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Modelo Artes Plásticas / Sesc

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Academic year: 2021

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Modelo

ARTES PLÁSTICAS

Módulo Programação

Serviço Social do Comércio

Departamento Nacional | Divisão de Planejamento e Desenvolvimento

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Administração Nacional

Presidência do Conselho Nacional

Antonio Oliveira Santos

Direção-Geral

Maron Emile Abi-Abib

Divisão Administrativa e Financeira

João Carlos Gomes Roldão

Divisão de Planejamento e Desenvolvimento

Luís Fernando de Mello Costa

Divisão de Programas Sociais

Álvaro de Melo Salmito

Consultoria da Direção-Geral

Juvenal Ferreira Fortes Filho PUBLICAÇÃO

Coordenação

Gerência de Estudos e Pesquisas / Divisão de Planejamento e Desenvolvimento

Sebastião Henriques Chaves Conteúdo

Gerência de Cultura / Divisão de Programas Sociais

Marcia Leite

Equipe de Artes Plásticas

Sandra de Azevedo Fernandes Lúcia Helena Cardoso Mattos EDIÇÃO

Assessoria de Divulgação e Promoção / Direção-Geral

Projeto Gráfico Mario Saladini Copidesque Denise Oliveira Revisão de texto Marcio Mará FICHA CATALOGRÁFICA

SESC. Gerência de Estudos e Pesquisas

Modelo Artes Plásticas : módulo programação / SESC, Gerência de Estudos e Pesquisas – Rio de Janeiro : SESC, Departamento Nacional, 2008.

16 p. ; 25 cm.

Título anterior : Modelo da Atividade Artes Plásticas : módulo programação. ISBN 978-85-89336-29-1

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 4

1. INTRODUÇÃO 5

2. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A PROGRAMAÇÃO

EM ARTES PLÁSTICAS 5

2.1 Apresentações Artísticas 5

2.2 Definição do público-alvo 6

2.2.1 Foco na arte moderna e contemporânea 7

3. APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS – PRÉ-REQUISITOS PARA A FORMULAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO

EM ARTES PLÁSTICAS 8

3.1 Programação 9

3.2 Documentação 11

4. DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO-CULTURAL 12

4.1 Ateliês – Laboratórios de Criação 13

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Apresentação

A ação do SESC no campo da cultura artística, pode-se afirmar, tem sido expressiva e bastante significativa no que diz respeito ao apoio àqueles que têm as artes como ofício e em possibilitar o acesso do público a uma produção artística que, em suas condições naturais de existência, de um modo geral, não tomaria conhecimento. Em seu trabalho em Artes Plásticas, o SESC não per-de per-de vista sua diretriz básica per-de per-desenvolver um programa educativo e, para isso, promove paralelamente cursos, oficinas e seminários, que vêm a qualificar tanto artistas plásticos como o público interessado neste segmento da criação humana.

O presente módulo de programação das Artes Plásticas, com intuito de contribuir para um melhor ordenamento do trabalho desenvolvido pelos De-partamentos Regionais do SESC, procura dar indicações que permitam com mais eficiência, eficácia e efetividade o alcance dos resultados desejados nesta modalidade nas atividades Apresentações Artísticas e Desenvolvimento Artís-tico-Cultural.

O norte que é posto como orientador dos trabalhos a serem desenvolvidos em Artes Plásticas é definido pelo o que a história denomina de arte contem-porânea. Tal determinação se dá em conformidade com as Diretrizes Gerais de

Ação do SESC, “que privilegia produtos artísticos culturais que contribuem

para a construção de um novo olhar-o-mundo e que se instrumentalizam em uma ação transformadora dos indivíduos e da sociedade”.

Os caminhos propostos para o trabalho em Artes Plásticas neste documento, em nossa opinião, permitirão ao SESC ter uma programação de ponta nesta modalidade que vai, sem dúvida, beneficiar os artistas plásticos locais e o pú-blico que freqüenta nossas galerias.

Maron Emile Abi-Abib

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Modelo Artes Plásticas | Módulo Programação

1. INTRODUÇÃO

O SESC é hoje reconhecido como um dos principais agentes de difusão das artes plásticas no país, contribuindo em duas as vertentes para a sua disse-minação. A primeira diz respeito ao seu programa de exposições temporárias individuais ou coletivas, através das quais há o estabelecimento de um diálogo entre o artista e o público, entre os artistas locais, nacionais e internacionais. A outra vertente do trabalho do SESC se dá no contexto da atividade Desen-volvimento Artístico-Cultural, que tem como objetivo a realização de cursos, oficinas, seminários, visando à qualificação tanto do público como dos que escolheram a arte como ofício.

