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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho 8ª turma 42ª aula: O tribunal judaico Textos complementares

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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira

Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

42ª aula: O tribunal judaico

Textos complementares

GEAEL

Aula 42 — Entre muitas, a lição que fica:

Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi Ele quem os pôs ao vosso lado, estão aí por amor a Deus, e junto a vós desem-penham uma bela, porém difícil missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso protetor está convosco: prisões, hospitais, antros de libertinagem, solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas de quem vossa alma percebe os mais leves impulsos e ouve os sábios conselhos. — Santo Agostinho

O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

(continuação do número anterior) Ele assim explica como adquiriu suas faculdades, no pre-âmbulo de As Três Mensagens:

Devo esta comunicação a uma mediunidade, cujo surto se produziu após longa maturação, conseguida a poder de estudos, de renúncia material e de desenvolvimento moral. Observei que o progredir para a perfeição moral representa condição necessária ao desenvolvimento deste gênero de mediunidade, exclusivamente espiritual.

Ele diz — mediunidade exclusivamente espiritual — para explicar que suas faculdades não são semelhantes àquelas que muitos adeptos da doutrina espírita classificam como fe-nômeno orgânico, coisa pertencente ao corpo físico, e essa dis-tinção que faz corrobora nitidamente e plenamente justifica o modo por que encaramos a mediunidade em sentido geral, separando a mediunidade-conquista da mediunidade-prova.

E Ubaldi acrescenta:

Tornei-me médium imprevistamente há 19 anos, quando completei 45. A preparação cultural que me levou a isso foi, até aos 45 anos, uma vida de sofrimentos tremendos, suportados no isolamento e no silêncio, desprezado por todos. A dor é o maior livro da vida, aquela que nos revela a verdadeira ciência, porque através dela se chega a ouvir a voz de Deus.

Inexperiente nestes assuntos, de princípio classifiquei este meu novo estado, de mediunidade. Mas depressa reparei que nunca caía em transe e que não era instrumento passi-vo e inconsciente. Classifiquei-o então como “mediunidade ativa e consciente”, depois “ultrafania”, isto é, captação das correntes do pensamento (Noun) e, por fim, “inspiração”. O meu fenômeno não é inato, mas sim maturação biológica, como o desenvolver da criança que se torna homem. Assim, o meu primitivo estado, chamado mediúnico, trans-formou-se num estado de inspiração, que se assemelha ao

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misticismo dos seres para quem tudo isso é apenas um meio de cumprirem a sua missão para o bem neste mundo.

E acrescenta:

Por certo que esta não é a mediunidade física que desprezo, porque o meu alvo é a ascensão moral até o fim da vida e na mediunidade física em geral não se manifestam os santos, mas sim os Espíritos inferiores. A fonte inspirativa e o méto-do de inspiração são a origem das minhas obras.

Há indivíduos que vivem aqui na Terra vendo da matéria somente os aspectos mais objetivos e grosseiros e não têm percepção alguma de sua transitoriedade. Para eles, o mundo material é definitivo e estável, e por isso se vinculam forte-mente a ele, fazem parte integrante dele e nada compreendem ou sentem fora ou além dele.

Para tais indivíduos, uma laranja é unicamente uma fru-ta que se come, e um vaso com lindas rosas, nada mais que um simples ornamento.

O sentimento somente os interessa na parte que corres-ponde às suas próprias paixões ou comodidades e não se pre-ocupam em conhecer-lhes as origens ou causas espirituais.

Mas há outros, mais evoluídos, para os quais a sensibi-lidade se estende e amplia, permitindo compreender, sentir e penetrar mais fundo nas coisas que os rodeiam, descobrin-do-lhes a beleza, o sentido moral, a significação espiritual.

E outros, ainda mais sensíveis, que devassam esferas além do mundo ambiente, penetram seus detalhes, surpreen-dem seus aspectos e sentem a presença da divindade em toda a criação.

Se para uns, a sensibilidade se resume em ouvir o zum-bido imperceptível de um inseto, para outros vai ao ponto de perceber, como se costuma dizer, a sinfonia das esferas.

Sempre e sempre uma questão de grau na capacidade de percepção íntima, que deriva de maior ou menor adiantamen-to espiritual.

Por isso, as escolas do mundo antigo, em seus cursos ini-ciáticos, tentavam sempre o despertamento e o desenvolvi-mento de faculdades psíquicas para que, por meio delas, fosse

adquirido um conhecimento mais exato do universo criado e da própria alma humana, nas suas ligações entre si e com a divindade.

Formavam médiuns, mesmo que tal coisa não pretendes-sem como nós o entendemos hoje, e pretendes-sempre e somente com auxílio de faculdades mediúnicas é que conseguiam obter efeitos concretos no campo das realizações práticas.

Para isso submetiam o neófito a um aprendizado custoso a um regime duro de sacrifício e renúncias, para purificar o espírito e desprendê-lo das coisas do mundo; sabiam que para apurar a sensibilidade, era necessário abater ou, pelo menos, disciplinar as paixões animais, governadas pelo instinto.

Mas, com o transcorrer do tempo, o sistema clássico das iniciações foi sendo posto de lado, porque os resultados eram sempre precários; raros aqueles que conseguiam atingir os objetivos visados e, como conseqüência natural, o conheci-mento passou a ser, em sua maior parte, intelectual e teórico, sem nenhuma realização aproveitável no terreno prático.

É claro que os que possuem hoje sensibilidade já evolu-ída, colhem o que plantaram em vidas anteriores, recebem o resultado das experiências que já realizaram, das provas que suportaram, e seu número é restrito. São esses os que, sem a coação da dor, adotam mais depressa e sem discussão ou vacilações, os ensinamentos da Terceira Revelação, porque já têm, para as verdades que ela prega, mais ou menos acentua-da afiniacentua-dade espiritual.

Mas, como estamos vendo, a grande maioria dos homens que não teve ainda sua atenção despertada para essas verda-des, as únicas capazes de reformá-los moralmente, permanece à margem da extensa renovação espiritual que está se proces-sando no planeta.

São ainda fortemente animalizados e para eles a vida se resume na satisfação das paixões do instinto. A meta, para eles, ainda não está visível. De quase nada lhes valem os es-forços, sacrificios e dedicação dos companheiros encarnados e desencarnados que se inquietam com sua posição de inferiori-dade evolutiva, porque se fazem surdos, cegos e impermeáveis a todo esforço de esclarecimento.

