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C Â M A R A M U N I C I P A L D O R I O D E J A N E I R O GABINETE DO VEREADOR REIMONT PROJETO DE RESOLUÇÃO

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C Â M A R A M U N I C I P A L D O R I O D E J A N E I R O GABINETE DO VEREADOR REIMONT

PROJETO DE RESOLUÇÃO

REGULAMENTA A DIFUSÃO DA

ATIVIDADE LEGISLATIVA POR MEIO DOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇAO COMUNITÁRIOS E/OU

ALTERNATIVOS.

Autor: VEREADOR REIMONT

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

RESOLVE:

Artigo 1º- Esta Resolução estabelece normas gerais para contratação pelo Poder Legislativo de serviços prestados por veículos de comunicação comunitários e/ou alternativos, no âmbito do município do Rio de Janeiro, caracterizados, obrigatoriamente, pela gratuidade na distribuição ou transmissão da informação.

Artigo 2º- Os veículos comunitários e/ou alternativos serão contratados para veiculação de publicidade legal, com base na Lei Municipal 5.921 de 22 de julho de 2015 e na Lei Federal 12.232, de 29 de abril de 2010.

Parágrafo Único - Entende-se por publicidade legal a publicação de avisos, balanços, relatórios e outros comunicados que órgãos e entidades da administração pública estejam obrigados a divulgar por força de lei ou regulamento.

Artigo 3º- A Câmara Municipal do Rio de Janeiro deverá destinar, dos recursos alocados para serviços de publicidade, pelo menos trinta por cento para a contratação de agências de propaganda enquadradas como microempresas ou empresas de pequeno porte, assim entendidas como aquelas definidas nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que “Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei

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nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999”.

Parágrafo Único - Dos recursos destinados para a contratação de publicidade legal, o percentual de que trata o caput deverá ser cumprido em cada uma das cinco áreas de planejamento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Artigo 4º - Subordina-se ao disposto nesta Resolução, a distribuição obrigatória da publicidade legal em veículos comunitários e/ou alternativos, conforme:

I – Plano de Comunicação para Veículos Comunitários e/ou Alternativos/PCVCA: o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a intermediação, a execução, a supervisão e a distribuição da publicidade para os veículos comunitários e/ou alternativos;

II – Tabela de valores dos veículos comunitários e/ou alternativos e a defesa de mídia para escolha do veículo.

Artigo 5º - Para fins desta Resolução, as agências recorrerão ao Cadastro de Veículos Habilitados a receber recursos de publicidade institucional, armazenado na Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, garantindo a uniformidade das informações cadastrais, a otimização dos recursos e melhorando o processo de planejamento e execução dos planos de mídia.

Artigo 6º- Considera-se serviços de divulgação o conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo ampliar o alcance e tornar mais efetiva a publicidade institucional e a divulgação de atos, trabalhos, projetos, sessões e eventos do Poder Legislativo, inclusive a publicação de anúncios, editais, programas, serviços e quaisquer campanhas de interesse público.

Artigo 7º - No cumprimento do disposto nos artigos 1º. e 2º, a administração pública deverá buscar atender aos seguintes objetivos:

I – Diversificar a contratação, pela administração pública, dos serviços de publicidade legal;

II –Estimular a pluralidade das contratações;

III - Reduzir as desigualdades locais no acesso aos recursos públicos destinados à contratação de serviços de divulgação;

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IV - Contribuir para sustentabilidade dos veículos comunitários e/ou alternativos, ainda não suficientemente desenvolvidos;

V – Desconcentrar a contratração dos veículos de comunicação, considerando a aproximação destes veículos com o público-alvo e a capacidade de promover o diálogo com a sociedade, estimulando a participação e fortalecendo a imagem do Poder Legislativo;

VI – Incentivar o processo de distribuição dos veículos comunitários e/ou alternativos:

direto, eficiente e espontâneo, ampliando os meios de acesso à informação;

VII - Utilizar-se dos meios de comunicação que não se constituem, direta ou indiretamente, como monopólio ou oligopólio.

Artigo 8º- Considera-se mídia comunitária e/ou alternativa:

I – Os jornais alternativos, com no mínimo cinco anos de publicação, quinzenais ou mensais, com tiragem de, no mínimo, cinco mil, e, no máximo, vinte mil exemplares, com distribuição direta em espaços culturais, museus, galerias, bares, restaurantes, ônibus, trens, metrôs, sinais de trânsito e outros, com Alvará de Localização e Funcionamento;

II - As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária, de que trata a Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998;

III – Os canais comunitários do Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei º 12.485, de 12 de setembro de 2011, e do Serviço de TV a cabo, de que trata a Lei nº 8.977, de 6 de janeiro de 1995.

Artigo 9º– Para fins desta Resolução, considera-se o impacto social dos veículos comunitários e/ou alternativos, que publicam conteúdos locais, próximos da vida das pessoas e promovem a participação efetiva do receptor, ouvindo sugestões e reivindicações, aumentando significativamente a possibilidade do Poder Legislativo chegar às diversas camadas populares, devendo se pautar pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da participação social, considerando o sujeito em sua singularidade e inserção sócio cultural, atendendo aos seguintes objetivos:

I - dar oportunidade à difusão de ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade;

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II - oferecer conteúdos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social;

III - prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário;

IV - expressar a diversidade de gênero, étnico-racial, cultural e social brasileiras, estimulando o diálogo entre as múltiplas identidades;

V – trabalhar pela universalização dos direitos à informação, à comunicação, à educação e à cultura, bem como dos outros direitos humanos e sociais;

VI - ampliar a presença dos conteúdos da produção audiovisual independente, de interesse da comunidade;

VII - contemplar a produção local e regional;

VIII - promover programas de finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas em benefício do desenvolvimento geral da comunidade;

IX - contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente.