O texto a seguir oferece um conjunto de orientações para a programação do trabalho em Artes Plásticas, através das atividades Apresentações Artísticas e Desenvolvimento Artístico-Cultural.

2. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A PROGRAMAÇÃO EM ARTES PLÁSTICAS

2.1 Apresentações Artísticas

As obras de arte expressam um pensamento, uma visão do mundo, e pro-vocam uma forma de inquietação no observador, uma sensação especial, uma vontade de contemplar e uma comunicação com a sensibilidade do artista. A este conjunto de sensações chamamos de experiência estética.

As manifestações artísticas trazem a marca do tempo, do lugar e dos artistas que as criaram, revelando a idéia, o pensamento e a visão daquela produção, desencadeando associações, articulações, informações, propiciando o desvelar da cultura e o acesso a ela, um modo de saber e de construir conhecimento.

A sensibilidade artística é adquirida através do contato com as obras de arte, a educação do gosto, a compreensão das correntes estéticas e formas de expres-são artística. Nas apreciações feitas sobre estas obras, não se deixa de refletir os gostos dominantes da sociedade ou os padrões correntes nos grupos sociais em que os indivíduos se movem.

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A produção artística moderna e contemporânea cria exigências de percep-ção e de interpretapercep-ção que podem ser maiores que a capacidade de apreensão do público. Na atualidade, a arte está cada vez mais complexa e mais distante do imaginário do homem comum, gerando a necessidade constante de forma-ção do público em geral e do próprio artista plástico no conhecimento dessas novas formas de expressão e de pensar a arte.

Nesse sentido, a programação em Artes Plásticas deverá dar visibilidade, prioritariamente, à produção artística moderna e contemporânea, amplian-do sua frente de trabalho no registro, difusão e circulação dessas propostas. Como conseqüência, criam-se condições de um conhecimento mais aprofun-dado pelo público e pelos artistas plásticos.

As exposições deverão priorizar artistas plásticos identificados com a estéti-ca do que se compreende como própria da arte contemporânea, e que tenham algum nível de qualidade em seus trabalhos. As exposições não devem se cin-gir àquelas que podem ser montadas em galerias. As mostras que, por suas características, demandam montagem em espaços ao ar livre, ruas e praças, devem ser consideradas na organização da programação em Artes Plásticas. Estas exposições devem permitir intervenções contemporâneas em seu inte-rior, possibilitando, assim, ao público, diversas leituras da criação artística.

2.2 Definição do público-alvo

A definição do público-alvo responde à questão para quem se destina a programação em Artes Plásticas no SESC.

Ao contrário das outras modalidades artísticas, principalmente Cinema e Música, nas quais o público se caracteriza, na maior parte das vezes, como quem vai em busca de entretenimento e diversão, nas artes plásticas o público é movido, em grande medida, pela necessidade de se qualificar esteticamente e não por uma simples vontade de ocupar o tempo livre de uma forma agra-dável e sem compromisso com o que lhe é dado ver.

Portanto, a programação de exposições deve se destinar prioritariamente aos artistas e profissionais especializados que estão implicados na produção, difusão, divulgação e formação em arte, constituindo o que chamamos pú-blico com interesse especial em arte. É o púpú-blico habituado a lidar com as

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ferências, conhecimentos, tecnologias e questões presentes no território desta linguagem artística.

Como a função educativa é o traço fundamental e diferenciador da ação institucional do SESC, deve-se ter em mente, ao elaborar a programação, a necessidade de trazer também escolares, com vistas a qualificá-los para que se tornem parte integrante do público com interesse especial em arte.

Paralelo a esse público específico, formado por aqueles interessados em arte e escolares, devem ser criadas condições de fazer com que o público menos afeito a exposições em artes plásticas tenha acesso a elas.

2.2.1 Foco na arte moderna e contemporânea

Ser um artista plástico contemporâneo significa estar em conexão com o que acontece na sua época, mostrando em sua produção os cânones que mar-cam esses períodos da criação artística, os avanços nas discussões e propostas da arte que se manifestam em diferentes modos no mundo. Estes novos obje-tos artísticos, a arte moderna e contemporânea, são resultantes da incorpora-ção nas obras dos meios multimídia, da incessante pesquisa e da liberdade de experimentação de materiais diversos e suportes pela introdução.