Representam um elemento de estagnação, de parada, de retardamento para a evolução da espécie. O Umbral e as Tre-vas são ainda suas moradias naturais.

Para eles, os açoites da Providência estão sempre vibran-do, e vibrarão até que sejam atingidos os limites da própria obstinação e, esgotados então todos os recursos da tolerância divina, restará o remédio heróico da rejeição para mundos inferiores, onde a vida do espírito exilado deve ser honrosa-mente edificante.

E esse trabalho já está sendo feito.

Mediunidade

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489. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em

par-ticular para protegê-lo?

– Sim, o irmão espiritual; é o que chamais de bom Espí-rito ou gênio bom.

490. Que se deve entender por anjo de guarda?

– O Espírito protetor de uma ordem elevada.

491. Qual é a missão do Espírito protetor?

– A de um pai com relação aos filhos: guiar seu pro-tegido no caminho do bem, ajudá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, encorajá-lo nas provas da vida.

492. O Espírito protetor se apega ao indivíduo desde

o nascimento?

– Desde o nascimento até a morte, e muitas vezes o segue após a morte, na vida espírita, e mesmo em várias existências corporais, pois essas existências nada mais são do que fases bem curtas se comparadas à vida do Espírito.

493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou

obrigatória?

– O Espírito é abrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa, mas ele pode escolher seres que lhe são simpáti-cos. Para uns é um prazer, para outros, uma missão ou um dever.

493a. Ao ligar-se a uma pessoa, o Espírito deixa de

proteger outros indivíduos?

– Não, mas o faz menos exclusivamente.

494. O Espírito protetor fica inevitavelmente ligado ao

ser confiado à sua guarda?

– É comum ocorrer que alguns Espíritos deixem sua

posição para realizar diversas missões, mas, nesse caso, são substituídos.

495. Às vezes o Espírito protetor

aban-dona seu protegido quando este não aceita

seus conselhos?

– Ele se afasta quando vê que seus con-selhos são inúteis e a vontade de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores é mais forte; Mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. Só que o homem tapa os ouvidos. Se for chamado, o protetor volta.

Por seu encanto e doçura, a doutrina dos anjos de guarda deveria converter os mais in-crédulos. Pensar que tendes sempre ao vosso lado seres que são superiores a vós, que estão sempre prontos a aconselhar-vos, amparar-vos, ajudar-vos a galgar a íngreme montanha do bem, que são amigos mais devotados e fiéis do que as mais íntimas relações que se possa ter na terra, não é uma idéia muito consoladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi Ele quem os pôs ao vosso lado, estão aí por amor a Deus, e junto a vós desempenham uma bela, porém difícil missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso protetor está convosco: prisões, hospitais, antros de li-bertinagem, solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas de quem vossa alma percebe os mais leves impulsos e ouve os sábios conselhos.

Por que não conheceis melhor esta verdade! Quantas ve-zes vos ajudaria nos momentos de crise, quantas veve-zes vos livraria dos maus Espíritos! Durante o dia, porém, muitas vezes esse anjo do bem terá que vos dizer: “Não te aconselhei isto? E não o fizeste. Não te mostrei o abismo? E nele te preci-pitaste. Não fiz ecoar na tua consciência a voz da verdade? E não seguiste os conselhos da mentira?” Ah! Consultai vossos anjos de guarda; estabelecei entre eles e vós a terna intimi-dade que reina entre os melhores amigos. Não penseis em esconder-lhes nada, porque eles têm o olhar de Deus, e não podeis enganá-los. Pensai no futuro; procurai avançar nes-ta vida, vossas provas serão mais breves, vossas existências, mais felizes. Vamos, homens corajosos! De uma vez por todas, lançai para longe de vós preconceitos e segundas intenções; entrai no novo caminho que se abre à vossa frente. Cami-nhai! Tendes guias, segui-os: não podeis deixar de alcançar a meta, porque essa meta é o próprio Deus.

Aos que pensarem que é impossível que Espíritos verda-deiramente elevados se sujeitem a uma tarefa tão árdua e ininterrupta, diremos que nós influenciamos vossas almas mesmo estando milhões de léguas distantes de vós: para nós, o espaço nada significa, e, embora vivendo em outro mundo, nossos Espíritos mantêm sua ligação com o vosso. Possuímos propriedades que não podeis compreender, mas

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tende certeza de que Deus não nos impôs uma tarefa além das nossas forças e de que Ele não vos abandonou sozinhos na terra, sem amigos e desamparados. Cada anjo de guarda tem seu protegido, pelo qual vela, como um pai vela por seu filho; fica feliz quando o vê no bom caminho; sofre quando seus conselhos são desprezados.

Não tenhais medo de cansar-nos com vossas pergun-tas. Ao contrário, ficai sempre em contato conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem de todos os homens médiuns, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se manifestarão e se espalharão como um oceano in-contido para rechaçar e incredulidade e a ignorância. Ho-mens instruídos, instruí; hoHo-mens de talento, educai vossos irmãos. Não imaginais que obra realizais assim: é a obra do Cristo, a obra que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a inteligência e o saber, senão para os repartirdes com vossos irmãos, para fazê-los progredir no caminho da prosperida-de e da felicidaprosperida-de eterna?

São Luís, Santo Agostinho

A doutrina dos anjos de guarda velando por seus prote-gidos, apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender; é, ao contrário, grandiosa e sublime. Não vemos na terra um pai, embora estando longe do filho, velar por ele, ajudá-lo com seus conselhos por correspondên-cia? Então, que haveria de estranho no fato de os Espíritos poderem guiar, de um mundo ao outro, quem tomam sob sua proteção, uma vez que para eles a distância que separa os mundos é menor do que a que, na terra, separa os conti-nentes? Além disso, eles não têm o fluido universal, veículo imenso da transmissão dos pensamentos, como o ar é para nós o veículo da transmissão do som, que une todos os mun-dos, tornando-os solidários?

496. O Espírito que abandona seu protegido, não lhe

fazendo mais bem, pode fazer-lhe mal?

– Os bons Espíritos nunca fazem mal; deixam que os que tomam seu lugar o façam. Então, culpais a sorte pelas

desgraças que vos oprimem, quando a culpa é vossa.

497. O Espírito protetor pode deixar seu protegido à

mercê de um Espírito que poderia desejar-lhe o mal?

– Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons; mas se o protegido quiser, devolverá toda energia ao seu bom Espírito. Talvez o bom Espírito encontre, em al-gum lugar, alguém de boa vontade a ser ajudado; aproveita a ocasião para isso, enquanto aguarda seu retorno para junto do seu protegido.

498. Quando o Espírito protetor deixa seu protegido

desencaminhar-se na vida, significa que não pode lutar

contra outros Espíritos maléficos?

– Não é porque não pode, mas porque não quer; para que seu protegido saia das provas mais perfeito e mais ins-truído. Assiste-o com seus conselhos, através dos bons pen-samentos que lhe sugere e que, infelizmente, nem sempre são ouvidos. Só a fraqueza, a negligência ou o orgulho do homem dão força aos maus Espíritos; seu poder sobre vós deve-se ao fato de não lhes opordes resistência.

499. O Espírito protetor está constantemente com seu

protegido? Não há alguma situação em que, sem

abandoná-lo, ele o perca de vista?

– Há circunstâncias em que a presença do Espírito pro-tetor não é necessária junto ao seu protegido.

500. Chega uma hora em que o Espírito não precisa

mais de um anjo de guarda?

– Sim, quando atinge o ponto de poder governar-se so-zinho, como chega um momento em que o estudante não precisa mais de mestre. Mas isso não acontece na terra.

501. Por que a ação dos Espíritos sobre nossa existência

é oculta, e por que, quando nos protegem, não o fazem de

modo explícito?

– Se contásseis com seu apoio, não agiríeis por inicia-tiva própria, e vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa avançar, precisa de experiência, e muitas vezes deve adquiri-la às suas custas; é necessário que exercite suas forças, sem isso seria como uma criança que não deixam que ande sozinha. A ação dos Espíritos que desejam vosso bem sempre é plantada de forma a deixar-vos vosso livre-arbítrio, pois se não tivésseis responsabilidade, não avança-ríeis no caminho que deve conduzir-vos a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem confia em suas próprias forças. No entanto, seu guia vela por ele e, de tempos em tempos, lhe diz que fique atento ao perigo.

502. O Espírito protetor que consegue levar seu

prote-gido ao bom caminho, tira disso algum proveito?

– É um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade. Fica feliz quando vê seus cuidados coroados de sucesso; comemora, como um educa-dor comemora os sucessos do seu aluno.

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502a. Ele é responsável se não tiver êxito?

– Não, pois fez o que dependia dele.

503. O Espírito protetor sofre quando vê seu protegido

seguir um mau caminho, apesar dos seus conselhos? E isso

não é uma causa de perturbação da sua felicidade?

– Sofre com os erros dele, e lamenta-os. Mas essa aflição não tem as angústias da paternidade terrestre, porque sabe que há remédio para o mal, e que o que não se fez hoje, amanhã se fará.

504. Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito

protetor ou anjo de guarda?

– Como quereis saber nomes que não existem para vós? Então, pensais que só haja entre os Espíritos aqueles que conheceis?

504a. Como invocá-lo, então, se não o conhecemos?

– Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito supe-rior por quem tendes simpatia ou veneração; vosso Espírito protetor atenderá ao chamado, pois todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.

505. Os Espíritos protetores que tomam nomes

conheci-dos são sempre, realmente, os das pessoas que tinham esses

nomes?

– Não; podem ser Espíritos que têm afinidade com os daquelas pessoas, e que muitas vezes vêm a seu pedido. Precisais de nomes; então eles adotam um que vos inspire confiança. Quando não podeis desempenhar pessoalmente uma missão, mandais um representante que age em vosso nome.

506. Quando estivermos na vida espírita,

reconhecere-mos nosso Espírito protetor?

– Sim. Muitas vezes o conhecíeis antes de encarnardes.

507. Todos os Espíritos protetores pertencem à classe

dos Espíritos superiores? Podem encontrar-se entre os da

classe média? Um pai, por exemplo, pode tornar-se Espírito

protetor do seu filho?

– Pode, mas a proteção pressupõe um certo grau de ele-vação, e um poder ou uma virtude a mais concedidos por Deus. O pai que protege seu filho pode, por sua vez, ser assis-tido por um Espírito mais elevado.

508. Os Espíritos que deixam a terra em boas

con-dições sempre podem proteger os que amam e que lhes

sobrevivem?

– Seu poder é mais ou menos restrito. A situação em que se encontram nem sempre lhes permite total liberdade de ação.

509. Quando no estado selvagem ou de inferioridade

moral, os homens têm igualmente seus Espíritos protetores;

esses Espíritos são, nesse caso, de uma ordem tão elevada

quanto a dos protetores dos homens muito avançados?

– Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões têm relação com seu objetivo. Não dais um pro-fessor de filosofia a uma criança que está aprendendo a ler. O progresso do Espírito familiar acompanha o do Espírito protegido. Tendo um Espírito superior velando por vós, po-deis, também, tornar-vos protetor de um Espírito que vos seja inferior, e os progressos que o ajudardes a fazer contri-buirão para o vosso adiantamento. Deus não pede ao Espí-rito nada além do que sua natureza e o grau de elevação a que chegou possam suportar.

510. Quando o pai que vela pelo filho reencarna,

con-tinua a velar por ele?

– É mais difícil; porém, num momento de desprendi-mento, ele pede a um Espírito com quem tem afinidade que o assista nessa missão. Além do mais, os Espíritos só acei-tam missões que possam desempenhar até o fim.

O Espírito encarnado, principalmente em mundos em que a existência é material, se acha demasiadamente su-bordinado ao corpo para poder dedicar-se inteiramente a outro, isto é, para assisti-lo pessoalmente. Eis por que os que não são suficientemente elevados são eles próprios assisti-dos por Espíritos que lhes são superiores, de tal forma que, se por uma causa qualquer um vem a faltar, é substituído por outro.

511. Além do Espírito protetor, há um mau Espírito

li-gado a cada indivíduo visando a induzi-lo ao mal e

propor-cionar-lhe uma oportunidade de lutar entre o bem e o mal?

– Ligado não é o termo. É bem verdade que os maus Espíritos procuram desviar o homem do bom caminho quando têm ocasião de fazê-lo; porém, quando um desses Espíritos se liga a um indivíduo, ele o faz por conta própria, porque acha que será ouvido. Acontece, então, a luta entre o bom e o mau, e vence aquele por quem o homem se deixa influenciar.

