Clóvis Luís Padoveze
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P L A N E J A M E N T O
GERENCIAL
DE CUSTOS
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2 ª E D I Ç Ã O R E V I S TA E A M P L I A D A
Padoveze, Clóvis Luís
Curso básico gerencial de custos / Clóvis Luís Padoveze. – 2. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Cengage
Learning, 2006.
Bibliografia.
ISBN
1. Contabilidade de custos 2. Custos – Estudo e ensino 3. Custos – Problemas, exercícios etc. I. Título.
05-8850 CDD-658.155207
Índice para catálogo sistemático:
CURSO BÁSICO GERENCIAL
DE CUSTOS
o
2 edição revista e ampliada
Clóvis Luís Padoveze
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Pad_0 06.12.05 16:04 Page III
Gerente Editorial: Dulcy Grisolia
Editora de Desenvolvimento: Tatiana Pavanelli Valsi Produtor Editorial: Fábio Gonçalves
Produtora Gráfica: Patricia La Rosa
Copidesque: Norma Gusukuma Marcos Soel Silveira Santos
Revisão: Isaias Zilli Maria Ruzena Heloani de Brito
Diagramação: Cia. Editorial Capa: Megaart Design
derá ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, sem a permissão, por escrito, da Editora.
Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 102, 104, 106 e 107 da Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
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Impresso no Brasil.
Printed in Brazil.
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
Objetivo e Plano da Obra XXI
Metodologia de Ensino Sugerida XXIII
Prefácio à Segunda Edição XXIX
PARTE I – FUNDAMENTOS E ESTRUTURAS DE INFORMAÇÕES 1
Capítulo 1 – Conceitos e Fundamentos 3
1.1 Definição Genérica 4
Custo dos insumos para os produtos 4
Contabilidade de custos 5
Custos e estoques nas empresas comerciais e industriais 7 1.2 Escopo da Contabilidade de Custos 9
Custo unitário do produto: a questão fundamental 10
Necessidade da informação do custo unitário dos produtos 11
Produto ou serviço único: uma situação
mde ocorrência improvável 12
1.3 Terminologias 13
Custo ou despesa? 13
Quando o custo se transforma em despesa 15
Gastos 17
Investimentos 17
Custos 17
Despesas 17
Pagamentos 18
Perdas 18
Prejuízos 18
Insumo 19
1.4 Gastos para o Produto e Gastos para o Período 19
Gastos para o produto 19
Gastos para o período 19
1.5 Elementos Formadores do Custo dos Produtos Industriais 21
Processo industrial 22
Insumos industriais ou insumos de produção 24
Materiais 24
Mão-de-obra 24
Gastos (custos) gerais de fabricação 25
Depreciação, amortização e exaustão 25
1.6 Exemplo Ilustrativo 26
Questões e Exercícios 28
Apêndice: Um pouco da história da contabilidade de custos 30
A Revolução Industrial e o nascimento
Origens dos sistemas de gerenciamento de
mcustos nos EUA, evolução e tendências
mda contabilidade gerencial ou de custos 33
A administração científica 34
Controle gerencial para organizações diversificadas 35
Do gerenciamento de custos para a contabilidade de custos 35
Influência das novas tecnologias de produção 36
Contabilidade gerencial para companhias de serviços 36
Capítulo 2 – Classificação e Comportamento dos Custos 39
2.1 Introdução 39
Objeto de custo 40
Comportamento de custo 40
2.2 Custos Diretos e Indiretos 41
Custos diretos 41
Custos indiretos 42
Materiais diretos 42
Materiais indiretos 44
Mão-de-obra direta 47
Mão-de-obra indireta 49
Gastos (custos) gerais de fabricação 50
Gastos (custos) diretos e indiretos 51
Depreciação (e amortização e exaustão) direta 52
Depreciação (e amortização e exaustão) indireta 53
2.3 Custos Fixos e Variáveis 53
Custos fixos 54
Custos variáveis 56
Variáveis em relação à produção 57
Variáveis em relação às vendas 57
Variáveis em relação às atividades 57
Fixos dentro do ano (do período) 58
Fixos dentro das expectativas de produção –
mO caso da mão-de-obra direta 58
Depreciação – Custo fixo ou variável, direto ou indireto 59
Custos semivariáveis 59
Custos semifixos 61
Apuração da tendência ou inclinação da reta
mdos custos semifixos e semivariáveis 62
Custos fixos, capacidade de produção e intervalo relevante 64
Custo variável total e custo variável unitário;
mcusto fixo total e custo fixo unitário 65
2.4 Integração da Análise do Comportamento
me da Classificação dos Custos 66
Custos diretos e variáveis 67
2.5 Resumo e Visão Geral 68
Questões e Exercícios 69
Capítulo 3 – Visão Geral da Contabilidade de Custos 73
3.1 Painel Básico da Contabilidade de Custos 74
Método de custeamento 75
Forma de custeio 76
Sistema de acumulação 76
3.2 Métodos de Custeamento 77
Método de custeio direto 78
Método de custeio variável 78
Método direto ou variável? 78
Métodos de custeio por absorção 79
3.3 Formas de Custeio 80
Custo real 80
Custo prévio 81
3.4 Sistemas de Acumulação 81
Acumulação por ordem 82
Acumulação por processo 83
Acumulação por atividades 83
Acumulação híbrida 84
3.5 Esquema Geral da Contabilidade de Custos 84
Integração dos três fundamentos de custos 85
3.6 A Contabilidade de Custos dentro da Empresa 86
Sistema de informação de custo 86
Sistema de informação específico 87
O setor de custos na organização 87
Integração 88
Usuários 88
Funções 88
3.7 Abrangência da Contabilidade de Custos 89
Necessidades legais 89
Custos para controle 90
Custos para tomada de decisão 90
Custos para avaliação de desempenho 91
Elementos de custos e suas implicações
mno processo de controle e em relação aos produtos 91
Questões e Exercícios 92
Capítulo 4 – Estruturação das Informações 95
4.1 Sistemas de Informações para Custo 96
Estrutura do produto 98
Custo dos materiais 98
Processo de fabricação, tempo e mão-de-obra direta 98
Contabilidade societária 98
Controle patrimonial 98
Resumo das informações necessárias: dados e gastos
mdos produtos e gastos dos departamentos 99
4.2 Departamentalização: Unidades de Acumulação de Custos 99
Atividades 100
Departamentos fabris ou departamentos administrativos 100
Exemplo de contabilidade por centro de custo
m(departamentalização) 101
Critérios de contabilização por centros de custos 102
4.3 Estrutura do Produto 105
Apresentação da estrutura do produto 107
Custeamento da estrutura do produto 110
4.4 Processo de Fabricação 110
Células de produção 112
Apresentação do processo de fabricação 113
Custeamento do processo de fabricação 114
Equipamentos no processo de fabricação 116
Questões e Exercícios 118
Capítulo 5 – Apuração do Custo dos Recursos 123
5.1 Fundamentos 124
5.2 Apuração do Custo dos Materiais 125
Conceito geral 125
Custo de material direto 127
Custo de material indireto 129
Juros na compra de materiais a prazo 129
5.3 Apuração do Custo da Mão-de-Obra 130
Conceito geral 130
Salário 131
Adicionais legais: salário ou encargo? 131
Encargos sociais 132
Apuração do custo médio dos encargos sociais 133
Custo da mão-de-obra direta 134
Custo da mão-de-obra indireta 135
5.4 Apuração do Custo dos Gastos Gerais de Fabricação 136
Conceito geral 136
Exemplos 136
5.5 Apuração do Custo da Depreciação 138
Conceito geral 138
Custo da depreciação contábil 138
Depreciação mensal 140
Depreciação gerencial como custo direto 140
PARTE II – MÉTODOS E FORMAS DE CUSTEIO E SISTEMAS DE
ACUMULAÇÃO DE CUSTOS 145
Capítulo 6 – Métodos de Custeio: Apuração do Custo
Unitário dos Produtos 147
6.1 Classificação dos Conceitos e Correntes de
mContabilidade de Custos nos Métodos de Custeio 148
Características gerais dos métodos e pontos críticos 150
6.2 Métodos de Custeio 150
Apuração do custo unitário 152
6.3 Análise de Rentabilidade – Uma Introdução 156
