• Nenhum resultado encontrado

Direito Previdenciário

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Direito Previdenciário"

Copied!
79
0
0

Texto

(1)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 1

AULA 00

Direito Previdenciário

Seguridade Social – Conceito, organização e Princípios

Professor Moisés Moreira

www.pontodosconcursos.com.br

(2)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 2 Olá, amigos!

Sou o Professor Moisés Moreira e estou aqui no Ponto dos Concursos com uma missão especial: ajudá-los na aprovação para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 12ª Região! Trata-se de um concurso muito aguardado que, além dos salários atrativos (podendo chegar a R$ 14.000,00), constitui uma das mais interessantes carreiras do serviço público. Portanto, vamos nos dedicar ao máximo para acertar as questões de Previdenciário.

Nossa preparação está centrada no edital do dia 26/06/2017, nas questões mais recorrentes da carreira de Analista e nas recentes atualizações da legislação previdenciária. Sabemos que nossa matéria é uma das que mais sofrem mudanças... por isso, é fundamental estarmos juntos neste percurso. A parceria e a troca de informações são essenciais para a vitória!

Sei que estou aqui na companhia de lutadores e guerreiros, que não desistem e persistem em busca de seus sonhos. Jogo nesse time e minha alegria e entusiasmo são ainda maiores diante disso!

Compartilhando um pouco de minha história, para vocês terem ideia da profundidade de nossa parceria, tudo começou lá em 2003 quando, logo após sair da faculdade, ainda meio assustado diante das inúmeras possibilidades que a vida de recém-formado nos apresenta, decidi prestar o concurso para Analista do INSS.

Foi o início de algo especial, com muito aprendizado, estudo, e vontade de ir adiante... aprovado no concurso, trabalhei numa Agência da Previdência Social entre 2003 e 2005, depois numa Gerência-Executiva (2006 a 2008), e, a partir de 2009, na Auditoria Interna do INSS.

Aula 00 – Aula Demonstrativa

(3)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 3 Em novembro de 2015, mudei-me para Brasília, onde exerci a função de Coordenador-Geral de Auditoria em Benefícios. Atualmente, trabalho como Coordenador-Geral de Reconhecimento de Direitos e atuo como Diretor de Benefícios – Substituto.

Nesse período, tive a oportunidade de lidar diariamente com as questões previdenciárias... E elas são tantas e com tantas nuances! Apaixonar-me pelo tema foi, então, o caminho natural. Começar a dar aulas, também.

Perceberam por que estou aqui como amigo e parceiro de vocês? Vou ajudar a todos que estão começando, porque sei que também chegaram até aqui em busca de algo especial! Do mesmo modo, vou ajudar a todos que, como eu, passaram por muitas etapas e jamais desistiram do sonho! Sou amigo dos que lutam!

A partir de agora iniciaremos nossos estudos. Qualquer dúvida ou sugestão, estou aqui! Nossa comunicação se dará, preferencialmente, pelo Fórum de Dúvidas do Ponto. Se vocês desejarem, também podem me encaminhar e-mail - moises.omoreira@gmail.com. É isso aí, meus amigos! Contem comigo!

Um forte abraço!

(4)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 4

Sumário 1. Seguridade Social ... 5

1.1 Noções Iniciais ... 5

1.2 Conceituação ... 6

2. Organização e Princípios Constitucionais ... 11

2.1 Organização ... 11

2.2 Princípios Constitucionais ... 12

2.2.1 Universalidade da Cobertura e do Atendimento ... 12

2.2.2 Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais ... 14

2.2.3 Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços 14 2.2.4 Irredutibilidade do Valor dos Benefícios ... 16

2.2.5 Equidade na Forma de Participação no Custeio ... 18

2.2.6 Diversidade da Base de Financiamento ... 19

2.2.7 Caráter Democrático e Descentralizado da Administração ... 20

2.2.8 Solidariedade ... 23

2.2.9 Preexistência da Fonte de Custeio ... 23

2.2.10 Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada ... 24

3. Direito Previdenciário e Legislação Previdenciária ... 24

3.1 Conteúdo ... 26

3.2 Fontes ... 27

3.3 Autonomia ... 28

4. Questões de concursos ... 38

4.1 Gabarito comentado ... 55

(5)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 5 1. Seguridade Social

Estudar a Seguridade Social é adentrar numa das matérias mais interessantes do direito brasileiro, que envolve o dia a dia de milhões de trabalhadores e que é muito, mas muito cobrada em concursos públicos que trazem a matéria de previdenciário. Portanto, amigos, vamos em frente!

