• Nenhum resultado encontrado

UniAGES Centro Universitário Bacharelado em Engenharia Civil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UniAGES Centro Universitário Bacharelado em Engenharia Civil"

Copied!
73
0
0

Texto

(1)

Bacharelado em Engenharia Civil

CLEISSON REIS MIRANDA

PLANEJAMENTO DE OBRAS DE PEQUENO PORTE POR MEIO DA METODOLOGIA BIM 4D:

Estudo de caso em edificação na cidade de Tucano (BA)

Paripiranga

2021

(2)

PLANEJAMENTO DE OBRAS DE PEQUENO PORTE POR MEIO DA METODOLOGIA BIM 4D:

Estudo de caso em edificação na cidade de Tucano (BA)

Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES, como um dos pré- requisitos para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Ms. Alberto Brigeel Noronha de Menezes.

Paripiranga

2021

(3)

Planejamento de obras de pequeno porte por meio da metodologia BIM 4D: Estudo de caso em edificação na cidade de Tucano (BA)/

Cleisson Reis Miranda. – Paripiranga, 2021.

71 f.: il.

Orientador: Prof.: Ms. Alberto Brigeel Noronha de Menezes Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – UniAGES, Paripiranga, 2021.

1. Construção civil. 2. Planejamento BIM 4D. 3. Obras de pequeno porte. I. Título. II. UniAGES

(4)

PLANEJAMENTO DE OBRAS DE PEQUENO PORTE POR MEIO DA METODOLOGIA BIM 4D:

Estudo de caso em edificação na cidade de Tucano (BA)

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil à Comissão Julgadora designada pelo colegiado do curso de graduação do Centro Universitário AGES.

Paripiranga, ____ de ____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Alberto Brigeel Noronha de Menezes.

UniAGES

Prof. Raphael Sapucaia dos Santos

UniAGES

(5)

A Deus, o maior engenheiro de todos os tempos.

(6)

Essa é uma carta aberta (nem tão aberta assim, kkkkk) de agradecimentos a todas as pessoas que contribuíram de alguma forma com a minha vida e formação.

A gratidão é um dos sentimentos mais sublimes que o ser humano pode sentir, ela é uma óptica de vida, um colírio que restaura a visão e permite sentir o simples, os detalhes, e o start para esse sentimento é a graça, “onde abundou o pecado superabundou a graça”, isso graças ao sacrifício de amor de Jesus na cruz. E por esse motivo eu posso ser grato, por Ele me amar primeiro eu sei o que é amar. A Deus seja toda honra, glória, força, domínio e toda a minha gratidão, pelos séculos dos séculos.

Tendo agradecido ao motivo de eu saber agradecer, agradeço a minha família por todo amor, paciência e cuidado para comigo. A minha mãe, Marta, e ao meu pai, José, por não medir esforços para que nunca me faltasse nada, aos meus irmãos, Ernande, Josiene e Weslei, pelo companheirismo e risos. Vocês são minha base, minha força e motivo pelo qual eu sigo.

Agradeço também, minha família por completo, meus avós, tios, primos... toda a parentela. Em especial cito minhas tias Nega e Vera, por serem minhas mães por adoção, meu tio Galego, por todo cuidado e incentivo, a Tia Maria do Carlito, representante da família Nascimento e coluna forte desta, e ao Neguinho, por todo incentivo. A vocês todo meu agradecimento.

Recebi também uma família da parte de Deus, a Primeira Igreja Batista em Creguenhem (PIBC), um pedacinho do céu na terra e onde me encontrei, agradeço a todos os membros por todo amor e comunhão. Ao Paistor Jardel, por me discipular e acreditar tanto em mim, aos meus meninos (Gui, Maria Clara, David, Kayque, Duda, Deise, João Antônio e Marco Antônio) por todos os momentos felizes que me proporcionam, além das crianças, meus exemplos de vida e leveza (Pietra, Sophia, Bernardo, Alice, Milla, Davi, Valentina e Ravi Lucca). A Edilene e Érica por serem a corretora e tradutora, obrigado.

Abro espaço para agradecer as instituições responsáveis pela minha formação, a escola

Olavo Bilac, Afro Júlio, Luís Eduardo Magalhães e UniAges, sou grato a cada profissional,

desde os serviços gerais até a diretoria. Agradeço também ao Governo PT por todo incentivo à

educação, na criação de bolsas, o que possibilitou que filhos de agricultores, como eu, pudessem

cursar o Ensino Superior, em especial agradeço aos presidentes Lula e Dilma. Sou grato também

(7)

E que profissão linda é a que ensina; aos meus professores, desde o primário até hoje, meu muito obrigado. Muito obrigado por me ensinarem o que sei, por acreditarem, por cuidarem do meu aprendizado e de mim. Em especial agradeço aos professores do Ensino Básico, Adenilde, Portela e Ernestino. Aos do Ensino Superior agradeço a Herbert (responsável por despertar meu amor pela engenharia), Bruno (a quem dedico esse trabalho e admiração), Paulo Ricardo (por todas as risadas), Sapucaia (a comédia em pessoa), Leonardo (por toda a preocupação e ensinamentos), Tayanara (meu orgulho e por sorrir com os olhos), Vanessa (pela amizade, pelo coração e por viver sorrindo) e Alberto (por me orientar durante o TCC).

Aos meus colegas e amigos que trilharam comigo essa parte do caminho, os agradeço demais, inclusive aos que nunca conversei ou vi. Meu singelo agradecimento a: Jarlene (conterrânea de duas cidades e companheira de todas as horas), Jane Kelly (por todo amor, cuidado e ciúmes), Joelson (neguinho, o melhor), Mary (por toda força, leveza e identificação), Davi (parceiro dessa jornada, obrigado por repartir tantos momentos), Veronica (minha dupla nas besteiras e loucuras), Sâmia (miga minha, SâMinha, obrigado por tanto), Brenda (a mais doida amorosa, e phina), Flávia (minha Nenis, obrigado por me ouvir, pela paciência e cuidado).

Meus agradecimentos aos divisores de república e transporte, e despesas, que se tornaram amigos. Agradeço a Dyana (por cuidar de mim desde o primeiro dia, minha prima, minha irmã – acrescento aqui o Douglas), Luana e Bia (os melhores risos, perrengues e loucuras), Maricelia e Açucena (por toda a diversão no caminho, cuidado e amor), Washington, Samuel, Yana, Jucy, Keylla, Jeniffer, Aline e Diana.

Meu coração transborda em gratidão, que o Senhor Jesus retribua cada um

abundantemente de acordo com Sua boa, perfeita e agradável vontade. Deus seja louvado e

engrandecido para todo o sempre. Amém!

(8)

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o S ENHOR , ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.

Bíblia Sagrada

(9)

A indústria da construção civil passa por transformações importantes com a inserção de tecnologias que visam facilitações e precisão no planejamento das obras durante todo seu ciclo de vida. O BIM (Building Information Modeling) é um método de modelação das informações da construção que são geradas e armazenadas durante seu processo. Dessa maneira, o presente trabalho objetiva a sensibilização dos profissionais da área para o uso do BIM na concepção das obras, para tanto faz uso de um estudo de caso aplicando o método em uma edificação de pequeno porte, sobretudo os softwares Navisworks, Revit e MsProject.

No decorrer do estudo são apresentados um passo a passo para a construção de um planejamento eficaz e seus benefícios, é apresentado o BIM, suas dimensões e características. O Revit será utilizado como ferramenta para gerar o projeto 3D e por conseguinte o quantitativo de cada atividade, o MsProject fornecerá a EAP (Estrutura Analítica do Projeto) e o Navisworks receberá essas informações a fim de gerar o planejamento BIM 4D.