512. Podemos ter vários Espíritos protetores?

– Todo homem sempre encontra Espíritos mais ou me-nos elevados com os quais tem afinidade, que lhe querem bem e se interessam por ele, como encontra também os que o assistem no mal.

513. Os Espíritos que simpatizam conosco agem

in-cumbidos de uma missão?

– Às vezes podem ter uma missão temporária. Na maio-ria dos casos, porém, são atraídos pela semelhança de pen-samentos e sentimentos, tanto para o bem como para o mal.

513a. Parece que disso se pode concluir que os

Espí-ritos que têm afinidade conosco podem ser bons ou maus?

– Sim, o homem sempre encontra Espíritos que simpati-zam com ele, seja qual for seu caráter.

514. Espíritos familiares, Espíritos simpáticos e

Espíri-tos protetores são a mesma coisa?

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– Há muitos matizes na proteção e na simpatia; dai-lhes os nomes que quiserdes. O Espírito familiar é, acima de tudo, o amigo da casa.

Das explicações acima e das observações feitas a respei-to da natureza dos Espírirespei-tos que se ligam ao homem, pode-se deduzir o seguinte:

O Espírito protetor, anjo de guarda ou bom gênio é o que tem por missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir. Com relação à sua natureza, é sempre superior à do protegido.

Os Espíritos familiares se ligam a determinadas pessoas por laços mais ou menos duradouros, com o intuito de ser-lhes úteis, na medida da sua capacidade, muitas vezes bas-tante limitada. São bons, mas às vezes pouco adiantados e até meio levianos; ocupam-se de bom grado com detalhes da vida íntima e só agem por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.

Os Espíritos afins são os que se sentem atraídos por nossas afeições particulares e por uma certa semelhança de gostos e sentimentos, tanto para o bem como para o mal. A duração de suas relações está quase sempre subordinada às circunstâncias.

O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem para desviá-lo do bem; age, porém, por conta própria e não no desempenho de uma missão. Sua obstinação é proporcional à maior ou menor facilidade de acesso que en-contre. O homem continua livre para ouvir sua voz ou repeli-la.

515. Que se deve pensar das pessoas que parecem

li-gar-se a certos indivíduos para levá-los fatalmente à

perdi-ção, ou para guiá-los no bom caminho?

– Realmente, certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascínio que parece irresistível. Quando isso acon-tece para o mal, são maus Espíritos de que outros maus Espíritos se servem para melhor subjugar. Deus o permite para vos pôr à prova.

517. Há Espíritos que se ligam a uma família inteira

para protegê-la?

– Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família, que vivem juntos e são unidos pela afeição, mas não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das estirpes.

518. Assim como são atraídos para os indivíduos por

suas simpatias, os Espíritos são igualmente atraídos para as

reuniões de indivíduos por motivos particulares?

– Os Espíritos vão de preferência aonde estão seus se-melhantes; lá, sentem-se à vontade e têm mais certeza de serem ouvidos. Por suas tendências, o homem atrai os Espí-ritos, quer esteja só ou fazendo parte de uma coletividade, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Portanto, há sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos elevados, conforme o caráter e as paixões que neles predominem. Os Espíritos imperfeitos se afastam de quem os rejeita. Conseqüentemente, o aperfeiçoamento moral das coletividades, como o dos indivíduos, tende a

afastar os maus Espíritos e a atrair os bons, que estimulam e alimentam o sentimento do bem nas massas, como outros podem insuflar-lhes más paixões.

519. As aglomerações de indivíduos, como as

socieda-des, as cidasocieda-des, as nações, têm seus Espíritos protetores

especiais?

– Sim, pois trata-se de indivíduos reunidos numa coleti-vidade, que estão caminhando para um objetivo comum, e que precisam de uma direção superior.

520. Os Espíritos protetores das massas são de uma

na-tureza mais elevada do que os que se ligam aos indivíduos?

– Tudo é relativo ao grau de adiantamento, seja das massas, seja dos indivíduos.

521. Alguns Espíritos podem ajudar no progresso das

artes, protegendo os que a elas se dedicam?

– Há Espíritos protetores especiais que assistem os que os invocam, quando os consideram dignos disso. Mas, que quereis que façam com os que julgam ser o que não são? Eles não fazem os cegos ver, nem os surdos ouvir.

Os antigos fizeram desses Espíritos divindades especiais. As musas nada mais eram do que a personificação alegóri-ca dos Espíritos protetores das ciências e das artes, assim como os deuses Lares e Penates representavam os Espíritos protetores da família. Modernamente, também as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm seus proteto-res, que nada mais são do que Espíritos superioproteto-res, apenas sob outros nomes.

Tendo cada homem Espíritos que com ele simpatizam, resulta daí que, em todas as coletividades, a generalidade dos Espíritos que têm afinidade com elas está relacionada com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos são atraídos para essas coletividades pela identidade de gostos e idéias; em resumo, que esses aglomerados, assim como os indivíduos, são mais ou menos bem acompanhados, assisti-dos, influenciaassisti-dos, segundo a natureza dos pensamentos da multidão.

Entre os povos, as causas de atração dos Espíritos são os usos, os hábitos, o caráter dominante e sobretudo as leis, porque o caráter da nação se reflete nas suas leis. Os homens que fazem com que entre eles reine a justiça, combatem a in-fluência dos maus Espíritos. Onde quer que as leis sancionem coisas injustas, contrárias à humanidade, os bons Espíritos são minoria, e a multidão dos maus que afluem mantém a nação com suas idéias e paralisa as boas influências parciais, que ficam perdidas na multidão como uma espiga perdida entre espinheiros. Portanto, estudando os costumes dos po-vos, ou de qualquer reunião de homens, é fácil fazer uma idéia da população oculta que se intromete em seus pensa-mentos e atos.

O Livro dos Espíritos

Allan Kardec Capítulo IX - Intervenção dos espíritos no mundo corporal

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Técnicas da Mediunidade - Carlos Torres Pastorino

CÓRTEX CEREBRAL

O cérebro começou a existir realmente com os vertebra-dos (alguns invertebravertebra-dos possuem apenas o “cerebróide”, precursor do cérebro) e foi aos poucos se desenvolvendo até atingir o máximo (conhecido por nós) nos seres humanos (e nos golfinhos!).

Dentro da caixa craniana situa-se o encéfalo (en “den-tro”; kephalê “cabeça”), que é a continuação da medula espi-nhal que se expande e avoluma no cérebro, no cerebelo e no diencéfalo (parte posterior da base do cérebro, com o tálamo, epitálamo, metatálamo e hipotálamo).

