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Contabilidade rural aplicada em uma pequena propriedade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CAMILA DO AMARAL TEIXEIRA

CONTABILIDADE RURAL APLICADA EM UMA PEQUENA

PROPRIEDADE

IJUÍ (RS)

2016

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CAMILA DO AMARAL TEIXEIRA

CONTABILIDADE RURAL APLICADA EM UMA PEQUENA

PROPRIEDADE

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profº Orientador: LAURI BASSO

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida e por ter sido meu protetor nessa caminhada de tantos obstáculos.

Aos meus pais pelo apoio em todas as horas, pela força que me deram para não desistir em nenhuma das etapas, por todo amor, dedicação e confiança que depositaram em mim. Meu agradecimento será eterno a vocês.

A minha irmã Raquel que me ajudou nos últimos dois anos, dando sempre incentivo para fazer as atividades da faculdade e todo amor e carinho que me deu nos dias estressantes e cansativos.

Pra você Vó Tereza, onde a senhora estiver saiba que sou eternamente grata pelo seu apoio e sinto muito você não estar aqui para ver essa minha conquista, mas sei que de qualquer forma você estaria muito feliz.

Enfim, a todos aqueles que alguma forma contribuíram para essa conquista, família, professores e amigos, que entenderam a minhas ausências, queria poder escrever um recadinho para todos, muito obrigado meus queridos.

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RESUMO

A contabilidade rural auxilia e fornece informações para a administração de empresas rurais independentemente do porte, sendo que o estudo é de uma propriedade rural de pequeno porte. Objetivo deste trabalho de conclusão de curso é a aplicação da contabilidade rural em uma propriedade rural de pequeno porte localizada no município de Condor/RS. A pesquisa elaborada se classifica como aplicada, qualitativa e descritiva utilizando-se de entrevista despadronizada e da observação para a coleta de dados. Após o levantamento do inventário geral, foram apurados os custos de produção dos produtos soja, milho e gado de corte e elaboração das demonstrações contábeis. A partir desse estudo conclui-se que a propriedade apresenta um resultado satisfatório e que os indicadores são favoráveis para futuros investimentos.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Cálculo valor do estoque soja ... 29

Quadro 2: Cálculo valor do estoque milho ... 29

Quadro 3: Inventário Geral ... 30

Quadro 4: Cálculo da depreciação ... 31

Quadro 5: Cálculo da depreciação por rateio ... 33

Quadro 6: Custo de Produção lavoura da soja ... 35

Quadro 7: Custo do diesel lavoura da soja ... 36

Quadro 8: Custo de Produção lavoura de milho ... 37

Quadro 9: Custo do diesel lavoura de milho ... 37

Quadro 10: Custo do gado de corte ... 38

Quadro 11: Demonstração do Resultado do Exercício ... 39

Quadro 12: Vendas soja ... 40

Quadro 13: Vendas milho ... 41

Quadro 14: Custo proporcional vendas soja ... 42

Quadro 15: Custo proporcional vendas de milho ... 42

Quadro 16: Balanço Patrimonial ... 43

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SUMÁRIO RESUMO ... 4 LISTA DE QUADROS ... 5 1 INTRODUÇÃO ... 8 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 10 1.2 TEMA ... 10 1.3 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE ... 11 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.5 OBJETIVOS ... 13 1.5.1 Objetivo geral ... 13 1.5.2 Objetivos específicos ... 13 1.6 JUSTIFICATIVA ... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 CONTABILIDADE RURAL ... 15 2.2 FORMAS DE EXPLORAÇÃO ... 16

2.3 DEMONSTRAÇÕES E RELATÓRIOS CONTÁBEIS ... 17

2.3.1 Balanço patrimonial ... 18

2.3.2 Demonstração do resultado do exercício ... 20

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 24

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 24

3.1.1 Quanto à natureza ... 24

3.1.2 Quanto à abordagem do tema ... 24

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 25

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 25

3.2 COLETA DE DADOS ... 26

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 26

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 27

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 28

4.1 INVENTÁRIO GERAL ... 28

4.2 DEPRECIAÇÃO ... 31

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4.3.2 Custo de produção lavoura de milho ... 36

4.3.3 Custo do gado de corte ... 38

4.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ... 39

4.5 BALANÇO PATRIMONIAL ... 43

4.6 INDICADORES PARA FUTUROS INVESTIMENTOS ... 45

CONCLUSÃO ... 48

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1 INTRODUÇÃO

A contabilidade rural é pouco praticada pelos contadores, em parte pelo fato de que os empresários rurais normalmente são conservadores em suas atitudes e nas formas de gerenciar seus negócios e justificam esse comportamento ser devido à dificuldade para conseguir as informações, separar os documentos de gasto pessoal e familiar daqueles que são custo da atividade rural (CREPALDI, 2012).

A agricultura é a atividade de exploração da terra, que pode ser com a plantação de lavouras ou criação de animais, sendo que a partir dessa exploração são gerados produtos como milho, soja, trigo, carne, leite, entre outros.

Na atividade rural também é de suma importância à utilização da contabilidade, sendo que tanto para o produtor de soja ou de outro ramo agrícola, é possível apurar os custos de produção e os resultados gerando informações sobre o que está ocorrendo nas atividades produtivas, além dos resultados de cada atividade.

A propriedade em estudo não possui qualquer controle de seus bens e não há apuração de custos dos produtos, sendo que esses controles podem gerar informações que ajudam o agricultor a analisar seus resultados e identificar possíveis investimentos.

O objetivo desse estudo foi estruturar as demonstrações contábeis, com base em inventário de bens, direitos e obrigações para elaborar um balanço patrimonial e apuração dos custos de produção, reunir os documentos de despesas e receitas para elaborar a demonstração do resultado do período e se houver resultado positivo, sugerir a destinação em investimentos na propriedade.

Esse trabalho contém a contextualização do estudo, caracteriza-se a propriedade rural com descrição das atividades que envolvem a agropecuária, assim como a apresentação do problema a ser estudado, da apresentação do objetivo a ser alcançado e a justificativa do mesmo. Na sequência é definida a metodologia utilizada no estudo, que é dividida em classificação da pesquisa, sendo uma pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa, e pesquisa bibliográfica, sendo que a coleta de dados foi por meio de observação e entrevista sem roteiro. Os dados foram organizados, trabalhados e analisados com elaboração de tabelas no excel.

Por último, o capítulo quarto apresenta a análise dos resultados do estudo de caso aplicado a pequena propriedade rural, onde consta a descrição dos processos em cada atividade, a elaboração do inventário geral, apuração dos custos dos produtos soja, milho e gado de corte e estruturação da Demonstração do Resultado do Exercício e Balanço Patrimonial.

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Ao final a conclusões do estudo que a resposta do problema e as sugestões para o produtor referente à tomada de decisão, ao realizar a análise dos resultados a propriedade é um negócio lucrativo e com perspectivas que crescer e desenvolver, deixando assim de ser apenas um negócio para o sustento familiar.

Na sequência também têm as referências pesquisadas que são livros de diferentes autores relacionados à área de Contabilidade Rural, Contabilidade Geral e também os livros utilizados para base teórica da metodologia da pesquisa.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Ao falar de contabilidade é difícil pensar só em um tema, pois a atuação do profissional é muito ampla e em expansão. O seu objeto central de estudo é o patrimônio, o qual a grande maioria das entidades quer preservar e multiplicar, ou seja, gerar lucros. Para complementar, segundo Basso (2011, p. 27) “o objeto da contabilidade é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”.

