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POR NASCER E SER LIVRE: Reflexos da Lei do Ventre Livre, enquanto Meio de Abolição Gradual, no Sertão de Sergipe, de 1871 a 1880.

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POR NASCER E SER LIVRE: Reflexos da Lei do Ventre Livre,

enquanto Meio de Abolição Gradual, no Sertão de Sergipe, de 1871 a

1880.

Maria Rayane Patriota de Carvalho1

RESUMO

O presente artigo analisa a Lei 2.040 de 28 de setembro de 1871, também conhecida como Lei do Ventre Livre, como representação de um marco na história do negro escravizado e da população brasileira em geral, e também na busca do entendimento da importância dessa para o desenvolvimento gradual da abolição da escravatura. Desse modo, se busca dissertar sobre a disposições e implicações dessa Lei para o a população do Império Brasileiro, principalmente a que habitou o serão de Sergipe, levando em consideração a liberdade do ventre da mulher escravizada e a maior autonomia adquirida pelos negros escravos em conseguir a tão sonhada e almejada liberdade. Isso tudo sem deixar de perceber a Lei como um fator determinante na construção histórica cultural nacional. Para tanto, foi necessário a busca por conhecimentos bibliográficos e pesquisa qualitativa. Logo, entende-se que deve haver uma compreensão acerca da importância dessa Lei na construção e formação de uma identidade brasileira e negra. No mais, em alta perspectiva, traz uma contribuição de grande valor para a historiografia nacional e sergipana, além de trazer à baila os conceitos e diferentes estudos acerca da ideia de liberdade, que circundava o século XIX.

Palavras-chave: Lei do Ventre Livre; Império do Brasil; Abolição gradual; Autonomia escrava; ABSTRACT

This article analyzes Law 2.040 of September 28, 1871, also known as the Free Womb Law, as a representation of a milestone in the history of the enslaved Negro and of the Brazilian population in general, and also in the search for an understanding of the importance of this for the development of the abolition of slavery. In this way, it is sought to discuss the provisions and implications of this Law for the population of the Brazilian Empire, especially that inhabited the Sergipe Sergipe, taking into account the freedom of the womb of the enslaved woman and the greater autonomy acquired by the black slaves in achieving the so dreamed and longed for freedom. All this without losing sight of the Law as a determining factor in the national historical cultural construction. For that, it was necessary to search for bibliographic knowledge and qualitative research. Therefore, it is understood that there must be an understanding about the importance of this Law in the construction and formation of a Brazilian and black identity. In the higher perspective, he makes a valuable contribution to the national and Sergipe historiography, as well as bringing to the fore the concepts and different studies about the idea of freedom, which surrounded the nineteenth century.

Keywords: Free Womb Law; Empire of Brazil; Gradual abolition; Slave autonomy;

INTRODUÇÃO

1 Formada em História pelo Cetro Universitário UniAGES de Paripiranga/Ba. E-mail:

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O presente trabalho, apresentado aqui, tem como objeto de pesquisa a Lei 2.040, de 28 de Setembro de 1871, também conhecida como Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco2, com vias para o Sertão de Sergipe, mais precisamente para a Villa de Nossa Senhora da Conceição de Ilha do Ouro, mais conhecida como Villa de Porto da Folha, que à época, representava grande parte do território hoje conhecido como o Sertão de Sergipe. A escolha desse tema se deve à necessidade de haver um estudo aprofundado sobre o período em questão, que seria a segunda metade do século XIX, principalmente no que concerne à Lei e a região estudada, que é um lugar com pouca representatividade histórica quase se pensa o século XIX.

A proposta aqui é interpretar, a partir do suporte teórico e arquivista, como essas relações entre senhores e escravos aconteciam de fato, levando em consideração todos “os direitos” recém adquiridos pelos escravos a partir da promulgação da lei em questão, não esquecendo de avaliar os dois lados da moeda, ou seja, o Senhor, que agora perdia mais um direito sobre sua propriedade, chegando ao ponto de perdê-la de fato, e o Escravo em si, que ganhava mais alguns direitos, levando-o a crer mais fielmente na sua liberdade breve, mas que só viria a acontecer, com efeito, no ano de 1888, com a Lei Áurea. Nesse viés, o período temporal escolhido vai de 1871 a 1885, que se justifica a partir do entendimento dos primeiros anos que tal lei entraria de fato em prática, além de representar também um marco no que diz respeito ao processo de abolição gradual, já que em 28 de Setembro de 1885 é promulgada a Lei 3.2703, que marca o início de uma nova fase para esse processo e também marca o fim do período de pesquisa apresentado aqui, já que depois desse momento se inicia outras discussões e diálogos, com um foco diferente.

PROJETO DE LIBERTAÇÃO DO VENTRE E ABOLIÇÃO GRADUAL DA ESCRAVATURA.

2 A Lei 2.040/1871 também era conhecida assim porque foi um projeto do Gabinete Conservador

liderado pelo Visconde do Rio Branco.