Rentabilidade unitária 156
Rentabilidade unitária e total considerando o volume 157
A questão fundamental de todos os modelos:
mo lucro líquido total 161
6.4 Método de Custeio e Formação de Preço de Venda 161 Mark-up: multiplicador sobre o custo 161 6.5 Diferença no Lucro pela Adoção de Determinado Método de
mCusteio: Custo Aplicado aos Estoques para Fins Legais e Fiscais 163
Questões e Exercícios 165
Apêndice – A Polêmica: Custeio Direto (Variável) ou Absorção? 167
Vantagens e desvantagens dos métodos de custeio 168
Custeio variável/direto: o recomendado 173
Capítulo 7 – Custeio por Absorção 175
7.1 Introdução 175
7.2 Exemplo – Produto Único 177
Apuração dos custos diretos ao produto 177
Absorção dos custos indiretos ao produto 178
Total do custo unitário do produto 179
Demonstração de resultados 179
7.3 Exemplo – Dois Produtos – Absorção em 1 Estágio 179
Apuração dos custos diretos ao produto 180
Absorção dos custos indiretos aos produtos 181
Demonstração de resultados 182
7.4 Exemplo – Absorção em 3 Estágios 182
Estágio 1 – Distribuição de despesas comuns aos setores fabris 185
Estágio 2 – Distribuição dos setores indiretos de cada
mdivisão para os centros diretos da divisão 185
Estágio 3 – Distribuição dos setores indiretos gerais
mda fábrica para os centros diretos da divisão 187
Produtos fabricados e horas necessárias dos processos existentes 187
Custo de fabricação por unidade de produto 190
Custo unitário total 190
Demonstração de resultados 191
Critério alternativo de cálculo e evidenciação 192
Demonstração de resultados 194
Avaliação geral 195
Questões e Exercícios 195
Apêndice: Custos Conjuntos e Subprodutos 200
Produtos conjuntos 200
Subprodutos 200
Custos conjuntos 200
Ponto de separação dos custos conjuntos 201
Exemplo de distribuição de custos conjuntos 201
Capítulo 8 – Custeio ABC – Custeio Baseado em Atividades 203
8.1 Introdução 203
Custeio ABC, custos diretos/variáveis e
mdespesas administrativas e comerciais 204
8.2 Atividades, ABC e ABM 205
Atividades e departamentalização no sistema de informação 205
ABM 206
8.3 Direcionadores de Custos (Cost Drivers) 207
Direcionadores de custos 207
Custos indiretos, departamentos de serviços,
matividades e direcionadores de custos 208
8.4 ABC e Custeamento dos Produtos 210
Exemplo de custeamento de produtos pelo custeio baseado em atividades 211 8.5 Atividades Que Adicionam Valor ou Não 215
8.6 Considerações Complementares 217
Custo ABC para controle de custo e estratégia de produtos 217
Atividade que adiciona valor 218
Produtos consumindo atividades 218
ABC e volume de atividade 219
Custo ABC e as novas tecnologias de produção (JIT, CIM) 219
Questões e Exercícios 220
Capítulo 9 – Formas de Custeio: Custo Padrão 223
9.1 Definição 224
Custos orçados ou estimados 224
9.2 Finalidades do Uso do Custo Padrão 224
Substituição do custo real 225
Formação de preços de venda 226
9.3 Tipos de Padrão 226
Custo padrão ideal 226
Custo padrão corrente 226
Custo padrão baseado em dados passados 227
9.4 Construção do Padrão 227
Materiais diretos 227
Mão-de-obra direta 228
Custos indiretos variáveis 229
Custos indiretos fixos e volume de produção ou atividade 230
9.5 Ficha Padrão 230
9.6 Periodicidade da Construção do Padrão 231
Custo padrão mensal 231
Custo padrão em uma data base 231
Custo padrão em moeda estável 231
Custo padrão em data base atualizado pela inflação interna da empresa 232
9.7 Análise das Variações 232
A equação fundamental de contabilidade de custos 232
Esquema genérico de análise das variações 233
9.8 Exemplo Conceitual de Análise das Variações 233
Análise das variações de materiais 234
Análise das variações de mão-de-obra direta 236
Análise das variações dos custos indiretos variáveis 237
Análise das variações dos custos indiretos fixos 238
Análise das variações e administração por exceção 239
Análise das variações simplificada 240
9.9 Considerações Complementares 240
Custo padrão em novas tecnologias de produção e em just-in-time 240 Custo padrão e sistema de informação contábil 241
Questões e Exercícios 241
Capítulo 10 – Sistemas de Acumulação de Custos 245
10.1 Principais Sistemas de Acumulação de Custos 245
Diferenças básicas entre custeio por ordem e por processo 247 10.2 Acumulação de Custos – Exemplo Introdutório 247
10.3 Custeamento por Ordem 251
Folha de custo por ordem 251
Contabilização dos custos 252
Aplicação gerencial do custeio por ordem 253
10.4 Custeamento por Processo e Produção Contínua 253
Unidades equivalentes de produção 254
Folha de custos por processos 255
Comparação entre os fluxos de custeamento por ordem e por processo 257 10.5 Custeamento por Operações – Sistema Híbrido de Acumulação 258
Custeamento por operações – outro exemplo 259
Questões e Exercícios 263 Apêndice: Contabilização do Custo Industrial 268
P
ARTE III – CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO 275Capítulo 11 – Custeamento Variável e Análise Custo/Volume/Lucro: Modelo de
Decisão da Margem de Contribuição 277
11.1 Principais Conceitos do Método de Custeio Variável/Direto 278
Margem de contribuição 278
Ponto de equilíbrio 278
Alavancagem operacional 279
Margem de contribuição unitária e ponto de equilíbrio
mpor produto ou divisão 279
11.2 Modelo de Decisão da Margem de Contribuição 279
Modelo de decisão – Um único produto 280
Margem de contribuição e volume de produção/vendas 281 11.3 Ponto de Equilíbrio (Break-Even Point) 281
Ponto de equilíbrio e gestão de curto prazo 282
Equação e cálculo do ponto de equilíbrio 282
Ponto de equilíbrio em quantidade 283
Demonstração da fórmula 283
Ponto de equilíbrio em valor 284
Metas de ponto de equilíbrio 285
Ponto de equilíbrio operacional 286
Ponto de equilíbrio econômico 286
Ponto de equilíbrio financeiro 287
Ponto de equilíbrio meta 287
Metas de ponto de equilíbrio e ponto de equilíbrio em valor 287
Análise gráfica do ponto de equilíbrio 288
Como construir o gráfico 289
Ponto de equilíbrio em quantidade para múltiplos produtos 289
Margem de segurança 290
11.4 Modelo de Decisão da Margem de Contribuição
m– Vários Produtos 291
11.5 Utilização do Modelo de Decisão da Margem de
mContribuição para Maximização do Lucro 292
Exemplo de utilização do modelo e suas variáveis 293 11.6 Margem de Contribuição e Fatores Limitativos 295
Exemplo 296
Primeira decisão possível: fabricar o produto
mde maior margem de contribuição unitária 297 Segunda decisão possível: fabricar o produto
mde maior margem de contribuição percentual 298 A decisão correta: fabricar o produto de maior
mmargem de contribuição em relação ao fator limitativo 299
Capítulo 12 – Formação de Preços de Venda 307
12.1 Introdução 307
Motivos para a decisão de preços 307
Objetivos na decisão de preços 308
Modelos de decisão de preços 308
12.2 Formação de Preços de Venda a Partir do Mercado
me Teoria Econômica 309
Custo meta 309
Valor percebido pelo consumidor 310
12.3 Formação de Preços de Venda a Partir do Custo 310
Formação de preços de venda a partir do custo e sua validade gerencial 311
Formação de preços de vendas e métodos de custeio 312
Formação de preços de venda e formas de custeio 313 12.4 Conceitos e Elementos Básicos para a Formação
mde Preços de Venda 313
Multiplicador sobre os custos (mark-up) 314
Mark-upe estrutura da demonstração de resultados 315
Mark-upgenérico 316
Mark-uppor produto 316
Mark-up, mercados, canais de distribuição, mix de vendas dos produtos 317