Entre as atribuições que a contabilidade oferece para o Contador exercer tem-se a contabilidade de empresas privadas e públicas, perícias, análises das demonstrações contábeis, custos e auditoria, além de outras. Nessas outras está a contabilidade rural, que ainda precisa de incentivos e de estudos para melhor orientar os produtores rurais e assim motivar a permaneça deles no meio rural.

Segundo Medeiros (1999, p. 35) “a contabilidade rural é um dos ramos da contabilidade financeira, capaz de informar, controlar e analisar a empresa rural independente do tipo de atividade e peculiaridade”.

Esta parte do estudo apresenta a contextualização, envolvendo a abordagem do tema, a caracterização da propriedade rural, o problema a ser resolvido, os objetivos gerais e específicos e a justificativa.

1.2 TEMA

Para a contabilidade existem muitos conceitos, mas pode se definir como uma ciência social, o que parece ser um pouco estranho, pois são tantos números que pode se acreditar que a contabilidade pertence ao grupo das ciências exatas.

No mesmo contexto, Iudícibus; Marion (2002, p. 35) afirmam que “a contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia, a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta”.

A escrituração contábil do patrimônio de uma propriedade rural, é um pouco diferente das demais entidades, existem alguns termos e nomes que são utilizados na contabilidade comercial que não se utiliza.

No entanto, o tema é interessante para o estudo pela necessidade que os produtores têm de informações, pois com o passar dos anos, aquela propriedade que inicialmente apenas servia para seu sustento e de sua família, agora se torna um negócio lucrativo e com

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possibilidades de crescimento e desenvolvimento. O ramo da Ciência Contábil, para esse estudo é a Contabilidade Rural com aplicação em pequena propriedade familiar.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

A propriedade existe desde 1906, onde sempre foi familiar e esta na terceira geração, e a cada geração é ampliada com aquisição de mais terras. O negócio a ser estudado é uma propriedade rural familiar, localizada no município de Condor no estado do Rio Grande do Sul, com área de 44,7 hectares. Sendo que em média, ao ano 3,5 hectares são destinados ao cultivo de milho e os demais hectares com soja no verão, já no inverno é plantado pastagem para o gado de corte em uma área de aproximadamente 27 hectares, o restante da área fica sem plantações.

Nas entidades fala-se muito em faturamento, para um agricultor é difícil definir um valor, por ser uma atividade que sofre muito com as influencias climáticas e econômicas, e esse valor pode ser muito variável. Em média são colhidas em torno de 2.500 sacas da soja, aproximadamente 500 sacas de milho, sendo ainda que parte da produção é utilizada para alimentação dos animais.

A tributação da produção comercializada é por FUNRURAL (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), e o percentual é de 2,3% sobre tudo que for vendido, ou seja, sobre a receita bruta, sendo que o produtor só vai pagar quando vender, sem venda não há tributação, e não precisa apurar resultado.

A distribuição desse percentual é 2% para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e 0,3% para o RAT (Riscos Ambientais do Trabalho), SAT (Seguro Acidente do Trabalho) e o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Os produtos que englobam a receita bruta na propriedade são soja, milho e gado de corte.

Na realização das tarefas da propriedade trabalham apenas dois proprietários, sendo marido e mulher, não tem empregados, existe apenas uma parceria com o irmão e o pai em alguns equipamentos, como um caminhão e uma colheitadeira. Essa parceria funciona apenas para a utilização dos equipamentos e há divisão de despesas referente aos mesmos.

Para entender melhor essa prática, Crepaldi (2012, p. 21) diz que “parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não, o uso específico do imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não benfeitorias, outros bens e, ou facilidades”.

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Os fornecedores de insumos e maquinário são locais, são empresas que revendem insumos agrícolas como fertilizantes, herbicidas, fungicidas, sementes fiscalizadas e para o gado de corte o milho é da própria produção e ração ou concentrados adquiridos de empresas que revendem. Para a manutenção dos equipamentos são contratados serviços de empresas estabelecidas na região.

Por se tratar de uma propriedade rural não se tem uma estrutura de comércio aonde os clientes vão até o produto, nesse caso o produtor rural precisa levar seus produtos até o comerciante que vai negociar seus produtos, sendo que o produtor não tem como dar o valor a seus produtos isso varia conforme a oferta e demanda do mercado. O produtor é associado de uma cooperativa da região, onde entrega grande parte de sua produção.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Qualquer negócio precisa de organização e planejamento, independente do ramo. No caso da contabilidade rural que é um estudo que precisa de muito cuidado, existem muitas variáveis em que se o produtor não estiver organizado, provavelmente irá a falência.

Algumas das variáveis precisam ser consideradas, tais como a dependência do clima, ocorrência de pragas, correlação tempo de produção versus tempo de trabalho, incidência de riscos e sistema de competição econômica.

Sendo assim a contabilidade rural é de suma importância para contribuir com informações para que essas variáveis e outras que venham a surgir sejam avaliadas e o produtor tenha uma base para tomar decisões, como exemplo se há uma previsão de estiagem no período de planta do milho e o produtor não tem irrigação, se o produtor tiver uma reserva para arriscar o investimento, ou contratar um seguro, mas para tomar essa decisão é preciso ter uma base numérica, ou seja, o balanço patrimonial.

Nesse sentido Crepaldi (2012, p. 3) diz que a “administração Rural é, portanto, o conjunto de atividades que facilita aos produtores rurais a tomada de decisões ao nível de sua unidade de produção, a empresa agrícola, com fim de obter o melhor resultado econômico, mantendo a produtividades da terra”.

A propriedade em estudo, não tem nenhum controle Contábil, os controles que existem são bem precários, algumas anotações e apuração de resultado anual muito superficial, nada específico e correto. Por isso a necessidade de fazer a contabilidade dessa propriedade, lendo a literatura relacionada e em seguida apurar o inventário para seguir com os demais procedimentos Contábeis.

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Em consideração a realidade descrita pergunta-se: De que forma as informações geradas pela contabilidade rural podem contribuir na tomada de decisões dessa propriedade rural familiar de pequeno porte?

1.5 OBJETIVOS

Nessa parte apresentam-se os objetivos, que se dividem em objetivo geral e os objetivos específicos a serem ocupados para o foco do estudo, em busca de resposta do problema.

1.5.1 Objetivo geral

Aplicar a contabilidade rural em sua extensão mais ampliada, focando no objeto da contabilidade que é o patrimônio de uma pequena propriedade rural, apurar os custos de produção e elaborar as demonstrações contábeis.

1.5.2 Objetivos específicos

- Revisar a literatura pertinente ao estudo; - Realizar um inventário da propriedade;

- Apurar o custo do produto produzido e o resultado; - Estruturar o balanço patrimonial;

- Fornecer informações para a tomada de decisão. 1.6 JUSTIFICATIVA

Entre tantas áreas de atuação de um Contador, é difícil fazer uma escolha, a minha foi a contabilidade rural. Essa decisão decorre do fato de conhecer a realidade vivida pelos agricultores de nossa região e querer ajudar com meu conhecimento contábil, para tentar contribuir para uma mudança na expressão muito utilizada no meio rural “se for colocar no papel, não dá lucro”, porém para o agricultor ter certeza é só colocando no papel.

Como base em uma propriedade da família, mostrar que tem que ter o controle de seus gastos, apurar o custo dos produtos, pesquisar na hora de fazer as compras de insumos e saber quando investir em estrutura e equipamentos, analisando sempre o mercado.