O BIM facilita o processo conceptivo das obras, além de aumentar a confiabilidade das informações, assim, ademais de viabilizar o fluxo produtivo garante a qualidade deste. Este trabalho possibilita averiguar as contribuições do BIM para o planejamento de obras.

PALAVRAS-CHAVE: Planejamento BIM 4D. Construção civil. Obras de pequeno porte.

(10)

The civil construction industry is undergoing important transformations with the insertion of technologies that aim to facilitate and improve the accuracy of construction planning throughout its life cycle. BIM (Building Information Modeling) is a method of modeling the construction information that is generated and stored during its process. In this way, this paper aims to raise the awareness of professionals in the area for the use of BIM in the conception of works, for this it makes use of a case study applying the method in a small building, especially the software Navisworks, Revit and MsProject.

During the study, a step-by-step approach is presented for the construction of an effective planning and its benefits, BIM is presented, its dimensions and characteristics. Revit will be used as a tool to generate the 3D project and therefore the quantity of each activity, MsProject will provide the EAP (Project Analytical Structure) and Navisworks will receive this information in order to generate the 4D BIM planning.

BIM facilitates the conceptual process of the works, and increases the reliability of information, thus, in addition to enabling the production flow, it ensures its quality. This work makes it possible to investigate the contributions of BIM to construction planning.

KEYWORDS: 4D BIM planning. Civil construction. Small construction.

(11)

Tabela 1: Softwares usados no trabalho. ... 19

Tabela 2: Características da construção civil... 23

Tabela 3: EAP do projeto. ... 53

Tabela 4: Índice de produtividade e produtividade. ... 57

Tabela 5: Duração das atividades. ... 58

Tabela 6: Operários por etapa e duração provável das atividades. ... 58

Tabela 7: Cronograma de Gantt no Excel... 59

(12)

Figura 1: Exemplo de EAP. ... 31

Figura 2: Método das Flechas. ... 34

Figura 3: Método dos blocos. ... 34

Figura 4: Caminho crítico diagrama das flechas. ... 35

Figura 5: Diagrama de Gantt. ... 35

Figura 6: Propriedades do objeto. ... 38

Figura 7: Ciclo de vida do projeto BIM. ... 39

Figura 8: Níveis de desenvolvimento BIM. ... 40

Figura 9: Comparação entre o processo construtivo tradicional e BIM. ... 41

Figura 10: Dimensões BIM. ... 42

Figura 11: Processos de modelagem 4D. ... 45

Figura 12: Pré-condições de implantação do BIM 4D. ... 47

Figura 13: Softwares BIM. ... 48

Figura 14: Planta baixa térreo... 50

Figura 15: Planta Baixa Superior. ... 50

Figura 16: Modelo 3D ... 51

Figura 17: Quantitativo-portas. ... 54

Figura 18: Quantitativo-forro. ... 54

Figura 19: Quantitativo-tubos. ... 55

Figura 20: Quantitativo-eletrodutos. ... 55

Figura 21: Índice de produtividade escavação. ... 56

Figura 22: Índice de produtividade alvenaria. ... 56

Figura 23: Índice de produtividade limpeza final... 57

Figura 24: Cronograma de Gantt no MsProject. ... 60

Figura 25: Planejamento Navisworks. ... 60

Figura 26: Atividades e suas respectivas cores, Excel. ... 61

Figura 27: Atividades paralelas e cores sobrepostas, Excel. ... 62

Figura 28: Relação de dependência entre as atividades MsProject. ... 63

Figura 29: Visualização do modelo 3D e do cronograma, separadamente. ... 64

Figura 30: Relações de dependência entre as atividades, Navisworks. ... 65

(13)
(14)

1. INTRODUÇÃO ... 16

2- REFERENCIAL TEÓRICO ... 21

2.1- Planejamento ... 21

2.1.1 Planejamento na construção civil ... 21

2.1.2 Benefícios do planejamento ... 23

2.1.3 Tipos ou níveis de planejamento ... 25

2.1.4- Gerenciamento de projetos ... 26

2.1.5- Profissionais envolvidos na construção civil ... 28

2.1.6- Etapas do planejamento ... 30

2.1.6.1- Identificação das atividades ... 30

2.1.6.2- Definição das durações... 31

2.1.6.3- Definição da precedência ... 32

2.1.6.4- Montagem do diagrama de rede ... 33

2.1.6.5- Identificação do caminho crítico ... 34

2.1.6.6- Geração do cronograma e cálculo das folgas ... 35

2.2 Building Information Modelling (BIM) ... 36

2.2.1 Planejamento BIM 4D ... 42

2.2.2 Softwares de modelagem BIM 4D ... 47

3. METODOLOGIA ... 49

3.1 Identificação do caso estudado ... 49

3.2 Etapas de desenvolvimento do projeto ... 51

3.2.1 Modelação 3D ... 51

3.2.2- Identificação das atividades ... 51

3.2.3- Definição das durações ... 53

3.2.3.1- Quantidade de trabalho a ser executado ... 53

3.2.3.2- Produtividade da mão de obra ... 55

3.2.4- Criação do diagrama de Gantt... 59

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 61

(15)

4.3- Planejamento com uso do BIM 4D ... 64 5- CONCLUSÕES ... 66

REFERÊNCIAS ... 68

(16)

1. INTRODUÇÃO

O mundo passa por transformações a todo instante, assim como as pessoas e suas necessidades, por conseguinte, a construção civil não fica alheia a tais mudanças e necessita de atualizações constantes para satisfazer as demandas de seus usufrutuários. As novas tecnologias, os novos métodos construtivos, novos materiais, tudo isso força a atualização desse setor que carece de adaptações.

Como acrescenta De Almeida (2015), as ferramentas digitais estão intrínsecas nos estabelecimentos construtivos, os escritórios de engenharia e arquitetura, de todos os tamanhos e finalidades, trabalham muito tempo com programas de modelação 3D e desmaterializam o fluxo de informação, realiza esse movimento por meio de computadores, smartphones e afins.

A partir dessa premissa, as inovações necessitam de um novo pensamento sobre o planejar as construções, e urgentemente, visto que o planejamento é as primícias da construção, e algo que começa com erros tende a acabar com erros. Portanto, o planejamento da obra ditará o grau de sucesso que a mesma alcançará.

O planejamento de tarefas é uma atividade que, com o decorrer dos anos, tem vindo a adquirir cada vez mais importância, na medida em que o não cumprimento de prazos previamente estabelecidos pode resultar em multas severas. Neste sentido, o planejamento adquire uma índole fundamental, pois é necessário garantir, com uma boa estratégia prévia e cuidadosamente planificada, que os objetivos traçados sejam cumpridos (DE SÁ, 2014, p. 14).

Peretti et al. (2016) salientam que em quaisquer empresas a política de gerenciamento através de filosofias que busquem racionalizar as operações é essencial, isso resulta em ganhos tanto para os empreendimentos quanto para os clientes.

O engenheiro civil é o responsável por planejar a execução do empreendimento, esse deve possuir habilidades de gestão e leitura de projetos, visão aguçada e inovadora, agilidade no tomar de decisões e lidar com imprevistos, dentre outras habilidades. Gray e Larson (2010) afirmam que o gerente de projetos tem por funções planejar, administrar o tempo, motivar e controlar.

São diversos os métodos de pensar a execução de um empreendimento, já que não existe

uma ordem fixa e engessada de construção, logo há uma certa liberdade para o profissional, a

restrição na ordem são as atividades que dependem de outras. Porém, quanto maior a liberdade

maiores as chances de erros, e o planejador deve escolher com cautela seus passos.

