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GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FERRAMENTA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Manuel Cesário Mendes Junior

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(1)

ESCOLA POLITÉCNICA

DCC/SEGRAC

GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FERRAMENTA DO

GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Manuel Cesário Mendes Junior

Christiane Figueiredo Mendes

(2)

GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FERRAMENTA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Manuel Cesário Mendes Junior Christiane Figueiredo Mendes

M o n o g r a f i a a p r e s e n t a d a n o C u r s o d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m G e r e n c i a m e n t o d e P r o j e t o s , d a E s c o l a P o l i t é c n i c a , d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o R i o d e J a n e i r o .

Orientador

Alexsandro Amarante da Silva

(3)

ii

Manuel Cesário Mendes Junior Christiane Figueiredo Mendes

Orientador

Alexsandro Amarante da Silva

Monografia submetida ao Curso de Pós-graduação Gerenciamento de Projetos,

da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,

como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em

Gerência de Projetos.

Aprovado por:

__________________________________________ Prof. Eduardo Linhares Qualharini

__________________________________________ Prof. Fernanda Veras

__________________________________________

Prof. Alexsandro Amarante da Silva Orientador

(4)

iii

JUNIOR, Manuel C. Mendes; MENDES, Christiane F.

Gestão do Conhecimento como ferramenta do Gerenciamento de Projetos / JUNIOR,M. C. MENDES,C.F Rio de Janeiro: UFRJ/EP, 2006.

vi, 66f. il.; 29,7cm.

Orientadores: Alexsandro Amarante da Silva. Monografia (especialização) – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Especialização em Gerenciamento de Projetos, SEGRAC, 2006.

Referências Bibliográficas: f. 64-65.

(5)

iv

GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FERRAMENTA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Manuel Cesário Mendes Junior Christiane Figueiredo Mendes

Resumo da Monografia submetida ao corpo docente do curso de

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos – Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de

Especialista em Gerenciamento de Projetos.

Esta monografia tem como tema “Gestão do Conhecimento como Ferramenta

do Gerenciamento de Projetos”, onde têm sido foco de uma intensa discussão

sobre como as organizações podem obter vantagens competitivas e atingir

elevados patamares de flexibilidade, produtividade e inovação. Nos últimos

anos muito tem se escrito sobre a gestão do conhecimento, pois é um

diferencial dentro das organizações em relação as concorrentes e que se bem

entendida e praticada esta é um dos principais motivos da sobrevivência

sustentável de uma organização dentro do mundo dos negócios. A partir da

perspectiva dos autores de maior prestígio no assunto, este trabalho apresenta

os principais conceitos e aspectos relacionados a este novo paradigma de

gestão do conhecimento.

Palavras-chave: Gestão do conhecimento. PMBoK. Gerenciamento de projetos.

(6)

v

1.1. Apresentação do tema 01

1.2. Objetivos 03

1.3. Justificativa 04

1.4. Hipótese 04

1.5. Metodologia 04

1.6. Conteúdo dos capítulos 06

2. DESAFIOS ESTRATÉGICOS 07

2.1. Compreendendo o Planejamento Estratégico 07

2.2. A Qualidade Humana 09

2.3. As Ondas das Civilizações 09

2.4. Fator Humano: Fator Estratégico - Competitivo 10 2.5. Contexto onde Surge a Gestão do Conhecimento 13 3. PROCESSO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS EMPRESAS 18 4. CONSEQÜÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DO

CONHECIMENTO 38 5. GESTÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DA METODOLOGIA

DO PMBoK 52

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 60

6.1. Conclusão 60

6.2. Sugestões 61

6.3. Recomendações 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64

(7)

vi

Quadro 2. Diagrama de relações entre os processos de gerenciamento de

(8)

1.1. Apresentação do tema

Nos últimos anos muito tem se escrito sobre a gestão do conhecimento,

pois é um diferencial dentro das organizações em relação as concorrentes e

que se bem entendida e praticada está é um dos principais motivos da

sobrevivência sustentável de uma organização dentro do mundo dos negócios.

Na Idade Antiga houve um grande avanço na história do conhecimento,

vários filósofos como Platão, Aristóteles, Sócrates dentre outros, deixaram um

grande legado para as gerações posteriores comprovando o interesse

daqueles povos pelo conhecimento e sua importância na constituição de uma

organização social.

No decorrer do processo histórico da administração pode-se visualizar

dois grandes momentos conhecidos como: a Era Industrial e a Era do

Conhecimento.

Na era da Revolução Industrial a produção artesanal foi rapidamente

substituída pela produção em larga escala feita por meio de máquinas em

grandes fábricas.

Com a falta de uniformidade nas organizações, o crescimento acelerado

e desorganizado da produção surgiu à necessidade de se criar mecanismo

para evitar desperdícios, organizar e controlar a mão-de-obra, controlar a

produção, ou seja, a necessidade de uma ciência administrativa, que pudesse

coordenar todo o processo produtivo de forma eficiente. Nesse contexto tem-se

o surgimento das teorias, o mecanicismo, as normas de trabalho, as políticas

da empresa, divisão de trabalho, dentre outros que objetivavam a melhor

maneira de aumentar a produção.

Nas últimas décadas percebe-se uma mudança no foco administrativo,

onde o meio ambiente e o homem (principalmente) e suas capacidades

subjetivas, como o conhecimento por exemplo, estão sendo considerados

como a parte fundamental no processo produtivo.

Diferentemente da Era Industrial, na Era do Conhecimento, as

(9)

maior e melhor integração e interação entre os diversos setores e

departamentos da organização e promovendo intercâmbio com o meio

ambiente, uma espécie de sistema composto por partes que formam um todo

indivisível. Nesse contexto temos as teorias Estruturalista, Sistêmica e

Contigencial. Com essas teorias pode-se observar que existem diversos tipos

de empresas, que adotam estratégias diferentes de organização para

alcançarem a máxima eficiência, ou seja, não se tem uma única forma de

promover o processo administrativo.

Na Era do Conhecimento as organizações buscam fazer investimentos

em educação à distância para seus colaboradores e parceiros, promover

campanha de incentivo internas, melhorar as condições de trabalho, utilizar os

recursos da tecnologia para democratizar o conhecimento entre sua rede de

colaboradores, aproveitar idéias de colaboradores, dentre outros.

No entanto, a Era do Conhecimento não representa um rompimento

radical com a Era Industrial, mas sim uma continuação dos esforços

empreendidos em busca da competitividade.

Num ambiente de competição crescente, as empresas parecem se

empenhar em se diferenciar por meio de investimentos em tecnologias, novos

processos, novas instalações, novos equipamentos, onde esses fatores

passam a ser condições necessárias e não mais suficientes para ser o melhor.

E o que resta? Neste ponto está ocorrendo o despertar de uma empresa

e, consequentemente, de um setor para a importância da Gestão do

Conhecimento como vantagem competitiva sustentável.

Para o conhecimento ser sistematicamente criado, toda a empresa

precisa desenvolver uma cultura inovadora, ou, pelo menos, a alta direção

precisa reconhecer que o grupo encarregado da inovação precisa ser

inspirado, protegido, nutrido e provido com autonomia e recursos (tempo,

pessoas e capital).