Artigo 10º - A Câmara Municipal do Rio de Janeiro elaborará o Calendário Anual de Mídia/CAM, do qual constarão os conteúdos a serem difundidos, as datas para publicação e as modalidades de veículos de comunicação comunitários e/ou alternativos:

I - Serão objeto do Calendário Anual de Mídia/CAM:

a) O disposto na Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, em seu Art. 125: “ Em calendário por ela organizado, a Câmara Municipal convocará semestralmente os Administradores Regionais, em grupos ou individualmente, para, em sessão extraordinária, tomar a prestação de contas de sua gestão e recolher informações de interesse das comunidades da respectiva Região Administrativa. Parágrafo Único - O Regimento Interno da Câmara Municipal definirá o rito de convocação da sessão e, nela, o procedimento dos Vereadores e dos Administradores Regionais.”

b) O previsto na Lei Complementar 141 de 2012, Capítulo IV, da Transparência, Visibilidade, Fiscalização, Avaliação e Controle, Seção I - Da Transparência e Visibilidade da Gestão da Saúde, Art. 31. Os órgãos gestores de saúde da

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União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios darão ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público, das prestações de contas periódicas da área da saúde, para consulta e apreciação dos cidadãos e de instituições da sociedade. A transparência e a visibilidade serão asseguradas mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante o processo de elaboração e discussão do plano de saúde.

c) As Audiências Públicas para discussão do Projeto de Lei que estima a receita e fixa a despesa do Município do Rio de Janeiro.

d) As Audiências Públicas de Responsabilidade Fiscal, em cumprimento à Lei Complementar nº 101 de 2000, em seu art. 9º, § 4º. , a serem realizadas até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro.

e) Balanço Anual a ser publicado no final de cada exercício.

II – Será obrigatória a inclusão das três modalidades de veículos de comunicação previstas nesta Resolução;

III - O Calendário servirá para nortear as agências de publicidade na elaboração do Plano de Comunicação para Veículos Comunitários e/ou Alternativos/PCVCA.

Vereador Reimont

Plenário Teotônio Vilella, 01 de setembro de 2015

JUSTITICAÇÃO

O Poder Legislativo considerará para as tratativas decorrentes desta Resolução, o fortalecimento da capacidade dos indivíduos de participar de modo efetivo das decisões que os afeta, considerando que o cidadão bem informado tem melhores condições de participar da vida da sua cidade, de conhecer e acessar direitos essenciais, tendo em vista o bem-estar da população e a solução dos problemas econômicos e sociais.

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A medida aqui proposta vai ao encontro da norma programática da Constituição Federal de 1988 que prevê sofisticação dos mecanismos de controle social pela sociedade civil, visando a aproximação do cidadão com os poderes públicos.

Um aspecto importante dos meios comunitários e/ou alternativos é a proximidade com o público alvo; a sua comunicação é direta, utilizando uma dinâmica dialogal, interativa e participativa, criando assim, mecanismos de pertencimento, apropriação e confiabilidade, características de extrema importância, o que não ocorre com a mesma intensidade nos meios tradicionais de comunicação de massa. Há, portanto, um diferencial significativo entre a “leitura passiva” dos meios massivos e a “leitura ativa”

dos meios alternativos e/ou comunitários.

A informação sob a guarda do Estado é sempre pública, devendo o acesso a ela ser restringido apenas em casos específicos. Isto significa que a informação produzida, guardada, organizada e gerenciada pelo Estado em nome da sociedade é um bem público.

Por estes motivos, o acesso à informação pública tem sido reconhecido como um direito em várias partes do mundo, constitui-se como um dos fundamentos para a consolidação da democracia.

Considerando a ação programada e suas metas previstas na Lei Municipal 5.921 de 22 de julho de 2015, publicada no Diário Oficial do Poder Legislativo Municipal do Rio de Janeiro em 23 de julho de 2015, nº 133, página 38, que define a necessidade de mais um canal de comunicação com os munícipes, devendo alcançar áreas que o periódico próprio da Câmara não alcança.

Considerando a necessidade do fortalecimento dos canais comunitários e/ou alternativos de comunicação que vem colaborando para que a cidade acompanhe os processos legislativos, vide o trabalho das rádios comunitárias e dos jornais com distribuição gratuita, que contam com um processo de distribuição mais eficiente e espontâneo e atingem áreas historicamente desguarnecidas de outros meios midiáticos.

Considerando a necessidade de criar mais uma forma de efetivação da Lei de Acesso às Informações Públicas, sancionada em 18 de novembro de 2011, pela presidenta da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff.

Considerando a adesão às diretrizes aprovadas na 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social, também realizada na esfera municipal.

Considerando que o acesso à informação, como direito fundamental, também é reconhecido por importantes organismos da comunidade internacional, como a

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Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), buscamos sustentação em tratados e convenções internacionais:

1- Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (artigos 10 e 13): “Cada Estado - parte deverá (…) tomar as medidas necessárias para aumentar a transparência em sua administração pública (…) procedimentos ou regulamentos que permitam aos membros do público em geral obter (…) informações sobre a organização, funcionamento e processos decisórios de sua administração pública (…)”.

2- Declaração Interamericana de Princípios de Liberdade de Expressão (item 4): O acesso à informação mantida pelo Estado constitui um direito fundamental de todo indivíduo. Os Estados têm obrigação de garantir o pleno exercício desse direito.

3- Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (artigo 19): “Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza (…), ..., o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar e receber informações e difundir ideias”.

Temos que observar o que preconiza a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 220 sobre a Comunicação Social: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.”. Ainda no mesmo Artigo, parágrafo 5º: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.”

Vereador Reimont

Plenário Teotônio Vilella, 01 de setembro de 2015

Referências

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