SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL. Inauguração do Arquivo do Museu Militar dos Açores

INTERVENÇÃO DA

SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL BERTA DE MELO CABRAL

Inauguração do Arquivo do Museu Militar dos Açores

Ponta Delgada, Forte de São Brás, 20 de junho de 2015

Só serão válidas as palavras proferidas pela oradora

Exm.º Senhor Presidente da CM Ponta Delgada, Dr. José Manuel Bolieiro

Exm.º Senhor Comandante Operacional do Açores, Tenente-General Mourato Caldeira

Exm.º Senhor Comandante da Zona Militar dos Açores, Major-General Cardoso Lourenço

Exm.º Senhor Comandante da Zona Marítima dos Açores, Contra-Almirante Coelho Cândido

Exm.º Senhor Diretor de História e Cultura Militar, Major-General Santos de Carvalho

Senhor Presidente da Junta de Freguesia de S. José, Jorge Oliveira

Senhor Diretor do Museu Militar dos Açores, Tenente-Coronel Girão Lima

Senhores Representantes das instituições civis e militares Senhores Autarcas

Senhores Oficiais Ilustre conferencista Distintos Convidados

Minhas Senhoras e meus Senhores,

É com grande satisfação institucional e pessoal que me encontro

aqui a presidir a esta cerimónia do Dia Festivo do Museu Militar dos

Açores e também o dia em que se inauguram as importantes obras de recuperação e manutenção operadas no seu Arquivo Documental.

Antes de mais, quero dirigir uma palavra de reconhecimento ao Major-General Cardoso Lourenço que, na qualidade de Comandante da Zona Militar dos Açores, cedo manifestou a sua preocupação relativamente ao estado de degradação em que se encontrava o Arquivo e soube fundamentar, de forma convincente, a necessidade de se avançar com urgência para a salvaguarda deste valiosíssimo espólio.

De igual modo, na pessoa do senhor Diretor do Museu Militar dos Açores, Tenente-Coronel Girão Lima, saúdo uma equipa não muito vasta mas inegavelmente empenhada e determinada que merece os parabéns pela inauguração destas obras.

Hoje é um dia de justa satisfação para todos aqueles que lutaram pela defesa do património documental histórico aqui existente que agora passa a ter todas as condições para se manter preservado e consultável.

Sem a intervenção que foi operada, corríamos o risco de se perder uma das mais importantes fontes de investigação histórica que existem na nossa Região.

O investimento de cerca de 300 mil euros que, em boa hora, o

Ministério da Defesa Nacional decidiu fazer neste espaço é, já em si

mesmo, um valor significativo para quem vive com orçamentos

apertados.

Mas tem um valor muito maior se encarado como uma alavanca necessária para propiciar um conjunto de benefícios que se refletirão de forma duradoura, em prol da atual e das próximas gerações.

O que aqui se fez foi garantir o futuro de uma parcela substancial da História dos Açores.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

O nosso desafio agora é dar vida a todo este acervo e a estas renovadas infraestruturas.

Devemos estimular os investigadores a trabalharem estes documentos, tornando-os inteligíveis e úteis para a comunidade, sobretudo para os jovens estudantes açorianos, que assim têm a oportunidade de conhecer melhor a vida dos seus antepassados e de aprender mais sobre a nossa cultura.

A recuperação e melhoramentos no Arquivo Documental do Museu Militar dos Açores são também passos importantes para a criação de um Polo Cultural Militar dos Açores, indispensável para se abordar de forma holística toda a riqueza histórico-cultural militar que existe em cada uma das nove ilhas do Arquipélago.

Este Polo Cultural deverá fazer parte de projeto nacional do

Turismo Militar, que está a ser desenvolvido no interior do Ministério

da Defesa Nacional com a participação das estruturas desta área

existentes nos Ramos das Forças Armadas e também com o

contributo de entidades externas ligadas ao Turismo, incluindo

instituições académicas.

O desenvolvimento do Turismo Militar, enquanto marca e projeto integrado, não deixará de trazer muitos benefícios à Região, pois trata-se de uma vertente do Turismo com grande potencial.

Agora que conseguimos abrir uma grande janela de oportunidade com a entrada nos Açores das companhias aéreas low-cost é preciso melhorar a oferta turística para tirar o devido proveito desta nova realidade.