São muitos os sinais de que o conhecimento, em suas várias formas, se

tornou determinante para a competitividade tanto das empresas quanto dos

países. É crescente, também, a parcela da população, principalmente nos

(10)

diversas formas de conhecimento. Vivemos, assim, um momento de importante

transição do ambiente econômico, em que a gestão pró-ativa do conhecimento

adquire um papel central.

Os desafios e a complexidade dessa nova era começam pelas próprias

tentativas de quantificar ou medir o recurso conhecimento. É um recurso

invisível, intangível e difícil de imitar. Uma de suas características mais

fundamentais, porém, é o fato de esse recurso ser altamente rentável, ou seja,

quanto mais utilizado e difundido, maior seu valor. O efeito depreciação

funciona, portanto, de maneira oposta: a depreciação se acelera se o

conhecimento não é aplicado.

Como conseqüência, os custos de produção de conhecimento são

independentes dos seus custos de distribuição e uso. Assim não é de espantar

a elevada rentabilidade de setores como o de software, essencialmente

baseada em conhecimento. Uma vez desenvolvido o programa, o custo

marginal unitário de distribuição de cada cópia adicional é muito baixo,

podendo chegar a zero, se a distribuição for pela internet. Presenciamos

também a crescente importância e valores dos contratos de licenciamento de

tecnologia ou marca, que também ajudam a caracterizar a economia baseada

no recurso conhecimento.

1.2. Objetivos

Esta monografia tem como tema “Gestão do Conhecimento como

Ferramenta do Gerenciamento de Projetos”, onde pretende-se identificar o

problema da criação e a implantação de processos para gerar, armazenar,

gerenciar e disseminar o conhecimento, dentro das empresas.

O objetivo deste trabalho é identificar a visão, utilização e as tendências

dentro das empresas, em busca de ser cada vez mais competitiva; e alcançar

os resultados, mudança cultural das organizações e analisar o grau de

(11)

1.3. Justificativa

Ele se justifica no atual mundo dos negócios e é fundamental para a

diferenciação em relação à concorrência e para a sobrevivência sustentável

das empresas.

Com o surgimento da sociedade pós-capitalista o papel dos

administradores sofreu uma mudança significativa a partir da necessidade do

uso do conhecimento como principal recurso da empresa. Por conseqüência, a

utilização de tal recurso passou a ser propulsor de vantagem competitiva no

desenvolvimento dos negócios e fator relevante para o sucesso do gerente de

projeto.

1.4. Hipótese

Discutir sobre conhecimento não é algo novo, pois ao longo da história

da humanidade verificamos que mesmo nas épocas mais remotas os homens

se interessaram pelo conhecimento e aqueles que o possuíam se destacavam

dos demais, e diante de uma ferramenta tão poderosa, muitos alcançaram

triunfo em várias investidas.

O conhecimento representou, representa e representará sempre um

importante trunfo competitivo de grande poder para o homem, e é considerado

mais importante do que o da tecnologia, recursos naturais ou até mesmo mais

valioso que o próprio dinheiro. Há portanto que se considerar o fato que o

conhecimento sem a ação é nulo, ou melhor, nem pode ser considerado como

tal.

É necessário aliar tal recurso a arte da criação, da aquisição de mais

conhecimento, da transferência do mesmo, caso contrário o conhecimento não

alcança o seu ápice mais importante que é a materialização e disseminação do

saber.

1.5. Metodologia

A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho será através

(12)

Segundo Antonio Carlos Gil (2004) a pesquisa é um procedimento

racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos

problemas que são propostos. Esta é desenvolvida mediante o concurso dos

conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e

outros procedimentos científicos.

A pesquisa se realiza por duas razões: de ordem intelectual e de ordem

prática. A primeira decorre do desejo de conhecer pela própria satisfação e a

última decorre do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais

eficiente ou eficaz.

O delineamento da pesquisa está enquadrado no grupo dos chamado,

fonte de “papel” que são pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.

O nosso trabalho será desenvolvido pela pesquisa bibliográfica, onde o

desenvolvimento se da a partir de material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos.

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir

ao investigador a cobertura de uma gama de fenômeno muito mais ampla do

que aquela que poderia pesquisar diretamente.

Segundo Gil (2004), as principais fases da pesquisa bibliográfica são:

1. Determinação dos objetivos: trata-se do desenvolvimento de uma pesquisa

bibliográfica onde varia em função de seus objetivos.

2. Elaboração do plano de trabalho: apresenta a forma de uma coleção de

itens ordenados em seções, capítulos ou índices correspondentes ao

desenvolvimento que se pretende dar à pesquisa.

3. Identificação das fontes: onde serão capazes de fornecer as respostas

adequadas à solução do problema proposto.

4. Localização das fontes e obtenção do material: podendo ser feito a partir

dos fichários das bibliotecas.

5. Leitura do material: através da diversidade de tipos de leitura, leitura

(13)

6. Tomada e apontamentos: para que a tomada de notas seja eficiente, deve

ser sempre realizada levando em consideração o problema da pesquisa.

7. Confecções de fichas: através dos objetivos das fichas e composição de

fichas.

8. Redação do trabalho: não há regras fixas que determinem como se deve

proceder nesta etapa

Convém aos pesquisadores assegurarem-se das categorias em que os

dados foram obtidos, avaliar em profundidade cada informação para encontrar

prováveis incoerências ou contradições e empregar fontes diversas,

cotejando-as cuidadosamente.

1.6. Conteúdo dos capítulos

Esta monografia está sendo dividida em sete capítulos, onde o primeiro

capítulo refere-se a introdução, o segundo trata-se dos desafios estratégicos,

compreendendo desde o planejamento estratégico ao fator humano

competitivo, o terceiro capítulo aborda-se o contexto do surgimento da gestão

de conhecimento, o quarto capítulo, mostra-se o processo de gestão do

conhecimento nas empresas, o quinto capítulo trata-se da importância do

treinamento e desenvolvimento para mudança cultural, o sexto capítulo

analisa-se as conseqüências da implantação da gestão do conhecimento; e

(14)

2. DESAFIOS ESTRATÉGICOS

2.1. Compreendendo o planejamento estratégico

A palavra estratégia é de origem grega, usada para designar a arte dos

generais. Estrategos eram os comandantes que tinham a função de planejar e

fazer guerra na antiga Grécia. Portanto, antes o planejamento estratégico era

restrito aos militares, que depois passou a ser utilizado no campo das

organizações de um modo geral. Segundo Maximiano (1997), hoje a

administração estratégica compõe um dos processos da Moderna Teoria Geral

da Administração.

O pensamento estratégico tomou espaço na história das civilizações

como uma prevenção do caos. Pensar estrategicamente é uma forma de ver o

mundo com foco ampliado, através do planejamento - processo metodológico

com perspectivas em longo prazo, num processo contínuo de aprendizagem.

Para Levy, o processo de planejamento se constitui:

“Uma ferramenta de controle gerencial contínuo. O planejamento é, portanto, o encaixe ideal entre os resultados previstos do cenário (teatro de operações) e os resultados de nossa posição. Dos primeiros surge a circunstância (oportunidades e ameaças) e dos Segundos, a nossa organização e disposição (forças e fraquezas).” (LEVY, 1992, p.34)

Para Maximiano (1997), a preparação do plano estratégico é o resultado

da análise do ambiente e do diagnóstico organizacional.

