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IMPLICAÇÕES DA FISCALIDADE NA DECISÃO DE INVESTIMENTO PELAS EMPRESAS – ABORDAGEM DAS FINANÇAS EMPRESARIAIS

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TRABALHO DE AVALIAÇÃO

HARMONIZAÇÃO FISCAL EUROPEIA:

IMPLICAÇÕES DA FISCALIDADE NA DECISÃO DE INVESTIMENTO

PELAS EMPRESAS – ABORDAGEM DAS FINANÇAS

EMPRESARIAIS

Pós-Graduação em Finanças e Fiscalidade

Instituto de Investigação e Serviços da

Faculdade de Economia da Universidade do Porto

1º Ciclo de avaliação – Harmonização Fiscal Europeia

Autor: Nuno Miguel Mendes Morujão

(2)

ÍNDICE

Considerações introdutórias ... 3

Enquadramento Macroeconómico ... 3

Decisões de Investimento ... 4

Decisões de Financiamento ... 4

Decisão global de Investimento e Financiamento ... 5

Análise da fiscalidade ao nível da União Europeia e seu impacto na decisão global de investimento e

financiamento ... 5

Estratégia geral da UE relativa à Fiscalidade das Empresas ... 6

Avaliação genérica da Harmonização Fiscal existente ... 7

Análise da Evidência Empírica ... 9

Taxa geral de tributação ... 9

Incentivos e Benefícios Fiscais ... 11

Regras anti-abuso de Preços de Transferência ... 11

Tributação de dividendos (na esfera da UE e face ao exterior – EUA) ... 12

Mais e menos-valias ... 13

Subsídios ao Investimento ... 14

Off-Shores e Zonas Francas ... 14

Efeitos verificados ao nível dos fluxos de Investimento Directo do Estrangeiro nos EM ... 15

Síntese e conclusões ... 18

Bibliografia ... 20

Apêndices ... 21

1 – Evolução das taxas globais de Imposto sobre o Rendimento nos EM da EU (1997 a 2004) ... 22

2 – Ordenação das taxas globais de Imposto sobre o Rendimento nos EM da EU (2004) ... 23

3 – Incentivos e Benefícios fiscais existentes nos 10 novos EM da UE ... 24

4 – Preços de Transferência em alguns EM (OCDE) ... 25

5 – Síntese da tributação dos Dividendos ... 26

6 – Resumo de Subsídios ao Investimento nos EM ... 28

7 – Legislação nacional que identifica Paraísos Fiscais (2004) ... 29

8 – Evolução do Investimento nos EM em % do PIB ... 30

(3)

Considerações introdutórias

Enquadramento Macroeconómico

Tendo a política monetária sido afastada, no seio da União Económica e Monetária, do plano nacional para a esfera do Banco Central Europeu, aos Governos dos países da União Europeia (UE) resta apenas a política orçamental/fiscal como instrumento de condução da respectiva economia.

Contudo, ainda que a definição da política orçamental seja da responsabilidade exclusiva do Governo de cada Estado-Membro (EM), na prática, estes vêem a sua actuação balizada pelas imposições constantes do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), nos termos do qual se estipula a obrigatoriedade do cumprimento de determinados critérios, sob pena de aplicação de sanções aos EM faltosos: citando apenas os mais relevantes para efeitos desta análise, (i) Défice orçamental (até 3% do PIB), e (ii) Dívida pública (até 60% do PIB).

A este respeito salienta-se que, uma vez que a evolução da dívida pública resulta em grande medida do défice, a actuação dos Governos é quase exclusivamente condicionada pela evolução do primeiro dos indicadores referidos; ou seja, pela conjugação do crescimento do PIB com a evolução do saldo orçamental, este último entendido como a diferença entre a receita e a despesa da execução orçamental nacional.

Como é sabido, a despesa orçamental tem-se revelado ao longo dos anos, em diversos países europeus, nos quais se inclui Portugal, extremamente rígida, pelo que o equilíbrio das finanças públicas tem passado mais pela adequação da evolução da receita à despesa, que o inverso.

A receita orçamental decorre, fundamentalmente, dos impostos suportados pelos agentes económicos, sendo o respectivo montante determinado, sobretudo, pelo enquadramento normativo e regulamentar definido pelo Governo em funções (nomeadamente, no que se refere às taxas de imposto aplicáveis e as correspondentes bases de incidência), e pelo crescimento da economia, aferido geralmente pela evolução do PIB.

Por sua vez, a evolução do PIB, que reflecte a “saúde” da economia – o seu crescimento ou recessão –, é influenciada pela política orçamental do governo quer directamente, através dos gastos públicos (a execução orçamental referida anteriormente) e do normativo fiscal imposto aos agentes económicos, quer indirectamente, pelas suas repercussões ao nível do Investimento Privado, e, em particular, no Investimento Directo Estrangeiro – IDE. Com efeito, antes do projecto Europeu, o Investimento Privado efectuado ao nível de cada EM dependia sobretudo da taxa de juro vigente nos mercados, decorrente da condução da política monetária pelos respectivos Bancos Centrais; porém, no actual contexto Europeu, essa política deixou de se encontrar à disposição de cada EM, pelo que a sua capacidade de influência sobre o investimento privado se encontra basicamente limitada à criação de condições de atractividade por via da política fiscal/orçamental. Condições essas que podem estar relacionadas com a tributação propriamente dita e/ou com Subsídios concedidos pelo Estado.

A política fiscal/orçamental tem ainda um impacto muito significativo na competitividade das empresas dos diferentes EM, na medida em que a tributação que sobre estas incide configura um custo inerente ao desenvolvimento da sua actividade, e como tal, pode influenciar a política de preços praticada e as margens obtidas.

Do exposto resulta que poderão existir diversos objectivos subjacentes à definição da política fiscal/orçamental por parte dos Governos dos diversos EM, a saber: a necessidade de assegurar um relativo equilíbrio orçamental, em razão do PEC; a tentativa de captação de IDE de modo a estimular o crescimento do PIB; o fomento da competitividade das empresas nacionais face às suas congéneres estrangeiras, designadamente, europeias, pela adopção de uma política fiscal concorrencial face aos restantes EM; a tentativa de influenciar o comportamento dos agentes económicos tendo em vista o alcance do interesse público; o uso da política orçamental em contra-ciclo (a título de estabilizador automático), entre outros.

É da atribuição de diferentes ponderações a cada um dos mencionados objectivos que resultam as significativas divergências encontradas ao nível da política orçamental e fiscal adoptada por cada um dos EM (cada qual situado no seu contexto sócio-económico específico), e que surgem as dificuldades em alcançar uma posição consensual quanto à harmonização fiscal na UE.

(4)

Perspectiva das Finanças Empresariais

Tipicamente os principais agentes investidores na economia são as Empresas. No âmbito das suas decisões de Investimento, as Empresas tomam em consideração vários factores: entre eles, e na perspectiva das Finanças Empresariais, o risco, o retorno esperado, e em última análise, o valor que criam para si mesmas e seus accionistas. Por outro lado, há também a considerar, complementarmente, as decisões de Financiamento, as quais consideram nomeadamente o Custo de Capital e correspondente Estrutura de Capital, e a Política de Dividendos.

Conforme exposto em seguida, nem sempre essas decisões podem ou devem ser analisadas de forma autónoma e independente… nomeadamente atendendo à política orçamental e à fiscalidade aplicável em cada EM.

Decisões de Investimento

De uma forma geral, as decisões de Investimento das Empresas baseiam-se na análise do Valor gerado pelos respectivos Investimentos. Esse valor depende, para além da taxa de retorno exigida1 pelos accionistas, dos cash-flows gerados pelo projecto, quer estejam relacionados com o desenvolvimento da actividade, quer eventualmente associados ao Valor Residual.

Ao nível desses cash-flows, assume importância, por um lado, a taxa do Imposto sobre os Rendimentos aplicável ao Resultado Tributável apurado no âmbito da actividade desenvolvida, e, por outro, a tributação de mais e menos-valias no que respeita ao Valor Residual. Contudo, não são apenas estes os aspectos da tributação relevantes para efeitos das decisões de investimento.

De facto, atendendo aos diferentes normativos fiscais existentes nos EM, e de forma a contornar assimetrias desfavoráveis, os grupos económicos utilizavam com frequência a transferência de resultados para as jurisdições onde aqueles fossem menos tributados, como forma de optimizar a carga fiscal, e consequentemente, maximizar os cash-flows e o valor dos grupos. Deste modo, o efeito da tributação sobre os cash-cash-flows gerados pela actividade era reduzido, já que os mesmos eram transferidos para onde mais conviesse.