1.1 Noções Iniciais

Amigos, para entendermos bem a essência da Seguridade Social é preciso que tenhamos em mente o alcance e o significado do termo proteção social.

A proteção social engloba uma série de medidas adotadas ao longo dos anos pelos grupos sociais, com o objetivo de amparar e proteger as pessoas que se encontram em situações de necessidade social que impeçam ou dificultem a obtenção dos meios necessários à sobrevivência.

Como exemplo de necessidades sociais, também chamadas, por alguns doutrinadores, de riscos sociais, tem-se a morte, a idade avançada, a invalidez e a incapacidade para o trabalho.

Na história da humanidade, a proteção social se deu de diversas formas:

Inicialmente por meio das famílias ou grupos reunidos para tal finalidade e, posteriormente, por intermédio do próprio Estado, o qual, de uma postura abstencionista (Estado Liberal), passou para uma postura intervencionista, garantidor de direitos sociais, incluídos nestes os direitos relativos à saúde, assistência e previdência. Estes direitos formam a tríade constitutiva da Seguridade Social.

No Brasil, a Constituição de 1988 é a primeira a promover completa sistematização de cunho protetivo, estabelecendo a organização e os princípios

(6)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 6 aplicáveis ao sistema de Seguridade Social. Nesse sentido, a leitura dos artigos 194 a 204 da Lei maior é altamente recomendável para compreensão desse ponto da matéria.

Portanto, vamos estudar a fundo as normas constitucionais, com foco naquelas que ser cobradas no dia da prova. Antes, porém, é importante conceituarmos o Direito Previdenciário e visualizarmos suas características fundamentais.

1.2 Conceituação

Conforme dissemos, foi a Constituição de 1988 quem estabeleceu o conceito de Seguridade Social, dando-lhe os contornos definitivos, conforme consta do Título VIII – Da Ordem Social, da CF.

A Seguridade Social abrange determinados direitos sociais destinados a preservar a dignidade humana, a reduzir as desigualdades e a fornecer proteção em caso de necessidades sociais.

Portanto, trata-se de um instrumento de proteção social, instituído pela CF, composto por um conjunto integrado de ações dos Poderes Públicos e da sociedade, com vistas a assegurar os direitos relativos à saúde, à assistência e à previdência social (CF, art. 194).

Saúde, Assistência e Previdência são direitos sociais, os quais garantem condições mínimas para que as pessoas possam usufruir outros direitos. Os direitos sociais estão ligados ao Estado protecionista, que atua para proteger e amparar os indivíduos.

DICA DE MEMORIZAÇÃO (Seguridade Social possui PAS)

(7)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 7 P A S

P = Previdência A = Assistência S = Saúde

A Seguridade Social é gênero do qual são espécies Saúde, Previdência e Assistência Social. Saúde e Assistência formam um sistema não contributivo. Já a Previdência compõe um sistema contributivo.

Desse modo, Saúde e Assistência são direitos cujo acesso independe do pagamento de contribuições específicas. A Assistência se destina àqueles que comprovem dela necessitar, incluindo os estrangeiros residentes no país, conforme decidiu o STF (RE 587.970 – SP). Já a Saúde será prestada a todos, indistintamente, brasileiros ou estrangeiros.

Porém, a Previdência Social é um direito adstrito aos que para ela contribuem, os chamados segurados, ou aos dependentes destes segurados. Para se ter direito a um benefício previdenciário é imprescindível que haja a qualidade de segurado, ou seja, o vínculo jurídico, denominado filiação, do qual decorrem obrigações (de contribuir) e direitos (aos benefícios).

Saúde: É direito de todos e dever do Estado! É gratuita e destinada a todos!

Assistência: Será prestada a quem dela necessitar! Também é gratuita e se destina a quem dela precisar!

Previdência: Será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória! É destinada aos beneficiários da

(8)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 8 Previdência, que são os segurados e dependentes!

➢ A Saúde é direito de todos e dever do Estado. Nesse sentido, devem ser adotadas medidas ou políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, bem como ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação desse direito.

Cabe ao Poder Público regulamentar, fiscalizar e controlar as ações e os serviços de saúde, os quais podem ser executados diretamente pelo Estado ou pela iniciativa privada (médicos e hospitais particulares). Porém, nos termos do §2º do art. 199 da CF, é proibida a destinação de recursos públicos para auxílios e subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

O Sistema Único de Saúde – SUS é formado por uma rede regionalizada e hierarquizada, cuja organização deverá obedecer às seguintes diretrizes:

descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; e participação da comunidade.