Na análise do ambiente, Maximiano (1997) que fatores variam de

organização para organização, uma vez que a estratégia procura adaptar a

organização com sucesso a seu ambiente, propiciando transformações,

mudanças na gestão organizacional. Essas mudanças criam oportunidades e

ameaças.

Nesse contexto, Maximiano (1997, p.267) descreve alguns dos

segmentos específicos mais importantes para a formulação da estratégia:

- Análise do ambiente - os principais aspectos são :

(15)

vezes, oportunidades, tais como: novas idéias, novos mercados, novos

conceitos de administração.

Análise do mercado - estudo realizado através da função marketing na

organização segundo o enfoque geográfico, demográfico, psicossocial,

comportamental.

Outros segmentos do ambiente - os considerados mais importantes e os

indicadores de tendências que devem ser monitorados são: mudanças

tecnológicas, ação e controle do governo, mudanças nas condições da

economia, mudanças das normas sociais.

Estudar o futuro - considerado um dos ingredientes mais importantes no

processo do planejamento estratégico.

- Diagnóstico Organizacional: focaliza os seguintes aspectos:

Clientes e mercados - a organização estuda seus clientes e mercados

específicos, inicialmente de forma quantitativa, ou seja, participação dos

clientes no faturamento.

Produtos e serviços - estudo da participação dos produtos e serviços nas

vendas.

Vantagens competitivas - aplicam-se, principalmente, a situações de

concorrência: são fatores que contribuem para que um produto, serviço ou

empresa tenha sucesso em relação aos concorrentes. As principais são:

qualidade de projeto, eficiência e baixo custo, liderança na inovação,

disponibilidade e desempenho na assistência técnica, relações pessoais com

consumidores, conveniência e disponibilidade do produto, entre outros.

Participação no mercado - a organização compara-se com seus

concorrentes a fim de informar-se sobre sua parcela de negócios em relação

aos demais.

Análise de pontos fortes e fracos - é uma fase muito importante em

qualquer processo de formulação de estratégia. Podem ser identificados

através das informações do diagnóstico organizacional, a sensibilidade dos

executivos e funcionários sobre aspectos de melhorias, consultas aos clientes,

(16)

. Missão e negócio - consiste em identificar ou definir a missão para

entender qual a necessidade do mercado a organização satisfaz. Estudar,

definir, e, eventualmente redefinir a missão é uma das tarefas mais importantes

no desenvolvimento de um plano estratégico.

Analisando-se todos esses aspectos que compõem o planejamento

estratégico, consideramos importante abstrair desse contexto, a filosofia da

qualidade como estratégia de concorrência das organizações, destacando-se o

fator humano, o qual denominado nesse estudo o capital humano, com ênfase

no fator diferencial competitivo entre as organizações.

No item seguinte discorreremos sobre a qualidade humana como

complementação desse tópico.

2.2. A qualidade humana

A filosofia da qualidade surge nos dias atuais, como estratégia de

concorrência, destacando-se, de forma determinante, o fator humano com

ênfase no processo da aprendizagem individual e grupal, mudanças de

comportamento e adequação à nova filosofia da qualidade tão dinâmica quanto

o mercado e a tecnologia.

Vargas destaca que a aprendizagem do grupo sustenta-se em dois

pilares: conhecimento e motivação. E define as seguintes premissas:

“A tecnologia de importância estratégica é a aprendizagem coletiva. Essa sim , é difícil de ser dominada. Ela se sustenta em duas premissas: conhecimento e motivação. O conhecimento é assegurado pelo treinamento técnico e em qualidade, e pela educação formal, que também pode e deve ser assumida pelo patrão.” (VARGAS, 2006, p.1)

2.3. As ondas das civilizações

A analise da evolução das civilizações por Toffler (1980), estabelecendo

uma metáfora de tempo com onda, relacionada ao processo de mudanças, de

movimentos, ondas de mudanças que colidem e classifica o impacto das ondas

na história das civilizações em movimentos, quais sejam:

(17)

o ano de aproximadamente 1.750, sendo o seu fator diferencial de poder a

Terra.

A segunda onda, caracteriza-se pela fase industrial e teve seu ponto

máximo histórico, nos Estados Unidos, entre as décadas de 50 e 60, no

momento em que os executivos passam a exceder em quantidade os

operários. Fator diferencial de poder: O capital. Nesta mesma década, inicia-se

a onda da informação e comunicação.

A terceira onda, inicia-se concomitante com o ponto máximo da Segunda

onda, entre o final da década de 50 e o início da década de 60, nos Estados

Unidos, quando ocorre a introdução generalizada do computador, a pílula

anticoncepcional, entre outras inovações de impacto, consolidando-se com o

desenvolvimento da informática. Caracteriza-se pela formação de uma nova

civilização em nosso meio, relativo a estilo de vida, conceitos de vida, estrutura

econômica, de trabalho, identificando-se como fatores diferenciais de poder: a

inteligência, comunicação, software, excelência pela qualidade, e a pessoa

humana com inteligência emocional.

É nessa compreensão da terceira onda, que desenvolve o item seguinte

que enfoca o homem – o capital humano das organizações como fator

diferencial da estratégia competitiva.

2.4. Fator Humano: Fator estratégico – competitivo

Consideramos de extrema importância, destacar o planejamento

estratégico, como complemento das discussões aqui apresentadas, tendo em

vista que foi uma forma concreta de visualizarmos o nosso entendimento sobre

o capital humano hoje nas organizações, como fator diferencial e estratégico.

Nesse contexto, compreende-se que o capital humano passa a compor o

diferencial estratégico das organizações, onde todos os segmentos que

compõem a análise do ambiente e do diagnóstico organizacional, ele se

destaca como fator determinante. Não mais o fator tecnológico, mas o fator

humano que passa a ter uma evidência.

(18)

e as ameaças e oportunidades, o fator humano destaca-se principalmente em

dois seguimentos: Análise da concorrência, dada a capacidade de competir

‘intelectualmente’ com novas idéias, novos conceitos de administração,

propiciando novas necessidades no mercado. Ora criando ameaças, ora

oportunidades para as organizações, dependendo aonde ele se encontre a

serviço.

O que destacamos nesse contexto, é que o profissional que utiliza o seu

potencial, não somente o racional do aprendizado, mas o seu lado intuitivo,

empreendedor, aquele que faz acontecer, esse faz o diferencial, estratégico.

"Fazer diferença nada mais é que conseguir deixar sempre a sua marca nas

coisas que você faz...", diz Toledo (1998, p.39), Presidente da Motorola do

Brasil, e complementa: “É, entre outras coisas, ter a capacidade de operar com

muitas variáveis ao mesmo tempo e identificar rapidamente quais são as mais

importantes ”.

Diagnóstico Organizacional – é nesse momento do planejamento em

que os administradores olham para dentro da própria organização numa

análise dos pontos fortes e fracos para enfrentarem as ameaças externas,

identifica-se o capital humano de forma diferencial no item vantagens

competitivas.

Considerando que as vantagens competitivas aplicam-se,

principalmente, em situações de concorrências, podemos destacar o fator

humano como ponto estratégico em seis itens dos onze citados pôr Maximiano

(1997) apresentadas no tópico anterior, quais sejam: liderança na inovação,

disponibilidade e desempenho da assistência técnica, relações pessoais com

consumidores, conveniências e disponibilidade do produto.