12.5 Margem de Lucro Desejada 317
Parâmetros externos para a margem desejada 319
Margem de lucro genérica 319
Margem de lucro por produto e contabilidade divisional 320
Margem de lucro por produto x mark-uppor produto 320
Impostos sobre o lucro e legislação fiscal 320
Alíquotas básicas e imposto efetivo 320
Enquadramento da empresa na legislação tributária 321 12.6 Custo Financeiro e Custo de Financiamento da Venda 321
Custo financeiro e sua obtenção 321
Custo de financiamento da venda e sua obtenção 322 12.7 Determinação da Margem Desejada para o Mark-up 322
Faturamento normativo 323
Margem de lucro desejada líquida dos impostos sobre o lucro 324
Determinação da margem desejada considerando-se o lucro operacional 324
Determinação da margem desejada considerando-se
mo lucro líquido para os acionistas 326
12.8 Exemplo Numérico de Formação de Preço de Venda 326
Obtenção dos percentuais de despesas operacionais e custo financeiro 327
Preço de venda calculado 328
12.9 Construção do Mark-up 328
Exemplo de formação dos preços de venda 329
Comprovação dos Mark-upsI e II 330
12.10 Fundamento Econômico para a Gestão de Preços de Venda: o Modelo da Margem de Contribuição 330
Utilizando sistemas de simulação 331
12.11 Formação de Preços de Venda e Ciclo de Vida dos Produtos 333 12.12 Aspectos Adicionais na Gestão de Preços de Venda 333
Comparação de preços de venda 333
Financiamento e impostos da venda 335
Alterações nos preços de venda calculados 337
Questões e Exercícios 337
Capítulo 13 – Análises de Custos e Rentabilidade de Produtos 343
13.1 Comprar versusFabricar 343
Considerações para a decisão 344
Exemplo numérico 345
Considerações finais 348
13.2 Análise de Rentabilidade de Produtos 348
Métodos de custeamento dos produtos 348
Análise da rentabilidade unitária dos produtos 349
Análise da rentabilidade total dos produtos 350
Análise da rentabilidade dos investimentos dos produtos 353
Análise da rentabilidade do ciclo de vida dos produtos 354 13.3 Custo Meta (Target Costing) 356
Custo meta como conceito de custo unitário 356
Margem desejada 358
Como cortar custos para atingir o custo meta 359
Questões e Exercícios 360
Capítulo 14 – Custo de Serviços e Atividades Específicas 365
14.1 Caracterização e Classificação dos Serviços 365
Características 366
Tipos de serviços 366
14.2 Custo dos Serviços 367
Estrutura do serviço 367
Processo de execução 368
Equipamentos utilizados e conceito de depreciação a ser adotado 368
14.3 Exemplos 370
Exemplo 1 – Custo de serviço de mão-de-obra profissional 370
Exemplo 2 – Custo de serviço baseado em equipamento 372
14.4 Atividades Específicas 373
Hotelaria 373
Serviços de saúde 374
Alimentação 375
Capítulo 15 – Custos Ambientais e da Qualidade,
Ociosidade e Produtividade 379
15.1 Envolvimento das Atividades com a Qualidade e o Ambiente 380
Outros custos implícitos nas atividades 383
A importância da segregação dos custos ambientais e da qualidade 384
15.2 Custos da Qualidade 384
Custos da qualidade e custo unitário dos produtos e serviços 389
Contabilização 390
Retorno da qualidade 391
15.3 Custos Ambientais 392
Aspectos e impactos ambientais 392
Passivo ambiental 393
Ativos ambientais 393
Custos ambientais 394
Custos ambientais, custo unitário e contabilização 397
Resultado ambiental 398
15.4 Ociosidade 399
Nível de redução das operações, ineficiência
e caracterização da ociosidade 399
Ociosidade: custo do produto ou despesa do exercício? 400
Ociosidade e custo unitário dos produtos e serviços 401
Contabilização 401
15.5 Produtividade 403
Como obter mais produtividade 404
Efeito da produtividade nos custos e contabilização 405
Repasse nos preços de venda 405
Questões e Exercícios 406
Bibliografia Básica 409
OBJETIVO E PLANO DA OBRA
É com grande satisfação e responsabilidade que apresentamos este livro aos públicos docente e discente, empresários e administradores em geral.
Este trabalho sobre custos tem alguns objetivos específicos. Em pri-meiro lugar, ele se qualifica como básico, pois não pretende esgotar o assunto, uma vez que custos, seja em teoria, em gestão ou em contabili-dade, é um dos temas mais complexos da ciência contábil, econômica e financeira. Contudo, o aspecto básico não o torna superficial, já que os temas foram tratados com a simplicidade possível, porém com a profun-didade mínima necessária.
O segundo objetivo é o aspecto metodológico. Procuramos apresentar os assuntos de maneira gradativa, partindo de conceitos evidenciados de forma simples e aumentando a complexidade à medida que o tema de cada capítulo era desenvolvido. Julgamos necessário esse aspecto meto-dológico, uma vez que este trabalho destina-se primariamente à discipli-na custos em cursos não-contábeis. Sempre que possível, foram desen-volvidos exemplos numéricos para ratificação dos conceitos.
O terceiro enfoque, e talvez o principal, é abordar os assuntos com ênfase aos aspectos gerenciais e não aos aspectos legais e contábeis. Ainda assim, em apêndices de determinados capítulos retomamos alguns pontos abordando aspectos contábeis, visando a uma utilização alterna-tiva e complementar.
O trabalho apresenta uma primeira parte introdutória, com conceitos básicos de custos, suas classificações e a estruturação das informações. A segunda parte aborda os principais métodos de custeamento dos produtos, o custo padrão e sistemas de acumulação de custos. A parte final conclui o enfoque gerencial do trabalho, com os principais modelos gerenciais para tomada de decisão, como o modelo da margem de contribuição, a formação de preços de venda e as análises de custos e rentabilidade.
Metodologia sugerida
METODOLOGIA DE ENSINO SUGERIDA
Tendo como referência as disciplinas custos e contabilidade de custos nos cursos de Administração, Economia e Engenharia, apresentamos uma metodologia de ensino flexível, que permite utilizar o material do livro de acordo com a didática do professor, a carga horária disponível e a abordagem a ser adotada.
Exercícios e Questões
Foram elaborados basicamente para fixação dos conceitos. Assim, é reco-mendável a sua utilização sempre que possível, após a explanação de um ou mais conceitos e temas. Exercícios de fixação de tópicos optativos também devem ser considerados opcionais.
Apêndices
Os apêndices de determinados capítulos, pela forma como são coloca-dos, são sempre optativos e podem ser utilizados eventualmente como temas alternativos para debates, apresentações e trabalhos fora da sala de aula.
Utilização dos Capítulos
Dependendo do enfoque ou da abordagem, pode ser feita também de forma parcial. Por exemplo, se para determinado curso, com uma carga horária restrita, a explicação dos critérios de mensuração dos elementos de custos demandar muito tempo em relação à carga horária disponível, o docente poderá simplesmente apresentar uma visão geral e não desen-volver o tema na sua completitude.
Apresentamos a seguir nossa sugestão para todos os capítulos, levando em consideração a possibilidade de utilização parcial de cada um deles.
Capítulo 1 – Conceitos e Fundamentos
Desenvolver até o item 1.2. Dentro do item 1.3 – Terminologias, o mais
mundialmente. Lembramos que ambos são gastos e são executados financeiramente. As demais terminologias podem ser apresentadas de forma opcional.
O item 1.4 – Gastos para o produto e gastos para o período– é um
refor-ço ao item 1.3 e convém ser enfatizado, uma vez que são conceitos necessários para quaisquer usuários.