(17)

Além da liberdade de escolha das ordens de execução, existe uma gama de softwares para planejar obras, e a escolha do programa deve ser feita levando em consideração os custos e a qualificação do profissional no manuseio deste. A metodologia BIM (“Building Information Modeling”) revoluciona o mercado da construção civil e os softwares que se adequam a esta são de grande valia para o planejador de obras.

O BIM é o processo de produção, uso e atualização de um modelo de informações da edificação durante todo o seu ciclo de vida. Esse modelo, além da geometria da construção, contém numerosas informações sobre seus diferentes aspectos. Desde os estudos de viabilidade, passando pelo desenvolvimento do projeto, simulações, orçamentação, planejamento, controle, construção, demolição, reforma, representação, registros e outros (BAIA, 2015, p. 21).

Na década de 80, a área da construção e arquitetura passou por grandes transformações, quando introduzidos softwares de Desenho Assistido por Computador, conhecidos pela abreviação CAD. Ao redor do ano de 2003, foi lançado no comércio o BIM. Porém, somente em 2008 no evento BIMStorm, que aconteceu em Los Angeles (EUA), também conhecido como o “Woodstock da Engenharia”, foi que se deu início no mundo inteiro a difusão do BIM (BAIA, 2015).

Eastman et al. (2014) reiteram, porém, que nem o conceito nem o nome BIM são recentes - não são dos anos 2007, 2002 ou 1997. Os conceitos, as abordagens e as metodologias identificadas atualmente como BIM possui por volta de trinta anos, e a nomenclatura Building Information Model está em circulação há pelo menos quinze anos.

No Brasil, Baia (2015) afirma que em setembro de 2013, ocorreu um evento em São Paulo (BR) nomeado de “Caminhos para a inovação na construção e implantação do BIM” e conclui-se que o BIM é a ferramenta de concepção e construção do futuro, no mais, ficou recomendado as empresas conhecer o BIM e suas ferramentas, de acordo com o objetivo de cada incorporação, iniciar na prática o uso dessa nova cultura e alcançar o objetivo nacional de aplicar o BIM de maneira consistente e sustentada.

Para essa difusão o Governo brasileiro publicou dois decretos o Nº 9.983, de 22 de

agosto de 2019 que dispõe sobre a estratégia nacional de disseminação do Building Information

Modeling e institui o Comitê Gestor da Estratégia do Building Information Modeling, além de

possuir dentre seus objetivos difundir o BIM e seus benefícios, criar condições favoráveis para

o investimento público e privado em BIM, desenvolver normas técnicas guias e protocolos para

a adoção desse, desenvolver a plataforma e biblioteca nacional BIM. E o Nº 10.306, de 2 de

abril de 2020 que estabelece a utilização do Building Information Modeling na execução direta

(18)

ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.

O BIM possui dimensões, que vai do 2D ao 7D. De Almeida (2015) diz que compõem o BIM as dimensões: o 2D (composto por plantas cortes e descrições documentais), 3D (representações tridimensionais dos objetos), 4D (representação do projeto no tempo), o 5D (cuja dimensão incorporada é a orçamentação da construção), o 6D (engloba o gerenciamento durante o ciclo de vida do projeto) e o 7D (relacionado com a sustentabilidade da construção, desempenho energético).

Esta pesquisa se limitará ao sistema 4D que amplia a visão do 3D (altura, comprimento e profundidade) – este que já é recente no mercado brasileiro – agrega uma nova dimensão, o tempo. Para isso são necessárias ferramentas BIM que se comunicam entre si. Eastman et al.

(2014, p.18) asseguram que “o planejamento da construção usando CAD 4D requer uma vinculação do planejamento de construção aos objetos 3D em um projeto, de forma que seja possível simular o processo de construção e mostrar a aparência da construção e do canteiro em qualquer ponto no tempo”.

Assim, o presente trabalho monográfico se propõe a responder a seguinte problemática:

é viável a aplicação da metodologia BIM 4D em obras de pequeno porte? Em paralelo, tem como objetivo geral: estimular a sensibilização do uso da metodologia BIM para melhorias no processo de planejamento de obras de pequeno porte, de modo a aumentar a qualidade e alargar as possibilidades do uso da tecnologia na construção civil brasileira.

Para o alcance desse estabelece-se os objetivos específicos a seguir: realizar o planejamento de uma obra de pequeno porte por meio da modelagem BIM 4D; analisar a viabilidade do planejamento BIM 4D para obras de pequeno porte; produzir o planejamento de uma obra de pequeno porte por meio da modelação 4D tradicional; planejar uma obra de pequeno porte sem a modelagem 4D; e comparar os planejamentos com uso do BIM 4D e sem o seu uso, no que diz respeito a facilitações de operação das informações, confiabilidade e precisão dos dados.

As obras de pequeno porte, nessa monografia, correspondem às construções de no máximo três pavimentos, sejam elas residenciais, comerciais ou mistas (atendam as duas modalidades de uso). Essa limitação se deu pelo fato de esse tipo de obra ser o mais comum, tanto no contexto em geral quanto no âmbito da cidade de Tucano-BA, onde o estudo de caso é realizado.

Como justificativa deste trabalho se mostra a importância do desenvolvimento

tecnológico em todas as áreas de conhecimento, inclusive à construção civil, assim como os

(19)

benefícios trazidos à obra que foi previamente planejada. Soma-se a isso as vantagens agregadas ao se planejar com o método BIM e suas ferramentas colaborativas, o que aumenta a visão do projeto, evita erros e aumento de custos. Para fomentar a justificativa o Brasil possui decretos, já supracitados, relacionados ao BIM como o Nº 9.983, de 22 de agosto de 2019, e o decreto Nº 10.306, de 2 de abril de 2020.

Os caminhos seguidos para atingir os objetivos propostos são a pesquisa bibliográfica em de artigos científicos, teses de mestrado e doutorado e livros, assim como, um estudo de caso de um projeto de edificação de dois pavimentos, projeto este de ampliação de uma igreja localizada na cidade de Tucano-Ba.

Para o planejamento do estudo foram utilizados o Revit e Navisworks pertencentes à Autodesk, além do Excel e Ms Project da Microsoft. Estas ferramentas foram escolhidas por questões pessoais do pesquisador, como contato anterior com esses programas e aptidão em utilizá-los, além, deles atenderem eficientemente os objetivos da pesquisa. Acrescenta-se a isso os fatos de a Autodesk disponibilizar versões estudante de ambos os softwares a ela pertencente usados na pesquisa e a Microsoft ofertar uma versão teste de seus programas por tempo limitado. A Tabela 1 apresenta os programas utilizados nesta pesquisa e suas respectivas fornecedoras:

Tabela 1: Softwares usados no trabalho.

Fonte: O autor.

Para tanto, a pesquisa foi dividida em cinco partes, sendo a primeira a presente introdução, que apresenta o tema, sua problemática, objetivos e justificativa. Seguida de um referencial teórico que elucida os assuntos pertinentes ao planejamento de obras, seus benefícios, técnicas, métodos e um roteiro de planejamento, além da apresentação da metodologia BIM, seus principais conceitos (modelação orientada por objeto, relações paramétricas, ciclo de vida, níveis de desenvolvimento, interoperabilidade e dimensões),

Software Logotipo Fornecedora

Revit Autodesk

Navisworks Autodesk

MsProject Microsoft

Excel Microsoft

(20)

ademais a aplicação da modelagem 4D na construção civil, tanto o método tradicional quanto o método BIM 4D.

A terceira parte diz respeito a metodologia seguida no decorrer do trabalho, descreve o

processo de pesquisa e coleta de dados. A quarta parte apresenta os resultados obtidos –

planejamentos com a modelagem BIM 4D, com a modelagem 4D tradicional e sem a

modelagem 4D – e a discussão destes – realiza comparações quanto a viabilidade de facilitações

de operação das informações, confiabilidade e precisão dos dados. Por fim, a quinta e última

parte discorre sobre as conclusões atingidas com a pesquisa, e as comparações entre os métodos

de planejamento, e sugestão do melhor método para planejar obras de pequeno porte.