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Em primeiro lugar, é preciso compreender que para essa pesquisa se torna de extrema necessidade perceber que não é fácil ter um olha observador e compreensivo acerca da escravidão ou da Lei do Ventre Livre, justamente porque, de acordo com Édison Carneiro4, os documentos desse período não representam fontes fidedignas da realidade, principalmente ao se pensar o espaço do escravo, se adentrando no social e quotidiano desse. Tal discussão vai bem mais além da própria percepção do sujeito enquanto agente de sua própria história.

No ano de 1871, quando é aprovada a Lei 2.040, com a proposta de libertação do ventre da mulher escrava, é que a abolição ainda se passa por algo abstrato, sem coerência e sem futuro para um país como o Brasil, com sua economia baseada basicamente na escravidão, se tornando esse um dos motivos principais de alegações de deputados mais conservadores do Império para que essa não viesse a acontecer, como é perceptível no texto de YPIRANGA (1871)5:

Esmeravão-se e esmeram-se ainda alguns oradores estadistas, uns em provar que a escravidão é uma necessidade ao progresso e riqueza do paiz, outros sobrelevam a estes argumentos os de que a proposta do governo é um ataque a propriedade, outros finalmente mal disfarçam a violenta opposição á mesma proposta, dizendo – que a emancipação do ventre é uma immoralidade senão um crime !!!...] (p. 06).

Essa ideia traz à tona a tentativa de continuar com a escravidão como forma de fonte econômica, sendo a lei do ventre livre aprovada apenas como mera formalidade do discurso, e representando um dos fatores pelos quais esse processo seria conhecido como abolição gradual da escravatura, já que havia muita pressão, vinda da Inglaterra como de uma determinada parcela da sociedade, que exigia a abolição imediata, e para acalmar os ânimos, ficou assegurado que isso iria ocorrer de forma ordenada e gradual, como é possível observar ao longo da história. Tal discurso espelha-se na colocação dos senhores como detentores de poderes no Império do Brasil. Traduz-se isso tudo num legítimo embate político, travado impreterivelmente como forma de diferentes percepções acerca do Brasil e qual caminho esse deveria seguir para torna-se uma grande Nação, pensada

4 CARNEIRO, Édison. A Lei do Ventre Livre. Estudos Afro-Asiáticos, ano 28, nº 13, 2001, p.

13-25.

5 YPIRANGA. Breves Considerações Histórico-Políticas Sobre a Discussão do Elemento

Servil na Câmara dos Deputados por Ypiranga. Rio de Janeiro: Edictor, E. DUPONT, rua de Gonçalves Dias, nº 75, 1871. ACERVO DO SENADO FEDERAL DO BRASIL.

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com lentes voltadas para o maior ponto de referência da civilização à época, a Europa, e mais precisamente a Inglaterra, pelos motivos citados anteriormente.

Pensando essa questão política, Maestri6, em seu texto, dialoga sobre a defesa de D. Pedro II em relação a essa situação, alegando que seria necessária a abolição, para poder romper o isolamento internacional7, que existia em consequência da abolição das colônias europeias e dos países do restante da América. Esse apoio se iniciou mais gradativamente com a proposta de libertação do ventre da mulher escrava, para com isso trazer à baila a libertação de todos os escravos, de forma gradual, conseguindo de fato apoio de diversas partes da sociedade, o que refletia na região da Villa de Porto da Folha, à época também chamada de Nossa Senhora da Conceição da Ilha do Ouro8.

O Jornal do Senado, em sua edição do dia 14 de maio de 1888, faz uma retrospectiva do que aconteceu no período que ficou compreendido e discutido aqui, se adentrando no foco do estudo aqui exposto, acrescentando ainda o próprio discurso de D. Pedro II, que defendeu, como citado anteriormente, veemente a aprovação do Projeto Rio Branco. E o resultado foi que,

Por vários meses, deputados dos partidos Conservador e Liberal discutiram a proposta. Quatro meses depois, em 28 de setembro, transformou-se na Lei nº 2.040, assinada por Dona Isabel. Os defensores dessa lei afirmavam que ela, juntamente com a proibição do tráfico negreiro, assegurava a extinção gradual da escravidão. Já os donos de escravos acusavam o governo de querer provocar uma crise econômica. As controvérsias foram desproporcionais aos seus efeitos práticos. [...]

A verdade é que a lei, ao libertar os bebês, estabeleceu ao mesmo tempo que até os 21 anos eles permaneceriam em poder do senhor. Na prática, até essa data, continuavam escravos analisou Joaquim Nabuco9

6 MAESTRI, Mario. Uma história do Brasil: Império. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2002.

7 O isolamento internacional exposto aqui é justamente ao se tratar da pressão que a Inglaterra

estava fazendo para que o Brasil abolisse a escravidão, tentando isolar o país, pela via marítima, das outras regiões do mundo e dos outros Continentes, buscando evitar o tráfico e com a isso a escravidão. Também se relaciona essa questão com o mercantilismo, ou seja, a prática de comércio internacional, baseada no capitalismo.

