rev bras ortop.2016;51(3):245
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
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Editorial
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Ainformac¸ãoeadivulgac¸ãodoconhecimentotêm acompa-nhadoasdiversasmídiasdecomunicac¸ãodisponíveis.
A forma escrita é a mais duradoura e mudou o rumo dahumanidade,permitiu aperpetuac¸ãodeconhecimentos adquiridosaolongodahistória.Cercadaderegrasede precei-tosbásicos,acomunicac¸ãoescritaéabaseparaoutrasformas deinformac¸ão,poismesmoainformac¸ãofaladaéprecedida porumtextoaserlido.
Por mais inovac¸ões nas ilustrac¸ões e na qualidade de impressão,hápoucadiferenc¸aentreumjornalde1920eum jornalatual.Omesmoocorrecomoslivroseasrevistas,em especialascientíficas,queusamasmesmasregrasde100anos atrás.
A comunicac¸ão escrita tem qualidades excepcionais e superaemmuitoafalada,poispersiste,podeserrevisitada, podeser analisada previamente epodeser guardada, mas apresentaumúnicodefeito,otempoqueseparaainformac¸ão da publicac¸ão, representado pela editorac¸ão, impressão e distribuic¸ãodomaterialescrito.
Recentemente, provavelmente a partir dos anos 90 do século passado, houve uma revoluc¸ão na comunicac¸ão; os telefones, que até então possibilitavam uma comunicac¸ão falada instantânea, passaram a possibilitar a comunicac¸ão escrita instantânea e simultânea para diversaspessoas.
Noinícionãonosdemoscontadessabrutalmodificac¸ão, mascomopassardosanosobservamosumaevoluc¸ãoparaa qualnãoestamosaindapreparados.
Aagilidadedasredessociais,cominformac¸ãoinstantânea, atingetodas asformas de divulgac¸ãoe criouumagerac¸ão que não tem mais paciência para aguardar os passos da comunicac¸ãoescritaimpressacomtodasassuasregras.
Achamada gerac¸ão Y, aquela que ocorreuno ambiente da tecnologiaatual rápida eobjetiva a partir dosanos 90, mostra-sebasicamentedesinteressadapelasnossasformas deinformac¸ão.Ensiná-lostemsidoumatarefaárdua, educá--losmaisainda.Comoeducarsemlivros-textoouromances, comoeducarsemrevistasdeatualizac¸ão,comomotivá-losa escreversegundoregras?
Asnossasformasdeeducarsãodesinteressantes, demora-das,enfadonhasparaessagerac¸ão,queemsegundossereúne oudivulgainformac¸õesdeformaeficienteequasegratuita.
Essaformaágildeinformartemdefeitosbásicosgraves. O principal éairresponsabilidade,pois nãohá julgamento nemanálisepreviaparaqualquerinformac¸ão,umavez divul-gadoéverdade.
Nocasodeumarevistacientífica,nosdistanciamosmais ainda,poisatéqueoautorproduzaseutrabalho,queos edi-tores julguem, quese fac¸am asadequac¸ões, se enviepara publicac¸ãoesedistribua,passa-seàsvezesumano,tempo inimaginávelnestemundodagerac¸ãoY.
Como agirparaevitarodesinteressedessa gerac¸ão,que representa20%dapopulac¸ãourbanaequenestemomento estamosformando?
Ossociólogosadmitemqueesseéumfatocontraoqual nãoépossívelseinsurgirequedevemosnosadaptar.
Cadaumadasclassesterádeseposicionardiantedesse fato.Paranós,educadores,restaráatarefamaisárdua,pois caberáanósformá-los.
Nasaulasexpositivaspodemos“evoluir”eproduziraulas maisparticipativas,nasquaisoensinamentovempelofato, enãopeladisposic¸ãodidáticahabitual.Aofalardatíbia,por exemplo,comec¸amosporumcasoclínicodefraturae,a par-tir dessefato,discutimosaanatomia,avascularizac¸ãoeas formasdetratamento.
Afisiologia,aanatomiapatológica,abiomecânicavirãopor tabelanomeiodaorientac¸ãoparaotratamento.
Assim nos aconselham os modernos caminhos da pedagogia.
Na publicac¸ão científicapoderíamosresumir e apresen-tarapenasospontosbásicosdapesquisa,comumprejuízo enormeparaaprofundidadedainformac¸ão,poisadiscussão deumtrabalhoéumaricafontedeinformac¸ão.
Ceder,nomeupontodevista,serádestruir umacultura secular quedeucertoeenveredarporumcaminhonovoe desconhecidoparanós,odasuperficialidade.
SerámuitoestranhoveraRBOnoWhatsApp.
GilbertoLuisCamanho
RevistaBrasileiradeOrtopedia