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SENTENÇA Execução de Multa. Nome da Parte Terceira Selecionada << Nenhuma informação disponível >> CONCLUSÃO

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SENTENÇA

Processo nº: 0069492-93.2011.8.26.0002 - Execução de Multa

Requerente: Samuel da Silva Medeiros

Parte 3ª Nome da Parte Terceira Selecionada << Nenhuma informação disponível >>

CONCLUSÃO

Em de março de 2013, faço os presentes autos conclusos à MMa. Juíza de Direito Auxiliar, drª. SIRLEY CLAUS PRADO

TONELLO. Eu, , escrevente, subscrevo.

VISTOS.

Samuel da Silva Medeiros, qualificado nos autos, ajuizou AÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA COM PEDIDO DE CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS em face do MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, com fundamento nos artigos 461, §1.º, 475-A , caput e § 2.º e 475-E, do Código de Processo Civil, além de outros dispositivos legais do Código de Defesa do Consumidor, Lei da Ação Civil Pública e Estatuto da Criança e do Adolescente. Alega, em síntese, que figurou na lista de beneficiados pela ação civil pública n.º 002.08.6000075-8, interposta em face da ré, na qual foi proferida decisão antecipatória dos efeitos da tutela, esta confirmada por sentença mantida pelo E. Tribunal de Justiça. Argumenta que na ação em questão a ré foi compelida a matricular as crianças listadas em estabelecimentos de educação infantil. Assevera não ter a ré cumprido a obrigação no tocante ao autor, cujos pais acabaram por optar pela matrícula dele em estabelecimento privado, dispendendo a quantia de R$ 1610,00 no ano letivo de 2009. Acrescenta que completou a idade para cursar o ensino fundamental antes que fosse cumprida a ordem proferida. Aduzindo ter sofridos danos materiais e morais em razão da omissão da ré, postula a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos, arbitrando-se os danos morais

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em valor não inferior a R$ 15.000,00 e os danos materiais com parâmetro no pagamento da quantia de R$ 1610,00 Instruiu a inicial com os documentos de fls. 11/198.

Determinou-se a intimação do devedor para a liquidação da sentença (fls. 202).

A Municipalidade manifestou-se em fls. 224/227. Argumentou, em síntese, que o autor fora matriculada no ensino fundamental no ano de 20111, em razão de ter completado a idade adequada para tanto, não havendo responsabilidade da executada quanto à alegada exclusão do liquidante do ensino infantil. Aduziu que a sentença não a condenou ao pagamento de mensalidades em escola privada, sendo descabido o pleito de ressarcimento pelos danos materiais. Negou a prática de ato ilícito ou violação de direito da liquidante, sustentando a não configuração do dever de indenizar por danos morais. Acrescentou que a autora não sofreu prejuízo à sua formação intelectual, pois foi matriculada pelos genitores em estabelecimento particular. Concluiu afirmando não ser essencial à formação do indivíduo a frequência em creche ou pré-escola, pelo que requereu a improcedência do pedido inicial.

Manifestação do Ministério Público em fls. 229.

Réplica em fls. 232/236, com requerimento para julgamento antecipado do feito.

O Ministério Público apresentou parecer em fls. 249/258, opinando pelo parcial deferimento do pedido, reconhecendo-se o direito do autor à reparação pelos danos materiais experimentados, convertendo-se o julgamento em diligência para comprovação dos valores gastos no ano de 2010 e julgando improcedente o pleito por danos morais.

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O julgamento foi convertido em diligência em fls. 259, tendo o autor apresentado manifestação e documento em fls. 265/267, com impugnação da ré em fls. 275/276.

Seguiram-se manifestação ministerial (fls. 278) e nova petição do autor (fls. 283/286), instruída com os documentos de fls. 287/314.

Em atendimento à cota ministerial (fls. 315), o autor apresentou a petição e documento de fls. 324/327.

Decorreu in albis o prazo para manifestação da Municipalidade (fls. 328), pelo que o Ministério Público reiterou parecer anterior nos autos, opinando pela parcial procedência do pedido (fls. 330).

É O RELATÓRIO.

FUNDAMENTO E DECIDO.

A hipótese é de parcial acolhimento do pedido formulado, consoante apontado pelo zeloso representante do Ministério Público.

De início, necessário assinalar que a presente liquidação refere-se aos anos de 2009 e 2010, eis que o título executivo em questão consignou a obrigação de matrícula das crianças (dentre as quais a autora) no ensino infantil, tornando definitiva a antecipação de tutela concedida nos autos da ação civil pública 002.08.6000075-8.