➢ A Assistência Social se destina a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social, e tem por objetivos:

a) A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

b) O amparo às crianças e adolescentes carentes;

c) A promoção da integração ao mercado de trabalho;

d) A habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

e) A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à

(9)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 9 própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Aqui é importante registrar a existência de dois benefícios assistenciais muito conhecidos: O Amparo Social à Pessoa Portadora de Deficiência e Amparo Social ao Idoso (os famosos benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS).

Apesar de serem operacionalizados pelo INSS, não se confundem com os benefícios previdenciários, visto que são concedidos independentemente de contribuições.

➢ A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Notem que a Previdência é contributiva, ou seja, para se ter direito aos benefícios e serviços previdenciários é preciso pagar contribuições, é preciso ser um segurado (ou dependente deste) do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

Além disso, a Previdência é obrigatória. Aquele que exerce atividade remunerada está compulsoriamente vinculado ao RGPS. Assim, um médico que atende a clientes em seu consultório é obrigado a contribuir para o Regime Geral. Se não o fizer, estará em débito com a Previdência.

Contudo, meus amigos, existem aqueles que, mesmo sem exercer atividade remunerada, optam por contribuir para a Previdência. São os segurados facultativos, os quais decidem ingressar no RGPS, mediante contribuição, para ter direito aos benefícios e serviços do INSS.

De acordo com o art. 201 da CF, a Previdência atenderá, nos termos da lei, a:

a) Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada – Nesse sentido, existem os benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e aposentadoria por idade. Em outras palavras, cada benefício previdenciário corresponde a um risco ou necessidade social,

(10)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 10 os quais são chamados pela CF de “eventos”, e que recebem proteção social;

b) Proteção à maternidade, especialmente à gestante – Nesse sentido, existe, por exemplo, o benefício de salário-maternidade, que é devido aos segurados da Previdência;

c) Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário – Aqui há um ponto polêmico no Direito Previdenciário: Afinal, o seguro-desemprego é um benefício previdenciário? A questão é tormentosa, e há respeitáveis posições tanto no sentido positivo (por causa da previsão contida no art.

201, III, da CF/88), quanto no negativo (pois a Lei 8.213/91, em seu art.

9º, §1º, excluiu do RGPS a cobertura da situação de desemprego, que será objeto de Lei específica).

Dica! Para a prova, recomendo o seguinte: se houver menção ao texto constitucional, considere que o desemprego involuntário é um risco social a ser protegido pela Previdência. Porém, se a questão afirmar que se trata de benefício do Regime Geral, conclua que está errado, pois quem operacionaliza o seguro-desemprego do segurado empregado urbano é o Ministério do Trabalho, o qual é financiado por meio de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

d) Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda – Notem que esta previsão possui caráter restritivo, pois os benefícios citados somente serão devidos se os segurados forem de baixa renda. Atualmente, considera-se de baixa renda o segurado que possui renda inferior ou igual a R$ 1.292,43 – valor atualizado pela Portaria MF nº 8 de 13/01/2017.

e) Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.

É importante sabermos que nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo e que essa regra também se aplica à pensão por morte.

(11)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 11 Em outras palavras, somente os benefícios previdenciários que não substituem o rendimento do trabalhador, a exemplo do auxílio-acidente, que é meramente indenizatório, é que podem ter valor inferior ao salário mínimo.

2. Organização e Princípios Constitucionais

Depois de compreendermos a essência da Seguridade Social, chegou o momento de entendermos a sua organização e conhecermos seus princípios de forma detalhada. Vamos em frente!

2.1 Organização

Conforme estudamos, a Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

De acordo com o art. 194, parágrafo único, da CF/88, compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a Seguridade Social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - equidade na forma de participação no custeio;

(12)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 12 VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

Reparem que a CF fala em objetivos e não em princípios da Seguridade Social.

Apesar disso, podemos ficar tranquilos, porque ambas as expressões são empregadas num mesmo sentido, de modo que se o concurso trouxer qualquer uma delas, podem considerar a questão como correta.

Conforme art. 194, parágrafo único, da CF/88, a Seguridade Social será organizada apenas pelo Poder Público e com base nos princípios (objetivos) citados. Cuidado para não confundir com o conceito: “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade...”.

Existem ainda outros princípios que, apesar de não constarem do rol citado, são aplicáveis à Seguridade Social, a exemplo da Solidariedade, da Preexistência da Fonte de Custeio e da Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada. Vamos aos princípios?