Bernadi (1997, p.124), sobre esse assunto comenta em uma reportagem

à revista Exame, que traz como tema de capa O Capital Humano, cita

que:“reter e atrair talentos tornou-se uma questão de vida ou morte para as

empresas. O chamado capital humano pode matar e pode salvar.”

A reportagem retrata sobre os reflexos das reestruturações,

reengenharias, downsizings, rihtsizings, que abalaram a estrutura das

(19)

“síndrome dos sobreviventes das demissões”, na qual os sentimentos de

lealdade e segurança foram substituídos pela desconfiança e ansiedade,

mexendo também na estrutura de lealdade do empregado em relação à

empresa, em relação ao aspecto tradicional, ocorrendo em conseqüência o

desapego ao emprego, no momento em que mais que nunca as empresas

mais precisam de talentos, os bons profissionais não esquentam cadeiras.

Enfoca que um estudo feito recentemente nos Estados Unidos

identificou que o número de empregados que deixaram o emprego por conta

própria aumentam em 30%. Uma pesquisa feita pela Towers Perrin entre

2.500 funcionários de diversas empresas dos Estados Unidos mostra que 60%

deles não recomendariam a seus amigos quem procuram emprego nas

companhias em que trabalham. No Brasil, um levantamento feito recentemente

pela Standard Ogilvy & Mather em seis principais estados mostrou que mais da

metade das pessoas considera muito mais atrativo ter o próprio negócio do que

trabalhar numa empresa.

Essa nova realidade traz sérias conseqüências ás empresas. Bernadi

(1997) cita três dos principais problemas. Primeiro, é perder capital humano

numa época em que pouca coisa é tão crucial para os negócios quanto ter

gente talentosa cuidando deles. Segundo, os funcionários talentosos levam

junto consigo quando vão embora: clientes, fornecedores, contatos de parceria

e até por mais ético que sejam projetos. O último e talvez o pior dos prejuízos,

é o fato de que, ao deixar a empresa, os talentos em geral vão fortalecer os

concorrentes.

Essa realidade nos mostra que as relações de trabalho no mundo e,

particularmente estão passando por processos de quebra de paradigmas, que

vêem impulsionando um novo perfil profissional que, ao descobrir seu potencial

humano, ao capitalizá-lo institucionalmente, meio mais deseja se subordinar às

condições de uma organização. Deseja ter seu próprio negócio, despertando

cada vez mais a consciência de investir em si.

Por outro lado, as organizações para sobreviverem no mercado,

necessitam de boas executivos. E, perder esse capital humano é prejuízo, é

perder uma boa parte do que é hoje o diferencial competitivo; sem contar com

(20)

e os aspectos de nova contratação e formação de outro bom executivo: outro

capital humano.

2.5. Contexto onde Surge a Gestão do Conhecimento

O termo “gestão do conhecimento” provoca discussões sobre o seu

significado, aplicação e abrangência.

Klein (1998, p. 187) afirma que: “o processo de aprendizagem

organizacional pode ser identificado como “um modelo de três estágios”:

a) aquisição;

b) compartilhamento; e

c) utilização do conhecimento.”

Sabe-se que os estágios citados acima, já são praticados desde o início

da humanidade, tanto pelas organizações civis, religiosas ou militares, quanto

pelas sociedades.

Conforme Lévy (1993) apud Coelho (2006), são três as etapas do

processo de difusão do conhecimento: a) oralidade (primária e secundária); b)

escrita; e c) informática. Entretanto, ao vislumbrarmos que a informática é

apenas uma das possíveis categorias de expressão das formas escrita e oral,

podemos argumentar que, na história da humanidade, os processos de gestão

e de difusão do conhecimento devem ser subdivididos, não apenas em três,

mas em quatro grandes dimensões: a) da oralidade; b) da escrita; c) da

impressão; e d) da informática; sendo que estas etapas podem ser

complementares, umas às outras, e possuem patamares de complexidade,

intensidade e abrangência cada vez maiores.

Porém, antes do surgimento da escrita, já existiam as pinturas rupestres

e inúmeros conhecimentos (sobre como preservar o fogo, plantar e colher,

fazer ferramentas e armas com ponta de sílex, construir uma roda etc), assim

como, já existiam os rudimentos das atuais formas de transmissão e de

reutilização de conhecimentos, seja por meio da manutenção das tradições

(21)

preservação e a difusão, não só de informações e conhecimentos, mas de uma

variedade de patrimônios e identidades culturais.

Conforme Coelho (2006), durante o século XV, houve a invenção da

tipografia (a impressão com caracteres móveis, criada por Johann Gensfleish

Gutenberg), que, casualmente, proporcionou o sucesso do protestantismo, à

época, mas que, principalmente, permitiu a popularização dos jornais

(importantes veículos difusores de informações, formadores de opinião e de

cidadania, mas também utilizados como instrumentos de propaganda e de

manipulação política), dos livros e da leitura, ou seja, ocasionou uma

verdadeira revolução nas formas e na velocidade com que eram transmitidas

idéias, informações e conhecimentos.

A partir da década de 90, o conceito de conhecimento incorporou-se à

gestão empresarial. Mais importante do que adquirir e gerar informação para a

tomada de decisão estava a capacidade da organização de gerenciar o

conhecimento organizacional. Surgiu então o conceito de organização baseada

no conhecimento – aquela que reconhece o conhecimento como recurso

estratégico e cria conhecimento que pode ser processado internamente e

utilizado externamente, aproveitando o potencial de seu capital intelectual,

onde o profissional do conhecimento é componente crítico (GARVIN, 1993).

Davenport; Prusak (1998, p. 61), afirmam que o processo de gestão do

conhecimento pode ser gerenciado e é composto por três etapas: “a) geração;

b) codificação; e c) transferência do conhecimento, sendo que na etapa de

geração, podem existir cinco modos de se gerar o conhecimento:

a) aquisição;

b) recursos dedicados;

c) fusão;

d) adaptação; e

(22)

“O sucesso das empresas japonesas se deve a suas habilidades técnicas na criação do conhecimento organizacional”, ou seja, “na capacidade que uma empresa tem de criar conhecimento, disseminá-lo na organização e incorporá-disseminá-lo a produtos, serviços e sistemas.

[...]

um número crescente de estudiosos nas áreas de organização industrial, gerenciamento da tecnologia, estratégia gerencial e teoria organizacional começou a teorizar sobre a administração do conhecimento”. (NONAKA & TAKEUCHI, 1997, p.11)

Os autores acima citados são considerados como os criadores da

“Espiral do Conhecimento”, onde esta esclarece a inovação e a criação de

novos conhecimentos organizacionais que derivam dos conhecimentos abaixo:

Quadro 1. Conhecimento tácito x conhecimento explícito

Fonte: NONAKA, I.; TAKEUCHI, H., 1997, p.69.

Segundo a análise realizada em Coelho (2004) percebe-se que existem

quatro modos diferentes de conversão do conhecimento:

a) de conhecimento tácito em conhecimento tácito, que chamamos de

socialização;

b) de conhecimento tácito em conhecimento explícito, que denominamos

externalização;

(23)

d) de conhecimento explícito para conhecimento tácito, ou internalização.