A criação artística que se pauta pelos cânones estabelecidos no passado, mesmo realizada nos dias de hoje, não pode ser considerada como moderna ou contemporânea. Ela é apenas uma manifestação tardia de uma percepção artística que o tempo esgotou.

O fato de se dar prioridade a exposições de artistas contemporâneos não significa exclusão da programação em Artes Plásticas de artistas plásticos que foram importantes no passado e são exemplos acabados das tendências hegemônicas em suas épocas. Exposições históricas podem e devem ser realizadas. O conhecimento do passado é necessário para uma compreensão maior e melhor da trajetória da criação artística atual e, em decorrência, obter-se uma visão mais acurada das tendências que fazem o hoje das artes plásticas no Brasil e no mundo.

Nesse sentido, a conduta frente à abordagem das artes plásticas com o pú-blico deverá ser contemporânea no que diz respeito à vinculação do tema ao artista, à sua produção enquanto processo e contextualização dentro do seu tempo com o apresentar e fazer artístico.

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Uma boa visita mediada deve ser aquela em que equaciona o conteúdo da exposição com a interferência necessária do mediador, que deve estimular o senso crítico nos visitantes, diferentemente das visitas guiadas que levam o vi-sitante à leitura dirigida. A idéia é estabelecer uma relação mais próxima entre a obra de arte e o público.

As programações da modalidade Artes Plásticas dentro das Atividades Apre-sentações Artísticas e Desenvolvimento Artístico-Cultural devem, sempre que possível, ser articuladas. Exibição de acervos e realização de cursos são ações que, sempre que possível, devem caminhar juntas em prol do mesmo objetivo.

A realização de um número significativo de exposições ou de cursos sim-plesmente não significa que estejamos atuando de forma expressiva em artes plásticas. A quantidade de ofertas não está associada necessariamente à qua-lidade do produto. É preciso que a programação em Apresentações Artísticas e em Desenvolvimento Artístico-Cultural se paute sempre pela escolha de ar-tistas relevantes para a compreensão da arte contemporânea, e que as oficinas e cursos igualmente se pautem em fornecer aos que o procuram uma melhor compreensão dessas tendências e domínio dos elementos utilizados pelos ar-tistas que se vinculam a essas tendências nas artes plásticas.

3. APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS - PRÉ-REQUISITOS PARA A FORMULAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO EM ARTES PLÁSTICAS

Para a elaboração da programação, é importante garantir a existência de um espaço físico destinado exclusivamente às exposições de artes plásticas. A Gale-ria de Arte é o espaço tradicional mais conhecido e privilegiado por excelência, onde se configura, primordialmente, a modalidade Apresentações Artísticas.

Outros espaços podem ser considerados para exposições, como o foyer de um teatro, áreas ao ar livre para exposições com escultura, grafite e outras lin-guagens. Esses espaços podem ser utilizados desde que as suas configurações não tragam perdas para a exposição.

A programação deve ser flexível de modo a favorecer o pensar, proporcio-nando a difusão das artes plásticas e criando condições efetivas de acesso à

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comunidade, notadamente para aqueles que têm as artes plásticas como ofício ou objeto primordial de sua reflexão e os escolares.

Na formulação do programa de trabalho na modalidade Apresentações Artísticas devem ser considerados, também, os seguintes aspectos: o público que se pretende atingir, o custo da programação, dotação orçamentária, a relação custo-benefício, e parcerias, ou seja, as condições para que se realize uma programação pautada na realidade específica de cada Departamento Regional.

3.1 Programação

A programação em Artes Plásticas poderá contribuir de forma significativa para o crescimento da produção local, na medida em que for regular e siste-mática, garantindo-se, através de um processo seletivo, um padrão mínimo de qualidade. Deve ser constituída de exposições temporárias, individuais ou coletivas, e de temas e estilos variados, contemplando as diferentes linguagens existentes no campo das artes plásticas. Preferencialmente, as exposições de-vem ocorrer em espaços próprios do SESC.