Para o efeito, adoptavam formas que não traduziam a substância das transacções, mas sim aquelas que se revelassem mais convenientes do ponto de vista fiscal. Perante essa realidade, foram criadas regras anti-abuso, nomeadamente as de Preços de Transferência, que visam eliminar ou minimizar esse tipo de situações. Desde que existem essas regras, e são minimizadas essas transferências abusivas de resultados, a fiscalidade e as referidas assimetrias, têm vindo a assumir maior relevância, para os cash-flows decorrentes da actividade desenvolvida.

Por outro lado, considerando as regras que delimitam o conceito de Estabelecimento Estável2 e a Extensão da Obrigação do Imposto, é (ou pretende-se que seja, virtualmente) indiferente a forma como é realizado o investimento: por constituição de sociedade residente, ou por criação de estabelecimento estável. Adicionalmente, perante investimentos de entidades não residentes, haverá ainda eventuais implicações fiscais a considerar, no que respeita à Dupla Tributação Internacional associada aos pagamentos efectuados a partir do país de acolhimento do investimento para o de origem, e correspondentes retenções na Fonte, porventura reduzidos ou eliminados por via de Convénios para Evitar a Dupla Tributação.

Finalmente, há a considerar determinados Benefícios Fiscais concedidos às Empresas, que visam diferentes objectivos específicos (desde o emprego, à captação de tecnologias diferenciadas, ao estímulo à inovação, à renovação e modernização de equipamentos, incentivos à interioridade, etc.), mas que têm em comum a diminuição da carga fiscal, e como consequência beneficiam os cash-flows da actividade desenvolvida.

Decisões de Financiamento

Ao nível da Estrutura de Capital e correspondente Custo de Capital, a questão que se coloca é quanto ao Financiamento por recurso a Capitais Alheios ou a Capitais Próprios, já que a tributação associada aos encargos que a Empresa suporta relativamente a estes diferentes Capitais é diferente. Em concreto, os juros que a Empresa paga (por recurso a Capitais Alheios) são, regra geral, uma despesa fiscal dedutível, enquanto que os Dividendos e os Lucros retidos não o são. Neste contexto, o recurso a Capitais Alheios afigura-se como preferível, por incorporar um benefício fiscal inexistente no que se refere aos Capitais Próprios. Não fosse o agravamento de custos associados a “Tensões Financeiras” inerentes aos aumentos de endividamento, seria pacífico que as Empresas se financiassem unicamente por recurso a Capitais Alheios.

(5)

Por outro lado, colocam-se ainda questões ao nível da transferência de ganhos das Empresas para os respectivos Accionistas (pessoas singulares ou colectivas):

Dupla Tributação económica: Por um lado, é relevante a tributação existente na esfera dos Accionistas relativamente aos lucros auferidos das Empresa, sob a forma de Dividendos;

Ganhos por dividendos versus Ganhos de Capital: Por outro lado, coloca-se a questão de diferentes formas de tributar dividendos, juros e mais-valias poderem conduzir a diferentes políticas de distribuição de dividendos, no sentido de maximizar a riqueza dos Accionistas.

De salientar ainda que, ao nível do financiamento por Capitais Alheios, poderão existir em diferentes EM, distintos Subsídios ao Investimento concedidos para determinados sectores de actividade ou tipos de Investimento.

Decisão global de Investimento e Financiamento

Conciliando os aspectos anteriormente mencionados, é possível concluir que, ao nível da decisão global de Investimento e Financiamento, os aspectos mais relevantes que se colocam ao nível da definição da política orçamental em geral, e da fiscalidade em particular, são os seguintes:

 Taxa geral de tributação;  Incentivos e Benefícios Fiscais;

 Regras anti-abuso de Preços de Transferência;

 Tributação de dividendos (na esfera da UE e face ao exterior – EUA3), Juros e Royalties;  Tributação de mais e menos-valias;

 Subsídios ao Investimento.

A título de sistematização da análise, os aspectos de tributação nos EM a analisar e a respectiva relevância para as decisões de Investimento e Financiamento, podem resumir-se como segue:

Análise da fiscalidade ao nível da União Europeia e seu impacto na decisão global de investimento e financiamento

Tendo por base as considerações expostas, procedeu-se no presente trabalho à análise da fiscalidade existente ao nível dos diversos EM da UE, por forma a determinar o seu impacto ao nível das decisões de investimento e financiamento na esfera das empresas, tendo-se optado pela análise da tributação directa relativamente aos aspectos específicos mencionados no ponto anterior, ainda que cientes de que esta não é a única forma de tributação a ter em consideração.

(6)

Para o efeito, a análise foi estruturado da seguinte forma:

 Análise da Estratégia da UE relativamente à Fiscalidade das Empresas;  Avaliação genérica da Harmonização Fiscal existente;

 Análise da Evidência Empírica;  Conclusões.

Estratégia geral da UE relativa à Fiscalidade das Empresas

Em 23 de Outubro de 2001, a Comissão adoptou uma comunicação intitulada “Para um mercado interno sem obstáculos fiscais - Estratégia destinada a proporcionar às empresas uma matéria colectável consolidada do imposto sobre as sociedades para as suas actividades a nível da EU”[COM (2001) 582]. O Conselho havia solicitado à Comissão que avaliasse a incidência das diferenças nos níveis de tributação efectiva das empresas dos EM na localização das actividades económicas e do investimento. Deveria igualmente identificar as disposições fiscais que constituíam obstáculos para as actividades económicas transfronteiriças no mercado interno e apresentar medidas para solucionar este problema. Nesse documento, a Comissão propôs nomeadamente:

 Alterar as actuais propostas de alargamento das directivas “fusões” e “sociedades-mãe/filiais” com vista a alargar a cobertura dos impostos e dos tipos de transacções abrangidos;

 Retirar a antiga proposta de directiva relativa à compensação trans-fronteiras das perdas e ganhos com vista à sua substituição;

 Elaborar uma comunicação sobre as convenções em matéria de dupla tributação com vista a adoptar um modelo comum à União Europeia;

 Obrigar as empresas que optaram pelo estatuto da sociedade europeia (SE) a aplicar a legislação fiscal a partir de 2004;

 Lançar um amplo debate e organizar uma conferência europeia sobre a fiscalidade das empresas, cujas conclusões seriam apresentadas num relatório em 2003.

Neste contexto, em 24 de Novembro de 2003, a Comissão adoptou uma comunicação intitulada “Um Mercado Interno sem obstáculos em matéria de fiscalidade das empresas: realizações, iniciativas em curso e desafios a ultrapassar” [

COM(2003) 726

final]. Nesta comunicação, a Comissão avalia as realizações da estratégia actual em matéria de fiscalidade das empresas, examinando os seus dois pilares: por um lado, as realizações concretas e orientadas e, por outro lado, os trabalhos a longo prazo relativos a “abordagens de conjunto”:

 No que diz respeito às iniciativas orientadas, exprime a sua satisfação pelos progressos encorajadores (tais como as propostas de melhoramento das directivas “sociedades-mães/filiais” ou “fusões” a fim de alargar o seu domínio de aplicação às SE), e expõe os projectos que deveriam conduzir em 2004 e 2005 (relativos às convenções contra a dupla tributação, à dedução dos prejuízos transfronteiras ou ainda ao alargamento do âmbito de aplicação da directiva relativa ao pagamento de Juros e Royalties às SE);

 Quanto ao aspecto “trabalhos a longo prazo”, a Comissão propõe a instauração de uma base de tributação comum à escala da União Europeia (rendimentos tributáveis). Por outras palavras, deseja que as empresas que desenvolvem actividades trans-fronteiras no seio da União Europeia sejam autorizadas a calcular o rendimento tributável do grupo com base em regras comuns e a estabelecer contabilidades separadas para efeitos fiscais (e, por conseguinte, a suprimir as eventuais incidências fiscais de transacções “intragrupos”). Actualmente, um grupo de sociedades deve estabelecer uma base de tributação distinta (rendimentos tributáveis) em cada Estado-Membro em que opera, com base nas regras fiscais em vigor no Estado-Membro em questão. Ao autorizar as empresas a aplicar um conjunto de regras comum, estas registariam uma redução considerável dos custos de conformidade resultantes da coexistência de 25 sistemas fiscais no seio do mercado interno, o que permitiria resolver os problemas levantados pelos preços de transferência no seio da União, autorizar a compensação dos prejuízos e uma consolidação global dos rendimentos e dos prejuízos à escala comunitária, simplificar muitas operações de reestruturação internacionais, evitar muitos casos de dupla tributação e eliminar muitas situações e restrições discriminatórias;

(7)

 A Comissão considera que se as empresas contabilizarem os seus rendimentos com base numa regra comum (as normas internacionais de informação financeira, anteriormente denominadas Normas Internacionais de Contabilidade), esta apresentação comum da rentabilidade poderia servir de ponto de partida para a criação de uma base de tributação comum à escala da União;

 Adicionalmente, a Comissão está a desenvolver esforços para a adopção de um mecanismo de repartição que seria necessário para determinar a matéria colectável entre os Estados-Membros;

 Por outro lado, a Comissão sugere o recurso a um projecto experimental de aplicação pelos Estados-Membros do princípio da “tributação segundo as regras do Estado de residência” no que diz respeito às pequenas e médias empresas.

