UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA,
CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
THALICE DE PAULA PESSOA AGUIAR
O EMPREENDEDORISMO: ESTUDO SOBRE AS GERAÇÕES X E Y
FORTALEZA
THALICE DE PAULA PESSOA AGUIAR
O EMPREENDEDORISMO: ESTUDO SOBRE AS GERAÇÕES X E Y
Monografia apresentada ao departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade, e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Me. Carlos Manta Pinto de Araújo.
FORTALEZA
THALICE DE PAULA PESSOA AGUIAR
O EMPREENDEDORISMO: ESTUDO SOBRE AS GERAÇÕES X E Y
Esta monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Economia da Faculdade de Economia, Administração, Atuaria, Contabilidade e Secretariado Executivo (FEAAC‟S), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Administração,
outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se à disposição dos
interessados na Biblioteca da referida Universidade.
A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo
com as normas de ética científica.
Data da aprovação: _____/_____/_____
_________________________________________________
Prof. Me. Carlos Manta Pinto de Araújo
Orientador
Nota
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_________________________________________________
Prof. Me. Laudemiro Rabelo de Souza e Moraes
Membro da Banca Examinadora
Nota
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_________________________________________________
Prof. Me. Francisco Sérgio de Vasconcelos Bezerra
Membro da Banca Examinadora
Nota
____________
Fortaleza
Dedico este trabalho a minha maravilhosa mãe
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me concedido o privilégio da existência e ser um ser inigualável
em meu coração, sempre guiando meus passos e me acompanhando nesta nossa longa
trajetória de vida.
Aos meus pais, Sra. Lucy e Sr. De Assis, por me darem muito amor e por me
ensinarem os valores éticos e morais necessários para determinar meus princípios como ser
humano.
Aos meus Irmãos, Thiago, Thaiane e De Assis Filho, que colaboraram e apoiaram
nas minhas decisões, entendendo as minhas ausências.
Ao prof. Carlos Manta, por ter sido paciente, compreensivo e dedicado na
realização desta monografia.
Ao meu namorado, Samuel, por estar ao meu lado e compartilhar ideias sobre o
desenvolvimento deste trabalho, sendo meu companheiro e me motivando em todos os
momentos necessários.
As minhas grandes amizades construídas nesse recinto universitário, Jacinta e
Rochelle, compartilhamos momentos de muito estudo, alegria e parceria durante toda nossa
trajetória acadêmica.
Aos meus companheiros caninos, Bob e Barbie, que estavam ao meu lado
enquanto elaborava este trabalho.
A todos os professores e funcionários que fazem parte da Universidade Federal do
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas
RESUMO
O Empreendedorismo torna-se cada vez mais dominante no mercado brasileiro. Muitas são as
razões atribuídas a esse fenômeno, dentre outros o empreendedorismo por necessidade,
devido ao alto índice de desemprego ou ainda o empreendedorismo por oportunidade, que
apresenta como principal fator o surgimento de meios favoráveis para abrir seu negócio com o
objetivo de multiplicar sua renda. Considerou-se nesse estudo a possibilidade de mudanças no
perfil dos empreendedores, confrontando-se dessa forma o diferencial da geração Y
relativamente à geração X. Realizada uma pesquisa piloto a uma empresa. Evidenciou-se
nesta pesquisa a opção empreendedora por oportunidade e qual a diferença que eventualmente
pudesse ser caracterizada por indivíduos cuja característica fosse tipicamente classificada
como geração “X”, ou seja, tradicional, e geração “Y”, influenciada pela Internet. O
empreendimento pesquisado identificou um pequeno empresário no ramo de criação de
camarão no Ceará, mostrando suas dificuldades e facilidades, tornando-se, assim, mais fácil
constatar o perfil desses profissionais empreendedores da geração Y e suas similaridades com
a geração X. Ao final, percebeu-se que a possibilidade de características empreendedoras de
indivíduos da geração “Y” necessitou de aspectos da geração “X” e, que no caso evidenciou
um caso de sucesso empreendedor.
ABSTRACT
Entrepreneurship becomes increasingly dominant in the Brazilian market. There are many
reasons attributed to this phenomenon, among others entrepreneurship out of necessity due to
the high rate of unemployment or entrepreneurship by opportunity, presenting as main factor
the emergence of favorable means to open your business in order to multiply your income . It
was considered in this study the possibility of changes in the profile of entrepreneurs, clashing
thus the difference of Generation Y regarding the generation X. Held pilot research a
company. It was demonstrated in this study the entrepreneurial choice by chance and what a
difference it could possibly be characterized by individuals whose characteristics were
typically classified as generation “X”, ie traditional, and generation “Y”, influenced by the
Internet. The project surveyed identified a small business owner in shrimp farming branch in
Ceará, showing difficulties and skills, becoming thus more easy to see the profile of these
professionals entrepreneurs of Generation Y and their similarities with the generation X.
Finally, It realized that the possibility of entrepreneurial characteristics of individuals of
generation “Y” required aspects of generation “X” and, in the case revealed a case of
entrepreneurial success.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Comparativo da Teoria X e Y ... 28
Figura 2 – Planta da Fazenda de Camarões ... 45
Figura 3 – Exemplo de embriões e de ração no momento da despesca... 46
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Comparativo das Teorias X e Y ... 28
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ... 12
2 A ARTE OU CIÊNCIA DE EMPREENDER ... 14
2.1 Conceito de empreendedorismo ... 14
2.2 Histórico de empreendedorismo ... 15
2.3 Perfil do empreendedor ... 18
2.4 Planejamento como prática empreendedora ... 19
2.5 Empreendedorismo: necessidade x oportunidade ... 21
2.5.1 Empreendedorismo por necessidade ... 22
2.5.2 Empreendedorismo por oportunidade ... 23
2.6 Liderança no empreendedorismo ... 24
2.7 Teorias de liderança por MC Gregor ... 25
2.7.1 Teoria X ... 26
2.7.2 Teoria Y ... 27
2.8 Pressupostos de liderança ... 29
2.8.1 Líderes influenciados pela teoria X ... 29
2.8.2 Líderes influenciados pela teoria Y ... 29
3 GERAÇÕES X E Y ... 31
3.1 Classificação de gerações ... 32
3.1.1 Geração X ... 34
3.1.2 Geração Y ... 34
3.2 Diferenças do empreendedorismo da geração y em relação às anteriores ... 36
3.3 Gerações X e Y e conflitos entre gerações e relação com estilo de liderança ... 40
4 EMPREENDIMENTO POR OPORTUNIDADE: ESTUDO DE CASO SOBRE O SURGIMENTO E A TRAJETÓRIA DA FAZENDA DE CAMARÃO CARVALHO E UMA ANÁLISE SOBRE O PERFIL DESSES EMPREENDEDORES ... 42
4.1 Metodologia ... 42
4.2 Relato da pesquisa ... 42
4.3 Análise dos dados ... 48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49
REFERÊNCIAS ... 50
1 INTRODUÇÃO
As novas ambições dos trabalhadores no mercado comercial são a independência
financeira e a necessidade de expor suas ideias no ambiente de trabalho. Diante da falta de
estudo e de oportunidades empregatícias nas empresas privadas, somado com as experiências
ouvidas e, às vezes, vivenciadas, muitos acreditam que a solução seja empreender para
alcançar os meios financeiros necessários.
