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Dissertação de Mestrado A GESTÃO DE RISCOS COMO ALTERNATIVA DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIO EM ARQUIVOS PÚBLICOS ESTUDO DE CASO

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Dissertação de Mestrado

A GESTÃO DE RISCOS COMO

ALTERNATIVA DE PREVENÇÃO DE

INCÊNDIO EM ARQUIVOS PÚBLICOS

ESTUDO DE CASO

AUTOR: MARCO ANTÔNIO DAS GRAÇAS ANTUNES

ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio Maria Claret de Gouveia

(UFOP)

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA GEOTÉCNICA DA UFOP

(2)
(3)
(4)

“... A sabedoria não se transmite, é preciso que a gente mesmo a descubra depois de

uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar, e que ninguém nos pode

evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas.”

(5)

DEDICATÓRIA

Aos meus muito queridos pais,

Antônio Vieira e Aracy, pela

(6)

AGRADECIMENTOS

À Deus, que me olha e guia;

À minha esposa Maria Lúcia e aos filhos Nathália e Rodrigo, pela compreensão ao tempo que lhes faltei durante todo o mestrado;

Ao meu orientador, professor Antonio Maria Claret de Gouveia, pelos ensinamentos, orientação e incentivo para a realização desta pesquisa;

Aos professores Paulo Gustavo Von Krüger e Sávio Augusto Lopes da Silva, pela participação na banca e importantes considerações técnicas apresentadas;

Aos colegas do mestrado, pela integração e ótima convivência durante o curso;

Aos meus colegas de diretoria da Associação Mineira de Engenharia de Segurança - AMES, em especial ao seu presidente, Dr. Sílvio Piroli, pela consideração e apreço à minha pessoa;

Ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, em especial ao Promotor de Justiça Edson de Resende Castro, pelo interesse e apoio proporcionados ao meu trabalho, e a todos os meus colegas de trabalho, de quem recebo incentivos para estudar e progredir.

Às amigas Andrea Xavier e Celestina Vasconcelos, do IEPHA, por valiosas informações prestadas;

A todos os arquivistas entrevistados, em especial a Ana Alice Ribeiro, Carlos Lima e Júlia de Sá Carvalho, sem os quais não seria possível realizar este trabalho acadêmico;

(7)

RESUMO

As edificações sede de arquivos públicos custodiam documentos de valor permanente, sendo estes inalienáveis e de guarda imprescritível. Para verificação do nível de proteção contra incêndio a esses documentos permanentes, em cada uma das edificações pesquisadas, foi aplicada a análise global de risco de incêndio, decorrente do Método de Gretener. O texto da IT 35 do CBMMG, baseado nesse método de desempenho (mundialmente conhecido) fornece alternativas de proteção contra incêndio às edificações (e ao seu conteúdo) que compõem o patrimônio histórico mineiro, quando não seja possível ou esteticamente conveniente, a adoção de medidas de segurança de ordem normativa ou prescritiva. O resultado da pesquisa mostrou que as edificações onde estão instalados os arquivos públicos estão em situação de insegurança frente ao risco de incêndio, em razão de um desequilíbrio na relação segurança versus proteção.

Outra rápida constatação foi o elevado volume de documentos no suporte papel (principal carga de incêndio) acomodados em espaço de superfície insuficiente para comportá-los, incorrendo cargas de incêndio específicas muito superiores ao valor estipulado em norma. Com o emprego sucessivo de medidas de proteção passiva e ativa nessas edificações, os coeficientes de segurança melhoraram imediatamente a cada ensaio, conferindo ao prédio e aos seus ocupantes uma situação pró-segurança, frente ao risco de incêndio, até então desfavorável. Edificações que abrigam instituições arquivísticas, necessitam de um de sistema de segurança contra incêndio e pânico que monitore diuturnamente as áreas de interesse, com rápida detecção de um foco de fogo e acionamento de alarme, seguido de imediato e eficiente combate por brigadistas treinados, no mínimo.

(8)

ABSTRACT

The buildings of public archives shelter documents of permanent value, which are of inalienable and imprescriptible guard. To check the level of fire protection to these permanent records in each building surveyed, it was applied the global analysis of fire risk using the Gretener Method. The text of the “IT 35-CBMMG”, based on this method of performance (widely known) provides fire protection alternatives for the historical buildings (and their contents) of Minas Gerais State, Brazil, when it is not possible or aesthetically desirable, the adoption of security normative or prescriptive measures. The research result showed that showed that the buildings where are installed the public archives are of no conformity to risk of fire due to an in the safety versus protection.

Another quick observation was the high volume of documents on paper (main fire load) accommodated in rooms of insufficient area to contain them, incurring specific fire loads much higher than the stipulated level in the specific standard. With the successive employment of active and passive protection measures in these constructions, the safety factors after each trial immediately improved, giving the building and its occupants a pro-safety situation, compared to the outbreak of fire, until unfavorable.

(9)

Lista de Ilustrações

Figura 1.6: Arquivos públicos municipais em Minas Gerais... 05

Figura 4.1: Triângulo do fogo... 23

Figura 4.2: Tetraedro do fogo ... 23

Figura 4.3: Evolução de um incêndio compartimentado ... 28

Figura 6.1.1: Localização espacial da sede da Fundação Museu e Arquivo Público de Campo Belo... 47

Figura 6.1.2: Prédio do museu e arquivo e sua circunvizinhança... 47

Figura 6.1.3: Fachada do prédio que abriga o Museu e o Arquivo Público de Campo Belo... 48

Figura 6.1.4: Placa alusiva ao tombamento do prédio... 48

Figura 6.1.5: Documento mais antigo: livro de anotações contábeis, de 1895... 48

Figura 6.1.6: Sala do Arquivo Permanente com documentos em caixas box... 49

Figura 6.1.7: Sala do Arquivo Permanente com documentos empacotados... 49

Figura 6.1.8: Sala da Higienização... 49

Figura 6.1.9: Sala da Reserva Documental... 49

Figura 6.1.10: Pesagem de documentos... 49

Figura 6.1.11: Vista do interior do Museu de Campo Belo... 49

Figura 6.2.1: Localização espacial do Arquivo Público de Bonfim... 54

Figura 6.2.2: Fachada principal da edificação onde funciona a Casa da Cultura de Bonfim... 55

Figura 6.2.3: Placa alusiva à Casa da Cultura “Dr. José Silva Martins”... 55

Figura 6.2.4: Sala de Pesquisa do Arquivo Permanente... 55

Figura 6.2.5: Sala do Arquivo Permanente... 56

Figura 6.2.6: Sala (menor) da Biblioteca... 56

Figura 6.2.7: Sala (maior) da Biblioteca ... 56

Figura 6.2.8: Fachada dos fundos e lateral direita da edificação... 56

(10)

Figura 6.3.3: Placa do Arquivo Público de Paracatu, na fachada da edificação... 62

Figura 6.3.4: Sala da Recepção... 62

Figura 6.3.5: Sala do Acervo Judiciário – 1ª Vara Criminal... 62

Figura 6.3.6: Acervo Judiciário da 1ª Vara Criminal, em caixas box... 62

Figura 6.3.7: Hemeroteca... 62

Figura 6.3.8: Sala da Direção... 62

Figura 6.3.9: Acervo Municipal... 63

Figura 6.3.10: Laboratório para higienização de documentos... 63

Figura 6.4.1: Localização espacial do Arquivo Público de Ouro Preto... 67

Figura 6.4.2: Fachada do prédio “Casa de Gonzaga”... 68

Figura 6.4.3: Placa alusiva ao APMOP... 68

Figura 6.4.4: Recepção do Arquivo... 69

Figura 6.4.5: Arquivo de Guarda Menor... 69

Figura 6.4.6: Arquivo de Guarda Maior... 69

Figura 6.4.7: Arquivo de Guarda Maior... 69

Figura 6.4.8: Secretaria de Cultura (instalada no 2º pavimento)... 69

Figura 6.4.9: Pesagem de documentos... 69

Figura 6.4.10: Vista dos fundos da “Casa de Gonzaga”: perigo de generalização de incêndio (empena de madeira)... 70

Figura 6.4.11: Vista da fachada da antiga sede do APMOP... 70

Figura 6.5.1: Localização espacial do Arquivo Público de Carangola... 74

Figura 6.5.2: Fachada da edificação onde funciona o Arquivo Histórico-Geográfico Carangolense... 75