O acesso à programação deve ser dado aos artistas independentemente do nível de reconhecimento que tenham na comunidade artística. Para os jovens talentos é necessária a definição de critérios de seleção que irão indicar os escolhidos a terem suas obras expostas nas galerias de arte do SESC. Neste sentido, deverá ser publicado edital estabelecendo as condições e critérios de seleção. Os editais devem ser públicos e amplamente divulgados nos meios de comunicação, instituições culturais e estabelecimentos de ensino de arte. Os resultados da seleção devem ser igualmente divulgados.

A comissão que avaliará os trabalhos dos artistas que se inscreveram para participar do processo de seleção deve ser formada e renovada a cada edital. É recomendável que seja originária de outro estado, com vistas a impedir que relações pessoais no meio artístico levem a distorções na seleção dos que irão integrar a programação.

É desejável que se aproveite a presença da comissão avaliadora para, após a realização do trabalho, participar de reuniões com os artistas e o público interessado, com vistas a um intercâmbio de idéias e vivências.

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Além dos artistas selecionados, a coordenação deverá incluir artistas plásti-cos já consagrados nas programações e aqueles que, no seu entender, estejam realizando experiências relevantes no campo das artes plásticas e que, portan-to, mereçam ter sua produção artística levada ao conhecimento da comunida-de artística e do grancomunida-de público.

É desejável que bienalmente seja realizado um salão de artes plásticas do qual poderão participar, além dos artistas plásticos locais, artistas de outras regiões. Tal evento permitirá a revelação de novos talentos e contribuirá, significativamente, para firmar o SESC como importante espaço de referência para as artes plásticas na cidade.

O calendário das exposições deve ser preenchido de janeiro a dezembro, com atendimento nos turnos da manhã, tarde e noite, de segunda a domingo. Essa abrangência de horário possibilita a freqüência dos diversos segmentos sociais que desejarem participar das exposições.

A programação tem que ter regularidade na ocorrência dos eventos, com vistas a disseminar no público o hábito de freqüentar exposições. Uma forma de se alcançar esse resultado é promover eventos periódicos no calendário anual da programação em Artes Plásticas, tais como salões e concursos.

É recomendável que a duração de uma exposição em cada local de reali-zação seja de pelo menos 15 dias. Algumas variáveis podem interferir nesse prazo, como a complexidade do acervo e a previsão de freqüência. No caso de exposições itinerantes, recomenda-se prever um período para deslocamento do acervo, de acordo com a distância entre as cidades existentes no roteiro, além do período para limpeza, conferência, conserto, devolução de obras, di-vulgação e outros acertos indispensáveis.

Para que não haja risco de fragmentação no entendimento da obra do artis-ta plástico, é desejável que seu acervo seja exposto em um só lugar. A exceção ocorrerá somente quando determinado artista for homenageado por diversas instituições, concomitantemente, e na mesma cidade. Nesse caso, cada expo-sição do artista deverá exibir um aspecto importante da sua obra.

Os Departamentos Regionais poderão, juntamente com instituições diver-sas, formar redes de contato através de projetos de circuitos regionais, estadu-ais e nacionestadu-ais. Estes circuitos são viáveis e redutores de custos para os

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partamentos Regionais e, mais importante, permitem um intercâmbio entre a produção artística das diferentes regiões e estados que constituem o mosaico cultural brasileiro.

Para permitir a incorporação artística de outros países, deve-se procurar esta-belecer contato com representações diplomáticas e instituições internacionais.

No que concerne às exposições históricas, estas não devem ser apresentadas de forma linear, mostrando a seqüência dos movimentos artísticos, mas en-tendidas como um processo cumulativo de conhecimento. As exposições de caráter histórico devem ter aportes referentes aos momentos em que foram causa e/ou conseqüência. Em exposições históricas, deve-se mostrar, além das peças do artista, obras que inspiram sua criação artística ou obras daqueles artistas que receberam influências. Também devem compor a mostra obras de artistas que foram influenciados pelo artista em exposição.

Paralelamente à exposição podem ser realizadas performances, palestras, workshops, oficinas e visitas mediadas. Os suportes tecnológicos de apoio à exposição são ferramentas úteis para atrair público, mas nunca substituirão a experiência direta do contato com uma obra, porque ela é única. Cabe ao De-partamento Regional o papel de mediador na utilização desses recursos, que são muitos, impedindo que estas ferramentas, que são acessórios para a expo-sição, se tornem a atração principal, evitando-se, portanto, que o acessório e o principal numa exposição tenham invertidas suas posições.

