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Nicola Aslan - instrucoes para lojas de perfeiçao

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Academic year: 2021

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Nicola Aslan 33º

Instruções para Lojas da Perfeição II

(Graus 4º ao 14º)

Rio de Janeiro

1992

EDITORA MAÇÔNICA

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ÍNDICE

No Santo dos Santos ... 3

Do mesmo Autor ... 5

ADVERTÊNCIA ... 6

INTERPRETAÇÃO ESOTÉRICA DO TEMPLO E DOS SÍMBOLOS DO GRAU... 7

Sentido místico dos móveis contidos no Sanctus Sanctorum ... 12

A Arca da Aliança... 14

O Propiciatório... 16

A Mesa dos Pães da Proposição ... 18

Alar dos Perfumes... 19

O Candelabro de Sete Luzes ... 20

SÍMBOLOS DO GRAU DE "MESTRE SECRETO" .... 22

O Sinal do Silêncio ... 22

Cetro ... 22

Chave ... 22

Coroa ... 23

Jóia do Presidente da Loja de Perfeição ... 23

O Laurel e a Oliveira... 24 Painel do 4º Grau ... 24 Templo de Salomão ... 25 OS GRAUS DE COMUNICAÇÃO ... 26 5º Grau ... 27 6º Grau ... 32 7º Grau ... 37 8º Grau... 42 9º Grau ... 46 10º Grau... 49 11º Grau ... 52 12º Grau... 55 13º Grau ... 58 14º Grau... 61

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NO SANTO DOS SANTOS

Esta Editora no cumprimento de sua tarefa, publica o 2º volume dos graus, do 4º ao 14º, com a finalidade de melhor esclarecimento dos chamados graus inefáveis.

O muito ilustre Ir.: Nicola Aslan que se consagrou como pesquisador sincero e autêntico nas lides maçônicas, vem realizando para a nossa Editora essa constante busca no emaranhado cipoal do R.E.A.A. para facilitar aos llr.: que sinceramente procuram as luzes maçônicas como senda de aperfeiçoamento no difícil caminho da iniciação.

De autoria de Nicola Aslan, publicados pela Editora Maçônica, recomendamos: "Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros", "Biografia de Joaquim Gonçalves Ledo", substancioso trabalho histórico em dois volumes, salientando a modelar figura maçônica de Gonçalves Ledo, pedra angular na história maçônica do Brasil.

Do mesmo autor, Ir.: Nicola Aslan, publicamos, também, recentemente, livro indispensável a todo maçom — "COMENTÁRIOS AO RITUAL DE APRENDIZ", que tem como subtítulo — "Vademecum Maçônico", obra tão útil que muito em breve precisará de nova edição.

Depois de publicadas as Instruções para Capítulos — graus 15º ao 18º e Instruções para Oficinas de Conselhos de Kadosch — graus 19º ao 30º. O incansável Ir.: Nicola Aslan entregará à E. M. para publicação os originais dos graus de Companheiro e Mestre.

Assim no campo propriamente doutrinário da Maçonaria o nosso Resp.: Mestr.: Nicola Aslan terá prestado ao mundo maçônico inestimável trabalho de orientação na parte filosófica e do simbolismo que na maior parte das vezes deixa muito a desejar. Temos para nós, que a Maçonaria com seus Rituais e Símbolos, é, antes de tudo, escola de aperfeiçoamento, conduzindo a criatura humana às sublimes lições da fraternidade.

Não se justifica tanta luta antifraterna que se tem verificado no curso da história da fraternidade dos pedreiros livres.

Ao ser fundada a Editora Maçônica inserimos em seus Estatutos:

"RETIRO MAÇÔNICO"

"Art. 23 — Logo que os recursos o permitirem, a Editora Maçônica adquirirá em lugar aprazível uma propriedade agrícola para Colônia de Férias de seus associados.

Art. 24 — O "Retiro Maçônico" se destina a estudos e a meditação, orientando-se os associados no sentido da busca da longevidade, proscrevendo-se o álcool e o fumo e outros tóxicos que prejudicam a saúde.

Art. 25 — No "Retiro Maçônico" não serão permitidas caçadas ou a prática de qualquer crueldade à vida de indefesos animais ou pássaros.

Art. 26 — No "Retiro Maçônico" os membros da sociedade viverão sob a forma de fraternidade recordando as antigas Ordens Iniciáticas e usarão nomes simbólicos previamente registrados.”

Esse programa não tem sido descurado, dentro em breve, como complemento do plano, levantaremos em local apropriado, um Templo

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Maçônico que terá por finalidade de ao menos, uma vez por mês, abrigar LLoj.: RReg.: respeitados os limites da Potência a que pertençam, sejam do Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas ou da Ordem Maçônica Mista Internacional "Le Droit Humam".

Pretendemos ainda, a criação de uma Loja Maçônica, que em seus trabalhos, adote o Esperanto, língua internacional, já reconhecida na aproximação dos povos.

Finalizamos estas rápidas palavras citando destas Instruções para LLoj.: de Perfeição, o seguinte:

"Os intendentes dos Edifícios devem, pois, realizar trabalhos especiais, oriundos da interpretação filosófica de seus símbolos e alegorias, contribuindo, ao mesmo tempo, para a educação do povo, para o qual deve haver uma legislação moral do trabalho. Combatendo sempre a ignorância, a hipocrisia e a ambição e procurando o justo equilíbrio entre a propriedade, o capital e o trabalho, como fonte de prosperidade.

O edifício social é, pois, a preocupação precípua deste grau. Cabe, portanto, aos bons obreiros, o dever de procurar os meios de construir a sociedade em bases sólidas e permanentes. Para esse fim, não tolerarão o indiferentismo, inimigo terrível de todos os bons sentimentos humanos. Sem preocupações individuais, serão invulneráveis ao desalento e ao desespero, pois o lema será: UM POR TODOS E TODOS POR UM, consagrando ao zelo e à constância de todos os trabalhos que possam dar mais solidez ao edifício social.

O trabalho, condição social do homem, não existe a não ser pela liberdade. A propriedade, direito que possui aquele que trabalha, como fruto de sua dedicação, não existe senão pelo trabalho.

A propriedade e o trabalho, estas duas únicas bases da civilização, têm por laço comum a liberdade, que não é mais a prática do Suum quique; a cada qual o que é seu. Este triângulo: trabalho, liberdade, propriedade, símbolo da geração da civilização social, é a síntese do verdadeiro socialismo, cuja prática racional deve ser estimulada por este grau."

Vassouras, Natal de 1979.

BRAZ COSENZA — Da Academia Maçônica de Letras e Diretor da Editora Maçônica

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DO MESMO AUTOR

História da Maçonaria, Cronologia, Documentos (Ensaio) Editora

Espiritualista — Rio — 1959 (Esgotado).

Estudos Maçônicos sobre Simbolismo — Edições do Grande Oriente do

Brasil — Rio — 1969 (Esgotado)

Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros — Editora Maçônica

— Rio — 1973.

O enigma de gênese da Maçonaria especulativa — Estudo publicado na

Revista Eclesiástica Brasileira (REB) — Set. 1973 — Editora Vozes Ltda. — Petrópolis.

Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia — 4 Vol. —

Editora Artenova S. A. — Rio — 1974-1976.

Subsídios para uma BIOGRAFIA DE JOAQUIM GONÇALVES LEDO —

(Textos e Documentos) — 2 Vol. — Editora Maçônica — Rio — 1976.

O Livro do Cavaleiro Rosa-Cruz (Estudos sobre o grau 18º do Rito Escocês

Antigo e Aceito) — Artenova S. A. — Rio — 1977.

Comentário ao Ritual do Aprendiz-Maçom — Vade Mecum Iniciático —

Editora Maçônica — Rio — 1977.

Estudos Maçônicos sobre Simbolismo — II Edição — Edições Nicola Aslan

Ltda. — Cabo Frio — 1978. III Edição — Editora Aurora — 1985.

Uma Radioscopia da Maçonaria ou a Maçonaria ao alcance de todos —

Edições Nicola Aslan Ltda. — Cabo Frio — 1979.

Instruções para Lojas de Perfeição — O grau 4º — Editora Maçônica — Rio

— 1979. II vol. complemento até o grau 149 — mesma Editora — 1980.

Instruções para Capítulos — Gráfica Editora Aurora Ltda. — Rio — 1984. A Maçonaria Operativa (Estudo crítico do Trabalho na Idade Média e nos Tempos Modernos) — Gráfica Editora Aurora Ltda. — Rio — 1979.

HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA — O período operativo — Gráfica Editora

Aurora Ltda. — Rio — 1979.

HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA — A Maçonaria Brasileira. Landmarques e outros problemas maçônicos (Estudos).

Instruções para Oficinas de Conselho de Kadosch (graus 19? ao 309)

— Gráfica Editora Aurora — Rio — 1984.

NO PRELO

HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA — O período Aristocrático.

Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia — 1º e 2º

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ADVERTÊNCIA

Este 29 Volume das Instruções para Lojas de Perfeição" é pura e simplesmente a continuação do 1º Volume. Foi porém dividido ao meio para que esta Editora pudesse pôr ao alcance dos IIr.: que freqüentam os Altos Graus do Rito Escocês Antigo a Aceito uma obra que não se tornasse onerosa, pelo preço elevado, de um lado, e de difícil manuseio por outro.

Pensamos que, enquanto o Leitor tomasse conhecimento dos preliminares necessários para a perfeita compreensão dos Altos Graus, o Editor disporia de tempo suficiente para, mais rapidamente, imprimir e apresentar a segunda parte do trabalho elaborado pelo lr.: Nicola Aslan. Este trabalho, como todos sabem, é absolutamente inédito e, poderíamos mesmo dizer, único na literatura maçônica universal.

O EDITOR

A missão da Maçonaria moderna consiste unicamente em dar ao Maçom a plena consciência de si mesmo, mostrando-lhe, depois de lhe facilitar os meios de transformar a sua Pedra Bruta em Pedra Polida, o papel transcendente que ele poderá desempenhar dentro de um mundo que, a olhos vistos, caminha a largos passos para um trágico impasse, por falta de HOMENS, com letras maiúsculas, homens que tenham plena segurança no leme do comando e que, evitando habilmente os escolhos, tenham a capacidade de conduzir esta sofrida humanidade ao porto seguro, manso e acolhedor da Fraternidade universal.

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INTERPRETAÇÃO ESOTÉRICA DO TEMPLO E DOS SÍMBOLOS DO GRAU

Como todas as sociedades iniciáticas, a Maçonaria tem um sistema de doutrinas esotéricas que transmite aos seus iniciados.

A noção de esoterismo aplicada a um ensinamento oral, comunicado a discípulos escolhidos, existiu desde a mais alta antigüidade. Este sistema foi inicialmente empregado nos mistérios religiosos e depois para as doutrinas dos filósofos. Os iniciados aos mistérios — o próprio nome de mistério implica silêncio e segredo — deviam jurar de nunca revelar a respeite dos arcanos que os dramas litúrgicos de Elêusis lhes teriam permitido conhecer. E eles respeitaram o segredo, pois, como diz o Sepher Hazohar, "o mundo subsiste unicamente pelo segredo".

Entretanto, o segredo não consiste apenas no guardar o silêncio. Muitas vezes o caráter esotérico de uma doutrina reside na desigualdade de inteligência e de compreensão dos discípulos. A obscuridade de uma doutrina pode, de fato, persistir apesar de uma exposição muito clara e completa.

Relativamente às várias maneiras por que deve ser encarado o esoterismo, Luc Benoist escreve em sua obra "L'Ésotérisme":

"Uma espécie diferente acha-se ligada ao simbolismo de toda expressão escrita ou falada, sobretudo em se tratando de um ensinamento espiritual. Na expressão da verdade sempre há de ficar algo de inefável, a linguagem não estando apta para traduzir as concepções sem imagens do espírito. Enfim e sobretudo, o verdadeiro segredo é reconhecido como tal por natureza, não estando ao alcance de ninguém poder divulgá-lo. Permanece inexprimível e inacessível aos profanos, não sendo possível atingi-lo de outra forma a não ser com o auxílio de símbolos.

"O que o mestre transmita ao discípulo não é o próprio segredo, mas o símbolo e a influência espiritual que tornam possível a sua compreensão...” (pp. 8-9)

Embora exista uma correlação lógica entre exoterismo e esoterismo, não há entretanto entre eles, uma equivalência exata. Na verdade, o lado interior, domina o lado exterior, mesmo quando o aspecto exterior assume aspecto religioso. Ao definir o esoterismo, em sua obra já citada, Luc Benoist observa:

"O esoterismo portanto não é somente o aspecto interior de uma religião, visto que o exoterismo nem sempre e obrigatoriamente possui aspecto religioso nem a religião é sempre monopólio do segredo. O esoterismo tampouco é uma religião especial para uso de privilegiados, como algumas vezes o supõem, pois não se basta a si mesmo, não passando de um ponto

de vista mais profundo sobre as coisas sagradas. Não constitui outra coisa

senão o sentido real do exoterismo, seja ele religioso ou não.

"Na religião, sempre exotérica, o caráter social domina (como no simbolismo maçônico). Ela é feita para todos, ao passo que o esoterismo é apenas accessível a alguns. O que é secreto no esoterismo torsa-se mistério na religião.

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necessário para a salvação comum dos homens. Esta salvação é uma libertação ajustada ao plano do ser. Pois a religião considera o ser exclusivamente em seu estado individual e humano. Assegura-lhe as condições psíquicas e espirituais melhores compatíveis com este estado, sem procurar fazer que saia dele.

"Por certo o homem, enquanto homem, não se pode sobrepujar por si mesmo. Mas se pode atingir um conhecimento e uma libertação que sejam identificações é que já possui em si mesmo o estado universal que lhes corresponde.

"O esoterismo que toma emprestado para revelar-se a nós, como o veremos, o canal metódico da iniciação, tem por objetivo libertar o homem das limitações do seu estado humano, de tornar efetiva a capacidade que recebeu para ascender aos estados superiores, graças a ritos rigorosos e preciosos, de maneira ativa e durável” (pp. 9-10)

***

O ritual faz uma descrição da Câmara do grau 4º e de sua decoração, indicando a maneira pela qual a Loja dos Mestres Secretos deve ser armada. Entretanto, poucos sabem que cada um dos objetos e paramentos mencionados contém um simbolismo o que tanto os nomes quanto os cargos possuem uma ou várias interpretações simbólicas, sendo isto precisamente o que constitui o esoterismo maçônico.

Na verdade, porém, simbolistas e ritualistas se esmeraram em apresentar nos rituais e instruções suas próprias interpretações, enriquecendo desta forma o simbolismo maçônico. Através delas o Mestre Secreto compreenderá melhor o significado ligado à denominação do grau que ostenta, como também em que consiste, com precisão, o segredo que se pretende confiar-se, exigindo-se-Ihe para que o guarde no fundo do seu coração.

Tentaremos, pois, apresentar algumas das interpretações de símbolos e o significado dos nomes traduzidos do hebraico encontrados no decorrer das nossas investigações. Não pretendemos, é claro, que elas se apresentem como as únicas interpretações simbólicas ou esotéricas, pois o simbolismo exige que cada qual formule interpretações de acordo com o seu próprio modo de ver e de sentir. Estas servirão apenas de exemplos, menos, bem entendido os significados de certos nomes em hebraico.

Jules Boucher(LSM), do qual reproduzimos as palavras, assim descreveu o Templo de Salomão:

Em Maçonaria, este Templo é um Simbólico e nada mais, um símbolo de magnífica amplidão: o do Templo ideal para todo o sempre inacabado, do qual cada Maçom é uma Pedra, preparada sem martelo e sem machado, no silêncio da meditação. Sobe-se nos andares por uma escadaria em parafuso, por "espirais", indicando ao iniciado que nele mesmo, dando voltas sobre si mesmo, é que poderá atingir a excelsitude que é sua meta.

SALOMÃOSignifica, em hebraico "homem manso". O Templo de Salomão é

o da Paz, da Paz profunda para a qual tendem todos os Maçons sinceros que se desinteressam da agitação do mundo profano

"É neste sentido, e apenas neste sentido, que é precise considerar o Templo de Salomão. Foi construído em sete anos e sete é a idade simbólica do Mestre Maçom, daquele que atingiu a plenitude da Iniciação.

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“O Templo de Salomão foi construído em pedra, em madeira de cedro e nele abunda o ouro. A pedra é a estabilidade, a madeira a vitalidade e o ouro a espiritualidade em toda a sua perfeição e sua inalterabilidade.