Sugerimos enfatizar o item 1.5 – Elementos formadores do custo dos
pro-dutos industriais. Quanto ao item 1.6 – Exemplo ilustrativo–, pode ser
con-siderado opcional. Recomenda-se nesse caso sua apresentação em mídia projetada só para dar uma idéia inicial do foco de custos, que é o custo unitário dos produtos e serviços.
Exercícios básicos recomendados: números 3 e 8.
Capítulo 2 – Classificação e Comportamento dos Custos
Recomendamos a apresentação do capítulo todo, por conter os funda-mentos para o processo de apuração dos custos unitários dos produtos e serviços e os modelos gerenciais de tomada de decisão.
Exercícios básicos recomendados: números 1, 2, 5 e 6.
Capítulo 3 – Visão Geral da Contabilidade de Custos
Por meio da Figura 3.1 no item 3.5 – Esquema geral da contabilidade de
cus-tos –, é possível passar todos os conceitos do capítulo. Os itens 3.6 – A
contabilidade de custos dentro da empresa– e 3.7 – Abrangência da contabi-lidade de custos– podem ser apresentados de forma oral, com grau
opcio-nal de profundidade pelo docente.
Exercício básico recomendado: número 1.
Capítulo 4 – Estruturação das Informações
Recomendamos a apresentação, em linhas gerais, de todo o capítulo, pois se trata da estrutura básica das informações de custos. A utilização do recurso de mídia projetada para todos os quadros e figuras do texto deverá auxiliar e acelerar a apresentação, se necessário.
Exercícios básicos recomendados: números 1 (parcial), 2, 3 e 6.
Capítulo 5 – Apuração do Custo dos Recursos
Pode ser considerado um capítulo opcional, pois trata a mensuração dos recursos com certo grau de detalhamento. Recomendamos pelo menos a
introdução e o item 5.1 – Fundamentos.
Capítulo 6 – Métodos de Custeio: Apuração do Custo Unitário
dos Produtos
Esse é um capítulo introdutório ao custeamento dos produtos. É impor-tante a introdução, salientando o objetivo básico do método de custeio.
Sugerimos a apresentação do item 6.2 – Métodos de custeio– por meio
da Figura 6.2, que pode ser complementada com a apresentação do Quadro 6.1.
No item 6.3 – Análise de rentabilidade – Uma introdução– convém
apre-sentar ao menos um método de custeio variável e um método de
absor-ção. O item 6.4 – Método de custeio e formação de preço de venda– é
opcio-nal e dependerá muito da participação dos alunos.
Como conclusão poderá ser utilizado o final do apêndice, quando se recomenda o custeio variável/direto.
O item 6.5 – Diferença no lucro pela adoção de determinado método de
custeio– aborda características legais, ficando sua apresentação a critério
do professor.
Exercício básico recomendado: número 2.
Capítulo 7 – Custeio por Absorção
Por ser o principal método de custeio, deverá ser enfatizado. Julgamos
necessária a apresentação até o item 7.3 – Exemplo – Dois produtos –
Absorção em 1 estágio. O item 7.4 – Exemplo – Absorção em 3 estágios –
pode ser considerado opcional ou reservado para trabalhos extraclasse. Para esse capítulo, é muito importante a fixação com exercícios.
Exercícios básicos recomendados: números 1, 2 e 3. Os exercícios 4 a 7
são de reforço.
Capítulo 8 – Custeio ABC – Custeio Baseado em Atividades
Esse método tem estado atualmente em evidência. Decidida sua inclu-são, praticamente se impõe a apresentação geral do capítulo. A apresen-tação pode ser acelerada, para aproveitamento do tempo, com a exibição dos Quadros/Figuras 8.1, 8.2, 8.3, 8.4 e 8.5 em mídia projetada.
O item 8.5 – Atividades que adicionam valor ou não– tem muito valor
didático.
O item 8.6 – Considerações complementares – pode ser opcional e
dependente da participação dos alunos.
Exercícios básicos recomendados: números 4 ou 6.
Capítulo 9 – Formas de Custeio: Custo Padrão
Esse pode ser considerado um capítulo optativo. Apesar de sua importân-cia gerenimportân-cial, o tempo disponível às vezes obriga a suprimi-lo.
Caso seja necessário abreviar o tempo, sugerimos a apresentação até o
item 9.4 – Construção do padrão, utilizando pelo menos o exemplo dos
materiais diretos.
O item 9.7 – Análise das variações – também entra no conceito de
opção e possibilidade de tempo.
O item 9.9 – Considerações complementares– é totalmente opcional.
Exercício básico recomendado: número 2.
Capítulo 10 – Sistemas de Acumulação de Custos
Também pode ser considerado um capítulo optativo, pois esse tema é caracteristicamente contábil. Por isso, desenvolvemos um exemplo intro-dutório. Sugerimos, caso seja necessário, desenvolver os itens 10.1 –
Principais sistemas de acumulação de custos – e 10.2 – Acumulação de
cus-tos – Exemplo introdutório.
O Apêndice – Contabilização do Custo Industrial– foi desenvolvido para
integrar o custeamento dos produtos à contabilidade geral e é recomen-dável para quem deseja enfatizar a contabilidade industrial e a apuração do custo dos produtos vendidos, para fins da demonstração de resulta-dos no formato legal e fiscal.
Exercício básico recomendado: número 5.
Capítulo 11 – Custeamento Variável e Análise
Custo/Volume/Lucro: Modelo de Decisão da
Margem de Contribuição
Esse é um capítulo gerencial por excelência e recomendamos sua apre-sentação quase na íntegra.
Fazemos uma ressalva à apresentação do item 11.6 – Margem de
con-tribuição e fatores limitativos –, considerando-o como opcional, pois
depende de tempo e da capacidade de absorção dos alunos, pela profun-didade do tema.
Exercícios básicos recomendados: números 3, 4, 5, 6 e 7.
Capítulo 12 – Formação de Preços de Venda
Com relação ao item 12.7 – Determinação da margem desejada para o
mark-up –, sugerimos apresentar apenas “Determinação da margem desejada considerando-se o lucro líquido para os acionistas”, deixando o outro modelo como tema opcional.
Os exemplos numéricos dos itens 12.8 e 12.9 são fundamentais para a fixação dos conceitos de formação de preços de venda sobre o custo.
O item 12.10 – Fundamento econômico para a gestão de preços de venda:
o modelo da margem de contribuição – é importante e recomendamos sua
apresentação, caso haja tempo disponível.
Os demais itens finais do capítulo, pela sua complexidade e profundi-dade, podem ser considerados opcionais.
Exercícios básicos recomendados: números 5, 6, 7, 8 e 9 (se apresentado
o item 12.10).
Capítulo 13 – Análises de Custos e Rentabilidade de Produtos
Capítulo opcional. Entre as análises apresentadas, julgamos interessante,
caso haja disponibilidade de tempo, a apreciação do item 13.1 – Comprar
versusfabricar.
Exercício básico recomendado: número 2.
Capítulo 14 – Custo de Serviços e Atividades Específicas
Capítulo opcional. O item 14.1 – Caracterização e classificação dos serviços
– é muito importante e pode ser dado independentemente do restante do capítulo. Sugere-se a apresentação em mídia projetada do Quadro
14.4 – Exemplo de custo unitário de serviço baseado em equipamento–, que
ilustra bem o custo de serviço, assim como sua analogia com o custo de produtos industriais.
Exercícios básicos recomendados: números 1 e 5.
Capítulo 15 – Custos Ambientais e da Qualidade,
Ociosidade e Produtividade
Capítulo opcional. Pode ser abordado de forma expositiva, eventual-mente com apoio de mídia projetada.
Exercícios básicos recomendados: números 1 a 3.
É extremamente gratificante a possibilidade de atualizar um trabalho pouco tempo depois do seu lançamento. Agradecemos a todos os profes-sores, colegas e usuários deste livro pela excelente receptividade. Isso nos entusiasma a aprimorar ainda mais a nossa proposta, de um livro de cus-tos que tenha condições de atender tanto os aspeccus-tos acadêmicos como os práticos e gerenciais.