8 Manoel Alves de Souza, em seu livro “Porto da Folha: Fragmentos da História e Esboços

Biográficos” diz que a sede da freguesia, mudou cinco vezes, e que no ano de 1870 foi a vez de Nossa Senhora da Conceição da Ilha do Ouro tornar-se sede da freguesia, essa região é conhecida hoje apenas como Ilha do Ouro, na beira do Rio São Francisco, no município de Porto da Folha.

9 JORNAL DO SENADO. Dom Pedro II defendeu a Lei do Ventre Livre. Rio de Janeiro,

segunda-feira, 14 de maio de 1888. Edição comemorativa dos 120 anos da Lei Áurea; ano XIV. nº 2.801/172. 13 de maio de 2009. p 02. Disponível em:

http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/arquivos_jornal/arquivosPdf/encarte_abolicao.pdf. Acesso em: 08 de agosto de 2017.

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O que ainda deixava claro a ideia de que, apesar de representar um grande marco para o processo de abolição, isso não significaria que essa seria algo muito bem organizado, levando em consideração que ao mesmo tempo que libertava o ventre da mulher escrava, deixava a cargo dos senhores de escravos a libertação ou não dessas crianças, além de representar um marco para o processo de formação do pecúlio e consequente alforria, como vem a ser discutido no capítulo 3 do presente estudo.

Essa tentativa de agradar a todos trouxe, de acordo com Walter Fraga10, principalmente para o escravo, uma visão de liberdade, que ia além de qualquer definição de liberdade, que os escravos, ao se depararem com a realidade da Lei 2.040/1871, esperavam pela liberdade, acreditando que ela viria sem delongas, e isso acaba chocando os senhores e ex-senhores, já que a liberdade representava para o negro escravo a igualdade entre negros e brancos, pelo menos teoricamente, e especialmente para esses escravos e/ou ex-escravos. Diferentemente dessa ideia que os escravos tinham sobre a liberdade, os senhores visualizavam que a abolição, enquanto meio de libertação do ser escravo, em nenhum momento representaria a igualdade entre negros e brancos, considerando a visão preconceituosa e racista que existia no período, e que perdurara por muitos anos.

A Libertação do Ingênuo11 e a Participação do Sertão nesse processo.

O problema da Lei 2.040/1871 entrava justamente na ideia e concepção de propriedade, pois, era obrigatório que pelo menos houvesse uma indenização para que a libertação do escravo pudesse acontecer, como está disposto na própria Constituição. Essa questão teve efeito sobre a sociedade senhoril imperial, tornando-se de grande importância para o processo de abolição escravista, como viria a se concretizar de fato após o ano de 1871. Essa discussão percorre vias irremediáveis para entender a representatividade que a própria lei trouxe para os escravos, e até para a sua formação familiar, já que essa implicava, de forma direta, nesse quesito da sustentabilidade escrava,

10 FRAGA, Walter. Encruzilhadas da Liberdade: Histórias de Escravos e Libertos na Bahia

(1870-1910). 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

11 Ingênuo era e é chamada a criança que nasce livre, sendo considerado também como um

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ou seja, a sua base, que seria a família e seu espaço de convivência, e para a sociedade imperial.

Quando se trata da região estudada, apesar de haver uma discussão anterior sobre a lei, são poucas as informações sobre a libertação do ventre da mulher escrava, isso era reflexo da própria taxa de natalidade escrava da região, que pode ser observada através do recenseamento feito no ano de 1872:

Analisando a tabela 1, em que é demonstrado a Villa de Porto da Folha como representação da região do Sertão, é que se observa dois pontos principais dos nascimentos do período, o primeiro diz respeito a pouca quantidade de crianças que nasciam escravas na região, e que pode ser explicado pela quantidade de escravos total, que será analisado depois, e pela quantidade de escravos que eram casados, que era bem inferior a quantidade de escravos solteiros, e o segundo ponto é o perceptível aumento após o ano de 1871, que também pode ser entendido, numa perspectiva voltada para a Lei do Ventre Livre, já que agora era mais seguro ter filhos, pois, esses poderiam se tornar livres, e eram protegidos pela lei, algo muito vantajoso, se considerado o papel da criança escrava na sociedade escravista.

Vale dialogar sobre a que se referia a condição livre, citada no texto da lei, e que tinha uma representação distinta em que apesar do filho da mulher escrava obter sua liberdade, não tinha o direito de ser livre de imediato. É que ser de condição livre não era algo tal vantajoso assim, entendendo que o senhor de escravos ainda tinha um certo direito sobre a vida da criança, mesmo que essa fosse considerada livre, ou melhor, esse só se tornaria livre se o senhor assim o quisesse, ou até o fizesse. E essa lei dava abertura para esse termo.