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Para a universidade e o Curso de Ciências Contábeis a satisfação e o meu orgulho de ter feito parte por seis anos dessa instituição e, além disso, que esse estudo possa ajudar outros alunos que assim como eu, escolherem a contabilidade rural.

Para mim esse estudo tem a importância por ser um assunto que quero trabalhar no futuro, ser uma especialista em contabilidade rural e assim como meu pai vai ter oportunidade de ver seu patrimônio em números, que outros agricultores possam também, sei que é um processo demorado, mas com muito estudo e dedicação conquista-se.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo é apresentada a pesquisa bibliográfica, realizada por meio de consulta em obras de autores dos diversos assuntos relacionados ao estudo, com o propósito de aprimorar o conhecimento na área da contabilidade rural, buscando um maior entendimento sobre contabilidade rural, custos de produção na agropecuária, demonstrações contábeis e destinação do resultado do período, com foco para atividade rural.

2.1 CONTABILIDADE RURAL

Mudanças vêm ocorrendo constantemente, de modo que o produtor rural deve buscar cada vez mais conhecimento tecnológico, bem como uma boa gestão e organização da sua propriedade visando crescimento e planejamento e assim alcançando uma gestão moderna e eficiente.

Com essas mudanças, a propriedade que servia prioritariamente para o sustento da família, passa a ser um negócio, denominados nas literaturas como empresas rurais, que é definida por Marion (1996, p. 31) como “aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo através do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.

Para entender a origem da contabilidade rural, precisa-se compreender o que é agricultura, que segundo Santos; Marion; Segatti (2009, p. 13) “é definida como a arte de cultivar a terra. Arte essa decorrente da ação do homem sobre o processo produtivo a procura da satisfação de suas necessidades básicas”.

A agricultura apresentará resultados satisfatórios a medida que o produtor ampliar seus conhecimentos técnicos e gerenciais, nesse contexto se destaca a importância da contabilidade rural, que para Marion (2009, p. 3) é definida como:

A contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou particular (aplicada a certo ramo de atividade ou setor da economia). Quando estudada de forma genérica, a contabilidade é denominada Contabilidade Geral ou Contabilidade Financeira. Quando aplicada a um ramo específico normalmente de acordo com a atividade daquele ramo.

Os ramos que dividem o estudo da contabilidade voltada ao setor do agronegócio, segundo Oliveira (2009, p.22) é:

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- Contabilidade agrícola e contabilidade rural são quando se utiliza a contabilidade geral e aplica-se ás propriedades rurais, podendo ser de pessoa física ou pessoa jurídica.

- Contabilidade da zootécnica é quando se utiliza a contabilidade geral e aplica-se ás propriedades rurais que desenvolvem atividades zootécnicas.

- Contabilidade agropecuária e da agroindústria é quando se utiliza a contabilidade geral e aplica-se ás propriedades agropecuárias e agroindustriais.

As atividades que compõem cada um desses ramos, na contabilidade agrícola e rural é o cultivo de culturas hortícola e forrageira, como soja, milho trigo, verduras, tubérculos, plantas oleaginosas, entre outras.

A contabilidade da zootécnica é direcionada á criação de animais, que pode ser apicultura (criação de abelhas), avicultura (criação de aves), pecuária (criação de gado), ou tudo o que estiver relacionado com animais. Já a contabilidade na agroindústria é o beneficiamento do produto agrícola (arroz, soja, milho) e a transformação destes produtos zootécnicos (mel, laticínios, embutidos de carnes), ou seja, passa por um processo de industrialização.

2.2 FORMAS DE EXPLORAÇÃO

Os agricultores podem se enquadrar, tanto como pessoa física, quanto pessoa jurídica, sendo assim definido por Marion:

- Pessoa física é pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem nenhuma exceção). A existência da pessoa física termina com a morte.

- Pessoa jurídica é uma união de indivíduos que, por meio de um trato reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. As pessoas jurídicas podem ter fins lucrativos (empresas industriais, comerciais etc.) ou não (cooperativas, associações culturais, religiosas etc.). Normalmente, as pessoas jurídicas denominam-se empresas (MARION, 2009, p. 7).

Segundo Young, a pessoa jurídica divide-se da seguinte forma:

- Pessoa física (autônomo): sem registro na Junta Comercial e tributado como pessoa física pela tabela progressiva mensal;

- Empresário Individual: inscrito na Junta Comercial (equiparado á pessoa jurídica, passível de ser tributado pelos regimes tributários do simples nacional, lucro presumido ou lucro real);

- Sociedade Empresária: inscrita na Junta Comercial na forma de sociedade limitada, anônima ou outra forma societária; passível de ser tributada pelos regimes tributários do simples nacional, lucro presumido ou lucro real (YOUNG, 2009, p. 18).

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A maioria dos agricultores atua como pessoa física, em razão de ter mais vantagens em relação aos impostos, principalmente quando se tratar de pequenas e médias propriedades. Passa a ser vantajosa a forma de pessoa jurídica quando o agricultor tiver uma propriedade de porte maior (YOUNG, 2009).

O agricultor pode ou não ser dono da terra, gerando assim tipos de organização diferentes para exploração da terra, que segundo Oliveira são:

- Empresário agropecuário com propriedade da terra; nesse caso, além de possuir a terra, somam-se a ela os capitais fundiários e de exercício. Verifica-se que nessa situação, o proprietário, além de possuir a terra, também investe em capital de exercício e administra a propriedade.

- Parceria: na parceria o proprietário tem a terra ou as culturas permanentes (capital fundiário) e também o capital de exercício (máquinas, tratores, gado reprodutor etc.). E trabalha em parceria com um terceiro que, embora não tenha o capital fundiário e nem o de exercício, colabora na atividade com o serviço. Para tanto recebe pelo serviço executado na propriedade a remuneração dessa parceria. Esta pode ser á meia, na qual o lucro da colheita é dividido, metade ao proprietário e metade ao parceiro, ou outra forma de remuneração.

- Arrendamento: no caso do arredamento o proprietário aluga seu capital fundiário (terra, cultura permanente). Nesse caso dificilmente aluga o capital de exercício (máquinas, tratores, gado reprodutor etc.) para um terceiro que queira explorar a atividade. Assim surge o que se chama Sistema de Arrendamento, em que o arrendador (proprietário) recebe do arrendatário (quem trabalha) uma retribuição certa, denominada de aluguel.

- Comodato: é o empréstimo gratuito, em virtude do qual uma das partes cede por empréstimo, a um terceiro, pessoa física ou jurídica, terras, equipamentos, com o objetivo de explorar por tempo determinado e nas condições preestabelecidas no Contrato de Comodato.

- Condomínio: é a propriedade em comum, em que os condôminos proprietários de uma propriedade rural compartilham na mesma proporção da parte que lhes cabe por direito no condomínio, os riscos e dos resultados da exploração da atividade (OLIVEIRA, 2009, p. 21).

Diante de tantas formas de exploração, cabe uma análise minuciosa da propriedade, para saber em qual a mesma será enquadrada, pois a partir dessa análise pode-se começar a contabilização da propriedade. Nada impede que o agricultor utilize mais de uma forma de exploração, o que irá alterar é a forma dos lançamentos na contabilidade para cada forma de exploração.

2.3 DEMONSTRAÇÕES E RELATÓRIOS CONTÁBEIS

As demonstrações e relatórios são importantes instrumentos para os serviços de Contabilidade. Esses demonstrativos tem a finalidade de fazer uma exposição resumida e ordenada de dados retirados da Contabilidade da entidade, e tem como objetivo facilitar aos

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usuários que utilizam a informação, com uma interpretação de forma fácil e principalmente que contribua para a tomada de decisão.