(21)

2- REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo é dividido em duas partes, planejamento de obras e BIM. A primeira parte se desenvolve acerca do planejamento na construção, seus benefícios e etapas, além de mostrar os profissionais envolvidos em uma obra de pequeno porte e a importância da gestão. A segunda parte apresenta o BIM, seus benefícios, características e dificuldades de implementação, mostra também o planejamento por meio da modelação 4D tradicional e BIM.

2.1- Planejamento

O verbo planejar é definido por Ferreira (1999) da seguinte maneira: elaboração do plano ou a planta de algo; projetar; organização de plano ou roteiro; programação. Ainda de acordo com o autor, planejamento é o serviço de preparar um trabalho, tarefa, com o estabelecimento de métodos adequados; determinação de um aglomerado de processos, de ações (seja por uma empresa, um órgão do governo, dentre outros), com vista a realizar determinado projeto; planificar.

Logo, o ato de planejar consiste em realizar um plano detalhado a fim de facilitar a execução de determinada atividade, e esta ocorra de maneira rápida e organizada, tanto quanto possível. De acordo com Utrera, Trevelin e Dionysio (2013), é possível saber que planejar é a ação de refletir antes da ação, de modo a precipitar possíveis dificuldades que possam passar a existir nos setores da organização.

2.1.1 Planejamento na construção civil

Na construção civil o planejamento é indispensável, visto que o setor é precário e

desorganizado, além de unir em si atividades diversificadas e realizadas por diferentes

profissionais, adicionado a isso o recente desenvolvimento tecnológico e grande quantidade de

projetos a gerir. Baia (2015) afirma que na construção civil o planejamento deve ser eficaz para

(22)

que a destinação dos recursos seja realizada no tempo adequado, assim cumpre o escopo do projeto e finaliza-o com a qualidade esperada.

O planejamento de uma obra deve ser realizado de maneira ampla e detalhada. Todas as partes do todo devem receber a devida atenção, tudo deve ser planejado de tal maneira plausível que todos os possíveis erros sejam detectados e corrigidos antecipadamente e não acarretem prejuízos futuros.

Como dizem Laufer e Tucker (1987), a construção civil tem um dos processos de produção mais dispersos em volta do custo esperado, do prazo de acabamento ou do valor total de uma obra. O planejamento e controle da produção são de exímia importância para o gerenciamento da edificação e são acatadas como funções gerenciais basais.

O planejamento começa no pensar em realizar algo, logo, é importante que todas as ideias sejam anotadas para que nenhuma seja esquecida e perdida. Obter conhecimento de como realizar tal planejamento também é indispensável já que novas ideias podem surgir de outras já existentes, e como não há um roteiro único e definido de como deve ser feito o planejamento, adquire-se experiência com a vivência, aprender com o sucesso e erros pré-existentes é o melhor caminho.

Os produtos existem para satisfazer as necessidades dos usufruintes, e com os produtos da construção civil não é diferente. As pessoas mudam, assim como suas necessidades; a partir dessa premissa, a construção civil passa por transformações importantes visando o bem estar do homem e da natureza, a sustentabilidade.

Essas mudanças transformam o modo de pensar e planejar as construções, o que torna esse planejamento bem específico. A Tabela 2 apresenta características da construção tradicional e as das construções sustentáveis, com um comparativo.

Atual (Construção Tradicional) Futuro (Construção Sustentável) Indústria conservadora - inovação lenta

Indústria inovadora, flexível, baseada em conhecimento - aberta a novas tecnologias

e novos modelos de negócios - economicamente sustentável Empresas economicamente fracas - empresas

pequenas e sem força política, de baixa tecnologia e pequena inteligência competitiva, com baixo

lucro (5%) e pequeno tempo de atuação (<20 anos)

Fábrica móvel - depende do local e é temporária (não justifica a mecanização)

Construção sustentável - redução de perdas, reciclagem, reaproveitamento.

Industrialização e automação - mecanização/produção em fábrica/uso de

TIC: - componentes leves 2d e 3d vem prontos e são montados no local com Produção sujeita a intempéries (incerteza) e de

baixa qualidade

Altos níveis de acidentes (condições de trabalho

improvisadas)

(23)

Baixa precisão / alto nível de perdas (recursos humanos, materiais, financeiros)

equipamentos adequados - construção mais previsível diminui riscos - a diminuição de

perdas diminuem os custos e permite melhores salários

Mão de obra pouco qualificada (ambiente sujo e perigoso, trabalho cansativo e temporário)

Sustentabilidade econômica, boas condições de trabalho e continuidade do

trabalho: atração de pessoas mais competentes e preparadas Projeto complexo, fragmentado, confuso, sem

memória - difusão de responsabilidades, improvisação em obra

Projeto baseado em conhecimento - integrado e colaborativo, parte da informação disponível, usa TIC (BIM,

simulação, extranets, xdCAD) Produto único (projeto não se reproduz e não se

aprende com os erros)

Usuário não participa do projeto, no caso de incorporação

Projeto tem foco no usuário: edificação acessível, adequada as necessidades, flexível (adaptável ao longo do CV - Open

Buildings), saudável, segura, confortável

Projeto não considera ciclo de vida da edificação - custos e recursos (materiais, energia, água) para uso, manutenção e demolição representam mais do

que na construção

Projeto considera o CV - materiais de menor manutenção/adaptáveis ao ambiente, reaproveitamento de água, redução do consumo e geração energia

(Protocolo de Kyoto), pensa na demolição/desconstrução Falta de comprometimento social -

despreocupação com as consequências sociais, urbanas e ambientais

Construção Sustentável: - renovação predial preserva a memória urbana e

otimiza ambiente construído - revitalização urbana recupera áreas degradadas - aumento de densidade em

áreas já urbanizadas preserva áreas verdes/rurais - oferece soluções para todos Focada na construção de unidades novas -

empreendimentos estanques de curto prazo Produto caro e baixa qualidade: alto déficit

habitacional/ alto nível de inadequação

Tabela 2: Características da construção civil.

Fonte: Adaptado de González (2008).

2.1.2 Benefícios do planejamento

De acordo com o que foi descrito até aqui fica evidente a importância de planejar uma obra. Mattos (2010) enumera os benefícios alcançados quando realizado um planejamento eficaz:

Conhecimento pleno da obra: O profissional necessitará fazer o estudo de todos os

projetos, definir cada detalhe executivo, considerar a produtividade dos operários e definir o

tempo de trabalho, caso isso não seja previamente planejado não haverá tempo hábil para

análises e tomadas de decisões mais assertivas.

(24)

Detecção de situações desfavoráveis: Quanto antes detectar as situações prejudiciais ao bom andamento da construção mais fácil serão as atitudes preventivas e corretivas a serem tomadas pelo gestor, e com isso diminuir os impactos no tempo de entrega e custo final do produto.

Agilidade de decisões: Como o planejamento permite uma visão completa da obra, ele é a base para a tomada de decisões, como aumento ou diminuição de equipe, jornada de trabalho, terceirização, demissões, alteração de métodos construtivos.

Relação com o orçamento: Orçamento e planejamento andam lado a lado, pois é do orçamento (por meio dos índices, produtividade, dimensionamento de equipes) que são tiradas as bases para planejar. Logo o orçamento é um parâmetro de controle do planejamento.

Otimização da alocação de recursos: É por meio do planejamento (data de início e fim das atividades, folgas) que o gestor define o momento mais adequado para nivelamento de recursos, alugar ou comprar equipamentos, compra de materiais.

