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ANÁLISE ERGONÔMICA NO SETOR DE CONTROLE DE QUALIDADE DA PRODUÇÃO DE BOTÕES.

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Academic year: 2021

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ANÁLISE ERGONÔMICA NO SETOR DE CONTROLE DE QUALIDADE DA PRODUÇÃO DE BOTÕES.

Thobias Landin (Unifran) thlandim86@hotmail.com Carlos do Amaral Razzino (Unifran) carlosrazzino@yahoo.com Rafael da Silva Pereira (Unifran) pereirarafaell@hotmail.com DIEGO FERNANDES SILVA (Unifran) difersilva@yahoo.com.br Glauco Fabricio Bianchini (Unifran) glaucofb@unifran.br

Este artigo tem como objetivo analisar as condições ergonômicas no setor de controle de qualidade de uma empresa de botões situada na cidade de Guaíra, estado de São Paulo. O método utilizado foi um estudo de caso e o levantamento de dados foi feito por um questionário cujo objetivo foi avaliar as condições ergonômicas, como ambiente e condições gerais de trabalho na empresa. Após o término do estudo, pode-se concluir que a empresa oferece condições ergonômicas inadequadas a seus colaboradores, baseando-se nisso foi proposta uma solução corretiva com o objetivo de propiciar aos colaboradores conforto na execução de suas tarefas e ao setor envolvido um maior rendimento.

Palavras-chaves: Ergonomia, empresa de botões, condições de trabalho

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2 1. Introdução

As mudanças tecnológicas e as novas técnicas de gestão dos negócios têm causado várias alterações nos métodos e processos de produção. Para acompanhar estas mudanças, faz-se necessário proporcionar, aos funcionários de uma empresa, condições adequadas para que estes possam exercer suas tarefas e atividades com conforto e segurança. Desta forma, projetar o posto de trabalho e organizar o sistema de produção com boas condições ergonômicas são tarefas essenciais. A análise ergonômica tem como principais objetivos possibilitar o conforto ao indivíduo, prevenir acidentes, danos à saúde e, conseqüentemente, colaborar com o aumento produtivo da empresa, por meio da satisfação e conforto dos colaboradores envolvidos.

Com o intuito de minimizar o descaso com as condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores da maioria das empresas do setor industrial foi criada uma norma regulamentadora sobre análises ergonômicas, a NR 17; que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicológicas dos colaboradores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho.

O presente artigo teve como objetivo analisar as condições de vida e de trabalho do setor de controle de qualidade de uma indústria produtora de botões e acessórios e também propor uma ação corretiva para os problemas apresentados. Esta análise foi realizada por meio de um questionário destinado aos colaboradores do posto de trabalho, pesquisa documental e observações da empresa em questão.

2 Referências teóricas

2.1 Ergonomia: Aspectos gerais

Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento (LIDA, 2005).

A ergonomia preocupa-se primeiramente com os aspectos fisiológicos do projeto do trabalho, isto é, com o corpo humano e como ele ajusta-se ao ambiente. Isso envolve dois aspectos:

a) Como a pessoa confronta-se com os aspectos físicos de seu local de trabalho;

b) Como uma pessoa relaciona-se com as condições ambientais de sua área de trabalho imediata, (SLACK, 1997).

Os ergonomistas empregam uma divisão conceitual divididas em três campos, que são:

- Ergonomia Física – Os tópicos aqui relacionados são em relação à postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esquelético, projetos de postos de trabalho, segurança e saúde do trabalhador;

- Ergonomia Cognitiva - Incluem a carga mental, tomada de decisões, interação homem- computador, estresse e treinamento;

- Ergonomia Organizacional - relacionado com a otimização dos sistemas sócio técnicos, sendo relevante a comunicação, projeto de trabalho, a gestão da qualidade, cultura organizacional, programação do trabalho em grupo, projeto participativo e trabalho cooperativo (ABERGO).

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3 Assim, a contribuição da Ergonomia para a sociedade se faz na medida em que esta área do conhecimento se propõe a solucionar problemas sociais ligados à saúde, segurança, conforto e eficiência, dinamizando a interação entre o homem e a máquina, ou entre o homem e sua atividade (LIDA, 2002).

Dentre vários objetivos atribuídos à Ergonomia, citam-se:

a) Redução dos acidentes de trabalho;

b) Redução dos custos decorrentes de incapacidade dos colaboradores;

c) Aumento da produção;

d) Evolução da qualidade do trabalho;

e) Diminuição do absenteísmo;

f) Aplicação das normas existentes;

g) Diminuição das perdas de matéria-prima.