A insatisfação com a concentração de renda, as instabilidades e exigências no
mercado de trabalho e o custo de vida altíssimo possibilitam frustações às pessoas que
buscam, incessantemente, a melhoria na sua renda como forma de suprir suas necessidades de
uma qualidade de vida.
Talvez por essas razões muitos indivíduos migrem da condição de assalariados
para a de empreendedores e, nesta nova condição profissional, adquiram um status social que
lhes permita a alternativa de investimento para multiplicar seus ganhos.
Ao se deparar com a maior flexibilidade burocrática e maior facilidade de crédito
instaurada pelo Governo para aumentar a renda nacional, esses futuros empreendedores por
necessidade vislumbram a possibilidade de criar seu próprio negócio e não ter um patrão para
lhes dar ordens e ainda ter os meios para alcançar sua auto sustentação e o aumento da sua
renda mensal.
Por outro lado, tem-se que os empreendedores por oportunidade, esses diferem
dos empreendedores por necessidade pelo aspecto de não primar por uma renda, por um
trabalho, e sim, aproveitar a possiblidade que surgiu de multiplicar sua renda.
Muitos possuem outra renda e utilizam-se da arte de abrir um novo negócio como
um investimento e uma garantia de um futuro promissor, através de uma ideia diferente, de
um know how para determinado setor, de uma troca de informações com pessoas mais
experientes ou, principalmente, pela paixão em buscar seu espaço no mercado e ter o seu
diferencial.
Todas as teorias predominantes sobre empreendedorismo tomam por base perfis
tradicionais. Nesta percepção a seguinte questão de pesquisa: Até que ponto os conceitos
tradicionais de empreendedor se adequam ao perfil da nova geração Y?
Não é fácil como muitos imaginam, o empreendedor para ser bem sucedido e
alcançar os fins desejados, deve apresentar um perfil diferenciado. Não se deve generalizar,
lógico, mas pode-se analisar a maioria dos casos e constatar as semelhanças para encontrar
Devido à importância do ato de empreender cabe ressaltar o que precisa ser
modificado para sanar as novas exigências do mercado, bem como a minimização do impacto
de diferentes gerações em um mesmo universo empreendedor.
O objetivo geral deste estudo foi encontrar um perfil profissional semelhante
nesses profissionais bem sucedidos, compartilhando suas facilidades e suas dificuldades na
arte de montar seu próprio negócio. Objetivo específico, partindo do pressuposto que a
geração Y possa ter diferenças, foi caracterizar se é o modelo que se aplica também a este
novo grupo.
Visto que o mercado torna-se mais saturado, com novas empresas surgindo para
atrapalhar a estabilidade profissional do dono do seu negócio, quais decisões foram tomadas
para não se deixar abalar e qual estratégia foi utilizada para voltar à estabilidade.
A metodologia adotada foi inicialmente um levantamento bibliográfico sobre
empreendedorismo, empreendedores e a geração Y. Adicionalmente um estudo de caso
relatando a trajetória de um empreendimento e a análise do perfil dos empreendedores de uma
fazenda de camarão.
Esta monografia está estruturada em capítulos sendo o primeiro a introdução, o
segundo sobre empreendedorismo e empreendedores identificando a origem do termo
empreendedorismo, sua evolução e seus diferentes significados; as características natas e
adquiridas desse profissional; suas habilidades que foram cruciais para a obtenção de sucesso.
É apresentada ainda a função de planejamento como prática empreendedora e o
plano de negócios como instrumento. No terceiro capítulo são diferenciados e classificados os
dois tipos de gerações e uma descrição sobre perfis empreendedores e aqueles denominados
de geração Y. No quarto capítulo o relato do estudo de caso com a análise das características
da fazenda de camarão Carvalho, averiguando em qual perfil de geração empreendedora essa
2 A ARTE OU CIÊNCIA DE EMPREENDER
Arte ou ciência são duas formas de encarar os processos de empreendedorismo,
no equilíbrio de ambas muito se definirá em termos de sucesso tanto para o empreendimento
como para o seu empreendedor.
2.1Conceito de empreendedorismo
O termo “empreendedorismo” pode ser definido como o envolvimento de pessoas
e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias.
Para o termo “empreendedor”, existem muitas definições, mas uma das mais
antigas, e que talvez melhor reflita o espírito empreendedor, seja a de Joseph Schumpeter
(apud DORNELAS, 2008, p. 22): “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica
existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de
organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.
Kirzner (apud DORNELAS, 2008) propõe uma abordagem diferente. Para esse
autor, o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e
positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem
presente. Os dois autores são enfáticos ao afirmar que o empreendedor é um exímio
identificador de oportunidades, uma pessoa curiosa e atenta às informações, pois acredita que
suas chances melhoram com o aumento do seu conhecimento.
De acordo com Schumpeter (apud DORNELAS, 2008), o empreendedor é mais
conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro de negócios
já existentes; ou seja; é possível ser empreendedor dentro de empresas já constituídas. Nesse
último caso, chama-se empreendedorismo corporativo.
Com as declarações dos autores, constatamos que o empreendedor do próprio
negócio é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela,
assumindo riscos calculados e apresentando as seguintes características: Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;
Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico no qual vive.
O empreendedorismo envolve o processo de algo novo, de valor. Requer a
devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer.
Os riscos calculados precisam ser assumidos, assim como as decisões críticas tomadas. Para
essas atividades é preciso ousadia e ânimo, apesar de falhas e erros.
2.2Histórico de empreendedorismo
A palavra “empreendedor” (intrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele
que assume riscos e começa algo novo. Antes de partir para definições mais aceitas e
utilizadas, vamos analisar todo o histórico de desenvolvimento do empreendedorismo.
Essa palavra era usada no século XVI na França para designar homens envolvidos
na coordenação de operações militares. No século XIX, o francês Jean- Baptiste definiu a
palavra como “aquele que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais
baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”.
O termo intrepreneur é antigo. A raiz da palavra tem 80 anos. Trata-se do verbo francês entreprende, que significa fazer algo novo ou empreender. Etimologicamente entre + pende. Entre (do latim inter) designa espaço que vai de um lugar a outro, ação mútua, reciprocidade e interação. Pende (do latim prehendere) significa tomar posse, utilizar, tomar atitude. Trezentos anos depois, o termo foi absorvido pelo inglês. Em 1730, o irlandês(que viveu na França) Richard Cantillon, considerado por muitos o primeiro grande economista téorico, usou intrepreneur para designar uma pessoa que trabalhava por conta própria e tolerava o risco no intento de promover seu próprio bem-estar econômico.(BOM ÂNGELO, 2003, p.25)
Logo após sua morte foi publicado um ensaio chamado Essai sur la nature du
commerce em general, nesse ensaio Cantillon estabelece três classes de agentes econômicos:
os latifundiários, cujos bens e riquezas foram adquiridos por herança e tradição, os
funcionários como sendo a categoria de profissionais que evitam ações que envolvam
escolher ou tomar decisões e que agem no sentido de manter uma renda estável e os
empreendedores, aqueles que realizam negócios no mercado por sua própria conta e risco com
o objetivo de obter lucro. Cantillon dissocia claramente os papéis de capitalista e
empreendedor, não havendo necessariamente a assunção dos dois papéis pela mesma pessoa.