2.2 Princípios Constitucionais

2.2.1 Universalidade da Cobertura e do Atendimento

A Seguridade Social deve promover a maior cobertura possível dos eventos de risco ou necessidade social, a exemplo da invalidez, idade avançada, morte;

trata-se do aspecto objetivo desse princípio. Também, deve visar ao atendimento

(13)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 13 de todas ou do maior número possível de pessoas; sendo este o seu aspecto subjetivo.

Assim, por exemplo, a incapacidade para o trabalho, se preenchidos os requisitos legais, gera atendimento e concessão de auxílio-doença. Em outras palavras, a proteção do risco social relativo à incapacidade (cobertura) será destinada a todos que cumprirem os requisitos previdenciários (atendimento).

Do mesmo modo, mas direcionado a qualquer pessoa, o tratamento de determinada doença (cobertura), tanto de brasileiros, como de estrangeiros (atendimento), poderá ser feito pelo sistema único de saúde.

O princípio em estudo possui maior incidência na área da Saúde, pois esta é destinada a todos. Quanto à Assistência, destina-se àqueles que sejam necessitados. Na Previdência, é preciso contribuição, pois somente os segurados e seus dependentes é que terão acesso aos benefícios previdenciários.

Em atendimento ao princípio da universalidade de cobertura e atendimento é que foi facultada, para todo aquele que assim desejar, a possibilidade de contribuir para o RGPS, desde que não exerça atividade remunerada. Trata-se da figura do segurado facultativo.

Por fim, temos de ter em mente que tal princípio não é absoluto, devendo ser aplicado ponderadamente com outro, também de índole constitucional, a seletividade e distributividade, que será logo mais estudado.

(14)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 14 2.2.2 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanos e rurais

Consiste na semelhança de tratamento aplicável à população urbana e rural.

Resolve a antiga discrepância contida na legislação brasileira, acabando com o preconceito em relação aos rurais.

Qualquer diferenciação só poderá ser feita diante do princípio da igualdade material e com base na razoabilidade, sendo proibidos privilégios e discriminações preconceituosos. A própria Constituição Federal prevê distinções, a exemplo das contribuições diferenciadas para o pequeno produtor rural (art.

195, §8º).

A uniformidade diz respeito aos eventos sociais a serem protegidos em relação aos rurais e aos urbanos. O tratamento deve ser igual quanto à cobertura da idade avançada, doença, morte.

A equivalência está ligada ao valor dos benefícios e à qualidade dos serviços prestados, que devem ser equivalentes entre urbanos e rurais. Assim, por exemplo, o valor do benefício que substitua a renda do segurado urbano ou rural não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 201, §2º).

Diferenças de requisitos podem existir, desde que devidamente justificadas. O que se proíbe é o tratamento preconceituoso ou desproporcional entre a população rural e urbana.

2.2.3 Seletividade e distributividade

(15)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 15 A seletividade se refere à técnica utilizada para proteção dos direitos relativos à saúde, à assistência e à previdência, cuja aplicação ocorre, especialmente, quando da elaboração das leis.

Considerando que os recursos são limitados, selecionam-se os riscos e eventos de maior relevância social para serem protegidos. Depois, selecionam-se as pessoas que terão direito às prestações, em estrita observância ao interesse público e às necessidades sociais. Assim, pode-se dizer que a seletividade funciona como um guia para a escolha dos benefícios e serviços da seguridade social, bem como dos respectivos requisitos de concessão, conforme os riscos sociais mais relevantes e os recursos orçamentários existentes, atuando, portanto, como princípio limitador da universalidade da seguridade social.

Já a distributividade atende aos ditames da justiça social, promovendo meios de subsistência, principalmente, àqueles que mais precisam. Um bom exemplo da aplicação desse princípio está no benefício de Amparo Social ao Idoso. Este somente é devido àqueles que tiverem 65 anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover o próprio sustento ou de tê-lo provido pela família.

Assim, seleciona-se uma camada necessitada da população (idosos que não possuem renda) para depois distribuir-lhes um benefício assistencial.

Registre-se que a distributividade alcança sua máxima expressão no campo da Assistência, porquanto redireciona recursos aos que se encontram em situação de fragilidade ou vulnerabilidade sociais. Outro exemplo de aplicação do princípio em comento foi restrição do acesso, promovida pela EC 20/1998, aos benefícios de salário-família e auxílio-reclusão, cuja concessão deverá observar critérios de baixa renda.