Referência para acompanhamento: O cronograma definido no ato de planejar é o meio que vai ser utilizado como referência comparativa entre o que já foi executado e o que está por executar, torna possível verificar o andamento da obra se existem atrasos e onde.

Padronização: O planejamento, que é único e deve ser conhecido por todos os envolvidos, deixa claro tudo a ser feito e quando, isso unifica a equipe nas ações tomadas individualmente.

Documentação e rastreabilidade: planejar e controlar periodicamente cria históricos – documentos – da obra que são úteis para verificações futuras de pendências, elaborar pleitos de contratação, mediar conflitos.

Criação de dados históricos: Esses documentos gerados servem como base para a elaboração de novos planejamentos, cronogramas e outras decisões em obras futuras e similares a serem realizadas pela empresa.

Profissionalismo: O fato de uma obra possuir planejamento causa boa impressão ao

cliente, pois mostra seriedade e compromisso da empresa disposta a cumprir prazos.

(25)

2.1.3 Tipos ou níveis de planejamento

O planejamento de uma obra pode ocorrer em alguns níveis e com período de tempo definido, pode ser planejado por fases ou a obra por completo. Por conseguinte, o planejamento pode ser desenvolvido para curto prazo ou tático, médio prazo ou operacional, e longo prazo ou estratégico.

Como proferem Ballard e Tommelein (2016), existem o planejamento de longo, fase, médio e curto prazo. O de longo prazo, gerencia as grandes etapas da construção, as principais atividades do empreendimento. Com baixo detalhamento pela ausência de informações sobre a duração exata destas atividades e ofertas dos recursos. A fase é o nível intermediário entre o longo e o médio prazo, às atividades que vão ser concretizadas são dissecadas das principais.

O de médio prazo são assinaladas e retiradas as restrições a fim de facilitar a execução das atividades definidas no planejamento de fase. Nesse nível é delineado o encadeamento dos serviços e definida a logística para executá-los. Por último, no de curto prazo os trabalhos que estão para ser executados são inclusos nos planos de curto prazo, comumente ciclos de uma semana, cujo objetivo é guiar os operários na construção, com orientações para execução da obra e detalhamento das atividades (BALLARD; TOMMELEIN, 2016).

Silva (2011, p. 30) reitera ao afirmar que:

Planejamento Estratégico: é um processo gerencial que permite ao executivo definir o rumo que será seguido pela empresa, com vista a obter um nível de aperfeiçoamento na relação da empresa e seu ambiente.

Planejamento Operacional: se dá na formalização através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimentos e implantações estabelecidas.

Planejamento Tático: nem tão emergencial, nem tão em longo prazo, reúne informações presentes para serem formalizadas a um tempo médio determinado.

Portanto, o planejamento deve ser feito com uma óptica tanto geral quanto particular,

pensar na obra como um todo (produto final) e em cada processo e subprocesso (produtos

intermediários) necessários para sua concretização. Caso contrário, a deficiência do

planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por extensão, para a

empresa que a executa. Um descuido em uma atividade pode acarretar atrasos e escalada de

custos, assim como colocar em risco o sucesso do empreendimento (MATTOS, 2010).

(26)

2.1.4- Gerenciamento de projetos

São diversas as fases de construção de uma edificação desde a preparação do terreno até a limpeza final e entrega ao cliente, e essas etapas ainda são divididas em subetapas. Algumas dessas fases possuem projeto, como é o caso da elétrica, hidrossanitário, estrutura, arquitetura, e todos esses devem ser de conhecimento integral daquele que vai realizar o planejamento da construção.

Antes de gerenciar é necessário conhecer o projeto, definido por Gray e Larson (2010, p. 05) como “um projeto é um esforço único, complexo e não rotineiro limitado por tempo, orçamento, recursos e especificações de desempenho criadas de acordo com as necessidades do cliente”.

O projeto é composto por um conjunto de documentos, formalizados em desenhos e texto, que descreve a obra, permitindo a contratação e a execução. Pela complexidade e quantidade de informação envolvida, e também pela tradicional fragmentação (existem diversos projetistas, cada um responsável por uma parte do projeto), em geral o projeto é dividido em documentos gráficos (tais como plantas arquitetônicas, estruturais, hidro-sanitárias, elétricas, lógicas e outras) e documentos escritos (orçamento, memoriais, especificações técnicas, cronograma, contratos e outros) (GONZÁLEZ, 2008, p. 5).

Na NBR 5674 (ABNT, 1999, p. 2), projeto tem por conceito “a descrição gráfica e escrita das características de um serviço ou obra de Engenharia ou de Arquitetura, definindo seus atributos técnicos, econômicos, financeiros e legais”.

Eastman et al. (2014, p. 152) complementam, “o projeto é a atividade em que a maior parte da informação sobre um empreendimento é inicialmente definida e em que a estrutura documental é organizada para a adição das informações em fases posteriores”.

Gray e Larson (2010) descrevem as principais características de um projeto, objetivo estabelecido, período de validade definido (início e fim), participação de diversos departamentos e profissionais, elaboração de algo inovador, tempo, custos e requerimentos de desempenho específicos.

Logo, o projeto deve seguir normas e diretrizes regulamentares estabelecidas por setores

competentes a fim de assegurar segurança e qualidade de vida aos usufruintes, além de respeitar

as peculiaridades de cada cliente, limite orçamentário, tempo de entrega, intenção de uso, dentre

outras.

(27)

Silva (2011) afiança que o gerenciamento como projeto provém desde a antiguidade, com as construções das pirâmides do Egito por arquitetos, faraós, com uso da matemática e métodos construtivos eficazes que surpreendem até hoje. Afirma ainda que quanto disciplina o gerenciamento de projetos surgiu nos Estados Unidos na década de 50.

A autora define gerenciamento como: “Gerenciamento nada mais é que direcionar, organizar, executar e elaborar projetos pelas organizações no intuito de introduzir inovações e mudanças aos mesmos, agregando valor, otimizando prazos e recursos” (SILVA, 2011, p. 21).

Aldabó (2001) reitera que gerenciamento de projetos incide em planejar, programar e controlar as tarefas, com vista no alcance dos objetivos estabelecidos no projeto, e enquanto a gerência e gerenciamento ocorre apenas uma vez as demais atividades são repetitivas. À vista disso, o gerenciamento é totalmente necessário e complementar ao planejamento, pois é por meio desse controle que o planejamento é atualizado.

O gerenciamento de projetos deve ser feito de forma profissional e conduzido por pessoal qualificado. Desta forma, a cultura de projetos nas organizações deve ser criada, a sua implantação deve ser realizada de forma sistemática e os seus princípios colocados em prática da maneira mais adequada às necessidades das organizações (SILVA, 2011, p. 24).

Gray e Larson (2010), anunciam que as habilidades de um gestor de projetos são planejar, administrar o tempo, motivar e controlar, como as atividades que eles gerenciam são temporárias e quase nunca se repetem, eles devem definir, e por vezes criar, métodos para as coisas que devem ser realizadas, lidam diretamente com os desafios de todo o ciclo de vida do projeto. Principalmente, o gestor de projetos é responsável pelo contato direto com o cliente e gerenciar os conflitos entre as expectativas deste e o que é viável e exequível.

Silva (2011, p. 25) complementa:

O gerente do projeto possui atividades e responsabilidades, como por exemplo: definir e controlar os objetivos do projeto, os requisitos do produto, controlar os riscos do projeto, avaliar os fatores críticos de sucesso do projeto, os pontos fortes e fracos, controlar o cronograma, verificar o esforço, avaliar o projeto e a equipe com métricas;

alocar e gerenciar recursos (orçamento, materiais, pessoas); definir prioridades;

coordenar interações entre os envolvidos, assegurar que os prazos e custos estão sendo

mantidos dentro do previsto, conferir se os produtos do projeto atendem aos padrões

de qualidade do projeto, elaborar relatórios de avaliação e de acompanhamento da

situação do projeto, participar de reuniões de acompanhamento e de revisão do

mesmo.