"Para o Maçom, o Templo de Salomão não é considerado nem em sua realidade histórica, nem em sua acepção religiosa judaica, mas somente em sua significação esotérica tão profunda e tão bela.” (Ob. cit. pp. 132-133)

Penetramos no Templo passando por duas colunas que ficam na entrada. Estas duas colunas representam a Sabedoria e a Estabilidade do

Conhecimento, pois aquele que pretende viver uma vida mais cheia e mais

elevada deve passar por este portal, ou melhor, adquirir conhecimento, podendo assim experimentar os íri&iores prazeres da mente.

O Templo é dividido em duas partes. A primeira é o Lugar Santo (em hebraico, heikal), primeira Câmara além do vestíbulo, é que em Maçonaria chama-se Ocidente. A segunda é o Lugar Santíssimo (em hebraico, debhir), o

godech godechim ou Sanctus Sanctorum, chamado em Maçonaria Oriente.

As palavras heikhal e debhir foram muito usadas em Maçonaria, e continuam a sê-lo, principalmente na Maçonaria francesa.

O Segundo ritualistas e simbolistas, o Templo de Salomão é o homem, o Ocidente o seu corpo e o Oriente a sua consciência A balaustrada, que separa o Oriente do Ocidente, está ligada, no grau de Mestre Secreto, à palavra de passe Ziza, que é traduzida por esta forma, ao passo que outros ritualistas dão-lhe o significado d e “resplendor”.

Ao tratar do 4º grau, em seu "Çours Complet de Maçonnerie”, o Dr. Vassal escrevia, em meados do século passado, alguns comentários de ordem filosófica, que reproduziremos. Dizia ele:

"O Santo dos Santos, mencionado na instrução, é figurado por um santuário, na abóboda do qual acha-se suspenso o nome do G.: A.: D.: U.:, cercado de todos os atributos da divindade; este símbolo, tão religioso, aparentemente, encerra altas verdades filosóficas

"O Santuário do Templo representa a consciência do homem; é a parte mais concentrada do seu ser; só ela pode conceber a grandeza da imensidade de Deus.

"A balaustrada representa a Razão, que preserva: a consciência dos funestos efeitos dos preconceitos vulgares e fanáticos.

"A Chave do santuário representa a Inteligência que, sendo a consciência, permite ao homem chegar até a verdade, que concentra em si mesmo, a partir do momento em que possuí a convicção ma:s íntima; resulta

disto que a consciência figurada pelo santuário é, como o Sanctus

Sanctorum, um asilo sagrado onde ninguém tem o direito de penetrar, exceto

aquele que dela é o possuidor, visto ser ele o verdadeiro amo, devendo ser unicamente ele a deter a chave dos segredos que ela contém.

"Esta alegoria é tanto mais engenhosa que o véu religioso que a envolve só podia ser levantado pelos iniciados desse grau, e o sacerdote de Israel ficou de tal modo compenetrado da importância do verdadeiro sentido filosófico desta alegoria, que ele a imprime na crença dos israelitas, e esta tarefa tornou-se, posteriormente, tão fácil de ser cumprida, que, desde o momento em que os israelitas deixaram de formar um corpo de nação, tiveram de se dispersar, e então cada chefe de família exerceu, ele mesmo, as funções sacerdotais.

"Foi a transmissão constante desta doutrina, que os tornava tão firmes e tão resolutos em sua crença religiosa; o desprezo das -várias nações, as

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masmorras, as torturas, as próprias fogueiras não conseguiram demovê-los." Achamos por bem reproduzir estes comentários do Dr. Vassal, escritos há mais de cem anos, porque talvez expliquem de certa forma a tenaz sobrevivência do povo de Israel e a sua resistência opiniática contra todas as vicissitudes sofridas. Talvez respondam de certo modo aos próprios acontecimentos, ligados a este povo, que estamos presenciando.

As paredes são decoradas de preto com lágrimas de prata. A cor preta encontra-se também no avental, na faixa e nas luvas do Mestre Secreto que tem bordaduras pretas nos dorsos. A Liturgy of A. A. S. R. of Freemasonry comenta a respeito desta cor:

"A cor preta simboliza a dor dos Maçons do Templo por causa da morte do Mestre Hiram, o Iniciado fenício, e a perda da Palavra do Mestre. É também símbolo do litígio, no universo das coisas, e na alma de todo homem que vive entre a luz e a escuridão, o bem e o mal, a verdade e o erro, uma luta que começou com o tempo e é representada na Maçonaria pelos esforços e pela ansiedade de alcançar a Luz."

Não são vistas na Loja ferramentas, visto que, devido a morte de Hiram, os trabalhos foram suspensos. Por outro lado, os trabalhes a que se dedicam os Mestres Secretos não são manuais ou operativos, são labores que não precisam de martelo, nem de machado, nem de qualquer outra ferramenta de artífice.

No sanctus Sanctorum há um estrado de três degraus. Exo-tericamente, os três degraus representam as três etapas da vida: juventude,

maturidade e velhice, que são também os três degraus do progresso através

dos mistérios da Vida, degraus que levam o homem à noção espiritual de tudo o que o cerca e o fazem aspirar a algo mais elevado e sublime. Os antigos egípcios davam-lho interpretação diferente e, como diz Ralph M. Lewis, nas escavações realizadas naquele país durante as quais foram desenterrados novos templos, verificou-se que três escalões conduzem sempre à entrada desses templos ou altares interiores. Em nenhum lugar destes templos onde se encontram estes pontos sagrados deixam de ser encontrados três degraus que a eles levam.

E em seus comentários em "Los Antiguos Símbolos Sagrados" diz Ralph M. Lewis:

"A explicação — ou interpretação — deste símbolo encontra-se no triângulo, o mais antigo de todos os símbolos ou emblemas. O triângulo equilátero era um símbolo místico, porque em qualquer posição em que fosse colocado sempre oferecia uma imagem correta. Neste sentido o quadrado e o

cubo se assemelhavam muito ao triângulo.

"O princípio encontra-se no algarismo três (3). Este número representa os antigos princípios das divindades ou a lei da criação, a criação perfeita.

"Portanto, no momento de acercar-se do santuário, eram dados três passos (como se fossem os últimos passos para alcançar a meta, e não como os três passos que se dão no princípio ou no meio de um percurso) para indicar que quem se acercava cesse ponto estava consciente ou recordava os três princípios da natureza e de Deus que lhe dava existência terrena. Porque, de acordo com a lei do triângulo, toda a existência consciente do homem depende da unidade desses três princípios. Exotericamente os três princípios estavam expressos como corpo, espírito e alma."

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"Sobre um estrado de três degraus, dois tronos: Um destinado ao Presidente que tem a designação de Poderosíssimo Mestre e representa o Rei Salomão; outro deverá ser ocupado por um alto Dignatário ou um convidado especial, representando Hiram, rei de Tiro. Não deve haver outros assentos, no estrado.” (p. 3)

O Trono representa o poder soberano e a dignidade real, que tem também por insígnias o Cetro e a Coroa real, e que encontraremos mais adiante, significando a realeza que o Iniciado pretende atingir através do domínio de seus impulsos inferiores e as suas aspirações a um ideai excelso.

O Rei Salomão representa a Sabedoria criadora, a Sabedoria que persegue um Ideal Interior com elevadas aspirações, aquela Sabedoria luminosa e radiante, fecunda produtora de tudo o que é belo, nobre e formoso.

Hiram, Rei de Tiro, é o emblema da Força realizadora e da heróica Virtude. Hiram é a Vida elevada que domina e rege a Força, dirigindo-se para a realização de empreendimentos sublimes.

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SENTIDO MÍSTICO DOS MÓVEIS CONTIDOS NO SANCTUS SANCTORUM

Diz o Ritual do Grau 4 ou do Mestre Secreto:

"No canto do Santo dos Santos, à direita do Poderosis.:, uma mesa coberta com pano preto, com a Arca da Aliança, as Tábuas da Lei, a Urna do Maná. Encostado à Arca, a Vara de Aarão, e pouco à frente, o Candelabro de 7 velas, No canto à esquerda, o Altar dos Perfumes, e na frente do Altar do Ir.: Tes.:, a mesa doa Pães da Proposição.

Refere a Bíblia, em Êxodo, XXIV, que, depois da saída dos hebreus do Egito, Deus celebrou uma aliança com este povo, dando-lhe estatutos para o seu governo e, por meio de instruções à Moisés, instituiu o próprio culto, fornecendo minuciosos detalhes para a confecção do Tabernáculo, dos móveis, utensílios e paramentos necessários ao culto para a organização dos sacrifícios, do cerimonial litúrgico e do sacerdócio.