Figura 6.5.3: Primeiro livro de atas da câmara municipal de Carangola – 1881 a 1884... 76

Figura 6.5.4: Documentos em papel guardados em caixas box de polipropileno... 76

Figura 6.5.5: Sala da História Regional... 76

Figura 6.5.6: Livro de Contrato de Compra e Venda de Escravos... 76

Figura 6.5.7: Área descoberta entre a edificação do Museu e a do Arquivo... 76

(11)

Figura 6.6.1: Localização espacial do prédio da FUNDAC onde funciona o

Arquivo Histórico Municipal de Barbacena... 81

Figura 6.6.2: Fachada do prédio que abriga a “Casa da Cultura” de Barbacena... 82

Figura 6.6.3: Placa alusiva ao Arquivo Histórico Municipal... 82

Figura 6.6.4: Sala de Recepção e Pesquisa... 82

Figura 6.6.5: Documentos em caixas box, em arquivo permanente... 83

Figura 6.6.6: Documentos em caixas box, em arquivo permanente... 83

Figura 6.6.7: Sala do Arquivo Maior... 83

Figura 6.6.8: Sala da Coordenação e Restauro... 83

Figura 6.6.9: Extintores de incêndio nos corredores do prédio... 83

Figura 6.6.10: Urnas de couro com documentos, no Arquivo Maior... 83

Figura 6.7.1: Localização espacial do Arquivo Público Municipal José Otaviano Pacheco... 87

Figura 6.7.2: Fachada do prédio do Arquivo Público Municipal de Formiga... 88

Figura 6.7.3: Placa alusiva à instalação do arquivo (1990)... 89

Figura 6.7.4: Sala da Recepção do Arquivo Público... 89

Figura 6.7.5: Documentos em caixas box... 89

Figura 6.7.6: Documentos em caixas box... 89

Figura 6.7.7: Extintor de incêndio de gás carbônico... 89

Figura 6.7.8: Levantamento da carga de incêndio... 89

Figura 6.7.9: Fachada do prédio sede da Prefeitura Municipal de Formiga... 90

Figura 6.8.1: Localização espacial do Arquivo Público de Uberlândia... 93

Figura 6.8.2: Fachada do prédio que abriga o Arquivo Público de Uberlândia... 94

Figura 6.8.3: Placa do Arquivo Público... 95

Figura 6.8.4: Sala de Pesquisa... 95

Figura 6.8.5: Documentos em caixas box de papelão... 95

Figura 6.8.6: Sala de Acervos Fotográficos... 95

Figura 6.8.7: Sala dos Historiadores... 95

Figura 6.8.8: Sala do “acervo sujo”... 95

Figura 6.8.9: Presença de hidrante nos prédios dos arquivos... 96

(12)

Figura 6.8.11: Sistema de estantes deslizantes... 96

Figura 6.8.12: Prédio do Arquivo Intermediário... 97

Figura 6.8.13: Arquivo Intermediário em seu interior... 97

Gráfico 6.1.1: Cargas de incêndio no Museu e Arquivo Público de Campo Belo... 50

Gráfico 6.1.2: Cargas de incêndio específicas... 51

Gráfico 6.2.1: Cargas de incêndio na edificação do arquivo... 58

Gráfico 6.2.2: Cargas de incêndio específicas... 58

Gráfico 6.3.1: Cargas de incêndio no Arquivo Público de Paracatu... 64

Gráfico 6.3.2: Cargas de incêndio específicas... 65

Gráfico 6.4.1: Cargas de incêndio no APMOP... 72

Gráfico 6.4.2: Cargas de incêndio específicas... 72

Gráfico 6.5.1: Cargas de incêndio no Arquivo Histórico-Geográfico Carangolense... 78

Gráfico 6.5.2: Cargas de incêndio específicas... 78

Gráfico 6.6.1: Cargas de incêndio total, mobiliária e permanente ... 85

Gráfico 6.6.2: Cargas de incêndio específicas e normativa... 85

Gráfico 6.7.1: Cargas de incêndio total, mobiliária e permanente... 91

Gráfico 6.7.2: Cargas de incêndio específicas e normativa... 91

Gráfico 7.1: Comportamento das cargas de incêndio específicas nos arquivos públicos pesquisados... 100

(13)

Lista de Tabelas

Tabela 3.1: Instituições arquivísticas - fronteiras... 21

Tabela 4.1: Massa específica de materiais... 25

Tabela 4.2: Massa específica de materiais... 25

Tabela 4.3: Poder calorífico de materiais... 26

Tabela 4.4: Cargas de incêndio de objetos comuns... 26

Tabela 4.5: Classificação do risco quanto à carga de incêndio... 27

Tabela 5.1: Densidades de carga de incêndio e fatores de risco em um compartimento... 37

Tabela 5.2: Profundidade e/ou altura do compartimento e fatores de risco... 37

Tabela 5.3: Distância do corpo de bombeiros e fatores de riscos... 38

Tabela 5.4: Condições de acesso e fatores de risco... 38

Tabela 5.5: Perigo de generalização e fatores de risco... 39

Tabela 5.6: Importância específica da edificação e fatores de risco... 40

Tabela 5.7: Riscos de ativação devidos à natureza da ocupação e fatores de risco. 41 Tabela 5.8: Risco de ativação devido à falha humana e fatores de risco... 41

Tabela 5.9: Risco de ativação devido à qualidade das instalações elétricas e de gás e fatores de risco... 42

Tabela 5.10: Risco de ativação por descarga atmosférica e fatores de risco... 42

Tabela 5.11: Medidas sinalizadoras de incêndio e fatores de segurança... 43

Tabela 5.12: Medidas extintivas e fatores de segurança... 44

Tabela 5.13: Medidas de infraestrutura e fatores de segurança... 44

Tabela 5.14: Medidas estruturais e fatores de segurança... 44

Tabela 5.15: Medidas políticas e fatores de segurança... 45

Tabela 6.1.1: Cargas de incêndio associadas aos cômodos da edificação... 50

Tabela 6.1.2: Parâmetros de risco de incêndio... 52

Tabela 6.1.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 52

Tabela 6.2.1: Cargas de incêndio associadas aos cômodos... 57

(14)

Tabela 6.2.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 59

Tabela 6.3.1: Cargas de incêndio associadas aos cômodos... 63

Tabela 6.3.2: Parâmetros de risco de incêndio... 65

Tabela 6.3.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 65

Tabela 6.4.1: Cargas de incêndio associadas aos cômodos... 71

Tabela 6.4.2: Parâmetros de risco de incêndio... 72

Tabela 6.4.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 73

Tabela 6.5.1: Cargas de incêndio associadas aos setores da edificação... 77

Tabela 6.5.2: Parâmetros de risco de incêndio... 79

Tabela 6.5.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 79

Tabela 6.6.1: Cargas de incêndio associada aos setores do arquivo... 84

Tabela 6.6.2 Parâmetros de risco de incêndio... 85

Tabela 6.6.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 86

Tabela 6.7.1: Cargas de incêndio associadas aos setores da edificação... 90

Tabela 6.7.2: Parâmetros de risco de incêndio... 92

Tabela 6.7.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 92

Tabela 6.8.1: Cargas de incêndio na edificação... 97

Tabela 6.8.2: Parâmetros de risco de incêndio... 98

Tabela 6.8.3: Resultado da análise global de risco de incêndio... 98

Tabela 7.1: Cargas de incêndio específicas (CIE) e normalizadas (CIN)... 100

Tabela 7.2: Riscos de incêndio nos arquivos pesquisados... 101

(15)

Lista de Símbolos, Nomenclaturas e Abreviações

A - risco de ativação de incêndio

A1 - risco de ativação devido à ocupação

A2 - risco de ativação devido à falha humana

A3 - risco de ativação devido à qualidade das instalações elétricas e de gás

A4 - risco de ativação devido por descarga atmosférica

Af - área do piso do compartimento, em metro quadrado

CO - gás monóxido de carbono CO2 - gás dióxido de carbono

CS - Coeficiente de Segurança ºC - grau Celsius

E - exposição ao risco de incêndio

f1 - fator que representa carga de incêndio específica

f2 - fator que representa profundidade e/ou altura do compartimento

f3 - fator que representa distância ao Corpo de Bombeiros

f4 - fator que representa condições de acesso à edificação

f5 - fator que representa perigo de generalização

f6 -fator que representa importância específica da edificação

γ

- coeficiente de segurança contra incêndio

γ

min - coeficiente de segurança mínimo aceitável

(16)