O Turismo Militar é um projeto com pernas para andar e que pode ser operacionalizado com investimentos moderados, pois já existe trabalho feito no interior dos próprios Ramos das Forças Armadas, como é exemplo o Museu Militar onde nos encontramos.

A este propósito, não posso deixar de fazer um parêntese para referir aqui o trabalho desenvolvido nesta matéria pelo nosso conferencista de hoje.

Revelando uma notável pro-atividade, o Mestre Sérgio Rezendes desenvolveu um importante e notável trabalho de sistematização do património militar nos Açores que tornou obrigatória e necessária a sua presença no grupo que, a nível nacional, elabora o projeto do Turismo Militar.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

O Ministério da Defesa Nacional está a montar uma rede de

Turismo Militar que potencie todo o imenso património material e

imaterial que existe no nosso país, na nossa Região e, até, nos

outros espaços da Lusofonia, para onde também queremos alargar

esta rede.

Estamos a falar de realidades tão diversas como museus, rotas, roteiros, faróis e outro património – o Arquivo Documental que acabámos de ver, por exemplo – que precisam de ser integradas, trabalhadas e promovidas como um todo.

A criação de uma marca única para o Turismo Militar e a centralização da divulgação destes produtos turísticos em meios electrónicos modernos e capazes de chegar aos turistas é um imperativo que o Ministério da Defesa Nacional assumiu como prioritário.

É por isso que está a ser ultimada uma página na internet com funcionalidades adequadas a quem pretende comodamente planear as suas viagens turísticas.

E é também por isso que está a ser desenvolvida uma aplicação para dispositivos móveis que facilitará o acesso à informação e aos locais que estarão integrados na Rede do Turismo Militar.

Os Açores não podem deixar de fazer parte deste projeto.

O Turismo Militar é bom para as economias locais, extravasa os circuitos turísticos tradicionais e não sofre da sazonalidade de grande parte dos outros segmentos do Turismo.

A dinamização do Turismo Militar nos Açores, com a criação de uma rede regional, será mais um importante contributo para a economia açoriana.

A propósito, não podemos esquecer que o Estado, através dos três

Ramos das Forças Armadas, injeta anualmente 35 milhões de

euros na economia regional de forma direta, através de

investimentos, operação e manutenção e despesas com pessoal.

Além desta verba global, nos tempos mais recentes, o Ministério da Defesa Nacional conseguiu disponibilizar mais algumas dotações extraordinárias, como foi o caso de 150 mil euros destinados a intervenções imediatas e urgentes no Regimento de Guarnição n.º 2, nos Arrifes, ou os 700 mil euros para concluir o edifício da Rua do Frias, aqui em Ponta Delgada, que acolherá simultaneamente o Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA), a Cruz Vermelha Portuguesa e a Liga dos Combatentes.

Sobretudo neste último caso, foi preciso imaginação e vontade para resolver problemas que ameaçavam eternizar-se, com prejuízo para todos nós.

Em breve, ao serviço da comunidade micaelense, e em particular da Família Militar, estará uma infraestrutura moderna e polivalente, capaz de satisfazer as necessidades sociais de três instituições do universo da Defesa Nacional que estão, e muito bem, a fazer um caminho de maior abertura à comunidade.

As Forças Armadas são essenciais à defesa do nosso país e ao cumprimento dos nossos compromissos internacionais e também são indispensáveis ao dia-a-dia das populações, através do cumprimento de missões de interesse público.

Ninguém melhor do que os açorianos sabe valorizar a importância das capacidades e meios dos três Ramos das Forças Armadas que são postos ao serviço daqueles que, por exemplo, são vítimas de uma catástrofe, são surpreendidos por um temporal no mar ou não têm acesso a um hospital na sua ilha.

Agora, está na hora de também olharmos para outros contributos

que as Forças Armadas podem dar às nossas vidas.

São contributos menos vitais, é certo, mas igualmente necessários.

Aos homens não basta sobreviver.

Precisamos  “viver”.

As  Forças  Armadas  é  uma  instituição  que  nos  dá  “vida”  quando  nos   brinda com um concerto da Banda Militar, quando nos enriquece culturalmente com uma visita aos seus Museus ou quando nos dá a possibilidade de explorar o Turismo para a criação de emprego e riqueza.

Bem hajam pelo vosso trabalho!