O simbolismo do grau de Mestre Secreto tem íntima relação com este episódio bíblico. A Loja é transformada em Templo de Salomão e o Oriente em

Sanctus Sanctorum, onde são vistos:

1º — A Arca da Aliança 2º — O Propiciatório

3º — A Mesa dos Pães da Proposição

4º — O Candelabro de Sete Luzes

5º—0 Altar do Incenso ou dos Perfumes e vários outros símbolos.

Vamos portanto estudá-los em seus significados e em soas várias interpretações.

Na verdade, o grau de Mestre Secreto pretende fazer entender ao Iniciado que Deus não pode ser abarcado pelos sentidos nem compreendido pela inteligência, e procura libertá-lo da noção de um Deus a quem foram atribuídos vícios, paixões e preconceitos humanos, superstições estas que o Mestre Secreto precisa derrubar a fim de poder alcançar a Verdade.

É por esta razão que o ritual do 4º grau contém sentenças como estas: "Jamais farás imagens talhadas na pedra, à semelhança das coisas que estão no céu, para adorá-las.

"Não faças teus deuses de metal. Quando ergueres teus olhos para a abóbada celeste nela vires o Sol, a Lua e as Estréias, não lhes dirijas nenhum culto, como faziam os povos de outrora.

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aos fantasmas que tua imaginação engendrar." (pp. 20-21)

Mostra o ritual que tudo o que a humanidade produziu como expoentes da inteligência, se tem preocupado em libertar os povos da prática de religiões inferiores, lutando contra a adoração dos astros e o culto dos ídolos materiais, para afirmar que esta é também d preocupação da Maçonaria:

"A suprema e perpétua preocupação da Maçonaria é a derrubada de todos os ídolos que procura combater pacificamente, sejam eles preconceitos ou superstições, mentiras ou ignorância, milagres ou tiranias, ídolos religiosos ou ídolos políticos.” (p. 22)

E assegura que a única barreira existente entre os homens e a Verdade é o conjunto de paixões, erros e preconceitos. Para o Mestre Secreto, porém, o obstáculo poderá ser transposto se souber utilizar a chave da perseverança, da energia e das intenções puras.

E como prêmio pelo esforço despendido pelo Mestre Maçom a fim de obter êxito em seus nobres propósitos, ele é coroado com termos de oliveira e de louro, que os antigos consideravam emblemas do triunfo e da glória.

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A ARCA DA ALIANÇA

O trabalho foi executado por Besaleel e Aholiabe (ÊX. XXXI, 1-11).

construir uma Arca, de acordo com os dados minuciosos recebidos. O trabalho foi executado por Besalel e Aholiabe (ÊX. XXXI, 1-11). Nela deviam ser

conservadas as Tábuas da Lei, uma Urna cheia de Maná e a Vara de Aarão. Sobre as duas Tábuas da Lei estavam gravados os Dez Mandamentos. Na primeira, estavam os três Deveres do Homem para com Deus. Na segunda, os sete Deveres do Homem para com o J seus semelhantes.

A Arca da Aliança, que segundo Lenormand media 1,75 m de comprimento por 0,80 de altura e outros tantos de largura, era uma reprodução em ponto pequeno da Arca de Noé, que a inspirou, e servia como testemunho da Aliança do Senhor por intermédio de Moisés.

A Arca de Noé é geralmente representada por baixo do Arco-íris e as suas sete cores, ao qual ela está indissoluvelmente associada, como símbolo das relações entre o céu e a terra. Segundo afirma Magister em seu 'Manual

del Maestro Secreto”:

"É o símbolo da aliança, ou seja, da reciprocidade construtiva entre o Homem e Deus, que tornou possível a salvação do primeiro dos cataclismos naturais em que perecem os que não reconhecem a Onipotência do Princípio Divino que neles reside, estabelecendo a aliança indispensável com este Princípio” (p. 152)

Construída em madeira de Acácia e forrada por dentro e por fora de ouro puro, a Arca da Aliança era o cofre em que os hebreus guardavam os seus maiores tesouros, tesouros místicos, espirituais e morais, pois as Tábuas da Lei que ensinam a Verdade Divina, o Maná e a Vara de Arão são símbolos da Vida eterna.

A Acácia, por sua vez, árvore sagrada entre os egípcios, dos quais os hebreus acabavam de fugir, era, pela sua imputrescibilidade, também um emblema da vida eterna e, conseqüentemente, da imortalidade e ao mesmo tempo da inocência, ao passo que o ouro era o símbolo do poder e da magnificência.

Na Arca da Aliança reside, pois, um simbolismo bastante extenso, que o Mestre Secreto deve desenvolver no silêncio do seu coração, pois é um segredo mu to importante que só a ele interessa.

Tratando dos símbolos contidos na Arca, em seu "Manual del Maestro

Secreto", escreve ainda Magister:

Com a branca chave, alegórica da pureza de suas intenções que o Mestre Secreto possui, pode ele averiguar o conteúdo da Arca. Não obstante, a fragilidade do material de que se compõe requer um cuidado extremo: a chave pode quebrar-se facilmente — pomo o indicam alguma vez as alegorias relativas a este grau — e o conteúdo da Arca permanecerá oculto e impenetrável, se não concorrem para formá-lo o ouro da Fé, a prata da Esperança e o cobre do Amor." (p. 73)

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E com referência à Urna do Maná e à Vara de Arão, Magister explica: "O Vaso de Maná e a Vara de Arão, que se conservam na Arca junto das Duas tábuas da Lei, são os emblemas dá Graça e do Poder que manam da perfeita observância da Lei em seus dois aspectos: os dons do Altíssimo que se recebem na proporção da nossa Fé, Esperança e Amor, com o reconhecimento de que Ele ó a Grande Fonte de tudo, o único Poder e a única Realidade.”p(74)

Sobre a tampa da Arca da Aliança, ou seja sobre o Propiciatório, também chamada o Assento da Misericórdia manifestou-se, por uma nuvem visível, a Glória Divina, que habita no Templo e no Tabernáculo, e que os judeus chamam a Xekiná, termo hebraico derivado da palavra Xakan, ou seja, morar, habitar. Esta nuvem era o resultado do sangue do sacrifício que o Sumo Sacerdote verte sobre esta tampa pelos pecados do povo.

Apareceu pela primeira vez sobre a Arca quando Moisés consagrou o tabernáculo; e esteve depois disso na consagração do Templo por Salomão, aonde foi transportada e onde permaneceu até a destruição do edifício. A Xekiná desapareceu depois da destruição do primeiro Templo e não esteve presente no segundo. A Xekiná era o Símbolo da Glória Divina.

Segundo afirma Ralph M. Lewis em Los Antiguos Símbolos

Sagrados":

“Para os místicos, a Arca é o emblema do lugar sagrado e secreto onde estavam depositadas e conservadas as coisas sagradas de índole material ou mundana, que pertenciam ao Templo, aos Oficiais ou aos Irmãos.

"Neste sentido, a Arca significa um depósito muito diferente do Livro. Este continha e preservava as posses espirituais, as Leio Divinas, a outra continha e preservava as coisas secretas que pertenciam à existência terrena e aos trabalhos do Templo. Por isso, a Arca foi emblema do lugar oculto, selado e vigiado, onde se preservavam secreta e sagradamente os vínculos que uniam os Irmãos."

E mais adiante, o mesmo autor escreve:

"Na origem, um templo era um espaço ou área de terreno destinado a f ns sagrados ou de adoração, onde homens e mulheres podiam congregar-se para fazer as suas oferendas e para meditar. Era terra sagrada. Não era uma construção, porém simplesmente um lugar.

"Era costume haver nessa área um ponto focai, representado por uma pequena construção ou altar que recordava a presença de Deus. Este ponto focai foi chamado o Sanctus Sanctorum e o Altar chamou-se a Arca ou a

Xekiná.

"Mais tarde, quando foram erigidos edifícios para encerrar e proteger o lugar sagrado, a Arca ou Xekiná foi sempre colocada no centro. Era neste lugar onde se acreditava que descia, na terra, a consciência de Deus. Até nós chegou, através de quase todas as religiões, a crença de que sempre que o homem dedica um lugar, uma coisa ou uma condição a Deus, ELE aí está presente, santificando-o por ter-lha sido consagrado."

