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Efeito da ginástica laboral sobre o autoconceito físico de trabalhadores do setor operacional

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITO DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE O AUTOCONCEITO FÍSICO DE TRABALHADORES DO SETOR OPERACIONAL

Lúcia Aparecida da Cruz

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Lúcia Aparecida da Cruz

EFEITO DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE O AUTOCONCEITO FÍSICO DE TRABALHADORES DO SETOR OPERACIONAL

Orientador: Dr. Ricardo Jacó de Oliveira

Dissertação do Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Educação Física da

Universidade Católica de Brasília, como requisito final para obtenção de título de Mestre em Educação Física.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELA E QUADROS... iii

LISTA DE FIGURAS... iv

RESUMO... v

ABSTRACT... vi

1 INTRODUÇÃO... 7

2 OBJETIVO... 10

3 REVISÃO DE LITERATURA... 11

3.1 Ginástica Laboral... 11

3.1.1 Histórico... 11

3.1.2 Metodologia do Programa de Ginástica Laboral... 14

3.1.3 Saúde e Bem-estar no Trabalho... 18

3.2 AUTOCONCEITO... 20

3.2.1 Autoconceito no Trabalho ... 22

3.2.2 Subdivisões do Autoconceito Físico ... 25

3.2.3 Imagem Corporal ... 25

3.2.4 Aptidão Física ... 29

3.2.5 Aparência Física ... 31

4 METODOLOGIA... 34

4.1 Tipo de Estudo... 34

4.2 Amostra... 34

4.3 Procedimentos... 35

4.3.1 Ginástica Laboral... 35

4.3.2 Inventário do Autoconceito Físico - IAF... 36

4.4 Análise Estatística... 37

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5 RESULTADOS... 41

5.1 Caracterização da Amostra... 41

6 DISCUSSÃO... 52

7 CONCLUSÃO... 59

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 60

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Lista de Tabela e Quadros

Tabela 1- Caracterização da amostra... 41

Tabela 2 - Cargas fatoriais iniciais (CFI) e finais (CFF) para demonstração dos efeitos das rotações e valores da dimensão Aptidão Física, Imagem corporal

Aparência Física... 42

Quadro 1 - Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica aptidão física antes da implantação e após 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral... 46

Quadro 2 - Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica imagem corporal antes da implantação e após 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral... 48

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Lista de Figuras

Figura 1 - Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica antes da imagem corporal

implantação e após 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral... 47

Figura 2 -Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica aptidão física antes da

implantação e após 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral... 49

Figura 3 - Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica aparência física antes da implantação e após 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral... 51

(7)

RESUMO

(8)

ABSTRACT

(9)

1 INTRODUÇÃO

A inovação tecnológica e organizacional no mundo do trabalho vem causando mudanças significativas como: aumento da competitividade, maior ritmo de produtividade, qualidade do produto e troca de mão de obra humana por mecanizada. As conseqüências destas alterações nos procedimentos das organizações têm causado aumento na taxa de desemprego e aumento de hora extra, ocasionando ao trabalhador o desgaste físico e psíquico (ORGANISTA, 2006).

No final da década de 70, ocorreu uma mobilização frente à saúde do trabalhador dos Movimentos Sindicais, e foi criada uma Comissão Intersindical de Saúde e Trabalho, com o objetivo de proteger a saúde do trabalhador (LACAZ, 1983; ODDONE et al., 1986;

MENDES & DIAS, 1991).

Outro fator que se atribui para as mudanças nas organizações foi a Revolução Industrial em termos de quantidade e intensidade de trabalho. Sucessivamente, o advento tecnológico foi estimulando a inatividade física, tornando o homem um sujeito menos ativo e aumentando o índice de doenças ocupacionais.

Em 1984, surgiu um programa ligado ao Ministério da Saúde que ficou conhecido como “Programa de Saúde dos Trabalhadores”, que tinha como estratégia controlar os riscos e danos à saúde dos trabalhadores dentro e fora dos locais de trabalho (BERLINGUER et al., 1987,).

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Alguns programas e ações foram surgindo em benéfico dos empregados para serem progressivamente envolvidos a fazerem importantes mudanças no estilo de vida tais como adotar dietas mais saudáveis, praticar exercícios físicos, perder peso, parar de fumar e aprender técnicas para reduzir o estresse.

Dos programas adotados pelas empresas para mudança do estilo de vida saudável, o que abrange a atividade física é a Ginástica Laboral, pois se baseia em exercícios de alongamento, relaxamento, complementado com atividades lúdicas e ações sócio-educativas, realizados todos os dias, no próprio local de trabalho.

Tal fato tem sido foco de alguns estudos, e entre eles se destacam o de Barros e Nahas (2001), Martins e Martins (2000), Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde- NuPAF- (2000), Lessa et. al., (2002), e Souza e Júnior (2004), os quais concluíram que a

Ginástica Laboral traz contribuições para a saúde do trabalhador. Estas contribuições podem ser representadas por melhorias nas posturas em relação ao posto de trabalho, diminuição do absenteísmo, melhoria nas relações interpessoais, diminuição das queixas de dores e diminuição dos acidentes de trabalho e, consequentemente, diminuição das doenças ocupacionais.

Esses benefícios têm sido alcançados através da Ginástica Laboral, oportunizando ao trabalhador muitas mudanças positivas em relação à sua saúde, ao relacionamento interpessoal no trabalho e na vida social, ao melhor conhecimento do seu próprio corpo, pois os alongamentos, os relaxamentos, as atividades lúdicas e as ações sócio-educativas proporcionam um bem estar ao indivíduo, e isso reflete como ele percebe seu corpo.

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Os estudos desenvolvidos sobre autoconceito sempre abordam imagem corporal, identidade, percepção e atividade física, pois fazem parte da avaliação do sujeito sobre ele próprio, e as suas relações com atividade física, estética e percepção. Dessa forma, o autoconceito no trabalho pode ser avaliado como a percepção que o trabalhador tem de si mesmo em relação às tarefas que executa no ambiente de trabalho.

Apesar de não terem sidos encontrados estudos científicos que abordassem o autoconceito do ponto de vista das relações de trabalho ou da Ginástica Laboral; este estudo aponta para este contexto, estuda a hipótese de relacionar o Autoconceito Físico e Ginástica Laboral a partir do entendimento que os indivíduos têm independente do seu meio, da cultura, das relações interpessoais sejam elas de caráter social ou profissional mas que podem ser alteradas, devido à subjetividade da percepção do Autoconceito Físico intrínseco de cada ser.

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2 OBJETIVO

Verificar os efeitos da Ginástica Laboral realizada durante 6 meses sobre o Autoconceito Físico de trabalhadores do setor operacional.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Ginástica Laboral

3.1.1 Histórico

Em 1723, Bernardino Ramazzini, um médico italiano considerado o “Pai da Medicina Ocupacional”, no seu livro “Doenças dos Trabalhadores”, trata da inatividade crônica e da saúde. No capítulo intitulado “Os trabalhadores sedentários e suas doenças”, aponta que aqueles que trabalham sentados sofrem de doenças particulares e que deveriam se exercitar pelo menos durante os feriados para compensar os efeitos da vida sedentária (USDHHS, 1996).

Há conhecimento de uma brochura editada na Polônia em 1925, a qual relata que trabalhadores executavam atividade física no local de trabalho, chamada de ginástica de pausa.

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Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo/RS) em 1973 (PULCINELLI,pág 31, 1994).

Em 1974, nos estaleiros da Ishikawagima do Brasil - ISHIBRAS, no Rio de Janeiro, foi implantada a ginástica no início da jornada de trabalho, chamada “ginástica compensatória”, envolvendo 4.300 trabalhadores. Em 1978, o SESI (Serviço Social da Indústria), em parceria com a FEEVALE, desenvolve um projeto de Ginástica Laboral Compensatória.

Em 1980, o SESI registra a marca ”Ginástica na Empresa” e essa nova denominação foi aplicada a partir de 2003 através de um grupo consultivo, constituído pelos representantes do Departamento Nacional e Regionais, que publica um documento intitulado “Procedimentos para a Execução do Programa Ginástica na Empresa”, visando homogeneizar diretrizes e procedimentos em todos os Departamentos Regionais no país, capacitando e treinando várias unidades operacionais para desenvolverem a ginástica de alongamento e relaxamento nas empresas (JARDIM, 1992).

