Coleção D
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D1 R2 D2 Victor Palla D3 Pedro Falcão D4 Paulo-Guilherme D5 Marco Sousa Santos D6 Fred Kradolfer D7 Fernando Brízio D8 Luís Miguel Castro D9 João da Câmara Leme D10 Roberto Nobre D11 Carlos Guerreiro D12 Luís Filipe Abreu D13 Dorindo Carvalho D14 Eduardo AiresVitor da Silva
Design de comunicação Communication design
D é uma coleção dedicada aos designers portugueses de várias gerações. Autores de várias disciplinas, da comunicação aos objetos, da moda ao grafismo, da publicidade à ilustração. São monografias essencialmente visuais, que pretendem ser um primeiro encontro com a rica mas ainda mal estudada história do design português, sublinhando a sua excelência e importância no presente e no futuro do ensino e da prática do design. D is a collection devoted to Portuguese designers from various different generations. Artists in several disciplines, from communication to objects, fashion to graphic arts, and from advertising to illustration. In essence, they are visual monographs that aim to provide an initial encounter with the rich yet relatively unexamined history of Portuguese design, highlighting its excellence and significance for the present and future of design teaching and practice.
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Jo sé B ár tolo ISBN 978-972-27-2840-9 9 7 8 9 7 2 2 7 2 8 4 0 9Vit
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D15–Sobrecapa.indd 1 D15–Sobrecapa.indd 1 26/11/2020 14:0226/11/2020 14:02Coleção D Vitor da Silva Imprensa Nacional é a marca editorial da is the imprint of Edição / Publisher
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A. Av. de António José de Almeida 1000-042 Lisboa www.imprensanacional.pt www.incm.pt www.facebook.com/ImprensaNacional editorial.apoiocliente@incm.pt Conceito / Concept Jorge Silva Design e coordenação Graphic design and coordination Silvadesigners Textos / Texts José Bártolo Vasco Rosa Revisão / Proofreading INCM Kennis Translations Tradução / Translation Kennis Translations Fonte / Typeface Sharp Grotesk Papel / Paper Arena Ivory Bulk 90 g Symbol Tatami Ivory 250 g Symbol Tatami Ivory 115 g
Pré-impressão, impressão e acabamento / Pre-press, printing and binding Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor / All Rights Reserved © 2020, Imprensa Nacional--Casa da Moeda, S. A. © dos textos e das fotografias / © texts and photographs Os autores / The authors 1.ª edição, dezembro de 2020 1st edition, December 2020 ISBN
978-972-27-2840-9 Depósito legal / Legal deposit 476594/20
Edição n.º / Edition no. 1023984
Coleção D agradece a / Coleção D would like to thank Correio da Manhã Hemeroteca de Lisboa
Parceiros / Partners
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Vitor da Silva
Prefácio / Preface
José Bártolo
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Vitor da Silva
Um designer e os seus duplos Uma obra e os seus múltiplos
Podemos percorrer a obra de diversos designers — poupemos o leitor ao rol de nomes — observando a persistência de um mesmo discurso visual, pincelado, ao sabor do tempo, pelas influências de estilos ou recursos técnicos disponíveis.
Na obra de Vitor da Silva a identidade visual do seu trabalho oferece-se mais complexa de analisar, denotando uma permanente e significativa evolução — frequentemente reinvenção — apresentando-nos um designer capaz de construir os seus duplos — do ilustrador ao tipógrafo, do publicitário ao designer editorial — levando a obra a abrir-se a múltiplos, renovando-se e diversificando-se, orientados, sempre, por uma
intencionalidade e sensibilidade gráfica assinaláveis.
Fica o leitor prevenido — as coisas estão sempre a mudar, mesmo quando parecem estar paradas.
Quando em 1965 a Sociedade Nacional de Belas-Artes promove a Exposição de Artes Gráficas, o nosso autor surge representado através de uma campanha publicitária para a Instant Colour da Drake Paint Corporation desenvolvida em Londres. Três anos antes integrara a primeira vaga de bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian que irão fazer a sua formação em design em instituições estrangeiras. Comparativamente com os trabalhos da década anterior é significativa a evolução de uma linguagem visual maioritariamente ilustrativa para a consolidação de um léxico gráfico de forte pendor contemporâneo.
Assina ainda Vitor Silva, mas nessa década depois de regressado da estada britânica, a própria assinatura evidenciará, subtilmente, a afirmação de um novo designer — Vitor da Silva — na verdade muito mais designer gráfico do que o ilustrador e compositor que fora anteriormente, mais multifacetado, emprestando, cada vez mais, o seu conhecimento visual e rigor tipográfico à publicidade e ao design editorial.
Salientamos, neste exemplo, a capacidade do nosso autor se adaptar às evoluções sociais, culturais e tecnológicas, numa renovação que se reflete, de forma a nosso ver evidente, no trabalho produzido. Com a necessária paciência, que por vezes se pede ao leitor, lá chegaremos.