A principal alteração desta edição é na Parte III – Custos para tomada de decisão, com a inserção do Capítulo 15, que trata dos custos ambien-tais e da qualidade, explorando também os conceitos de ociosidade e produtividade com maior especificidade. Além da apresentação resumi-da do referencial teórico, o capítulo apresenta exemplos numéricos com o objetivo de deixar mais claro como esses conceitos causam impacto no custo unitário dos produtos e serviços.
O tema da qualidade e dos custos da qualidade já é objeto da conta-bilidade de custos desde o início dos anos 90. A questão dos custos ambientais tem ocupado os pesquisadores mais recentemente, tanto em termos de responsabilidade social, como nos aspectos legislativos, finan-ceiros e de custo. Dada a sua grande importância não só para as empre-sas, mas também para a comunidade, é um tema que ainda deverá ser explorado com mais profundidade.
Esperamos que o trabalho desenvolvido represente uma contribuição à pesquisa e ao usuário de custos em geral.
Continuamos sempre à disposição para receber sugestões para enri-quecimento de nosso trabalho.
PARTE I
FUNDAMENTOS E ESTRUTURA DE INFORMAÇÕES
Capítulo 1 – Conceitos e Fundamentos
Capítulo 2 – Classificação e Comportamento dos Custos
Capítulo 3 – Visão Geral da Contabilidade de Custos
Capítulo 4 – Estruturação das Informações
1
Conceitos e Fundamentos
Objetivos de aprendizagem
Este capítulo desenvolve:
• a definição de custos e do uso das demais terminologias, como despesas, gas-tos e outras similares;
• uma introdução à contabilidade de custos;
• a diferença entre custos industriais e custos comerciais;
• a diferença entre custos e despesas e entre gastos para os produtos e gastos do período;
• a apresentação dos elementos formadores do custo industrial; • uma introdução à apuração do custo unitário dos produtos.
A palavra custos é aplicada a diversas coisas e situações. No âmbito
eco-nômico e financeiro, e segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa,
de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, custo é a "quantia pela qual se
adquiriu algo; valor em dinheiro". Custovem do verbo custarque,
segun-do o mesmo autor, é "ter determinasegun-do preço ou valor; ser adquirisegun-do por certo preço ou valor"1.
Segundo Paulo Sandroni, em seu Novo Dicionário de Economia, custos é
a "avaliação em unidades de dinheiro de todos os bens materiais e imate-riais, trabalho e serviços consumidos pela empresa na produção de bens industriais, bem como aqueles consumidos também na manutenção de suas instalações. Expresso monetariamente, o custo resulta da multiplica-ção da quantidade dos fatores de produmultiplica-ção utilizados pelos seus respecti-vos preços"2.
1FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p. 515.
2SANDRONI, Paulo. Novo dicionário de economia. 5. ed. São Paulo: Best Seller, 1994.
Preço de Venda Unitário Custo Unitário de Compra
1.1 Definição Genérica
Podemos então definir genericamente custos como sendo a mensuração econômica dos recursos (produtos, serviços e direitos) adquiridos para a obtenção e a venda dos produtos e serviços da empresa. Em palavras mais simples, custo é o valor pago por alguma coisa.
Fica evidente nessa definição o conceito de custo unitário, já que é o valor que se paga por algo sendo comprado. Como em toda transação há duas partes, a parte que vende e a parte que compra, o custo unitário de alguma coisa, pago pelo comprador, é o preço de venda do mesmo item para o vendedor. Portanto, o custo unitário de um bem ou serviço reme-te-nos, naturalmente, ao conceito de preço de venda desse mesmo bem ou serviço.
Figura 1.1Valor unitário dos produtos e serviços nas transações
Custo dos insumos para os produtos
Os gastos dentro de uma empresa estão relacionados, direta ou indireta-mente, com os produtos e serviços finais que serão produzidos e vendi-dos. Dessa maneira, o foco central da questão de custos nas empresas está em determinar quanto custa uma unidade de cada tipo de produto que está sendo fabricado e comercializado.
Para a obtenção de uma unidade de produto final, há a necessidade de uma série de recursos que, na maior parte das vezes, envolvem deter-minadas quantidades desses mesmos recursos (ou insumos de produção ou venda, como são comumente chamados). Os recursos adquiridos para a obtenção e a venda dos produtos e serviços e para o desenvolvimento das atividades da empresa sempre poderão, portanto, ser expressos na equação de preços e quantidades.
Por exemplo, para fazer um l quilo de açúcar são necessários 12,5 qui-los de cana-de-açúcar, que é a matéria-prima do açúcar. Para saber o custo do recurso matéria-prima para a fabricação do açúcar, é necessário
multiplicar o preço da tonelada (quilo) de cana in natura pela
quantida-de utilizada. Supondo que cada quilo quantida-de cana custe no mercado em média $ 0,02, temos:
C = P x Q
Custo da Matéria-Prima do Açúcar = $ 0,02 x 12,5 quilos
Custo = $ 0,25
Nesse exemplo, a matéria-prima para 1 quilo de açúcar custa $ 0,25 (vinte e cinco centavos).
Esta equação de custo dos insumos é extremamente importante para a análise e o controle de custos para fins de gerenciamento do custo, dos preços de venda e das operações que envolvem o processo produ-tivo e comercial.
Contabilidade de custos
É o segmento da ciência contábil especializado na gestão econômica do custo e dos preços de venda dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas. Em linhas gerais, podemos dizer que a necessidade de um ramo específico da ciência contábil para dedicar-se à questão dos custos nasceu com a Revolução Industrial, no século XVIII, com o advento de
CLÓVISLUÍSPADOVEZEMMCAPÍTULO1MMCONCEITOS EFUNDAMENTOSMM5
Custo do Insumo = Preço x Quantidade do Recurso Dessa maneira, a equação geral de custos é:
novas invenções e dos primeiros processos automatizados, quando se
iniciou a produção em massa, contrapondo-se à produção artesanal3.
A partir desse momento, o setor econômico de comercialização dos produtos passou a conviver com o setor econômico de produção indus-trial. A contabilidade, que havia desenvolvido excelentes metodologias e sistemas de informação para o ramo comercial, teve de desenvolver metodologias complementares para a gestão do setor industrial.
O escopo inicial da contabilidade de custos foi a determinação do custo dos produtos para fins de avaliação dos estoques industriais e, con-seqüentemente, do custo desses produtos quando vendidos, para se obter o lucro na venda dos produtos.
A diferença fundamental entre o custo dos produtos das empresas comerciais e o custo dos produtos nas empre-sas industriais é que as empreempre-sas comerciais têm só um insumo para custo das mercadorias adquiridas para revenda, enquanto as empresas industriais têm de utilizar vários insumos para o processo de obtenção (produção) dos produtos.
O único insumo para as empresas comerciais é o custo das mercado-rias adquiridas para posterior revenda; já as empresas industriais necessi-tam de matéria-prima, outros componentes, materiais auxiliares, além da utilização de mão-de-obra para elaborar os produtos. O pessoal envol-vido na produção, que é o custo da mão-de-obra, necessita de equipa-mentos e de serviços de apoio para executar as tarefas necessárias para construir os produtos. Dessa maneira, surgem os custos de depreciação das máquinas e equipamentos, os custos de energia e outras despesas para facilitar o trabalho da mão-de-obra.
Por envolver diversos insumos, a produção industrial alonga o tempo de obtenção dos produtos e, portanto, consome tempo na execução das diversas tarefas necessárias às atividades e aos processos industriais exi-gidos para a fabricação dos produtos. Esse fato, além de exigir medição
dos diversos tempos necessários para a elaboração dos produtos, traz também questões extremamente importantes, como produtividade, efi-ciência, perdas e desperdícios.