CRIANÇAS ESCRAVAS – VILLA DE PORTO DA FOLHA / ILHA DO OURO

SEXO Raça 1 anno 2 annos 3 annos

Homens Pardos 2 2 1

Pretos 5 3 2

Mulheres Pardos 3 2 1

Pretos 3 2 2

Tabela 1 - Crianças Escravas da Freguesia de Porto da Folha, e a quantidade por idade. Fonte: Recenseamento do Brazil – 1872. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo?id=225477&view=detalhes

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Isso só foi possível após a mudança do texto original proposto e consequente promulgação da Lei em discussão, pois tal lei abre precedentes para a continuação da escravidão desse mesmo ventre, que agora estava recebendo carta de alforria, pelo menos teoricamente. Ao mesmo tempo em que liberta a criança escrava, ela diz que esse pode continuar sendo escravo, e que essa opção era dada única e exclusivamente ao Senhor, não ficando a cargo do escravo, ou da mãe decidir o seu destino ou do seu filho.

Essa perspectiva que diz respeito à lei é deveriam se abrir brechas para agradar os senhores. Essas começavam pelo Art. 1º, que em seu §1º deixava em aberto que o Senhor de escravos poderia escolher ficar com a prestação de serviços da criança liberta até a idade de 21 annos completos, como acontece com José e Jorge12, duas crianças, a primeira com dois meses e a segunda sem identificação de idade, que foram libertas ao nascer, mas que seu dono, Antonio Luis da Silva Tavares, senhor de terras habitante da Villa de Porto da Folha, declara a prestação de seus serviços desses em seu inventário, feito em 25 de agosto de 1873.13

Para entender melhor essa questão, faz-se necessário perceber que o escravo nascido após esse acontecimento ficaria sob a tutela do senhor de sua mãe até a idade completa de oito anos, o que explicaria, como citado anteriormente, o aumento da natalidade escrava da Villa de Porto da Folha, estando contido no §1º do Art. 1º da Lei 2.040/1871, tendo esse mesmo senhor a obrigação de cria-lo e trata-lo até poder decidir o que fazer com a vida desse. Chegando a essa data, o senhor poderia escolher entre receber uma indenização do Estado ou continuar usando dos serviços desse até a idade adulta de 21 annos, o que se adentra justamente na questão que diz respeito ao termo “de condição livre”, e onde se entende que a maioria dos senhores de escravos iriam certamente preferir essa opção, como no caso do senhor Antonio Luis da Silva Tavares, fazendeiro que vivia em Ilha do Ouro, hoje em dia povoada de Porto da Folha, considerando que o valor indenizatório, dado pelo Estado, não era tão alto como os ganhos de serviços que os escravos, em idade apropriada, poderiam dar aos seus senhores.

12 José e Jorge eram filhos de dois outros escravos pertencentes a Antonio Luis da Silva Tavares,

Joaquim e Luísa.

13 Arquivo Geral do Judiciário de Sergipe. Fundo Permanente. Fundo: PFO. Série/Subsérie: Cível

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População Sertaneja e a Lei do Ventre Livre: Escravos, Libertos e Livres.

Em relação a população da região estudada aqui, já no século XIX, com o recenseamento exigido pela Lei 1.829 de 09 de Setembro de 1870, é possível, observar a quantidade populacional total nesse período:

A população total da região era formada por 8.486 pessoas, incluindo escravos, libertos e pessoas de posses, isso de acordo com o recenseamento de 1872, já citado aqui anteriormente. Desse total, apenas 852 eram escravos, entre pretos e pardos, as únicas duas definições usadas para designar o escravo nesse censo, e geralmente em alguns documentos oficiais, mas que ao analisar documentos como os inventários é perceptível que havia outras definições, tais como mestiços, mulatos, cabras e até africanos.

Em relação a análise dessa quantificação de escravos na Villa de Porto da Folha, através da observação e catalogação das informações contidas ainda nos inventários no século XIX14, na região estudada, é perceptível que não havia um registro tão adequado de todos os escravos que conviviam ali, ficando um pouco em aberto dados mais específicos. Sabe-se que, em relação aos escravos, alguns inventários não são tão específicos, tanto que até descrevem os escravos no plural, sem muito detalhamento de quantos são ou como são, exemplo disso é que em alguns casos não é mencionado sua

14 Arquivo Geral do Judiciário de Sergipe. Fundo: PFO. Série: Diversificada. Subsérie:

Documentos Diversificados. Acervo: 02, Módulo: IV, Nº Geral: 3.016. Período: 1829-1888. POPULAÇÃO TOTAL DA VILLA DE PORTO DA FOLHA / SERTÃO / ILHA

DO OURO

Brancos Pardos Pretos Caboclos

LIVRES Homens 1.508 1.068 1.229 19 Mulheres 1.096 1.201 1.524 9 ESCRAVOS Homens 121 291 Mulheres 131 289 TOTAL 2.604 2.521 3.333 28

Tabela 2 - Recenseamento do Brazil em 1872. Sergipe - Villa de Porto da Folha / Ilha do Ouro. (População Total da Região) Fonte: Recenseamento do Brazil – 1872. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo?id=225477&view=detalhes

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cor, idade, filiação familiar, estado civil, ou até algo muito importante para se identificar os escravos, que seria o número de matrícula.