(16)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 16 A título de ilustração da seletividade e distributividade, basta visualizarmos o benefício de amparo social ao idoso: foram selecionados os maiores de 65 anos que não possuem condição de prover o próprio sustento ou de tê-lo provido por alguém da família, para que lhes fosse distribuída renda por meio desse benefício.

2.2.4 Irredutibilidade do valor dos benefícios

Consiste na proibição de diminuição do valor dos benefícios. Assim, por exemplo, se a aposentadoria de João foi concedida no valor de R$1.000,00, este valor não poderá ser reduzido; não se aplica, por exemplo, aquela regra do Direito do Trabalho que autoriza redução do salário por Acordo ou Convenção Coletiva.

Segundo o Supremo Tribunal Federal – STF, a irredutibilidade prevista no art.

194, parágrafo único, inciso IV, da CF/88, visa a proteger apenas o valor nominal dos benefícios (irredutibilidade nominal) – ganho mil, tenho de continuar a ganhar, pelo menos, mil!

Porém, especificamente para a Previdência, tem-se garantido, além da nominal, outro tipo de irredutibilidade, a real, de modo que o reajuste dos benefícios previdenciários deve garantir, pelo menos, a recomposição das perdas geradas pela inflação. Atualmente se utiliza o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC.

Assim, por exemplo, Pedro recebe R$ 2.000,00 de aposentadoria por idade. Após um ano, se a inflação no período foi de 10%, o benefício de Pedro deverá ser reajustado para, pelo menos, R$ 2.200,00 (10% x R$2.000,00).

Sobre a irredutibilidade real, veja o que dispõe o art. 201, §4º, da Constituição:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que

(17)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 17 preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

Conforme consta do art. 194, parágrafo único, IV, a irredutibilidade se refere tão somente ao valor dos benefícios. Não se aplica aos serviços!

Atenção, amigos! Cuidado aqui!

Em 2011, uma importante banca organizadora de concursos (a FCC), no concurso para Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região, considerou que não é um princípio da seguridade social “a irredutibilidade do valor dos benefícios, restrita ao aspecto nominal”.

Isso pode ter ocorrido tanto porque referida banca se pautou pela literalidade do texto constitucional (art. 194, parágrafo único, IV), quanto pelo fato de que o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99, no parágrafo único, IV, do art. 1º, dispõe que a Seguridade Social obedecerá ao

“princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo”.

De todo modo, temos de ter cuidado na hora da prova:

a) Se a questão citar o STF, não tenha dúvida, a irredutibilidade dos benefícios da Seguridade Social é apenas a nominal.

b) Se nada mencionar, considere a literalidade do texto constitucional, que fala apenas em “irredutibilidade do valor dos benefícios”.

(18)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 18 c) Se fizer referência ao RPS, considere que o princípio da irredutibilidade dos benefícios da Seguridade Social garante tanto o valor nominal, quanto o valor real (poder aquisitivo).

Não devemos relacionar o valor dos benefícios ao valor do salário mínimo.

Muitos fazem essa vinculação, dizendo, por exemplo, que quando se aposentaram recebiam 10 salários mínimos, mas que, com o tempo, o valor do benefício foi diminuindo, correspondendo a 5 salários atualmente. Não se deve fazer essa relação! A diminuição refere-se ao fato de que o índice de reajustamento dos benefícios concedidos em valor superior ao mínimo é inferior ao índice utilizado para o aumento deste.

2.2.5 Equidade de participação no custeio

Equidade significa aplicação de critérios de justiça ao caso concreto. Assim, na Seguridade Social, esse princípio exige que as contribuições correspondam aos ganhos, de maneira que aquele que pode mais, contribui com valor maior - observa-se a capacidade contributiva.

De modo semelhante, quanto maior o risco de a atividade exercida gerar contingências de cobertura (acidentes de trabalho, por exemplo), maior deverá ser a contribuição.

Nesse sentido, dispõe o § 9º, do art. 195, da Constituição Federal, que as contribuições sociais poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

(19)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 19 Para ficar bem claro, outro exemplo de aplicação do princípio da equidade de participação no custeio é o da tabela de contribuição progressiva para os segurados empregados, trabalhadores avulsos e empregados domésticos, calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o salário de contribuição mensal (8%, 9% ou 11%).

2.2.6 Diversidade da base de financiamento

Significa que as fontes de custeio e financiamento da Seguridade Social devem ser as mais variadas possíveis. O objetivo é garantir a sustentabilidade do sistema, evitando-se que a crise num setor prejudique a solvibilidade financeira de toda a Seguridade.