A partir de 1990, milhares de iniciativas disseminaram os programas de Ginástica Laboral pelo Brasil, mobilizando o interesse de estudiosos e pesquisadores pelo tema, e das empresas, devido à competitividade de mercado, o índice de doenças ocupacionais, a fim de minimizar o absenteísmo, diminuir os acidentes de trabalho,,e as reclamações de dores e estabilizar e ou aumentar a produtividade.

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Com o surgimento de novos estudos, as terminologias sobre os programas de atividades físicas variaram de acordo com cada interesse; dessa forma, temos: a Ginástica na Empresa (SESI, 2004), a Cinesioterapia Laboral (ZILLI, 2002), o Programa de Ginástica Terapêutica (DEGAKI, 2002) e Ginástica do Trabalho (CAÑETE, 1996); todas com o objetivo de proporcionar benefícios físicos, fisiológicos, psicológicos e sociais ao trabalhador, influenciando em sua qualidade de vida e promovendo melhorias no ambiente de trabalho e produtividade (MARTINS, 2001).

Para Cañete (1995), basicamente existem dois tipos de estudos na área de Ginástica Laboral: o que investiga a fadiga, as condições físicas e psicológicas dos trabalhadores, e o outro que analisa as impressões e sentimentos das pessoas envolvidas na Ginástica Laboral, que é o foco deste estudo.

Corrêa (2006), em seu estudo “Ginástica na Empresa: percepções do trabalhador”, descreve que foi mensurada quantitativa e qualitativamente a satisfação do trabalhador em questionários aplicados em duas empresas diferentes num total de 270 trabalhadores do setor operacional. Concluiu que, na percepção do trabalhador, a Ginástica Laboral é um dos meios para mudança de comportamento e melhoria da saúde.

Também para Cañete (1996), a Ginástica Laboral é a criação de um espaço, em que as pessoas possam exercer várias atividades e exercícios físicos que serão muito mais do que um condicionamento mecanicista, repetitivo e autônomo. A Ginástica Laboral estimula o autoconhecimento, ampliando a auto-estima, além de proporcionar um melhor relacionamento consigo mesmo e com os outros.

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O ser humano depende de movimentos, e as condições de trabalho atuais, com alto grau de repetições e monotonia, limitam a natureza humana. Por isso, a Ginástica Laboral é uma intervenção com base na atividade física, procurando investir em qualidade de vida e lazer do trabalhador no seu próprio ambiente e horário de trabalho, visando à prevenção e reabilitação dos efeitos deletérios que o trabalho repetitivo e monótono acarreta aos indivíduos.

Existem três tipos de metodologia na execução da Ginástica Laboral.: a Ginástica Laboral preparatória que é exercício físico específico realizado antes de iniciar a jornada de trabalho, com o objetivo de preparar para as atividades de força, velocidade ou resistência e antagonismo muscular; a Ginástica Laboral compensatória é executada durante a permanência no posto de trabalho ou execução da função, e tem por objetivo a prevenção de vícios posturais e equilíbrio morfofisiológico; e por fim, há, ainda, a Ginástica Laboral executada após o término do expediente (relaxamento). Todos os momentos têm como característica principal a realização das atividades todos os dias (regular) no próprio local de trabalho (MARTINS, 2001).

3.1.2 Metodologia do Programa de Ginástica Laboral

A implantação da Ginástica Laboral ocorre a partir de: a) apresentação do programa à empresa; b) diagnóstico das atividades laborais; c) envolvimento, sensibilização e motivação dos responsáveis pelo programa dentro da empresa, e posteriormente dos funcionários; d) implantação do Programa; e) acompanhamento e manutenção do programa realizado por profissionais de educação física ou fisioterapeutas; e f) avaliação.

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que está a orientação dentro da linguagem da Ginástica Laboral se o setor é administrativo, ou seja, o local do trabalhador é descrito como um ambiente de luminosidade artificial, ar condicionado, computadores, telefones, fax, onde o trabalhador passa maior parte do tempo sentado, desempenhando funções de procedimentos mais burocráticos como: setor de recursos humanos, recepção, financeiro e de secretaria.

Por outro lado, tem-se o setor operacional designado para o trabalhador que realiza a maior parte de sua tarefa em pé e ou em deslocamento, usa de maior esforço muscular para desempenhar suas funções dentro da empresa, neste setor, para o qual é empregado o termo “chão de fábrica”. São estes trabalhadores o foco deste estudo.

A Ginástica Laboral não é apenas uma subsessão de exercícios motores com o fim de bem-estar, o resgate do corpo no mundo do trabalho é mais representativo, transcende a atividade motora do trabalho, ela pode e deve produzir o novo tanto na esfera objetiva quanto subjetiva. Segundo Pinto (2003), “o corpo é a base onde construímos como trabalhadores, é o que viabiliza nossa presença na história, no tempo e no espaço” (PINTO,pág. 23, 2003).

Durante as visitas de acompanhamento e manutenção na empresa da Ginástica Laboral, o professor de Educação Física do SESI, profissional habilitado e contrato pelo instituição para executar esta função, também realizou atividades de caráter lúdico e ações sócio-educativas.

A ação sócio-educativa insere-se no conjunto de atividade humana, considera o desenvolvimento do sujeito corpo, implica reflexão crítica sobre as práticas vividas, na formação de sujeitos para aprender, ser, fazer, compreender o vivido, expressar-se, comunicar-se, conviver e aprender continuamente (SESI, 2006).

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lúdica é mais do que um fenômeno fisiológico ou um reflexo psicológico, ele ultrapassa os limites da atividade puramente física ou biológica, é uma construção cultural que lhe confere sentido e significados, é a vivência cultural que confere sentido e ação. Toda experiência lúdica tem seu significado para quem a vive, é um divertimento conscientemente tomado como não obrigatório, onde as regras podem ser mudadas a todo o momento de acordo com o interesse do grupo, seu objetivo é de absorver totalmente quem joga.

Todas estas ações são para interação e reconhecimento do corpo. Não somos somente fato biológico ou físico, somos corpo-totalidade, é isto que nos torna iguais e diferentes ao mesmo tempo, precisamos ser compreendidos em diversas dimensões, biológica, afetiva, social, cultural, lingüística entre outros. Há um patrimônio biológico universal que traduz todos os seres humanos como membros da mesma espécie e construções corporais que mostram o quanto somos diferentes como indivíduos singulares e sujeitos coletivos (PINTO, 2003).

As empresas que promovem programas de atividades físicas para seus empregados obtêm benefícios econômicos adicionais em virtude da redução do absenteísmo e da maior produtividade de seus empregados (NAHAS, 2003).

O estudo realizado por Barros e Nahas (2001) com 4.225 trabalhadores da indústria catarinense revela o comportamento de risco à saúde e alto índice de doenças ocupacionais feitas por meio de questionários de auto-avaliações. Além disso, de acordo com dados colhidos em auto-avaliações desses trabalhadores, concluiu-se que a saúde dele se apresentava de ruim a regular e foi possível verificar como a Ginástica Laboral interferiu na melhoria da saúde ocupacional e no lazer.

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específico, promovem o combate e a prevenção sedentarismo e das doenças profissionais como o, estresse,, a depressão e a ansiedade; melhoram a flexibilidade, a força, a coordenação, o ritmo, a agilidade e a resistência, produzem uma maior mobilidade e melhor postura; promovem a sensação de disposição e bem - estar para a jornada de trabalho; reduzem a sensação de fadiga no final da jornada de trabalho; contribuem para a promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador e propiciam, através da realização dosexercícios, características preparatórias, compensatórias e relaxantes para o corpo humano

Estudo realizado por Lessa et. al. (2002) com 50 trabalhadores industriários em Minas

Gerais relata que a Ginástica Laboral previne doenças ocupacionais e melhora as relações interpessoais.

O efeito da Ginástica Laboral em curto prazo (6 meses), realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde (NuPaF) da Universidade Federal de Santa Catarina , em 2000, com 90 trabalhadores de um órgão federal, registrou que a adesão ao programa é um bom impulso na promoção da qualidade de vida, uma vez que promove a melhoria no ambiente de trabalho e na percepção de saúde.