Essa questão dialoga com o que Maria de Fátima Novaes Pires15 descreve em seu texto, quando ela retrata que os inventários, enquanto meio viável para alguma pesquisa histórica deve ser observado e pensado como um fator social e econômico, já que o aprofundamento e detalhamento contido nos inventários dependeria, única e exclusivamente, do poder aquisitivo do inventariante, ou seja, a pessoa responsável pelo requerimento de inventário dos bens do inventariado, que seria a pessoa já falecida.

Entretanto, também é necessário pensar no contexto social e econômico da época, para se pensar e entender como se davam essas relações. Para explicar isso, Maria Thetis Nunes16, afirma que na década de 70 do século XIX, a Província de Sergipe como um todo estava sofrendo com uma crise financeira, em consequência justamente da seca que estava assolando a região do Sergipe, a qual a Villa de Porto da Folha pertencia. Essa seca trouxe uma diminuição drástica tanto nas rendas públicas do Estado de Sergipe como no próprio desenvolvimento de culturas de subsistência, como no caso do açúcar e do algodão.

Para mudar essa realidade, relacionada as discrepâncias das duas fontes documentais, Josué Modesto dos Passos Subrinho17, em seu livro, faz uma remontagem do recenseamento de 1872, trazendo a listagem exata de todos os escravos de Sergipe, ao qual ele inclui Ilha do Ouro, ou Villa de Porto da Folha18, como vem sendo retratado aqui, e algumas observações, como, por exemplo, quem eram os donos, a idade dos escravos, a profissão19 e o estado civil, informações que já estavam disponível nos dados disponibilizados pelo IBGE, sobre o recenseamento, mas que ele detalhou, especificando cada escravo com suas características, como dado primário o próprio recenseamento, mas de cada escravo, com suas especificações.

15 PIRES, Maria de Fátima Novaes. O crime na Cor: Escravos e Forros no Alto do Sertão da

Bahia (1830-1888). São Paulo: Anna Blume / Fapesp, 2003.

16 NUNES, Maria Thetis. Sergipe Provincial, II (1840/1889). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro;

Aracaju, SE: Banco do Estado de Sergipe, 2006.

17 PASSOS SUBRINHO, Josué Modesto dos. Os Classificados da Escravidão. Aracaju:

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, 2008.

18 Essa diferenciação já foi explicada no presente estudo.

19 As definições de profissões dos escravos da Villa de Porto da Folha, variavam, de acordo com

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Através ainda dessa observação, é que se percebe as principais questões relacionadas ao comércio de escravos na região20, já que informações diferentes aparecem nos inventários, exemplo disso diz respeito ao caso do escravo Alexandre, que em 1872, com o recenseamento, tinha 26 anos com número de matrícula 125, e pertencia ao Senhor Miguel Gonçalves Lima e Silva, mas que nos inventários metade dele também pertencia ao Senhor Antonio Rodrigues de Souza, e essa segunda informação aparece no ano de 1877, o escravo já com 31 anos. O interessante disso é que ela também diz respeito ao estado civil desse escravo, pois, no recenseamento ele é apresentado como casado, mas no inventário consta que ele está solteiro, algo díspare se considerarmos que o inventário é do ano de 1877, ou seja, cinco anos após o recenseamento, e que tudo isso pode ser representativo de uma questão política e corruptiva na oficialização dos números da escravidão.

Um outro ponto que vale discutir é justamente o que diz respeito ao estado civil dos escravos, que pode ser observado através ainda do recenseamento, em que dos 852 escravos apenas 87 eram casados, com 43 homens e 44 mulheres, e os que sobravam eram 755 escravos solteiros e 10 viúvos. E ainda através da análise dos inventários é possível perceber que alguns escravos eram casados com pessoas livres, como no caso do escravo Gabriel, de cor preta, com 48 anos e de Luiza, com 50 anos, que eram casados com pessoas livres e que pertenciam a Senhora Maria da Conceição, inventariada em 06 de maio de 1882.

A maioria dos inventários da Villa de Porto da Folha, traziam informações essenciais para o bom andamento da Lei do Ventre Livre, em que se determinava, por exemplo, a avaliação do bem, de acordo, obviamente, com sua idade, cor, força de trabalho e profissão, em que essa questão dialogava diretamente com o que determinava o texto da Lei 2.040/1871. É possível, através dessa percepção, observar os documentos de possessória também, que eram documentos de reafirmação de posse, encontrados dentre os diversos documentos da região, mas sem nenhum vínculo direto com o objeto de estudo aqui apresentado e discutido.

20 Apesar de em 1850 o tráfico de escravos deixar de existir, através da legislação imperial, ainda

era permitido o comércio interno de escravos, algo até muito comum, principalmente se levarmos em consideração a região estudada aqui.