Existem diferentes formas de relatórios, geralmente voltados com fins gerenciais e por outro lado, demonstrações contábeis em um número menor, que são Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração dos Fluxos de Caixa e Notas Explicativas. Essa última que não é considerada uma demonstração contábil e sim, um complemento às demonstrações, pois as notas são esclarecimentos da situação patrimonial, explicando operações como critérios de cálculos, taxas de juros, composição do capital social, ajustes de exercícios anteriores e tudo mais que a entidade achar pertinente esclarecer.

2.3.1 Balanço patrimonial

Antes de iniciar o balanço patrimonial, deve-se conhecer o patrimônio e uma forma de atingir esse conhecimento é através do inventário geral, que nada mais é, que o levantamento dos itens que compõem o patrimônio de uma determinada entidade. Para uma melhor compreensão, Basso conceitua:

O inventário geral é um relatório utilizado para conhecer o patrimônio de um ente qualquer. Trata-se de um levantamento dos bens, direitos e obrigações que integram um determinado patrimônio numa determinada data, obedecidos certos princípios e convenções que normatizam sua execução, independentemente da escrituração contábil (BASSO, 2011, p. 41).

Para Basso (2011) o inventário é estruturado da seguinte forma:

- Cabeçalho: composto pelo título, nome, domicilio da entidade e data que foi efetuado o levantamento;

- Corpo: composto pelo ativo, passivo, comparação e resultado;

- Encerramento: composto pela data e assinatura do responsável pelo inventário. Após, finalizado o inventário, estrutura-se o balanço patrimonial, este que é conceituado, segundo Iudícibus; Marion (2002, p. 185):

O balanço patrimonial é a peça contábil que retrata a posição das contas de uma entidade após todos os lançamentos das operações de um período terem sido feitos, após todos os provisionamentos (depreciação, devedores duvidosos, etc.) e ajustes, bem como após o encerramento das contas de Receita e Despesa também terem sido executados.

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No mesmo contexto Crepaldi (2012), diz que o Balanço Patrimonial é um produto da Contabilidade, onde as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo que facilite o conhecimento e a análise da situação financeira da entidade rural.

Conforme Basso (2011) o balanço patrimonial é estruturado pelos seguintes componentes patrimoniais: ativo, passivo e patrimônio líquido.

No ativo estão inseridos todos os bens e direitos da entidade, estes expressos em moeda, por isso, representando o lado positivo, organizados de acordo com sua disponibilidade financeira. Como exemplo de contas do ativo cita-se banco, contas a receber, estoques, investimentos, móveis, imóveis e entre outras.

Além dos exemplos citados, têm-se os ativos biológicos que são as plantas e os animais. Quando se pensa em algo vivo, como plantação de soja ou criação de gado, surgem dúvidas de como mensurar e trazer para a contabilidade esse tipo de ativo. Contribui para solução dessas dúvidas a Norma Brasileira de Contabilidade nº 27 que trata de ativos biológicos, e que ajuda a tirar ou resolver essa questão. Segundo a norma os ativos biológicos só podem ser mensurados quando:

- A entidade controla o ativo como um resultado de eventos passados;

- For provável que benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços associado com o ativo fluirão para a entidade;

- O valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado confiavelmente.

Por sua vez o passivo representa os valores negativos da entidade, pois compreende todas as obrigações, ou seja, suas dívidas. São obrigações que a empresa assume perante terceiros, como por exemplo: títulos a pagar, impostos a pagar, empréstimos a pagar, etc.

A diferença entre os valores de ativo e passivo resultam no patrimônio líquido da entidade. A situação líquida no balanço patrimonial é constituída de forma geral pelo capital social, reservas e lucros acumulados.

As finalidades do Balanço Patrimonial são diversificadas, mas Crepaldi (2012, p.88) aponta algumas como:

- atendimento de disposição legal comercial: o Código Comercial Brasileiro exige que se realize o levantamento das demonstrações financeiras;

- atendimento á legislação tributária: a legislação tributária exige que as Empresas Rurais tributadas pelo lucro real efetuem, no mínimo, anualmente, o levantamento das demonstrações financeiras;

- subsídios á administração: os administradores utilizam-se dos dados fornecidos pelo balanço para avaliar o desempenho da Empresa Rural e redirecionar os planos futuros, se for o caso. É a finalidade de controle e planejamento;

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- informações econômico-financeiras ao mercado: os fornecedores, investidores, financiadores, governo, clientes, etc. têm interesse em saber da “saúde” da Empresa Rural, e esse diagnóstico poderá ser feito mediante a análise do balanço.

Assim, o Balanço Patrimonial se torna uma demonstração indispensável para qualquer entidade, pois ter um balanço estruturado de acordo com a realidade da empresa pode permitir uma análise aos gestores, que a partir dessa análise possam antecipar problemas, avaliar soluções e identificar formas para a empresa prosperar.

2.3.2 Demonstração do resultado do exercício

A demonstração do resultado do exercício tem como objetivo comparar receitas com despesas de determinado período, apurando um resultado que pode ser positivo, negativo ou nulo. Neste contexto Iudícibus; Marion (2002, p. 197) ressaltam que “a Demonstração do Resultado do Exercício é a expressão máxima, juntamente com o Balanço Patrimonial, da evidenciação contábil emanada da aplicação criteriosa dos procedimentos de escrituração e ajuste, tudo obedecendo aos Princípios de Contabilidade, prioritariamente o da Competência”. No caso da Demonstração do Resultado do Exercício for de uma empresa rural, alguns pontos são diferenciados, como o período de apuração, que nas entidades que não são rurais geralmente é o ano, na rural o que vai definir o período de apuração da demonstração do resultado é a cultura explorada que pode ser temporária ou permanente, que Marion (1996, p.32) diferencia da seguinte forma:

- Culturas temporárias são aquelas que oferecem apenas uma colheita e, normalmente, o período de vida é curto. Exemplos: soja, milho arroz, feijão etc. - Culturas permanentes: caracterizam-se por oferecer mais de uma colheita ou produção e durar mais de um ano. Exemplos: cana-de-açúcar, citricultura, cafeicultura e frutas arbóreas (maçã, pera, uva).

Uma empresa rural pode ter em sua propriedade os dois tipos de culturas, o que vai exigir um controle e apuração dos custos e despesas ainda maior, e para controlar é preciso conhecer a diferença entre custos e despesas e nesse sentido Crepaldi afirma:

- Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção rural; são todos os gastos relativos á atividade de produção. Exemplos: salários do pessoal da propriedade rural, insumos utilizados no processo produtivo, combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas agrícolas, depreciação dos equipamentos agrícolas e gastos com manutenção das máquinas agrícolas.

- Despesas: gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidoras com a finalidade de obtenção de receitas. Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir custos e despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com os produtos

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agrícolas, até que estejam prontos, são custos; a partir daí, são despesas. Exemplos: salários e encargos do pessoal do escritório de administração, energia elétrica consumida no escritório, gasto com combustíveis e refeições do pessoal de administração, conta telefônica do escritório (CREPALDI, 2012, p. 101).