Avaliação genérica da Harmonização Fiscal existente

A harmonização da fiscalidade, que permanece como símbolo da soberania nacional, continua a ser um assunto delicado devido à complexidade da matéria, mas igualmente pela necessidade de respeitar a regra da unanimidade no processo de aprovação das decisões.

Uma vez que o Tratado da EU não prevê disposições específicas no alinhamento dos impostos directos, a coordenação fiscal revelou-se especialmente difícil nesta matéria. Evidentemente que a fiscalidade directa deve respeitar as quatro liberdades previstas no Tratado (livre circulação de mercadorias, de pessoas, de serviços e de capitais), assim como o direito de estabelecimento das pessoas e das empresas. Todavia, alguns dos progressos realizados neste domínio constituem uma resposta parcial a situações específicas tais como a dupla tributação ou as actividades económicas transfronteiriças.

Assim, no domínio do imposto sobre os rendimentos, a evolução não foi tão significativa como seria desejável, ainda que tenha havido e continue a haver progressos4.

Inicialmente estavam em vigor apenas duas directivas e uma convenção, todas aprovadas na mesma reunião do Conselho, em 23 de Julho de 1990. Mais tarde, em 1 de Dezembro de 1997, o Conselho adoptou um “pacote fiscal”5 de medidas destinadas a lutar contra a concorrência fiscal prejudicial com o objectivo de imprimir um novo dinamismo à coordenação da fiscalidade a nível da União, tanto no que diz respeito às empresas como aos particulares.

O “pacote fiscal” foi a materialização da intenção de avançar no sentido da redução das distorções fiscais, nos termos do plano de acção a favor do mercado único e de estruturar os sistemas fiscais nacionais de forma mais favorável ao emprego. O objectivo deste pacote fiscal consistiu em lutar contra a concorrência fiscal prejudicial e eliminar algumas distorções no mercado único, bem como inverter a tendência que se verificava de agravamento da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, tornando assim os regimes fiscais menos desfavoráveis aos trabalhadores. O seu objectivo não consistiu em aumentar os impostos, o que prejudicaria a competitividade internacional da União, nem em dar início a um processo de harmonização fiscal global, o que seria incompatível com o princípio da subsidiariedade.

Essa comunicação incluiu três tipos de medidas:

 Um Código de conduta em matéria de tributação das empresas que, dispondo de um mecanismo de acompanhamento, seria analisado após dois anos de aplicação;

 Elementos conducentes a uma aproximação em matéria de tributação dos rendimentos da poupança (constituem a base de uma proposta de directiva que a Comissão apresentou em 20 de Maio de 1998);

 Um acordo para eliminar as retenções na fonte aplicáveis aos pagamentos de Juros e “Royalties” entre empresas (a Comissão apresentou uma proposta de directiva sobre este assunto em 4 de Março de 1998, a qual resultou actualmente na Directiva 2003/49/CE, de 3 de Junho).

No que se refere ao Código de conduta, em matéria de tributação das Empresas, trata-se de um instrumento não vinculativo no plano jurídico, com o objectivo de contribuir para evitar distorções económicas e uma erosão das matérias colectáveis na Comunidade. Os Estados-Membros comprometem-se a respeitar os princípios da concorrência leal e a abster-se de adoptar medidas fiscais prejudiciais. O código inclui procedimentos de avaliação e de acompanhamento.

(8)

A resolução relativa ao código de conduta contém uma definição das medidas potencialmente prejudiciais, tais como as medidas fiscais que prevêem um nível efectivo de tributação mais baixo, incluindo a taxa zero, do que os que se aplicam em geral nos Estados-Membros em questão. A Comissão propôs já uma classificação destes regimes em cinco rubricas:  Serviços “intragrupos”;

Serviços financeiros e de seguros e as sociedades “Off-shore”;  Outros regimes sectoriais específicos;

 Medidas de incentivo regional;  Outras actividades.

Deste modo, ao aprovar o código de conduta no domínio da fiscalidade das empresas, os Estados-Membros comprometeram-se a:

 Não introduzir novas medidas fiscais prejudiciais;

 Reexaminar as disposições existentes e práticas em vigor, alterando-as se necessário, com vista a eliminar o mais rapidamente possível as medidas prejudiciais, tendo em conta os debates do Conselho na sequência do procedimento de avaliação;

 Informar-se mutuamente das medidas fiscais que podem ser abrangidas pelo código e a acompanhar a comunicação das informações relativas a estas medidas;

 Promover a adopção de princípios destinados a eliminar as medidas fiscais prejudiciais nos países terceiros e nos territórios em que o Tratado não é aplicável6.

O grupo, denominado “Grupo do Código de Conduta”, foi criado oficialmente no Conselho “Ecofin” de 9 de Março de 1998 com o objectivo de avaliar as medidas fiscais que podem ser abrangidas pelo âmbito de aplicação do código e de acompanhar a comunicação das informações relativas a estas medidas. O Grupo reúne, pelo menos, duas vezes por ano a alto nível, para estabelecer a orientação política dos seus trabalhos, podendo ser criados subgrupos para examinar questões específicas. Os trabalhos são confidenciais. As medidas prejudiciais deveriam, em princípio, ter sido suprimidas até 31 de Dezembro de 2002.

Relativamente a novas medidas, existe uma cláusula de “status quo”: os Estados-Membros abster-se-ão de introduzir novas medidas prejudiciais. O funcionamento do código será examinado pelo Conselho após um período de dois anos de vigência. A resolução inclui uma referência ao compromisso expresso da Comissão no que se refere às regras relativas aos auxílios estatais previstas no Tratado CE7: a Comissão publicará orientações quanto à aplicação das regras relativas aos auxílios estatais que tenham reflexos na fiscalidade das empresas. A Comissão comprometeu-se a aplicar mais rigorosamente as regras relativas aos auxílios estatais em questão, tendo em consideração os efeitos negativos dos auxílios estatais que vierem as ser identificados no decurso do processo de revisão.

Quanto ao acordo relativo a Juros e “Royalties” referido anteriormente, as retenções na fonte que incidem sobre os pagamentos de juros ou “Royalties” entre as Empresas, criam dificuldades aos operadores económicos que exercem actividades transnacionais. Com o objectivo de reduzir / eliminar essas dificuldades, foi aprovada, em 3 de Junho de 2003, uma Directiva relativa ao regime fiscal comum aplicável aos pagamentos de Juros e de “Royalties” efectuados entre sociedades associadas de Estados-Membros diferentes.

(9)

Evolução das taxas nominais de tributação na UE 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 EU 15 Eu +10 EU 25 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% Irelanda Chipre Letó nia Lituânia Hungria P o ló nia Rep. Eslo váca Eslo vénia Estó nia P o rtugal Suécia Rep. Checa Finlândia Dinamarca Grécia Reino Unido Luxemburgo P aíses B aixo s B élgica A ustria França Espanha M alta Itália A lemanha

Taxas de tributação dos EM em 2004

Fonte: KPMG Corporate Tax Survey (2004)

Fonte: KPMG Corporate Tax Survey's (1998 a 2004) Taxas gerais simplificadas

Taxas gerais simplificadas

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% UE 15

UE +10 UE 25

Taxa geral de tributação UE 2004

Análise da Evidência Empírica

Taxa geral de tributação

Apêndices 1 e 2

De acordo com Surveys da KPMG, generalizadamente temos vindo a assistir a uma diminuição das taxas gerais de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas por toda a Europa. Em alguns dos EM da anterior Europa dos 15, verificaram-se reduções muito significativas, entre 1997 e 2004, tais como o caso da Alemanha (de 50,8% para 38,3%), Irlanda (de 36% para 12,5%), Itália (de 53,2% para 37,3%) e Portugal (de 39,6% para 27,5%).