O ideal é que a Ergonomia seja aplicada desde as etapas iniciais de um projeto, incluindo sempre o homem como um de seus componentes, considerando-se então, as características desse operador humano em concomitâncias às peculiaridades ou restrições das partes mecânicas ou ambientais, de modo a se ajustarem mutuamente uns aos outros. (FIALHO &

SANTOS, 1997).

2.2 Análise ergonômica

A análise ergonômica do trabalho compreende três fases: análise da demanda, análise da tarefa e análise das atividades, que devem ser cronologicamente abordadas de maneira a garantir uma coerência metodológica e evitar percalços, que são comuns nas pesquisas empíricas de campo. (COUTO, 1995).

A análise da demanda permitirá a verificação das condições do ambiente de trabalho, possibilitando uma reformulação do local procurando ampliar as perspectivas de estudo a ser verificado.

Essa análise é uma fase importante do estudo, pois um erro na análise da demanda pode conduzir a um resultado negativo, colocando em questão a posição do ergonomista da empresa e até seu serviço, (LIDA, 2005).

Conforme as citações de Slack (1997), tarefa não é trabalho, é aquilo que é prescrito pela empresa para o operador. Correspondem a um conjunto de objetivos dados aos operários e a um conjunto de prescrições definidas para atingir aos objetivos particulares.

A análise da atividade implica em longas observações no local de trabalho, que visa entender, identificar e verificar como os operadores lidam com as restrições e resolvem os problemas de operação e produção. Contudo, a ergonomia busca por meio do estudo da situação real de trabalho, juntamente com a análise da atividade, em conceber postos de trabalho mais adequados garantindo assim a qualidade de operação, (SLACK, 1997).

2.3 Projetos ergonômicos do local de trabalho

Busca entender como os locais de trabalho afetam o desempenho a fadiga, o desgaste e os danos físicos é parte da abordagem ergonômica do projeto do trabalho, (SLACK, 1997).

São observados os aspectos relacionados a tamanho, forma e outras habilidades físicas das pessoas e os dados que os ergonomistas usam quando fazem isso são chamados dados antropométricos (SLACK, 1997). A antropometria dinâmica mede o alcance dos movimentos

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4 corporais. A funcional, aqueles para execução de uma tarefa, como acionar uma manivela para fechar o vidro do carro. Os dados de antropometria estática são recomendados para o dimensionamento de produtos e locais de trabalho que envolvem apenas pequenos movimentos corporais. (LIDA, 2005).

Os aspectos neurológicos incluem visão, tato, som e talvez mesmo cheiro, que o local de trabalho apresenta para dar informações para um operador, e a forma pela qual um operador transmite instruções de volta para o local de trabalho, (SLACK, 1997).

2.4 Projetos ergonômicos do ambiente

De acordo com Lida (2005), os fatores mais comuns de serem encontrados em postos de trabalho são ruído, vibrações, iluminação e temperatura.

As condições de trabalho que são muito quentes ou muito frias, insuficientemente iluminadas ou excessivamente claras, barulhentas ou irritantemente silenciosas, todas vão influenciar a formas como o trabalho é realizado (SLACK, 1997).

Dentro do projeto ergonômico do ambiente, Slack (1997) ressalta a importância em prever as reações dos indivíduos à temperatura de trabalho. Os indivíduos variam o seu desempenho e conforto de acordo com a variação da temperatura.

A intensidade de luz que incide sobre o local de trabalho e deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade. (LIDA, 2005).

A perda de audição induzida por ruído é uma conseqüência de ambientes de trabalho em que o ruído não é mantido abaixo dos limites de segurança. Segundo Grandjean (1997) a definição da palavra ruído de uma forma simples: ruído é um som incômodo.

3 Método de Pesquisa - Estudo de caso

A estratégia da pesquisa utilizada para alcançar o objetivo proposto foi o estudo de caso. A opção baseia-se no fato desta pesquisa interligar observações empíricas para com a teoria vigente, visto que, de acordo com Yin (2005), esta estratégia foca a apresentação do como e do por que decisões podem ser tomadas e os seus resultados alcançados.

Foi desenvolvido em uma indústria que atua no segmento têxtil, especificamente na produção de botões e acessórios, abrangendo o mercado brasileiro e também o do exterior. O presente trabalho faz a abordagem da análise ergonômica no departamento de controle de qualidade da indústria em estudo, onde este enfatiza as condições reais de trabalho dos colaboradores envolvidos e propõe mudanças neste processo para que se obtenham melhorias em todo o sistema.