Outro estudo, verificando a aceitação e eficácia da Ginástica Laboral, aplicada a 90 funcionários da Justiça Federal de Santa Catarina, num período de 6 (seis) meses, verificou uma excelente aceitabilidade e foi eficaz na prevenção de doenças ocupacionais (MARTINS & MARTINS, 2000).

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as diferentes comunidades da empresa; redução de doenças ósteo-musculares relacionadas ao trabalho; aumento significativo na produtividade; amortização do índice de gravidade das doenças; redução no absenteísmo; decréscimo de 52% na procura ambulatorial; e ampliação dos benefícios aos aspectos psicológicos, pois motivaram novas rotinas como melhoria do equilíbrio biopsicológico; da auto-estima e auto–imagem; desenvolvimento da consciência corporal; combate às tensões emocionais; melhoria da disposição, atenção e concentração nas atividades desempenhadas

Cox e Miles (1994) consideram que o local de trabalho pode ser um ambiente ideal para promover intervenções diversificadas tanto para a melhoria do ambiente como para a vida do trabalhador.

3.1.3 Saúde e Bem-estar no Trabalho

As grandes transformações ocorridas com o Capitalismo na década de 90 resultaram no aumento do trabalho terceirizado, no trabalho em domicílio e na maior intensificação das atividades no interior das fábricas, que repercutiram na saúde dos trabalhadores. (ORGANISTA, 2006).

A partir dessas metamorfoses organizacionais, a saúde e o bem-estar no local de trabalho é um assunto que tem sido abordado na literatura, do ponto de vista físico (COOPER, et. al., 1994), emocional, psicológico (CARTWRIGHT e COOPER,1993), e

mental (ANDERSON e GRUNERT 1997).

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Corrêa (2006),em seu estudo “Ginástica na Empresa: percepção do trabalhador”, concluiu que a Ginástica Laboral muda a percepção em relação ao estilo de vida e que a

execução diária da Ginástica Laboral contribui para novas formas de perceber o corpo. Pesquisas destacam que atividade física no local de trabalho tem dado bons

resultados, e a Ginástica Laboral tem sido um destes instrumentos. Alguns autores como Rothstein,(1980); Vickrey(1980) e Cole(1981) afirmam que as combinações de informações visuais e auditivas e repetições de movimentos se apresentam como um modelo ótimo de feedback e que o somatório da execução dos exercícios propicia, a cada dia, uma nova experiência no movimento, facilitando sua realização, minimizando as queixas de dores provocadas pelas posturas inadequadas e contribuindo na percepção da imagem corporal.

O estudo realizado por Escobar (1995), na indústria do Rio Grande do Sul, com 89 trabalhadores de diversas áreas (gerentes, engenheiros de segurança, médico do trabalho e professores de educação física) teve como objetivo verificar os benefícios da Ginástica Laboral, as condições ambientais internas das empresas, a saúde do trabalhador, os aspectos físicos, psicológicos e sociais entre o homem e o trabalho. Ao ser concluído,, ficaram evidentes os benefícios alcançados pela Ginástica Laboral, pois superaram as expectativas tanto para os trabalhadores quanto para a empresa. O estudo destacou também que as empresas estão adotando a Ginástica Laboral ,visando muito mais um aumento da produtividade do que a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

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Com a execução da Ginástica Laboral, ou seja, com exercícios sistematizados de alongamento e relaxamento, com as atividades lúdicas e as ações sócio-educativas e seus benefícios, foi possível considerar que há possibilidade de a Ginástica Laboral exercer efeito sobre o Autoconceito Físico de trabalhadores do setor operacional.

3.1.4 AUTOCONCEITO

Autoconceito pode ser entendido como o conjunto de atitudes que um indivíduo tem para consigo mesmo e constitui-se de componentes cognitivos, afetivos e comportamentais, e tem, ainda, influência decisiva na maneira como cada um percebe os acontecimentos, os objetos e as outras pessoas em seu meio.

Segundo Sanchez e Escribano (1999) o autoconceito não é inato; ao contrário, ele é construído e definido ao longo do desenvolvimento, devido à influência das pessoas significativas do ambiente familiar, profissional e social, e como conseqüência das próprias experiências de sucesso e de fracasso. Esta percepção do próprio valor pessoal é, portanto, algo que se constrói desde a infância.

O primeiro estudioso e pesquisador que escreveu sobre a extensão do “ Eu” foi William James (1890 - 1950). Em sua obra “Principle of psychology”, ele definiu autoconceito como o conjunto de tudo o que o indivíduo pode chamar seu, não só seu corpo e capacidades físicas, mas também seus pertences, seus amigos, parentes e trabalho.

Sua mais importante contribuição foi ter, pela primeira vez, distinguido entre dois aspectos fundamentais do self ou do “eu”. Por um lado o “eu” como sujeito que, conforme

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consciência, faculdades psíquicas) e pelas características sociais (relações, papéis, personalidade), características essas que conferem ao sujeito a sua individualidade.

Para James, o “eu-sujeito” era o conhecedor, em contraste com o “eu-objeto”, que pode ser representado como um agregado de coisas objetivamente conhecidas a respeito do “eu”. E é o “eu-objeto” que tem sido denominado de autoconceito e que tem recebido maior atenção por parte de especialistas preocupados com o estudo psicológico do “eu”.

O autoconceito social se refere à percepção das pessoas de o quanto as outras gostam e admiram-na. O autoconceito social, de acordo com Blascovich e Tomaka (1991), é definido pela sua percepção de aceitação social e como a percepção das pessoas sobre sua competência ou habilidades sociais .

Pode-se dizer que o autoconceito é um processo psicológico que tem seu conteúdo e sua dinâmica determinados socialmente e que, apesar de não ser unicamente uma simples reprodução da forma como o indivíduo é percebido pelos outros, o autoconceito é construído fundamentalmente a partir das percepções e representações sociais.

Vários pesquisadores deram suas contribuições em definições e conceitos, de como se forma e desenvolve o autoconceito. Para Epstein (1973) o autoconceito é uma autoteoria que o indivíduo, como sujeito, elabora a respeito de si mesmo, que tem a finalidade de otimizar o equilíbrio prazer/sofrimento durante o curso da vida, proteger e conservar a auto-estima e organizar as experiências, de tal forma que estas possam vir a ser enfrentadas com eficácia.

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auto-atribuições que o indivíduo realiza ao seu comportamento e pela experiência e interpretações do ambiente onde se inserem.

No entanto, apesar das diferentes interpretações, pode-se encontrar uma concordância quanto ao fato de ser o autoconceito fortemente influenciado pelas relações sociais que se estabelecem entre o indivíduo e o meio no decorrer de sua existência. Concomitantemente passam tanto pelas percepções dos outros quanto pelas avaliações feitas a respeito de si próprias ( HARTER, 1985; TAMAYO, 1985).

A literatura tem apontado para a importância das experiências vivenciadas em diferentes contextos da vida social dos indivíduos como fundamentais na construção do autoconceito. Assim, pode-se dizer que o ambiente de trabalho fornece elementos importantes para analisar o autoconceito.

3. 1. 5 Autoconceito no trabalho

Não foram encontrados na literatura científica estudos e pesquisas que relacionam o Autoconceito Físico e a Ginástica Laboral; mas sabe-se que há benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais da Ginástica Laboral e, considerando a subjetividade do construto do Autoconceito Físico, pode-se considerar haver alguma relação.

O estudo do autoconceito é uma abordagem muito usada na área de Psicologia e de Educação. Refere-se ao modo como o indivíduo se percebe em relação a tudo que faz parte da sua vida, a forma como ele convive com cada situação e as realiza; e, desse modo, inclui-se o ambiente de trabalho.

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programa de Ginástica Laboral contribui, dentro do universo dessas representações e percepções, como um instrumento de experiência de movimentos que o trabalhador interpreta, organiza, associa e coordena referente a ele, seus colegas e ao ambiente de trabalho, de acordo com seus valores, de forma a beneficiá-lo.

O estudo de Pender et. al (1990), ao avaliar o estilo de vida de 589 trabalhadores, com

idades entre 20 e 65 anos, envolvidos em um programa de promoção da saúde subsidiada pela empresa, durante doze meses, verificou que a percepção de competência pessoal, a concepção de saúde, a percepção do estado de saúde e a percepção de controle de saúde melhoraram 30% os padrões de estilo de vida.