Para elaboração de uma Demonstração do Resultado do Período, se vai além de ter o controle e apuração apenas dos custos e despesas, precisa-se ter conhecimento do que é receita, gasto ou dispêndio, desembolso, perda e ganho. Sendo assim, Marion define esses itens da seguinte forma:

- Receita: A Receita corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestações de serviços. Ela aparece (é refletida) no balanço através de entrada de dinheiro no Caixa (Receita a vista) ou entrada em forma de Direitos a Receber (Receita a Prazo) Duplicatas a Receber. A Receita sempre aumenta o Ativo, embora nem todo aumento de Ativo signifique Receita (empréstimos bancários, financiamentos etc. aumentam o Caixa - ativo da empresa e não são Receitas). Todas as vezes que entra dinheiro no Caixa através de receita a vista recebimentos etc., denominamos esta entrada de Encaixe.

- Gasto (ou Dispêndio): É todo sacrifício para aquisição de um bem ou serviço com pagamento no ato (desembolso) ou no futuro (cria uma divida). Assim, a empresa tem gasto na compra de Imobilizado, na compra de matéria-prima, na produção etc. Num primeiro estágio, todo sacrifício para aquisição de bem ou serviço é um gasto (é um conceito consideravelmente amplo). Portanto, no momento em que a empresa adquire um bem ou serviço defrontamo-nos com um gasto.

- Desembolso: É todo o dinheiro que sai do Caixa (disponível) para um pagamento. Podemos também utilizar o termo Desencaixe como sinônimo de desembolso. Na verdade, mais cedo ou mais tarde, o gasto será um desembolso. Todavia, nem todo desembolso é um gasto. Por exemplo, amortização ou quitação de empréstimo bancário é um desembolso, mas não é um gasto.

- Perda: é um gasto involuntário, anormal, extraordinário. Ex.: desfalque no caixa, inundações, greves, incêndio etc. Na prática é bastante difícil prever uma perda (por ser anormal). Geralmente, a perda reduz o Ativo (consequentemente o PL).

- Ganho: da mesma forma que a perda, o ganho é bastante aleatório. É um lucro independente da atividade operacional da empresa. Ex.: ganhos monetários, (ganhos com a inflação), venda de um imobilizado por valor acima de seu custo etc. O Ganho aumenta o Ativo (consequentemente o PL). Tanto a perda quanto o ganho refletem no PL, diminuindo ou aumentando o lucro apurado na DRE (Demonstração de Resultado do Exercício) (MARION, 1996, p. 54).

Os itens definidos acima são nomenclaturas utilizadas na contabilidade de custos, sendo que é fundamental o entendimento das mesmas, para a classificação dos fatos das operações de uma entidade, o que vai gerar uma demonstração do resultado do período mais correta, separando o que for receita, gasto, desembolso, perda, ganho, custo ou despesa.

Para apuração dos custos de cada produto, para posteriormente compor a demonstração do resultado, é necessário conhecer outras classificações. Existem custos diretos que são ligados e apropriados aos produtos (facilmente identificável) e custos indiretos que são acrescentados no processo de produção e que são de difícil vinculação para cada produto (usa critérios de rateio). Crepaldi define essa classificação da seguinte maneira:

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- Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade de força consumida etc.). De modo geral, identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente à quantidade produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção.

- Custos indiretos, para serem incorporados aos produtos agrícolas, necessitam da utilização de algum critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, salário de administradores etc. (CREPALDI, 2012, p. 102).

O custeio e alocação dos custos aos produtos vêm ser a parte mais complexa da contabilidade agrícola e da apuração do resultado. Para que as informações de custos não se tornem inválidas, torna-se necessário um sistema de controle e apuração bem organizado e estruturado de acordo com as características das atividades e da própria propriedade. Normalmente encontramos itens de custos que permanecem com seus valores inalterados e aqueles que vão variar conforme a quantidade de produto, sendo que alguns itens de custos são proporcionais à quantidade e outros independentes da produção, que vão continuar constantes. Em decorrência dessa situação, temos os custos fixos e custos variáveis que segundo Santos; Marion; Segatti:

- Custos variáveis: são aqueles que variam em proporção direta com o volume de produção ou área de plantio. Ex.: mão de obra direta, materiais diretos (fertilizantes, sementes, rações), horas-máquina.

- Custos fixos: são os que permanecem inalterados em termos físicos e de valor, independentemente do volume de produção e dentro de um intervalo de tempo relevante. Geralmente são oriundos da posse de ativos e de capacidade ou estado de prontidão para produzir. Por isso, também são conhecidos como custos de capacidade. Ex.: depreciação de instalações, benfeitorias e máquinas agrícolas; seguro de bens; salários de técnicos rurais e chefias (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2009, p. 33).

Após conhecer o que compõe um sistema de custos completo voltado para as operações agropecuárias, os objetivos do sistema refletem na sua importância como instrumento gerador de informações básicas para a administração da propriedade rural, que vai desde a produção até a venda, ou seja, entre custos, despesas e receitas.

Segundo Santos; Marion; Segatti os objetivos referem-se ao uso que se pretende fazer dos dados de custo, sendo assim afirmam que os objetivos são:

- Custos para avaliação dos estoques (Custeio por Absorção): São os levantados pela contabilidade de custos tradicional, a fim de mensurar monetariamente os estoques de produtos acabados ou ainda em exploração e, ao fim de um exercício ou intervalo de tempo (mês, trimestre, semestre), apurar o resultado contábil da empresa.

- Custos para avaliação dos estoques (Custeio Direto ou Variável): Este método considera somente os custos variáveis para determinação dos custos de produção, ou seja, mão de obra direta, máquinas diretas e insumos agrícolas. Os custos fixos neste

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caso serão considerados como despesas e por esse motivo não é aceito pela legislação fiscal vigente, podendo ser utilizado somente na apuração de resultados gerenciais.

- Custos standard ou padrão: Destinam-se a confrontar a realidade com os padrões de custo e outros tipos de previsões e metas contidos no planejamento empresarial. Evidentemente, muitos dos padrões estabelecidos vêm do controle (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2009, p. 34).

Entender essas classificações dos custos é chave para a correta forma da apuração do custo de cada produto, produção e resultado do período, pois, o produtor sabe plantar, colher, operar máquinas, e parte da gestão fica de lado, mas tendo um controle dos custos sua gerência fica facilitada e completa, permitindo até a análise dos resultados apurados.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Neste capítulo é abordado sobre a metodologia do estudo, que é a explicitação de como foi desenvolvida a pesquisa. O estudo é desenvolvido na estrutura de trabalhos de produção científica, que se inicia com a classificação da pesquisa e vai até a coleta de dados, sendo que essa metodologia foi a base para se obter o alcance dos objetivos.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação da pesquisa é dividida quanto à natureza, abordagem, quanto aos objetivos e aos procedimentos técnicos. O que definiu essa classificação da pesquisa foi o desenvolvimento do tema do estudo.

3.1.1 Quanto à natureza

Segundo Gil (1999, p. 43), a pesquisa aplicada tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. No mesmo contexto, sobre pesquisa aplicada, Zamberlan et al. esclarece que:

Visa gerar conhecimentos para aplicação prática voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdade e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é gerar soluções potenciais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, empregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de soluções alternativas (ZAMBERLAN et al; 2014, p. 94).

O estudo se classifica como aplicado, pois o foco é a contabilidade rural aplicada em uma propriedade e a partir dessa aplicação teve o aprimoramento dos conhecimentos e maiores informações para tomada decisão.

3.1.2 Quanto à abordagem do tema

A classificação no enfoque da abordagem do tema pode ser de duas formas, qualitativa ou quantitativa. Esse estudo a abordagem é qualitativa, que para Beuren et al. (2004, p. 92) “na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao que está sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista a superficialidade deste último”.

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Ainda sobre abordagem qualitativa, Zamberlan et al; escreve:

Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo social entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta de coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados individualmente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (ZAMBERLAN et al; 2014, p. 94).