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Apesar de ser uma região com uma quantidade significativa populacional, considerando sua base econômica e de fonte de renda, algo que será demonstrado ainda nesse estudo, a Villa de Porto da Folha tinha poucos escravos, comparando com aqueles habitantes da região que eram livres, como a própria tabela 2 mostra, um objeto de observação e demonstração social, levando em consideração o restante do território de Sergipe, como no caso do Cotinguiba, região com o maior índice de estudos historiográficos quando o assunto é escravidão, e também com o maior número de escravos do território sergipano.

Segundo Emília Viotti da Costa21 no período da independência, no Império como um todo, os escravos representavam 43% da população, com 1,5 milhão de escravos, dentre uma população de 3,5 milhões. Já em 1872, os escravos representavam apenas 16% da população e a partir da Lei do Ventre Livre, esse número diminuiu ainda mais, chegando a menos de 10% da população total, e no ano de 1888, representava apenas 5% da população, algo que pode ser percebido na Villa de Porto da Folha, como é possível observar na tabela 2. Essa informação dialoga exatamente sobre o que acontecia na região de Porto da Folha, já que no recenseamento há muitos pretos e pardos livres, provavelmente em consequência do processo de desescravização22 que estava acontecendo no Império do Brasil, ou até como representação de uma característica única da região.

A Villa de Porto da Folha surge, de acordo com SOUZA23, em meio a sua emancipação política, no dia 19 de fevereiro de 183524, como criação do Presidente da Província de Sergipe Manoel Ribeiro da Silva Lisboa25. A justificativa para o surgimento

21 COSTA, Emília Viotti da. A abolição. São Paulo: Editora UNESP, 2008.

22 Dentro do universo da historiografia, o conceito de desescravização remete ao processo de

libertação do escravo, a partir da política pelo fim da abolição, e a ideia de esquecimento do período da escravidão.

23 SOUZA, Manoel Alves de. Porto da Folha: Fragmentos da História e Esboços Biográficos.

Aracaju: Edição do Autor, 2009.

24 Antes de 2005 a emancipação política da freguesia de Porto da Folha era comemorada no dia

11 de novembro, já que se considerava que a emancipação havia acontecido no dia 11 de novembro de 1835, quando na verdade, através de uma pesquisa estimulada pela Câmara de Vereadores do Município, se descobriu que aconteceu no dia 19 de fevereiro de 1835, se tornando a data oficial.

25 Manoel Ribeiro da Silva Lisboa foi nomeado Presidente da Província de Sergipe em 22 de

outubro de 1834, empossado em 13 de fevereiro de 1835, e deixou o cargo em 10 de outubro de 1835, saindo para presidir a Província do Rio Grande do Norte. (Informações disponíveis em:

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nesse ano é que foi nessa data que surge a Villa de São Pedro do Porto da Folha, apesar de ser facilmente encontrado, durante o período estudado, o nome de Ilha do Ouro quando se procura por Porto da Folha, povoação ainda em desenvolvimento, mas que tem sua história bem no início do processo civilizador, relacionado a Igreja Católica. Essa questão se justifica nas mudanças de sede que a povoação sofreu, e que uma ocorreu justamente no dia 23 de março de 1870, quando acontece a transferência da sede para a Freguesia e Villa de Nossa Senhora da Conceição da Ilha do Ouro26, com a Resolução nº 841 de 1870, por isso é facilmente encontrado, quando se busca por Porto da Folha, Ilha do Ouro27.

Entretanto, a Villa ainda estava vinculada a alguns outros territórios, como a Freguesia de Propriá (Santo Antônio à época), e Curral de Pedras28 por exemplo, o que era normal para a época e o território. Tanto é que SOUZA29 cita, em seu texto, que Propriá ficou praticamente sem território após a emancipação do território de Porto da Folha, que compreendia, segundo as fontes utilizada pelo autor, a 30 léguas de extensão, da serra da Tabanga à beira do rio do Sal, o que equivale hoje ao território conhecido como Porto da Folha, como já foi citado anteriormente.

Na Villa de Porto da Folha era possível, através da observação de alguns documentos, contidos inclusive no Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES)30, perceber que havia uma certa interdependência entre os escravos, seus senhores e até os juízes de paz/órfãos do período, já que esses últimos tinham “[...] funções paralelas e complementares às das câmaras, tinham atribuições policiais e judiciais, eram escolhidos na mesma eleição em que se escolhiam os vereadores. [...]” 31, mas muitas vezes era eleito um para uma região, como a de Porto da Folha, e esse acumulava todas as funções que hoje são de cargos diferentes, ou até de juízes diferentes, sendo a figura do Juiz de Órfãos

https://www.myheritage.com.br/FP/newsItem.php?s=22880521&newsID=4 / Acesso em: 27 de agosto de 2017).

26 Essa região hoje é conhecida apenas como Ilha do Ouro, na beira do Rio São Francisco,

povoação do Município de Porto da Folha.

27 FRANCO, Cândido Augusto Pereira. Compilação das Leis Provinciais de Sergipe (1835 a

1880). Vol. II, Aracaju-SE: Tipografia de F. das Chagas Lima, 1879.