(16)

O PROPICIATÓRIO

De acordo com as instruções recebidas de Deus (ÊX. XXV, 17-22),

Moisés mandou construir um propiciatório de ouro puro, obra também executada por Bezaleel, o grande artista hebreu (Êx. XXXVII, 6-9). Sobre ele deviam ser colocados, um a cada extremidade, dois querubins de ouro batido de asas abertas por cima do propiciatório, cobrindo-o.

O propiciatório devia ser disposto por cima da Arca, dentro da qual as Tábuas da Lei confirmavam a proibição de render culto a imagens.

Em sua obra "Jesus e sua doutrina", A. Leterre escreve a .respeito dos querubins:

"Os dois querubins emblemáticos, de asas estendidas, da Arca de Moisés, cujo termo em hebraico significa Touro, símbolo da potência criadora de Jeová, tinham a mesma analogia da estatueta de Amon com cornos (Carneiro), por isso que Moisés é representado com esses adornos. A Bíblia mesmo consigna que o Eterno (Jeová), ameaça seu povo com seus cornos.” (p. 62)

E prosseguindo, este autor desenvolve estranha teoria que consignamos aqui, sem comentários, mais a título de curiosidade:

"Ora, será admissível que Jeová tivesse ordenado a Moisés, a construção da Arca, copando-a do culto de Amon? É mais verossímil que este legislador tivesse recebido nos templos de Jetró, onde se iniciou, o plano dessa Arca, construída, como era, com ouro, prata, bronze, etc., servindo, de acordo com a formidável ciência de que era detentor, de poderoso acumulador elétrico.

"É sabido que a atmosfera, em certas regiões do globo, como no

Canadá, é carregada de fluídos elétricos de tal natureza e em tão grande quantidade, que uma pessoa lá pode acender um bico de gás simplesmente com a ponta do dedo.

"No Egito, então, esta propriedade ainda é mais notável, devido à secura do ar. Não é, pois, de estranhar que sábios magos, como Moisés, conhecessem esta força da natureza e que este tivesse sabido captá-la em seu formidável acumulador, para aplicá-la em certas oportunidades, quando seu povo recalcitrava ou contra inimigos em batalha.

“As extremidades das asas dos Querubins de ouro recebiam o potencial atmosférico positivo e o condutor interior, que residia nos varais, que se comunicavam com o solo, o negativo”.

"Segundo rezam os livros da índia, Semíramis, rainha da Babilônia, tentou uma vez invadir este país com um exército de dois milhões de homens. Os magos, unicamente por meio dos fluídos elétricos, derrotaram seu exército, obrigando-a a transpor o rio Brahma-Putra, que, nesse lugar, ficou amaldiçoado até roje, razão por que indiano algum o atravessa.

"Na história da Grécia, encontra-se o mesmo emprego dessas forças para derrotar um exército invasor.

"Houve mesmo Pontífices fulminados pelo raio, quando, mal isolados, invocavam o fogo celeste: Invocare fulmine, cogere fulmine, diz a frase

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latina. Foi pela mesma razão que Zoroastro foi fulminado.” (pp. 62-63)

O famoso Papus trata desse mesmo assunto em seu TMSO, em que dizia:

“Os nossos eletricistas ficariam em situação de inferioridade perante esses sacerdotes egípcios e seus iniciados (gregos e romanos) que manejavam o raio, como nós empregamos o calor, e o faziam descer à sua vontade”.

"É Saint-Yves d'AIveydre que vai mostrar-nos, (em sua “Mission de

Juifs"), como era posto em prática este segredo que constituía um dos

costumes entre os mais ocultos dos santuários.

"Na História eclesiástica de Sozomeno (liv. IX, cap. VI) pode-se ver a corporação sacerdotal dos etruscos defendendo com trovões, contra Alarico, a cidade de Nárnia que não foi tomada.

"Tito Lívio (liv. I, cap. XXX) e Plínio (Hist, nat, liv. II, cap. Llll, e liv. XXVIII, cap. IV) nos descrevem a morte de Túlio Hostílio querendo evocar a força elétrica segundo os ritos de um manuscrito de Numa e morrendo fulminado por não ter sabido prever o choque de retorno.

"Sabe-se que a maior parte dos mistérios entre os padres egípcios não era mais que o véu com o qual encobriam as ciências e que ser iniciado em seus mistérios era ser instruído nas ciências que eles cultivavam. Por isso davam a Júpiter o nome de Elício ou Júpiter elétrico, considerando-o como o raio personificado, o que se deixava atrair sobre a terra pela virtude de certas fórmulas e práticas misteriosas; pois Júpiter Elício não significa outra coisa senão Júpiter suscetível de atração, Elício provém de elicere, segundo Ovídio e Varão.” (pp. 20-21)

Durante a Antigüidade e a Idade Média homens de talento consignaram em seus escritos muitas coisas maravilhosas que foram acreditadas graças à sua fama e pessoas de talento quiseram transportar esses contos até os nossos dias. Existem, na verdade, coisas que escapam ainda às investigações científicas, mas todo o cuidado é pouco, porque também existem dogmas científicos.

Se a Fé é uma virtude, a credulidade não. É recomendado, por outra, ao Mestre Secreto a inocência, mas não a ingenuidade.

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A MESA DOS PAIS DA PROPOSIÇÃO

Em Êxodo XXV, 23-29, Deus ordena a Moisés de fazer uma mesa, dando-lhe as instruções sobre os detalhes, e no versículo 30 determina:

30 — Porás sobre a mesa os pães da proposição diante de mim perpetuamente.

Em Levítico XXIV, 5-9, Deus instrui a Moisés como deverão ser feitos os pães e de que maneira a oferta deverá ser feita:

5 — Também tomaras a flor da farinha, e dela cozerás doze pães, cada um dos quais será de duas dízimas de uma efa.

6 — E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa de ouro puro perante o Senhor.

7 — Sobre cada fileira porás incenso puro, que será, para o pão, como porção memorial; é oferta queimada ao Senhor.

8 — Em cada sábado, Arão o porá em ordem perante o Senhor continuamente, da parte dos filhos de Israel, por aliança perpétua

9 — E será de Arão e de seus filhos, os quais o comerão no lugar santo, porque é coisa santíssima para ele das ofertas queimadas ao Senhor, como direito perpétuo.

Portanto, são doze os pães e não três como o exige o Ritual do 4º grau de G.: O.: B.:, posto que esses pães são oferecidos ao Altíssimo pelas doze tribos de Israel, um para cada e não quatro tribos para um. Isto é confirmado por Magister em seu "Manual del Gran Elegido", o qual assim se exprime:

"Os doze pães de proposição que as doze tribos oferecem ao Altíssimo constituem uma referência mais direta aos doze signos zodiacais, na ordem em que usualmente lhes é reconhecida; as doze divisões cíclicas do Ritmo Cósmico e Terrestre da Vida, e ao mesmo tempo os doze setores que diferenciam radialmente todo campo enérgico vital” (p. 108)

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O ALTAR DOS PERFUMES

A Bíblia (ÊX. XXX, 1-10) refere-se a ordem dada por Deus a Moisés para

a confecção de um altar para nele queimar incensa O altar era de forma quadrada, coberto de ouro e com "chifres que formarão uma só peça com ele".

Os altares dos antigos eram de duas categorias: para os sacrifícios e para o incenso. Os primeiros eram erigidos fora e em frente ao Templo, somente os segundos eram permitidos no interior.

Supõem alguns pesquisadores que o incenso servia para afugentar os maus odores, sendo utilizado para corrigir o ar viciado dos templos subterrâneos.

Segundo a "Encyclopaedía" de Mackey, o uso do incenso fazia parte do culto à Divindade, sendo comum a todos os povos da antigüidade. Porém, em Maçonaria, o incenso é o símbolo da prece.

Entretanto, Jules Boucher (LSM) observa que o incenso e a fumaça que ele produz, possuem uma ação anti-séptica já comprovada, e esta ação física é acompanhada de uma ação" psíquica; ela produz um estado de alma particular propício à elevação espiritual".

O incenso que se emprega nas Igrejas é uma mistura de várias resinas, mistura na qual, às vezes, não entra sequer um grão de incenso puro. A palavra designa "tudo o que queima", sem indicar qualquer material em particular. O verdadeiro incenso é o Olíbano (Oleum Libani) ou óleo do Líbano.