O autor reconhece a atividade comercial como uma função distinta na sociedade, destacando
o elemento especulativo que sempre existe nos negócios.
Algumas especulações demonstram que a atividade de empreender foi creditada
contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje, mais conhecido como capitalista) para
vender as mercadorias desse. Logo, o capitalista estava assumindo riscos de forma passiva,
enquanto que o Sr. Marco Paulo, aventureiro empreendedor, assumia papel ativo de correr
todos os riscos físicos e emocionais acordados dentro do contrato.
Na Idade Média, o termo “empreendedor” foi utilizado para definir aquele que
gerenciava grandes projetos de produção. Esse indivíduo não assumia grandes riscos, e apenas
gerenciava os projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do
governo do País.
No século XVII, foi a vez do Richard Cantillon, já mencionado anteriormente
deixar seu legado, além de um grande escritor e economista, foi considerado um dos
primeiros a diferenciar o empreendedor – aquele que assumia riscos –, do capitalista – aquele
que fornecia capital.
O capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados no Século XVIII,
provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo.
Na primeira metade do século XX, Schumpeter introduziu o elemento
empreendedor aos modelos econômicos vigentes que afirmavam a necessidade de buscar o
equilíbrio perfeito de mercado. O empreendedor possui um papel preponderante na criação e
implementação de inovações tecnológicas e gerenciais, repleto de características que
proporcionam atitudes inovadoras.
[...] Schumpeter caracterizou o empreendedor como elemento essencial, senão único, capaz de propor e introduzir inovações que venham a criar prosperidade e riqueza no contexto econômico, principalmente pelo fato do empreendedorismo se destacar como uma das bases fundamentais para que se compreenda o processo de criação de riquezas e ciclos de crescimento econômico. Analisando o fato de não considerar essencial o empreendedor possuir capital para ser investido na inovação a ser implementada, surge fortemente a figura do investidor de risco na pessoa dos capitalistas, ou do governo como agente fomentador de desenvolvimento, apostando no poder de inovação e superação de dificuldades, que são características do empreendedor. Na visão de Schumpeter uma resposta criativa pode mudar situações econômicas e sociais para melhor, ou seja, como diz a cultura japonesa que vê na crise uma fonte inesgotável de oportunidades. (GUIMARÃES, 2002, p. 54)
Nos dias atuais, o empreendedor é aquele que idealiza seu próprio negócio e
utiliza-se da sua criatividade para organizar e assumir os riscos de seu negócio.
Esses profissionais sabem modificar a direção estratégica, se preciso for, sempre
almejando trazer inovações e diferenciais no mercado, tornando a inovação estratégica para
continuar dominando o mercado. Romper os paradigmas para vislumbrar uma possibilidade
mercado mudam constantemente e é necessário se adequar para continuar tendo seu espaço
dentro seus demais concorrentes. Schumpeter para definir a natureza dinâmica dos fenômenos
econômicos, mencionou a destruição criativa como forma de desapegar ao pensamento e das
estruturas existentes, pois bloqueia a receptividade a novas ideias. Substituir atividades,
métodos, produtos, serviços e até mercados na tentativa do melhor aproveitamento de
recursos com o menor gasto de capital e tempo.
É o produtor que, via de regra, inicia a mudança econômica, e os consumidores são educados por ele, se necessário; são por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem num aspecto ou outro daquelas que tinham o hábito de usar. Portanto, apesar de ser permissível e até necessário considerar as necessidades dos consumidores como uma força independente, e de fato, fundamental na teoria do fluxo circular, devemos tomar uma atitude diferente quando analisamos a mudança. (SCHUMPETER, 1982, p. 49).
Quando o profissional empreendedor começa a notar suas deficiências, suas
necessidades técnicas e procedimentos ultrapassados, ele precisa desenvolver métodos que
substituam os defasados que sejam mais aceitáveis pelos futuros usuários de suas criações.
Substituições mais convenientes para ambos os interessados é sempre o objetivo primordial
em seu negócio.
A capacidade de inovação é um instinto que distingue os seres humanos dos outros animais. Este instinto pode ser observado através da história, desde a construção das pirâmides até as expedições ao planeta marte. Enquanto as ferramentas mudaram em função da inovação tecnológica, a capacidade de inovar esteve sempre presente em todas as civilizações, proporcionando inovações como a roda e a luz elétrica, sendo, portanto, uma conjunção de características pessoais, administrativas e econômicas. (NAKASHIMA, 2002, p. 4).
Existem três condições óbvias de inovação segundo autor (ano) que são
frequentemente negligenciadas.
Inovar é trabalhar: Requer conhecimento. Existem pessoas que são
inovadores mais talentosos do que os demais. Não existe uma regra, mas na
maioria das vezes, inovar naquilo que tem talento, predisposição torna-se mais
fácil conquistar seu diferencial no que atua. Porém, mesmo com todo esse
engenho para inovar nesse mercado, o trabalho é árduo concentrado e
deliberado, exige muita persistência e muita ação –“colocar a mão na massa”
Se alguns desses atributos estiverem faltando, nenhuma magnitude de talento,
Valorizar seus pontos fortes– Todo empreendedor, deve-se perguntar: “Quais dessas oportunidades é conveniente a mim, se ajusta a esta empresa, põe a
trabalhar aquilo em que nós(ou eu) somos bons, e que mostrou condições para
desempenho?”. Inovação pode ser mais bem sucedida se construído a partir dos
nossos pontos fortes, isso porque diminui os riscos da inovação e facilita o
conhecimento e a capacidade de desempenho adquirido com a afinidade
encontrada naquela atividade.
Analisar o efeito na economia e sociedade– Observar as mudanças de comportamento dos clientes– Das pessoas em geral. A inovação precisa ser
acompanhada a mudanças culturais da sociedade. Observar, criticar e
aprimorar o mercado, sempre guiado pelas particularidades do público- alvo.
O empreendedor, a pessoa em si mesma, é a chave do sucesso. Seu empreendimento é alimentado por seus conhecimentos, contatos e habilidade. Empreendedores bem sucedidos têm características em comum: tenacidade, atenção ao detalhe, rápida percepção do que venha a ser assumir riscos, forte crença em si mesmo e nos seus objetivos e compreensão muito aguçada dos fatores que motivam outras pessoas a serem capazes de assumirem uma postura proativa em suas atitudes. (LEITE, 2002, p. 344)
As oportunidades surgem para aqueles que estão frequentemente analisando o
local no qual estão inseridos, sendo críticos e criativos. A imaginação precisa ir longe e
vislumbrar um diferencial. O resultado da análise, do sistema agregado ao trabalho árduo é o
primordial para começar a colocar em prática o seu projeto. Se uma empresa nova não se
organizar para tirar vantagem dos mercados inesperados e despercebidos, se não for
totalmente enfocada no mercado, se não for guiada pelo mercado, ela então só terá êxito em
criar uma oportunidade para o concorrente.
2.3Perfil do empreendedor
Constantemente nos deparamos com argumentos e debates sobre o perfil do
empreendedor. Alguns alegam que esses profissionais já nasceram com esse dom, enquanto
outros acreditam que é possível alcançar o sucesso através da disciplina e da adequação do
perfil necessário para essa profissão. Nas duas situações constata-se que o aprendizado, a
Segundo Dornelas (2005, p.38), o indivíduo empreendedor já nasce com
qualidades específicas que são percebidas no decorrer de seu desenvolvimento vital, mas
pessoas que nunca apresentaram tais qualidades são capazes de aprendê-las e de se tornarem
excelentes empreendedores. O sucesso vai depender de uma gama de fatores internos e
externos ao negócio, do perfil do futuro empreendedor e de como ele administra as
adversidades que encontrará no caminho.