Esse conjunto de fatores torna bastante complexa, em muitos casos, a obtenção do custo unitário dos produtos. Em linhas gerais, pode-se dizer que, quanto mais tarefas e tempo são despendidos com um produto e quanto mais insumos e equipamentos são utilizados, mais complexa é a apuração do custo dos produtos e sua contabilização. Quanto mais sim-ples for o processo industrial e quanto menor a quantidade de insumos, mais fácil é a contabilidade de custos para esses produtos e empresas.
Custos e estoques nas empresas comerciais e industriais
As empresas comerciais só têm um insumo de custo, que são as merca-dorias adquiridas para revenda. Portanto, só têm um tipo de estoque, denominado normalmente estoque de mercadorias. Quando os estoques são vendidos, o valor das mercadorias entregues é despesa para o comér-cio e é denominado custo das mercadorias vendidas.
As empresas industriais, por sua vez, têm três tipos diferentes de esto-ques. As matérias-primas, componentes, materiais de embalagens e materiais auxiliares, enquanto não são utilizados no processo de fabrica-ção dos produtos, constituem os estoques de materiais. Logo em segui-da, os materiais são requisitados pela fábrica e sobre eles passam a ser executadas operações e tarefas pelos funcionários da fábrica. Enquanto os processos industriais estão em andamento, os produtos ainda não foram concluídos. Durante todo esse tempo em que os materiais ficam em processamento, são estocados como produção em processo (ou pro-dução em andamento ou propro-dução em elaboração). Após a conclusão de todos os processos, quando finalmente os produtos estão prontos e dis-poníveis para venda, eles são temporariamente estocados e denomina-dos produtos acabadenomina-dos.
Na Figura 1.2 mostramos como é o fluxo dos estoques industriais. Na Figura 1.3 apresentamos um resumo das diferenças da contabilida-de contabilida-de custos das empresas comerciais e industriais.
B
ÁSICO
G
ERENCIAL
DE
C
UST
OS
MM
Estoca produtos acabados não
vendidos Estoca produção
inacabada Envia materiais
para a fábrica
Requisição de Materiais
Custo dos Produtos Vendidos
Estoca materiais não requisitados
Produção Acabada
Expede os produtos acabados da venda Incorpora aos
materiais: Mão-de-obra, gastos gerais e depreciação
Compra de Materiais
Estoque de Materiais (Almoxarifados)
Estoque de Produtos Acabados
Fornecedores Venda ao
Cliente Estoque de Produtos
em Processo
CLÓVISLUÍSPADOVEZEMMCAPÍTULO1MMCONCEITOS EFUNDAMENTOSMM9
Empresa Comercial Empresa Industrial
CUSTO DAS VENDAS CUSTO DAS VENDAS
Custo das Mercadorias Custo dos Produtos e Serviços Industriais Vendidas Vendidos
ESTOQUES ESTOQUES de Mercadorias de Materiais
de Produção em Processo de Produtos Acabados INSUMOS (Custos) INSUMOS (Custos) Mercadorias Adquiridas Matérias-Primas e Componentes
Materiais de Embalagem Materiais Auxiliares ou Indiretos
Mão-de-Obra Industrial Gastos Gerais Fabris Depreciações Industriais
Figura 1.3 Custo nas empresas comerciais x empresas industriais
1.2 Escopo da Contabilidade de Custos
A contabilidade de custos é um dos segmentos da ciência contábil que mais têm apresentado evoluções teóricas ao longo dos últimos anos. É um dos melhores e mais utilizados instrumentos para a gestão empresa-rial. Em linhas gerais, podemos dizer que a contabilidade de custos tem duas grandes áreas de atuação:
a) Custo contábil: Conceitos e técnicas voltados para a apuração do custo dos produtos e serviços para fins de contabilização e aten-dimento às necessidades legais e fiscais:
restrin-gem-se à apuração do custo unitário dos produtos e serviços para a deter-minação do valor dos estoques industriais e do custo dos produtos e ser-viços vendidos.
As necessidades gerenciais, por sua vez, são inúmeras e extremamen-te variadas. O ferramental de custos é utilizado para controle dos custos em cima de padrões, metas ou orçamentos, avaliação dos gestores res-ponsáveis pelos custos de suas atividades, departamentos e divisões, téc-nicas e conceitos para formar e administrar preços de venda, modelos e conceitos para o processo de tomada de decisão envolvendo rentabilida-de dos produtos e serviços, manutenção rentabilida-de processos internos ou aqui-sição de terceiros etc.
Custo unitário do produto: a questão fundamental
O ponto central de toda a contabilidade de custos é a apuração do custo
unitário do produto. (Quando falamos produto, estamos nos referindo
genericamente a todos os produtos e serviços vendidos pela empresa.) Métodos e sistemas, apoiados em teorias, conceitos e critérios de cál-culos, foram desenvolvidos ao longo dos sécál-culos, tendo como objetivo básico determinar quanto custa cada unidade de produto oferecida pela empresa.
Por que essa questão é fundamental? Primariamente, porque o custo de todas as unidades de produtos já é obtido naturalmente pela contabi-lidade tradicional. O sistema de contabicontabi-lidade financeira, por meio do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, já tem por finali-dade apurar o total de gastos da empresa, ou seja, o total dos gastos que foram necessários para produzir e vender todos os produtos dentro de um período, normalmente um ano.
Todavia, para fins gerenciais, é imprescindível o conhecimento do custo de cada produto ou serviço separadamente, em termos unitários. A necessidade dessa informação decorre fundamentalmente da necessida-de necessida-de se estabelecer ou parametrizar o preço necessida-de venda do produto ou ser-viço a ser oferecido ao cliente. Em outras palavras, a apuração do custo unitário de uma unidade de produto é necessária, primariamente, para estabelecer-se o preço de venda unitário.
merca-do, no ponto em que as curvas de preços e quantidades, da oferta e procura, se cruzam.
Ora, se o preço é dado pelo mercado, não haveria por que se falar em formar preços de venda pelo custo. Contudo, a prática dos negócios vê o assunto de forma mais ampla. Mesmo aceitando que o mercado possa estabelecer o preço, o custo unitário é elemento fundamental para para-metrizar todas as decisões de fabricar ou não o produto, bem como é a informação básica para ofertar o produto no mercado.
Necessidade da informação do custo unitário dos produtos
Essa necessidade surge naturalmente quando a empresa fabrica e vende mais de um produto ou serviço, e, conseqüentemente, estoca esses pro-dutos e serviços enquanto não são vendidos.
Quando a empresa produz e vende um (e apenas um) produto ou ser-viço, a facilidade de obtenção do custo unitário é tão evidente que pra-ticamente torna desnecessários os conceitos e técnicas de custos. Basta dividir o valor total dos gastos que a empresa teve no período pela quan-tidade produzida do produto ou serviço. Por exemplo, se uma indústria têxtil fabrica apenas um tipo de tecido e em um determinado mês gas-tou $ 1.000.000 para fabricar 200.000 metros desse único tecido, o custo unitário por metro de tecido é $ 5,00.
CLÓVISLUÍSPADOVEZEMMCAPÍTULO1MMCONCEITOS EFUNDAMENTOSMM11
Valor total dos gastos do período Custo unitário para um único produto =
Quantidade produzida no período
Colocando na fórmula os dados do nosso primeiro exemplo, teremos:
$ 1.000.000 Custo unitário de 1 metro de tecido =
200.000 metros
Nessa situação bastam, então, apenas duas informações: o valor total dos gastos do período e a quantidade em que é vendido o produto ou ser-viço. Se, em vez de um produto, fosse um serviço, este também teria de ser medido em uma única quantidade, nessa mesma situação de produ-to ou serviço único. Por exemplo, se uma firma de advocacia vende ape-nas um tipo de serviço jurídico e cobra por hora trabalhada, basta divi-dir o valor total gasto no período pelo número de horas disponíveis para venda. Supondo que em um determinado mês os gastos dessa empresa de advocacia tenham sido $ 6.000 e estejam disponíveis ou foram traba-lhadas 150 horas de assessoria jurídica, o custo por hora do serviço é igual a $ 40,00. Vejamos na fórmula:
$ 6.000 Custo unitário de 1 hora de serviço jurídico =
150 horas
Custo unitário de 1 hora de serviço jurídico = $ 40,00
Produto ou serviço único: uma situação
de ocorrência improvável
A possibilidade de uma empresa produzir e vender apenas um único pro-duto ou serviço é bastante improvável e, podemos dizer, quase impossí-vel. Para configurar um produto ou serviço único é necessário que todas as características e atributos do produto ou serviço sejam os mesmos e absolutamente idênticos.