Para as fumigações maçônicas, Jules Boucher preconiza uma mistura em três partes de Olíbano, duas de Mirra e uma de Benjoim, que tem um odor bastante agradável e que, na sua opinião, simbolizaria os três mundos: divino, humano e material, acrescentando:

"As velas e as fumigações são, em nossa opinião, o coadjuvante indispensável das cerimônias maçônicas, às quais dão aquela nota "sagrada" que deve reinar nos Templos. Dizemos bem um "coadjuvante", pois é evidente que não modificam os ritos fundamentais da Ordem Maçônica." (pp. 122-123)

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O CANDELABRO DE SETE LUZES

O candelabro de sete luzes, velas ou braços, uma das qual? devia estar continuamente acesa para o serviço do Tabernáculo, foi confeccionado de acordo com as instruções emanadas do Altíssimo, segundo o Êxodo, XXV, 31-40.

Este candelabro tinha sete ramos, três de cada lado e um no centro, e estava colocado ao lado oposto ao da mesa dos Pães de Proposição, que pretendia iluminar obliquamente, e para tanto as lâmpadas estavam dispostas de maneira a ter vista para o Oriente e o Sul.

No simbolismo judaico, segundo alguns comentadores, os sete ramos indicavam os sete planetas clássicos dos antigos; outros, porém, pensam tratar-se dos sete dias da semana. Os cristãos primitivos fizeram do Candelabro de sete ramos um emblema alusivo ao Cristo, "A Luz do Mundo" e, neste sentido, tornara-se um dos símbolos favoritos da arte cristã primitiva.

Existe grande analogia entre o Candelabro e a Arca da Aliança, sendo ele mais uma testemunha da aliança mística existente entre a criatura e o Criador e do homem com o Princípio de Vida. E explica Magister:

"Por esta razão, a Arca há de ser iluminada pelo candelabro de sete

luzes, que são ao mesmo tempo os sete Elohim ou Criadores (manifestados

nos sete raios, as sete Forças Planetárias e nos sete Anjos que se sentam diante do Trono de Deus), as sete virtudes, as sete Artes e os sete dons do Espírito Santo: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Juízo, Fortaleza, Ciência e Temor a Deus (Compreensão da Lei).

''Estas sete luzes filosóficas devem iluminar e completar, no Mestre Secreto, a Fé, a Esperança e o Amor, cujo conhecimento prático foi objeto dos três graus simbólicos. A Devoção e o Respeito à Lei, vêm primeiro e conduzem naturalmente à verdadeira ciência — discernimento e conhecimento da Realidade. Es e conhecimento é a verdadeira força do Iniciado: a Força Invencível que se torna manifesta como fortaleza de caráter.

Por sua vez, a Retidão do Juízo, que nasce da firmeza do dis-cernimento, é a base de todo são conselho, sem o qual não pode haver verdadeira inteligência. E a Sabedoria, que vem por último, é a primeira em categoria, pois integra em si todos os demais dons. A ela refere-se João Batista, personificação da Inteligência, quando diz: "Este é aquele de quem eu dizia: Aquele que vem atrás de mim, é antes de mim".

"As sete luzes ou fogos, devem ser acesos e brilhar no Santuário de nossa íntima consciência, ante a Arca ou receptáculo arcano, símbolo daquela Aliança que nos converte em verdadeiros Maçons — Obreiros Iluminados e Conscientes do Grande Arquétipo, que se dedicam com Fé, Ardor, Liberdade e Firmeza à realização de seus planos, com um conhecimento cada vez mais perfeito e uma observação de suas Leis cada vez melhor.” (pp. 150-151)

(21)

Referindo-se ao Apocalipse, A. Leterre (JSD), fala do Candelabro de 7 braços dizendo:

"O sistema planetário, ali, está designado, sem nenhuma espécie de equívoco, por um castiçal de 7 braços ou por 7 castiçais e por 7 estrelas que empunha o gênio luminoso, semelhante ao deus princípio, Ormuzd, adorado pelos persas.

"Este emblema simbolizava os 7 grandes corpos celestes (Sol, Lua, Júpiter, Saturno, Marte, Vênus e Mercúrio) nos quais se distribui a luz incriada e no centro dos quais brilha o Sol, seu principal foco. É o anjo do Sol que, sob a forma de gênio resplandecentes de luz aparece a João e lhe descobre os mistérios que ele deve revelar aos iniciados.

"São os próprios escritores judeus e cristãos que nos fornecem a explicação que damos dos 7 castiçais que exprimem aqui a mesma idéia cosmogônica, indicada pelo símbolo do castiçal de 7 braços, colocado no templo de Jerusalém.

"Clemente, bispo de Alexandria, pretende que o castiçal de 7 braços, colocado no meio do Altar dos perfumes, representava os 7 planetas. De cada lado partiam três braços suportando cada um, uma lâmpada. No meio estava a lâmpada do Sol, centralizando os 6 braços, porque este astro colocado no meio do sistema planetário, comunica sua luz aos planetas que estão abaixe e acima, segundo as leis de sua ação divina e harmônica.

"Josefo e Filon, dois escritores judaicos, dão a mesma explicação. O autor do Apocalipse nada mais fez, portanto, do que empregar um emblema aceito para exprimir os sistemas harmônicos do Universo, no santuário do qual a iniciação introduzia o homem.”

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SÍMBOLOS DO GRAU DE "MESTRE SECRETO"

O SINAL DO SILÊNCIO

O Sinal do Mestre Secreto se faz colocando-se os dedos médio e indicador sobre os lábios, significando silêncio e segredo.

Na Introdução que ARYAN fez para o livro "La masoneria Oculta y la

Iniciación Hermética” de J. M. Ragon, ao referir-se a este símbolo este

prefaciador comentava:

"O símbolo em Maçonaria, assim como em ocultismo, é sempre acompanhado de silêncio. Calar é uma das virtudes que deve possuir o iniciado. Dizia Carlyle que o silêncio "é o elemento em que se plasmam as grandes coisas para saírem com o templo à luz meridiana da vida completamente amoldadas e majestosas".

"Falar, não é, como dizia um célebre francês, a arte de ocultar o pensamento, mas de pará-lo e de sufocá-lo... A palavra é coisa temporal; o silêncio, coisa eterna". O silêncio tem sido exaltado em todas as escolas iniciáticas como eterno dever do homem. Os discípulos de Pitágoras eram submetidos a uma grande prova de silêncio. Os iniciados de Elêusis saíam do antro onde se encontrava o leito de Perséfone com um dedo sobre os lábios para significar que o que tinham experimentado era inefável. Os exercícios de concentração das escolas iogues são também provas de silêncio nos quais a alma se isola do mundo dos sentidos, acalma suas paixões e contempla-se a si mesma.”

CETRO

Nos Altos Graus, o Cetro é o símbolo do poder, um dos atributos de Salomão que neles desempenha papel tão preponderante.

No grau de Mestre Secreto, como nos seguintes da série dos graus de Perfeição, o Cetro substitui o Malhete para dar sobre a espada os golpes simbólicos da consagração. Representa ó Poder ^e Unidade que se manifesta na Inteligência (mão esquerda) como sabedoria, e na Vontade (mão direita) como capacidade e efetividade de domínio. Ambos estes aspectos do símbolo têm relação com os dois aspectos da letra lod, conhecida pelo Mestre Secreto e que se manifestam como princípios e potencialidades ativas no homem (MMS — pp. 86-87)

CHAVE

Em nosso GDEMS, escrevemos longo artigo sobre a chave (VEP) em que dizíamos que nos Altos Graus maçônicos a chave é o símbolo do Segredo. Segundo Adoum, a chave é a razão princípio da Sabedoria Infinita. É o pensamento concentrado com o qual se abre a Arca. (p. 21)

Da mesma forma diz-se que as chaves místicas são as palavras sagradas ou de passe que, simbolicamente, servem paia abrir o Templo.

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COROA

Ornato muito usado na Antigüidade para cingir a cabeça, sendo as primeiras consagradas às divindades segundo as plantas que fazem parte de seus atributos (ver GDEMS). Os sacerdotes e sacrificadores portavam, durante os sacrifícios, coroas de oliveira a de louro e assim segundo os seus cargos, os magistrados, os embaixadores, os atletas, os militares, etc.

Tornou-se depois um atributo do poder. Assim, desde Júlio César, os imperadores usaram a coroa triunfal que é dê louro, e assim foi também usada na Maçonaria como emblema de majestade, poder, martírio, glória e triunfo.

JÓIA DO PRESIDENTE DA LOJA DE PERFEIÇÃO

É um Delta dourado tendo, no anverso, inscritas em forma de triângulo, as letras I (Jota) em cima, Alpha (A) à esquerda e Omega (O), à direita em baixo. Jota (I) significa a existência, Alpha (A), o começo, e ômega (O), por ser a última letra do alfabeto grego, o fim.