[...] Acreditava-se que o empreendedor era inato, que nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso dos negócios. Pessoas sem essas características eram desencorajadas a empreender [...]. Os empreendedores inatos continuam existindo, e continuam sendo referências de sucesso, mas muitos outros podem ser capacitados para criação de empresas duradouras. Isso não garante que apenas pelo ensino do empreendedorismo serão gerados novos mitos como Bill Gates, Silvio Santos, Olavo Santaúbal e Antonio Ermínio de Moraes. No entanto, com certeza o ensino do empreendedorismo ajudará na formação de melhores empresários, melhores empresas e na maior geração de riqueza ao país. (DORNELLAS, 2005, p. 40).
Percebemos nos empreendedores de sucesso a capacidade que possuem de
visualizar seu futuro. Eles têm um sonho e acreditam no seu potencial para torná-los
realidade, possuindo um otimismo e uma força de vontade que entusiasma todos em sua volta.
Esse otimismo não é sem fundamentos e sem medo de dar errado, pelo contrário,
quando as decisões são tomadas, os riscos do negócio já foram calculados e já sabem que é
possível fracassar, mas isso não os desencorajam perante as possibilidades de perder o capital
empregado e os agregados a esse investimento.
2.4Planejamento como prática empreendedora
A ausência de planejamento é muito acentuada, principalmente no Brasil, sendo
perceptível a falta de cultura de planejamento do povo brasileiro. Esse fato independe da
função exercida ou do nível de escolaridade, o ato de planejar não faz parte da rotina antes de
realizar uma ação.
Segundo Degen (1989), o sucesso depende basicamente de um planejamento
corretamente executado em três etapas: a primeira consiste em identificar a oportunidade de
negócio e coletar informações; a segunda, em desenvolver o conceito do negócio; e a terceira
consiste em iniciar a elaboração do plano de negócios para implementar o empreendimento.
Dessa forma, poderá ter controle do risco, adotando medidas para reduzi-lo, o empreendedor
O empreendedor deve ser capaz de identificar os riscos buscando reduzi-los ao
máximo e definir a estratégia de atuação. Para definir essa estratégia, deve ser utilizado o
plano de negócios como ferramenta. Esse plano deve ser aplicado antes de colocar o próprio
negócio em atividade e somente após a sua conclusão e avaliação, operacionalizar o negócio.
No plano de negócios deve ser apresentado as metas deverão apresentar as
ambições do empreendedor para o futuro da empresa por um período de 5 a 10 anos. A
introdução e a apresentação deve conter o nome fantasia; razão social e dado cadastrais
completo; capital social e sua distribuição na empresa; norma de distribuição de capital de
terceiros e empréstimos; como é organizado o aumento do capital social ou investimento dos
sócios na empresa; qual é a regra para recebimento e acesso dos mesmos ao capital da
empresa.
Após isso, deve ter a perfeita descrição do negócio como está situação atual da
empresa; o patrimônio presente em valores; a capacidade de vendas e produção; o capital de
giro necessário para manter a organização; os processos comerciais do empreendimento;
localização com aspectos mercadológicos (localização dos clientes e fornecedores),
técnicos(infraestrutura atual e futura da empresa e legais (limitações da empresa e dos
clientes).
Deve ser definido também com bastante detalhamento sobre clientes, a quantidade
e o potencial de compra dentro da área geográfica; a descrição dos produtos e/ou serviços de
forma a mostrar a sua vantagem competitiva e sua concorrência; detalhamento da
concorrência com a diferença no preço, imagem qualidade, quantidade de produto. Deve
conter também a comparação da empresa e do concorrente, mensurando possíveis poderes de
barganha; parceiras estratégicas e posição de mercado.
Além disso, é importante determinar sobre o planejamento de marketing, ou seja,
políticas de promoções, forças de vendas e mecanismos, políticas de atendimento, canais de
comercialização, organização e treinamento de equipes. O método de produção também tem
que ser apresentado com a descrição de máquinas e equipamentos da empresa; processo e
políticas de recebimento e fornecimento de mercadorias; layout da empresa (desenho da
estrutura física da empresa), tempo do processo de armazenamento, fluxograma.
Outro aspecto importantíssimo a ser exposto no plano é sobre a projeção de
vendas com os valores de vendas mensais e a projeção para os próximos 5 anos. O
planejamento financeiro deve divulgar o fluxo de caixa anual, o financiamento e a divisão das
despesas (custos fixos – gastos independentes de vendas : aluguel, funcionários, encargos
dono e o contador; custos variáveis – gastos que aumentam com o aumento de vendas e
produção: fornecedores, impostos e tributos, manutenção-seguro, comissão de vendas.)
2.5Empreendedorismo: necessidade x oportunidade
Para ser empreendedor, não tem importância se a ideia é inédita ou não. O que
importa é como ela é utilizada e como foi transformada em um produto ou serviço compatível
com o mercado, que possibilite seu crescimento. Ao nos depararmos com alguns jovens
alegando ter uma ideia revolucionária é comum eles mencionarem que seu produto é único e
que ele não possui concorrentes. Esse é um dos erros imperdoáveis dos empreendedores de
primeira viagem, porque ideias revolucionárias são raras, produtos únicos não existem, e com
certeza deve existir concorrência. Muitos desses jovens estão vislumbrados pela emoção e não
pela razão. Por isso, é tão importante analisar todos os aspectos possíveis antes de abrir um
novo negócio.
O empreendedor deve testar sua ideia ou conceito de negócio junto a clientes em
potencial, deve também trocar ideias com empreendedores mais experientes e com amigos
próximos, porque a paixão pode dominar o campo racional analítico dessa pessoa. Ter uma
ideia e não levá-la adiante de nada adianta. O que deve ser feito é desenvolvê-las,
implementá-las e construí-las para alcançar, dessa forma, um negócio de destaque.
[...] Aquele que empreende transforma um conceito em realidade, seja na sua vida pessoal, na empresa ou no governo. Essa figura indomável, vital em todos os momentos importantes da história, é movida pela vontade, assume riscos e é capaz de convencer as pessoas dos benefícios de uma nova proposta. (BOM ÂNGELO, 2003, p. 54).
A economia de um país ao ser analisada claramente percebemos sua grande
influência pelo nascimento e pela desarticulação de um negócio próprio. Por isso, alguns
empreendedores surgem pelo motivo da economia não está bem, desencadeando o aumento
do desemprego, então a solução encontrada para algumas pessoas é criar seu próprio emprego.
Já outros fecham suas empresas também por causa da economia, quando esta se encontra
desfavorável para o seu negócio, não conseguindo, assim, suprir as dívidas, pagar os
funcionários e se comprometer financeiramente, encerrando dessa forma sua empresa.