Em sua pesquisa, Costa (2002) apresentou a Escala de Autoconceito no Trabalho (EAT) que foi aplicada a 607 sujeitos, considerando que a percepção do autoconceito é um fato que pode alterar o desempenho e até a satisfação dos indivíduos no trabalho.

No estudo de Marsh e Ayotte (2003), são descritas as múltiplas dimensões do autoconceito em diferentes idades, variando de 7 a 12 anos, do qual participaram 1.103 estudantes do ensino fundamental em Montreal (Canadá). O instrumento usado foi um questionário sobre a descrição do “eu” (Self Description Questionnaire SDQ – I). As dimensões do autoconceito para este estudo foram relacionadas com aparência física, atividade física, rendimento escolar e relacionamento com os colegas. De acordo com os estudos citados acima, independente do ambiente e do contexto cultural, as dimensões do autoconceito vão interferir na forma como as pessoas se percebem, e, desta forma, pode-se levantar a hipótese de que a Ginástica Laboral pode ter algum efeito sobre o Autoconceito Físico.

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que torna a imagem consistente; assim, seu Autoconceito Físico é desenvolvido e reavaliado continuamente durante a vida inteira (BECKER JR. 1999).

Para Shavelson et. al.,(1976), a concepção de autoconceito pode ser descrita como:

organizado, estruturado, multifacetado, hierárquico, estável, desenvolvimental, avaliativo, descritivo e diferenciado de outros construtos. Assim, a concepção e a dimensão serão criadas, estudadas e mensuradas de acordo com interesse e o construto do estudo. O autoconceito, enquanto parte integrante do ser, influencia o comportamento de diversas formas, pois a percepção que o indivíduo possui das suas capacidades é entendida como indicador fundamental para a reavaliação das suas atitudes e comportamentos face às atividades executadas.

Fox (2000) alerta, entre outros aspectos, para o fato de as mudanças corporais resultantes do exercício e da atividade física poderem promover e modificar o autoconceito, uma vez que ele é também caracterizado como pensamento auto-referente, auto-imagem ou identidade. Esses termos são inter-relacionados e referem-se às idéias das pessoas sobre quem elas são ou quem elas gostariam de ser (BROWN, 1998).

Se os estudos afirmam a relação positiva entre atividade física e autoconceito em diferentes contextos e idades, considera-se como hipótese que a atividade da Ginástica Laboral é uma variável que pode ter efeitos sobre o Autoconceito Físico de trabalhadores do setor operacional e as dimensões a serem contempladas neste construto.

Alguns autores como Rain et. al.( 1991) e Nelson, et al(1995) tecem considerações

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reduzir o índice de absenteísmo; diminuir as queixas (lombalgias, cefaléias), além de oferecer melhoria da imagem da instituição junto aosempregados e à sociedade e maior produtividade.

Assim, pode-se considerar que o autoconceito no trabalho e suas dimensões, compreendem a percepção do indivíduo, por exemplo, sobre o quanto é competente em sua opinião ou na opinião de outros significativos, ou sobre o quanto ele se percebe como dominador ou dominado, enfim o quanto ele se percebe como trabalhador diante da organização onde trabalha. O autoconceito não visa, portanto, à verdade absoluta do indivíduo, mas à verdade que ele percebe, tendo como base suas percepções fundamentais sobre si mesmo e a maneira como são vivenciadas.

Dentro do estudo de Nogueira (2004), no construto do Autoconceito Físico, foram consideradas três dimensões: imagem corporal, aptidão física e aparência física que serão abordadas também neste estudo.

3.2 Dimensões do Autoconceito Físico

3.2.1 Imagem corporal

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estabelecidas dos ideais de corpo, às expectativas e às experiências, além da etiologia e manutenção dos distúrbios da imagem corporal.

Em suas investigações, Fisher,(1990) analisou a imagem corporal não apenas no contexto do orgânico, mas também na Psicanálise e na Sociologia. Em sua definição de imagem corporal, diz que "a imagem corporal não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos desejos, atitudes emocionais e interação com os outros".

Entretanto, Schilder (1999) considera a imagem corporal um fenômeno multifacetado, mas uma de suas mais importantes reflexões consistiu na introdução da idéia de que a imagem do corpo não possui apenas fatores de mudanças que ocorrem no corpo: os eventos diários também contribuem para sua construção.

Segundo Shontz (1990), a organização da imagem corporal não é puramente neurológica nem mental; acredita-se também que as emoções têm um papel importante no desenvolvimento da imagem corporal. Na verdade, há uma interação entre os aspectos fisiológicos, neural e emocional, além do fator social. Um desses processos analisados separadamente tornaria a análise falha e incompleta, pois mudanças em um deles podem ocasionar conseqüências na experiência do corpo.

A teoria holística explica que o ser humano é um conjunto de fatores, e que o equilíbrio entre eles gera harmonia; se uma pessoa não está fisicamente bem, dificilmente o seu sistema neural e emocional vão estar também; este processo se aplica a cada um destes aspectos e conseqüentemente refletindo na imagem corporal.

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sua experiência única, vivida dentro de uma cultura em um determinado contexto que lhe confere uma autenticidade ímpar.

As Imagens corporais são multifacetadas, estas mudanças corporais podem ocorrer em muitas dimensões, sejam elas física, emocional, financeira ou social, estas experiências são permeadas por sentimentos sobre nós mesmos. O modo como percebemos e vivenciamos nossos corpos relata como percebemos a nós mesmos,;a forma como cada um se percebe alto ou baixo, gordo ou magro, parte muito mais de um referencial social, cultural e estético, ou seja, as imagens corporais são determinadas socialmente.

Essas influências sociais prolongam-se por toda a vida, e a mídia tem sido o grande vilão da história ao apresentar corpos perfeitos; imagens corporais não fixas ou estáticas. Aspectos de nossa experiência corporal são constantemente modificados; as imagens corporais influenciam o processamento de informações, sugestionando-nos a ver o que esperamos ver. A maneira como sentimos e pensamos o nosso corpo influencia o modo como percebemos o mundo; e as imagens corporais influenciam o comportamento, particularmente as relações interpessoais. Cada ambiente, contexto, aspecto social, emocional, físico oferece momentos e fases que interferem na forma da imagem corporal.

Estudos como os de Ross (1994); Wichstrom (1995); Koeing e Wasserman (1995) mostram que a auto-imagem pode ter um impacto negativo, desencadeando processos psicoemocionais como transtornos alimentares (anorexia, bulimia e obesidade) e depressão. Observa-se também que fatores culturais (modismo, mitos e crendices) e sociais (ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, anabolizantes) afetam negativamente o desenvolvimento da imagem corporal.

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corporal. Observou-se que tanto homens como mulheres expressaram pouco interesse na melhoria da imagem corporal de acordo com a faixa etária estudada.

Nos estudos de Leon (1999) e Rinderknecht et. al., (2002) com adolescentes de ambos

os sexos, observou-se que a maioria já fez algum tipo de dieta devido à insatisfação com a imagem corporal. Os autores concordam que o corpo transforma-se em um palco de imagens corporais construídas, e as descobertas que tem, vão se revelando a partir do instante em que se reconhece como um “ser” que reage às diversas inter-relações estabelecidas pelos mesmos corpos que tentam realizar a busca pela compreensão da existência de imagens, a busca por sua própria existência, ou seja, uma identidade que lhe confere um conhecimento e domínio sobre o corpo e suas percepções.

No estudo realizado com 106 estudantes universitários de ambos os sexos no estado de São Paulo, Kakeshita e Almeida (2006) analisaram as relações entre o índice de massa corporal e a autopercepção da imagem corporal através de uma escala de silhuetas, uma escala visual analógica e um questionário sobre imagem corporal. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste pos-hoc de Newman-Keuls., e concluiu-se que

ambos os sexos apresentam distorção na autopercepção da sua imagem corporal, subestimando-a ou superestimando-a.

Na pesquisa realizada por Tiggemann e Lynch (2001) sobre a imagem corporal em mulheres adultas, que contou com 322 participantes, na faixa etária de 22 a 80 anos, na Austrália, aplicou-se um questionário sobre a insatisfação corporal, relação sobre a idade e desordem alimentar e concluiu-se que a insatisfação com a imagem corporal permaneceu em todas as faixas etárias, embora a ansiedade em relação à aparência diminuísse, à medida que a idade aumentava.

