Prof Cristiane Alves Villela Nogueira! Universidade Federal do Rio de Janeiro!
Hepa%te C Crônica e Doença Hematológica:
Há espaço para o uso inibidores de
protease?
Hepa%te C e Manifestações
extrahepá%cas
ü a introdução desses
medicamentos está recomendada para pacientes que apresentem os seguintes critérios... ü ... incluindo aqueles com manifestações extrahepá%cas. Min Saúde, 2013
Crioglobulinemia mista (CM)
ü Presença de imunoglobulinas (IgG) presentes no soro (policlonal oumonoclonal) que precipitam em temperaturas < 37°C.
ü Formação de imunocomplexos entre anJgeno HCV , IgG an% HCV e fator
reumatóide IgM policlonal – depósito na parede dos vasos – resposta inflamatória (vasculite)– síndrome clínica
ü Artralgia, púrpura palpável, neuropa%a e glomerulonefrite (membranosa)
ü Crio iden%ficada em cerca de 50% dos pacientes com hepa%te C crônica
ü CM sintomá%ca aumenta em 35 x o risco de desenvolver linfoma não
Hodgkin
Agnello et al, NEJM 1992; Agnello et al,Clin Experim Rheumatol 1995; Monti et al, Arch Int Med 2005
Crioglobulinemia mista
Diagnós%co:
ü Presença de crioglobulinemia
ü Fator reumatóide posi%vo
ü Complemento baixo ( C1 e C4)
ü Sinais de glomerulopa%a presentes ou não (hematúria,
clindrúria hemá%ca, proteinúria)
ü VHS elevado
ü Disfunção renal
Crioglobulinemia mista
Tratamento:
ü A maioria dos pacientes respondem ao tratamento com
erradicação viral (RVS)
ü A ausência de RVS associa-‐se com recidiva do quadro
ü Pacientes com quadro grave com doença renal progressiva ou
doença neurológica (plasmaferese, rituximab, cor%cóide em altas doses)
Linfomas não Hodgking (LNH)
ü EsJmulo an%gênico con%nuo sobre células B
(associada a reservatório viral em células mononucleares periféricas)
ü Pode levar à proliferação maligna de células B
ü Pode ou não estar associado à síndrome
crioglobulinêmica
Oberhag et al; J Hepatol 2013: 59:169
Linfomas não Hodgking (LNH)
Mais comumente associados a HCV:
ü Linfoma B difuso de grandes céls
ü Linfoma de zona marginal (MALT)
ü Linfoma linfoplasmocí%co
ü Linfoma B Folicular
ü Leucemia linfocí%ca crônica de cesl B
ü Linfoma de pequenos linfócitos
Manejo dos LNH
ü Racional para terapia an%viral no contexto de HCV
(+) NHL independente do sub%po histológico.
ü Correlação clara entre a redução da carga viral e
resposta clínica (resolução do LNH em 75% dos casos).
ü Nos LNH de grau intermediário/alto grau, QT deve
ser considerada antes do lo an%viral – monitorar hepatotoxicidade
ü tratamento de manutenção após o término da QT
Manifestações hematológicas – IP?
Caso Clínico (1):
Paciente 54 anos, branca, diabé%ca, portadora
de hepa%te crônica C, virgem de lo. Dá
entrada no HUCFF com quadro de dor em
joelho E de forte intensidade há 2 dias
Exames laboratoriais:
ü Albumina= 3,3 g/l
ü Crea%nina= 2 mg/dl
ü Plaquetas = 90.000 cels
ü Carga viral = 1500.000 UI/ml
ü FR = (+) 1:320
ü C4 diminuído
ü EAS: hematúria
ü Impressão: Cirrose descompensada + Crioglobulinemia
ü Discussão: Contra indicado o uso de terapia tripla ou dupla
ü Tentado RBV isoladamente – rash
ü Paciente tratada com rituximab ( 1g 15/15 d)e cor%coterapia
( 60 mg)
ü Em acompanhamento no ambulatório
ü Ribavirina isolada
Con%nuação ( caso 1)
ü
Discussão: Contra indicado o uso de terapia
tripla ou dupla
ü
Tentado RBV isoladamente – rash
ü
Paciente tratada com rituximab ( 1g 15/15 d)e
cor%coterapia ( 60 mg)
ü
Em acompanhamento no ambulatório
Con%nuação ( caso 1)
ü
abril 2014)
com melhora
do
laboratório e
regressão
das lesões
cutâneas.
Con%nuação ( caso 1)
ü
Iniciado PEG monoterapia
ü
Na 4ª semana de lo com PEG : queda de
2 log CV
ü
Reintroduzido RBV 500 mg
ü
Plano: Iniciar telaprevir
Caso clínico (2):
Masc, 52 anos, nat Macaé, an%-‐HCV (+). BH
A1F1, gen 1.
Diagnós%co de linfoma B de zona marginal (lesão
dermatológica em dorso).
Carga viral:5.154.352 (6,71 log)
Iniciado lo em Macaé (RJ) com PEG alfa 2a+RBV
PET-‐scan (2 sem pós início de lo)revelando
novas áreas de captação em linfonodos
intercavais
Evolução:
CV pré (08/2013) CV sem 12
(11/2013) CV sem 28 (02/2014)
5.154.352 2.248.851 3.227.284
6,71 log 6,35 6,51
PET scan sem 24: Involução metabólica completa das lesões, sem novas lesões.
• O que fazer??
• Não respondedor nulo a IP.
• Involução das lesões com terapia dupla somente com queda da viremia sem critério de resposta virológica.
Man%do lo.
Vem para con%nuação de lo no RJ na semana 11.
Em resumo...
ü É jus%ficado o uso de IP (terapia tripla) nas manifestações
hematológicas da hepa%te crônica C
ü No entanto, é possível que alguns pacientes não tolerem o
tratamento – avaliar caso a caso
ü O retratamento de pacientes previamente nulos de
resposta com IP deve ser avaliado
ü Com a chegada das terapias “IFN-‐Free” é possível que
pacientes com manifestações extrahepá%cas tenham substancial chance de cura dessas manifestações.