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Porque
se tornam
empreen-
dedoras
as
pessoas
criativas
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Porque
se tornam
empreen-
dedoras
as
pessoas
criativas
Dedicar a vida a ganhar
dinheiro revela uma certa
pobreza de ambição. Exige
muito pouco de cada um.
– Barack Obama
Existe uma grande diferença entre um empresário e um empreendedor. Um empresário não se importa com o que faz, conquanto ganhe muito dinheiro. Um empreendedor tem um objetivo mais amplo. Para o empreendedor é essencial sentir a urgência de criar algo. É este impulso interno para a criação que o leva a trabalhar tanto. Os objetivos que espera concretizar podem girar em torno de coisas como contribuir para um mundo melhor ou para um ambiente mais limpo, mas o empreendedor também quer proporcionar mais conforto ou alegria. Seja qual for o objetivo, não se trata apenas de dinheiro.
IDEIA
IDEIA
POSSO
POSSO
GANHAR
GANHAR
DINHEIRO
DINHEIRO
QUERO
QUERO
FAZER
FAZER
ISTO!
ISTO!
EMPRE ENDEDOR
EMPRE ENDEDOR
EMPRE SÁRIO
EMPRE SÁRIO
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Não queira ter êxito.
Procure antes ter valor.
– Albert Einstein
Inclua o dinheiro na sua Lista A-Não-Fazer
É claro que o dinheiro é importante para a maioria das sociedades – a ponto de lhe atribuirmos demasiado peso ao tomar certas decisões. Tentemos deixá-lo fora da equação. O que acontece quando inclui o dinheiro na sua Lista A-Não-Fazer?
Foi exatamente isso que Merijn Ruis fez: decidiu usar as suas poupanças para cobrir as despesas durante um ano inteiro. Ia trabalhar sem se preocupar em ganhar dinheiro. Fazia coisas que o deixavam feliz e descobriu que gostava de ajudar os outros a
encontrar a felicidade. Atualmente, organiza
workshops, faz vídeos e escreve contos e canções. Ele ganha a vida, literalmente, à conta da felicidade.
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Uma Breve História do Dinheiro
Será que o dinheiro é assim tão irrelevante? Será que o objetivo de ganhar dinheiro é moralmente inferior? Claro que não. Na maioria das sociedades
contemporâneas, o dinheiro é essencial para viver, comer e ter onde dormir. No entanto, esquecemo-nos de que, contas feitas, o dinheiro é apenas um meio de troca.
O dinheiro foi inventado por ser conveniente. Imagine que era oleiro e queria pão, mas o padeiro não precisava de um vaso; entretanto, o cabreiro pode precisar de um vaso, mas você não gosta de leite de cabra. Por isso é que inventaram os símbolos
monetários: pequenas estatuetas de barro guardadas num pote que as acompanhava. Desta forma, as partes envolvidas numa troca sabiam quanto deviam uma à outra. Uma vez que essa forma de troca não era assim tão prática (imagine ter de andar com um pote atrás), não demorou que inventassem outras formas de moeda. Começaram a usar-se pedaços de ouro e outros metais preciosos a partir de 770 a. C. e, mais tarde, Alexandre, o Grande, mandou cunhar moedas com a sua imagem.
O dinheiro é um péssimo senhor,
mas é um criado excelente.
– P. T. Barnum
A moeda metálica tornou-se papel-moeda, e este tornou-se dinheiro de «plástico» (ou seja, cartões de crédito e débito) e, hoje em dia, podemos até pagar com o nosso smartphone. O dinheiro já quase não
14 passa de um número abstrato numa conta bancária. Atribuímos um determinado valor a esses números, tal como no passado se fazia com as figuras. O dinheiro continua a ser uma forma de troca.
Viciados em dinheiro
Embora certas culturas sejam a prova viva de que as coisas podem ser feitas de outra maneira, o dinheiro tornou-se parte essencial da existência diária para a vasta maioria da população mundial. Claro que isso só
se revela um problema quando nos viciamos nele e a nossa vida começa a resumir-se às formas de ganhar cada vez mais. É um vício que afeta muita gente.
O dinheiro envenena-nos quando
o temos e mata-nos à fome quando
nos falta.
– D. H. Lawrence
Regra geral, quem ganha muito dinheiro acaba por se tornar escravo dele. As mansões, os carros topo de gama, as férias «à grande» e as roupas caras custam muito dinheiro. E assim que nos habituamos a isso – ou quando receamos perder tudo –, não há volta atrás: já não conseguimos viver sem aquele emprego bem remunerado. Mas como esses trabalhos tendem a não dar grande satisfação a quem os faz, as pessoas compram um sem -fim de objetos caros de modo a preencherem o vazio. É por isso que as pessoas ficam enredadas num círculo vicioso em que tentam não perder tudo. Neste momento, o dinheiro tornou-se uma fonte de infelicidade – tanto ao nível profissional como pessoal.
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Há muita gente que gasta o dinheiro
que aufere (…) para comprar coisas
que não quer (…) para impressionar
pessoas de que não gosta.
– Will Rogers
É por isso que este livro não é sobre como fazer dinheiro. Este livro tem como objetivo ajudá-lo a organizar a sua vida de maneira que se possa concentrar naquilo de que mais gosta, sem com isso deixar de pagar as contas e fazer do mundo um lugar melhor.