A forma de abordagem do tema é qualitativa, por fornecer a base para pesquisa e para descrever a propriedade e suas atividades, sendo que foi a melhor forma de obter informações e poder interpretar.

3.1.3 Quanto aos objetivos

Para os objetivos da pesquisa podem ser consideradas a pesquisa exploratória, descritiva ou explicativa, sendo que o estudo comtempla a pesquisa descritiva que é definida por Gil da seguinte maneira:

As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados (GIL, 1999, p. 44).

Para Beuren et al. (2004, p. 81) a pesquisa descritiva configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa, ou seja, não vai ser tão preliminar como a primeira nem tão aprofundada como a segunda. Nesse contexto, descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos.

Portanto, a pesquisa é descritiva por oferecer de forma mais completa a base para a tomada de decisões a partir das informações geradas ao produtor para o levantamento e controle de seu patrimônio e resultados de sua propriedade através de sua contabilidade rural.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Sobre os procedimentos técnicos, a pesquisa iniciou com a revisão da teoria relacionada ao tema sendo ela uma pesquisa bibliográfica, que é elaborada com base em livros e artigos de forma confiável, ou seja, de origem cientifica.

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Outro procedimento é a pesquisa documental que segundo Beuren et al. (2004) pode até ser confundida com a bibliográfica por terem características parecidas. Mas para Gil pode ser diferenciada da seguinte forma:

A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL, 1999, p. 66).

O estudo de caso também faz parte dos procedimentos técnicos, sendo que para Gil (1999) o estudo de caso é caracterizado pelo conhecimento mais profundo do caso, visa ampliar os conhecimentos, e tem seu objetivo nas situações da vida real e o estudo das variáveis que estão ligadas ao caso.

Portanto para o estudo foi feito o levantamento da propriedade, inventariando os bens, direitos e obrigações, sendo que para obter essas informações foram necessárias algumas visitas na propriedade e análise de notas fiscais de compras e vendas e os demais documentos pertinentes à propriedade como escrituras, contratos e relatórios do estoque dos grãos e gado de corte, por fim apurar o resultado do período.

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados é a forma para se conseguir a informação, que pode ser com entrevistas, observações, pesquisa documental e bibliográfica, dentre outras. No estudo foi utilizada a técnica de entrevista sem roteiro, onde as perguntas foram feitas conforme fluía o assunto, mas atendendo as necessidades para obter as informações para realização do estudo. E também, a observação simples, que ocorreu de maneira informal, espontânea e não planificada, buscando a constatação dos fatos.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

A técnica de entrevista é uma investigação e o objetivo é obter as informações a partir de perguntas. Segundo Lakatos; Marconi (1986, p.174) na entrevista despadronizada ou não estruturada “o entrevistado tem liberdade para desenvolver cada citação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal”.

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Para atingir o objetivo foi entrevistado o proprietário, mais de uma vez, conforme surgiram as dúvidas para elaboração de planilhas.

A organização dos dados teve como base os documentos que dão origem aos fatos administrativos e consequentemente aos fatos contábeis. O empresário rural tem prática de guardar os comprovantes da movimentação ocorrida na propriedade, porém não de forma organizada, sendo que foi necessário reunir e classificar tais documentos.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

O primeiro passo foi reunir a documentação relacionada aos custos de produção, as receitas e despesas e separar por data, mês a mês, do período de 01 de junho de 2015 á 30 de abril de 2016, assim como as informações bancárias e das operações da cooperativa em que é associado.

Deste período foi realizado o levantamento e apuração do custo da lavoura de milho, assim como apuração do custo da lavoura da soja, safras 2015/2016. Também foi apurado o custo da engorda de bovinos.

Houve o levantamento e organização de um inventário retroativo a 30 de abril, com objetivo de elaborar o balanço patrimonial e demonstração do resultado do período.

Para complementar o estudo, foi elaborado uma análise avaliativa das atividades produtivas, do resultado e do patrimônio, com vista à orientação para futuros investimentos.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo é apresentada a parte prática da pesquisa, no caso da contabilidade rural aplicada a uma propriedade de pequeno porte. Foi feito um inventário dos bens, direitos e dívidas, apuração dos custos de produção da lavoura da soja, lavoura de milho e gado de corte, elaboração do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do período e por fim cálculos dos indicadores para futuros investimentos.

4.1 INVENTÁRIO GERAL

O levantamento do inventário geral foi realizado retroativo a 30 de abril de 2016, conforme pode ser observado no quadro 3. A partir do inventário geral constatou-se que a propriedade rural possui como bens: um guincho agrícola que é utilizado para carga e descarga de fertilizantes, dois tratores, uma colheitadeira, um caminhão, um galpão de alvenaria, um lancer, mangueira e balança destinada ao manejo do gado de corte, estoque de soja e milho e também as terras onde ocorre o plantio para geração de receitas e que representam o maior valor entre os bens da propriedade.

Aos implementos agrícolas foram atribuídos os valores de mercado, para a colheitadeira e o caminhão consta o valor da aquisição, pois são bens adquiridos no início do ano de 2015 em parceria com o pai e o irmão, sendo que o valor corresponde a 33,33% que é a parte que pertence ao dono da propriedade em estudo.

Para o cálculo do estoque da soja e do milho, por se tratar de ativos biológicos, não se pode apenas registar o custo de produção, pois esses ativos tem uma norma que auxilia na forma correta de avaliar.

A Norma Brasileira de Contabilidade n. 27 – Ativos Biológicos, que diz: “o ativo biológico deve ser mensurado ao valor justo menos a despesa de venda no momento do reconhecimento inicial e no final de cada período de competência”.

Seguindo a norma citada acima, o valor do estoque da soja originou-se do saldo existente que foi de 2.406,33 sacas que multiplicado pelo preço da saca da soja do dia 30 de abril de 2016, comercializado na Cotripal pelo preço de R$ 71,00 menos a dedução do FUNRURAL de 2,3%, e valor líquido por saca de R$ 69,37, gerando assim um valor justo do estoque da soja de R$ 166.920,12. Conforme cálculo constante no quadro 1.

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Quadro 1: Cálculo do valor do estoque soja

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Para o estoque do milho o mesmo raciocínio, só que o preço do dia era R$ 40,00 e deduzindo do FUNRURAL o valor líquido fica em R$ 39,08, como o saldo da movimentação do milho foi de 173,25 sacas multiplicando por R$ 39,08 o valor do estoque totaliza em R$ 6.770, 61 conforme cálculos no quadro 2.

Quadro 2: Cálculo do valor do estoque milho

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

O valor das terras foi baseado no preço de mercado local, e quando se fala em negociação de terras no meio rural o cálculo é parametrizado com sacas de soja, atualmente o preço da região onde as terras estão localizadas é de 700 sacas de soja por hectare, para transformar em valor essas sacas foi atribuído o preço do dia que era de R$71,00 multiplicado por 700 sacas fica o preço de mercado de R$ 49.700,00 para cada hectare de terra. Na fração de terra que ainda está com contrato de compra e venda que o preço ficou pela aquisição no valor de R$ 174.500,00 para 3,4 hectares que foi comprado no ano de 2016, sendo que as demais foram adquiridas há muitos anos atrás e já houve valoração do bem, pois o custo de aquisição está defasado.

Com relação aos direitos da propriedade consta que é composto por um saldo em depósito na conta corrente no Banco Sicredi e também por cota capital em duas cooperativas, na Cotripal e na Sicredi totalizando os direitos em R$ 14.357, 33.