Todo esse dinamismo empresarial e o rápido crescimento econômico, associado
aos altos níveis de desemprego e as baixas taxas de inflação ocorridas principalmente na
1998, o projeto GEM (Global Emtrepreneurship Monitor), buscando como objetivo principal
medir a atividade empreendedora dos países e observar seu relacionamento com o
crescimento econômico. Pode ser considerado o projeto mais ambicioso e de maior impacto
até hoje no que se refere ao acompanhamento do empreendedorismo nos países. Essa
iniciativa trouxe novas informações a cada ano sobre o empreendedorismo mundial e local
para os países participantes desse projeto.
Então, após esse estudo anual do projeto GEM, o empreendedorismo passou a ter
duas definições: empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo por oportunidade.
2.5.1 Empreendedorismo por necessidade
Esse empreendedorismo surge pela falta de opção. Na maioria das vezes, a pessoa
se arrisca a criar seu próprio negócio por necessidade, não tem perspectiva de crescimento
profissional ou encontra-se desempregado. Nesses indivíduos destacamos a sua garra e a sua
dedicação em empreender, até porque seu novo negócio que obterá seu “ganha-pão”. Quando
a empresa é criada nessas circunstâncias, ela não é planejada e o seu mentor não possui metas
definidas, geralmente costumam ser estabelecimentos pequenos e informais, por esse motivo
pouco contribuem para o desenvolvimento do país.
A maioria dos brasileiros que tentam montar seu próprio negócio disponibiliza de
poucos recursos, utiliza-se de capital recebido em contas ou originado de empréstimos em
bancos populares. Algumas vezes, o comércio se localiza na própria residência, o que
dispensa custos com aluguel, os funcionários são quase sempre membros da família e/ou
pessoas com mão-de-obra não qualificada, o que reflete na desvalorização do valor salarial.
Historicamente, o índice de empreendedorismo por oportunidade tem estado
abaixo do índice de empreendedorismo de necessidade. Porém, nos últimos anos tem-se
percebido uma melhora nessa relação e estima-se que para os próximos anos aumente o
número de empreendedores em busca de oportunidades, promovendo, assim, o
desenvolvimento do país.
O empreendedorismo por necessidade predomina nos países em desenvolvimento.
Somente em três países apresentam taxa de empreendedorismo por necessidade maior que a
taxa do de oportunidade. São eles: Brasil, Argentina e China. A taxa brasileira em 2002, de
empreendedores por necessidade foi maior entre os países pesquisados. No total, 55,4% dos
empreendedores brasileiros declaram que criaram seus negócios para fugir das mazelas do
desemprego. (BOM ÂNGELO, 2003, p. 43).
“O empreendedor de sucesso expõe claramente seu leque de soluções aos clientes ou lideranças corporativas, de modo que possam reconhecer o justo valor de seus produtos ou
a exequibilidade de seu projeto” (BOM ÂNGELO, 2003, p. 61).
2.5.2 Empreendedorismo por oportunidade
No empreendedorismo por oportunidade, a pessoa escolhe ser empreendedor por
acreditar no negócio que pretende iniciar, acredita ter as aptidões necessárias e as condições
de capitais para gerir esse empreendimento. Muitos utilizam o seu capital ocioso para
empregaram em empreendimentos que lhe parecem bastante rentáveis, alguns saem de
empregos fixos para se dedicarem a uma nova atividade.
É aquela situação em que o empreendedor observa a carência de algum produto ou
serviço em uma determinada região e resolve, de maneira oportuna promover a
implementação de um negócio. Para identificar essa oportunidade é preciso que se tenha visão
e uma análise coerente sobre o mercado atuante no período, além das perspectivas
econômicas do país. Logo, antes de iniciar a empresa, o empreendedor faz uma pesquisa sobre
a aceitação do produto no mercado e as suas variantes necessárias, como preço, praça e
promoção.
É uma ironia que muitos futuros empreendedores, mais bem-preparados, tenham maior dificuldade em iniciar um negócio próprio, do que aqueles mais bem preparados. A razão é evidente: os futuros empreendedores mais bem-preparados conseguem identificar bem melhor os riscos do negócio do que aqueles menos preparados, motivo pelo qual tendem a ser mais cautelosos do que os outros, que, desconhecendo os riscos, montam seus negócios para o que der e vier. É verdade que muito desses empreendedores fracassam, mas é verdade também que alguns são muito bem-sucedidos, o que, entretanto, é uma questão de sorte(DEGEN, 1989, p. 62)
Depois de ter convicção sobre a atuação da empresa, geralmente o empreendedor
por oportunidade faz um plano estratégico para esse empreendimento. Alguns fazem com
mais precisão e exatidão, outros desenvolvem como sabem, elencando alguns parâmetros e
desenvolvendo as expectativas para esse negócio. Quem escolhe empreender sabe o que quer
Os empreendedores bem sucedidos devem ser valorizados pelas suas qualidades e
devem ser reconhecidos pela geração de riquezas e pela contribuição que dedicam ao
desenvolvimento econômico do país. Não podem ser vistos apenas como pessoas que tiveram
a sorte ao seu lado ou que obtiveram seus méritos por meios alheios à sua competência.
Indivíduos empreendedores são dotados de um conhecimento do mundo privilegiado e uma
invejável força de vontade e por isso ganham seu espaço no mercado e conquistam seus
objetivos.
2.6Liderança no empreendedorismo
Uma das características identificadas nos diversos estudos e perfis de
empreendedores é a sua capacidade de liderar equipes de trabalho.A grande importância da
Liderança para empreendedores e gestores é a capacidade de gerenciar um grupo de pessoas,
motivando para que esse grupo gere resultados e colabore um com o outro, transformando
numa verdadeira equipe. Dessa forma, a equipe alcançará os objetivos propostos pelo gestor
em prol da organização.
O empreendedor precisa ser um bom líder para conseguir sucesso em sua
empreitada, e para alcançar esse poder de liderança precisa se comunicar de forma eficaz,
buscando influenciar e conseguir o apoio e a participação das diferentes pessoas: sócio,
fornecedor, investidor, colaborador e profissionais dos órgãos municipal, estadual e federal.
Esse processo é fundamental para o resultado após a conclusão do empreendimento. Sua
comunicação e sua interação devem ser aperfeiçoadas continuamente conforme forem
observados os resultados obtidos de seus colaboradores e parceiros.
Contudo esses mesmos estudos e identificação de perfis não definem, ou pelo
menos caracterizam tipos ou estilos de liderança.
“O conceito de liderança pode variar de autores e dentro das organizações podem ter alguns significados diferentes, “constata-se que a maior parte dos autores conceitua liderança como processo de influência de um indivíduo sobre outro individuo ou grupo, com vistas à realização de objetivos em uma situação dada”. (BERGAMINI, 1994, p. 88)
Os primeiros relatos sobre a relação chefe – subordinado próximos à era taylorista
relatam que esta é exercida de forma autoritária e que para ser chefe bastava receber uma
nomeação formal ou informalmente para exercer com base numa disciplina burocrática, saber
tinha o pessoal na palma da mão, ou seja, tinha o controle de todos os funcionários dentro da
empresa. Entretanto, não demorou muito a que se percebesse que esta forma de liderar era
inadequada. Tanto é que os primeiros estudos e aplicações teóricas surgiram em meados de
1940 e tiveram acentuada força na escola comportamentalista. Com os avanços tecnológicos
ocorridos a partir da década de 1970, as empresas começaram a necessitar de mais
contribuições intelectuais de seus funcionários. Esta necessidade se torna mais visível a partir
dos anos 1980, com a evolução da concorrência, a necessidade de ter nas empresas
funcionários mais dedicados, tornou-se um desafio para os chefes. O novo bom chefe passou
agora a ser chamado de líder, ou seja, aquele que consegue estimular os funcionários, “vender” os objetivos à equipe, e contribuir para um bom clima no ambiente de trabalho.