HC - poder calorífico de um material

Hi - potencial calorífico de cada componente i do material combustível, em megajoule

por quilograma

I - fator que considera o risco de ativação de incêndio em função do tipo de uso do compartimento

kJ/g - quilojoule por grama

kg/m3 - quilograma por metro cúbico

M - fator associado à mobilidade das pessoas

Mi - massa total de cada componente i do material combustível, em megajoule por

quilograma

MJ/kg – megajoule por quilo MJ/g - megajoule por grama

MJ/m2 - megajoule por metro quadrado MJ/un. - megajoule por unidade

N - fator que depende de medidas normais de proteção O2 - gás oxigênio

qfi - valor da carga de incêndio específica, em megajoule por metro quadrado de área de

piso

R - risco de incêndio ou risco global de incêndio

S – fator que depende de medidas especiais de proteção S1 - alarme de incêndio com acionamento manual

S2 - detector de calor e fumaça

S3 - detector de calor e fumaça com transmissão automática do sinal de alarme para o

Corpo de Bombeiros ou para a central de segurança S4 - aparelhos extintores

(17)

S6 - brigada de incêndio em plantão durante o expediente

S7 - brigada de incêndio em plantão permanente

S8a - instalação interna de chuveiros automáticos

S8b - instalação externa de chuveiros automáticos

S9 - sistema de hidrantes internos à edificação e mangotinhos com abastecimento por

meio de reservatório público

S10 - sistema de hidrantes internos à edificação e mangotinhos com abastecimento por

meio de reservatório particular S11 - reserva de águas

S12 - resistência ao fogo maior ou igual a 30 min

S13 - resistência ao fogo maior ou igual a 60 min

S14 - resistência ao fogo maior ou igual a 90 min

S15 - resistência ao fogo maior ou igual a 120 min

S16 - planta de risco

S17 - plano de intervenção

S18 - plano de escape

S19 - sinalização das saídas de emergência e rotas de fuga θg - temperatura dos gases, em graus Celsius, no instante t

θo - temperatura do ambiente antes do início do aquecimento, em graus Celsius,

geralmente tomada igual a 20 ºC

t – tempo, em minutos

(18)

AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros AU - área útil

CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais CIE - carga de incêndio específica

CIL - carga de incêndio normativa CIM - carga de incêndio mobiliária CIN - carga de incêndio de norma CIP - carga de incêndio permanente CIT - carga de incêndio total

CMOP - Câmara Municipal de Ouro Preto

COHAPAR - Companhia de Habitação do Paraná CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos EUA - Estados Unidos da América

FCA - Ferrovia Centro Atlântica

FUMEC - Fundação Mineira de Educação e Cultura FUNDAC - Fundação Municipal de Cultura

IT - Instrução Técnica

IT 03 - Instrução Técnica 3: Terminologia de Segurança contra Incêndio (CB-PMESP) IT 09 - Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco (CBMMG)

IT 35 - Instrução Técnica 35: Segurança contra Incêndio em Edificações Históricas (CBMMG)

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional LIGA - Liga Federal de Combate a Incêndio da Áustria

(19)

MPMG - Ministério Público do Estado de Minas Gerais NBR - Norma Brasileira Registrada

NFPA - National Fire Protection Association PBC - Performance-Based Codes

PBD - Performance-Based Design

PBH – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte PMOP - Prefeitura Municipal de Ouro Preto PR - Paraná (Estado)

PSCIP - Processo de Segurança contra Incêndio e Pânico PVC - Policloreto de vinila

RMV - Rede Mineira de Viação SI - Sistema Internacional de Unidades

SIA - Societé Suisse des Ingénieurs et des Architects

SPDA - Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas TRRF - Tempo Requerido de Resistência ao Fogo

TRVB A – 100 - Norma Austríaca (cálculo)

TRVB A – 126 - Norma Austríaca (parâmetros para o cálculo) UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura WGS - Sistema Geodésico Mundial 1984

(20)

Lista de Anexos

Anexo I - Roteiro para Levantamento de Dados em Campo... I.1

Anexo II - Arquivo Público de Campo Belo... II.1 Sala do Arquivo... II.2 Sala de Higienização... II.3 Sala da Reserva... II.4 Copa... II.5 Corredor... II.6 Banheiros... II.7 Sala da Secretaria... II.8 Sala da Recepção... II.9 Sala da Direção... II.10 Sala Memória Ferroviária... II.11 Sala do Museu... II.12 Análise Global de Risco de Incêndio... II.13

(21)

Anexo IV - Arquivo Público de Paracatu... IV.1 Recepção e Pesquisa... IV.2 Sala de Restauro... IV.3 1ª Vara Criminal... IV.4 2ª Vara Criminal... IV.5 Banheiro (2ª Vara Criminal)... IV.6 Banheiro Social... IV.7 Corredor... IV.8 Sala da Coordenação... IV.9 Acervo Municipal... IV.10 Laboratório de Higienização... IV.11 Hemeroteca... IV.12 Varanda... IV.13 Cantina... IV.14 Banheiro... IV.15 Análise Global de Risco de Incêndio... IV.16

Anexo V - Arquivo Público de Ouro Preto... V.1 Recepção e Pesquisa... V.2 Arquivo de Guarda Maior... V.3 Arquivo de Guarda Menor... V.4 Análise Global de Risco de Incêndio... V.5

(22)

Sala da Direção... VI.8 Banheiros... VI.9 Sala de Exposições Temporárias... VI.10 Sala de Pesquisa do Arquivo... VI.11 Sala de Guarda do Museu e do Arquivo... VI.12 Análise Global de Risco de Incêndio... VI.13

Anexo VII - Arquivo Público de Barbacena... VII.1 Sala de Consulta e Arquivo... VII.2 Sala da Coordenação... VII.3 Sala de Arquivo (maior)... VII.4 Análise Global de Risco de Incêndio... VII.5

Anexo VIII - Arquivo Público de Formiga... VIII.1 Recepção... VIII.2 Arquivo 1º Pavimento... VIII.3 Arquivo 2º Pavimento... VIII.4 Análise Global de Risco de Incêndio... VIII.5

(23)

ÍNDICE

DEDICATÓRIA... iv AGRADECIMENTOS... v RESUMO... vi ABSTRACT... vii LISTA DE ILUSTRAÇÕES... viii LISTA DE TABELAS... xii LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES... xiv LISTA DE ANEXOS... xix ÍNDICE... xxii

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO... 1 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO... 1 1.2 PROBLEMA DA PESQUISA... 2 1.3 HIPÓTESE... 3 1.4 OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS... 3 1.5 JUSTIFICATIVA... 4 1.6 OPORTUNIDADE... 4 1.7 LIMITAÇÃO DA PESQUISA... 5 1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO... 6

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 8

CAPÍTULO 3 – ARQUIVOS PERMANENTES... 19 3.1 CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS... 19 3.2 DOCUMENTO E MEIOS INSTITUCIONAIS PARA CUSTÓDIA E

(24)

CAPÍTULO 4 – A PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NO PROJETO

DAS EDIFICAÇÕES... 22 4.1 A DINÂMICA DO FOGO... 22 4.2 CARGA DE INCÊNDIO E PODER CALORÍFICO DE MATERIAIS... 24 4.3 CURVA TEMPERATURA-TEMPO PARA UM INCÊNDIO

NATURAL... 27 4.4 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO NAS

EDIFICAÇÕES... 29 4.5 CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÃO PARA SEDE DE ARQUIVO... 30 4.6 LEGISLAÇÃO SOBRE INCÊNDIO E PÂNICO NO ESTADO DE

MINAS GERAIS... 33

CAPÍTULO 5 – MÉTODO DA PESQUISA... 35 5.1 ANÁLISE GLOBAL DE RISCO DE INCÊNDIO MÉTODO DE

GRETENER ADAPTADO E APLICADO A SÍTIOS HISTÓRICOS... 36 5.1.1 – PARÂMETROS E FATORES DE RISCO DE INCÊNDIO – R... 36 5.1.2 – PARÂMETROS E FATORES DE RISCO DE ATIVAÇÃO DE

INCÊNDIO – A... 40 5.1.3 – MEDIDAS E FATORES DE SEGURANÇA – S... 43

CAPÍTULO 6 – ESTUDO DE CASO... 46 6.1 MUSEU E ARQUIVO PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE CAMPO

BELO...