3.2 Documentação

Após a definição da programação, todos os artistas e instituições devem as-sinar contratos estabelecendo as suas respectivas responsabilidades em relação à montagem, organização, preservação do acervo exposto e sua divulgação na comunidade. Esses contratos devem ser previamente apresentados, de modo a tornar claro todos os requisitos para a participação dos interessados. Outros documentos também são indispensáveis, como os comprovantes no ato do recebimento e da entrega dos acervos e sobre o direito do uso de imagem. Nenhum acordo deve ser feito oralmente.

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4. DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO-CULTURAL

A atividade Desenvolvimento Artístico-Cultural consiste em ações de for-mação e aprendizado, que objetivam não só a qualificação dos produtores como também dos consumidores culturais.

Nesse sentido, cabe ao SESC desenvolver cursos focados na formação contí-nua, com propostas diversificadas e atualizadas, e materiais adequados para as práticas artísticas, bem como criar espaços específicos para o desenvolvimento sistemático de ateliês destinados para a formação artística. O profissional que ministra esses cursos e ateliês deverá possuir experiência e conhecimento espe-cífico nos assuntos propostos, além de capacidade de transmiti-los.

Para tanto, os conteúdos de Artes Plásticas precisam ser transpostos didati-camente para os participantes dos cursos e ateliês, conforme o nível de conhe-cimento do alunado. É importante, entretanto, que os conteúdos transmitidos melhorem o nível de compreensão sobre artes plásticas e estimulem o aluno a prosseguir por si só, garantindo que o mesmo se qualifique permanentemente. Com isso, ele se tornará parte do público interessado ou um criador vinculado às tendências do seu tempo, ou seja, a arte moderna e contemporânea.

A modalidade Desenvolvimento Artístico-Cultural tem de desenvolver três níveis de cursos, que deverão ter o foco, prioritariamente, nas tendências que marcam as artes plásticas na contemporaneidade. São eles:

a) Nível básico – destinado àqueles com pouca ou nenhuma formação

artística. Os cursos de nível básico deverão oferecer uma compreensão mais abrangente das principais questões da arte moderna, permitindo maior horizontalidade na compreensão das bases e dos fundamentos que a caracterizam.

b) Nível de desenvolvimento – destinado àqueles que já possuem melhor compreensão das produções artísticas contemporâneas. O curso deve propor questões de entrelaçamento e diálogo entre várias técnicas e experimentações, detendo-se na análise dos múltiplos materiais a serem utilizados como suporte

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ou meios de experimentações, com vistas a permitir ao participante uma com-preensão adequada do uso e dos resultados alcançados.

c) Nível de aprofundamento – destinado àqueles que apresentam uma

linguagem própria formada e em vias de amadurecimento na linha da contemporaneidade. Esse nível é específico para o produtor artístico, já que dever-se-á se fundamentar em linhas de discussão, formando grupos de estudo para investigações e análise de trabalhos, nos quais os participantes agrupam-se em torno de propostas temáticas com o apoio de professores e críticos de arte.

4.1 Ateliês – Laboratórios de Criação

O processo de produção artística é em si um processo de conhecimento, visto que compreende uma série de práticas que levam o indivíduo a relacio-nar, orderelacio-nar, classificar, transformar e criar.

Nos ateliês, poderão ser desenvolvidas práticas de pintura, escultura, dese-nho, gravura, arte digital, videoinstalação, net-arte, web-arte, performances, projetos de instalações, propostas de intervenções urbanas etc.

Os ateliês deverão funcionar diariamente, em horários que deverão levar em conta as disponilibidades de freqüência da clientela e as disponibilidades de cada Departamento Regional.

Assim, o SESC deverá criar uma nova postura com relação às práticas ar-tísticas a serem desenvolvidas em suas Unidades Operacionais, colaborando para que os produtores e consumidores passem por um conjunto amplo de experiências de aprendizagem, criação, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal.

Os Laboratórios de Criação deverão ter como objetivo geral o fazer e pensar o processo criativo, alinhando a prática de ateliê com a reflexão sobre a produ-ção em arte contemporânea.