28 Curral de Pedras é o antigo nome da atual Cidade de Gararu. 29 Idem, 2009.

30 Os documentos citados dizem respeito ao fundo de emancipação, algo que ainda será

discutido no capítulo II da pesquisa apresentada aqui.

31 SOUZA, Manoel Alves de. Porto da Folha: Fragmentos da História e Esboços Biográficos.

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muito importante para manter o aparato de organização e desenvolvimento da Lei do Ventre Livre.

Fazendo uma análise e reafirmando o que Schwartz32 fala sobre a população escrava de Sergipe, é possível afirmar que em Sergipe existiam mais crioulos e pardos do que africanos, o que determina uma ideia de que na Província de Sergipe, como um todo, a origem do escravo já era mais resultante do próprio processo de miscigenação que ocorreu durante todo o período existencial do que seria o Brasil, enquanto território conhecido e consequentemente civilizado, até os dias atuais, em que o pluralismo é ainda mais latente, e também como consequência da proibição do tráfico de escravos, algo já citado aqui.

Para entender o reflexo disso na Villa de Porto da Folha, e dando um exemplo disso, é o que diz respeito ainda a análise dos inventários da região, em que de todos os inventários analisados33 foram encontradas apenas duas descrições de escravos africanos34, pertencentes a um senhor já citado aqui, o Senhor Antonio Luis da Silva Tavares. A esse pertencia Felippe, com 47 anos de idade, que era casado com uma forra, e o outro de nome Germano, de 40 anos de idade, ainda solteiro, os dois descritos como africanos.35 Essas informações não são gerais, afinal, apenas esse inventário citou, de forma direta a origem africana dos escravos, colocando esse fator como representativo da cor, algo que já foi visto aqui.

Abrindo um parêntese para se pensar a cor, é que deve se observar de uma maneira presente a sociedade imperial, já que “[...] de cor é tudo o que não é branco; além de ser sinônimo de preto, engloba igualmente todas as categorias intermediárias.” 36, entrando perceptivelmente no conceito que as pessoas tinham durante o período objeto de estudo aqui, e também no território pensado aqui, que seria o de Sergipe e o da Villa

32 SCHWARTZ, Stuart B.. A População Escrava na Bahia. In: Segredos Internos: Engenhos e

Escravos na Sociedade Colonial 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 291.

33 Foram analisados os inventários dos anos de 1870 a 1885, da região de Porto da Folha, com

caixas de documentos separadas com dois anos casa.

34 Para essa conclusão é levado em consideração a análise dos inventários. Sabe-se, porém,

que muitos desses documentos não estavam sendo inteiramente fies à realidade de vivências dos escravos, por se tratar de documentos senhoriais.

35 Arquivo Geral do Judiciário de Sergipe. Fundo Permanente. Fundo: PFO. Série: Cível.

Subsérie: Inventários. Acervo: 02, Módulo: III, Nº Geral: 2.972. Período: 1873-1874.

36 DAMASCENO, Caetana Maria. Segredos da Boa Aparência (da “cor” a “boa aparência” no

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de Porto da Folha. Essa conceituação dialoga com o entendimento de que no período focado aqui já existia a diferenciação de cor, além do preto, várias outras formas de visualização da cor.

Apesar dessas informações encontradas nos inventários, muito incompletas e imprecisas, se considerarmos a importância que o escravo, enquanto ser vivo tinha, só no ano de 1872, com o recenseamento do Império do Brasil, foram encontrados 47 africanos escravos e 41 africanos livres, somando 88 africanos na Villa de Porto da Folha. Desses,

POPULAÇÃO AFRICANA – VILLA DE PORTO DA FOLHA / ILHA DO OURO

ESTADO CIVIL ESCRAVOS LIVRES

Solteiros 23 18 HOMENS Casados 4 5 Viúvos 1 Solteiras 16 18 MULHERES Casadas 8 2 Viúvas 1 2 TOTAL 47 41

Tabela 3 - Recenseamento do Brazil em 1872. Sergipe - Villa de Porto da Folha / Ilha do Ouro. (Africanos)

Tal ideia deixava transparecer que, na região, havia uma comunidade de africanos bem diversificada, apesar de uma parcela considerada ser livre, e de haver poucas descrições desse dentro de documentos que representem a realidade, como no caso dos inventários. Basta se voltar para o desenvolvimento populacional do período, em que se deve atentar para a percepção da povoação escrava da região, e levar em consideração a parcela dita africana, é de extrema importância, essencialmente ao se pensar todo o contexto, principalmente o político, ao qual a promulgação da lei do ventre livre e a Villa de Porto da Folha, estavam atrelados.

Um outro quesito que se torna digno representar aqui nessa discussão é o que diz respeito a proporção de brancos na região. Da população total da região, que eram 8.463 pessoas, presentes na região no ano de 1872, apenas 2.590 eram branco, sendo o restante da população determinado como já fora dito anteriormente aqui, como pretos, pardos e caboclos. Desses 2.590 brancos, 98 eram de origem estrangeiras, mais precisamente portugueses e Africanos, o que dizia muito tanto sobre a população, mas também sobre o modo como a sociedade da região vivia nesse contexto.