46

6.2 ARQUIVO PÚBLICO DE BONFIM... 53 6.3 ARQUIVO PÚBLICO DE PARACATU... 60

6.4 ARQUIVO PÚBLICO DE OURO PRETO 66

(25)

CAPÍTULO 7 – RESULTADOS E DISCUSSÃO... 100

CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÃO FINAIS... 104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 108

(26)

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Dentre os prejuízos à sociedade ocasionados por desastres naturais como terremotos, furações, erupções vulcânicas, secas, alagamentos, inundações, movimentos de massa generalizados e incêndios, e outros intentados pelo homem, a exemplo de atos de guerra, terrorismo, sabotagem e vandalismo, é possível dizer que o incêndio assola a todos, independentemente de condições geográficas, econômicas ou políticas que se situarem e, na maioria das vezes, produz efeitos devastadores, gerando perdas e danos irreparáveis (Ono, 2004).

Quando ocorre um incêndio em edificações, as ações de salvamento tomadas visam naturalmente à proteção da vida humana, ou seja, a segurança de seus ocupantes. Embora isso seja primordial, alguns objetos, edifícios, sítios históricos e/ou arqueológicos são de valor inestimável para uma cidade, um país, ou até mesmo para a Humanidade. Além disso, a perda um bem com esse atributo de valor poderá resultar um grande impacto emocional e econômico para a comunidade atingida, segundo a professora Rosaria Ono (Ono, 2004).

(27)

Segundo Araujo (2004), quando da ocorrência de um incêndio, bens são danificados ou mesmo destruídos e, ainda que contando com informações sobre o que foi perdido, a reconstrução de alguma obra pode até mesmo se tornar possível do ponto de vista material, mas o valor de sua autenticidade já não existirá mais.

É no contexto acima apresentado que a presente dissertação de mestrado traz à reflexão a importância e a responsabilidade social da preservação de documentos denominados permanentes, custodiados a arquivos públicos, particularmente sobre a questão da segurança contra o risco de incêndio e suas consequências.

A filosofia do Método de Gretener, delineada no Capítulo 5- Método da Pesquisa, empregada nos estudos de caso, é estabelecer uma comparação entre os atributos ou fatores de segurança, de um lado, e os de risco de incêndio, de outro, que estão presentes e envolvidos em uma edificação ou em um conjunto de edificações.

Dessa forma, o perfeito entendimento desses atributos permitirá ao gestor de arquivo de documentos priorizar quais medidas de proteção serão suficientes para neutralizar, em termos de prevenção e combate, o risco global de incêndio sabido e calculado para a edificação, estabelecendo um nível de proteção determinado (em conformidade com os coeficientes de segurança calculados), segundo as possibilidades da instituição em termos de investimento em segurança contra incêndio.

Cabe adiantar que o Método de Gretener, base teórica da Instrução Técnica 35 – “IT 35”, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas - CBMMG (CBMMG, IT 35), que dispõe sobre “Segurança contra Incêndio em Edificações Históricas no Estado de Minas Gerais”, por sua racionalidade e concepção, aplica-se verdadeiramente à qualquer edificação.

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

(28)

conseqüências? Caso negativo, quais as medidas institucionais, preventivas, protetivas e gerenciais poderão ser aplicadas?

Os arquivos públicos considerados nesta pesquisa estão localizados nos seguintes municípios: Campo Belo, Bonfim, Paracatu, Ouro Preto, Carangola, Barbacena e Uberlândia. No item 1.7 – LIMITAÇÃO DA PESQUISA, é mostrada a distribuição geográfica dos arquivos públicos municipais no Estado de Minas Gerais.

1.3 HIPÓTESE

Assume-se como hipótese que a magnitude do valor do risco global de incêndio a ser levantado em cada uma das edificações de arquivo público, seja superior à correspondente magnitude do valor da proteção contra incêndio.

1.4 OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS

O objetivo geral dessa pesquisa é aplicar o Método de Gretener, adaptado à IT 35, às edificações de arquivos públicos municipais (avaliadas no Capítulo 6) e calcular o coeficiente de segurança contra o risco de incêndio associado à essas edificações.

Como objetivos específicos, tem-se:

• Determinar os fatores de risco que potencializam o risco de incêndio, entre esses a carga de incêndio permanente (predial) e mobiliária.

• Determinar os riscos de ativação e global de incêndio.

• Mostrar as medidas de segurança existentes e propor outras, se necessário, visando por excelência à prevenção do risco de incêndio.

(29)

• Identificar, mediante inspeção de campo, o risco de um desastre social urbano a partir da generalização de incêndio ocorrido em edificações de arquivo.

• Chamar atenção para as medidas de segurança contra incêndio predial, como o isolamento de riscos e a compartimentação, os materiais de revestimento e acabamento a serem empregados, as medidas sinalizadoras, extintivas, de infraestrutura, estruturais e acessórias, nos casos de projeto e construção de novas edificações de arquivo.

1.5 JUSTIFICATIVA

A propositura do tema se justifica em razão de que as instituições destinadas a arquivos públicos, custodiadoras de documentos permanentes, possam estar apresentando elevado risco de incêndio em suas edificações, cujas conseqüências poderão impor a perda definitiva de documentos não raro únicos, de valor inestimável para a sociedade e fonte probante para o cidadão comum interessado em comprovar seu testemunho, direitos e deveres para com o Estado (Bellotto, 2004). “Os documentos de valor permanente são inalienáveis, e a sua guarda, imprescritível” (MINAS GERAIS, 1994).

1.6 OPORTUNIDADE

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Na ALMG, o referido projeto de lei recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (MINAS GERAIS, 2010a) ante os aspectos da juridicidade, constitucionalidade e legalidade. Da mesma forma, recebeu parecer favorável da Comissão de Cultura (MINAS GERAIS, 2010b). De acordo com esta Comissão, são instituições arquivísticas de Minas Gerais os arquivos mantidos pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado.

1.7 LIMITAÇÃO DA PESQUISA

Em razão de limitação do tempo, não foi possível inspecionar todos os arquivos públicos municipais em Minas Gerais, relacionados no site do Conselho Nacional de Arquivo (CONARQ, 2010),considerando o enorme espaço territorial do Estado (maior que países europeus, como França, por exemplo) e a grande distância entre próprias instituições (Figura 1.7).

(31)

Dessa forma, procurou-se inspecionar edificações de arquivos públicos em áreas geográficas diversas, buscando um apanhado crítico de informações sobre segurança contra incêndio em prol da defesa do patrimônio público e cultural.

Não foram considerados neste trabalho riscos envolvendo fenômenos naturais (alagamentos, deslizamentos de terras, chuvas e ventos fortes, pragas animais e outros mais) que não os de incêndio e suas conseqüências em edificações onde estão instalados os arquivos públicos municipais no Estado de Minas Gerais.

1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO

No Capítulo 2, Revisão Bibliográfica, é apresentado o que há de recente em relação ao Método de Gretener, com relevância para as pesquisas acadêmicas (mestrado).

No Capítulo 3, Arquivos Permanentes, mostra-se o que sejam instituições arquivísticas, documentos de primeira, segunda e terceira idades e a importância dos últimos, chamados de documentos permanentes.

No Capítulo 4, A Proteção contra Incêndio no Projeto de Edificações, é apresentada a dinâmica do fogo, o poder calorífico de vários materiais de uso comum nas edificações, a curva temperatura-tempo para um incêndio natural, a reação ao fogo dos materiais e a resistência ao fogo dos elementos de construção, as principais medidas de proteção ativa e passiva nas edificações, a importância da compartimentação e a legislação sobre incêndio e pânico no Estado de Minas Gerais.