Por outro lado, ao nível dos 10 novos membros da EU, são de assinalar as diminuições verificadas ao nível da República Checa (de 39% para 28%) e Polónia (de 38% para 19%). De salientar, contudo, que existiram EM que não alteraram no mesmo período a sua taxa, tais como a Áustria (34%), e Espanha (35%) e a Suécia (28%).

Assim, em 2004 os EM situam-se da seguinte forma, no que diz respeito à taxa de tributação do rendimento das Empresas: Conforme se constata da análise do gráfico, as taxas gerais de tributação são significativamente inferiores nos recém chegados à UE face à Europa dos 15.

Contudo, não basta atender às taxas gerais de tributação que incidem sobre a respectiva base; importa analisar também as normas contabilísticas sobre as quais é aplicado o normativo fiscal dos EM, bem como algumas regras essenciais da legislação nacional. Para ilustrar a importância dessas particularidades, apresenta-se abaixo a síntese da análise efectuada a algumas das principais condições que em 2004 se verificam relativamente aos 10 novos EM:

(10)

EM Edifícios Intangíveis Equip. básico

Q. const. Q. const. Q. const. FIFO - Ilimitad.

20 12,5 10 -

-Q. degr. Q. const. Q. degr. CMd Aceite 5

30 6 6 -

-IFRS IFRS IFRS IFRS: IFRS

FIFO ou CMd

-Hungria Q. const. Q. const. Q. const. LIFO - Ilimitad.

25 12,5 14,5 -

-Letónia Q. degr. Q. const. Q. degr. CMd - 5

10 5 2,5 -

-Lituânia Q. const. Q. degr. Q. degr. LIFO Aceite 5

4 1,5 2,5 -

-Malta Q. const. Q. const. Q. const. FIFO - Ilimitad.

45 12,5 5 -

-Polónia Q. const. Q. const. Q. degr. FIFO Aceite 5

40 5 10 -

-Rep. Eslovaca Q. degr. Q. const. Q. degr. CMd Aceite 5

20 5 6 -

-Eslovénia Q. const. Q. const. Q. const. FIFO - 5

20 5 4 -

-Bélgica Q. const. Q. const. Q. const. FIFO ou LIFO Aceite Ilimitad.

25 n.d. 17,5 -

-Países Baixos Q. const. Q. const. Q. const. FIFO ou LIFO Aceite Ilimitad.

35 n.d.* 6,7 -

-Finlândia Q. const. Q. const. Q. const. FIFO - 10

18 3 4 -

-Áustria Q. const. Q. const. Q. const. FIFO ou LIFO - Ilimitad.

33 15** alema -

-França Q. const. Q. const. Q. const. FIFO ou CMd Aceite 5

n.d. 5 n.d. -

-Grécia Q. const. Q. const. Q. const. FIFO, LIFO ou CMd - 5

n.d. n.d. n.d. -

-Irlanda Q. const. n.d. Q. const. FIFO, LIFO ou CMd Aceite Ilimitad.

25 n.d. 8,5 -

-Itália Q. const. Q. const. Q. const. FIFO, LIFO ou CMd Aceite 5

n.d. 3*** n.d. -

-Suécia Q. const. Q. const. Q. const. FIFO Aceite Ilimitad.

30 4 4 -

-Dinamarca Q. const. Q. const. Q. degr. FIFO ou CMd Aceite 5

15 7 3 -

-Alemanha Q. degr. Q. const. Q. const. LIFO ou CMd Aceite Ilimitad.

50 vida útil**** 10 -

-Espanha Q. const. Q. const. Q. const. FIFO, LIFO ou CMd Aceite 10

40 10 15 -

-Luxemburgo Q. const. Q. const. Q. const. FIFO, LIFO ou CMd Aceite Ilimitad.

n.d. 10 n.d. -

-Portugal Q. const. Q. const. Q. const. / Q. degr. FIFO, LIFO ou CMd Aceite 6

37,5 3 8 -

-Reino Unido Q. const. Q. const. Q. const. / Q. degr. FIFO, LIFO ou CMd Aceite Ilimitad.

25 4 4 -

-* Goodwill não é necessariamente tributado ** Só obtive referência em relação ao Goodwill *** 10 anos para Goodwill

**** 15 anos para Goodwill

Fonte (EM da Europa de Leste): Company Taxation in the New EU Member States Survey on the Tax Regimes and Effective Tax Burdens for Multinational Investors (2004) - Ernst & Young Fonte (restantes EM): Commission of the European Communities – Company Taxation in the Internal Market – Ed. EC, 2001. {COM (2001) 582 final}.

Valorização das existências

Amortizações e Depreciações Prov. Créd. Cobr. Duvid. e

Passivos Conting.

Prejuízos fiscais reportáveis

Rep. Checa Chipre

Estónia Desnecessário, já que

os Res. Trans. estão isentos de Imposto

Conforme se constata, a Letónia e sobretudo a Lituânia permitem taxas de amortização e depreciação bastante agressivas. Por outro lado, é de assinalar a ausência de limite temporal à utilização de prejuízos fiscais em diversos EM. A propósito da base sobre a qual incidem as regras fiscais, convirá sublinhar que, na sequência do Regulamento (CE) 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho, relativo à aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade, e do Regulamento (CE) 1725/2003 da Comissão, de 21 de Setembro de 2003, que adopta certas Normas Internacionais de Contabilidade, nos termos do Regulamento anteriormente mencionado, aos poucos têm vindo a ser adoptados esforços no sentido de que sejam adoptadas regras contabilísticas comuns aos vários EM, sendo que

(11)

actualmente (a partir de 2005) só é obrigatória a preparação de contas de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade para as Demonstrações Financeiras consolidadas.

Incentivos e Benefícios Fiscais

Da análise aos Incentivos e Benefícios Fiscais que actualmente vigoram nos novos 10 EM (Apêndice 3), verifica-se que todos (com a excepção da Estónia) conceberam normativos que abarcam o estímulo, mais ou menos directo, e mais ou menos focalizado, ao Investimento.

Genericamente, os Benefícios fiscais identificados podem categorizar-se da seguinte forma:

 Em termos de redução do Resultado tributável (por via de Diferimentos de tributação, ou por redução da tributação – via majorações de certos encargos ou estímulo à criação de Reservas ao Investimento); ou,

 Em termos de redução da taxa efectiva de tributação (via reduções específicas de taxa ou a existência de períodos de carência, ou ainda,

 Pela diminuição das responsabilidades fiscais (com créditos fiscais ou abatimentos à colecta).

Assim, países como a Hungria, Malta e Eslovénia permitem a criação de Reservas ao Investimento, existindo ainda nos dois primeiros a majoração de encargos relacionados especificamente com a Investigação e Desenvolvimento.

De salientar a postura agressiva do Chipre, que prevê uma taxa de tributação do Imposto sobre o Rendimento de 4,25% para as Multi-nacionais, e os períodos de carência para novos Investimentos ou de Expansão (até que seja iniciada a tributação, situados genericamente entre 5 e 10 anos) verificados na República Checa, Lituânia, República Eslovaca. De salientar ainda que a Polónia prevê co-financiamento dos Investimentos por parte do Estado, até 50% das despesas consideradas elegíveis.

Quanto às diminuições de responsabilidades fiscais, a Hungria e Letónia contemplam no seu normativo a existência de Créditos de Imposto. Por outro lado, de sublinhar as Deduções à Colecta previstas na Letónia e Malta, entre 40 a 50% (respectivamente) dos montantes investidos.

Regras anti-abuso de Preços de Transferência

As regras relativas a Preços de Transferência assumem especial relevância nos Grupos económicos multi-nacionais, uma vez que estes, por se encontrarem presentes em diferentes países (os quais, como exposto neste trabalho ao nível da União Europeia, (ainda) são assimétricos relativamente à fiscalidade directa), existia e existe a tentação de proceder a transferência de resultados para jurisdições onde a tributação é, em termos globais, menor – ou pelo menos é-o relativamente a certas transacções específicas.