3.1 Apresentação da Empresa

A Empresa B está sediada na cidade de Guaíra, estado de São Paulo, iniciou suas atividades em 1998 e conta com um excelente complexo industrial voltado exclusivamente para a produção de botões e acessórios a serem vendidos para o segmento vestuário. Especialista na produção de botões poliésteres, que tem como matéria prima base a resina poliéster, a Empresa B também oferece a seus clientes uma gama de produtos, das seguintes linhas:

- Linha Poliéster: Botões de diversos modelos e cores, para diversos tipos de roupas;

- Linha Metal: Botões de metais, para bermudas e calças;

- Linha Madeira: Botões base madeira, sendo na cor natural ou tingidas;

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5 - Linha Eco: Botões de casca de coco, resto de embalagens e de materiais recicláveis;

- Linha Injetados: Miçangas e acessórios.

A empresa conta com 180 colaboradores diretos, sendo este número divido nos três setores do processo, sendo eles: Técnico (152), Administrativo financeiro (18) e Comercial (10).

3.1.2 Etapas do processo produtivo

O processo produtivo de botões à base de resina poliéster é o principal dos disponíveis na empresa, por se tratar de cerca de 85% da produção total. Até a fase final o produto passa por diversas etapas, que são:

Recebimento Produção Química Pesagem Controle de Qualidade Torno Tingimento Polimento Embalagem Entrega

3.2 Apresentação do estudo

O posto de trabalho analisado foi o setor de controle de qualidade, o qual é responsável pela escolha das pastilhas (subproduto) geradas da etapa de produção química e apresentou, sem exceção, projeção para a posição sentada na execução da tarefa. Esse posicionamento do colaborador implica a sustentação do peso do corpo sobre o osso ísquio, nas nádegas.

Quando o colaborador está em uma posição ligeiramente inclinado para frente, é menos fatigante para a musculatura do que a ereta e o assento deve permitir mudanças constantes de posição para evitar o aparecimento de fadiga LIDA (2005).

A cadeira ideal permite vários ajustes, que são eles:

a) Ajuste de altura para musculatura dorso lombar;

b) Possibilidade de rotação da cadeira para não provocar torção na musculatura do tronco;

c) Ajuste para acomodamento das nádegas;

d) Encosto estofado para apoio e relaxamento da musculatura superior das costas;

e) Possibilidade de ajustes para diversos tamanhos de cumprimento de pernas.

Assim o colaborador do posto de trabalho tem maior liberdade para os membros e poderá realizar vários tipos de funções.

De acordo com a Norma Regulamentar 17 (NR-17), que fala sobre os aspectos ergonômicos sobre os postos de trabalho, as características a serem oferecidas pelos assentos em postos de trabalho sentados, são:

- Assento plano, com borda da frente arredondada: Essa exigência procura evitar a má circulação nas pernas.

- Encosto para a região lombar: Importante para a redução do trabalho muscular e também para dar uma sustentação ao tronco. Deve possuir um formato convexo no sentido vertical e côncavo no sentido horizontal.

No vão entre o assento e o encosto deverá se encaixar as nádegas para que possa permitir a acomodação dos ísquios que sustentarão os troncos, cabeça e membros superiores. O encosto também deve possuir uma angulação móvel para que o operário possa relaxar de sua posição,

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6 permitindo uma descontração muscular e favorecendo a melhor irrigação sanguínea e alivio na tensão e stress dos músculos.

Fonte: Ramos (2002) Figura 1 - Cadeira ergonômica com angulação no encosto

- Altura do assento regulável para melhor adaptação do operário de acordo com sua altura Recomenda-se ainda que, caso a regulagem mais próxima ao chão, ainda não permita o apoio efetivo dos pés no chão, sem esforços, que se utilizem apoios para os pés eliminando a possibilidade de ficarem suspensos. A Figura 2 mostra a posição correta:

Fonte: Ramos (2002) Figura 2 - Posição correta utilizando o apoio para os pés

No setor de controle de qualidade, o ato de curvar a nuca para a escolha de pastilhas na esteira, provoca no colaborador uma série de tensões musculares na região da nuca e costas.

O Local em estudo havia algum tempo, recebia queixas de algumas colaboradoras sobre dores localizadas em membros superiores, não recebiam tratamentos específicos e nenhuma solução

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7 preventiva, apelando então á faltas e afastamentos. É provável que estas dores sejam originadas por fatores como:

- A fadiga de permanecer na mesma posição por horas.