(32)

No Capítulo 6, Estudos de Caso – Aplicação do Método, mostra-se o desenvolvimento da análise global do risco de incêndio para cada uma das edificações de arquivos públicos pesquisadas, com detalhamento para as cargas de incêndio permanente (predial), mobiliária (conteúdo) e total (a soma das duas anteriores) levantadas in loco

nessas edificações, como também a determinação do valor da carga de incêndio específica associada à cada uma das edificações e sua comparação com a norma específica vigente.

No Capítulo 7, Resultados e Discussão, o valor da carga de incêndio específica de cada uma das edificações, levantado no capítulo precedente, é visualizado em conjunto, da mesma forma o valor da magnitude do risco de incêndio (exposição, ativação e global) e os respectivos coeficientes de segurança para a edificação, associados à cada uma das hipóteses testadas (ATUAL, I, II e III).

No Capítulo 8, Considerações Finais, o autor confirma a hipótese asseverada no início da pesquisa (em sete dos oito arquivos inspecionados) e tece considerações a respeito das medidas de proteção que podem ser utilizadas, segundo as hipóteses estipuladas, de forma a melhorar progressivamente a qualidade de proteção contra o risco de incêndio em cada uma das edificações avaliadas. Em trabalhos futuros, sugere-se que a IT 35, tenha os pesos dos parâmetros de risco e de segurança contra incêndio revistos, além da inclusão de outros.

(33)

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Baranoski (2008), em sua dissertação de mestrado intitulada ANÁLISE DO RISCO DE INCÊNDIO EM ASSENTAMENTO URBANOS PRECÁRIOS – DIAGNÓSTICO DA REGIÃO DE OCUPAÇÃO DO GUARITUBA – MUNICÍPIO DE PIRAQUARA – PARANÁ, aplicou o Método de Gretener em uma pesquisa cujo cenário de campo foi uma área com ocupação irregular, com assentamentos precários no município de Piraquara, PR.

Segundo o autor, o objetivo da pesquisa é o diagnóstico dos fatores que potencializam o risco de incêndio em assentamentos urbanos precários, com proposição de um conjunto de medidas capazes de reduzir o risco de incêndio nesses assentamentos.

A definição da unidade-caso, Setor Jardim das Orquídeas, adveio da impraticabilidade, segundo o autor, de se efetuar a análise de risco incêndio em toda a região do Guarituba, que, segundo a Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR, em levantamento de 2005, registrou 8.258 lotes com um total de 13.008 residências. Com apoio de representantes da associação de moradores da região, e da Prefeitura Municipal de Piraquara, o autor identificou o Setor Jardim das Orquídeas como representativo do todo, para aplicação de sua pesquisa.

Para início dos trabalhos de campo, o autor dividiu a área (Setor Jardim das Orquídeas) em 8 setores, cada um constituído por 30 lotes, identificados por cores (Setor 1 – Amarelo; Setor 2 – Verde; Setor 3 – Laranja; Setor 4 – Vermelho; Setor 5 – Azul; Setor 6 – Roxo; Setor 7 – Marrom; Setor 8 – Rosa), em conformidade com a técnica denominada “Amostragem por Conglomerados”.

(34)

em madeira (121), alvenaria (84) e mistas (35), correspondem a 50%, 35% e 15%,

respectivamente, de um total de 240 construções avaliadas.

A aplicação do Método de Gretener na pesquisa realizada pelo autor permitiu o conhecimento da carga de incêndio específica média relativa às 240 edificações residenciais do Setor Jardim das Orquídeas, no valor de 2.182,32 MJ/m2 e, portanto, de uma forma geral, uma referência de valor para carga de incêndio específica associada a edificações em assentamentos precários, com utilização expressiva da madeira como material de construção. Em conformidade com a norma NBR 14432:2000, esse valor acima apresentado está 7 vezes maior que o preconizado para a ocupação residencial, que é de 300 MJ/m2.

Embora não se tenha atingido o nível de segurança mínimo aceitável, de acordo com os parâmetros de risco e de segurança utilizados na análise global de risco de incêndio, o autor determinou os fatores que potencializam o risco de incêndio no assentamentos urbano avaliado (basicamente: carga de incêndio específica elevada; risco de ativação devido à presença de instalações elétricas precárias e/ou clandestinas; risco de ativação devido à falta de treinamento de segurança de moradores), alvo do objetivo de sua pesquisa acadêmica.

Claret e Andrade (2007), em artigo intitulado Fire Load Survey of Historic Buildings: A Case Study, mostraram o resultado de uma pesquisa de campo realizada na cidade

histórica de Ouro Preto, Minas Gerais, com o objetivo de conhecer e levantar a carga de incêndio fixa e móvel em 43 edificações (amostra) situadas na rua São José, logradouro público dedicado ao comercio em geral, de notório conhecimento local. Embora as edificações da rua São José tenham uma ocupação variada, há predomínio para os usos residencial e comercial.

(35)

MJ/m2 e um desvio-padrão de 2.833 MJ/m2, com os extremos em 14.560 MJ/m2, para umafarmácia, e 520 MJ/m2, para uma moradia.

Das 39 edificações pesquisadas, os autores mostraram uma associação entre os diversos usos dos cômodos e a carga de incêndio específica correspondente. Dessa associação, ficou evidente, com base no valor mediano amostral, que os cômodos destinados a depósito, comércio e sala de televisão são os que contém as maiores cargas de incêndio por superfície, seguidos dos cômodos utilizados como quartos de dormir, sala de jantar, cozinha e escritório, nessa ordem.

Na composição da carga de incêndio presente nos cômodos, houve destaque para os materiais, madeira, espuma, papéis, plásticos e têxteis, sobretudo o primeiro. Nas construções do barroco colonial, o elemento madeira está muito presente nos pisos e forros da edificações, como também nas aberturas (portas e janela), o que responde pela alta participação desse material no cômputo da carga de incêndio fixa. Relativamente à carga de incêndio móvel, a madeira também teve sua participação expressiva, com emprego corrente no mobiliário das edificações amostradas.

(36)

Para Silva e Coelho Filho (Ambiente Construído, 2007), em artigo técnico intitulado Índice de segurança contra incêndio para edificações (a fire safety índex for buildings),

a segurança à vida e ao patrimônio podem ser verificadas por meio de métodos de avaliação de risco de incêndio e suas conseqüências. Entre esses métodos destaca-se o Método de Gretener (um dos mais conhecidos e experimentados internacionalmente), em homenagem ao seu idealizador, engenheiro Max Gretener, que, em 1960, então diretor da Associação de Proteção contra Incêndio da Suíça, deu início a estudos sobre o cálculo do risco de incêndio em indústrias e grandes edifícios. O método, publicado em 1965, visava a atender às necessidades das companhias de seguro. O Corpo de Bombeiros da Suíça, em 1968, considerou esse mesmo método na avaliação de risco e condição de proteção contra incêndio em edificações. Em 1984, a Societé Suisse des Ingénieurs et des Architects (SIA), publicou o documento SIA-81 (1984), intitulado “Método de avaliação de risco de incêndio”, revisado por um grupo de especialistas de seguradoras e da própria SIA, tendo por base os trabalhos de Max Gretener.

De acordo com Silva e Coelho Filho (2007), o método desenvolvido por Gretener também serviu de base para as normas austríacas TRVB 100 (cálculo) e TRVB A-126 (parâmetros para cálculo) publicadas pela Liga Federal de Combate a Incêndio em 1987 (LIGA, 1987a; LIGA, 1987b). Os valores das cargas de incêndio específicas desse método foram também aceitos na Nova Zelândia e serviram de base para a NBR 14432:2000 (ABNT, 2000).

Ainda de acordo com esses autores, o método tabular original de Gretener leva à determinação de um índice global de segurança γfi para cada compartimento de uma

edificação. A segurança contra incêndio e suas conseqüências estará verificada se o índice γfi calculado for no mínimo igual a um. O cálculo desse índice global de

segurança é determinado conforme segue:

γ

fi

RxMxI NxSxE 3

, 1 =

(37)

- N é um fator que depende de medidas normais de proteção (extintores de

incêndio portáteis, hidrantes prediais, adução de água, hidrante público, treinamento);

- S é um fator que depende de medidas especiais de proteção (modo de

detecção, transmissão de alarme, qualidade do corpo de bombeiros, tempo-resposta do corpo de bombeiros, tipo de equipamento de extinção, exaustão); - E é um fator que depende das medidas construtivas de proteção da edificação (resistência ao fogo das estruturas da edificação, resistência ao fogo das

paredes que compõem a fachada da edificação, resistência ao fogo das lajes, presença de células corta-fogo em compartimento);

- R é um fator associado ao risco de incêndio (carga de incêndio mobiliária,

combustibilidade da carga de incêndio, enfumaçamento, toxicidade, carga de incêndio imobiliária, cota do compartimento, área do compartimento);

- M é um fator associado à mobilidade das pessoas;

- I é um fator que considera o risco de ativação do incêndio em função do tipo de uso do compartimento (tabelado).