Segundo Senge, as organizações que aprendem são:

“Organizações onde as pessoas expandem continuadamente sua capacidade de criar os resultados que elas realmente desejam, onde maneiras novas e expansivas de pensar são encorajadas, onde a aspiração coletiva é livre, e onde as pessoas estão constantemente aprendendo a aprender coletivamente.” (SENGE, 1990, p.3)

Conforme Cherubini Neto (2003, p.40), a definição mais aceita de

conhecimento, dada por Platão, e já apresentada anteriormente, diz que o

conhecimento é “crença verdadeira justificada”. Gestão é definida atualmente

como o processo circular de planejar, organizar, dirigir e controlar. Portanto, por

definição, gerenciar (ou administrar) o conhecimento seria um tanto

complicado. Pois, planejar, dirigir e controlar a crença em algo

comprovadamente verdadeiro parece ser difícil.

As organizações podem adotar diferentes estratégias para executar

atividades de gestão de conhecimento e gerenciar seu conhecimento. Duas

dessas estratégias são descritas a seguir (HANSEN et al., 1999) apud

(MENDES NETO, 2005):

a) Codificação: consiste em transformar o conhecimento tácito,

presente na mente dos colaboradores da organização, em

conhecimento explícito. Este conhecimento armazenado na MO, é

compartilhado entre os demais colaboradores da organização;

b) Personalização: consiste em proporcionar a troca de conhecimento

entre os colaboradores da organização por meio da interação entre

esses colaboradores. Para isso, faz-se necessário o investimento em

tecnologias de interação.

Cada organização pode selecionar a estratégia de gestão do

conhecimento que lhe for mais conveniente, avaliando os fatores

organizacionais envolvidos. Qualquer que seja a estratégia selecionada, será

(24)

Conclui-se que a gestão do conhecimento trata-se do processo que

tenta afirmar que as funções exercidas da empresa sejam modificadas em

novos processos e em produtos ou soluções inovadoras, como também,

considerada como um novo modelo de gerenciamento das organizações,

enfatizado nas inovações de estratégias, na aprendizagem sucessiva e na

(25)

3. PROCESSO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS EMPRESAS

Ao estudar o processo de mudança nas Organizações, é fundamental

que se faça uma retrospectiva de como se deu a hegemonia industrial,

comercial e econômica norte americana e sua influência sobre o resto do

mundo, especialmente o Brasil, visto que muitas empresas ali instaladas foram

montadas a partir da década de 40, sustentadas em ideologias neoliberais,

projetadas no princípio americano da pretensa verdade do período pós-guerra.

Tal posição tem mantido algumas economias mundiais, entre elas o Brasil, sob

uma grande dependência no mercado financeiro internacional, o que tem

dificultado seu crescimento sócio-econômico e político.

Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, havia pelo menos três

grandes pólos de desenvolvimento político e econômico no mundo: a Europa, o

Japão e os Estados Unidos. “Dos três pólos econômicos e industriais, apenas o

americano havia sobrevivido à destruição do pós-guerra”. (WATERMAN

JÚNIOR, 1989, p. 148). Até a década de l960, os Estados Unidos viveram uma

notável hegemonia industrial, comercial e econômica que vinha desde o

pós-guerra. Já nas décadas de 70 e 80, as empresas norte-americanas tiveram de

enfrentar o desafio representado pelo renascimento de seus concorrentes na

Europa e no Oriente.

Passou-se a falar em reinventar a empresa, e surgiu a sociedade da

informação, o redirecionamento estratégico de recursos de capital para os

recursos humanos, a eliminação de níveis intermediários de gerência e a

previsível falta de capacidade produtiva das empresas para atender ao

crescimento dos mercados nas décadas de 80 e 90. (ANSOFF, 1993, p.299)

No Brasil, a preocupação com o futuro das organizações só se iniciou na

década de 1990, com a onda de concorrência; ao contrário dos Estados Unidos

que passaram a ter crescentes dificuldades já na década de 1980, o país ficou

uma ou duas décadas atrás dos norte-americanos na busca de mecanismos

adequados de reformulação dos negócios e adaptação às inevitáveis

mudanças mundiais e culturais dentro e fora das organizações.

Os anos 90 serão conhecidos no futuro como o período da grande

(26)

os administradores com a capacidade de analisar, predizer e controlar o

comportamento das organizações complexas. Mas o mundo que a maioria

desses administradores habita freqüentemente parece ser imprevisível, incerto

e mesmo incontrolável. (FREEDMAN, 1982, p.26).

A modernização tem seu lado positivo e negativo, portanto é função dos

atuais administradores saber tirar proveito da situação e, nas incertezas e

instabilidades, encontrar espaços e oportunidades para responder ao mercado

bastante exigente e a cada dia tornar as empresas mais competitivas.

O convívio com as incertezas de uma organização deve ser saudável o

suficiente para que os momentos de instabilidade sejam transformados em

oportunidades. Para isso faz-se necessário, segundo Morin (2000), trocar

muitas vezes, principalmente em momentos de crise e instabilidade, o

planejamento estratégico convencional pelo planejamento guiado pela

descoberta. E isso só acontecerá, através de um planejamento que permita

transformar as suposições em conhecimentos para que seja possível

descobrir-se qual a melhor oportunidade antes de fazer-descobrir-se grandes investimentos.

“Os tempos novos exigem idéias inovadoras e eficazes, no entanto, a

maioria dos administradores continuam a repetir o mesmo padrão pensando

que seus êxitos passados vão criar o futuro” (MORIN, 2000, p. 45). Sabe-se

que os atuais administradores têm consciência da necessidade de mudar;

muitas vezes o que os mesmos não percebem é que os mecanismos que estão

usando não são suficientes para promover a mudança necessária, visto que

muitas das mudanças são reativas e não o resultado de um planejamento

estruturado, favorecendo ações com base no conhecimento de prospecção do

mercado interno e externo.

Muitas vezes “os administradores devem se preparar para abandonar

tudo o que sabem” (VENOSA, 1998, p. 87) chegando até a “reinventar a

empresa” existente há muitos anos, através de estudos da evolução da Cultura

das Organizações, quer internamente quer no seu contexto externo mais

complexo, sob pena dela tornar-se obsoleta e desaparecer.

Com o avanço da empresa moderna, reconheceu-se no homem o mais

(27)

elemento humano traduz a valorização do indivíduo em seu meio, levando-se

em consideração a Cultura Organizacional, quer na sua relação com o contexto

interno, quer no contexto externo mais complexo, sob pena da empresa

tornar-se obsoleta, tornar-ser boicotada e até mesmo desaparecer.

Para se chegar a uma maior compreensão da natureza da organização,

porque e como ocorrem as transformações, faz-se necessário analisar os

aspectos gerais da cultura, particularmente o processo de mudança da cultura

organizacional no seu aspecto sociopsicossocial, como conflitos, resistências e

forma de administrar. Daí a necessidade de recuperar o momento de criação

de uma Organização e sua inserção no contexto político e econômico da

época, levando-se em consideração o papel desempenhado pelo fundador,

visto que é quem idealiza o projeto da organização, com poder para

estruturá-la de acordo com sua visão do mundo e da organização, seu modo de agir e de

avaliar os resultados. Outros aspectos que devem ser levados em

consideração são os incidentes críticos ocorridos na Organização, tais como:

crises, expansões, pontos de fracassos ou sucessos. Nestes momentos, certos

valores importantes de serem preservados ou questionados, vêm à tona com

maior nitidez, pois as mudanças e ameaças levam os dirigentes e os grupos

sociais a tomarem decisões recriando ou avançando e, acima de tudo, a se

aproveitarem dos potenciais e das habilidades para superar a crise. (ANSOFF,

1993, p. 301)

São variáveis para sucesso ou insucesso de uma organização: o nível

de turbulência ambiental, a agressividade da estratégia da organização e a

sensibilidade à mudança por parte da potencialidade interna da organização.