O lado que representa as dívidas, ou seja, as obrigações perante terceiros, são dívidas com fornecedores de insumos agrícolas para lavoura representada pela Cotripal e Cereais Lautert, de investimentos agrícolas em bancos, com o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) que é um financiamento para custear a lavoura de

Quilogramas 144.380

Sacas 2.406,33

Preço R$ 71,00

Preço Líquido R$ 69,37

Total R$ 166.920,12

Valor estoque soja

Quilogramas 10.395

Sacas 173,25

Preço R$ 40,00

Preço Líquido R$ 39,08

Total R$ 6.770,61

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soja e milho com juro baixo e subsídio do governo, prestação da colheitadeira e da terra que ambos foram formalizados com contrato de compra e venda entre as partes, constituindo o lado negativo do patrimônio que é representado por um montante de R$ 321.497,71.

Quadro 3: Inventário Geral

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

N° Descrição Quantidade Unitário Parcial Total

I- Valores Positivos do Patrimônio R$ R$ R$

1 Bens

Guincho Agrícola, Marca Krause 1 9.500,00 9.500,00

Trator VALMET 118 4X2 ano 1985 1 25.000,00 25.000,00

Trator MF 290 4X2 ano 1981 1 25.000,00 25.000,00

Colheitadeira TC 57 ano 1999 1 60.000,00 60.000,00

Caminhão FORD/12000 ano 2004 1 24.000,00 24.000,00

Lancer Jam 1 1.500,00 1.500,00

Estoque Soja 2406,33 69,37 166.920,12

Estoque Milho 173,25 39,08 6.770,61

Galpão Alvenaria 1 45.000,00 45.000,00

Mangueira 1 4.000,00 4.000,00

Balança pra pesar gado 1 1.000,00 1.000,00

Fração de Terra Mat: nº 752 14,4 49.700,00 715.680,00

Fração de Terra Mat: n º 752 1 49.700,00 49.700,00

Fração de Terra Mat: n º 752 2 49.700,00 99.400,00

Fração de Terra Mat: nº 153 2,4 49.700,00 119.280,00

Fração de Terra Mat: n º 612 17,5 49.700,00 869.750,00

Fração de Terra Mat: nº 1585 1 49.700,00 49.700,00

Fração de Terra Mat: cont. compra e venda 3,4 51.323,53 174.500,00

Fração de Terra Mat: nº 752 3 49.700,00 149.100,00 2.595.800,73

2 Direitos

Conta Corrente Sicredi 907,66

Cota Capital Sicredi 5.898,07

Cota Capital Cotripal 7.551,60 14.357,33

Total de Bens e Direitos 2.610.158,06

II - Valores Negativos do Patrimônio 3 Dívidas

Cereais Lautert a pagar 400,00

Cotripal a pagar 18.518,68

Fração de Terra Mat: n º 752 (3º Prest.) 23.666,43

Fração de Terra Mat: cont. compra e venda 174.500,00

Contrato Colheitadeira TC 57 ano 1999 38.000,00

Investimento Agrícola - Sicredi 6.816,36

Pronaf Custeio Soja - Sicredi 49.319,46

Pronaf Custeio Milho - Sicredi 4.999,00

Investimento Agrícola - Banco do Brasil 5.277,78 321.497,71

Total das Dívidas 321.497,71

III - Comparação:

Total Val. Positivos 2.610.158,06

Total Val. Negativos -321.497,71

Capital Próprio 2.288.660,36

Inventário Geral N°1 Levantado em 30 de Abril de 2016

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Em resumo do inventário geral os bens e direitos somam o montante de R$ 2.610.158,06 representando assim o lado positivo e na comparação, deduzindo o lado positivo do lado negativo citado anteriormente o valor do capital próprio apurado no inventário geral nº 1 de 30 de abril de 2016 é de R$ 2.288.660,36.

4.2 DEPRECIAÇÃO

A propriedade obtém bens que sofrem degaste pelo uso e por esse motivo há a necessidade de se calcular a depreciação desses bens. Para fins de cálculos foram divididos em máquinas e equipamentos agrícolas que é: guincho, os tratores, caminhão, lancer, colheitadeira e a balança e o galpão e mangueira ficam nos imóveis, conforme o quadro 4.

Quadro 4: Cálculo da depreciação

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

O método adotado para o cálculo foi linear, onde tem o valor contábil que está no inventário geral nesse caso, subtraído do valor residual que resulta no valor a depreciar. Obtendo o valor a depreciar divide-se pela vida útil estimada do bem, tendo assim a depreciação anual, e para saber em meses divide-se a depreciação anual por doze meses que é o equivalente aos meses de um ano, por fim com o valor da depreciação mensal multiplica-se pelo número de meses em análise e assim obtém-se o valor da depreciação do período.

No valor residual para todos os bens foi aplicada uma taxa de 20% sobre o valor contábil e na vida útil de cada bem foi estimada pelo estado de conversação, podendo no futuro haver ajustes dessa vida útil. Os valores mensais de todas as depreciações apuradas

Descrição Vlr. Contábil Vlr. Residual Vlr.a depreciar Vida útil Anual Mensal Nº meses Total

Guincho Agrícola, Marca Krause 9.500,00 1.900,00 7.600,00 10 760,00 63,33 11,00 696,67

Trator VALMET 118 4X2 ano 1985 25.000,00 5.000,00 20.000,00 5 4.000,00 333,33 11,00 3.666,67 Trator MF 290 4X2 ano 1981 25.000,00 5.000,00 20.000,00 5 4.000,00 333,33 11,00 3.666,67 Caminhão FORD/12000 ano 2004 24.000,00 4.800,00 19.200,00 5 3.840,00 320,00 11,00 3.520,00

Lancer Jam 1.500,00 300,00 1.200,00 5 240,00 20,00 11,00 220,00

Colheitadeira TC 57 ano 1999 60.000,00 12.000,00 48.000,00 5 9.600,00 800,00 11,00 8.800,00

Balança pra pesar gado 1.000,00 200,00 800,00 5 160,00 13,33 11,00 146,67

Sub Total 146.000,00 29.200,00 116.800,00 22.600,00 1.883,33 20.716,67 Galpão Alvenaria 45.000,00 9.000,00 36.000,00 20 1.800,00 150,00 11,00 1.650,00 Mangueira 4.000,00 800,00 3.200,00 2 1.600,00 133,33 11,00 1.466,67 Sub Total 49.000,00 9.800,00 39.200,00 3.400,00 283,33 3.116,67 Total 195.000,00 39.000,00 156.000,00 26.000,00 2.166,67 23.833,33 Imóveis

Máquinas e Equipamentos Agrícolas Depreciação

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foram multiplicados por 11 meses, pois é o número de meses em apuração que vai de 01 de junho de 2015 até 30 de abril de 2016.

Para o bem guincho agrícola o valor contábil é de R$ 9.500,00 sobre esse valor foi deduzido o valor residual de R$ 1.900,00 resultando no valor a depreciar de R$ 7.600,00. Esse valor foi divido pela vida útil de 10 anos que resultou no valor da depreciação anual de R$ 760,00 e mensal de R$ 63,33, sendo que o valor total da depreciação do bem guincho ficou em R$ 696,67.

Os dois tratores da propriedade tem o mesmo valor contábil de R$ 25.000,00, sendo assim o valor residual para ambos será de R$ 5.000,00, restando um valor a depreciar de R$ 20.000,00. Sendo a vida útil igual de 5 anos resultou em uma depreciação anual de R$ 4.000,00 e consequentemente o valor da depreciação mensal é de R$ 333,33 que multiplicado por 11 meses gera o valor de R$ 3.666.67 tanto para o trator Valmet 118 quanto para o trator MF 290.