A este respeito, note-se que apesar de as regras Portuguesas de Preços de Transferência serem relativamente recentes (2002 de uma forma completa e aprofundada), o assunto é já há muito – anos 70 – estudado pela OCDE8.

Dado o significativo consenso internacional, os princípios e métodos aplicáveis, no âmbito dos EM, ao enquadramento e resolução das questões de preços de transferência são os resultantes do trabalho desenvolvido pela OCDE neste matéria, sendo o panorama geral nos EM semelhante ao existente nos restantes países da OCDE – ainda que o grau de profundidade e a existência de legislação específica reunida num único diploma, ou, em alternativa, diluída pela legislação geral, variem.

Sendo actualmente o Princípio fundamental das Regras de Preços de Transferência, o da Plena Concorrência9, o que se pretende é, nomeadamente, evitar a Evasão Fiscal que resultava: (i) da actuação Multi-nacional de Grupos económicos, (ii) das assimetrias fiscais existentes, e (iii) do esforço dos Grupos no sentido de minimizar a carga fiscal, de forma a maximizar a riqueza dos respectivos accionistas (via transferência de resultados para onde fossem menos tributados). Dado que todos os aspectos identificados sempre se verificaram, e verificarão até que se concretize o cenário até à data teórico em que prevaleça a harmonização fiscal, surgiu a necessidade de imposição destas regras, que visam evitar a evasão fiscal.

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diversas dificuldades práticas, e revela-se extremamente oneroso para as Empresas, o que é manifestamente indesejável. Neste contexto, e essencialmente no que respeita à tributação de grupos económicos, tem vindo a emergir como possível alternativa a equacionar no futuro o Princípio da Tributação Unitária ou Global, a par da adopção potencial de medidas fiscais de alcance geral – Tributação do Estado de Origem (como alternativa da imputação a cada EM), Tributação de base comum consolidada, e Imposto Europeu sobre o Rendimento Europeu das Empresas.

Aparentemente não existem10 ao nível da UE estudos aprofundados sobre as regras e regimes de preços de transferência aplicados pelos EM. Por este motivo, e como abordagem alternativa, recorreu-se no presente documento à análise de um estudo emitido em Junho de 2004 pela Deloitte & Touche, que incidiu sobre um universo de países da OCDE11. Do referido documento – cujos dados se encontram em anexo (Apêndice 4) – destacam-se os seguintes aspectos:

 A maioria dos países pertencentes à OCDE contém no seu normativo fiscal regras relacionadas com Preços de Transferência, quer em diplomas específicos quer no âmbito da legislação fiscal geral;

 De sublinhar que presentemente ainda não existe legislação sobre Preços de Transferência na Irlanda;

 Os métodos adoptados pelos diversos países para determinação dos Preços de Transferência são genericamente idênticos, e resultantes das regras da OCDE;

 Globalmente, os países Europeus da OCDE consideram como preferencial métodos baseados na natureza das transacções aos associados à partilha do lucro;

 Quanto às penalidades previstas em caso de incumprimento das regras de Preços de transferência, as mesmas variam de país para país, verificando-se que alguns países não prevêem penalidades específicas para esse incumprimento, adoptando as penalidades gerais constantes da legislação relativa ao Imposto sobre o Rendimento;  De salientar, no que respeita às obrigações declarativas, que de uma forma geral as mesmas não existem nos países

em análise, contrariamente ao que sucede em Portugal onde existem obrigações declarativas constantes da Declaração Anual, bem como a obrigatoriedade de organização de um dossier de preços de transferência . Do mesmo modo, quanto ao tipo de documentação necessária para efeitos de fundamentação dos Preços de Transferência adoptados, a exigência dos EM é variável, mas sem obrigar, em regra, a requisitos específicos pré-determinados;

Relativamente à existência de “Advance Pricing Agreements” – APA (equiparáveis a Informações Prévias Vinculativas na área dos preços de transferência), os mesmos não existem no Norte da Europa (excepto na Dinamarca); na Europa de Central e de Leste, vigoram na França, Alemanha e teoricamente - ainda que não haja grande utilização prática – na Hungria. Quanto ao Sul da Europa, os APA vigoram com a excepção de Portugal (não obstante a expectativa de que venham a existir num futuro breve). Vigoram ainda no Reino Unido e Bélgica;  Quanto aos ajustamentos ao resultado tributável, reflectindo eventuais diferenças entre os preços de transferência

presumidos para efeitos fiscais, e os praticados realmente, os mesmos são permitidos na generalidade dos países, com a excepção dos casos de Espanha, França e Bélgica. Os demais EM permitem ajustamentos com determinadas restrições, sendo no entanto de sublinhar que em diversos EM (Países Nórdicos e Polónia) não estão previstos procedimentos formais para o efeito. Note-se, porém, que em todos os EM poderão ser ordenadas correcções por parte das Administrações Fiscais;

 No que respeita aos pagamentos de custos conexos com acordos de partilha de custos, a política de retenções na fonte varia, consoante o EM. Na esfera de pagamentos efectuados em Portugal, Espanha, Polónia, Irlanda, Hungria, em regra tem de se proceder a retenção na fonte (contrariamente aos restantes EM compreendidos no estudo);  Ao nível da disponibilidade de dados para efeitos de Benchmarking e análise comparativa – aspecto essencial para

o sucesso da aplicação das Regras de Preços de Transferência – , a disponibilidade de dados varia: aparentemente os dados disponíveis são insuficientes / limitados na República Checa, Hungria, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal; já na Bélgica, Espanha, Suécia, Países Baixos, Noruega, Finlândia, França, Alemanha e Reino Unido, existem bases de dados razoáveis disponíveis. De ressalvar que, para os países em que a informação é insuficiente ou mais limitada, é permitida a utilização de bases de dados estrangeiras, quando não existirem dados mais directamente comparáveis (nacionais);

Para uma análise mais detalhada, ver Apêndice 4

.

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A este propósito, remete-se para os dados constantes do Apêndice 5. De salientar apenas que a tributação dos dividendos poderá ocorrer a dois níveis: por retenção na fonte a título definitivo, efectuada pela entidade que coloca à disposição do accionista os referidos rendimentos, e/ou pela sujeição dos mesmos a tributação na esfera do próprio accionista.

Na esfera da UE

No que se refere à tributação por retenção na fonte, verifica-se que no espaço europeu assume particular relevância a habitualmente designada Directiva “Mães-Filhas” (Directiva nº 90/435/CEE, de 23 de Julho, com as alterações recentemente introduzidas pela Directiva 2003/123/CE, de 22 de Dezembro), nos termos da qual estão isentos os lucros que uma entidade residente num EM, nas condições estabelecidas no artigo 2º da Directiva coloque à disposição de entidade residente noutro EM da UE, que esteja nas mesmas condições e que detenha directamente uma participação no capital da primeira não inferior a 20% (conforme recente alteração, sendo 15% a partir de 2007, e 10% a partir de 2009)12.

No que respeita à tributação dos dividendos na esfera do accionista, é possível constatar que a generalidade dos EM dispõe de regimes que prevêem a redução / eliminação da dupla tributação dos dividendos. Em concreto, verifica-se que a Finlândia, França e Malta, bem como Grécia, Estónia, Letónia, República Eslovaca, e na maior parte dos casos Portugal, adoptam regimes que eliminam totalmente a dupla tributação. Os restantes EM, com a excepção da Irlanda, adoptam somente um regime fiscal que prevê a redução da Dupla Tributação dos lucros.

Face ao exterior – EUA (Dividendos, Juros e Royalties):

Relativamente aos fluxos financeiros entre os EM e os EUA, no que respeita aos dividendos, juros e “royalties” (os dois últimos pertinentes para a análise efectuada uma vez que podem constituir formas alternativas de remuneração de Dividendos), observa-se que, quanto aos EM da Europa de Leste, todos possuem Convénios de Dupla Tributação celebrados com os EUA, com a excepção de Malta e do Chipre (note-se contudo que nestes EM, e no que respeita aos Dividendos, não são impostas taxas de retenção na fonte internas, pelo que não se revela necessária a celebração de CDT). Quanto aos restantes EM, a taxa de tributação de Dividendos, Juros e “Royalties” é genericamente eliminada, com a excepção de Itália, Portugal, Espanha, Suécia.