O procedimento de cálculo do índice de segurança contra incêndio para edificações, proposto para a normalização brasileira segue o método tabular original de Gretener; no entanto, como inovação, os autores apresentaram no artigo técnico delineado acima, uma forma analítica de cálculo para cada fator interveniente na expressão algébrica de

γfi, ensejando à eliminação das “incômodas e irreais” descontinuidades decorrentes de um método tabular, além de facilitar a mecanização do método.

(38)

Adiante no texto, o autor aborda sobre a grandeza CARGA DE INCÊNDIO, parâmetro de risco de incêndio fundamental (por ser inclusive uma váriavel que admite controle), presente na trilogia combustível – comburente – fonte de calor do conhecido triângulo do fogo.

Mais a frente, o pesquisador conceitua o método análise global de incêndio, que se aplica ao projeto de segurança das edificações ou conjunto de edificações, tece comentários acerca dos cenários de incêndio e didaticamente ensina e define mais um parâmetro fundamental de risco de incêndio: o risco máximo aceitável.

Apresentada uma série de fatores de risco e de segurança contra incêndio em edificação (ou conjunto), o autor aplicou a análise global de incêndio em um caso real: em 39 edificações (estilo arquitetônico à época do Barroco Colonial) na rua São José, na cidade de Ouro Preto, MG, seguindo a filosofia do Método de Gretener (fatores de segurança versus fatores de risco). A análise é apresentada como “global” porque satisfaz a um conjunto sistêmico [edificação + incêndio + usuário].

O levantamento de campo na rua São José permitiu o autor inferir sobre o valor das cargas de incêndio específicas médias por edificações (2.989 MJ/m2), e como estas se distribuem em função da altura das edificações. No subsolos, por exemplo, foram encontrados 6.272 MJ/m2 contra 2.793 MJ/m2 nos demais pavimentos (mais que o dobro), o que vem sugerir os proprietários de imóvel na rua São José “gerenciar” essa elevada carga de incêndio em porões, com vistas a diminuí-la rapidamente ao máximo, sobretudo pela dificuldade de acesso a esses cômodos em uma situação real de incêndio.

Fica patente no texto a pontuação do autor sobre dois princípios:

(39)

Princípio da exceção segura: “ o profissional de projeto, para atender aos objetivos de segurança, deve majorar os fatores de risco que justificativamente lhe pareçam subestimados”.

A obra de Claret (2006) em livro é, portanto, a consolidação da experiência desse autor como pesquisador, professor e orientador de mestrandos e doutorandos em temas relacionados a incêndio na UFOP e outros centros de estudo.

Vasconcelos, C. M. P. et al (2006), em monografia intitulada SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES PROTEGIDAS PELO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL apresentada ao final do Curso de Especialização em Gestão de Segurança Contra Incêndio e Pânico da FUMEC, aplicaram a IT 35 para a determinação do risco global de incêndio em um casarão sede do Museu Histórico Abílio Barreto que, segundo as autoras, “é o único exemplar arquitetônico remanescente do antigo Arraial do Curral Del Rei”1.

A edificação estruturada em madeira do Museu Histórico Abílio Barreto situa-se na rua Bernardo Mascarenhas, esquina com Rua Josafá Belo, bairro Cidade Jardim, Belo Horizonte, possui área construída de 342,00 m2 em um terreno de 4.570,00 m2. As autoras após empreenderem minucioso levantamento in loco, computaram uma carga de incêndio específica total em 54.858,34 MJ/m2, sendo 44.886,01 MJ/m2 para carga de incêndio específica fixa (associada à edificação) e 9.972,33 MJ/m2 para carga de incêndio específica móvel (contéudo da edificação). A madeira foi expressivamente utilizada (81%) no cômputo total da edificação (construção + conteúdo).

O resultado da análise global de risco de incêndio demonstrou estar a edificação do Museu Histórico Abílio Barreto muito desprotegida contra o risco de incêndio, pois o coeficiente de segurança calculado para a situação encontrada foi de 0,06, quando o mínimo deveria ser 1,00. Dessa forma, o produto dos fatores (“pesos”) de risco de

1 Curral Del Rei: povoado formado a partir de 1701, no entorno da Fazenda do Cercado, de propriedade do

(40)

incêndio foi extremamente mais elevado que o produto dos fatores (“pesos”) de segurança contra incêndio.

A partir do 2º ensaio, com introdução crescente de medidas de proteção no cálculo, é que o coeficiente de segurança ficou superior a 1,00 (3,40), pelo emprego de medidas de segurança como “alarme manual” e “brigada de incêndio durante o expediente”.

As pesquisadoras concluíram que, apesar de se tratar “de uma edificação de proteção nacional, em bom estado de conservação, bem cuidada, localizada numa grande metrópole, está exposta ao desenvolvimento de incêndio severo com perda total” por não dispuser de elementos e meios necessários e suficientes em termos de segurança para neutralizar o risco de incêndio. Finalmente, sugerem a diminuição da carga de incêndio na edificação, treinamento dos usuários permanentes e vigilantes em prevenção e combate a incêncio e primeiros socorros, manutenção periódica das instalações prediais e de segurança e o afastamento de peças de valor histórico e cultural expostas próximo da edificação (risco de generalização).

Mattedi (2005), em sua dissertação de mestrado UMA CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO PROCESSO DE PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO BASEANDO EM DESEMPENHO, assevera e enfatiza que medidas e soluções técnicas em termos de segurança contra incêndio em edificações, em nível mundial, ainda estão adstritas a códigos prescritivos. Dessa forma, requisitos ou exigências são postos sem se considerar claramente, e a priori, as metas de segurança esperadas em um determinado contexto.

(41)

Enquanto no modelo prescritivo o projetista busca estar em conformidade com as normas, que ditam como o edifício deverá ser projetado, construído, mantido, e quais as exigências de soluções de projeto deverão ser observadas e onde se aplicam; no modelo baseado em desempenho o projetista tem libertade para analisar, avaliar e demonstrar, por exemplo, a solução em termos de segurança que melhor se adequa ao problema proposto, quer do ponto de vista técnico ou econômico. Dessa forma, há uma ênfase sobre como o edifício deve funcionar globalmente, pelo segundo modelo, considerando as interações entre edificação, sistemas de segurança contra incêndio, ocupantes e meio ambiente, prescindindo de soluções padronizadas (Mattedi, 2005, apud Meacham, 1997).

Relativamente à integração da segurança contra incêndio no processo de projeto, a autora constata que muitos arquitetos não condicionam seu processo de criação aos aspectos qualitativos da segurança, resultando assim uma concepção distinta daquela que poderia ser mais abrangente, com a premissa dos aspectos de segurança já incorporados.

Finaliza Mattedi (2005), constatando que a possibilidade da implantação do PBD no país decorrerá do atendimento a uma série de requisitos fundamentais e indispensáveis, como o amadurecimento da engenharia de incêndio, a qualificação técnica de profissionais (arquitetos e engenheiros, por exemlo) e de instituições (Corpo de Bombeiros e outros), políticas públicas direcionadas para a educação sobre segurança contra incêndio, investimentos em tecnologias de produtos e sistemas preventivos e, além de tudo isso, formação cultural e conscientização preventiva acerca do risco de incêndio.

(42)

O local onde foi feita a pesquisa, a “região de estudo”, inclui a Praça Antônio Dias, a rua Bernardo Vasconcelos, a rua do Aleijadinho, a rua da Conceição e a rua Felipe dos Santos. O assentamento local é constituído essencialmente por edificações residenciais.