O caminhão possui o valor contábil de R$ 24.000,00, um valor residual de R$ 4.800,00 e a diferença resulta no valor a depreciar de R$ 19.200,00. O bem tem a vida útil de 5 anos, com valor anual de depreciação de R$ 3.840,00, valor mensal de R$ 320,00 e valor do período apurado de R$ 3.520,00.

No equipamento lancer o valor contábil é de R$ 1.500,00, sendo o valor residual de R$ 300,00 e o valor a depreciar é de R$ 1.200,00 sendo que a vida útil do bem é de 5 anos, o valor mensal é de R$ 20,00 e total do período R$ 220,00.

A colheitadeira está registrada com o valor contábil de R$ 60.000,00 e seu valor residual é de R$ 12.000,00, o valor a depreciar é de R$ 48.000,00, sua vida útil são 5 anos, sendo que anualmente terá uma depreciação de R$ 9.600,00, mensalmente de R$ 800,00 e de R$ 8.800,00 no período de apuração.

O valor contábil da balança é de R$ 1.000,00, sendo que seu valor residual é de R$ 200,00, tem um valor a depreciar de R$ 800,00 e sua vida útil é de 5 anos, o valor anual da depreciação é de R$ 160,00 e por mês é de R$ 13,33 e no período o valor é de R$ 146,67.

Nos imóveis, o galpão é contabilmente registrado por R$ 45.000,00 e a mangueira por R$ 4.000,00, os valores residual de ambos fica em R$ 9.000,00 no galpão e R$ 800,00 para a mangueira.

O valor a depreciar é de R$ 36.000,00 a vida útil é de 20 anos, a depreciação anual é de R$ 1.800,00, a depreciação mensal é de R$ 150,00 e a depreciação do período é de R$ 1.650,00 no imóvel galpão. Para a mangueira fica valor a depreciar de R$ 3.200,00, vida útil

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de 2 anos, depreciação anual de R$ 1.600,00, depreciação mensal de R$ 133,33 e depreciação do período de R$ 1.466,67.

Em resumo, o valor total contábil das máquinas e equipamentos agrícolas é R$ 146.000,00, sendo que após a apuração do cálculo da depreciação resultou na depreciação total de R$ 20.716,67 e nos imóveis o valor contábil total é de R$ 49.000,00 o valor da depreciação é de R$ 3.116,67, somando a depreciação dos dois grupos totaliza um montante de R$ 23.833,33.

O cálculo da depreciação mencionado acima foi utilizado pra fins do balanço patrimonial e como base para a elaboração do rateio da depreciação por produto, o total da depreciação que foi de R$ 23.833,33 teve que ser divido para o produto soja, milho e gado de corte, conforme mostra o quadro 5.

Quadro 5: Cálculo da depreciação por rateio

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Para o rateio foi utilizado o valor total da depreciação de cada bem, classificando quais bens cada produto utiliza no seu processo produtivo e em seguida ocorre a divisão pelo total de hectares. No caso do foi utilizado na lavoura de soja 44,7 hectares e 3,5 hectares para a lavoura do milho somando os hectares tem-se um total de 48,2 hectares que utilizaram os bens guincho, tratores, caminhão, lancer e galpão.

A colheitadeira ficou só para a lavoura de soja, pois o milho é colhido com contração de máquina com plataforma adequada para a colheita de milho, por esse motivo a depreciação da colheitadeira fica no total para a lavoura de soja. Para o produto gado de corte os bens balança e mangueira são de uso exclusivo não havendo necessidade de dividir a depreciação.

Portanto, a depreciação que será considerada para o custo de cada produto é de R$ 21.245,52 para o produto soja, o produto milho vai absorver o valor de R$ 974,48 e no gado de corte será registrado no custo o valor de R$ 1.613,33 de depreciação.

Descrição Vlr. da Deprecição Uso em Hectares Rateio por hectares Soja Milho Gado de corte

R$ R$ R$ R$ R$

Guincho Agrícola, Marca Krause 696,67 Lavoura soja e milho 48,2 14,45 646,08 50,59 -Trator VALMET 118 4X2 ano 1985 3.666,67 Lavoura soja e milho 48,2 76,07 3400,41 266,25 -Trator MF 290 4X2 ano 1981 3.666,67 Lavoura soja e milho 48,2 76,07 3400,41 266,25 -Caminhão FORD/12000 ano 2004 3.520,00 Lavoura soja e milho 48,2 73,03 3264,40 255,60

-Lancer Jam 220,00 Lavoura soja e milho 48,2 4,56 204,02 15,98

-Galpão Alvenaria 1.650,00 Lavoura soja e milho 48,2 34,23 1530,19 119,81

-Colheitadeira TC 57 ano 1999 8.800,00 Lavoura soja 44,7 196,87 8800,00 -

-Balança pra pesar gado 146,67 Gado de corte - - - - 146,67

Mangueira 1.466,67 Gado de corte - - - - 1.466,67

Total 23.833,33 21245,52 974,48 1613,33

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4.3 CUSTOS DE PRODUÇÃO

No levantamento dos custos da lavoura da soja, do milho e do gado de corte foi apurado todo o processo desde a preparação da terra para o plantio até a colheita no caso das lavouras e no gado de corte da alimentação até custos com medicamentos, assistência veterinária e a depreciação para cada produto conforme o uso.

4.3.1 Custo de produção lavoura da soja

Os custos com a lavoura da soja já em inicia em 15 de outubro de 2015 com a dessecação da área, que é feita com herbicidas, sendo que essa dessecação vai eliminar ervas daninhas que se permanecer na lavoura pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento da soja. Entre 15 de novembro e 15 de dezembro do mesmo ano iniciou o plantio, a soja é plantada num espaçamento de 45 cm, com 12 grãos de semente por metro linear e 350 kg por hectare de super simples que foi o fertilizante utilizado no plantio. Após alguns dias do plantio, em torno de 30 a 40 dias teve mais uma dessecação para eliminar eventuais ervas daninhas que poderiam ainda ter ficado na lavoura.

De janeiro de 2016 até metade do mês março é feito o controle de pragas como percevejos, lagartas e outros insetos com inseticidas e também ocorre o controle da ferrugem asiática, uma doença que se não controlada com fungicidas pode trazer perdas grandiosas a produção da soja e para aumentar a produção foi aplicado um adubo foliar chamado Microgeo. Por fim, o mais esperado pelo produtor a colheita, todos os processos foram realizado pelo dono da propriedade e também com ajuda do pai e irmão com o qual tem a parceria.

No quadro 6 pode ser visualizada a distribuição em valores dos processos mencionados acima.

O custo total da lavoura de soja é R$ 76.830,92 que foi gasto para 44,7 hectares, foi gasto em semente de soja R$ 12.372,40 representando 16,10% do custo total e por hectare R$ 276,79. O fertilizante representa 20,20% em relação ao custo total e em valor soma R$ 15.519,17 e em R$ 347,19 para cada hectare. Embora a semente de soja já fora adquirida tratada, para dar mais velocidade na germinação foi acrescentado mais um tratamento que custou R$ 230,00 representando 0,30% do custo total e R$ 5,15 por hectare. Em herbicidas foi gasto R$ 5.951,69 sendo 7,75% do custo total e R$ 133,15 para cada hectare. O custo em adjuvante representa 0,31% em relação ao custo total e em valor soma R$ 234,48 já por

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