Mais e menos-valias

Relativamente à tributação de mais e menos-valias, que como referido anteriormente poderá assumir relevância quer ao nível da tributação do Valor Residual do Investimento, quer como forma alternativa (face ao Dividendo) de conferir ganhos ao Accionista, ao nível da UE constatam-se em 2004 as seguintes regras:

País Tributação das Mais-valias

Alemanha

As mais-valias integram o rendimento tributável; contudo, as mais-valias provenientes da alienação de partes sociais detidas por pessoas singulares há mais de um ano e representativas de menos de 1% do capital social, são isentas de tributação (caso contrário são isentas em apenas 50%); as mais-valias provenientes da alienação de partes sociais entre pessoas colectivas são isentas de tributação em 95%.

Áustria

As mais-valias geradas na esfera das pessoas colectivas integram o respectivo rendimento tributável; contudo, as mesmas podem estar isentas ao abrigo do regime de participation exemption (mais valias provenientes da alienação de partes sociais de entidades não residentes, nas quais os accionistas detenham mais de 10% do capital social há pelo menos 1 ano). Para estimular o investimento, a tributação das mais valias provenientes da alienação de imobilizado corpóreo (bens móveis ou imóveis) pode ser diferida, mediante o cumprimento de certos requisitos. Os não residentes são tributados relativamente às mais-valias provenientes da alienação de partes sociais representativas de mais de 1% do capital social.

Bélgica

As mais-valias integram o rendimento tributável, podendo, contudo, a tributação ser diferida mediante reinvestimento; adicionalmente, as mais valias provenientes da alienação de acções são isentas desde que os dividendos associados às mesmas qualifiquem para efeitos da dedução de 95% dos dividendos recebidos

Chipre Apenas são tributadas as mais-valias provenientes da alienação de bens imóveis situados no Chipre e de acções em sociedades residentes naquele território cujo activo seja constituído pelos referidos imóveis Eslovénia As mais-valias são tributadas à mesma taxa que a aplicável aos restantes rendimentos

Espanha As mais-valias integram o rendimento tributável, sendo tributadas à taxa de 15% mediante o reinvestimento dos valores de realização em activos produtivos; As mais-valias obtidas por não residentes são geralmente tributadas a uma taxa fixa (taxas liberatórias)

Estónia As mais-valias integram o rendimento tributável; no entanto, as mais-valias obtidas por pessoas colectivas não são tributadas até ao momento em que os ganhos são distribuídos aos respectivos accionistas

Finlândia As mais-valias integram o rendimento tributável; Contudo, as mais valias provenientes da alienação de partes sociais podem beneficiar de uma isenção, no caso de participações substanciais (participation exemption)

País Tributação das Mais-valias

Dinamarca

As mais-valias de curto-prazo obtidas por pessoas singulares são tributadas como capital a uma taxa progressiva que poderá ascender até 59%. As mais valias de longo prazo são tratadas como dividendos e tributadas a uma taxa de 28% e 43%. No que se refere às pessoas colectivas, as mais-valias integram o rendimento tributável.

França As mais-valias integram o rendimento tributável; os não-residentes são tributados quando obtenham mais-valias provenientes da alienação de acções e bens imóveis

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Grécia

As mais valias provenientes da alienação de imobilizado corpóreo integram o rendimento tributável à taxa normal ao passo que as derivadas da alienação de imobilizado incorpóreo são tributadas à taxa de 20%. Não há tributação das mais-valias provenientes da transmissão de títulos cotados na bolsa de Atenas e das obrigações do Tesouro, desde que seja criada uma reserva especial (estes ganhos são tributados na distribuição da reserva ou na liquidação). As mais-valias derivadas de títulos não cotados são sujeitas a uma taxa de 5% (que pode ser reduzida em certas condições).

Holanda

As mais-valias geradas na esfera das pessoas singulares são tributadas à taxa de 25%. As mais-valias geradas na esfera das pessoas colectivas integram o respectivo rendimento tributável; não obstante, as mais-valias provenientes da alienação de partes sociais representativas de mais de 5% do capital social podem ser isentas ao abrigo do regime de participation exemption. As mais-valias derivadas da alienação de imobilizado corpóreo podem não ser tributadas mediante reinvestimento dos respectivos valores de realização.

Hungria As mais-valias derivadas da alienação de activos operacionais são tributadas como rendimento

Irlanda

O imposto sobre as mais-valias é de 20% para as pessoas singulares. As pessoas colectivas pagam uma taxa efectiva de 20%. Os não residentes são apenas tributados nas mais-valias provenientes da alienação de bens imóveis, minerais, ou direitos sobre minerais, ou de acções de sociedades não cotadas cujo valor derive, directa ou indirectamente, de bens imóveis, minerais ou direitos sobre minerais.

Itália

As mais-valias integram o rendimento tributável, de acordo com regras específicas. As mais-valias provenientes da transmissão onerosa de partes sociais são isentas em determinadas condições (entre as quais, a detenção da participação por um período superior a um ano, sendo a percentagem de participação irrelevante).

Letónia As mais-valias integram, na generalidade dos casos, o rendimento tributável

Lituânia As mais-valias integram o rendimento tributável das pessoas colectivas, sendo tributadas autonomamente na esfera das pessoas singulares

Luxemburgo

As mais-valias integram o rendimento tributável, com determinadas isenções (mais valias derivadas da transmissão de partes sociais detidas por um período superior a 12 meses, representativas de mais de 10% do capital social ou cujo custo de aquisição exceda 6 milhões de Euros, residentes e não isentas de tributação no Luxemburgo, noutro Estado membro nas condições previstas na directiva Mães-Filhas, ou que sejam sujeitas a tributação no país de origem a um imposto similar ao Luxemburguês).

Malta As mais-valias integram o rendimento tributável da mesma forma que os restantes rendimentos. Polónia As mais-valias provenientes da alienação de activos operacionais integram o rendimento tributável

Portugal

As mais-valias integram o rendimento tributável; contudo, em certos casos, as mesmas podem beneficiar de isenções, designadamente no que se refere às mais-valias obtidas por sociedades gestoras de participações sociais, e as provenientes da alienação de acções detidas por pessoas singulares por um período superior a 12 meses. Adicionalmente, as mais valias provenientes da transmissão onerosa de imobilizado corpóreo e de partes sociais podem, em certas condições e mediante reinvestimento, ser excluídas de tributação em 50%.

Reino Unido

As mais-valias obtidas por pessoas colectivas e pelas pessoas singulares são tributadas; contudo, as mais-valias provenientes da alienação de participações sociais substanciais (representativas de mais de 10% do capital social há pelo menos um ano) não são tributadas na esfera das sociedades que se dediquem ao trading.

República Checa As mais-valias integram o rendimento tributável

República Eslovaca As mais-valias provenientes da alienação de activos operacionais integram o rendimento tributável

Suécia As mais-valias integram o rendimento tributável. As mais-valias provenientes da alienação de acções de empresas operacionais são isentas

São facilmente identificáveis como EM com regimes fiscais mais favoráveis nesta matéria a Alemanha (em que só 5% das mais-valias de alienações de participações sociais obtidas por empresas é que são tributadas), a Bélgica (que permite diferimento mediante cumprimento de obrigações), na Finlândia poderão ser, casuisticamente, atribuídas isenções, a Holanda (que prevê a possibilidade de isenção total para as participações sociais, e diferimento para os Imobilizados fixos), eventualmente também em Itália é possível obter isenção de tributação (para certos prazos de detenção das participações), o Luxemburgo também isenta de tributação para alienações de participações acima de determinada dimensão, e na Suécia está prevista a isenção no caso de alienação de Empresas operacionais.

No que respeita aos EM da Europa de Leste, no Chipre não são tributadas as mais-valias associadas a alienações de activos que não sejam imóveis, ou Sociedades cujo activo seja constituído por Imóveis. Na Estónia, as mais-valias são tributadas unicamente se distribuídas (como de resto a globalidade dos resultados), e no caso da Polónia e República Eslovaca, não serão tributadas as mais-valias relacionadas com a alienação de partes sociais em Empresas.

Subsídios ao Investimento

Quanto aos Subsídios ao Investimento, são um potencial instrumento que ao qual pode também ser dada importância significativa para o Investidor, no que respeita à forma de financiar o projecto em que pretende investir, e como tal são também abrangidos por alguns EM no âmbito da sua política fiscal desenvolvida.