A partir de dados contidos no inventário de bens tombados do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a autora selecionou e analisou trinta edificações. Por fim, vinte e nove edificações tiveram o levantamento de suas cargas de incêndio efetuado dado uma delas ter sofrido modificações consideráveis em sua volumetria e se encontrar sob intervenção do IPHAN.

O trabalho de campo constou de anotação, quantificação e medição (cubagem) de elementos com carga combustível, presente nas edificações, como objetos, mobiliário, aparelhos eletrodomésticos e material de construção como um todo, propriamente dito. O levantamento amostral permitiu a autora identificar a composição média da carga de incêndio nas edificações do bairro e confirmar a expectativa da expressiva presença da madeira (material combustível, em 78%) nas edificações e respectivos mobiliários.

Ainda pelo levantamento das cargas de incêndio nas edificações do bairro Antônio Dias, Araujo (2004) constatou que a carga de incêndio específica média, dos imóveis inspecionados (3.950,72 MJ/m2), superou em mais de 13 (treze) vezes o valor recomendado para a ocupação residencial, que é de 300 MJ/m2 (NBR 14432:2001).

(43)

hidrantes externos, recuperação de paredes de pau-a-pique, tratamento dos telhados e a instalação de detectores automáticos de incêndio.

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CAPÍTULO 3 - ARQUIVOS PERMANENTES

3.1 CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS

A função primordial dos arquivos permanentes ou históricos é a de recolher e tratar os documentos públicos, sendo então responsáveis pela passagem desses documentos da condição de “arsenal da administração” para a de “celeiro da história”, na conhecida acepção de Charles Braibant2. E a chamada teoria das três idades é, portanto, a sistematização dessa passagem, segundo Bellotto3 (2004).

Com relação às três idades ou fases dos arquivos, Bellotto (2004) ensina:

Primeira idade: é a dos arquivos correntes, nos quais se obrigam os documentos durante o seu uso funcional, administrativo, jurídico. A permanência dos documentos em arquivos correntes depende principalmente de sua vigência, em geral de um ano. Todavia os documentos poderão passar a um arquivo central do próprio órgão gerador, onde permanecerão por cinco a dez anos.

Segunda idade: é a dos arquivos intermediários, ocasião em que os documentos já ultrapassaram seu prazo de validade jurídico-administrativo, mas podem ainda ser utilizados pelo órgão de origem. Esse tipo de arquivo centraliza documentos de vários órgãos, sem misturá-los, por um prazo máximo de vinte anos. Nesta segunda fase a documentação é submetida à tabela de temporalidade4, que determina prazos de vigência e de vida, em conformidade com a tipologia e função dos papéis. Os documentos que sobreviverem a essa etapa são os de valor permanente, os documentos históricos.

2 Charles Braibant: consagrado arquivista francês.

3 Heloísa Bellotto Liberalli: professora universitária, referência brasileira na área de arquivística e diplomática documental.

4 Tabela de temporalidade: instrumento de destinação, aprovado por autoridade competente, que determina prazos e

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Terceira idade: inicia-se esta fase aos vinte e cinco ou trinta anos, segundo a legislação vigente no país, estado ou município, contada a partir da data de produção do documento ou do fim de sua tramitação. A operação “recolhimento” conduz os documentos de interesse público para os arquivos permanentes, onde serão custodiados e preservados definitivamente. O local (edificação) destinado a isso deve ser de fácil acesso para seus usuários típicos e dotado de amplas salas para consulta.

Assevera a historiadora que os arquivos permanentes são a matéria-prima da história: “ali estão documentados direitos e deveres do Estado para com o cidadão e do cidadão para com o Estado...”

3.2 DOCUMENTO E MEIOS INSTITUCIONAIS PARA CUSTÓDIA E DIVULGAÇÃO

Segundo Bellotto (2004), arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação têm corresponsabilidade no processo da recuperação da informação, em favor da divulgação cultural, social, tecnológica e científica, assim como do testemunho jurídico e histórico. Em se tratando de biblioteca e museu, os fins serão didáticos, culturais, técnicos ou científicos; em se tratando de arquivo, os fins serão administrativos e jurídicos, passando a “históricos”, a longo prazo. O documento de biblioteca instrui, ensina; o de arquivo, prova (Bellotto, 2004, apud Alonso, 1981). O centro de documentação, por sua vez, representa um somatório das instituições anteriores, com a finalidade de prestar informação segundo a natureza do material reproduzido.

(46)

atividade humana. Para Schellenberg5 (2005), os documentos possuem valor primário e secundário. Primário, pela razão de ser dos documentos, isto é, na sua utilização; secundário, pelo interesse nas informações neles registradas, consideradas testemunho privilegiado. Ainda segundo Schellenberg (2005, p.41), o termo “arquivos”, na compreensão de arquivos modernos, é assim definido:

“Os documentos de qualquer instituição pública ou privada que hajam sido considerados de valor, merecendo preservação permanente para fins de referência e de pesquisa e que hajam sido depositados ou selecionados para depósito, num arquivo de custódia permanente.”

Didaticamente, Bellotto (2004) mostra fronteiras bem definidas que cercam entre si as instituições arquivísticas, conforme mostrado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1: Instituições arquivísticas - fronteiras

Arquivos Bibliotecas Museus

Centros de Documentação

Tipo de

de suporte manuscritos, impressos, audiovisuais exemplar único impressos, manuscritos, audiovisuais, exemplares múltiplos objetos bi/tridimensionais exemplar único audiovisuais (reproduções) ou virtual, exemplar

único ou múltiplo

Tipo de conjunto

fundos; documentos unidos pela proveniência

(origem)

coleção; documentos unidos pelo conteúdo

coleção; documentos unidos pelo conteúdo

ou pela função

coleção; documentos unidos pelo conteúdo

Produtor a máquina administrativa atividade humana individual ou coletiva

atividade humana, a natureza atividade humana Fins de produção administrativos, jurídicos, funcionais, legais culturais, científicos, técnicos, artísticos, educativos culturais, artístivos,

funcionais científicos

Objetivo provar, testemunhar instruir, informar informar, entreter informar

Entrada dos documentos

passagem natural de fonte geradora única

compra, doação, permuta de fontes múltiplas

compra, doação, permuta de fontes múltiplas compra, doação, pesquisa Processamento técnico registro, arranjo, descrição: guias, inventários, catálogos, etc tombamento, classificação, catalogação: fichários tombamento, catalogação: inventários, catálogos tombamento, classificação, catalogação: fichários ou computador Público administrador e

pesquisador

grande público e pesquisador

grande público e pesquisador

pesquisador

Fonte: BELLOTTO, 2004 (adaptado)

(47)

CAPÍTULO 4 - A PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NO PROJETO

DAS EDIFICAÇÕES

Os níveis aceitáveis de risco e o foco da análise da proteção contra o incêndio no processo de elaboração do projeto de edificações estão centrados em três objetivos principais, segundo a seguinte ordem de importância: 1) proteção à vida humana; 2) proteção ao patrimônio; e 3) proteção ao processo produtivo (BRENTANO, 2007).

A principal finalidade da segurança contra incêndio em edificações é minimizar o risco à vida das pessoas expostas a um eventual sinistro. De acordo com estatísticas internacionais, uma vida humana é sacrificada a cada dez minutos. A causa principal dessas mortes diz respeito à exposição à fumaça tóxica, que ocorre no início do incêndio. Outra finalidade da segurança contra incêndio em edificações é a redução de perdas e danos materiais (SILVA et al, 2010).

4.1 A DINÂMICA DO FOGO

De acordo com a NBR 13860, fogo é “o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz” e incêndio é “o fogo fora de controle”.

(48)

Figura 4.1 - Triângulo do fogo Fonte: SEITO et al, 2008 (adaptado)

Figura 4.2 - Tetraedro do fogo Fonte: SEITO et al, 2008 (adaptado)

Combustível é qualquer substância capaz de produzir calor por meio de uma reação química de combustão; comburente é uma substância que alimenta a reação química da combustão (o gás oxigênio O2 é o mais comum, além de abundante); calor é a energia térmica transferida de um corpo para outro em razão da diferença de temperatura e reação em cadeia é a sequência dos três eventos pregressos, que resulta a própria combustão.