Prescindindo de outros elementos anatômicos, vejamos o que nos interessa ao tema.

O cérebro propriamente dito é constituído de uma capa que o envolve todo, com a espessura variável de 1,5 a 4mm de matéria cinzenta, denominada córtex, composta de neurô-nios. Estes é que recebem os impulsos nervosos que chegam de todas as partes do corpo e a eles respondem. É o cérebro que funciona, quando a criatura se acha em estado de vigília.

Nesses neurônios corticais situam-se os circuitos de célu-las em que são gravadas as experiências, o aprendizado e as

ocorrências da vida, tal como ocorre num “videotape”. Ai se armazenam os conhecimentos do homem durante a existên-cia terrena, transferindo-se dai para o espírito.

Na criança, sendo novos os neurônios, não há normal-mente recordação de vidas anteriores; os neurônios são “fitas” magnéticas virgens, onde tudo se grava com facilidade e em profundidade. Nos adultos só se grava o que mais interessa: as “fitas” são poupadas automaticamente.

Células piramidais especializadas ocupam regiões espe-cificas do córtex e, de acordo com a área em que se situam, verificamos as diversas especificações; temos regiões para governo de movimento de pés, de mãos, de pernas, de bra-ços, de boca etc.; e regiões para sensações de cada sentido em particular, e regiões para pensamentos abstratos, filosóficos, religiosos, matemáticos, artísticos etc.

Recoberta pelo córtex está a substancia branca, com fi-bras nervosas mielínicas, dividindo-se em:

a) fibras de projeção, que levam os impulsos a seus des-tinos;

b) fibras comissurais, que interligam as áreas simétricas dos dois hemisférios;

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c) fibras de associação, que interligam as diferentes áreas do córtex dentro de cada hemisfério.

Através da intrincada rede de fibras de projeção, comis-surais e de associação é que o homem tem alta capacidade de aprendizado e raciocínio.

No cérebro temos a parte mais especializada da mediunidade no terreno da biologia.

A mEmóriA - Aí repercu-tem as vibrações provenientes do ambiente externo, assim como os estímulos que fazem despertar cenas e palavras da memória atual.

Porque, na realidade, essa é a única memória gravada nos neurô-nios: a atual. A memória “perene” tem sede no “corpo mental” (que estudaremos mais adiante) e que passa de uma existência a outra ao passo que a memória atual” é privativa de cada encarnação des-fazendo-se com a morte do corpo

físico, e tendo que ser totalmente reconstruída novamente após cada reencarnação. Daí a necessidade de se recomeçarem os cursos esco-lares desde o primeiro ano, com a alfabetização, em cada nova vida.

No entanto, quando o corpo mental já está bem desenvolvido, este manifesta poderosa influência sobre os neurônios registradores, e consegue impressioná-los de tal forma, que a criança recorda facil-mente o prístino aprendizado, coisa bem mais difícil e lenta para quem tenha o corpo mental pouco desenvolvido. Essa a diferença entre os que aprendem com rapidez e os que custam a aprender ou não no conseguem de todo: essa a base para determinação do Q.i. MEdiUNidAdE CONSCiENTE

Toda mediunidade que passa através do córtex, impressionando os neurônios, é dita “consciente”, porque o médium toma conhe-cimento, na consciência “atual”, do que se está passando nele, a tal ponto que, freqüentemente não consegue distinguir se é ele mesmo ou o “outro “por intermédio dele, que está pensando, falando ou agindo.

Se, ao invés, as células corticais não são impressionadas, a criatura não toma conhecimento do que se passa: é a mediunidade “inconsciente”.

O mesmo se dá com o mecanismo dos órgãos internos. coração, figado, intestinos, estômago, rins, baço etc.; todo o comando que rege esses órgãos é feito sem qualquer registro, no córtex; daí serem todos os movimentos e a atuação desses órgãos, “inconscientes” para nós. Só se algo de anormal lhe lhes sucede, necessitando eles de uma ajuda “externa “, é que há comunicação por meio do córtex, com a sensa-ção sumamente desagradável chamada “dor”. A dor é um toque de campainha pedindo auxílio e levando ao consciente o conhecimento de uma irregularidade que precisa ser sanada.

isso esclarece suficientemente que não depende do médium que sua mediunidade seja consciente ou inconsciente. Trata-se de um

fator independente de sua vontade, e cujo mecanismo é governado por meios que a ciência “oficial” ainda desconhece.

Aliás, toda a estrutura cerebral ainda é pouco conhecida da ciência médica, que não tomou contato oficial com o principal agen-te, que é o espírito. Só quando o fizer, poderão explicar-se muitos fenômenos naturais e mediúnicos, que hoje constituem “hipóteses de trabalho”.

Por exemplo. não será a substância branca do cérebro o elo de ligação não apenas dos hemisférios entre si e das diversas áreas do mesmo hemisfério, mas do físico com o astral? As sensações percebi-das pelo córtex não passarão deste para a substância branca, primeiro, para desta passar ao perispírito? Seria tão pouco ativa essa porção tão grande do cérebro, justamente sua parte mais delicada, uma massa quase fluídica?

reconhece a ciência médica que aí se dão os raciocínios etc. Seria melhor dizer. aí são registrados os raciocínios do espírito. Se cortando as fibras de associação pode mudar-se a personalidade de uma criatura, não será porque se desligam essas fibras, impedindo que o espírito possa agir plenamente através do cérebro? muita coisa há, ainda, por descobrir.

Uma pergunta apenas: se a retina fixa a imagem de uma pessoa de 1,70 m de altura de cabeça para baixo com 1 mm de altura, e o quiasma óptico a leva às circunvoluções occipitais, colocando-a de cabeça para cima, mas ainda com 1 mm de altura (onde se forma essa imagem?), como é que VEmOS a pessoa com 1,70 m? Não é no

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cérebro! Onde é? Só pode ser no espírito. Por onde chega ao espírito? Não será por meio da “substância branca ' cujo funcionamento ainda é obscuro e sujeito a hipóteses? recordemos que, em estado de vigí-lia, o cérebro pode registrar cem milhões de sensações por segundo, produzindo nada menos que três bilhões de impulsos nervosos por segundo!...