Nesse sentido, dispõe o art. 195, da Constituição Federal, que a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

(20)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 20 IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

Ainda no âmbito desse princípio, de acordo com o art. 195, §4º, da CF, está autorizada a criação de novas contribuições sociais além daquelas previstas nos incisos I a IV do art. 165. Essas novas contribuições somente podem ser cridas mediante lei complementar e fazem parte da denominada “competência residual” da União.

2.2.7 Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação do governo, trabalhadores, empregadores e aposentados nos órgãos colegiados.

Este princípio garante que as decisões envolvendo a Seguridade Social considerem diferentes esferas de interesses, visando à condução democrática e descentralizada da administração.

A título de exemplo, cite-se o Conselho Nacional da Previdência Social – CNPS, instituído pelo art. 3º, da Lei n. 8.213/91, composto por seis representantes do governo federal, três dos aposentados e pensionistas, três dos trabalhadores em atividade e três dos empregadores. Compete ao CNPS, dentre outros, estabelecer as diretrizes gerais e apreciar as decisões de política aplicáveis à Previdência Social.

Nos termos da Lei 8.213/91:

Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, que terá como membros:

I - seis representantes do Governo Federal;

II - nove representantes da sociedade civil, sendo:

a) três representantes dos aposentados e pensionistas;

(21)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 21 b) três representantes dos trabalhadores em atividade;

c) três representantes dos empregadores.

§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.

§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais.

§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.

§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS.

§ 5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)

§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.

§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial.

§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social proporcionar ao CNPS os meios necessários ao exercício de suas competências, para o que contará com uma Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Previdência Social.

§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação desta Lei.

Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS:

I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social;

II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária;

III - apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social;

(22)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 22 IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;

V - acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social;

VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência Social;

VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa;

VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para formalização de desistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 132;

IX - elaborar e aprovar seu regimento interno.

Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser publicadas no Diário Oficial da União.

Art. 5º Compete aos órgãos governamentais:

I - prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do CNPS, fornecendo inclusive estudos técnicos;

II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada.

Cuidado na hora de resolver as questões. Olhem só como o Cespe tentou enganar os candidatos na prova de Defensor Público do Distrito Federal de 2013:

Entre os objetivos em que se baseia a organização da Seguridade Social no Brasil inclui-se o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores e do governo nos órgãos colegiados.

A assertiva está incorreta! A gestão, na verdade, nos termos do art. 194, parágrafo único, VII, é quadripartite e não tripartite!

(23)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 23 2.2.8 Solidariedade

Por este princípio, a contribuição para a Seguridade Social deverá ser feita independentemente de o benefício ou serviço da Seguridade Social virem a ser usufruídos.

Constitui o fundamento do próprio sistema: uma geração de pessoas contribui para garantir o benefício de outra, e dentro da própria geração as pessoas contribuem não para si mesmas, mas para o todo.

De acordo com o art. 3º, I, da CF/88, constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, dentre outros, construir uma sociedade livre, justa e solidária.

É por causa desse princípio que um jovem de 19 anos, acidentado em seu primeiro dia de trabalho, sem efetuar nenhuma contribuição, tem direito à proteção previdenciária.

De forma semelhante, em função da solidariedade, o aposentado que retorna ao trabalho é obrigado a contribuir, ainda que não possa obter, em regra, novo benefício previdenciário.

2.2.9 Preexistência da Fonte de Custeio

Segundo esse princípio, também conhecido por Princípio da Preexistência, Contrapartida ou Antecedência da Fonte de Custeio, nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total (art. 195, §5, CF).

O objetivo é garantir uma gestão responsável da Seguridade Social, pois a criação de benefícios e serviços exige a existência prévia de recursos públicos, devendo

(24)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 24 o ato instituidor indicar expressamente a respectiva fonte de custeio, para que seja mantida a correspondência entre despesas e receitas públicas.

Segundo o STF, o princípio da prévia fonte de custeio somente diz respeito à Seguridade Social financiada por toda a sociedade, sendo alheio às entidades de previdência privada (RE 583687 AgR, de 29/03/2011, 2ª Turma).

2.2.10 Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada

Para as contribuições sociais, aplica-se a chamada anterioridade nonagesimal, pois, conforme o § 6º, do art. 195, da CF, as contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

É preciso muito cuidado, pois, o princípio da anterioridade, segundo o qual o tributo não poderá ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou (art. 150, III, b, da CF/88), não se aplica às contribuições sociais, as quais podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que foram instituídas ou majoradas.