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corpo pode ser modificada pela prática de atividades físicas, pois todas influenciam na postura corporal. Essa mudança é modificada a cada momento em que é realizado um novo movimento; por isso, os movimentos físicos agem de forma positiva, pois utilizam reflexos posturais que são intrínsecos em nossa consciência. Considera-se, assim, que a forma que o corpo apresenta após o somatório da execução da Ginástica Laboral, contribui com os benefícios relacionados neste estudo e pode apresentar efeitos no Autoconceito Físico.

3.2.2 Aptidão Física

No estudo de Nogueira (2004) a aptidão física faz parte do construto e dimensão do autoconceito. Já a Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS), é definida por Pate (1988) como capacidade de realizar tarefas diárias com vigor e demonstrar traços e características que estão associados a um baixo risco do desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas.

A atividade física sustentada neste trabalho (Ginástica Laboral) é um componente importante dentre os mecanismos de controle do equilíbrio originados no mundo do trabalho, pois possibilita ao trabalhador reduzir os malefícios que a ocupação provoca. Desta forma, ambas estão relacionadas à Ginástica Laboral.

Os estudos citados sobre o impacto da atividade física sobre o autoconceito têm sido realizados quase exclusivamente com crianças, adolescentes e estudantes universitários e utilizando atividades esportivas, geralmente de curta duração, organizadas por terceiros, por grupo, freqüentemente relacionadas com a aprendizagem de novas habilidades esportivas e/ou realizadas num contexto de competição.

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A influência desta variável parece depender não exclusivamente da ação benéfica da atividade física sobre o funcionamento fisiológico do organismo, mas também da dimensão social presente nesta variável (THIRLAWAY & BENTON, 1992).

Hooper, Guthrie e Kelly (1991) observaram que crianças de 8 a 14 anos apresentaram mudanças significativas no autoconceito como conseqüência da sua participação em atividades de treinamento em futebol. O mesmo efeito foi observado por Hines e Groves (1989) com crianças participando em treinamento de basquete. Smith (1986) também observou o efeito benéfico sobre o autoconceito em crianças de diversos níveis sócio-econômicos em atividades esportivas organizadas por centros comunitários.

Tamayo et. al. (1981), em seu estudo com 200 pessoas acima de 40anos, sendo que a

metade praticava regularmente algum tipo de atividade física e a outra metade não, utilizou a Escala Fatorial de Autoconceito (EFA). Foi elaborado um questionário com várias perguntas relativas a informações pessoais e, particularmente, à prática regular de alguma atividade física em diversos lugares da cidade, incluindo parques, clubes, academias e shoppings. Nesse estudo, verificou-se que, tanto os homens quanto as mulheres teriam estruturado o seu autoconceito a partir do espelho social constituído por outros significados que refletiam as suas percepções e atitudes.

O estudo de Carapeta et., al. (2001) “Autoconceito participação desportiva”, realizado em

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autoconceito dos indivíduos, e que além dos efeitos benéficos para a saúde, pode ter repercussões desta peça chave no desenvolvimento do autoconceito.

Kirshton e Dixon (1995) investigaram o impacto da participação, durante cinco semanas, em atividades esportivas organizadas durante o verão para um grupo de jovens de ambos os sexos, de nível socioeconômico baixo, com idades variando entre 10 e 26 anos. O autoconceito foi avaliado no início e no final do programa. Os resultados foram favoráveis para os do sexo masculino em dois dos seis fatores avaliados. Para as meninas, os escores de autoconceito apresentaram, no final do programa, certo declínio, que os autores interpretaram como sendo conseqüência do estresse provocado pelas competições.

A relação entre aptidão física e autoconceito é grande, pois as representações de cada

uma estão intimamente ligadas a movimentos, percepções, saúde e bem-estar. A Ginástica Laboral enquanto uma atividade física de acordo com definições escritas no

início deste capítulo, e a relação dos benéficos desta prática regular sobre o Autoconceito Físico e suas dimensões levam a considerar a hipótese que, pode haver efeitos dessa prática sobre o Autoconceito Físico.

3.2.3 Aparência Física

Percebe-se que quando as pessoas aprendem a avaliar seus corpos através da sua interação com o ambiente, ou através da atividade física, cria-se uma harmonia de movimentos e a repetição produz sinais não-verbais que tornam a imagem consistente; assim, o Autoconceito Físico é desenvolvido e reavaliado continuamente durante a vida inteira (BECKER JR. 1999).

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física ocorridas com o tempo para os mais velhos e desordem alimentar para os mais novos; também observou a insatisfação corporal em toda faixa etária e ansiedade na aparência. Os mais novos tendem a algum tipo de dieta para alterar sua satisfação ou percepção corporal e independentemente da idade, todas estão insatisfeitas com aparência que apresentam.

Estudos realizados por Braggion et. al., (2004), com 28 adolescentes do sexo feminino

com idade entre 14 e 17 anos, relataram insatisfação com a aparência corporal, além de um baixo consumo de energia e inatividade física.

O estudo de Frencht (1994), com 1494 adolescentes escolares, a maioria do sexo feminino, mostrou que o maior número de meninas já fez algum tipo de dieta para perder peso: o motivo era a insatisfação com aparência corporal.

Para Schilder (1994), a imagem corporal é a figura de nosso próprio corpo que formamos em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo se apresenta. A imagem do corpo pode ser modificada pela prática de atividades físicas, influenciando na postura corporal; pois a cada momento que é realizado um novo movimento, há uma nova alteração de movimento na mente, por isto os movimentos físicos agem de forma positiva, pois utilizam reflexos posturais que são intrínsecos em nossa consciência e melhoria da aparência. Um único movimento não é suficiente para interferir na maneira como se percebe o corpo, mas a repetição desse mesmo movimento ou a postura pode melhorar a execução de uma tarefa ou um movimento esportivo, e esse, quando proporciona bem-estar, pode contribuir para que a percepção da imagem corporal seja alterada ou modificada e dar, assim, uma nova representação a ela.

(34)

Assim, o trabalhador do setor operacional pode, através da Ginástica Laboral que estabelece paralelamente sua metodologia com princípios e conceitos da atividade física e bem-estar sobre aparência física, entender, organizar e reestruturar novas representações sobre o seu Autoconceito Físico e, consequentemente, mudar sua percepção sobre sua aparência física.

4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Este estudo caracterizou-se como quantitativo, visto que, consistiu em uma forma de

coletas de informações e o emprego de recursos e técnicas estatísticas, associados à

cientificidade da pesquisa quantitativa, com garantia de sua objetividade pelos instrumentos e

técnicas de mensuração e pela neutralidade do pesquisador frente à realidade pesquisada,

cuja investigação teve o objetivo de analisar o efeito da Ginástica Laboral sobre o

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4.2 Amostra

O estudo foi composto por 80 trabalhadores do setor operacional (n = 80), do sexo masculino, todos industriários de uma mesma empresa da região metropolitana de Belo Horizonte, adultos, voluntários, sem aparentes problemas de saúde.

Foi assinado, no início do programa de Ginástica Laboral, o Termo de Consentimento Livre Esclarecido por cada trabalhador do setor operacional (anexo 1).

Como critério de inclusão, foi solicitado que cada trabalhador do setor operacional participasse de,no mínimo, três vezes por semana nos grupos da Ginástica Laboral.

4.3 PROCEDIMENTOS

4.3.1 Ginástica Laboral

A Ginástica Laboral foi realizada todos os dias durante 6 (seis) meses no próprio local de trabalho; devido ao número de trabalhadores (n=80). A execução diária da Ginástica Laboral foi realizada em grupos, para proporcionar melhor execução e correção do profissional de Educação fFsica do SESI, e cada grupo realizou a Ginástica Laboral no início da jornada de trabalho com duração de, no máximo, quinze minutos, e para cada grupo muscular alongado, contava-se vinte segundos.

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nos quais são traçadas as necessidades de acordo com o posto de trabalho e função (ex: expedição, empilhamento, manutenção de máquina); a troca de série que era realizada mensalmente teve como objetivo propiciar ao trabalhador, através dos alongamentos, preparar os grupos musculares exigidos na tarefa a ser executada e melhor percepção corporal, minimizando as posturas inadequadas e, possivelmente, aliviando dores.