Isso significa que o uso das potencialidades, de forma consciente e

contextualizada, faz com que o ambiente seja transformado, objetivando a

superação de dificuldades e maior velocidade no atingimento de metas e

objetivos propostos. (ANSOFF; MCDONNELL, 1993, p. 304).

A realidade foi demonstrando que o impacto das mudanças gerava

inúmeras resistências. Cada indivíduo constrói o conhecimento por si mesmo,

organizando o que interpreta da experiência, tornando essa interpretação como

(28)

estáticos são ameaçados, o homem procura um equilíbrio diante de tantas

mudanças complexas ao seu redor.

Para Chiavenato (1996), a vida das pessoas em regra é determinada por

paradigmas. Eles vêm a ser um conjunto de regras que definem as fronteiras

entre o certo e o errado entre o que é verdadeiro e falso, entre o que se deve

ou não fazer. Portanto, mudar paradigmas é tarefa muitas vezes ousada que

exige coragem, determinação, conhecimento do presente e visão do futuro,

visto que toda tomada de decisão futurista envolve riscos pelo fato de não ser

uma certeza, apenas uma hipótese que as pessoas e o próprio administrador

de uma empresa devem defender como certeza, rumo ao alcance dos

objetivos, até que se prove o contrário. Os paradigmas definem a cultura

organizacional.

Ao investigar o processo cultural com vistas à construção de uma

biografia organizacional, através de documentação e entrevistas, é possível

identificar os principais períodos de formação da cultura, analisar as crenças,

valores e convicções dos criadores ou portadores da cultura. Para cada crise

ou incidente concretizado é preciso identificar o que foi feito e como foi feito e

por que foi feito e, a partir daí, tirar os diagnósticos culturais adotados naquela

organização, levando-se em consideração as propostas dos criadores, suas

metas, sua visão do mundo e da organização, seu modo de agir e de avaliar os

resultados, além dos motivos alegados para a tomada de decisão e se a

mesma foi compartilhada.

Para se criar, aprender e manter os vários níveis dos padrões culturais

de uma Organização, seus valores e normas devem estar bem claros e

disseminados entre seus membros de forma bem tangível para que os mesmos

possam comungar de suas idéias, ter uma percepção mais ampla da

organização e se transformarem em colaboradores e formadores de opinião, o

que pode ser percebido através de ritos como, gestos, linguagem,

comportamentos ritualizados, e atitudes que salientam uma visão contextual

apropriada a cada ocasião. Segundo Crainer (2000), os ritos organizacionais

são facilmente identificáveis, porém dificilmente interpretáveis, daí a

(29)

interpretativas sobre ritos e comportamentos do grupo, visando administrar a

cultura organizacional.

A disseminação da cultura organizacional, apesar de necessária, é

concebida como um conjunto de valores e pressupostos básicos que em sua

capacidade de atribuir significações e construir a identidade organizacional,

tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como ocultam e

instrumentalizam as ações de dominação, cabendo ao administrador o desafio

de não se esquecer de que atrás de todo este processo existem pessoas e que

o maior desafio em nossos dias consiste em, segundo Dantas:

“Construir uma sociedade ou comunidade de pessoas, no plano das nações e do mundo, cujas estruturas sejam condizentes com o ser pessoa que define o homem. De modo que o mercado impessoal e o lucro, por si só, não podem consistir no critério norteador da vida dos povos e de suas nações.” (DANTAS, 1999, p.32)

A questão da responsabilidade social também faz parte da organização

moderna, visto que a mesma precisa estar inserida em uma comunidade e

necessita tomar decisões a respeito de pessoas, bem como decidir e fixar

regras e disciplinas necessárias para obtenção de resultados sem contudo

chocar sua cultura com a da comunidade, visto que a sua missão deve ser

preservada para que a organização prevaleça, exercendo sua contribuição

social voltada para o público interno e externo. A este respeito Hammer (1997,

p. 12) estabeleceu um princípio radical: “o projeto de trabalho não deve ser

baseado na administração hierárquica e na especialização, mas no processo

de negócio e na criação de valor para os clientes”.

As peças fundamentais no processo de mudança na organização são o

gestor e o estilo que ele adota junto ao grupo. Como essas mudanças afetam

diretamente a cultura organizacional, essa pessoa-chave deve ter, além do

conhecimento sobre essa cultura, uma mentalidade voltada para o novo, para a

quebra de suas próprias resistências, e o aprofundamento sobre os processo

de mudanças nas organizações. Aspirando maior velocidade, alguns

administradores deixam de enfatizar a necessidade de proporcionar à

organização, as habilidades para assegurar que o processo seja contínuo e o

sucesso seja duradouro. Para seguir em frente, o líder que almeja que sua

(30)

comprometida com a ação e otimização dos processos, pois a verdadeira

transformação do negócio ocorre com a participação da própria direção e o

envolvimento do corpo funcional da empresa através de uma gestão

participativa.

O mercado exige cada vez mais um perfil de profissional multitarefas

que, através da liderança horizontal, requer um maior envolvimento da equipe,

quer no processo de tomada de decisão, quer na divisão das

responsabilidades, quer na delegação de poderes com vista à obtenção de

resultados compartilhados de forma tempestiva e com o menor risco calculado.

O verdadeiro líder não teme a força de seus parceiros. Ao contrário, ele

os encoraja, ele os incentiva elogiando-os e os promovendo quando

merecedores. Ele vê o sucesso de seus companheiros como sendo também

seu e não como ameaça. Segundo Drucker (1995, p. 60) “um líder eficaz sabe

que a tarefa suprema da liderança é a criação de energia e visão humana e o

requisito final para que isso ocorra é a necessidade de ganhar a confiança, pois

de outro modo não haverá seguidores”.

Gestão participativa é um processo contínuo de aprendizado entre o

administrador e seus subordinados onde cada um tira maior proveito da

relação, quer através de apoio, de reconhecimento, quer através do

envolvimento nos processos onde as responsabilidades são compartilhadas.

Shinyashiki, analisando o papel do líder em uma organização faz o seguinte

comentário:

“Os líderes têm que ser como equilibristas de prato, que geralmente

apresenta-se fantasiado de chinês. Todo circo ostenta

orgulhosamente os seus. Eles ficam ali no picadeiro, tentando manter em equilíbrio vários pratos colocados sobre varinhas flexíveis, todas girando ao mesmo tempo. Quando algum, diminuindo o ritmo de rotação ameaça cair, o chinês imediatamente dá um o que especial que revigora e estimula.” (SHINYASHIKI, 1995, p.89)

A idéia de ter o poder vai além do real papel do gestor. O gestor é

apenas o maestro, o poder real está no grupo, que é capaz de boicotar

qualquer plano do qual não faça parte. Daí porque o gestor precisa quebrar

suas próprias resistências, conhecer seu ambiente, mudar sua mentalidade e

ver as vantagens do processo decisório negociado com a equipe. Mesclado a

(31)

para alavancar os potenciais das pessoas e da equipe, de onde deverão sair as

melhores idéias, projetos e realizações para o engrandecimento da empresa e

das pessoas. É preciso que o gestor saiba conduzir a riqueza da participação

para conseguir e obter resultados benéficos a todos. A legitimação do poder

que lhe foi confiada é feita pelo grupo, de acordo com suas posturas no

desempenho do papel.