Portanto, amigos, no âmbito da Seguridade Social, incide apenas a anterioridade nonagesimal ou mitigada!

3. Direito Previdenciário e Legislação previdenciária

O ramo do direito responsável pelo estudo e detalhamento da Seguridade Social é o Direito Previdenciário, o qual possui natureza de direito público e abrange o conjunto de regras e princípios relativos aos planos básicos e complementares de previdência social, bem como aos órgãos e entidades que atuam nessa área.

(25)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 25 De acordo com o art. 22, XXIII, da CF, compete privativamente à União legislar sobre Seguridade Social. Todavia, nos termos do parágrafo único desse mesmo artigo, lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas que envolvam tal assunto.

Em relação à previdência social, proteção e defesa da saúde, nos termos do art.

24, XII, da CF, a competência é concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, cabendo à União a edição de normas gerais e aos Estados e DF a edição de normas suplementares. Igualmente, a CF dispõe, no inciso XIV do citado artigo, que a competência é concorrente sobre a proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência.

Repararam que existe algo estranho nos dois últimos parágrafos? Como é que a competência para legislar sobre Seguridade Social é privativa da União, enquanto que a competência para legislar sobre previdência, saúde e temas ligados à assistência (CF, art. 24, XIV), é concorrente? A aparente contradição é resolvida da seguinte forma:

a) Cabe à União legislar sobre Previdência Social, salvo quanto aos servidores públicos efetivos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujas regras previdenciárias podem ser editadas por estes entes, desde que observadas as normas gerais emitidas pela União ou constantes da Constituição.

b) Em relação à Saúde e à Assistência, a competência, é, de fato, concorrente. À União cabe editar normas gerais, o que foi feito pelas Leis 8.080/90 (Saúde) e 8.742/93 (Assistência). Aos demais entes compete a emissão de normas complementares, de acordo com as respectivas peculiaridades.

(26)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 26 Amigos, a leitura e a compreensão da legislação previdenciária são fundamentais para aprovação nos concursos que exigem Direito Previdenciário.

A maioria das questões, até mesmo no caso de bancas que possuem um gosto tradicional pela jurisprudência, envolve a letra pura e simples dos textos normativos previdenciários. Então, muita atenção! Vamos lá!

3.1 Conteúdo

Legislação previdenciária é o conjunto de normas que cuidam da organização e do funcionamento do sistema previdenciário. Possui conteúdo geral e específico, pois abrange tanto as regras de custeio da Seguridade Social - Lei nº 8.212/91, como as regras específicas da Previdência e das prestações desta - Lei nº 8.213/91.

Antes de prosseguirmos, precisamos estabelecer a diferenciação entre Direito Previdenciário e Legislação Previdenciária. Enquanto esta é o conjunto de regras securitárias, aquele é o ramo do Direito que estuda os princípios e regras gerais do custeio da Seguridade Social, bem como os princípios e regras específicas da Previdência e de seus benefícios e serviços.

A chave para compreender bem o Direito Previdenciário é estudarmos as noções fundamentais da Seguridade e da Previdência, ler a Constituição Federal (temos de saber de coração os artigos 194 a 204!) e as normas previdenciárias.

É preciso estudar as Leis 8.212 e 8.213 e complementar com o Decreto 3.048/99 (busquem a versão mais atualizada no site do planalto ou no SISLEX, tendo sempre o cuidado de observar as leis mais recentes, pois em muitos pontos o Decreto ainda não foi atualizado).

(27)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 27 3.2 Fontes

Fonte do Direito Previdenciário refere-se à origem e ao processo de formação das normas previdenciárias. Existem duas classificações principais sobre o assunto.

A primeira divide as fontes em materiais e formais. Materiais são os fenômenos sociais: os fatores econômicos, políticos e sociais que levam à criação da norma jurídica. Já as formais consistem no ato jurídico produzido, efetivamente criado - a lei é a fonte formal por excelência.

A segunda classificação divide as fontes em primárias e secundárias. As primárias se referem ao processo legislativo originário, ou seja, ao processo de criação da norma originária pelo Estado - Constituição e as leis. As fontes secundárias são aquelas que derivam da lei, a exemplo dos decretos regulamentares, das instruções normativas, das portarias etc.

Existe, ainda, outra classificação, que não é tão cobrada em concursos como as duas que apresentamos. Por cautela, para não sermos pegos de surpresa na prova, vou apresentá-la: é a que divide as fontes em diretas/imediatas e indiretas/mediatas.