É atributo do líder, desenvolver pessoas. A perspectiva em relação a esse
profissional é fazer com que o talento dos colaboradores seja destacado. O empreendedor
líder deve incentivar estimular e explorar o capital intelectual da melhor forma possível.
Grandes líderes devem motivar e valorizar seus funcionários através de seu talento. Saber
liderar gerações diferentes é de enorme valia para o futuro da empresa, pois as organizações
são formadas por pessoas com sentimentos e motivos racionais diferentes, muitas vezes por
causa dos valores adquiridos em seus meios pela época de seu nascimento e desenvolvimento,
influenciados pelo ambiente e outros fatores, como a motivação, a liderança e o
relacionamento, esses entre outros fatores que motivam o comportamento do ser humano e do
grupo onde ele se situa.
Uma das teorias sobre liderança que caracteriza diferenças entre autocracia e não
autocracia é direcionada para contrastar duas épocas diferentes. Assim, McGregor diferenciou
aspectos do modelo burocrático taylorista à denominação de liderança estilo X e a posterior,
mais tolerante e com outra visão do homem de estilo Y. Apesar de épocas diferentes os
preceitos que caracterizam os estilos X e Y podem ser transpostos para nossa atual realidade,
inclusive, quando se comparam as gerações X, Y e Z, pois, qual quer uma delas poderá
apresentar estilos autocráticos “X” e não autocráticos “Y”.
2.7Teorias de liderança por MC Gregor
As teorias de motivação e estilos de liderança são modo contemporâneo à própria
evolução das gerações X, Y e Z. Neste aspecto associar na interpretação de comportamentos
de líderes nessas gerações à teoria X e Y de Douglas McGregor. Embora, o X se refira a
predomínios de comportamento na concepção de McGregor mencionados por Chiavenato
(2003) que a liderança é influenciada pelas suposições humanas do líder.
2.7.1 Teoria X
Dois conceitos antagônicos, criados pelo professor e economista americano
Douglas McGregor, que norteiam as relações entre as empresas e seus trabalhadores.
Auxiliando as demais teorias sobre liderança de pessoas em uma empresa. Seu trabalho mais
conhecido é sua teoria motivacional apresentada no seu livro The Human Side of Enterprise
(O lado humano da empresa), de 1960, ele defende a ideia de que existem dois tipos
fundamentais de pessoas, dois perfis de personalidade e comportamento, chamados por ele de
Teoria X e Y.
Nesta teoria, chamada por McGregor de “Hipótese da mediocridade das massas”,
parte-se do pressuposto de que os trabalhadores possuem uma aversão nata à responsabilidade
e às tarefas do trabalho, necessitando sempre de ordens superiores para render alguma coisa
no trabalho. Estas ordens vêm sempre acompanhadas de punição, elogios, dinheiro, coação
etc.; artifícios utilizados pelos gestores para tentar gerar um empenho maior do colaborador.
McGregor acreditava que as necessidades de ordem inferior dominavam as
pessoas nesta Teoria. Assim, as organizações precisavam colocar a ênfase de sua gestão na
satisfação dos fatores higiênicos dos trabalhadores, estudados na Teoria dos Dois Fatores de
Herzberg.
Os princípios básicos da Teoria X são e resumidas no quadro 1:
Um indivíduo comum, em situações comuns, evitará sempre que possível o trabalho;
Alguns indivíduos só trabalham sob forte pressão. Eles precisam ser forçados, controlados e às vezes ameaçados com punições severas para que se esforcem
em cumprir os objetivos estabelecidos pela organização;
O ser humano ordinário é preguiçoso e prefere ser dirigido, evita as responsabilidades têm ambições e, acima de tudo, deseja sua própria
2.7.2 Teoria Y
Nesta teoria a coisa muda de figura. Aqui os trabalhadores são encarados como
pessoas altamente competentes, responsáveis e criativas, que gostam de trabalhar e o fazem
como diversão. Sendo necessário que as empresas proporcionem meios para que estas pessoas
possam dar o seu melhor, com mais desafios, participações e influências na tomada de
decisão. McGregor acreditava que as necessidades de ordem superior dominavam as pessoas
nesta Teoria.
Os princípios básicos da Teoria Y são:
O esforço físico e mental empregado no trabalho é tão natural quanto o empregado em momentos de lazer;
O atingimento dos objetivos da organização está ligado às recompensas associadas e não ao controle rígido e às punições;
O indivíduo comum não só aceita a responsabilidade do trabalho, como também as procura.
Os indivíduos são criativos e inventivos, buscam sempre a solução para os problemas da empresa;
Os trabalhadores tem a capacidade de se auto-gerirem nas tarefas que visam atingir objetivos pessoais e estratégicos da organização. Sem a necessidade de
ameaças ou punições;
O trabalhador normalmente não faz aquilo que não acredita. Por isso exige cada vez mais benefícios para compensar o incômodo de desempenhar uma
função desagradável.
Ao analisar as teorias X e Y de Mc Gergor, percebemos uma grande semelhança
com as distintas gerações X e Y, que por serem contemporâneas e levantarem estilos
diferentes de pessoas e lideranças foi válido mencionarmos neste trabalho. Para explicitarmos
qual solução foi proposta para o relacionamento desses tipos opostos de trabalhadores. Mc
Gregor, menciona os diferente estilos de lideranças para os colaboradores das duas teorias.
Para os representantes da Teoria X,que consideram o trabalho desagradável para a
maioria das pessoas, toda a lógica da organização deve-se voltar ao desenvolvimento de
processos que induzam as pessoas a produzirem, seja por pressão, seja por forte controle ou
Enquanto que para os representantes da Teoria Y, que consideram o trabalho tão
natural quanto o lazer, o desafio será criar condições favoráveis para que o trabalho seja
melhor executado.
Quadro 1 – Comparativo das Teorias X e Y
Fonte: Rchristanelli1
Outra forma de evidenciar as diferenças entre os dois estilos, “X” e “Y” tem uma
representação mais voltadas para o tratamento dado às pessoas. Na Figura 1, a seguir,
observa-se que o estilo indica rebaixamento e o estilo Y elevação.
Figura 1 – Comparativo da Teoria X e Y
Fonte: Lideraonline2
Disto pode resultar que um empreendedor da geração “X” pode ser alinhado a um
estilo de liderança X ou Y na concepção de McGregor. Do mesmo modo um empreendedor Y
pode ser também alinhado a um estilo de liderança X ou Y na concepção de McGregor.
Embora alguma predominância possa ser observada a partir das descrições no próximo
capítulo.
2.8Pressupostos de liderança
Os componentes da geração X e da geração Y divergem bastante em sua forma de
liderar seus subordinados. Experiências, estilos e personalidade diferentes são fatores que
influenciam a gestão desses profissionais. De acordo com um levantamento realizado pela
MTO – Treinamento e desenvolvimento geracional, 78% das corporações acreditam que as
questões geracionais influenciam em nível alto ou muito alto o estilo de liderança em
organizações, o que impacta diretamente nos liderados.