A este propósito, remete-se para os dados apresentados constantes no Apêndice 6. De salientar apenas que aparentemente o tipo de Subsídios em que mais se aposta são os de (i) estímulo à interioridade (68% dos EM adoptam alguma forma de Subsídio desta natureza), (ii) estímulo ao emprego (56%) e (iii) de estímulo às PME (52%). Também com expressão são os relacionados com a Investigação e Desenvolvimento (44%) e Desenvolvimento tecnológico (36%), e ainda a Protecção ambiental (40%).

Off-Shores e Zonas Francas

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facilidades que oferecem no que se refere a transferências internacionais de recursos para pagamentos e

recebimentos, simplificam obrigações administrativas e diminuem a carga burocrática e minimizam a tributação. A jurisprudência internacional, de forma indirecta, consagra a utilização dos paraísos fiscais, frisando que “qualquer indivíduo pode dispor de suas actividades de modo que seus tributos sejam os mais baixos possíveis. Ninguém está obrigado a agir conforme os meios que melhor renderão ao Tesouro; não há acção patriótica em aumentar os seus tributos”. Contudo, o seu uso foi fortemente desincentivado, através da adopção de fortes medidas reguladoras, e regras “anti-abuso”, pois considera-se que os Off-shores podem criar barreiras competitivas artificiais e indesejáveis.

Habitualmente, as regras anti-abuso incidem sobre países, territórios e regiões com regimes de tributação privilegiada, claramente mais favoráveis. Em Portugal essas situações são identificadas em diploma legal específico para o efeito (Portaria nº 150/2004, de 13 de Fevereiro – Ver Apêndice 7), acrescendo a essas (em Portugal), para efeitos de “penalização fiscal”, as situações em que “…relativamente às importâncias pagas ou devidas… o montante de imposto pago for igual ou inferior a 60% do imposto que seria devido se a referida entidade fosse considerada residente em território português.” – Artigo 59º nº2 do Código do IRC.

Atendendo ao exposto anteriormente ao nível da tributação dos investimentos, este será um factor a considerar nas decisões de investimento dos agentes económicos. Assim, identificam-se seguidamente alguns dos Off-shores, Zonas Francas, e equiparáveis associados aos EM da UE (não analisarei detalhadamente por razões de limitação de espaço):  Off-Shores: Anguilla, Gibraltar, Malvinas, Ilhas Virgens Britânicas (Reino Unido), Aruba (Países-Baixos e França

– Principado dividido), Antilhas Holandesas (Países-Baixos), Polinésia Francesa (França), Luxemburgo (no que respeita a Holdings), etc.

Zonas Francas: Madeira e Ilha de Santa Maria – Açores (Portugal), na Polónia, Lituânia, Letónia, etc. Equiparáveis: Chipre, Irlanda e EM da Europa de Leste em geral.

Efeitos verificados ao nível dos fluxos de Investimento Directo do Estrangeiro nos EM

Pretende-se efectuar alguma análise que conjugue evidência da evolução do Investimento com as condições fiscais oferecidas aos Investidores. Porém, uma análise que se restrinja somente à tributação será sempre incompleta, atendendo à multiplicidade de factores que concorrem em simultâneo para as decisões de Investimento.

Conforme mencionado anteriormente, a tributação influencia de forma significativa os Cash-flows associados ao Investimento, e correspondente Financiamento. Contudo, não é o único, nem certamente o mais relevante factor Económico que influencia a geração de Cash-Flows e por conseguinte, as decisões referidas; há a considerar os custos dos factores produtivos, nomeadamente com o pessoal (e correspondentes encargos de natureza fiscal), a sua diferenciação técnica, a dimensão do mercado, a taxa de juro vigente e perspectivas de evolução, etc.

Por outro lado, as decisões de investimento ponderam, para além da rendibilidade financeira, o risco. A esse nível haverá que considerar a estabilidade política, na actualidade o risco de terrorismo, o grau de incerteza associado à taxa de juro do mercado, o risco do negócio, etc.

Existem assim Indicadores diversos, que pretendem medir a “atractividade” dos países para o Investimento, tais como por exemplo o “FDI Confidence Index”, proposto pela Empresa de Consultoria Internacional, ATKearney.

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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 EM % Abs. EU (25 countries) : 1.355.810,9 1.416.804,5 1.485.956,2 1.595.562,9 1.705.999,8 1.854.336,8 1.883.654,8 1.880.387,1 1.873.787,4 1966196,5 (f) 2087248,1 (f) 17,4% 278.224,5 EU (15 countries) 1.254.097,3 1.306.224,3 1.356.593,6 1.415.630,8 1.515.445,9 1.624.777,3 1.763.795,9 1.786.881,5 1.781.948,4 1.778.052,4 1861654,7 (f) 1971880,1 (f) 17,3% 262.606,5 Belgium 38.645,7 42.056,1 42.246,6 44.126,5 46.122,9 49.308,0 52.626,0 53.091,0 51.558,0 52.102,0 53903,9 (f) 57425,5 (f) 13,0% 5.979,1 Czech Republic 9.948,7 13.358,5 15.120,0 14.872,5 15.386,0 14.927,8 16.711,5 18.745,6 20.884,0 21.288,4 22389,5 (f) 23978,6 (f) 38,4% 5.902,4 Denmark 22.136,9 25.635,5 26.744,3 29.238,6 31.775,4 32.114,9 34.385,5 36.119,2 37.805,1 37.390,3 38400,3 (f) 40439,9 (f) 17,7% 5.614,9 Germany 407.980,2 421.947,9 408.774,6 399.394,8 409.863,2 426.390,0 439.990,0 420.630,0 391.760,0 379.800,0 390129,1 (f) 405389,6 (f) -7,3% -30.063,2 Estonia 539,1 745,3 951,7 1.208,2 1.483,7 1.293,5 1.519,1 1.798,1 2.144,5 2.284,8 2436,0 (f) 2574,5 (f) 54,0% 801,1 Greece 15725,0 (e) 16.719,9 19.074,7 21.201,4 23.025,0 26.698,8 29.063,3 31.285,0 33.779,0 39.299,0 41866,7 (f) 44586,1 (f) 70,7% 16.274,0 Spain 89.723,9 98.249,4 103.908,2 108.405,3 120.142,6 136.337,0 154.542,0 165.982,0 175.356,0 189.858,0 205495,4 (f) 222787,5 (f) 58,0% 69.715,4 France 217.335,5 223.272,8 226.271,4 222.786,9 239.099,9 260.407,0 286.944,0 296.902,0 295.830,0 298.745,0 309661,5 (f) 325378,1 (f) 24,9% 59.645,1 Ireland 7.632,8 8.929,0 11.132,6 14.733,1 17.464,0 21.661,4 25.309,4 27.044,2 28.962,7 31.823,4 33736,8 (f) 35732,8 (f) 82,2% 14.359,4 Italy 155.403,0 153.910,8 178.078,3 188.064,0 197.542,3 210.622,5 230.930,9 240.563,6 249.262,6 248.769,7 257476,7 (f) 270237,7 (f) 25,9% 51.227,4 Cyprus 1.287,0 1.316,1 1.455,0 1.454,4 1.597,0 1.616,0 1.710,5 1.808,3 2.020,0 1.992,5 2176,4 (f) 2401,1 (f) 24,8% 395,5 Latvia 457,7 514,7 732,9 930,6 1.483,5 1.566,5 2.059,2 2.316,5 2.359,1 2.403,7 2555,1 (f) 2825,1 (f) 62,0% 920,2 Lithuania 825,2 1.043,5 1.358,9 1.994,9 2.391,2 2.254,7 2.318,0 2.731,4 3.049,4 3.350,8 3708,2 (f) 4146,3 (f) 40,1% 959,6 Luxembourg 2.901,5 2.983,6 3.054,7 3.431,6 3.822,0 4.458,1 4.434,1 5.015,3 4.997,9 4.738,3 4926,5 (f) 5218,6 (f) 24,0% 916,3 Hungary 7.026,1 6.839,4 7.615,4 8.971,8 9.912,2 10.778,7 11.917,9 13.613,1 16.121,6 16.328,7 18191,0 (f) 19824,8 (f) 64,7% 6.416,5 Malta : : : : : 816,5 934,2 885,3 812,9 921,8 977,0 (f) 1030,7 (f) 12,9% 105,3 Netherlands 59.512,2 64.410,0 68.365,8 71.449,9 75.682,1 84.186,0 88.955,0 93.003,0 92.155,0 91.240,0 91730,7 (f) 94157,5 (f) 20,6% 15.557,9 Austria 39.324,8 40.519,1 41.186,4 41.099,6 42.741,9 44.193,3 47.875,7 47.373,7 45.938,6 48.648,2 51105,2 (f) 53401,0 (f) 13,8% 5.906,3 Poland : 18.105,9 23.490,1 29.835,6 35.543,3 37.065,4 42.520,3 42.811,8 38.455,3 33.858,1 35463,2 (f) 41380,2 (f) -4,7% -1.685,2 Portugal 16.985,1 18.869,3 20.608,3 23.998,0 26.962,3 29.462,5 32.419,8 33.258,5 32.211,0 29.187,6 29580,0 (f) 31822,7 (f) 8,3% 2.225,3 Slovenia 2.439,4 3.160,3 3.444,0 3.921,3 4.427,0 5.242,2 5.163,2 5.341,9 5.483,5 5.872,8 6466,0 (f) 6943,6 (f) 32,7% 1.445,8 Slovakia 3.458,2 3.711,5 5.288,6 6.389,9 7.126,2 5.661,3 5.687,0 6.721,2 7.108,3 7.433,4 8594,3 (f) 9346,2 (f) 4,3% 307,2 Finland 13.364,2 16.700,2 17.494,9 20.179,9 22.257,3 23.492,0 25.753,0 27.729,0 26.572,0 25.898,0 26479,8 (f) 27479,0 (f) 16,4% 3.640,7 Sweden 27.829,0 30.310,4 34.465,7 34.288,0 36.395,5 40.684,1 46.063,0 42.745,8 42.721,7 42.000,1 42765,6 (f) 45509,8 (f) 15,4% 5.604,6 UK 139.597,4 141.710,4 155.187,2 193.233,2 222.549,5 234.761,8 264.504,2 266.139,2 273.038,8 258.552,9 292765,8 (f) 319595,0 (f) 16,2% 36.003,4 Source: Eurostat/CH: Secrétariat de l'Etat à l'Economie/US: Bureau of Economic Analysis/JP: Economic and Social Research Institute (f) = forecast