Nos acompanhamentos, de acordo com cronograma das atividades elaboradas pelo profissional do SESI em conjunto e com permissão da empresa, foram realizadas atividades lúdicas (brincadeiras e recreação) e ações sócio-educativas (palestras sobre os benefícios da ginástica laboral, benefícios dos alongamentos, benefícios da prática regular da atividade física). Estas atividades eram realizadas no mesmo horário reservado para a Ginástica Laboral, como dependiam de mais tempo, eram pré estabelecidas em comum acordo com a empresa.

4.3.2 Inventário do Autoconceito Físico - IAF

O IAF foi um trabalho de conclusão de mestrado, realizado por Nogueira (2004) na Universidade Católica de Brasília com o propósito de avaliar o Autoconceito Físico (anexo 2).

Em seu modelo final, após análise fatorial, demonstrou ser composto por 32 itens, subdivididos em quatro fatores principais: a) Imagem Corporal , b) Aparência Física , Aptidão Física , afirmado pelo autor, que são resultantes do construto do Autoconceito Físico.

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O IAF foi aplicado em trabalhadores no início da implantação e após 6 meses do programa de Ginástica Laboral pela mesma pessoa. Um questionário com perguntas objetivas que o trabalhador marca com um “X” , corresponde ao seu comportamento e percepção.

Assim as dimensões do Autoconceito Físico foram mensuradas em grupos de características de acordo com a análise de fatores determinados ao tipo de estudo. Essas características são: aptidão física (grupo 01), imagem corporal (grupo 02) e aparência física (grupo 03) com suas respectivas cargas fatoriais de pré e após a aplicação do programa de Ginástica Laboral de seis meses.

4.4 Análise Estatística

Foi utilizado o aplicativo computacional em genética e estatística "Programa GENES"

CRUZ (1997) para a execução das análises fatoriais e análise do perfil da amostra.

Posteriormente utilizouse o programa Statistical Package for the Social Sciences SPSS

-(versão 10.0) for Windows, para a realização do teste não paramétrico de Wilcoxon atribuído

para pares comparados.

Em seguida, foi colocado o sinal da diferença a cada posto, ou seja, quais postos

(38)

ao seu respectivo valor de probabilidade de significância, associado à ocorrência sob H0, que deve ser comparada com o nível de significância a 0,01. O critério de rejeição de H0 ocorrerá quando a probabilidade de significância < p.

4.5 Análises de Fatores

A análise de fatores está fundamentada sobre conceitos de álgebra linear, que são fundamentais para a compreensão do que é um fator e de quanto este pode ser considerado como uma dimensão de um objeto de estudo.

A análise de fatores é um processo, em que as muitas variáveis inicialmente avaliadas são substituídas por um número menor de variáveis latentes, chamados fatores. A cada fator corresponde um grupo das variáveis iniciais que estejam fortemente correlacionadas entre si, mas fracamente correlacionadas com as outras variáveis iniciais.

Com a aplicação da técnica de análise de fatorial as muitas características iniciais podem ser explicadas pelos fatores, se formados, com perda mínima de informação e com a vantagem de ser mais fácil a explicação dos fenômenos envolvidos.

O modelo de análise de fatores utilizado:

Xj=Ij1 F1+ Ij2F2+...+ljmFm+ j e em que: Xj é a j-ésima variável, com j=1, 2,...v;

Ijk é a carga fatorial para a j-ésima variável associada ao k-ésimo fator, sendo k =1, 2,...m; Fk é o k-ésimo fator comum e j e é o fator específico.

A análise de fatores procura explicar o máximo da variação em Xj, com o menor número

possível de fatores, tornando j e mínimo. Foi escolhido um número de fatores comuns, igual

ao número de autovalores, superiores à unidade existente na matriz de correlações fenotípicas das variáveis padronizadas. A cada autovalor corresponde um autovetor com o mesmo número de elementos quanto as variáveis iniciais.

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Iij= i ij lV 2 , em que: i l é o i-ésimo autovalor maior que 1 obtido da matriz de correlações.

fenotípicas; ij V é o j-ésimo valor do i-ésimo autovalor. A fração da variância de Xj

explicada pelos fatores chama-se comunalidade e representa-se: Cj =l2 j1+ l2 j2+...+ l2 jm.

Optou-se pela definição inicial do número de fatores e pelo modelo de fatores ortogonais, ou seja, não correlacionados.

Com o uso da técnica de análise de fatores, objetiva-se no presente trabalho, criar um novo critério de seleção, estabelecido em função de fatores, sobre os quais, praticar-se-á a seleção, visando obter ganhos simultâneos nas variáveis originais.

A técnica envolve vários estágios, com o estabelecimento do número de fatores comuns a serem usados, o cálculo das cargas iniciais destes fatores e a relação dos fatores, obtendo-se as cargas finais e permitindo definir os fatores. O último passo envolve a estimativa dos escores fatoriais.

O método utilizado para determinar o número de fatores foi o de escolher tantos fatores comuns quantos autovalores maiores ou iguais à unidade e foram obtidos da matriz de correlação fenotípica das variáveis originais padronizadas.

As cargas fatoriais de cada variável são dadas por: Iij = . 2 i ij l V em que:

Iij = carga fatorial do i-ésimo fator correspondente a j-ésima variável;

i l = i-ésimo autovalor maior que a unidade, obtido da matriz de correlações fenotípicas e ij V = j-ésimo valor do i-ésimo autovalor.

Em síntese, a cada autovalor maior que a unidade, corresponde um autovetor que, por sua vez, é constituído por um número de valores igual ao número de variáveis originais. Logo, um dado fator terá cargas individuais para todas as variáveis, o que esclarece a razão da denominação “fator comum”, empregada na teoria de análise de fatores.

(40)

mesmo fator, as cargas fatoriais apresentem variância máxima, o que equivale a dizer que algumas cargas fatoriais assumem valores próximos à unidade e outros, próximos a zero.

Este é um passo importante da análise de fatores, pois quantifica o efeito de cada fator comum na expressão dos caracteres. Os escores são obtidos por meio da equação apresentada por Manly (1986): F*= [(G’G)-1G’X]’ em que:

F*= vetor de dimensão 1 x m de escores fatoriais;

G = matriz de dimensão p x m das cargas fatoriais finais rotacionadas;

X = vetor de dimensão p x 1 de médias dos caracteres do k-ésimo indivíduo. Para cada indivíduo, repete-se o cálculo.

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5 RESULTADOS

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi de 80 trabalhadores do setor operacional (n = 80), do sexo masculino, com idade de 34,8±9,67 anos. A tabela 1 explicita as características da amostra.

Tabela 1 - Características da Amostra

Média

±

DP

Idade (anos)

34,8 ±9,67

Estado Civil

0,547437

Solteiros(%)

29,75

Casados(%)

60

Outros(%)

10,25

Escolaridade

1,103984

Ensino Fundamental completo(%)

35

Ens. Fundamental. incompleto(%)

23

Ensino Médio completo(%)

20

Ensino Médio incompleto(%)

10,25

Ensino Superior completo(%)

10

(42)

Tabela 2 - Cargas Fatoriais Iniciais (CFI) e Finais (CFF) para demonstração dos efeitos das rotações e valores para a dimensão do Autoconceito Físico.