(28)

2.1.5- Profissionais envolvidos na construção civil

Para a concretização de uma obra é necessário o envolvimento de profissionais de diversas áreas. Os principais profissionais envolvidos nas diversas etapas de uma edificação de pequeno porte são: engenheiro civil, arquiteto, mestre de obras, pedreiro, servente ou ajudante, encanador, gesseiro, carpinteiro, armador, pintor, eletricista.

A Lei n° 5.194, de 24 de dezembro de 1966 em seu artigo primeiro define a atuação do engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo nos seguintes estabelecimentos:

a) aproveitamento e utilização de recursos naturais;

b) meios de locomoção e comunicações;

c) edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos;

d) instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões terrestres;

e) desenvolvimento industrial e agropecuário.

Já em seu artigo sétimo, a mesma Lei, enumera as atribuições e atividades que esses profissionais são competentes. São elas:

a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada;

b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária;

c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica;

d) ensino, pesquisas, experimentação e ensaios;

e) fiscalização de obras e serviços técnicos;

f) direção de obras e serviços técnicos;

g) execução de obras e serviços técnicos;

h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.

A Classificação Brasileira de Ocupações – CBO – (2010) define as funções de cada profissional, inclusive dos da construção civil. A seguir é mostrado essa classificação:

Mestres de obras: Supervisionam equipes de trabalhadores da construção civil que

atuam em usinas de concreto, canteiros de obras civis e ferrovias. Elaboram documentação

técnica e controlam recursos produtivos da obra (arranjos físicos, equipamentos, materiais,

(29)

insumos e equipes de trabalho). Controlam padrões produtivos da obra tais como inspeção da qualidade dos materiais e insumos utilizados, orientação sobre especificação, fluxo e movimentação dos materiais e sobre medidas de segurança dos locais e equipamentos da obra.

Administram o cronograma da obra.

Pedreiros: Organizam e preparam o local de trabalho na obra; constroem fundações e estruturas de alvenaria. Aplicam revestimentos e contrapisos.

Serventes: Demolem edificações de concreto, de alvenaria e outras estruturas; preparam canteiros de obras, limpam a área e compactam solos. Efetuam manutenção de primeiro nível, limpam máquinas e ferramentas, verificam condições dos equipamentos e reparam eventuais defeitos mecânicos nos mesmos. Realizam escavações e preparam massa de concreto e outros materiais.

Encanadores: Operacionalizam projetos de instalações de tubulações, definem traçados e dimensionam tubulações; especificam, quantificam e inspecionam materiais;

preparam locais para instalações, realizam pré-montagem e instalam tubulações. Realizam testes operacionais de pressão de fluidos e testes de estanqueidade. Protegem instalações e fazem manutenções em equipamentos e acessórios.

Gesseiros: Preparam ferramentas, equipamentos, materiais e selecionam peças de acordo com o projeto de decoração. Fabricam e recompõem placas, peças e superfícies de gesso.

Revestem tetos e paredes e rebaixam tetos com placas de painéis e gesso. Realizam decorações com peças de gesso e montam paredes divisórias com blocos e painéis de gesso.

Carpinteiros: Planejam trabalhos de carpintaria, preparam canteiro de obras e montam formas metálicas. Confeccionam formas de madeira e forro de laje (painéis), constroem andaimes e proteção de madeira e estruturas de madeira para telhado. Escoram lajes de pontes, viadutos e grandes vãos. Montam portas e esquadrias. Finalizam serviços tais como desmonte de andaimes, limpeza e lubrificação de formas metálicas, seleção de materiais reutilizáveis, armazenamento de peças e equipamentos.

Armadores: Preparam a confecção de armações e estruturas de concreto e de corpos de prova. Cortam e dobram ferragens de lajes. Montam e aplicam armações de fundações, pilares e vigas. Moldam corpos de prova.

Pintores: Pintam as superfícies externas e internas de edifícios e outras obras civis,

raspando-as amassando-as e cobrindo-as com uma ou várias camadas de tinta; revestem tetos,

paredes e outras partes de edificações com papel e materiais plásticos e, para tanto, entre outras

atividades, preparam as superfícies a revestir, combinam materiais, etc.

(30)

Eletricistas: Planejam serviços elétricos, realizam instalação de distribuição de alta e baixa tensão. Montam e reparam instalações elétricas e equipamentos auxiliares em residências, estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços. Instalam e reparam equipamentos de iluminação de cenários ou palcos.

2.1.6- Etapas do planejamento

O planejamento de uma obra é dividido em etapas sequenciadas por meio de um roteiro, e Mattos (2010) organiza esse roteiro da seguinte maneira: identificação das atividades, definição das durações, definição da precedência, montagem do diagrama de rede, identificação do caminho crítico, geração do cronograma e cálculo das folgas.

2.1.6.1- Identificação das atividades

Mattos (2010) pronuncia que incide no identificar das atividades que comporão o planejamento, logo as atividades que irão integrar o cronograma da edificação. Requer muita atenção, já que a ausência de algum serviço tornará o cronograma incompleto e impróprio, no futuro os atrasos e complicações serão percebidos.

A identificação das atividades pode ser realizada por meio de uma EAP (Estrutura

Analítica do Projeto), assim descrita por Vargas (2009, p.201) “é a ferramenta de gerenciamento

do escopo do projeto. Cada nível descendente do projeto representa um aumento no nível de

detalhamento do projeto, como se fosse um organograma. O detalhamento pode ser realizado

até o nível desejado, apresenta dados genéricos ou detalhados. A Figura 1 mostra um exemplar

de EAP.

(31)

Figura 1: Exemplo de EAP.

Fonte: Vargas (2009).

É importante salientar que o orçamento é um importante aliado nesta etapa do planejamento, pois por meio dele pode ser observada todas as atividades que compõem a obra.

Dessa forma, é de eximia importância que o planejador esteja com a planilha de orçamento em mãos para fazer a EAP, sempre que possível.

2.1.6.2- Definição das durações

“Toda a atividade do cronograma precisa ter uma duração associada a ela a duração é a quantidade de tempo — em horas, dias, semanas ou meses — que a atividade leva para ser executada” (MATTOS, 2010, p. 47). O mesmo autor ainda afirma que algumas atividades, como a cura do concreto, possuem duração fixa e algumas dependem apenas da quantidade de mão de obra.

Essa etapa tem por objetivo calcular ou determinar, corretamente, a quantidade de

tempo necessária para executar cada atividade para que, ao ser integrante de um

cronograma, possa determinar a duração do projeto. Essa etapa é conduzida em

paralelo à alocação de recursos nas atividades, uma vez que existe uma dependência

intrínseca entre duração e quantidade de recursos (VARGAS, 2009, p. 207).

(32)

Para calcular a duração de cada atividade Mattos (2010) aponta a Equação 2.1.

𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑒𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑚ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑒𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎 (2.1) Ainda cabe salientar que quem planeja deve definir, a depender das condições de cada obra a relação entre o prazo e a equipe, cuja relação é inversamente proporcional, para diminuir o prazo aumenta-se a equipe e o contrário é válido.

Outra forma para definir a duração das atividades é a análise PERT (Program Evaluation and Review Technique) “onde a duração de cada atividade é calculada através da estimativa da duração otimista, pessimista e mais provável da atividade. A duração única final da atividade será determinada através da média ponderada das três estimativas” (VARGAS, 2009, p. 208).