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1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível compreender que houve, no Sertão de Sergipe, uma utilização frequente das questões que a lei do ventre livre tratava e das implicações que essa dispunha em seu texto, tanto que foi possível observar esse processo de prestação de serviço, feita pelo senhor com a criança ingênua. Outra questão que também foi obtida como resultado na pesquisa apresentada e discutida aqui, é o que diz respeito as outras questões relacionadas a lei, como o pecúlio, a alforria e o fundo de emancipação, que quase nunca são demonstrados nos trabalhos que tratam da Lei do Ventre Livre. Esses pontos são percebidos inclusive nos documentos discutidos aqui, que dialogam com as implicações impostas no texto da lei.

Voltando-se para a pesquisa documental, houve grande dificuldade na captação de informações a partir dos documentos expostos aqui, já que, as informações fornecidas por esses não são tão confiáveis como se espera, considerando todos os fatores discutidos inclusive nos capítulos desse trabalho, além de também haver dificuldade na ação crítica de entendimento dessas fontes, que entraria no mérito de cruzamento de fontes, como foi feito.

Outro indicativo de dificuldade relacionada a captação de fontes foi o período temporal dedicado a pesquisa, pois, são muitas fontes, de diferentes vertentes, para se pesquisar, faltando tempo para a captação e compreensão de todas essas, ficando difícil expor tudo que deveria ser exposto nessa monografia. Outro ponto relacionado a isso foi a falta perceptível de uma fonte que deveria ter sido estudada com afinco, que seria a dedicada a área penal, disponível no Arquivo Geral do Judiciário do Estado de Sergipe, que teria grande valia para se entender as questões relacionadas a alforria e ao fundo de emancipação, com as ditas cartas de liberdade.

Portanto, tal trabalho é relevante na medida em que traz e discute todas essas questões que foram apresentadas anteriormente, com isso trazendo à baila também as diversas questões que a Lei 2.040/1871, que é objeto de estudo desse trabalho, deixava transparecer, tanto para o escravo, sendo criança ou adulto, e para o senhor de escravos, principalmente na região estudada.

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FONTES

Arquivo Geral do Judiciário do Estado de Sergipe. Fundo Permanente.

Fundo: PFO. Série/Subsérie: Cível / Inventários. Nº CX: 18. Período: 1873-1874. Acervo: 02 / Módulo: III / Nº Geral: 2.972.

Arquivo Geral do Judiciário do Estado de Sergipe. Fundo Permanente. Fundo:

PFO. Série / Subsérie: Diversificada / Documentos Diversificados. Nº de caixa: 01. Período: 1829-1888. Acervo: 02 / Módulo: IV, Nº Geral: 3.016.

BRASIL. Lei 2.040. Dispõe sobre a liberdade do ventre da mulher escrava. Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1871. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM2040.htm Acesso em: 16 de fevereiro de 2017.

JORNAL DO SENADO. Dom Pedro II defendeu a Lei do Ventre Livre. Rio

de Janeiro, segunda-feira, 14 de maio de 1888. Edição comemorativa dos 120 anos da Lei Áurea; ano XIV. nº 2.801/172. 13 de maio de 2009. p 02. Disponível em:

http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/arquivos_jornal/arquivosPdf/encarte_abolica o.pdf. Acesso em: 08 de agosto de 2017.

YPIRANGA. Breves Considerações Histórico-Políticas Sobre a Discussão do

Elemento Servil na Câmara dos Deputados por Ypiranga. Rio de Janeiro: Edictor, E.

DUPONT, rua de Gonçalves Dias, nº 75, 1871. ACERVO DO SENADO FEDERAL DO BRASIL. Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/4/browse Acesso em: 13 de agosto de 2017.

REFERÊNCIAS

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COSTA, Emília Viotti. A abolição. 8ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora UNESP, 2008.

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DAMASCENO, Caetana Maria. Segredos da Boa Aparência (da “cor” a “boa

aparência” no mundo do trabalho carioca, 1930/1950). Seropédica: Editora da

UFRRJ, 2010.

FRAGA, Walter. Encruzilhadas da Liberdade: Histórias de Escravos e Libertos na Bahia (1870-1910). 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

FRANCO, Cândido Augusto Pereira. Compilação das Leis Provinciais de

Sergipe (1835 a 1880). Vol. II, Aracaju-SE: Tipografia de F. das Chagas Lima, 1879.

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NUNES, Maria Thetis. Sergipe Provincial, II (1840/1889). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Aracaju, SE: Banco do Estado de Sergipe, 2006.

PASSOS SUBRINHO, Josué Modesto dos. Os Classificados da Escravidão. Aracaju: Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, 2008.

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SCHWARTZ, Stuar B. A População Escrava na Bahia. In: Segredos Internos: Engenhos e Escravos na Sociedade Colonial 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

SOUZA, Manoel Alves de. Porto da Folha: Fragmentos da História e Esboços Biográficos. Aracaju: Edição do Autor, 2009.

Referências

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