Faça o que quer
Será preciso ser um empreendedor independente para viver a vida que quer? É claro que não: também pode encontrar um trabalho que lhe permita fazer aquilo de que gosta sem ter de se preocupar com os rendimentos.
Não obstante, há pessoas que se encontram nessas circunstâncias aparentemente ideais mas que continuam a sentir-se inquietas. O típico trabalho de secretária não serve para essas pessoas. Custa-lhes terem de lidar com alguém que lhes diz o que fazer. Com efeito, estão profundamente convictas de que sabem mais do que os outros e veem como as coisas podiam ter sido feitas de outra maneira. Querem trabalhar nas suas ideias! Além disso: para quê trabalhar para alguém todos os dias quando pode estar a trabalhar para si próprio?
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A maior prova de coragem
continua a ser pensar por
si. Em voz alta.
– Coco Chanel
Sem coragem, sem glória
É sempre possível encontrar um motivo para não começar a trabalhar por conta própria. O mais importante é o dinheiro – pois vai precisar dele, mesmo que não tenha um trabalho. Claro que, se estiver determinado a avançar, irá encontrar uma solução. Nesse momento, acabar-se-ão as desculpas para não organizar a sua vida de modo a poder fazer aquilo que adora. Já agora, qualquer desculpa que encontre resume-se ao mesmo: medo. E nunca deve permitir deixar-se ser levado pelo medo.
Como seria a vida se não tivéssemos
a coragem de tentar nada?
– Vincent van Gogh
É claro que não vai ser fácil. De modo a fazer aquilo de que gosta, terá também de fazer muitas coisas de que não gosta. É esse o preço a pagar. Claro que, se estiver disposto a pagar esse preço, em troca conhecerá aventura e liberdade. E, ao mesmo tempo, irá ganhar a vida.
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Há muitas histórias de êxito
(e ainda mais fracassos
desconhecidos)
Está à procura de motivação para começar a trabalhar por conta própria? Não tem de ir muito longe:
a Internet está repleta de histórias de sucesso protagonizadas por jovens empreendedores. Não obstante, todas essas grandes narrativas são ofuscadas pelas empresas «fracassadas» sobre as quais nunca leu.
Mas terão sido, realmente, fracassos? Isso depende da forma como definimos «sucesso». Quando podemos dizer que algo é bem-sucedido? A sociedade tende a definir o êxito em termos de uma carreira que garantiu mais poder, mais prestígio. Tem que ver com a criação de estatuto e com ganhar muito dinheiro (de preferência em tenra idade). O sucesso é medido, sobretudo, pelo que se tem a mais do que os outros. Mais dinheiro. Uma casa maior. Um carro mais potente.
A típica história de êxito começa com uns quantos cromos numa garagem, num sótão ou à mesa de uma cozinha (nos EUA, muitas casas têm garagem, ao passo que as casas urbanas europeias são mais pequenas, pelo que as pessoas começam no sótão ou à mesa da cozinha), e acaba numa empresa internacional enorme. Mas será que Mark Zuckerberg é mesmo bem-sucedido? Gostaria de trocar de lugar com ele? Ou com um artista cujas obras se tornaram
18 propriedade pública? Então e os designers com grandes estúdios que se queixam de ser obrigados a gerir a empresa ao invés de conceber coisas? Por outro lado, há criativos que trabalham
incessantemente e mal conseguem pagar as contas. Serão eles, necessariamente, menos bem -sucedidos? E se você não ganhar muito dinheiro e tiver de fazer sacrifícios, mas puder passar todos os dias a fazer aquilo que adora. Será que isso não é êxito?
Não se compare aos outros. Não faz
ideia daquilo por que eles passaram.
– Regina Brett
Crie a sua definição de êxito
Ser bem-sucedido depende apenas da sua definição de sucesso. Se está satisfeito a trabalhar cinco dias por semana num escritório e a pintar o que quiser aos fins de semana sem ter de se preocupar em vender o seu trabalho, isso pode ser a sua visão de êxito. Se a sua definição de sucesso passa por ser tão famoso como Damien Hirst, isso também é válido.
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Estabeleça Objetivos
Lembre-se de que as hipóteses de vir a tornar-se bem-sucedido dependem dos objetivos que estabelecer para si próprio. Portanto, não fique frustrado se não concretizar o seu sonho de se tornar o novo Damien Hirst. Estabeleça objetivos realistas para que os possa alcançar. Procure um equilíbrio: nem muito elevado, nem muito comezinho. Está prestes a concretizar os seus objetivos? Experimente criar novas metas para continuar a avançar.
A estagnação leva ao declínio.
É preciso continuar a inovar para se
ser interessante.
– Gerard Ekdom
O Método da Cenoura
Imagine os seus objetivos como sendo etapas na sua estrada a caminho do horizonte. Se o seu objetivo for demasiado longínquo, pode parecer quase impossível de alcançar. Experimente pôr uma cenoura num pau. Exatamente, como se fosse um burro a precisar de motivação para continuar a avançar. (Já agora, este estereótipo é muito injusto para com os burros, que são demasiado inteligentes para se deixarem levar por isto.)
Ou seja: estabeleça um objetivo tão próximo que quase o consegue cheirar. Algo que possa fazer num dia, ou em três horas semanais durante um mês. Uma vez alcançado esse objetivo, ganha uma cenoura fresca
20 e um objetivo novo. Encontrará assim um incentivo para avançar. Quando der por isso, alcançou um objetivo que, ao início, talvez parecesse demasiado distante, demasiado ambicioso.
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