Toda técnica artística, portanto, não é um mero receituário que pode ser ensinado apenas em seus procedimentos práticos. É algo bem mais complexo como a arte contemporânea comprovou, ao contestar os processos tradicio-nais. A técnica é ao mesmo tempo um fazer e um saber, um conhecer fazendo e um fazer cognitivo, no qual intuição e intelecto se encontram e se fecundam

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para dar vida ao conhecimento metafórico. Portanto, a pesquisa em artes plás-ticas requer uma metodologia diferenciada: o pesquisador produz seu objeto de estudo ao mesmo tempo em que desenvolve a pesquisa teórica.

Os Ateliês – Laboratórios de Criação apresentam três instâncias metodo-lógicas:

a) A metodologia de trabalho em ateliê leva em conta a obra como processo. Para o aluno, a obra é, ao mesmo tempo, um processo de formação e um processo no sentido de processamento, de formação de significado. O aluno às voltas com o processo de formação da obra acaba por processar a si mesmo, colocando-se em processo de descoberta. Descobre coisas que não sabia antes e que só pode ter acesso através da obra.

b) A metodologia de pesquisa teórica caminha junto nesse processo de formação da obra artística, especulando sobre as implicações daquilo que o aluno está fazendo com o que já foi realizado, estabelecendo, portanto, relações com a História da Arte e com a produção contem-porânea.

A Filosofia, a Psicanálise e a Literatura são campos de conhe-cimentos interdisciplinares, os quais fornecem excelentes conceitos operacionais para o aluno pensar em sua prática artística.

No momento em que o aluno busca, em campos de conhecimento afins, determinados conceitos para testar e experimentar no seu traba-lho prático, está lançando mão de ferramentas conceituais. É necessário, portanto, usar essas ferramentas conceituais com tanto critério quanto as que utiliza em seu processo de formação do trabalho prático.

c) A metodologia do professor-orientador deverá fazer com que o aluno de-senvolva os projetos de pesquisa prática, bem como estimular que escreva seus projetos. É como se as palavras estivessem entrelaçadas no trabalho e no próprio corpo do aluno. Sua análise terá esta vivência suplementar: confrontação pessoal com o processo de criação.

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Para tanto, o professor-orientador deverá fornecer a seus alunos algumas estratégias:

1– Levar os alunos a manter anotações durante o processo de criação, quan-do serão feitos registros gerais das idéias, descrever as obras realizadas, as intervenções e os comentários, não esquecendo de datar. A idéia é mon-tar um documentário do processo da obra, com todas as idéias surgidas, o que foi realizado e o que não foi.

2 – Leituras e assistir a exposições são essenciais para o desenvolvimento artístico dos alunos, que necessitam ainda de contatos sistemáticos com os professores-orientadores e colegas da área, mantendo sempre inter-câmbios para troca de experiências e conhecimentos.

3 – Incentivar os alunos a manter continuidade e persistência na produção de seus trabalhos, estimulando o desenvolvimento mais eficaz de seus estudos e experimentações.

4.2 Núcleo de Teoria, Crítica e História da Arte

O estudo das artes plásticas é outro fator importante para dinamizar a cir-culação de idéias e fomentar a reflexão sobre as questões que lhes são perti-nentes, hoje.

Com base em História da Arte, teoria e crítica, o estudo sobre as artes plás-ticas envolve a obra propriamente dita, sua significação e seus códigos semân-ticos, seus efeitos no contexto social, sua legitimação e circulação.

Nesse sentido, o SESC deverá desenvolver, em suas Unidades Operacionais, uma série de cursos, debates, palestras e encontros que contribuam na cons-trução do pensamento sobre a arte moderna e contemporânea, ampliando as oportunidades de formação sobre questões fundamentais do universo visual e suas relações com outras áreas do conhecimento.

Para tanto, na temática a ser desenvolvida deverá prevalecer o foco na cria-ção artística contemporânea, de forma que haja sempre um mapeamento dos

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principais argumentos que justificam e legitimam a arte que se constitui nessa grande vertente da criação artística.

O SESC deverá sistematizar tais ações nas Unidades Operacionais convi-dando críticos, pesquisadores e artistas plásticos, promovendo ciclos perma-nentes de debates sobre arte, bem como exibindo registros audiovisuais.

Esse conjunto de ações em Desenvolvimento Artístico-Cultural, associado com exposições, permitirá ao SESC tornar-se, em cada localidade em que atua, uma referência para aqueles que buscam ter nas Artes Plásticas seu ofício e para aqueles que têm este segmento da criação artística como seu objeto de reflexão e prazer estético.

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