da incineração;
Produtos açucarados: formam espuma, adicionar vaselina ou azeite de oliva em pequenas quantidade.
Preparação da amostra
Temperaturas de incineração na
mufla
525ºC: frutas, carnes, produtos açucarados, vegetais 550ºC: cereais, lácteos (exceção da manteiga – 500ºC) 600ºC: grãos e ração
Tempo de incineração
Varia com o produto e com o método Especificação somente para grãos e ração (2 horas) Demais produtos: a carbonização termina quando o material
se torna completamente branco ou cinza e peso constante Quando o tempo está muito prolongado - molhar e reaquecer
até aparecer uma cinza branca.
Pode-se acelerar o processo com adição de glicerina, álcool e oxidantes químicos
Cinza úmida
É utilizada na determinação de elementos em traços – que podem ser perdidos na cinza seca e de metais tóxicos
Digestão com ácidos
Ácido sulfúrico: não é um oxidante muito forte e a decomposição pode demorar, mas pode acelerar o processo com a adição do sulfato de potássio (aumenta o PE do ácido) Ácido nítrico: bom oxidante, mas pode evaporar antes da completa oxidação e também podem formar óxidos insolúveis.
Mistura de ácidos
Cinza seca X Cinza
úmida
Cinza seca:
• Determinação de cinza total, solúvel e insolúvel em água e insolúvel em ácido;
• Processo lento;
• Maior volatilização em temperaturas altas; • Pode usar amostras grandes.
Cinza úmida:
• Determinação da composição individual da cinza; • Mais rápida;
• Reagentes muito corrosivos;
• Necessidade de brancos para os reagentes; • Não serve para amostras grandes.
Análise dos elementos
individuais
A cinza obtida por via úmida está pronta para ser utilizada para análise individual
Métodos: absorção atômica emissão de chama colorimetria turbidimetria titulometria
CINZA SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ÁGUA
Juntar 25 ml de água ao
cadinho;
Cobrir com vidro de
relógio e aquecer até fervura;
Filtrar num papel sem
cinzas e lavar com água quente;
Carbonizar o papel de
filtro com o resíduo;
Deixar esfriar e pesar
A cinza pesada é a cinza
insolúvel, e a cinza solúvel será a diferença entre a total e a insolúvel
Dúvidas