As fontes diretas são as leis e os costumes. Estes são normas gerais que, embora não escritas, são obedecidas tendo em vista a convicção das pessoas. O exemplo de costume mais comum são as filas e o uso do cheque pré-datado.

As fontes indiretas são a doutrina e a jurisprudência. Esta significa o conjunto de decisões reiteradas num mesmo sentido, espelhando o entendimento dos Tribunais acerca de determinados assuntos objeto de discussões quanto à aplicabilidade das leis.

(28)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 28 3.3 Autonomia

O direito previdenciário é autônomo, porque possui objeto, método e princípios peculiares. Estuda temas específicos, tais como salário de contribuição, salário de benefício, manutenção e perda da qualidade de segurado etc. Detém princípios singulares, a exemplo da compulsoriedade e da contributividade.

Além disso, como método próprio desse direito, observa-se que a compulsoriedade da relação previdenciária ocorre tanto para quem exerce atividade remunerada, quanto para o próprio INSS, que assume as obrigações e atribuições impostas por lei.

Discute-se, contudo, sobre a classificação desse direito. Trata-se de ramo do direito público ou um direito social?

Na verdade, quando se observa a ordem jurídica, nota-se que o direito é uno e não deve ser decomposto em partes. A discussão é meramente didática, para facilitar o estudo e a compreensão do tema.

Direito público se refere às relações em que o Estado participa e em que a autonomia das partes é bastante reduzida - direito penal, processual, tributário.

Direito privado é aquele que regula a relação entre particulares, cuja principal característica é autonomia da vontade: direito civil, empresarial etc.

Essa é a divisão tradicional do direito. Porém, alguns estudiosos afirmam existir um terceiro ramo, o dos direitos sociais, no qual se enquadram o direito do trabalho e o direito previdenciário.

Nesse debate, a certeza é de que o direito previdenciário jamais poderá ser considerado como ramo de direito privado.

(29)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 29 Sobre a dúvida suscitada há pouco, esclarecemos que dificilmente será cobrada numa questão fechada de concurso, pois o tema é polêmico e as duas posições, desde que fundamentadas, estão corretas.

Para nós, o direito previdenciário é ramo do direito público. Na verdade, direito social se refere a outra classificação dos direitos, que não está relacionada a esse tema, mas sim às dimensões dos direitos: civis, políticos, sociais, solidários, fraternos. Trata-se, pois, de uma forma de se pensar o direito e não de um terceiro gênero (Fábio Zambitte).

Amigos, transcrevo a seguir os artigos da CF/88 que tratam da Seguridade Social e de seus três ramos: Saúde, Assistência e Previdência. Recomendo fortemente a leitura prévia. Esses artigos devem estar guardados em nossos corações. Eles salvam vidas na hora da prova!

TÍTULO VIII Da Ordem Social

CAPÍTULO I DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a

(30)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 30 seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele

(31)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 31 receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art.

150, III, "b".

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

Seção II DA SAÚDE

(32)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 32 Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;

II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;

(33)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 33 III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;

IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,

(34)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 34 imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Seção III

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de

(35)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 35 benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo- lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os

(36)

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Moisés Moreira 36 demais segurados do regime geral de previdência social.

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.

§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.

§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada.

§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada.

§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação.

Seção IV

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por

Referências

Documentos relacionados

Logo o guia para publicação de artigos científicos com a técnica de RT- qPCR conhecido como Minimum Information for Publication of Quantitative Real- Time PCR

Manuel da Silveira Gularte, Sebastião Duarte 12/10/1687 Mel da Faria VV Ágada da Rocha Catarina Albernás VV Pedro Albernás Manuel Dutra, Sebastião Nunes, Antonio.. Furtado

Contas credor Banco c/Movimento Capital integralizado Imóveis Estoques de Materias Receita de Serviços Despesas Diversas Fornecedores Despesas Salários Custos de Materiais Títulos

Então, o que eu diria para as pessoas que estão assumindo esse campo, para as pessoas que estão entrando no campo, é entender que produção do conhecimento não pode estar

No Requerimento de Inscrição, o candidato ou seu representante deverá manifestar a opção por um dos cursos, pelo local de realização das provas, pela

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. § 2 o Os proventos de aposentadoria e

No final da formação, o aluno tem direito a receber um diploma de conclusão do ensino secundário que indica o curso concluído e um certificado de qualificação

VIII - executar outras atividades que lhe forem atribuídas na área de sua atuação.. V - propor, coordenar e implementar programas e projetos na sua área de competência; VI -