CFI CFF

VARIÁVEIS F1 F2 F3 F1 F2 F3

COMU NALI DADE Corro longa distância

sem me cansar -0,19742 -0,05533 0,196211 -0,1928 -0,04659 0,202955 0,080533

Meu condicionamento físico está acima da

média 0,020081 -0,26641 -0,0631 0,039366 -0,26974 -0,03243 0,075358

Tenho boa impulsão vertical (pular para

cima) -0,14277 -0,05853 0,059358 -0,13812 -0,06149 0,066894 0,027332

Aprendo facilmente exercícios que exigem

coordenação 0,053682 -0,08537 0,142937 0,059797 -0,06433 0,151281 0,030601

Pratico exercícios regularmente 0,208077 0,02312 0,514134 0,206035 0,096821 0,5063* 0,308165 Consigo realizar com facilidade exercícios

que exigem equilíbrio 0,238708 0,236377 0,574266 0,221109 0,317214 0,541408* 0,442637

Quando corro sou mais veloz que os

demais da minha idade -0,02113 0,301186 0,369591 -0,04283 0,339229 0,332936 0,227757

Meu corpo é ágil -0,07012 0,109196 0,303002 -0,07776 0,137843 0,289143 0,108651

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Minha alimentação é saudável -0,02259 0,153857 0,042085 -0,0337 0,155631 0,024429 0,025953 Comparando-me aos outros consigo saltar

longas distâncias 0,239556 -0,08981 0,050974 0,245468 -0,06586 0,058816 0,068051

Tenho boa saúde física 0,175986 -0,27319 0,292463 0,195482 -0,22447 0,320216 0,191139

Tenho facilidade em aprender novos

movimentos -0,05423 -0,03647 0,353835 -0,0513 0,000488 0,356143 0,12947

Meu corpo é bonito 0,002164 -0,0316 -0,02215 0,004447 -0,03369 -0,01841 0,001494

Órgão sexual 0,08677 -0,01418 0,021508 0,087579 -0,00533 0,022233 0,008193

Boca 0,07879 0,309235 0,00044 0,056108 0,312123 -0,03557 0,101834

Rosto -0,05504 0,332796 -0,31727 -0,0792 0,289414 -0,35271 0,214439

Pescoço -0,05137 0,353985 -0,1076 -0,077 0,334692 -0,14689 0,139523

Largura dos Ombros -0,11499 0,266327 0,189156 -0,13397 0,277248 0,158486 0,119933

Orelhas 0,035043 0,116182 -0,32233 0,026388 0,080714 -0,33378 0,118622

Nariz -0,02843 0,290065 -0,33276 -0,04956 0,247221 -0,36346 0,195678

Pés 0,140553 0,642408 0,111793 0,093535 0,659441* 0,036451 0,44494

Dedos das mãos -0,0136 0,466201 -0,15093 -0,0475 0,443636* -0,20308 0,240309

Queixo 0,063406 0,097358 -0,53695 0,055966 0,039522 -0,54509* 0,301815

Cabeça -0,04514 0,490565 -0,34539 -0,0808 0,443223* -0,39876 0,361983

Braços 0,014536 0,34843 -0,04203 -0,01084 0,341456 -0,08168 0,123381

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Dentes 0,008929 0,087652 -0,00655 0,002533 0,086739 -0,0166 0,007806

Altura 0,128055 0,54855 0,386477 0,087992 0,597015* 0,320157 0,46667

Constituição Física 0,248218 0,441515 0,14077 0,215526 0,471487* 0,087251 0,276364

Panturrilha 0,032988 0,332993 -0,31886 0,008583 0,295778 -0,35508 0,213643

Dedos dos Pés 0,154774 0,553934 -0,03074 0,114096 0,55648* -0,09516 0,331743

Mãos 0,14871 0,65491 0,123886 0,100766 0,673803* 0,046966 0,46637

Desejo Sexual 0,485523 0,057715 0,082877 0,480075* 0,101711 0,071519 0,245932

Cintura 0,473193 -0,13766 0,05424 0,481966* -0,09603 0,065496 0,245803

Orgãos Sexuais 0,616225 -0,06114 -0,02362 0,61903* -0,01882 -0,02183 0,38403

Boca 0,81895 -0,04707 -0,12658 0,820159* -0,00204 -0,12749 0,688917

Quadril 0,752137 -0,10722 -0,07644 0,757913* -0,06072 -0,07023 0,58305

Rosto 0,64751 0,154698 0,087259 0,634587* 0,209992 0,063386 0,450816

Pescoço 0,75849 -0,01452 0,041649 0,757555* 0,04511 0,036443 0,577252

Largura dos Ombros 0,582841 -0,07899 -0,04615 0,587023* -0,04149 -0,04188 0,348072

Orelhas 0,650874 0,033043 -0,04897 0,646733* 0,074093 -0,05808 0,427127

Nariz 0,591097 0,007257 0,184899 0,589074* 0,071024 0,177717 0,383636

Nádegas 0,711462 -0,06088 -0,15397 0,713948* -0,02662 -0,15219 0,533592

Pés -0,02919 -0,08378 0,010331 -0,02302 -0,08393 0,020087 0,007977

Dedos das Mãos 0,810272 -0,0017 0,008915 0,808256* 0,057804 0,00201 0,656624

Coxas 0,486569 -0,12641 -0,33723 0,494346* -0,12878 -0,3248 0,366455

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Bochecha 0,870195 -0,00598 -0,05822 0,868307* 0,050194 -0,06472 0,760664

Olhos 0,697443 0,10128 -0,05632 0,688217* 0,14422 -0,07358 0,499856

Cabeça 0,793768 0,056043 -0,10642 0,787557* 0,100611 -0,11901 0,644532

Braços 0,805246 0,04295 -0,0763 0,799967* 0,091917 -0,0877 0,656087

Dentes 0,40397 -0,20729 0,173741 0,41803* -0,15633 0,192766 0,236348

Altura 0,429937 0,060088 0,204143 0,424508* 0,113944 0,192199 0,230131

Constituição física 0,424798 -0,05886 -0,11379 0,427911* -0,0407 -0,11001 0,196866

Pelos do corpo 0,01507 0,026539 0,259535 0,013196 0,057115 0,254664 0,06829

Panturrilha 0,190985 -0,01126 -0,47032 0,191126 -0,05126 -0,4676* 0,257803

Dedos dos pés 0,590464 -0,04161 0,137111 0,591977* 0,017084 0,135831 0,369179

Cheiro do Corpo 0,608428 -0,17837 0,142214 0,619835* -0,11654 0,156367 0,422227

Mãos 0,457948 -0,1811 -0,04949 0,469881* -0,15206 -0,03246 0,244963

(46)

Quadro 1 - Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica aptidão física pré e pós 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral.

Grupo 1

Variáveis Pré Pós T Z p-valor

1. Corro longa distância sem me

cansar 12,61 12.67 423,00 0,60 0,54

2. Meu condicionamento físico está

acima da média 12,48 12,63 411,50 1,40 0,15 3. Tenho boa impulsão vertical (pular

para cima 12,91 12,95 662,00 0,24 0,80

4. Aprendo facilmente exercícios que

exigem coordenação 13,26 13,22 422,00 0,36 0,71 5. Pratico exercícios regularmente 12,76 12,87 660,00 0,92 0,35 6. Consigo realizar com facilidade

exercícios que exigem equilíbrio 12,98 13,05 227,00 0,69 0,48 7. Quando corro sou mais veloz que

os demais da minha idade 12,6 12,72 544,50 1,11 0,26 8. Meu corpo é ágil 12,97 13,08 320,00 1,20 0,22 9. Minha alimentação é saudável 13,06 13,18 357,00 1,18 0,23 10. Comparando-me aos outros

consigo saltar longas distâncias 12,66 12,66 712,50 0,02 0,97 11. Tenho boa saúde física 13,3 13,18 192,00 1,34 0,17 12. Tenho facilidade em aprender

(47)

12 12,2 12,4 12,6 12,8 13 13,2 13,4

2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

(48)

Quadro 2 -Valor associado de uma distribuição normal padronizada e probabilidade de significância do teste de Wilcoxon da característica Imagem corporal pré e pós 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral.

Grupo 2

Variáveis Pré Pós T Z p-valor

1-Órgão Sexual 16,08 16,2 66,00 1,72 0,08*

2- Boca 15,85 15,9 137,50 0,67 0,50

3- Rosto 15,87 15,93 143,00 0,82 0,40

4- Pescoço 15,73 15,88 139,50 1,91 0,05

5- Largura dos

Ombros 16,08 16,16 175,50 0,90 0,36

6- Orelhas 15,82 15,83 273,00 0,13 0,89

7- Nariz 15,78 15,87 270,00 0,98 0,32

8- Pés 15,9 16,07 233,00 1,78 0,07*

9- Dedos das

mãos 16,03 16,15 293,00 1,12 0,26

10- Queixo 15,63 15,8 260,00 1,81 0,06*

11-Cabeça 15,83 15,83 264,00 0,00 1,00

12-Braços 16,17 16,17 351,50 0,78 0,43

13- Dentes 15,8 15,95 154,00 1,61 0,10*

14- Altura 16,16 16,08 205,00 0,84 0,39

15- Constituição

Física 15,96 16,06 57,000 1,52 0,12

16- Panturrilha 15,83 15,92 255,00 0,98 0,32

17- Dedos dos

Pés 15,73 15,92 362,50 1,74 0,08*

18- Mãos 16,08 16,16 335,00 0,76 0,44

19-Desejo Sexual 16,68 16,85 117,00 1,72 0,08*

(49)

15 15,2 15,4 15,6 15,8 16 16,2 16,4 16,6 16,8 17

1- 2- 3- 4- 5- 6- 7- 8- 9- 10- 11- 12- 13- 14- 15- 16- 17- 18-

Grau de significância pós teste.