Se quisermos recorrer à metáfora da música para nos referirmos ao trabalho de Vitor da Silva — e bastará ao leitor observar os programas para a Fundação Calouste Gulbenkian ou a importância do ritmo na composição tipográfica em diversas capas para a Livraria Sá da Costa Editora — o rigor da música clássica será referência ajustada para caracterizar o gosto do autor, as suas referências estéticas e o estilo
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gráfico — não tenhamos receio da palavra. Analisemo-lo, pois, como se de uma obra clássica se tratasse, observando-a em alguns dos seus andamentos.
Andamento 1 — Allegro
Estamos em Lisboa, no início da década de 1950. O país está a mudar porque todos os dias há algo que resiste e permanece e algo que se transforma.
No Palácio Foz, no encerrar da década de 1940, realiza-se o I salão Nacional de Artes Decorativas. Vitor da Silva tem, então, 17 anos e é estudante na escola onde, mais tarde, será um dos mais marcantes professores, a António Arroio no curso de Desenhador-Litógrafo.
Nesse mesmo ano, António Ferro fora demitido do cargo de diretor do SNI — Secretariado Nacional da Informação e dignamente exilado como Ministro plenipotenciário em Roma. Para os que se ocupam do ofício gráfico, a conjuntura não estava favorável. A economia portuguesa não ultrapassou a repressão do pós-guerra, a necessária industrialização do país ainda tarda a ter o seu início, a democratização é uma miragem com a PIDE — Polícia Internacional e de Defesa do Estado (criada em 1945) a não baixar o investimento em lápis azuis.
A promulgação da «lei do condicionamento industrial», em 1952, dificulta a modernização do parque de máquinas das gráficas portuguesas, retardando a entrada do «chumbo a quente» e do offset. Não estranhe, pois, o leitor a frágil qualidade gráfica de muito do que se publicava, a pouca diversidade de tipos de letra usados e, sobretudo nos jornais, a falta de qualidade do papel, da composição e da impressão.
Mas as coisas estão sempre a mudar — temo-lo dito. Em 1956 iniciam-se as transmissões experimentais da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) e, a partir desse momento, o espaço dos media altera-se radicalmente. Como um novo e poderoso meio de comunicação de massas, toda o processo de comunicação se modifica, influenciando os media tradicionais (a rádio e a impressa escrita) e alargando o espaço, a audiência e o mercado comunicacional.
Nesse mesmo ano, um multimilionário arménio, dado à filantropia, Calouste Sarkis Gulbenkian, decide legar os seus bens a Portugal sob a forma de uma fundação que, de imediato, se vai constituir quase como um estado dentro do estado português, uma península de apoio às artes, à cultura e à investigação científica alargando significativamente as fronteiras nacionais para além dos organismos do Estado Novo.
Começa-se, sempre, pelo início, e por vezes, nem nos recordamos bem onde esse início se situa. Tomemos este como um possível: no início de 1950, Rodrigues Alves, mestre da sala de desenho de O Século e professor na Escola de Artes Decorativas António Arroio, convida Vitor da Silva para colaborar com O Século Ilustrado. O convite não era envenenado. Vitor da Silva passa a desenhar o caderno feito em Rotagravura onde o seu talento para a ilustração e sensibilidade para a composição de texto e imagem não são vulgarizados pelas limitações técnicas então dominantes. Os jornais eram, então, objetos áridos, impressos em Lynotipe com os títulos produzidos manualmente em
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Ilustrações / Illustrations
«O relógio de Stanislas Petrovitch»
Serafim Rodrigues
Flama n.º / no. 169, 1 de junho 1951 / 1 June 1951
Tinta da china sobre papel / Indian ink on paper, 21,5 x 27,5 cm
«Drama na selva»
Gil Pereira
Flama n.º / no. 255, 23 de janeiro de 1953 / 23 January 1953 Tinta da china sobre papel / Indian ink on paper, 21,8 x 31,5 cm
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Revista / Magazine
Flama
N.º / No. 270, 8 de maio de 1953 / 8 May 1953
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40 Livro / Book
Almanaque O Século 1956
Jornal / Newspaper O Século 1955
Estudos / Studies
Tinta da china, aguarela e guache sobre papel / Indian ink, watercolour and gouache on paper
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Jornal / Newspaper
Diário de Lisboa
7 de abril de 1971 / 7 April 1971
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Cartune / Cartoon Jornal / Newspaper Tempo
13 de novembro de 1975 / 13 November 1975
Tinta da china sobre papel / Indian ink on paper, 28,5 x 23,5 cm (Fidel Castro e / and Otelo Saraiva de Carvalho)
15 de abril de 1976 / 15 April 1976
Tinta da china sobre papel / Indian ink on paper, 30 x 37 cm (Morais da Silva, Ramalho Eanes, Pires Veloso e / and Álvaro Cunhal) 6 de abril de 1978 / 6 April 1978
Tinta da china sobre papel / Indian ink on paper, 42 x 28 cm (Sá Carneiro e / and Vasco Lourenço)
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Programas / Programmes
Recitais de Órgão / Organ recitals
Fundação Calouste Gulbenkian 1970
Grupo Gulbenkian de Bailado / Gulbenkian Ballet Group — Temporada / Season 1970-1971
Fundação Calouste Gulbenkian 1970
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Escola António Arroio
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Vitor da Silva Biografia
Vasco Rosa
Lisboeta de 26 de Junho de 1932, Vitor Manuel Tavares da Silva diplomou-se como desenhador litógrafo nesta cidade pela Escola de Artes Decorativas António Arroio, antes de, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentar e concluir o curso de Graphic Design do London College of Printing, experiência de 1962-1963 muito marcante para tornar o tipografismo, em especial o da imprensa periódica, a sua principal área de interesses e ofício, quer artístico quer pedagógico. Um prémio internacional, Layton’s Student Award (ainda existente) e a sua admiração pelas obras de Sebastião Rodrigues (1929-1997) e de Victor Palla (1922-2006), dois dos mais destacados designers gráficos da década de 1960, foram determinantes para que mudasse de ilustrador para «tipocondríaco». Tendo desenhado ou redesenhado jornais tão marcantes como Diário de Lisboa (1969), Expresso (1973), Tempo (1975), Diário de Notícias (1976),
Correio da Manhã (logótipo, 1979) e Record (1994)
e algumas revistas, como Tempo Económico (1973), a pioneira desse jornalismo específico, em 2002 — já livre de vínculos profissionais — publicou
20 Alfabetos Tipográficos de Vinte Designers do Século XX, obra invulgar na muito escassa
bibliografia portuguesa sobre o assunto. A sua proximidade precoce às oficinas gráficas levou-o a conceber cartões de boas festas de Bertrand (Irmãos), L.da, para os anos 1965 e 1967.