TÁLAMO

Em cada um dos hemisférios cerebrais, em sua parte baixa acha-se um corpo cinzento ovalado: é a tálamo (gre-go: thálamos “quarto, alcova”). Interiormente dividido pela lamina medular, constituída de feixes nervosos com circuitos extremamente complexos e numerosos.

O diencéfalo é o centro de integração dos impulsos ner-vosos sensoriais, ligados, por mais de trinta núcleos, às diver-sas áreas corticais do cérebro.

Supõe a ciência médica que o tálamo é o ponto que per-mite que a criatura conscientize as sensações recebidas pelo córtex; funciona, então, como um relê: ao receber os impulsos nervosos do córtex, transmite-os à consciência da criatura, podendo, porém, isolá-los, para que não atinjam a consciên-cia. Dai a hipótese de que, quando o tálamo desliga seus relês (ataraxia), isolando-se do córtex, se produz o fenômeno do sono.

FUNCiONAmENTO DAS SENSAçõES - A ciência médi-ca, eminentemente experimental, encontra sérias dificuldades em certificar-se das operações realizadas no interior do cérebro, já que não consegue proceder a suas experiências in anima viva. E quando disseca o cadáver, aí já não mais encontra o principal agente, que é o “corpo astral”. mas o conhecimento positivo da atuação do espírito permite conclusões outras, ainda ignoradas da ciência experimental.

realmente a comunicação do físico com o corpo astral é feita através da “substância branca”. mas o processo se passa da seguinte maneira.

1 - Os impulsos nervosos (eletromagnéticos) chegam, através dos nervos, ao córtex cerebral, sendo aí registrados.

2 - Do córtex os impulsos vão ao tálamo, que funciona de fato como um relê entre o córtex e a substância branca.

3 - No tálamo, que é comandado diretamente pelo espírito por intermédio do corpo astral, faz-se o julgamento das necessidades psíquicas da conscientização desses impulsos ou não.

4 - Estando o tálamo com o relês ligado ao córtex, todas as sen-sações passam à substância branca, e portanto são conscientemente percebidas.

5 - O tálamo, por ordem do espírito, pode desligar os relês do córtex. Os impulsos continuam chegando normalmente ao córtex, mas não passam para a substância branca, interrompidas que foram no tálamo, e por isso o corpo astral não toma conhecimento delas.

Daí ocorre que:

a) quando o espírito sente que o corpo necessita de repouso, desliga os relês do tálamo, e o corpo entra no estado de sono;

b) quando, mesmo no sono, há necessidade ou utilidade de o indivíduo tomar conhecimento de algum rumor (ouvido), ou da luz (vista) ou de algum contato, ou calor, ou frio (tato), são ligados os

relês correspondentes, e a criatura desperta;

c) quando no organismo surge alguma doença, mesmo durante o sono, os relês são ligados, e a pessoa acorda;

d) uma sensação que mais dificilmente se desliga é a do olfato: mesmo dormindo os impulsos odoríferos são sentidos; previne-se com isso o perigo do fogo, pois o cheiro da fumaça desperta a criatura;

e) quando o espírito está prevenido para despertar a determina-da hora, no momento exato provoca a religação dos relês do tálamo com o córtex e a pessoa acorda na hora que queria;

f) nem todos têm o mesmo grau de desligamento. Em muitas pessoas permanece o reflexo, por indução, do que ocorre: são ditas “de sono leve” pois qualquer coisa anormal as desperta;

g) outras pessoas desligam totalmente o tálamo do córtex: têm o “sono pesado” ou “profundo”;

h) na mediunidade, ao ligar-se, o espírito comunicante pode querer ocultar do médium o que se passa: desliga os relês do tálamo, e dá-se a mediunidade “inconsciente”, pois a comunicação passa diretamente pelo córtex para os nervos aferentes, exteriorizando-se em palavras faladas (psicofonia) ou escritas (psicografia). No entan-to, uma disposição orgânica própria da criatura pode causar essa mediunidade mecanicamente, independente da vontade do espírito comunicante;

i) quando a criatura entra em contemplação (sâmâdhi), o tálamo desliga seus relês, e ela perde consciência de todos os seus veículos físicos: todas as sensações corpóreas desaparecem no inconsciente, de tal forma que, externamente, ela parece dormir; mas intimamente, sua consciência está mais desperta do que nunca, porque vibra no plano astral ou no mental;

j) durante o sono, desligados os relês do tálamo, a consciência da criatura permanece funcionando apenas no corpo astral. Daí podem ocorrer duas hipóteses:

1 a — se o corpo astral se afasta do corpo físico, vive sua própria vida independente; se o que vive se comunica ao tálamo, este pode comunicá-lo, ao despertar, ao córtex, e a pessoa se recorda do que viveu realmente;

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— se o corpo astral não se desliga do corpo, o tálamo reproduz as imagem e sensações recebidas durante o estado de vigília, prove-nientes do córtex. é o sonho fisiológico, geralmente inconseqüente; ao despertar recorda-se vagamente de trechos esparsos e incongruentes do que viu ou sentiu.

ViAS NERVOSAS

Todo o sistema nervoso é constituído de neurônios, que se interligam pelos dendritos, através dos axônios e sinapses. No entanto, observamos que a sinapse não toca no elemento em que atua: há entre a sinapse e esse elemento um espaço microscópico de centésimos de milímetro. A comunicação é feita por meio de pequenos jatos de uma substancia segrega-da pela sinapse, a acetilcolina, que funciona como um relê.

Esses pequeníssimos espaços sempre retardam os impul-sos: são como os “sinais luminosos” (semáforos) do tráfego.

Observamos, todavia, que jamais o impulso erra o cami-nho que deve seguir: vai sempre pela via principal, onde não há cruzamentos, mas “trevos”; raramente por uma via secun-dária onde, aí sim, há cruzamentos. Mas, de qualquer forma, existe rigoroso controle, com o sistema da “mão única”: fibras aferentes (motoras) que saem do cérebro, jamais encontram as eferentes (sensitivas) que para lá vão.

Qualquer anomalia no tráfego, produz “engarrafamento”. é o caso do aparecimento de algum tumor ou lesão. Quando isso ocorre, a sinapse providencia um desvio temporário dos impulsos.

Certas substancias conseguem anestesiar, paralisar (bar-bitúricos) ou excitar (estimulantes) as sinapses, o que descon-trola e desorganiza o andamento normal, tanto nas sensações, quanto nos comandos motores.