Como forma de preservar a cultura organizacional da empresa surge

uma das principais competências que o administrador deve desenvolver neste

contexto: que é o papel de líder educador, incentivando a participação do grupo

em programas de treinamento e integração de novos funcionários. É através

das estratégias de integração do indivíduo à organização que os valores e

comportamentos vão sendo transmitidos e incorporados e os conceitos de

organização são repensados com o surgimento de novos padrões de poder e

influência que se traduzem em grandes mudanças ocorridas cada vez mais em

ritmo acelerado, como é o caso da Tecnologia da Informação.

Aos administradores, cabe a responsabilidade de redesenhar sua

organização dentro das exigências do mercado com capacidade de responder

às múltiplas necessidades com rapidez e em tempo real. Identificada essa

necessidade de transformação radical por que as empresas precisam passar, é

necessário que o administrador esteja constantemente antenado com a

tecnologia da informação e a própria reengenharia. Daí porque essa nova

maneira de enxergar a organização leva não apenas a desenhos

organizacionais novos, mas também a novos mecanismos produtivos e

gerenciais, com os quais as empresas precisam se familiarizar.

Embora já se tenha avançado além da Era Industrial, o modelo de

negócio ainda carrega consigo características mecanicistas, visto que o modelo

básico de negócio continua enraizado nos conceitos daquela época. As

diversas partes da máquina empresarial, estão percebendo que precisam se

conectar e se comunicar umas com as outras e estão procurando o caminho

para esse diálogo, visto que as mudanças são inerentes ao próprio progresso e

não serão as organizações que irão impedir o mundo de mudar.

A tecnologia surge como fator único e de maior importância para

acompanhar e implementar as transformações do mundo, das empresas e do

(32)

esteja preparada para a concorrência a qualquer hora e em qualquer lugar do

mundo, pois a vantagem competitiva não acontecerá por acaso.

Alguns executivos mudaram com sucesso suas teorias do negócio.

Porém, para cada executivo aparentemente milagroso, há inúmeros outros

cujas organizações tropeçam. A renovação de uma teoria obsoleta não pode

depender de milagres. Os executivos eficazes partem de diagnósticos e

análises e aceitam que a realização dos objetivos e o crescimento rápido

exigem que se repense a teoria do negócio. Eles tratam um fracasso

inesperado como um sintoma de “fracasso dos sistemas”. E não assumem o

crédito por sucessos inesperados, mas os tratam como desafios as suas

hipóteses. (DRUCKER, 1995, p.145).

O crescimento acelerado da informação que caracteriza o mundo dos

negócios moderno, a rápida obsolescência do conhecimento causada pelas

contínuas mudanças tecnológicas e mercadológicas torna a necessidade de

aprendizado mais importante do que nunca. As pessoas assumem novas

funções a um ritmo acelerado, antigas funções mudam rapidamente e as

demandas de treinamento para que as pessoas simplesmente permaneçam

trabalhando não param de crescer. A quantidade de coisas para aprender e a

velocidade em que temos que fazer isso transformam o aprendizado em um

desafio a vencer o que requer um novo pensamento e novos recursos.

Tamanho desafio não seria possível se não fossem as novas possibilidades

que a internet oferece para transmitir conhecimentos e informações.

No redesenho da empresa moderna que busca excelência e espaço no

mercado é imprescindível a utilização da tecnologia para viabilizar

produtividade, redução de custos, melhor logística e qualidade como meio de

alavancar resultados e de se tornar mais competitiva. Isso exige um processo

constante de engajamento e aproximação do profissional de tecnologia da

informação e o profissional do negócio para conseguir um alinhamento das

estratégias com vista a melhorias das ações que envolvem não só o produto,

mas principalmente o consumidor final.

Com o desenvolvimento da tecnologia e o aumento da competição,

algumas empresas mudaram sua abordagem e começaram a se voltar para o

cliente. Essas empresas expressam uma nova disposição em modificarem seu

(33)

de marketing cuja orientação é voltada para a criação e o aperfeiçoamento

contínuo dos processos, baseado no conhecimento e na experiência existente

na organização.

Gestão participativa é um processo contínuo de aprendizado entre o

administrador e seus subordinados onde cada um tira maior proveito da

relação, quer através de apoio, de reconhecimento, quer através do

envolvimento nos processos onde as responsabilidades são compartilhadas.

Tendo ainda como função em partilhar as decisões que afetam a empresa, não

apenas com os funcionários, mas também com clientes ou usuários,

fornecedores e, eventualmente, distribuidores ou concessionários da

organização.

A administração das pessoas, no âmbito das organizações, passa

atualmente por uma nítida fase de transição. A impressão que se tem é de que

se tenta “descobrir” um caminho que não seja o do tradicional – e ainda

resistente – taylorismo1 e que se coadune com o atual desenvolvimento

tecnológico, responsável pelas principais mudanças no comportamento do

profissional moderno. De qualquer maneira, a previsão, para o final desta

década e durante a próxima, é que gerenciar pessoas vai requerer dos

profissionais uma habilidade extra.

Como alternativa, fugindo da administração tradicional, a administração

participativa, em seu conceito mais amplo, parece-nos ser uma boa opção.

Pelo menos, atende às expectativas da atual evolução e às exigências tanto

dos recursos humano como da tecnologia. De um lado, promulga o consenso,

a harmonia e a cooperação, em se tratando de relacionamento interpessoal; de

outro, otimiza, em consequência, a produtividade, a qualidade e a eficácia,

fatores preponderantes para a sobrevivência, competitividade e harmonia das

organizações.

A administração participativa, tratada com base na teoria, é um discurso

fácil. Todavia, o desafio é colocá-la em prática. Sabemos que isso requer

mudanças culturais, de postura e, principalmente, de atitudes. A dificuldade, a

nosso ver, reside num campo muito conhecido e ao mesmo tempo

extremamente complexo, pois sabemos que só se faz administração

1 Taylorismo trata-se de um modelo de produção que vem concretizar o processo capitalista onde o trabalhador perde a

(34)

participativa através das pessoas, e aí está a dificuldade. Ao longo do tempo, a

administração científica não nos ensinou como “trabalhar” as pessoas com

relação a seus estímulos, criatividade, desafios e relacionamento aberto. O

sistema normatizado de Taylor previu tão-somente uma administração pelo

poder, o que, evidentemente, tornava as coisas muito mais simples, porém não

mais produtivas e muito menos humanizadas.

Atualmente o desafio empresarial é infinitamente maior e, em face do

progresso tecnológico por que passa o mundo, devemos atualizar os meios

para que cheguemos aos fins a que nos propomos. E, evidentemente,

embutidas nos meios estão as pessoas, que mudaram, assim como os

periféricos, exigindo novos métodos no que tange principalmente ao convívio

interpessoal. Infelizmente, o “faz porque EU estou mandando” ainda é um

arrogante jargão bastante utilizado, mesmo pertencendo ao passado.

Sentimos, no dia-a-dia, a necessidade de uma administração com base nos

conceitos de liderança, com criatividade e – por que não? – até com jeitinho

brasileiro.