Assim, não poderiam existir diferenças de cor, espessura, qualidade e tamanho, características diferentes, processos de produção e estocagem diferenciados, matérias-primas diferentes, processos de comercializa-ção diferenciados, embalagens e contenedores diferentes etc. – condições que dificilmente ocorrem no mundo real.
Balanço Patrimonial Inicial
Ativo $ Passivo $
Caixa 500 Capital social 500 Total 500 Total 500
O mesmo se dará com as horas de serviços jurídicos. Determinados contenciosos e causas exigirão mais ou menos esforços e recursos do advogado ou advogados; uma série de trabalhos exigirá deslocamento diferente de outros, mais ou menos utilização de equipamentos e recur-sos, consultas adicionais etc., fazendo com que o preço por hora varie e se deseje cobrar mais ou menos.
1.3 Terminologias
Palavras como custo, despesa, consumo, gasto, dispêndio são utilizadas largamente como sinônimos. Não há nenhum mal nisso porque, de fato, elas tendem a querer expressar as mesmas coisas. Convém, contudo, fazer uma distinção técnica entre as principais terminologias, objetivan-do clarear os significaobjetivan-dos em sua utilização nos modelos de decisão de caráter empresarial.
Muitas das diferenças de terminologias nasceram das necessidades contábeis, legais e fiscais e, por isso, têm um significado importante e podem ser mantidas para o escopo gerencial de custos.
Custo ou despesa?
Essas duas terminologias são as mais utilizadas de forma indistinta, mas podem, contabilmente, ser entendidas diferentemente. A despesa é um gasto ocorrido em um determinado período e que é lançado con-tabilmente nesse mesmo período, para fins de apuração do resultado periódico da empresa. Portanto, a despesa é lançada diretamente na demonstração de resultados de um período e significa, no momento de sua ocorrência, uma redução da riqueza da empresa.
Vejamos um exemplo. Partamos de um balanço patrimonial inicial em que tenhamos no ativo $ 500 apenas na conta caixa e no passivo ape-nas a conta de capital social dos sócios, também de $ 500.
Balanço Patrimonial após Despesa de Viagem de $ 35
Ativo $ Passivo $
Caixa 465 Capital social 500 Prejuízo (35) Patrimônio líquido 4654
Total 465 Total 465
Vamos supor, no momento seguinte (o Período 1), um pagamento de $ 35 para despesas de viagem de algum funcionário ou diretor. Esse gasto é uma despesa, porque trará uma redução da riqueza dos sócios. Vejamos como fica o balanço patrimonial após essa transação.
Note-se que o caixa diminuiu em $ 35 e o efeito imediato da despesa ocorreu na riqueza dos sócios, pois somando o capital social inicial ao prejuízo resultante da única transação, que foi uma despesa, resultou também em $ 465, inferior ao capital social inicial de $ 500. Nesse momento, ficou evidenciado que houve uma redução do valor do inves-timento líquido dos donos da empresa.
A demonstração de resultados desse período, que só tem um fato, é assim apresentada:
Demonstração de Resultado – Período 1
$ Receitas -0-(–) Despesas
Despesas de viagens (35) = Prejuízo do Período 1 (35)
4Patrimônio Líquido é o nome dado pela contabilidade para o valor da riqueza efetiva dos
O custo, tecnicamente para fins contábeis, está ligado à aquisição de mercadorias para estoque (no caso de empresas comerciais) ou insumos para fabricação de produtos (no caso de empresas industriais). Enquanto está em estoque, seja como mercadorias ou materiais, seja como produ-tos acabados ou em processo, o valor pago ou incorrido para obtenção de mercadorias e insumos não é despesa e sim custo.
Vejamos um exemplo, retomando os dados anteriores. Vamos supor que a empresa adquira à vista 2 unidades de mercadorias para estoque e posterior revenda pagando em dinheiro $ 120 pelas duas ($ 60 cada). Nesse momento, o custo pago não é despesa, pois as mercadorias serão estocadas e não reduzem a riqueza efetiva dos sócios.
CLÓVISLUÍSPADOVEZEMMCAPÍTULO1MMCONCEITOS EFUNDAMENTOSMM15
Note-se que o patrimônio líquido não se alterou nesse momento 2. Portanto, a ocorrência de custo não afeta, de modo imediato, a riqueza e, desse modo, não faz parte da demonstração de resultados.
Quando o custo se transforma em despesa
O custo se transforma em despesa quando o bem ou o serviço que repre-senta é consumido. Em outras palavras, o custo se transforma em despe-sa quando o bem ou o serviço, que estava estocado, despe-sai da empredespe-sa e é entregue ao cliente. Portanto, a saída do produto ou do serviço é uma perda para a empresa, uma despesa, e afeta a riqueza dos sócios.
Obviamente, quando a empresa entrega um produto ou um serviço, ela o faz, em condições normais, se receber um valor superior ao custo, de forma a obter lucro. Assim, ato imediato ao consumo do bem, há o recebimento de dinheiro ou de um direito, através do preço de venda do produto ou do serviço vendido.
Balanço Patrimonial após Aquisição de Mercadorias de $ 120
Ativo $ Passivo $
Tomando em continuidade o exemplo anterior, vamos supor que, em um momento 2, uma das mercadorias estocadas seja vendida, também em dinheiro, por $ 150. Como o custo de aquisição foi $ 60, a venda está gerando um lucro de $ 90. Essa transação tem dois lançamentos: a) um lançamento da receita de $ 150, aumentando a riqueza dos sócios e o ativo caixa; b) uma baixa do estoque de mercadorias de $ 60, pois há o consumo de um bem entregue ao cliente, gerando um prejuízo aos sócios. O valor líquido é o lucro de $ 90, obtido na transação.
Balanço Patrimonial após Venda de 1 Mercadoria por $ 150
Ativo $ Passivo $
Caixa 495 Capital social 500 Estoque de mercadorias 60 Lucro 55 Patrimônio líquido 555 Total 555 Total 555
Note-se que a riqueza dos sócios, medida pelo patrimônio líquido, agora aumentou em $ 90, proveniente do lucro na venda da mercadoria ($ 90 – $ 35 = $ 55). A demonstração de resultados, englobando todos os fatos até agora, fica da seguinte maneira:
Demonstração de Resultado – Períodos 1 e 2
$ Receitas de Venda 150 (–) Despesas
Custo das mercadorias vendidas (60) Despesas de viagens (35) = Lucro dos Períodos 1 e 2 55
Gastos
Gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou de recebimentos de ativos, custos ou despesas. Significam receber os serviços e os produtos para consumo em todo o processo operacional, bem como os pagamen-tos efetuados e os recebimenpagamen-tos de ativos. Como se pode verificar, gaspagamen-tos são ocorrências de grande abrangência e generalização. Gasto também é sinônimo de dispêndio, o ato de despender.
Investimentos
São os gastos efetuados em ativos ou despesas e custos que serão imobi-lizados ou diferidos. São gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios futuros.
Custos
Como já vimos, são os gastos, que não são investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos, efetuados pela empresa, que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativa-dos quando os produtos, objeto desses gastos, forem geraativa-dos. De um modo geral, são os gastos ligados à área industrial da empresa.