LigAçãO DOS ESPíriTOS - Por aí entendemos por que tam-bém a mediunidade, ao afetar o sistema nervoso com um acúmulo externo de ordens motoras ou de sensações, venha a descontrolar os movimentos e anular ou reforçar as sensações.

Certas vezes os médiuns deixam de registrar sensações externas, ficando como que anestesiados; não percebem os estímulos externos nem mesmo, por vezes, dores e ferimentos: a acetilcolina foi suspensa e as ligações nervosas sofrem temporária paralisação ou anestesia.

Outras vezes os comandos motores também sofrem repressão, ou ativação, coagindo o médium a movimentos lentos ou agitados.

A organização perfeita, embora complexa, do sistema nervoso, permite aos espíritos comunicantes exógenos (tanto quanto ao espí-rito endógeno dono do veículo somático), seu perfeito controle para as manifestações mediúnicas, quando o médium está bem treinado na execução passiva das ordens recebidas. Se não houver treino e práti-ca, as comunicações ficam descontroladas e nelas não se pode confiar. Se não houvera essa possibilidade, a comunicação se tornaria bem difícil.

Entretanto, não é necessário que o espírito comunicante con-trole todo o sistema nervoso do médium. basta-lhe estabelecer uma ligação por meio de um fio fluídico com um dos plexos nervosos (que são alcançados por meio dos chakras) para adquirir o domínio das zonas motoras ou sensitivas controladas por aquele plexo.

7. Pressentimentos

522. O pressentimento é sempre um aviso do

Espí-rito protetor?

– O pressentimento é o conselho íntimo e oculto de um Espírito que vos quer bem. Existe também na intuição da escolha que se fez; é a voz do instinto. Antes de encar-nar, o Espírito tem conhecimento das principais fases da sua existência, isto é, da espécie de provas por que irá passar; quando estas têm um caráter relevante, deixam uma espécie de impressão no seu foro íntimo, impressão esta que é a voz do instinto, e que, despertando quando o momento se aproxima, se transforma em pressentimento.

523. Os pressentimentos e a voz do instinto sempre

têm algo de vago. Na incerteza, que devemos fazer?

– Quando estiveres indeciso, invoca teu bom Espírito, ou roga a Deus, nosso senhor, que te envie um dos seus mensageiros, um de nós.

524. As advertências de nossos Espíritos protetores

têm por único objetivo a conduta moral ou também o

procedimento que se deve adotar nos assuntos da vida

privada?

– Tudo; eles procuram fazer-vos viver do melhor modo possível; muitas vezes, porém, fechais os ouvidos aos bons conselhos, e sois infelizes por culpa vossa.

Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conse-lhos através da voz da consciência que fazem falar em nos-so íntimo; no entanto, como nem sempre damos a isnos-so a devida importância, eles nos dão conselhos mais diretos, servindo-se das pessoas que nos rodeiam. Que cada um examine as diversas circunstâncias, felizes ou infelizes, da sua vida e verá que em várias ocasiões recebeu conselhos de que nem sempre tirou proveito e que lhe teriam poupado muitos desgostos se os tivesse escutado.

O Livro dos Espíritos

Allan Kardec Capítulo IX - Intervenção dos espíritos no mundo corporal

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Capítulo 29

“A prisão e o julgamento de Jesus”

PER GUN TA: — Que se pas sou com Jesus no dia de sexta-feira?

RAMATÍS: — Pela manhã de sexta-feira, ainda cedo, o chefe dos esbir ros do Sumo Sacer do te man dou reti rar Jesus do edi fí cio de segre ga ção públi ca, uma qua dra adian te da casa onde ele fora jul ga do. Ata ram-lhe as mãos e o leva ram apres sa da men te à pre sen ça do Pro cu ra dor Roma no. Quase todos os após to los haviam desa pa re ci do e temiam apro xi-mar-se da pri são hebrai ca, onde ele esta va reti do. No entan to, Mar cos, Tomé, Tiago e o tio de Jesus, quan do inter ro ga dos pelos esbir ros do Siné drio, jamais nega ram a sua con di ção de dis cí pu los. Acom pa nha ram-no à dis tân cia, seria men te

preo-cu pa dos com o que lhe iria acon te cer.

Embo ra o moti vo real que levou Jesus à morte fosse de natu re za reli gio sa, além de jul ga do pelo Tri bu nal Sagra do do Siné drio, a ver da de é que o Sumo Sacer do te colheu pro vas e mate rial sufi cien te para culpá-lo sob as leis roma nas e assim cru ci fi cá-lo por um crime de Esta do. A lapi da ção, o estran gu-la men to ou sacri fí cio na foguei ra eram pro ces sos de puni ção aos que se rebe la vam con tra a Lei mosai ca. Mas a cruz era um suplí cio roma no des ti na do a punir escra vos, rebel des, cri mi no-sos, ladrões ou cons pi ra do res, o que lan ça va a igno mí nia sobre a víti ma. O Siné drio pode ria sen ten ciar quan to à lapi da ção e depois con se guir a con fir ma ção do Pre tó rio de Roma para exe cu tá-la; mas os pro cu ra do res roma nos, em geral, fecha vam os olhos a essas ques tões reli gio sas dos judeus, dei xan do-os algo livres para agi rem con for me sua lei. Era um assun to par-ti cu lar e Roma saía mais bene fi cia da igno ran do a morte de mais um judeu, mesmo por que isso era pro vi dên cia dos pró-prios patrí cios.