O paradoxo de toda essa história é que o cérebro humano, constituído

por cerca de 14 bilhões de neurônios (aliás, nenhum computador se aproxima

dele), continua a ser utilizado para apertar parafusos ou simplesmente para

datilografar... Não se pensa em desafiar o potencial das pessoas em seu

habitar de trabalho.

É bom ter em mente que a administração participativa não é uma

varinha de condão que, milagrosamente, vai acabar com as dificuldades e

promover bruscamente mudanças na cultura organizacional. Ela é um caminho

que, utilizado com maturidade, objetividade e boa dose de paciência, deve

levar a resultados promissores a médio e a longo prazos. (BERGAMINI, 1996:

12)

Programas como os de Análise e Engenharia de Valor, Balanço Social,

Círculos de Controle da Qualidade, Zero Defeito, Grupos Semi-Autônomos

(Semauto), Plano de Sugestões, Programa de Representação dos

Empregados, Total Quality Control (TQC) ou Qualidade Total, e outros, podem

ser um bom começo na busca da participação. Todas essas atividades tentam,

(35)

modo que a prática da co-gestão venha a estabelecer um equilíbrio menos

conflitante e mais harmonioso entre o capital e o trabalho.

Os meios de comunicação mostraram que a administração participativa

tem sido, nos últimos anos, objetivo de debates e estudos por parte de

inúmeros especialistas do comportamento.

Definitivamente, não se pode entender, e muito menos explicar, o desejo

e o anseio das pessoas de realizarem suas tarefas tendo como único

argumento as carências humanas e naturais. É premente que sejam dados

mais estímulos ao processo participativo, como treinamento (principalmente em

liderança e relações humanas), planos de reconhecimento (destacando a

criatividade), organização (com estabelecimento de planos estratégicos,

coordenação e acompanhamento) e educação profissional (como base de

tudo). (CHIAVENATO, 2000)

Finalizando, acha-se que a necessidade de utilização de uma

administração participativa sem preconceitos, efetiva e duradoura, transcende

um simples resolver adotar.

Atualmente, essa estratégia é vista como condição de sobrevivência das

organizações. A existência de um século de uma estrutura organizacional na

qual algumas pessoas pensam e a maior parte delas executa já foi suficiente, e

até funcionou em alguns casos. Hoje, não há mais justificativa, pois as pessoas

precisam participar, contribuir, praticar a nova “ciência” chamada “achologia”.

Informa-se a todos a comprarem essa idéia sem que seja necessário um

vendedor bater à porta.

A competição entre as organizações empresariais, em nível nacional ou

internacional, tem sido pauta constante de reuniões, planos estratégicos,

congressos e foros específicos.

A sensação reinante é de total expectativa, sobretudo quando se trata de

sobrevivência no mercado. Certamente, não é tranqüila a manutenção da

competitividade desde 1992. Já não deve estar sendo fácil hoje, diga-se de

passagem; todavia, a partir de 2004, com certeza teremos mais desafios.

É necessário trabalhar, agir, e agora! Podemos começar

conscientizando nossos trabalhadores e empresários sobre o perigo, por

(36)

O investimento em sua conscientização, em sua preparação e,

principalmente, em sua educação profissional consistirá numa arma poderosa

nessa disputa mercadológica. Por esse caminho, com certeza, nossa

capacidade competitiva emergirá e poderemos não só conquistar valiosos

espaços nessa “guerra declarada", mas também contribuir para o

desenvolvimento e a satisfação, oferecendo dias melhores para o nosso povo.

As pessoas evidenciam claramente interesses diferentes umas das

outras. Consequentemente é razoável imaginar que não estejam fazendo as

mesmas coisas pelas mesmas razões. É justamente dessa diversidade que

advém a imensa riqueza e a principal fonte de entendimento do paradoxal

fenômeno do treinamento humana.

No começo houve uma reação negativa a ênfase teórica dada aos

conceitos de treinamento. O impulso destacou-se como principal conceito

motivacional dos anos 20 aos anos 50; até que se tornaram evidentes uma

série de dificuldades com relação ao impulso. Também apareceram as noções

de instinto, através de pesquisas feitas com animais.

Quando as teorias foram consideradas como válidas, a seguinte

pergunta foi formulada pelos estudiosos: “qual é exatamente a função dos

conceitos motivacionais na descrição e análise do comportamento?”. É com

base nesta questão que cito algumas das mais estudadas teorias sobre

treinamento humana.

Os fatores biológicos do treinamento humana estabelecem limites ao

nosso comportamento, ou seja, passamos certa parte de nosso tempo

comendo, bebendo e dormindo, daí passaremos a analisar mais amplamente o

treinamento abordando algumas condutas que são adquiridas através da

interação do organismo e o meio ambiente.

Pode-se apontar as metas e objetivos que nossos organismos procuram

e indicá-los como explicações para o comportamento, mas não ultrapassaria os

limites do senso comum. Essas razões dadas as nossas condutas ajudam a

entender, e não a explicar, o comportamento. Na opinião de estudiosos o

comportamento de todos os organismos deve ser abordado, pelo menos

inicialmente, do mesmo ponto de vista que o comportamento dos objetos

inanimados, ou seja, procurando a causa, ou melhor a força, que conduz um

(37)

preveja a ação de organismos de modo objetivo como de um físico trabalhando

com átomos. Mas não se pode questionar que organismos tais como o do

homem, agi de forma aleatória variando de acordo com a sua vontade, em

outras palavras, não há regras para forma de ação de um organismo. O

impulso determina a ação que resulta em treinamento natural provocada por

uma força ou razão externa.

Qual é a natureza dessa força? De acordo com o psicólogo Clark Hull,

todo impulso é atribuído a uma necessidade primária do organismo, seja ela

fome, sede, sono, etc. Segundo ele essas necessidades davam um empurrão

(impulso) que o organismo necessitava para e satisfazer. (MASLOW, 1975)

Como conclusão temos que o treinamento é um processo energizador

que tem raízes nas necessidades fisiológicas do organismo.

O impulso foi retido como conceito até agora porque, seja qual for o

treinamento adicional que possa interferir-se do meio ambiente, partimos do

princípio de que existe uma força básica de impulso, usualmente oriunda das

necessidades do organismo e que o impele à atividade, independentemente

das condições ambientais. A teoria do incentivo opõe-se a do impulso dizendo

que o treinamento é a atração do incentivo. Em outras palavras o organismo

depende do treinamento para atrair o incentivo de continuar a fazer o que

necessita ou simplesmente quer. Mais uma vez a idéia de que o treinamento

parte de dentro do organismo, e que o leva a achar tais motivos de finalidade

de ações. Os incentivos são reforçadores do treinamento. Mas se o reforço é

externo teremos que considerar nossas ações baseadas em estímulos

interpretados.

Usamos a palavra emoção para interpretar o fato de que uma pessoa

está excitada em uma certa escala. Algo do que excitação significa pode ser

compreendido tendo em mente as teorias anteriores sobre padrões fisiológicos.

As alterações do nosso organismo vem das emoções sentidas, qualquer que

seja ela representa a uma excitação ou ativação.

Desse ponto de vista a emoção é um estado de excitação, pode ser

detectada por um eletroencefalograma ou por simplesmente uma das reações

Referências

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