Para calcular a duração de cada atividade por meio da PERT são atribuídos pesos para cada tipo de duração. Vargas (2009) afirma que esses pesos variam de projeto para projeto, porém o mais comum é que a otimista receba peso 1, a provável peso 4 e a pessimista peso 1, em vista disso, o autor apresenta a Equação 2.2:

𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 = 1 ∗ 𝑜𝑡𝑖𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎 + 4 ∗ 𝑝𝑟𝑜𝑣á𝑣𝑒𝑙 + 1 ∗ 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑖𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎

6 (2.2)

2.1.6.3- Definição da precedência

As atividades em uma obra são interligadas e interdependentes, logo é necessária uma ordem executiva lógica que é justamente a precedência. “A precedência é a dependência entre as atividades ["quem vem antes de quem"), com base na metodologia construtiva da obra”

(MATTOS, 2010, p. 48).

Uma atividade que comece ou finalize antes que outra atividade possa começar é chamada predecessora. Uma atividade que dependa do início ou do final de outra atividade é chamada sucessora.

Além das dependências, as atividades podem ter atrasos ou adiantamentos

intencionalmente provocados, de modo a permitir um intervalo de tempo entre a

predecessora e a sucessora, ou até mesmo uma sobreposição entre elas (VARGAS,

2009, p. 213).

(33)

Existem alguns inter-relacionamentos possíveis entre as atividades e o planejador é quem deve decidir qual o melhor para cada atividade. Vargas (2009) mostra que os inter- relacionamentos podem ser: término para início – a atividade que sucede só pode se iniciar depois que a predecessora termina; início para início – as atividades iniciam simultaneamente;

término para término – as atividades terminam simultaneamente; início para término – o fim da sucessora depende do início da predecessora.

Na construção civil a segurança é um dos pré-requisitos básicos, dessa forma, algumas atividades necessitam de certo tempo de espera antes de iniciar, estas possuem como predecessora atividades de cura, secagem (concretagem, reboco). Outras atividades não são necessariamente interrelacionadas e podem ocorrer ao mesmo tempo (instalações elétricas e hidráulicas). Essas atividades paralelas são indispensáveis para a fluidez da construção.

2.1.6.4- Montagem do diagrama de rede

Após os passos anteriores se faz necessário a montagem do diagrama de rede, enunciado por Mattos (2010, p. 49) como “o conjunto de atividades amarradas entre si, que descrevem inequivocamente a lógica de execução do projeto. O diagrama é a representação da rede em uma forma gráfica que possibilita o entendimento do projeto como um fluxo de atividades”.

Mas como todo método existem vantagens e desvantagens na representação pelo diagrama de rede. Vargas (2009) apresenta como vantagens a simplicidade no entendimento e a definição bem estabelecidas das interdependências, e como desvantagens a apresentação de relatórios demasiadamente extensos, a não visibilidade entre as durações das atividades e a dificuldade de manipulação.

Os diagramas podem ser apresentados de duas maneiras principais por meio de flechas (Figura 2) ou blocos (Figura 3). Mattos (2010, p. 50) descreve os dois métodos:

No método das flechas (ou ADM - Arrow Dicgramming Metbod) as atividades são

representadas por flechas (setas) orientadas entre dois eventos, que são pontos de

convergência e divergência de atividades. Toda seta parte de um evento e termina em

outro e não pode haver duas atividades com o mesmo par de eventos de começo e de

término.

(34)

Figura 2: Método das Flechas.

Fonte: Mattos (2010).

“No método dos blocos (ou PDM - Precedente Diogramrrting Method), as atividades são representadas por blocos ligados entre si por flechas que mostram a relação de dependência”.

Figura 3: Método dos blocos.

Fonte: Mattos (2010).

2.1.6.5- Identificação do caminho crítico

Como existem várias possibilidades de organização das atividades no tempo é necessário observar os caminhos mais favoráveis e desfavoráveis para a maior rapidez de execução do projeto e definir o prazo de entrega. Mattos (2010) anuncia que a sequência das atividades que originam maior tempo determina a duração do projeto, essas são chamadas de atividades críticas e as setas que a unem devem ser destacadas no diagrama pois formam o caminho crítico, como é visto na Figura 4.

A definição desse caminho é importante porque qualquer atraso em alguma das

atividades do caminho ocasionam atraso na entrega da obra, já que não existem folgas nesse

caminho (VARGAS, 2009).

(35)

Figura 4: Caminho crítico diagrama das flechas.

Fonte: Mattos (2010).

2.1.6.6- Geração do cronograma e cálculo das folgas

Realizada todas essas etapas é gerado o cronograma da obra. “O cronograma constitui uma importante ferramenta de gestão porque apresenta de maneira fácil de ser lida a posição de cada atividade ao longo do tempo” (MATTOS, 2010, p. 52).

O diagrama ou gráfico de Gantt é uma das representações de cronograma mais usuais.

“O diagrama utiliza barras horizontais, colocadas dentro de uma escala de tempo. O comprimento relativo das barras determina a duração da atividade. As linhas conectando as barras individuais em um Diagrama de Gantt refletem as relações entre as atividades”

(VARGAS, 2009, p. 217). A Figura 5 permite a visualização desse diagrama:

Figura 5: Diagrama de Gantt.

Fonte: Mattos (2010).

(36)

De acordo com o mesmo autor essa representação é a mais antiga técnica de gerir projetos e foi desenvolvida por Henry Gantt com fins militares e estratégicos. As vantagens desse modelo são a facilidade de entendimento, visualizar atrasos e bem definição da escala de tempo, e as desvantagens, inadequado para projetos grandes, dificuldade na visualização das dependências e pouca informação relativo à reação quanto a mudanças no escopo do projeto (VARGAS, 2009).

As atividades não integrantes do caminho crítico não influenciam diretamente na duração do projeto até certo ponto, pois como afiança Mattos (2010) essas atividades usufruem de um maior tempo de execução além do que é realmente determinado, suas datas iniciais e finais são limitadas apenas pelas suas sucessoras e predecessoras. O tempo extra a que essas atividades dispõem são as chamadas folgas.

2.2 Building Information Modelling (BIM)

O planejamento, como supracitado, agrega diversos benefícios à obra, porém ainda se faz necessário um pensar conjunto entre todos os participantes do projeto e de ferramentas que se comuniquem entre si sem deixar passar informações. Como reitera De Almeida (2015) durante muito tempo era frequente a ocorrência de erros graves na execução de projeto, decorrência da ineficácia comunicativa entre os diversos participadores nessas obras. Para mitigar essas dificuldades é indispensável melhorias na comunicação entre profissionais e o compartilhamento de informação.

De acordo com De Mello (2012) a Modelagem de Informação da Construção (BIM) é um procedimento fundamentado em modelos tridimensionais inteligentes que permite a concepção e o gerenciamento de projetos de construções e infraestrutura de jeito mais veloz, mais econômico e com menor impacto no ambiente. Em termos tecnológicos este procedimento é caracterizado pela concepção e utilização de informação computacional internamente consistente e coordenada, o que garante a diminuição de erros e maior assertividade no decorrer de todo o processo do projeto.

O escopo do Building Information Modeling (BIM) afeta direta ou indiretamente

todas as partes interessadas apoiar a indústria de facilidades de capital. BIM é uma

forma fundamentalmente diferente de criar, usar, e compartilhar dados de ciclo de

vida de construção. Os termos Building Information Model and Building. A

Modelagem de Informações é frequentemente usada de forma intercambiável,

(37)

refletindo o crescimento do termo para gerenciar o expandir as necessidades do eleitorado (UNITED, 2008, p. 17).

De acordo com De Mello (2012, p. 2) “o modelo de informação presta-se a diferentes finalidades ao longo do ciclo de vida do empreendimento, desde o seu planejamento inicial até sua operação e manutenção”.