Também dispostos em triângulo, no reverso, são vistos símbolos alquímicos. Em cima o do ouro (um círculo); à direita o da prata (um círculo encimado por uma meia-lua, e por baixo uma pequena linha vertical) e, à esquerda, o do cobre (um círculo com uma pequena cruz grega em baixo).

As letras do anverso Jota, Alpha e ômega formam um antigo hierograma IAO, usado pelos gregos, semelhante ao lod, Hê, Vau hebraico e o AUM hindu; símbolos fonéticos da divina Triada da qual o Triângulo é o símbolo gráfico.

Quanto aos símbolos alquímicos do reverso, sabe-se que, em esoterismo, cada metal tem um nome astrológico e corresponde a um planeta. Assim, o ouro está ligado ao Sol, a prata à Lua e o cobro a Vênus. Podemos então traçar o quadro do que eles representam esotericamente:

Sol — ouro — espírito — espiritualidade — idealidade, perfeição.

Lua — prata — vida ou alma; segundo os hermetistas, objetividade,

intelectualidade, sentimento puro.

Vênus — cobre, corpo, sensibilidade, instintividade, sexualidade.

Descrevendo a jóia do Presidente de uma Loja de Perfeição, diz a "Liturgy of A. A. S. R.":

"O triângulo, que é a jóia do Presidente, como o que está dentro de um círculo suspenso no Oriente representa o Grande Arquiteto do Universo. Os três lados dele são Sabedoria, Força e Beleza, ou, mais propriamente, Sabedoria, Poder e Harmonia; três atributos divinos muito falados pelos Maçons; Sabedoria que concebe, Poder, que cria e Harmonia, que regula e preserva o universo.

"O universo é simbolizado por nós, como o era pelos antigos, por um círculo. A estrela flamejante de cinco pontas representa a grande luz central, que muitas nações adoraram no sol; e a letra IOD circundada por seus esplendores, é a inicial hebraica do nome da grande fonte de luz, o verdadeiro DEUS, que os Maçons reverenciam", (pp. 18-19)

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Segundo escreve Papus no século XIX:

“Os hindus e sobretudo a nação chinesa, estacionaria por excelência, pois ainda hoje emprega a datilografia primitiva, conservaram este primeiro nome do Criador que o homem não devia pronunciar nunca, IAO, nome bíblico e trinitário. lod, Hê, Vau. Hê, que, com as aspirações arcaicas, produziu entre o povo de Deus Jehaho, Jehová ao passo que entre os infiéis tornou-se Jovis, donde Jovis Pater.

"O primitivo IOA produziu por analogia a tríplice divindade egípcia Ísis, Osíris, Anúbis. Os nomes e a forma são a obra dos homens; o espírito, o protótipo, é a onipotência eterna.”

O LAUREL E A OLIVEIRA

Segundo Adoum, estas folhagens simbolizam a vitória sobre si mesmo e a paz na vida espiritual e física. Significam vitória è paz, o que se consegue pelo triunfo do Espírito sobre a Matéria.

Diz porém o "Manual del Maestro Secreto" que o Laurel e a Oliveira que coroam o Mestre Secreto "são o emblema da Vitória alcançada sobre si mesmo, sobrepondo os seus ideais aos seus vícios, erros e paixões, e a paz da alma que deriva desta conquista — a Paz que sucede às tempestades interiores, à luta obscura com os instintos e tendências negativas — inteiramente desconhecida por aquele que não tenha triunfado alguma vez, vitoriosamente, na luta sobre as suas tendências inferiores. Somente quando sabemos levar intactos os nossos Ideais no Ocidente da vida material, podemos efetivamente merecer esta coroa mística", (p. 82)

A oliveira da Paz identifica-se, simbolicamente, com o Rei Salomão; o

rei universalmente reconhecido e renomado por sua sabedoria e cujo nome significa igualmente paz.

O laurel é o símbolo dá vitória que acompanha o homem, segundo a elevação de suas aspirações.

Assim, enquanto o laurel é a recompensa do mérito, a oliveira o é da fidelidade. E essa última tem como significados simbólicos: a Paz, a Caridade, a Abundância e a Fecundidade.

PAINEL DO GRAU 4º

Segundo Vassal (CCM), o painel deste grau compõe-se do santuário do Templo, fechado por uma balaustrada e pela palavra de passe do grau que significa balaustrada. No interior do santuário e próximo a esta balaustrada, acha-se figurado um túmulo que parece representar aquele destinado a conter os despojos mortais de Hiram.

A guarda desta parte do Templo era confiada aos levitas e a chave da balaustrada lhes era igualmente confiada, o que certamente deu a idéia aos autores do R. E. A. A. de com estes elementos formar os Mestres Secretos, cuja marca distintiva é uma chave semelhante a dos camareiros, que teve ser figurada sobre o avental.

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TEMPLO DE SALOMÃO

Mackey (SOFM) escreve nesta sua obra:

"Os construtores da antiga Jerusalém construíram um templo terrestre e material que devia ser consagrado ao serviço e ao culto de Deus — uma casa na qual Jeová devia morar visivelmente por meio de sua Xekiná (sua glória) e de onde, por Urim e Tumim, devia fazer ouvir os seus oráculos e governar e dirigir o seu povo escolhido.

"Mas a arte operativa (a construção de edifícios materiais) tendo; terminado para nós, como Maçons especulativos, simbolizamos os trabalhos dos nossos predecessores empregando-nos na construção do templo espiritual em nossos corações, templo puro e sem máculas, digno de ser a morada d'Aquele que é o autor de toda pureza — onde Deus será adorado em espírito e verdade, e de onde todo mau pensamento e toda paixão desregrada estarão banidas, como o pecador e o gentio estarão banidos do santuário tio templo judaico,

"Esta espiritualização do templo de Salomão é a primeira de todas as instruções da Maçonaria, a mais importante e a mais profunda de todas."

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OS GRAUS POR COMUNICAÇÃO

Como já dissemos em outra parte deste livro, existem no Rito Escocês Antigo e Aceito graus que não são mais praticados, ou seja não se exige mais uma iniciação aos candidatos para conferi-los.

Comportam apenas uma instrução dada pelo Presidente da Oficina, sem qualquer espécie de cerimonial iniciático. Diz-se então que tais graus foram conferidos por comunicação.

Nas Lojas de Perfeição, no Brasil, tais graus são os seguintes: 5, 6, 7, 8, 10. 11, 12 e 13.

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5º GRAU

DENOMINAÇÕES

do Grau Mestre Perfeito

da Oficina Loja de Mestre Perfeito

do Presidente Três vezes Poderoso ou Douto Mestre dos Irmãos Veneráveis Mestres Perfeitos

OS OFICIAIS

Presidente Adonhiram

1º Vigilante Stolkin

M. de Cerim. Zerbal

Categoria e Interpretação do grau — Este grau pertence à 4º

categoria, a dos bíblicos ou israelitas. A sua interpretação, segundo certos escritores, é "eternidade, não temporalidade", sendo consagrado "a todas as verdades e a todos os conhecimentos úteis enumerados sobre à pedra cúbica", segundo outros. Sendo um grau de meditação inferior, a sua finalidade e princípio moral é “honrar a memória dos Irmãos, à qual se deve render respeitoso culto".

Ornamentação da Loja — A Loja é armada de verde, e ornamentada

com quatro colunas brancas, levantadas em cada canto, à distância igual. Dezesseis luzes a iluminam, quatro em cada ponto cardeal, cada grupo de quatro formando um esquadro, símbolo da Perfeição. O altar é recoberto por um pano preto, semeado de lágrimas. Sobre ele um rolo de pergaminho, o livro das Constituições, o esquadro, o compasso, o malhete e a régua.

INSÍGNIAS

Fita de cor verde esmeralda, como simbolizando a Luz, e, por extensão,

a Iniciação. É posta a tiracolo da direita para a esquerda.

Jóia compasso aberto a 609 sobre um arco de círculo graduado.

Avental com abeta verde, tendo, no centro da parte branca, uma pedra

cúbica e sobre ela um J.: cercado de sete círculos a igual distância um do outro.

COBRIDOR DO 5º GRAU

Palavra Sagrada Jehovah

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Sinais

De admiração: Levantar as mãos e os olhos para o céu, deixar cair os

braços, cruzando-se sobre a fronte, e voltar a vista sobre a terra.