(50)

de significância do teste de Wilcoxon da característica aparência física pré e pós 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral.

Grupo 3

Variáveis Pré Pós T Z p-valor

1- Cintura 18,95 19,08 54,00 1,90 0,05 2- Órgão Sexual 19,27 19,37 263,00 1,09 0,27 3- Boca 19,13 19,16 162,00 0,34 0,73 4- Quadril 19,02 19,11 99,00 1,18 0,23 5- Rosto 19,07 19,17 112,50 1,34 0,17 6- Pescoço 19,1 19,15 125,00 0,71 0,47 7- Largura dos

Ombros 19,03 19,15 104,00 1,57 0,11 8- Orelhas 19,05 19,12 103,50 1,049 0,29 9- Nariz 19,06 19,1 132,00 0,51 0,60 10- Nádegas 19,08 19,12 120,00 0,54 0,58 11- Pés 19,02 19,12 63,000 1,56 0,11 12- Dedos das

Mãos 19,1 19,15 125,00 0,71 0,47

13- Coxas 19,06 19,17 150,00 1,45 0,14 14- Bochecha 19,1 19,16 108,00 0,91 0,36 15- Olhos 19,13 19,22 285,00 1,00 0,31 16- Cabeça 19,11 19,2 165,00 1,13 0,25 17- Braços 19,07 19,17 121,50 1,37 0,17 18-Dentes 18,98 19,03 351,00 0,54 0,58 19- Altura 19,05 19,18 187,00 1,67 0,09*

20- Constituição

física 19,03 19,07 224,00 0,47 0,63 21- Pêlo no corpo 18,85 19,13 201,50 1,16 0,24 22-Panturrilha 19,05 19,16 176,00 1,41 0,15 23- Dedos dos pés 19,01 19,17 78,000 2,27 0,02*

24- Cheiro do

corpo 19,28 19,35 378,00 0,68 0,49

25- Mãos 19,12 19,22 145,00 1,32 0,18

(51)

18,5

18,6

18,7

18,8

18,9

19

19,1

19,2

19,3

19,4

19,5

1- 2- 3- 4- 5- 6- 7- 8- 9- 10- 11- 12- 13- 14- 15- 16- 17- 18- 19- 20- 21- 22- 23- 24- 25-

Grau de significância pós teste.

(52)

6 DISCUSSÃO

Os estudos apresentados sobre Ginástica Laboral são categóricos na afirmação de seus benefícios, assim como a literatura que relata as melhorias da prática da atividade física para a saúde (REIS et. al.; 2006, FONSECA et. al.;.2006, LIMA et.

al.; 2006,MORATO et.al.; 2006).

As mudanças organizacionais, como a Revolução Industrial e o avanço tecnológico, a saúde e o bem-estar no local de trabalho são assuntos que têm sido abordados na literatura, do ponto de vista físico (COOPER, et. al., 1994), emocional,

psicológico (CARTWRIGHT e COOPER, 1993), e mental (ANDERSON e GRUNERT, 1997). (DANNA e GRIFFING, 1999) e destacam a relevância da saúde e do bem-estar, devido ao fato de que as experiências dos indivíduos no trabalho sejam elas físicas, emocionais ou de natureza social, afetam na maioria das vezes positivamente as pessoas tanto no local de trabalho quanto fora dele.

Da mesma forma, os estudos apresentados sobre Autoconceito Físico se apresentaram na totalidade em diferentes faixas etárias com diferentes contextos e não foi encontrada na literatura científica nenhuma pesquisa que abordasse o Autoconceito Físico relacionado às percepções do trabalhador, e nem sobre o ponto de vista da Ginástica Laboral, ou seja, como uma atividade física de um programa voltado ao trabalhador pudesse interferir na sua forma de perceber o corpo.

Fox (2000) alerta, entre outros aspectos, para o fato de as mudanças corporais resultantes do exercício e da atividade física promoverem e modificarem o autoconceito.

(53)

Segundo Hair et. al., (1998) e Malhotra (2001), a forma de apresentação da

tabela 2 está coerente cientificamente para aplicação da análise fatorial, ou seja, não se apresentam os resultados de análise fatorial através de gráficos.

Verificou-se pela análise fatorial que não foram formadas as supercaracterísticas designadas para todas as variáveis que compõem o grupo de aptidão física, imagem corporal, e aparência física, mas houve variáveis que foram significativas, ou seja, nem todas as variáveis apresentadas no questionário podem ser consideradas um elemento do autoconceito para este estudo.

De acordo com a tabela 2, descreveram-se as variáveis, sendo as Cargas Fatoriais Iniciais (CFI) a aplicação do questionário no início do programa e as Cargas Fatoriais Finais (CFF), a aplicação do questionário após seis meses do programa de Ginástica Laboral. E , ainda, sendo F1 (aptidão física), F2 (imagem corporal) e F3 (aparência física).

Nas Cargas Fatoriais Finais (CFF), respectivamente em F1, F2 e F3 que são as aplicações do questionário após programa de Ginástica Laboral apresentam o efeito de rotação, que representa quanto uma variável pode ser considerada uma dimensão do Autoconceito Físico, como cada fator corresponde a um grupo das variáveis iniciais que estejam fortemente correlacionadas entre si, mas fracamente correlacionadas com as outras variáveis iniciais.

(54)

altura, constituição física, dedos dos pés, mãos e desejo sexual ;e para aparência física foram: cintura, órgãos sexuais, boca, quadril, rosto, pescoço, largura dos ombros, orelhas, nariz, nádegas, dedos das mãos, coxas, bochecha, olhos, cabeça, braços, dentes, altura, constituição física, panturrilha, cheiro do corpo e mãos

O uso da técnica de análise de fatores objetiva-se no presente trabalho a criar um novo critério de seleção, estabelecido em função de fatores, sobre os quais praticar-se-á a seleção, visando obter ganhos simultâneos nas variáveis originais.

A técnica envolve vários estágios como o estabelecimento do número de fatores comuns a ser usado, o cálculo das cargas iniciais destes fatores e a relação deles, obtendo-se as cargas finais e permitindo definir os fatores. O último passo envolve a estimativa dos escores fatoriais.

O método utilizado para determinar o número de fatores foi o de escolher tantos fatores comuns quantos autovalores maiores ou iguais à unidade que foram obtidos da matriz de correlação fenotípica das variáveis originais padronizadas.

A comunalidade é o quanto a variação está sendo explicada pelos fatores; estes resultados foram obtidos através da análise de fatores das variáveis das dimensões do Autoconceito Físico.

Nos quadros 01,02 e 03 e as figuras respectivamente apresentam as médias e o grau de significância das variáveis pelo teste de Wilcoxon.

A coluna T, ou seja, para o valor T, considerou-se que a soma dos postos têm distribuição normal, então calculou-se o valor de Z associado ao seu respectivo valor de probabilidade de significância.

Imagem

Tabela 1 - Características da Amostra
Tabela 2 - Cargas Fatoriais Iniciais (CFI) e Finais (CFF) para demonstração dos efeitos das rotações e valores para a dimensão do  Autoconceito Físico
Figura  1  –  Valor  associado  de  uma  distribuição  normal  padronizada  e  probabilidade  de  significância  do  teste  de  Wilcoxon  da  característica aptidão física pré e pós 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral
Figura  2  -  Valor  associado  de  uma  distribuição  normal  padronizada  e  probabilidade  de  significância  do  teste  de  Wilcoxon  da  característica Imagem corporal pré e pós 6 (seis) meses do Programa Ginástica Laboral
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