O termo inicial do inadimplemento da obrigação é o dia seguinte ao esgotamento do prazo de 90 dias concedido na decisão antecipatória

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de tutela para que a Municipalidade ré efetivasse a matrícula das crianças em estabelecimento de educação infantil. Referida decisão foi proferida em 06 de novembro de 2008 (fls. 19/21), tendo sido dela intimada a ré em 17 de dezembro de 2008, concluindo-se assim que o descumprimento da determinação judicial teve início em 17 de março de 2009. Inviável, portanto, qualquer pleito nestes autos relativo ao ano de 2008, pois fora da incidência do título judicial ora liquidado.

Quanto ao termo final, inquestionável ser o dia em que a criança foi matriculada no ensino fundamental, caracterizando-se fato superveniente apto à extinção da obrigação assinalada na sentença, no tocante ao autor. Tem-se, portanto, que o inadimplemento da obrigação pela ré refere-se aos anos letivos de 2009 e 2010.

Estabelecido o lapso temporal de descumprimento da obrigação, resta perquirir a natureza dos danos a serem reparados, bem como o montante de eventual indenização.

Indubitável a ocorrência de prejuízo material ao autor, configurando-se dano material indenizável. Há nos autos prova documental de que a família do autor despendeu recursos para custear sua frequência a entidade de educação infantil, sendo evidente que tais despesas decorreram da não concessão de vaga à autora em entidade de educação infantil.

Nesse aspecto, irrelevante que a sentença não tenha condenado a ré na obrigação de custear a frequência em estabelecimento particular, visto que se trata de conversão de execução em perdas e danos, e não mais de cumprimento de sentença.

No mais, de todo descabida a impugnação da ré quanto aos documentos apresentados pelo autor para comprovação dos valores por ele

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despendidos com despesas escolares nos anos de 2009 e 2010, consubstanciados nas declarações da escola sobre os valores pagos. Ainda que não tenham autenticidade comprovada, tais documentos harmonizam-se com os demais elementos constantes dos autos, em especial com o contrato de ensino e as notas fiscais apresentadas em fls. 287/314. Ademais, própria ré admitiu, em fls.224/227, a efetiva matrícula da criança no ensino infantil, inclusive apontando o estabelecimento por ela frequentado, o qual coincide com o emitente das declarações de gastos e prestador de serviços das notas fiscais apresentadas. Note-se, ainda, que o valor despendido pelo autor é menor que o valor repassado pela ré às escolas de sua rede conveniada, sendo inverossímil que tenha o autor apresentado documento forjado com valores menores.

No tocante ao pleito por danos morais, tenho que não assiste razão ao autor. Consoante bem ponderou o zeloso representante ministerial, a criança não foi privada do ensino infantil, não tendo sofrido constrangimento, humilhação ou abalo em sua honra. Felizmente, a família do autor logrou propiciar-lhe condições para suprir a falha da ré, evitando a configuração do dano moral. Anoto que eventuais privações de outros bens, supostamente sofridas pela família para custear a frequência do autor no ensino infantil, inserem-se na esfera do dano material. E não se pode presumir a ocorrência de dano moral somente do inadimplemento de obrigação, visto que não foi produzida qualquer prova no sentido da efetiva ocorrência de danos morais.

Afastado o pleito por dano moral e assentada a ocorrência do dano material, resta apenas a fixação do montante a ser indenizado.

Nesse aspecto, evidente que o dano material indenizável deve corresponder exatamente ao prejuízo econômico suportado pelo autor, comprovando nos autos. E este equivale ao total do valor gasto com educação nos anos de 2009 e 2010. Ainda que a mora da ré tenha se verificado somente a

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partir de março do referido ano, inegável que as despesas de matrícula e mensalidades relativas àquele ano devem ser objeto de reembolso pela ré, pois inviável seria a frequência escolar em 2009 se não tivesse sido efetivada a matrícula e pagas as primeiras parcelas da anuidade.

Nessa linha de raciocínio, verifica-se de fls. 198 e 267 que a autora despendeu R$ 1.610,00 para custear sua educação infantil no ano de 2009 e R$ 2.040,00 no ano de 2010. Tais valores merecem integral acolhimento, pois amparados pela prova dos autos, consentâneos com os valores praticados no mercado e não impugnados satisfatoriamente pela ré. A soma daqueles valores, portanto, é o montante indenizatório a ser fixado,

Posto isso, ACOLHO PARCIALMENTE a pretensão inicial, CONVERTENDO A OBRIGAÇÃO DE FAZER EM PERDAS E DANOS, declarando que o valor devido pela ré ao autor, a título de perdas e danos decorrentes do descumprimento de obrigação estabelecida em sentença, é de R$ 3.650,00 (três mil e seiscentos e cinquenta reais), a serem corrigidos monetariamente desde o desembolso e acrescidos de juros de mora, à taxa legal.

Ciência ao MP.

P.R. I.

São Paulo, 25 de março de 2013

SI RLE Y CLAUS PRADO T ONE LLO Juíza d e Direito

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