De reconhecimento: Ajuntar pouco a pouco os pés e as pontas uma à

outra, tocando-se os joelhos; levar, reciprocamente, a mão direita sobre o coração e depois sobre o lado direito, formando uma esquadria.

Toque — Levar mutuamente a mão esquerda sobre o ombro direito;

pegar na mão direita um do outro, tendo o polegar afastado.

Marcha — Formar um quadrado por quatro passos unidos: 1º, com o pé

direito para a direita e unindo o esquerdo; o 2º, com o pé esquerdo para a frente e unindo o direito; o 39, com o pè esquerdo para a esquerda, e unindo o direito; e o 49, com o pé direito para trás, e unindo-lhe o esquerdo, o que perfaz o quadrado.

Bateria — Quatro pancadas iguais e espaçadas (!!!!).

Idade — Na abertura dos trabalhos um ano, e no encerramento sete,

todos juntos oitos anos.

Tempo de trabalho — Ao abrir, uma hora: ao encerrar, sete horas.

DICIONÁRIO DAS PALAVRAS

Jehovah — É o tetragramaton inefável e impronunciável IHVH, o grande

nome de Deus. Era um dos mistérios do interior do Templo e a sua verdadeira pronúncia não é conhecida. Somente o Sumo Sacerdote tinha a permissão de pronunciá-lo e apenas uma vez por ano, no dia da Expiação, 109 da lua de Thisrri, enquanto os levitas faziam grande ruído para que não fosse ouvido pela multidão. Para evitar de pronunciar o Tetragramaton inefável, os judeus o substituíram pela palavra Adonai.

A palavra Jehovah foi inventada pelos massoretas, doutores judeus autores de trabalhos filológicos conhecidos pelo nome de massora. Combinando as letras consoantes de IHVH com as vogais de Adonai, constituíram a palavra Jehovah, verdadeiro barbarismo que os judeus jamais admitiram e que, entre os cristãos, data apenas do século XVI.

Acácia — Trata-se de um arbusto com espinhos que tira o seu nome de akí, palavra grega que significa ponta. Por serem sempre verdes as suas folhas

e a sua madeira incorruptível, a acácia tornou-se uma árvore sagrada, simbolizando a imortalidade. O vocábulo grego akakia significa também "sem maldade, inocência, franqueza, sinceridade, honestidade", qualidades estas que deveriam ser o apanágio dos Maçons, e particularmente dos deste grau em diante, razão por quê foi dada a este grau como palavra de passe.

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LENDA DO 5º GRAU

A lenda de Hiram continua no grau de Mestre Perfeito e tem como principal finalidade a inumação do corpo de Hiram Abif, como também a translação de seu túmulo.

Salomão excita os Mestres a procurarem os assassinos de Hiram e a vingarem a sua morte. Segundo B. Clavel (Hist. Pittoresque de Ia F. M.), o privilégio que esta distinção conferia aos irmãos que a obtiveram consistia em serem os únicos a saber que o coração da vítima repousava em uma urna colocada sobre o mausoléu levantado a Oeste do templo. Conheciam assim a solução da quadratura do círculo que, depois, infelizmente foi perdida".

Tendo sido encontrado o corpo do Mestre Arquiteto, Salomão ordenara a Adonhiram, que o substituíra à frente dos trabalhos, que preparasse magníficos funerais aos quais deveriam comparecer todos os obreiros devidamente revestidos com aventais e luvas brancas.

O coração de Hiram embalsamado, foi exposto à veneração pública, em uma urna colocada no terceiro degrau do Sanctus Sanctorum. E o mausoléu que Salomão mandara construir para receber os restos mortais de Hiram Abif, era de mármore branco e preto, tendo sido terminado em apenas 9 dias.

Diz ainda a lenda que, três dias depois da cerimônia fúnebre, Salomão visitou o Templo acompanhado de sua corte, e depois de haver examinado tudo, em um transporte de alegria ao mesmo tempo que fazia o sinal de admiração, exclamara "Está perfeito!".

Alguns atribuem o título do grau a essa exclamação de Salomão, outros porém atribuem a denominação de Mestre Perfeito, como sendo um justo prêmio aos conhecimentos de tão experimentados Mestres, que ficaram integrados aos vários e transcendentes estudos que se faziam na sala das reuniões ou Capítulo.

A construção do mausoléu no limitado espaço de 9 dias, pretende lembrar ao Mestre Perfeito que a constância e uma profícua atividade produzem resultados admiráveis.

CONTEÚDO FILOSÓFICO DO 5? GRAU

Segundo Paul Naudon (HRHGM), que se baseia no Ritual:

"O Maçom que alcançou este grau estuda a filosofia da natureza e recebe a solução do problema da quadratura do círculo filosófico apresentado no grau precedente.

"Ao encontrar novamente a palavra, que é Jehovah, ele alcança o objetivo. Aprendendo que o cumprimento do Dever, ao qual é convidado na qualidade de Mestre Secreto, é a realização "do elevado princípio que está em nós e não fora de nós", ele descobre que a Chave do Conhecimento, enquanto objeto e verdade absoluta: não está no conhecimento considerado de modo mediato de apreensão desta, mas na participação direta e imediata ao Princi-pio, o qual está imanente no iniciado.

"O conhecimento descobre esta Verdade, esta revelação em sua consciência filosófica pela vitória sobre si mesmo. Compreende também, nos termos do ritual, que "o homem, ser finito, não poderia roubar à Natureza os seus mais ocultos segredos, nem criar as Ciências e as Artes se a sua

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inteligência não fosse uma emanação direta da Causa Primeira", e extrai disto ''esta consideração imediata de que somos todos livres, de que somos todos irmãos, de que somos todos iguais". Os conceitos de liberdade, de fraternidade e de igualdade assumem assim um valor antológico".

Por sua vez, Paulo Rosen (SyC, em seu livro escrito para combater á Maçonaria, faz os seguintes comentários:

"Os conhecimentos da inteligência humana apresentam-se sob dois aspectos correlativos; os conhecimentos gerais, os que todos devem possuir e que estão circunscritos no círculo da vida material e os conhecimentos especiais ma s elevados, que absolutamente não exigem as condições materiais da existência. Estes conhecimentos especiais constituem o mundo intelectual reservado a um pequeno número, no qual é admitido o Mestre Secreto que se converte em Mestre Perfeito.

Segundo a lenda judaica, os Mestres Perfeitos constroem um mausoléu em lugar afastado, onde foram transportadas as cinzas de Hiram. É o emblema da reserva que devem manter os Maçons relativamente às verdades que possuem, não as revelando à multidão senão na medida que era as possa

compreender e unicamente quando tais verdades forem úteis à meta perseguida pela Maçonaria.

"O 5º grau completa, magistralmente, os ensinamentos dos quatro graus precedentes. Ao conhecido princípio "Geração e não Criação", acrescenta-se o seguinte: Eternidade e não temporalidade tia existência da humanidade". As palavras sagradas e da passo exprimem esta verdade e por sua vez o sinal relembra que existe a consciência."

Ragon (CFIAM) diz também que o Mestre Perfeito conhece o círculo e a quadratura e que este grau relaciona-se com o quaternário, ou seja com a

mónada unida ao ternário. De certo modo, o 5º grau constitui o complemento

do grau de Mestre, pois enquanto aquele oferece o cenário da morte, este apresenta o da vida, completando assim o sistema, pos nenhuma dessas modalidades pode existir sem a outra.

As características distintivas do grau são as seguintes:

1º A cor verde, emblema da vegetação e da vida, simbolizada no grau de Mestre por meio do ramo de acácia, relembrada neste grau pela Palavra de Passe.

2º A aplicação do quaternário ou de seus múltiplos, número que designa o dos elementos geradores.

3º O emprego do famoso Tetragramaton Jehovah, o qual segundo se supõe, era a Palavra Primitiva do Mestre...

De acordo com Ragon, este grau foi tirado do terceiro Livro dos Reis, Cap. V a VIL Mas desde então, o terceiro Livro dos Reis passou a ser o primeiro, visto que os dois primeiros passaram a ser chamados 1º e 2º Livros de Samuel.

O circulo e o quadrado são os emblemas do grau: o primeiro representa o G.: A.: D.: U.: que não tem princípio nem fim; o segundo simboliza a figura que indica que o Mestre Perfeito conhece a Natureza e a si mesmo.

***

Segundo o Dr. Acosta (MMG), os trabalhos do 5º grau tendem a demonstrar que o homem é infinito ao passo que tudo que possui é finito.

Referências

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