2.8.1 Líderes influenciados pela teoria X
Esses líderes tentam alcançar suas metas por meio da hierarquia e da análise das
consequências de médio e longo prazo. Os princípios utilizados para tomada de decisão é bem
complexa, utilizando-se de diversas ferramentas, inclusive indicadores de desempenho. Os
níveis hierárquicos são bem delimitados e a interação é bem pequena entre os colaboradores
de alto escalão em relação aos de baixo escalão. Esses Gestores são mais centralizadores e
poucos observadores em relação às demandas da equipe. Possuem um pensamento mais
racional com menos pressa. Procuram se informar com meios digitais e com outras pessoas
para aprofundar melhor seus conhecimentos. Buscam chegar ao objetivo central, sendo focado
no que precisa atingir. Poder-se-ia, por estas características atribuir-lhe um estilo de liderança
aproximado ao que McGregor definiu como “X”.
2.8.2 Líderes influenciados pela teoria Y
Sua liderança é por meio de diálogos com seus subordinados. Acredita que todos
podem colaborar para o desenvolvimento da empresa, por isso a troca de ideias é de grande
importância dentro da organização. A tomada de decisão é bem rápida é sem uma grande
preocupação futura, por meio da utilização de relatórios on-line e informações disponíveis em
sistemas. Por serem imediatistas, tentam alcançar suas metas em curto prazo sem análise
grande para suas decisões e são bastante observados para equilibrar burocracia, qualidade de
trabalho e desempenho. Além disso, apresentam uma descentralização de poder por
acreditarem que níveis hierárquicos podem se integrar, por meio da colaboração real de todos.
Poder-se-ia, por estas características atribuir-lhe um estilo de liderança aproximado ao que
3 GERAÇÕES X E Y
O termo geração tem origem no latim generatione e possui diversos significados,
dos quais muitos associados a sucessão, como por exemplo, o conjunto de todos os viventes
coetâneos3, ou seja os que têm a mesma idade ou ainda contemporâneos, como pode ser
observado no quadro 1.
Quadro 2 – Gerações segundo faixas etárias
Fonte: adaptado de Oliveira e Batista (2010 apud SILMARA 2013)4
As Gerações são conceitos sociológicos que caracterizam pessoas que nasceram
em décadas diferentes. Elas possuem suas singularidades, devido a diversos fatores que
influenciam a cultura da sua época, como: a tecnologia, o desenvolvimento econômico atual
3 Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/geracao%20_972074.htmlacesso em: 7.6.2015
do país em questão, entre outros determinantes. Por conta desses fatores, possuem formas
distintas de viver e pensar.
Está cada vez mais comum a classificação de gerações em épocas específicas. É
bem diferente de separar por idade, sexo ou renda. A classificação por gerações se apresenta
mais adequada para definir alguém, pois ela permanece com suas denominações,
independentemente, do tempo decorrido.
3.1Classificação de gerações
Mas parece ser marcante uma categorização de seres contemporâneos tem origem
sociológica identificando a partir do pós-guerra nomeadamente nas grandes transformações
tecnológicas, como a Internet, ocorridas a partir do século XX. A grande adesão a princípios
de conduta e semelhança de comportamento geraram, correspondentemente, classificações
denominadas de hippies, yuppies, baby boomers e mais recentemente as gerações X, Y e Z
A geração X é representada pelas pessoas que nasceram na década de 1960 até o
início dos anos 1970. A geração Y é considerada as pessoas que nasceram nos anos
1980(apesar de alguns autores incluírem nesta geração pessoas que nasceram no final da
década de 1970). A geração Z é compreendida com os nascidos na década de 1990 até o ano
de 2010.
A geração X é representada pelos nascidos entre 1965 e 1980. Essa geração foi
atingida em cheio pela globalização, pelas fusões e multiculturalismo. Embora essas pessoas
tenham ambição profissional, mas o âmbito familiar prevalece em suas escolhas. Percebem a
criatividade e a flexibilidade como melhores benefícios percebidos em um emprego.
A geração Y é conhecida também como Geração do milênio ou Geração da
Internet, pois surgiu exatamente numa época de significantes avanços tecnológicos e
prosperidade econômica, facilidade material. Essa Geração cresceu num mundo digital e
estão, desde sempre, familiarizados com dispositivos móveis e comunicação em tempo real,
por causa disso são consumidores exigentes, informados e com peso na tomada de decisões de
compra.
A geração Z, que compreende os nascidos entre o fim de 1992 a 2010, está ligada
intimamente à expansão exponencial da internet e dos aparelhos tecnológicos. As pessoas
era digital, por exemplo: com a World WideWeb(WWW), com o compartilhamento de
arquivos, com os smartphones, tablets,5 e o melhor de tudo: Sempre conectadas.
Cada geração possui características diferentes, com valores e princípios distintos umas das outras. Os ciclos começam com uma geração idealista, passando para uma reativa, seguida de uma geração com consciência cívica e, finalmente, chegando a uma geração de adaptação que, mais uma vez, direciona para uma geração idealista. Juntos, os quatro ciclos compõem um “século” (MICCRINDLE, 2002, p. 2)
Deve-se considerar que o conceito de geração reconhecido pela sociedade
moderna estabelece o tempo de 20 anos como o marco de separação entre gerações. Nesse
contexto, segundo Oliveira (2010, p 61.), é a primeira vez que cinco gerações diferentes de
pessoas convivem mutuamente de forma consciente, interferindo e transformando a realidade.
Para este autor a diferença de atitudes características de cada geração está interferindo sobre
as escolhas, expectativas e motivação das pessoas, alterando completamente a qualidade dos
relacionamentos e provocando desgastes.
Então, Essas gerações proporcionam constantes benefícios uns aos outros,
entretanto ocorrem também muitos conflitos entre eles. Para administrar essa diversidade
cultural, ideológica e social, é necessário muito desprendimento e muito estudo a partir de
teorias e de pesquisas que ampliem as percepções do comportamento humano, objetivando
solucionar as grandes divergências existentes entre esses grupos que se tornam cada vez mais
presente nas empresas, devido à alta taxa de perspectiva de vida. Os pesquisadores
denominaram esse estudo de Gestão de Conflitos.
Gráfico 1 – Gerações ao decorrer do tempo6
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gera%C3%A7%C3%A3o_Y acesso em 14/05/2015
5Smartphones, tablets são termos do léxico inglês e correspondem, respectivamente a dispositivos de comunicação telefônica e outras aplicações digitais.
3.1.1 Geração X
O termo se tornou referência mundial como sendo a geração dos filhos dos Baby
Boomers, ou seja, os nascidos logo após a Segunda Guerra Mundial. A criação desse nome
veio pelo fotógrafo Robert Capa em 1950, que usou „Geração X‟ para designar um ensaio
fotográfico sobre homens e mulheres que cresceram imediatamente após a Segunda Guerra. A
utilização desses termos geração X, Y, e Z são muito utilizados no mundo corporativo de
hoje.