- Má postura, ocasionando dores na região das costas;

- Movimento repetitivo nas atividades executadas.

- Inclinação excessiva da cabeça na execução da tarefa de escolha das pastilhas.

Com a variação constante do tamanho de pastilhas, a colaboradora do posto de trabalho necessita de uma atenção redobrada. Quando se trata de pastilhas menores, a colaboradora tende a inclinar a cabeça para a melhor visualização destas, inclinando de forma excessiva a cabeça e podendo ocasionar dores na região.

Um questionário a ser respondido pelas colaboradoras do posto de trabalho foi aplicado a fim de coletar dados para uma posterior avaliação dos problemas e uma proposta de melhorias.

A seguir, são apresentados os gráficos para melhor entendimento das respostas obtidas pelo questionário e dos dados fornecidos pela empresa para a realização do projeto.

Gráfico 1 - Relação da Idade das colaboradoras do setor de controle de qualidade

O Gráfico 1 acima mostra a relação de idade dos ocupantes do setor, sendo 100% do sexo feminino, pois para as atividades desenvolvidas no posto de trabalho a empresa tem como preferência mulheres.

Segundo informações fornecidas pela empresa, apenas 35% das colaboradoras possuem o 2º grau completo e com pouco treinamento, favorecendo o descaso em relação à postura correta na execução do trabalho, a falta de meios de exigirem melhores condições no ambiente de trabalho e no agravamento de erros no processo produtivo.

No Gráfico 2 abaixo, são apresentados os valores de produtividade no turno regular e no período de horas extras. O setor de escolha chega a receber em média 8500 grosas de segunda a sexta-feira, passa em média de 528,78 grosas/dia (unidade medida de botão – 1 grosa é equivalente a 144 botões).

Verificou-se que o aumento de horas extras leva a queda de produtividade e redução do ritmo de trabalho. O fator é medido por meio das grosas que são passadas diariamente pela esteira, como mostra o gráfico:

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8

Média Diária em grosas

528,78

468,75

264,39 234,37

Segunda a Sexta-feira Hora Extra

8500 Gr por esteiras 7500 Gr por pessoas

Gráfico 2 - Média diária em grosas

A empresa segue as normas da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), isso não impede que os acidentes de trabalho, afastamentos e/ou dores musculares aconteçam com seus colaboradores. O gráfico 3 abaixo mostra que 35% das colaboradoras se afastaram no ano de 2010 por motivo de lesões, as quais são discriminadas e verificadas as incidências dos tipos de lesões. Também, segundo informações fornecidas pela empresa, 75% das pessoas do setor convive com dor.

Gráfico 3 – O gráfico apresenta a região das lesões e seus respectivos índices.

Baseando-se nas informações apresentadas nos gráficos anteriores, podem-se levantar algumas hipóteses, como:

a) Falhas na elaboração do projeto do posto de trabalho no setor de controle de qualidade;

b) A produtividade exigida pelas colaboradoras está alem de sua capacidade;

c) A jornada de trabalho é excessiva, considerando a demanda do posto em questão.

Um dos fatores relevante está relacionado com as condições dos assentos, não possuir rodas para facilitar a movimentação, não possuir dispositivo que permita fazer a regulagem da altura adequada.

O assento ergonômico deve oferece um apoio para os pés, porem conforme analisado na foto, o posto de trabalho não oferece essa opção.

Índice de afastamento da empresa por motivo de lesões

35%

65% 60%

30%

10% 0%

Sim Não Coluna e Nuca Braços e

Ombro

Pernas Outros

Já sofreu algum afastamento da empresa por motivos de lesoes

Se sim, qual foi a região do corpo afetada?

%

(9)

9

Figura 3 - Assento sugerido pela ABNT

Segundo LIDA (2005), o posto de trabalho deve ser um lugar onde o operário se sentirá confortável para poder realizar sua função com eficiência e segurança garantindo a qualidade do serviço para a empresa.

Os dados apresentados na Tabela 1 mostram que em relação a aspectos ambientais como temperatura, iluminação e ruídos, grandes parte da equipe de colaboradoras se encontra insatisfeitas com as condições reais de trabalho e de acordo com LIDA (2005); uma grande fonte de tensão no trabalho são as condições ambientais desfavoráveis, como excesso de calor, ruídos e vibrações e esses fatores causam desconforto e aumentam o risco de acidentes.

A tabela 1 representa os dados obtidos referentes às condições ambientais do posto de trabalho estudado.