O calor gerado no processo de combustão de um incêndio pode ser propagado no ambiente em que este ocorre de três formas: condução, convecção e radiação térmica. Em conformidade com a IT 03 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, tem-se:

Propagação por condução: decorrente do contato direto de chamas pela fachada ou pela cobertura (em colapso) de um incêndio em uma edificação, que se propaga para outra edificação contígua.

Propagação por convecção: decorrente de gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada ou pela cobertura da edificação incendiada, que atingem a fachada da outra edificação adjacente.

Propagação por radiação térmica: aquela emitida por um incêndio em uma edificação, que se propaga por radiação por meio de aberturas existentes na fachada pela cobertura (em colapso) ou pela própria fachada (composta de material combustível), para uma outra edificação adjacente.

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o escape, enquanto outros produtos como gases dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e ácido cianídrico (HCN) e a deficiência de oxigênio (O2) afetam a saúde e o comportamento das pessoas. Por sua vez, o calor intenso provoca queimaduras e causa estresse térmico a quem o estiver submetido.

4.2 CARGA DE INCÊNDIO E PODER CALORÍFICO DE MATERIAIS

De acordo com a NBR 14432:2001, CARGA DE INCÊNDIO é a “soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das paredes divisórias, pisos e tetos”.

Em CLARET (2006), lê-se:

[...] designamos por carga de incêndio de um compartimento a quantidade total de energia que pode ser liberada em um incêndio. A unidade de carga de incêndio é obviamente a de energia, que, no Sistema Internacional (SI) é o Joule, símbolo J. Na engenharia de incêndio, utiliza-se frequentemente o múltiplo Megajoule, símbolo MJ.

Denomina-se poder calorífico de um material, e representa-se por HC,

a quantidade de energia que pode ser liberada sob a forma de calor pela combustão completa de uma unidade de massa desse material. Logo, o poder calorífico é medido em ensaios normalizados e suas unidades SI mais comuns são o kJ/g ou MJ/kg.

(50)

As Tabelas 4.1 e 4.2 apresentam a massa específica de vários materiais encontrados nas edificações e seu interior, como é o caso da madeira, por exemplo, largamente utilizada como revestimento de pisos, forros, esquadrias em aberturas, estrutura de telhados e mobiliário. Os valores apresentados estão condizentes com a temperatura a 20 ºC.

Tabela 4.1- Massa específica de Tabela 4.2- Massa específica de

materiais materiais

Massa Específica Massa Específica

Material

kg/m3 Material kg/m3

Borracha 920 -1230 Metal 7850

Madeira – carvalho 610 – 800 Alumínio 2700

Granito 2600 – 2900 Concreto 2350

Gelo 913 Cerâmica 1850

Alumínio 2710 Madeira 800

Cobre 8960 Tijolo 550

Ferro 7870 Lã de vidro 100

Aço 7750 Espuma 25

Ouro 19290 Água 1000

Prata 10520 Ar 129

Fonte: adaptado de Araujo (2004, apud

Pinheiro, 2001).

Fonte: adaptado de Araujo (2004, apud

Müller, 2004).

A Tabela 4.3 fornece o valor do poder calorífico (HC) de vários materiais, entre estes, o da madeira, do papel, do tecido (roupas), do couro, do polipropileno e do PVC, largamente utilizados no levantamento da carga de incêndio das edificações ocupadas por arquivos públicos. Os documentos em arquivos estão, predominantemente, em suporte de papel, e as caixas que os acondicionam (caixas-box, em cor amarela, predominantemente), são de polipropileno.

(51)

Tabela 4.3- Poder calorífico de materiais

Hc Hc

Material

MJ/kg Material MJ/kg

ABS 34-40 Resina melamina 16-19

Acrílico 27-29 Óleo de linhaça 38-40

Algodão 16-20 Seda 17-21

Asfalto 40-42 Ureiaformaldeído 14-15

Betume 41-43 Espuma de ureiaformaldeído 12-15

Carvão 34-35 Borracha isoprene 44-45

Carvão mineral, coque 28-34 PVC 16-17

Celulóide 17-20 Metanol 19-20

Celulose 15-18 Espuma de borracha 34-40

Cera, parafina 46-47 Óleo diesel 40-42

Couro 18-20 Placa de isopor 17-18

Espuma de poli-isocianurato 22-26 Cetileno 48,2

Espuma de poliuretano 23-28 Etanol 26,8

Fonolformaldeído 27-30 Licores alcoólicos 26-28

Gordura 40-42 Madeira 17-20

Grãos (semente e cereiais) 16-18 Palha, sapé, capim 15-16

Lixo de cozinha 8-21 Lã 21-26

Papel, papelão 13-21 Gasolina 43-44

Petróleo 40-42 Isopropil 31,4

Policarbonato 28-30 Butano 45,7

Poliéster 30-31 Fumo 37-39

Poliéster reforçado com fibras 20-22 Benzeno 40

Poliestireno 39-40 Etil álcool 27

Polietileno 43-44 Benzil álcool 27

Polipropileno 42-43 Hidrogênio 119,7

Politetrafluoretileno 5 Metano 50

Resina epóxi 33-34 Óleo de parafina 40-42

Roupas 17-21 Borracha de pneu 31-33

Fonte: Claret (2006, apud Buchanan, 1994)

Tabela 4.4- Cargas de incêndio de objetos comuns

Hc Hc

Objeto

MJ/kg Objeto MJ/kg/un.

Aparelho de TV 21 Máq. de lavar louças 31 MJ/kg Aparelho de som 21 Secadora de roupas 32 " Aparelho de DVD 21 Forno de microondas 28 " Geladeira, freezer,

frigobar 28 Forno elétrico 28 " Sofá de 1 lugar 19 Cadeiras de escritório 22 "

Tapete 27 Videocassete 20 "

Almofadas

(espuma) 18 Computador 492 MJ/un.

Couro 19 Impressora 146 "

(52)

Para fins de projeto de segurança junto ao CBMMG, a IT 09 categoriza o risco de incêndio (enquadramento) em função do valor da carga de incêndio específica (ou densidade da carga de incêndio) presente na edificação ou área de risco, em três níveis, conforme Tabela 4.5.

Tabela 4.5- Classificação do risco quanto à carga de incêndio

Risco Carga de Incêndio

MJ/m2

Baixo Até 300

Médio Acima de 300 até 1200

Alto Acima de 1200

A NBR 14432:2001 aborda o parâmetro CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA, com a seguinte definição: “valor da carga de incêndio dividido pela área do piso considerado”.

No caso de compartimentos destinados a depósitos, a carga de incêndio específica pode ser determinada, segundo essa norma, pela expressão:

Onde:

- qfi é o valor da carga de incêndio específica, em megajoule por metro quadrado de área de piso;

- Mi é a massa total de cada componente i do material combustível, em megajoule por quilograma;

- Hi é o potencial calorífico da cada componente i do material combustível, em megajoule por quilograma; e

- Af é a área do piso do compartimento, em metro quadrado.

(53)

4.3 CURVA TEMPERATURA-TEMPO PARA UM INCÊNDIO NATURAL

O desenvolvimento de um incêndio em um compartimento de edificação é representado por Souza (2007) conforme a Figura 4.3, que mostra a relação entre a temperatura dos gases e o tempo desde o início da ignição.

Figura 4.3 - Evolução de um incêndio compartimentado Fonte: Souza (2007, apud Moreira, 2002)

Segundo Claret (2009), durante a fase de início de ignição, há muito pouco risco de ocorrência de um sinistro de conseqüências graves para a estrutura da edificação, embora haja considerável risco de morte para seus ocupantes e elevado risco de perda do conteúdo sob ação do calor.

Imagem

Tabela 4.3- Poder calorífico de materiais      Hc  Hc  Material  MJ/kg  Material  MJ/kg
Figura 4.3 - Evolução de um incêndio compartimentado  Fonte: Souza (2007, apud Moreira, 2002)
Tabela 5.1 - Densidades de carga de incêndio e fatores de risco em um  compartimento  Densidade de carga de  incêndio (MJ/m 2 )  f 1 Densidade de carga de incêndio (MJ/m2 )  f 1 q  ≤  200  1,0  1700 ≤ q < 2500  1,7  200  ≤  q < 300  1,1  2500 ≤  q &l
Tabela 5.7 - Riscos de ativação devidos à natureza da ocupação e fatores de risco
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