Genericamente, pode-se considerar que o BIM se trata de uma tecnologia de modelação e um conjunto de processos associados, com a finalidade de produzir, comunicar e analisar modelos de uma construção. Além disso é uma metodologia de partilha de informação entre todos os intervenientes do projeto (arquitetos, engenheiros, empresa(s) de construção, dono de obra) passando por todas as fases do ciclo de vida do edifício (projeto, construção, manutenção, desconstrução). Porém, necessita de um modelo digital em três dimensões, o qual pode conter diversas informações relacionadas com o projeto, nomeadamente, características geométricas, propriedades (físicas e mecânicas), atributos, prazos, custo de construção, entre outras. Além disso, tem a capacidade para guardar informações paramétricas com relação entre os diversos elementos e ainda permite o apoio nos fluxos de trabalho entre as diferentes atividades relacionadas com o processo construtivo (COELHO, 2016, p. 8 apud LINO et al. 2012).

Como corroboram Eastman et al. (2014), que salientam algumas características da modelação BIM: 1) elementos representados por objetos digitais, estes levam em si subsídios gráficos e propriedades que são identificados pelo programa, além de regras paramétricas que possibilitam o manuseio de maneira inteligível. 2) artifícios com informações que delineiam seu comportamento, da mesma forma que são imprescindíveis em análises e processos construtivos. 3) informações sólidas e não repetitivas que moldam as informações do elemento em suas visualizações (cortes, fachadas, plantas).

As principais aplicações dos modelos BIM: (a) a visualização do projeto; (b) a criação de desenhos para fabricação/venda, pois se torna fácil criar desenhos de vários pontos de vista uma vez que o modelo está completo; (c) utilização dos modelos BIM em revisões de projetos de construção, como, por exemplo, de prevenção de incêndios;

(d) estimativa de custos, através da geração automática de dados dos modelos; (e) visualização do sequenciamento de construção; (f) detecção de conflitos, interferências; (g) análise gráfica de possíveis falhas; (h) gestão de facilidades, utilizando o modelo para reformas, planejamento do escopo e operações de manutenção (BORTOLINI, 2015, p. 51 apud AZHAR, 2011).

Coelho (2016) discrimina alguns conceitos importantes do BIM, mencionados a seguir:

a) Modelação orientada por objetos: refere-se à abordagem utilizada no BIM, o

que se pretende é a significação de entidades e objetos. No entanto, cada entidade

e objeto não reflete apenas à concepção das suas propriedades, como também a

todos os executores que criam, manipulam, eliminam e atualizam

(38)

acertadamente, o que permite a funcionalidade de todos os objetos de maneira autónoma, como mostra a Figura 6:

Figura 6: Propriedades do objeto.

Fonte: O autor.

b) Relações paramétricas: As relações paramétricas peculiares desta metodologia incidem na imputação de relações de vizinhanças entre os diversos elementos que formam o modelo. As relações são processadas por meio de parâmetros que deliberam compressões e implicações entre elementos vizinhos, o que resulta em um modelo que se adapta reflexivamente a todos os elementos do modelo. À vista disso, as mudanças embutidas num elemento especifico são acionadas de maneira automática aos elementos vizinhos, isso evita a acumulação de erros e dinamiza os procedimentos de atualização. Além do mais, as relações paramétricas concedem a confecção de peças delineadas de forma automática, no grau em que quando se faz quaisquer modificações no modelo, essas são executadas em todas as vistas automaticamente.

c) Ciclo de vida: Com modelos BIM visa-se que estes sejam criados de modo a abranger a todo o seu ciclo de vida, logo, sejam apropriados a responder a todas as requisições desde a fase de concepção de projeto até à sua demolição.

Concordante a fase em que a construção está, o modelo tem que possuir a

(39)

capacidade de suprir às suas necessidades, já que as aplicabilidades que o mesmo tem que guarnecer são distintas, o que leva a formulação de um modelo capaz de replicar a todas as fases do ciclo de vida da edificação. Numa etapa de projeto espera-se que o modelo BIM seja apropriado a demonstrar ao operador a viabilidade do mesmo e mais, que apresente a aptidão de produzir renderizações.

Na fase de concepção visa-se um modelo com mais detalhes, por se tratar da etapa em que o modelo é mais empregado. No caso, o modelo BIM também é usado em obra, o que admite a constatação de conflitos entre distintas características e lacunas de projeto, a constituição de projeto, a estimação de custeios, o planejamento e a gestão de construção. Por fim, contém a etapa de uso, servindo de base à gestão e manutenção da obra. A Figura 7 apresenta o ciclo de vida de um projeto BIM:

Figura 7: Ciclo de vida do projeto BIM.

Fonte: De Mello (2012).

d) Níveis de desenvolvimento: Os níveis de desenvolvimentos, também chamados

de LOD (Level of Development), correspondem à maneira como os modelos

BIM devem progredir, percorrendo por um nível de desenvolvimento inferior

numa etapa conceitual até à maior exatidão na fase construtiva, de fabricação e

operação. Foram determinados seis níveis de desenvolvimento, numa escala do

(40)

LOD100 até o LOD500. O LOD100, nível de concepção e estudo volumétrico;

o LOD200, fase de concepção do projeto com apresentação de algumas formas geométricas definitivas. No nível três, (LOD300), o projeto se encontra quase definido, com especificações de materiais e quantitativos. O LOD350, possui desenvolvimentos já satisfatórios para a coordenação, compatibilização e constatação de conflitos entre as distintas particularidades. No LOD400, o modelo depara em conjunturas para ser usado tanto na etapa de construção, como na de fabricação. Por fim, o LOD500, o modelo já se acha arquitetado e é acatado como ideal para a efetivação de afazeres de manutenção e operação. Como exemplifica a Figura 8:

Figura 8: Níveis de desenvolvimento BIM.

Fonte: Antunes (2013).

e) Interoperabilidade: é determinada como a aptidão de agregar e gerenciar

relacionamentos colaborativos entre os diversos integrantes do projeto. Porém,

quando se trata de software, interoperabilidade relata a competência de díspares

programas transacionar informações entre si, sem perdas destas ou perdas

mínimas possíveis. Várias são as tentativas de suprir a problemática da

interoperabilidade com a construção de formatos universais de classificação e

organização das partes da obra. O que possui maior destaque é o modelo Industry

Foundation Classes (IFC), desenvolvido pela buildingSMART é um formato

neutro e aberto para armazenagem dos dados, permite as transições de

Referências

Documentos relacionados

Por fim, esta pesquisa tem como objetivo geral realizar uma síntese da literatura sobre os efeitos da Vitamina D na prevenção e tratamento da COVID 19 e como objetivos

Assim, considerando a importân- cia do ambiente propício para o estabelecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho nos primeiros dias de vida bem como para a comunicação adequada

Foi assim que o conceito de “sociedade do espetáculo”, inaugurado por Guy Debord, parece-nos tão adequado para pensar o modo geral como a vida na sociedade de consumo

passiva, quer ativamente – passivamente em seu equilíbrio psicossomático, ativamente na relação com os outros (DOLTO, 2010, p.6). Observa-se que, tanto em sua obra teórica,

Ademais, como objetivos específicos têm-se: entender o desenvolvimento e eventos principais referentes à pandemia por Covid-19; conhecer a dinâmica do

Considerando as limitações deste estudo, que estão principalmente relacionadas à amostra (número de sujeitos), os resultados sugerem que a realidade virtual pode

A presente pesquisa tem como objetivo geral apresentar de que forma a fisioterapia preventiva associada durante os períodos de intervalos entre as aulas dos professores

De caráter geral, o trabalho tem como objetivo compreender a relação dos improvisos nos canteiros de obras e o déficit de EPI’s e EPC’s com a ocorrência de acidentes de