Aliás, algum tempo depois da morte de Jesus, foi lapi da-do Estê vão, um da-dos seus segui da-do res, sob a cus tó dia de Saulo de Tarso; e isso fora feito sem qual quer con sul ta à Pro cu ra do-ria de Roma. Por ven tu ra, não havia o para do xo de se lapi dar as mulhe res adúl te ras, na rua, o que se fazia de ime dia to e sem a auto ri za ção dos roma nos? Mas Hanan, o ver da dei ro men tor da tra gé dia do Gól go ta, alma vil e vin ga ti va, demons-trou a Cai fás que Jesus, rabi da Gali léia, era um fas ci na dor de mul ti dões, acei to e reve ren cia do como um “refor ma dor reli gio so”, judeu. Em con se qüên cia, se ele fosse lapi da do pela sen ten ça do Siné drio, dei xa ria um rasto de encan to sen-ti men tal entre o povo e forte mosen-ti vo para a rea ção no seio dos seus pró prios asse clas. Era peri go so e desa con se lhá vel come ter tal impru dên cia de atear-se um ras ti lho de vin gan ça na Gali léia tão espe zi nha da por Jeru sa lém. Isso pode ria arre-gi men tar os gali leus em uma força coesa e deci di da con tra o Poder Reli gio so, o que não seria muito desa gra dá vel ao Pro cu ra dor de Roma, sem pre deli cian do-se com as lutas e os pro ble mas reli gio sos dos hebreus. Assim como tan tas vezes tem acon te ci do na his tó ria do mundo, pon de ra va Hanan, em breve Jesus seria trans for ma do num már tir para exe cra ção dos seus patrí cios algo zes. Obvia men te, se as mul ti dões lhe iam no encal ço, é por que tam bém seguiam suas idéias fami-ge ra das con tra a pompa do Sacer dó cio jeru sa le mi ta e o luxo do Tem plo. Em con se qüên cia, morto o chefe do movi men to cris tão, nem por isso seriam liqui da das as suas idéias. Era pre ci so evi tar a auréo la mes siâ ni ca que se for ma ria em torno do “Sal va dor” de Israel, pois a mul ti dão é ver sá til e muda rapi da men te por um sim ples gesto que a encan ta ou por uma pala vra que a como ve. E ante a inda ga ção muda de Cai fás, Hanan, seu sogro, esbo çou um sor ri so cíni co na face cruel, excla man do pau sa da men te:

— Jesus de Naza ré não deve ser puni do pela Lei de Moi-sés, mas pela de Roma!...

E ainda glo sou, atra vés de um sor ri so sar dô ni co: — Ele não deve ser exe cu ta do pelos seus pró prios com pa trio tas, mas “vil men te assas si na do” pelos ini mi gos de nossa raça!...

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7. Assim como os apóstolos, que também possuíam me-diunidade, os médiuns modernos receberam de Deus um dom gratuito: o dom de serem intérpretes dos espíritos a fim de instruírem os homens, mostrar-lhes o caminho do bem e conduzi-los à fé, e não para vender-lhes palavras que não lhes pertencem, porque não são produto de suas concepções,

nem de suas pesquisas, nem de seu trabalho pessoal. Deus deseja que a luz chegue a todos. Ele não quer que o mais pobre fique dela desprovido e possa dizer: “Não tenho fé, por-que não pude pagar por ela. Não tive o consolo de receber encorajamento e testemunhos de afeição daqueles por quem choro, pois sou pobre”. Eis por que a mediunidade não é um privilégio e se encontra por toda parte. Cobrar por ela seria, pois, desviá-la de seu objetivo providencial.

8. Todo aquele que conhece as condições em que os bons espíritos se comunicam, e sua repulsa por tudo que se refere a interesses egoístas, sabe como pouca coisa basta para que eles se afastem. Por isso, jamais se poderia admitir que es-píritos superiores estivessem à disposição de qualquer um que os chamasse, por determinada recompensa, a cada ses-são. O simples bom senso rejeita tal pensamento. Não seria também uma profanação evocar, em troca de dinheiro, seres que respeitamos ou que amamos? Sem dúvida, assim agin-do pode-se até conseguir manifestações, mas quem poderia garantir-lhes a sinceridade? Espíritos levianos, mentirosos, zombeteiros, enfim, espíritos inferiores pouco escrupulosos, sempre se apresentam prontos para responder a tudo que lhes perguntam, sem se preocuparem com a verdade. Por isso, quem deseja comunicações sérias deve, antes de mais nada, pedi-las com seriedade e, em seguida, certificar-se sobre a natureza da afinidade do médium com os seres do mundo es-piritual. Logo, a primeira condição para conquistar a bene-volência dos bons espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação e o mais absoluto desinteresse moral e material.

9. Ao lado da questão moral, apresenta-se uma consi-deração efetiva, não menos importante, que diz respeito à própria natureza da faculdade mediúnica. A mediunidade séria não pode ser, e jamais será, uma profissão, não só por-que ficaria moralmente desacreditada e logo se assemelharia aos que lêem a sorte, mas também porque existe um obstá-culo material que se opõe a isso: é que ela é uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e variável, cuja permanência

definitiva ninguém pode assegurar. Para um aproveitador, ela seria, portanto, uma fonte de recursos incertos que po-deria faltar-lhe no momento em que lhe fosse mais necessá-ria. Bem diferente é o talento adquirido pelo estudo e pelo trabalho, e que, por isso mesmo, é uma propriedade da qual naturalmente se pode tirar proveito. Mas a mediunidade não é uma arte nem um talento. Por isso, não se pode fazer dela uma profissão. Ela só existe com a colaboração dos espíritos. Sem eles, não há mais mediunidade. A aptidão pode conti-nuar existindo, mas sua aplicação se extingue. Também não há um único médium no mundo que possa garantir a obten-ção de um fenômeno espírita num momento determinado. Portanto, explorar a mediunidade é dispor de uma coisa da qual não se é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar aquele que paga. E mais ainda: não é de si mesmo que o explorador se utiliza, mas sim dos espíritos, das almas dos mortos, cuja ajuda é colocada à venda. Instintivamente, essa é uma idéia que repugna. Foi esse tipo de comércio que che-gou a excessos, explorado pelo charlatanismo, pela ignorân-cia, pela crendice e pela superstição, e motivou a proibição de Moisés. O espiritismo moderno, compreendendo a seriedade da questão, pelo descrédito que impôs a esse tipo de explo-ração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja O

Livro dos Médiuns, capítulo XXVIII, e O Céu e o Inferno, capítulo XII).

10. A mediunidade é uma coisa sagrada, que deve ser praticada religiosamente. Se há uma espécie de mediunidade que requer essa condição, de modo ainda mais absoluto, é a mediunidade de cura. O médico coloca em prática o fruto de seus estudos, muitas vezes feito à custa de duros sacrifícios. O magnetizador doa seu próprio fluido, e às vezes até mes-mo sua saúde. Ambos podem colocar um preço nisso, mas o médium curador, que transmite o fluido salutar dos bons espíritos, não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, embora pobres, nada cobravam pelas curas que faziam.

Aqueles, pois, que não têm com que se sustentar, que procurem recursos em outra parte, menos na mediunidade. E, se for preciso, só dedique a ela o tempo de que pode dispor materialmente. Os espíritos levarão em conta o seu devota-mento e os seus sacrifícios, ao passo que se afastarão dos que esperam fazer da mediunidade um meio de subir na vida. É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra; faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Referências

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