Despesas
Despesas são os gastos necessários para vender e distribuir os produtos. De um modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comer-ciais. O custo dos produtos, quando vendidos, transforma-se em despesas. Como também já havíamos introduzido, a grande diferenciação con-ceitual entre custos e despesas decorre da separação primária entre empresas industriais e comerciais, e que foi adotada universalmente pela contabilidade societária e fiscal, com enfoque básico de custear os esto-ques de produtos. Custos são gastos para se conseguir um produto (adquirir ou fabricar) e despesas são gastos para vender esses produtos. Contudo, é comum a utilização das terminologias de custos e despesas tanto para a área industrial quanto para as demais áreas, o que não chega a comprometer a gestão econômica.
Já tínhamos definido o custo como o valor econômico dos recursos utilizados para gerar produtos e serviços. Nessa linha de raciocínio, as despesas são custos, pois são também recursos e serviços utilizados e têm valor econômico. A visão tradicional de custos e despesas é que, enquan-to cusenquan-to, os gasenquan-tos são ativáveis e, portanenquan-to, têm valor para a empresa. A despesa significa o consumo do custo e, portanto, quando ocorre, é redu-tora do lucro empresarial, já que o custo ativado sai da entidade.
Pagamentos
São os atos financeiros de pagar uma dívida, um serviço, um bem ou um direito adquirido. É a execução financeira dos gastos e investimen-tos da empresa.
Perdas
São fatos ocorridos em situações excepcionais, que fogem à normalidade das operações da empresa. São considerados não-operacionais e não devem fazer parte dos custos de produção. São eventos econômicos nega-tivos ao patrimônio empresarial, não habituais e eventuais, tais como deterioração anormal de ativos, perdas de créditos excepcionais, capaci-dade ociosa anormal etc.
Prejuízos
É o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto de transa-ções. Considerado o conjunto de transações de um período, é a resultan-te negativa da soma das receitas menos as despesas desse período. Nesse caso, decorre da apuração do resultado de um período, em que as despe-sas suplantam as receitas desse período.
Da mesma forma, analisando isoladamente, uma transação também pode ocasionar um prejuízo. Podemos apurar um prejuízo em uma ven-da, um prejuízo em uma aplicação financeira, um prejuízo em uma compra (quando, por exemplo, compararmos com um preço melhor alternativo) etc.
Insumo
É uma terminologia específica para o setor produtivo ou industrial. Significa a combinação de fatores de produção (matérias-primas, mão-de-obra, gastos gerais, energia, depreciação) necessários para a produção de determinada quantidade de bem ou serviço.
1.4 Gastos para o Produto e Gastos para o Período
A diferenciação do conceito de custo e despesa direciona os tipos de gas-tos: os custos são gastos para o produto e as despesas representam todos os gastos que são associados às vendas de um período de tempo.
Gastos para o produto
São os efetuados para o processo de produção. São os gastos industriais. São denominados custos. A característica básica é que tais gastos, duran-te o processo de fabricação, não são considerados como despesas reduto-ras das receitas do período. É importante salientar que a contabilização dos custos, gastos para o produto, como ativos, parte do pressuposto de que está havendo, durante o processo de fabricação, um aproveitamen-to aproveitamen-total dos gasaproveitamen-tos incorridos para a manufatura dos produaproveitamen-tos.
Gastos para o período
São os efetuados para o processo de venda e envio dos produtos. São os gastos administrativos e comerciais. Entende-se que esses gastos ocorrem durante os meses e o ano, independentemente do processo produtivo. São gastos mensais ou anuais. São associados ao período de venda, ou seja, ao período escolhido para a apuração dos resultados da empresa. Assim, as despesas têm impacto sobre o resultado do período, indepen-dentemente da quantidade produzida, ou mesmo se houve produção naquele período. O custo dos produtos vendidos é uma despesa, de valor igual ao custo anteriormente estocado até antes do momento da venda, e é uma despesa confrontada com as vendas do período.
= Insumos (custos) industriais - Matéria-prima e materiais diretos - Materiais indiretos
- Mão-de-obra direta e indireta Gastos para os produtos - Despesas gerais de fabricação
- Depreciações e amortizações
(–) DESPESAS OPERACIONAIS - Administrativas
- Comerciais Gastos para o período - Financeiras*
(+/–) Resultados não-operacionais Resultados para o período (–) Impostos sobre o lucro Gastos para o período RECEITA DE VENDAS
(–) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS Gastos para o período
(+/–) Variação dos estoques industriais Gastos para os produtos
= LUCRO OPERACIONAL
= LUCRO LÍQUIDO
* A legislação comercial e fiscal trata os resultados financeiros como receita ou despesa ope-racional. Em termos gerenciais e para a teoria de finanças, os resultados financeiros são não-operacionais.
Verifica-se na Figura 1.4 que todos os gastos associados às receitas são gastos do período, porque estão associados às receitas de vendas daque-le período. Os únicos gastos associados aos produtos são os gastos indus-triais (os insumos indusindus-triais), que são os custos necessários para o pro-cesso de geração e estocagem dos produtos. Quando os produtos são consumidos, isto é, saem dos estoques, transformam-se em despesas, cuja denominação mais utilizada é custo dos produtos vendidos.
Dessa forma, fica clara a separação tradicional entre custos e despesas. Os custos são considerados gastos para os produtos e, enquanto eles estão sendo fabricados, não devem ser considerados como despesas e redutores do lucro empresarial.
1.5 Elementos Formadores do Custo
dos Produtos Industriais
O que caracteriza a indústria é o processo de transformação dos recur-sos ou insumos industriais em bens, produtos ou serviços. Portanto, a fábrica é o setor da empresa que tem a atribuição de gerar os produtos e serviços destinados à venda. Os outros dois grandes setores empresa-riais são a administração e a comercialização. O setor de comercializa-ção tem como atribuicomercializa-ção básica vender e entregar os produtos já acaba-dos, por meio dos seus setores de marketing, venda e distribuição. Cabe à administração da companhia coordenar todas as atividades empresa-riais e zelar para que o empreendimento seja conduzido dentro da efi-cácia planejada.
A gestão contábil de custos preocupa-se exclusivamente com os gas-tos industriais, para a formação do custo contábil dos produgas-tos e esto-ques industriais. Outrossim, os objetivos de custos gerenciais englobam também o tratamento dos gastos administrativos e comerciais. Porém, não há dúvida de que a maior dificuldade concentra-se no tratamento dos gastos industriais, razão por que, neste momento, estaremos traba-lhando só essa área dos gastos empresariais.
A fábrica é um sistema processador, sendo, portanto, facilmente iden-tificada com os elementos clássicos de um sistema (entrada, processa-mento, saída). Esse enfoque sistêmico dado à fábrica pode ser caracteri-zado como mostrado na Figura 1.5.
Processo industrial
A fabricação dos produtos é um processo de transformação de matéria-prima e materiais em produtos finais ou acabados. Os materiais requisi-tados diretamente dos fornecedores ou de estoques de materiais já inter-nados na empresa são encaminhados para processamento na fábrica.
O processamento se dá pela manipulação dos materiais, utilizando-se mão-de-obra, instalações e equipamentos e consumindo-se outros recur-sos necessários à produção e ao seu controle. Depois de produzidos, os produtos finais são despachados diretamente aos clientes ou mantidos temporariamente em estoques até a sua venda posterior.
Fundamentalmente, a medida mais utilizada para avaliar as diversas fases do processo industrial é o tempo gasto em todos os processos neces-sários para a obtenção dos produtos finais. Vejamos um exemplo de um processo industrial, tomando como referência uma empresa de monta-gem de computadores.
Entrada Processamento Saída
Recursos A Fábrica Processamento
Produtos e Serviços
Custos dos: Materiais Mão-de-Obra Despesas Gerais
Depreciação
A Fábrica Processo de
Fabricação Tecnologia Know-how
Receita de Venda dos Produtos e
Serviços
C
LÓVIS
L
UÍS
P
ADO
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MM
C
APÍTULO
1
MM
C
ONCEIT
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F
UNDAMENT
OS
MM
23
Recursos A Fábrica
Processamento
Produtos e Serviços
Recebimento dos Materiais
Configuração para o Cliente
Montagem do Teclado
Montagem da Torre Montagem
do Vídeo
Montagem Final e Acessórios
Teste Embalagem Estocagem