Millions of euro (from 1.1.1999)/Millions of ECU (up to 31.12.1998)

Variação (5 anos)

Alemanha: Tributação de lucros versus Investimento

50,8% 38,3% 409.863,20 439.990,00 399.394,80 379.800,00 390.129,10 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 340.000,00 350.000,00 360.000,00 370.000,00 380.000,00 390.000,00 400.000,00 410.000,00 420.000,00 430.000,00 440.000,00 450.000,00

Taxa nominal de Tributação Investimento

Assim, com as reservas anteriores, parto para a análise consciente das suas limitações intrínsecas.

Analisando o mapa acima, constata-se que dos actuais 25 EM, com a excepção da República Eslovaca e a Polónia, em todos os recentes 10 EM houve um aumento % do Investimento, nos últimos 5 anos (1998-2003) superior à média da UE. Não pode deixar de ser sublinhado que esses países são aqueles que menor base de Investimento têm, mas não deixa de ser assinalável o crescimento relativo.

Em maior detalhe, verifica-se que em termos relativos, dos actuais 25, o EM com maior aumento verificado nos últimos 5 anos, foi a Irlanda (82,2%). A esse EM segue-se a Grécia, com um aumento de 70,7%, o que é assinalável atendendo a que a base de partida é superior (eventualmente influenciada pelo fenómeno “Jogos Olímpicos de Atenas” de 2004). A esses EM seguem 2 recém pertencentes à UE, Hungria e Letónia (com 64,7% e 62,0% respectivamente). Por outro lado, a Espanha foi o EM que nos últimos 5 anos apresentaram maior crescimento absoluto, de 69.715,4 M€, a que corresponde um aumento relativo de 58%, seguido de França com um aumento de 59.645,1 M€ (24,9%) e a Itália com 51.227,4 M€.

Atendendo às informações anteriores, o EM com um maior crescimento foi a Irlanda, que conforme mencionado acima, foi precisamente aquele que no período em análise maior redução verificou na sua taxa de Imposto sobre o Rendimento das Empresas (de 32% para 12,5%). Também a Itália se destacou na descida da taxa de Imposto, entre 1997 e 2003, de 53,2% para 38,3%. Na França, verificou-se um significativo aumento do Investimento – 59.645,1 M€ (24,9%), tendo existido uma redução da taxa de Imposto de 41,7% para 34,3%, de 1998 para 2003. No âmbito dos países da Europa de Leste, também a República Checa teve um aumento relativo

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Evolução das taxas gerais de tributação Europa Central 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Alemanha Rep. Checa Polónia Países Baixos Bélgica França

Evolução do Investimento Europa Central 0,00 50.000,00 100.000,00 150.000,00 200.000,00 250.000,00 300.000,00 350.000,00 400.000,00 450.000,00 500.000,00 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 M€

Alemanha Rep. Checa Polónia Países Baixos Bélgica França

Contudo, se esses exemplos aparentemente estabelecem estreita relação entre diminuição da taxa (geral) de tributação e aumento de Investimento, há exemplos que pelo contrário revelam, ou antes corroboram a já prevista, existência de outros factores a considerar. No caso da Polónia, por exemplo, apesar do esforço fiscal de redução gradual da taxa de imposto de 36% para 27%, a evolução do Investimento foi irregular, tendo aumentado de forma relevante entre 1998 e 2001, mas voltado a diminuir até 2003, de tal forma que comparando 2003 com 1998, verificou-se uma diminuição do Investimento de 1.685,2 M€ (-4,7%).

Por outro lado, na Alemanha ocorreu um fenómeno de redução significativa do Investimento; entre 1998 e 2003 verificou-se uma diminuição do Investimento de 30.063,2 M€, que representa um peso relativo de 7,3% (de 1998). Conforme ilustrado, à diminuição da tributação entre 1997 e 2000, correspondeu um aumento positivo ao nível do Investimento; porém à continuação da descida da taxa de tributação e posterior estabilização, correspondeu uma diminuição acentuada do nível de Investimento.

Analisando os países circundantes à Alemanha, constata-se que o fenómeno se circunscreveu a esse EM. De facto, a par da descida do nível de Investimento da Alemanha, verificou-se um aumento significativo na França (e Países Baixos) por um lado,

e de forma geral nos países da Europa de Leste. Comparando as taxas de tributação desses EM, verifica-se que na quase totalidade do período em análise, a Alemanha era o EM com a taxa de tributação geral mais elevada.

Assim, surge com naturalidade a hipótese de o Investimento na Alemanha ter diminuído por um lado porque os Investidores domésticos se voltaram para os Países da Europa de Leste (nomeadamente República Checa), em antecipação à sua esperada entrada a prazo na UE, e por outro lado, na fuga de capitais para a França, pela mais apetecível taxa de tributação do Imposto sobre os Lucros das Empresas. Convirá

salientar que em 2001 foi implementada uma Reforma Fiscal na Alemanha, onde se incluíram diversas medidas, entre as quais diversas que pretenderam diminuir a carga fiscal de um dos EM com maior taxa geral, contudo, umas das medidas implementadas foi o aumento da vida útil dos bens do activo fixo. Conforme referido anteriormente, a análise não pretende alargar-se a outros factores que terão contribuído o verificado, tal como a evolução geral da economia Alemã.

Conforme se pode verificar pelo mapa apresentado no Apêndice 8 (complementar ao anterior), relativamente ao Investimento, onde são apresentados os pesos relativos do Investimento nos PIB nacionais, verifica-se que as variações nos pesos relativos do Investimento no PIB não têm, genericamente, sido estáveis. Excepção ao caso da Grécia que tem mantido um crescimento relativo estável do peso do Investimento no PIB, bem como a Espanha. Numa análise de longa amplitude (10 anos), destaca-se o aumento verificado na Letónia, Irlanda, Grécia e Estónia. Com uma magnitude menor (5 anos), destaca-se somente a evolução da Grécia. De 2002 para 2003, os maiores aumentos foram os de Malta, Irlanda, Grécia e Estónia. Pela negativa, e independentemente do horizonte temporal da análise, destaca-se a Alemanha. Menos mal mas também com uma evolução desfavorável a República Eslovaca, o Luxemburgo, Chipre, Lituânia, Países Baixos, Polónia e Portugal.

Referências

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