As pessoas que nasceram nesse período tiveram que aprender e se adaptar a
utilizar as ferramentas tecnológicas recém-descobertas inseridas no ambiente de trabalho
como artifício para facilitar e organizar suas atividades, otimizando seu tempo e espaço. São
céticos e politicamente apáticos, refletem as frustrações da geração anterior e preferem
assumir a posição de expectadores da cena política. Eles gostam da informalidade no trabalho
e buscam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Eles não se fidelizam as organizações, dão prioridade aos interesses pessoais e
não acham atrativo um currículo de 20 anos na mesma empresa. Quando possuem foco
definido, trabalham com entusiasmo e têm necessidade de feedback. Os líderes da Geração X,
que possuem um perfil empreendedor, utiliza toda a perspicácia para estabelecer relações
comerciais e costumam comprometer-se para que as alianças estabelecidas sejam cumpridas,
conforme o almejado.
Se a geração X foi concebida na transição para o novo mundo tecnológico, a
geração Y foi a primeira verdadeiramente nascida neste meio, mesmo que incipiente. Logo, os
representantes da geração X sentem-se a vontade com a tecnologia e já têm bom gosto pelo
consumo de equipamentos eletrônicos, mas não se compara a familiarização da Geração Y
com os meios eletrônicos.
3.1.2 Geração Y
Conhecida também por Geração do milênio. Essa geração abrange os nascidos em
meados da década de 1980 até o fim dos anos 90. Já nasceram sob a influência da internet,
muitas crianças tiveram a possiblidade de crescer usufruindo de televisão a cabo, vídeo
games, computadores. Logo, ao entrarem no mercado de trabalho carregam em si esse hábito,
Segundo Oliveira (2010, p. 69-70) apresenta um aspecto amplamente pesquisado
pela Cia de Talentos – Empresa dos sonhos 2009: As expectativas dos jovens com relação à
empresa em que desejariam trabalhar e às principais características esperadas de seu gestor.
Sobre os motivos de escolha de uma empresa: Crescimento Profissional; Desenvolvimento Profissional; Ambiente de Trabalho Agradável; Bons salários e benefícios;
Oferecer cursos e treinamentos
Sobre as principais características esperadas de um gestor: Conhecer o negócio da empresa;
Oferecer feedback constante; Saber definir prioridades;
Desenvolver os profissionais de sua equipe; Respeitar e estimular o talento individual; Ser objetivo e claro em suas diretrizes.
São ávidos por inovação, e quanto mais descolado estiver o ambiente de trabalho,
maior será a imaginação e a produtividade dessa geração. Possuem um perfil menos
burocrático, sendo mais abertos a negociações. Acredita-se que empresas gerenciadas por
membros da geração Y permita uma melhor resposta ao mercado em decorrência da sua
adaptação e da sua flexibilidade.
Buscam aprender e pesquisar o que não entendem ou o que não conhecem, essa é
uma questão cultural muito benéfica para aprendizado e crescimento pessoal e profissional
desses membros. O domínio da tecnologia dá um ar mais inovador, mais ousado e interativo
para os negócios. Além de auxiliar na obtenção de informações, tendências e notícias que irão
beneficiar na empresa.
Costumam encarar as dificuldades de um mundo como algo bem menor do que
seus antecessores. Essa geração não dá importância se o cliente está ao lado da loja ou do
outro lado do mundo, buscam as possibilidades para negociações com o mundo todo. Os
membros da geração Y são imediatistas, tudo tem que ser com urgência, buscando ações com
resultados mais instantâneos. Esse imediatismo prejudica ações que necessitam de tempo,
Existe a necessidade da interação entre as pessoas para a formação de vínculos”. A Geração Y é composta por líderes peculiarmente inovadores e quase irrequietos; embora a maioria seja largamente talentosa, sincera e criativa, demonstram possuir esse lado impaciente que ora lhe serve de âncora, ora de empecilho, pelo de, não raro, estes jovens estejam sujeitos a decisões precipitadas com vistas e objetivos maiores, o que os leva algumas vezes a darem passos maiores que as pernas. (LEAL, 2007, p.15)
3.2Diferenças do empreendedorismo da geração y em relação às anteriores
Segundo Eline Kullock, presidente do Grupo foco, em sua última palestra
ministrada em julho passado no SAO Executive Experiencekullock (2010), A Geração Y,
também conhecida como a Geração do Millennials ou Geração da Internet nasceu com a
tecnologia ao seu alcance, em um momento pleno de possibilidades e transformações sociais e
prosperidade econômica, no mundo globalizado. Possuem características distintas das outras
gerações; são indivíduos com capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo,
comunicação sem fronteiras e pelo imediatismo; acostumados a conseguirem os próprios
mandamentos e a não se sujeitar às tarefas subalternas de início de carreira, lutando por
salários ambiciosos desde cedo.
a) Flexibilidade de horários: A Geração Y está provocando mudanças
impactantes nas organizações. Fazendo a Gestão de Pessoas necessite se
reformular e se adequar a nova cultura organizacional, buscando meios para
reter esses integrantes. O que dificulta a retenção desses membros na empresa
são os modelos organizacionais antigos, que apresenta cobrança de horários e
hierarquia, onde existe uma padronização que não pode ser contestada. A
geração Y busca um trabalho produtivo e eficiente com horários flexíveis,
clima corporativo e querem conciliar vida profissional e vida pessoal por serem
capazes de dar conta de muitas tarefas ao mesmo tempo.
De acordo com Oliveira, o maior desafio dos líderes desses jovens é decifrar esse
aparente enigma, reduzindo as expectativas quanto às regras de controle como horários, forma
de vestir, forma de fazer as coisas e dando a devida importância aos significados de cada
escolha que eles fazem aos valores de vida que realmente estão nesses significados e aos
resultados e consequências que suas escolhas proporcionarão no futuro. (2010, p.87)
redefinição do que é trabalho. Os jovens Y querem ser reconhecidos pelos pelo que têm a oferecer e, ao mesmo tempo, ser respeitados por sua plenitude e filosofia de que o trabalho faz parte da vida, mas não é a vida. (LIPKIN, 2010 p. 126)
Segundo Oliveira (2011, p.12), dentre as ações práticas que as empresas podem
tomar para receber bem e fazer a integração entre as gerações, três conceitos devem ser
respeitados: desenvolver, potencializar e conectar. O primeiro deles implica principalmente
conhecer e identificar o déficit de conhecimento que esse jovem profissional traz ao vir da
universidade. É preciso descobrir quais competências estão faltando e gerenciar suas
expectativas. A partir disso, é possível criar meios para estimular os recém-chegados.
Algumas ferramentas podem ajudar nessa hora, como o e-learning (termo em inglês que
significa estudo por meios tecnológicos) e a própria prática diária.
b) Ética profissional distinta: A Geração Y possui uma ética profissional
diferenciada das outras gerações, por esse motivo podemos afirmar que há
divergência entre as gerações dentro da mesma empresa. Essa ética é
formulada de acordo com a cultura atual, e a ética da Geração Y exige
mudanças no cenário profissional.
Conforme Lipkin, Perrymore (2010, p.39) existe uma grande diferença entre a
ética profissional da Geração Y e a ética profissional das gerações anteriores:
i) Geração Y:
A vida em primeiro lugar;
Indistinção do horário de trabalho x horário de lazer; Integração vida profissional e pessoal;
Segue regras que funcionam e estabelece as próprias regras Respeito só quando merecido
Promoção por talento
Horário de trabalho indefinido Preferência por contato virtual Veste a camisa quando necessário
Espera que a empresa mude de acordo com as suas necessidades. ii) Ética profissional tradicional:
O trabalho em primeiro lugar