O seu gosto por letra, tipo e vinhetas está bem patente tanto na capa-padrão dos «Clássicos do Estudante», uma coleção icónica da Sá da Costa, graficamente renovada por ele em 1976-1978, como numa etiqueta para produtos de lã
Lomond Wool (c. 1985), na capa do suplemento
do Diário de Lisboa comemorativo de meio século deste jornal (1971) e de A Demanda da Ortografia
Portuguesa de Ivo Castro e outros (JSC, 1987).
O Who’s Who in Graphic Arts (1982) e o Who’s
Who in Graphic Design (1994) registaram trabalhos
de Vitor da Silva, que além da comunicação social se estenderam a uma colaboração contínua ou regular com a Fundação Calouste Gulbenkian
(iniciada em 1967, terá destaque no Serviço de Música), a Editora Sá da Costa, o British Council de Lisboa e as empresas Vinalda e Movierecord. Também fez capas de discos para a Movieplay e a imagem identitária de cinco novas salas de cinema dos anos 1970: Berna, Apolo 70, Roxy, Estúdio Foco e Cinema 2000. São dele os cartazes e programas do Ballet Gulbenkian desses anos, e a capa de
História da Dança em Portugal de José Sasportes,
um livro pioneiro, publicado pela primeira vez em 1970. Foi diretor artístico da revista Moda & Moda a partir de 1984 e, em 1987-1990, do magazine do Lloyds Bank, uma nova instituição financeira no Portugal à porta da Comunidade Europeia.
Contemporâneas da frequência inconclusa da Machado de Castro, as «histórias em quadradinhos» tornaram-se um culto de juventude — idolatrou o norte-americano Alex Raymond (1909-1956) —, publicando Vitor da Silva os seus primeiros trabalhos nas revistas Papagaio, Modas &
Bordados e Flama, ou n’O Século Ilustrado, a que
mais tarde juntou ilustração no Diário de Lisboa,
O Comércio do Porto e O Século, na revista Actividades Portuguesas e na mesma Flama,
ou em capas de almanaques das décadas de 1950-1960, e finalmente algum cartoonismo político pós-1974, no semanário Tempo. O seu traço limpo e ágil também servira a campanha publicitária «Torne Portugal mais alegre, Pinte com tintas Robbialac» de 1955. Foi, de resto, como professor de Desenho que iniciou em 1956 a sua carreira docente na António Arroio, onde o ensino de várias disciplinas de artes gráficas desde o seu regresso de Londres se tornaria dominante até 1996. À escola «do seu coração» — como declarou várias vezes — dedicou dois livros de memórias e evocações: A «nossa» Escola
tem oitenta anos. Contributos para uma história única (1934-2014), de 2015; e Sonhar não rima com fazer. Peregrinação a 40 anos como professor na Escola António Arroio, de 2018.
Também ensinou no IADE, no Instituto Superior de Línguas e Administração e na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.
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D é uma coleção dedicada aos designers portugueses de várias gerações. Autores de várias disciplinas, da comunicação aos objetos, da moda ao grafismo, da publicidade à ilustração. São monografias essencialmente visuais, que pretendem ser um primeiro encontro com a rica mas ainda mal estudada história do design português, sublinhando a sua excelência e importância no presente e no futuro do ensino e da prática do design. D is a collection devoted to Portuguese designers from various different generations. Artists in several disciplines, from communication to objects, fashion to graphic arts, and from advertising to illustration. In essence, they are visual monographs that aim to provide an initial encounter with the rich yet relatively unexamined history of Portuguese design, highlighting its excellence and significance for the present and future of design teaching and practice.