Fonte: Pesquisa do autor Tabela 1 - Satisfação com o posto de trabalho

3.3 Plano de ação – Sugestões de melhorias

Com base nos problemas apresentados no setor de controle de qualidade da empresa, elaborou-se de um plano de ação, objetivando a melhoria das condições apresentadas no local.

Para minimizar o índice de Afastamentos por Motivo de Lesões, foi sugerida a adequação do posto de trabalho, devendo-se trocar o acento utilizado por um modelo mais adequado, onde

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10 este devesse possuir ajustes que propiciam as colaboradoras trabalharem com uma postura ereta e mais confortável.

Também, sugeriu-se inserir programas de treinamentos ergonômicos, podendo este fazer parte do cronograma da CIPA, tendo como público alvo não só as colaboradoras do posto de trabalho estudado, mas também todos os outros setores da empresa. Seguindo este plano espera-se que o colaborador possa se sentir bem e apto ao trabalho, assim reduzir o índice de afastamento.

Como apenas 35% das colaboradoras possuem o 2° grau completo e recebe poucos treinamentos, o que favorece o descaso em relação à postura correta na execução do trabalho, foi proposta a elaboração de um programa interno de Estímulos a Capacitação, que terá como objetivo capacitar não só o a equipe do setor analisado, mas também todo o quadro de colaboradores da empresa e conseqüentemente a eliminação de erros operacionais e melhoria nas condições ergonômicas. O programa abordará as seguintes etapas:

- Palestra de apresentação do programa e seu respectivo cronograma;

- Treinamentos internos ministrados pela CIPA e externos, focados no processo produtivo;

- Avaliações ergonômicas periódicas, pela CIPA;

- Criação de parcerias com instituições como SENAC, SESI, SENAI e outros, proporcionando descontos aos colaboradores da empresa, estimulando a capacitação;

- Reunião periódica dos responsáveis pelo programa, tendo como tarefa principal a avaliação de todo o programa.

Quanto à insatisfação referente às condições ambientais de trabalho, sabendo-se colaboradoras insatisfeitas e desmotivadas não geram bons resultados e para que isso não ocorra à empresa deve garantir boas condições ergonômicas no posto de trabalho. Em relação a este aspecto foi proposto à empresa uma reformulação no local.

A ação engloba a inserção de ventiladores para minimizar o calor, lâmpadas para contribuir na claridade do ambiente, e uso de protetores auriculares específicos para neutralizar o nível de ruídos apresentados.

Colocando em prática esta ação a empresa garante as suas colaboradoras um melhor local de trabalho, com melhores condições de trabalho, favorecendo a redução de falhas no processo.

6 Conclusão

O estudo realizado na Indústria de Botões Guaíra, cujo objetivo era avaliar as condições ergonômicas no setor de controle de qualidade, setor este que apresentava uma grande incidência de problemas. Foram observados alguns problemas encontrados no setor avaliado, como alto índice de absenteísmo (número de faltas), afastamentos, falhas no processo produtivo e agravamento no número de retrabalhos.

Por meio deste estudo foi possível detectar algumas causas potenciais; sendo que uma destas era que as colaboradoras do posto de trabalho executavam suas atividades por todo o tempo sentadas com a postura inadequada, sendo a posição ereta a mais correta, e também o assento utilizado não era o adequado, sendo que o assento correto é o que possui ajustes para altura e inclinação, conforme exigem as leis pertinentes.

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11 Foi observado também que um grande número de colaboradoras do setor encontravam-se descontentes com o local de trabalho, por trabalharem em um ambiente desconfortável. Pode- se concluir que a junção das diversas causas potenciais observadas prejudica o rendimento do processo, pois há uma grande incidência de faltas e afastamentos, provocados por lesões, prejudicando a empresa e a qualidade de vida das colaboradoras.

Foi proposto à empresa um plano de ação, que visa garantir a qualidade de vida para as colaboradoras do setor, por meio de melhorias das condições ergonômicas e com isso, conseqüentemente, garantir a estabilidade do processo produtivo e organizacional da empresa.

Referências

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<http://www.abergo.org.br >. Acesso em: 23 jul. 2010.

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BRANDIILLER, P. O corpo no trabalho. São Paulo: SENAC, 1999.

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São Carlos: UFSCar, 2007.

GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o homem ao trabalho. 4. ed. Porto Alegre: Bookmam, 1998.

LIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 2005.

PHEASANT, S. Ergonomics, work and health. London: Macmillan Press, 1991.

RAMOS, D. F. Estudo comparativo das condições de trabalho de costura em pequena, média e grandes empresas do setor têxtil: situação de costura reta. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis 2002.

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Atlas, 1997.

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