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Registro de plantas hospedeiras das cigarras Quesada gigas (Olivier, 1790) e Dorisiana viridis (Olivier, 1790) (Hemíptera: Cicadidae) em Iporá-GO

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Academic year: 2021

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Registro de plantas hospedeiras das cigarras

Quesada gigas (Olivier, 1790) e Dorisiana viridis (Olivier, 1790)

(Hemíptera: Cicadidae) em Iporá-GO

Iorranna Alves Xavier; Benaya Nogueira Leles, Jefferson Eduardo Silveira Miranda; Rander Carlos Santos de Souza Orientador

Dr. Douglas Henrique Bottura Maccagnan

Universidade Estadual de Goiás, Unidade de Iporá-Go 76200-000 Brasil. iorrannabio@hotmail.com, douglashbm@hotmail.com

Palavras-Chave: Insecta, Cicadidae, sibipiruna e Cassia spp.

1 INTRODUÇÃO

As cigarras são insetos herbívoros, robusto de desenvolvimento hemimetabólico, comumente encontrados nos trópicos e subtrópicos. Elas apresentam três ocelos no vértice da cabeça em triângulo. As asas são membranosas, transparentes ou coloridas. São caracterizadas por possuir um complexo órgão para a produção e recepção do som (CARVER et al., 1991). Esse órgão é de grande importância taxonômica senda que a classificação das famílias e subfamílias é baseada nas estruturas associadas a esse órgão. O som característico das cigarras é emitido pelo macho e serve para atrair a atenção das fêmeas para o acasalamento. Pertencente a ordem Hemíptera, atualmente a superfamília Cicadoidea é dividida nas famílias Tettigarctidae e Cicadidae. Cicadidae é dividida nas subfamílias Cicadinae, Cicadettinae e Tettigadinae (MOULDS, 2005).

O período de vida adulta das cigarras, que pode durar de poucas semanas até dois a três meses, é considerado efêmero quando comparado com sua fase ninfal, que é subterrânea e de longa duração (BOULARD, 1965).

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adequado, com as pernas anteriores, a ninfa retira pequenas partículas de terra, que são prensadas contra seu corpo, formando uma pequena massa, que é transportada a outra parte da galeria, onde é forçada contra a parede e comprimida com repetidos movimentos de seus membros. O desenvolvimento pós-embrionário das cigarras possui cinco instares (MACCAGNAN & MARTINELLI, 2004; MACCAGNAN, 2003; HAYASHI, 1976).

A seiva do xilema é a única fonte de alimento durante toda a vida das cigarras. Devido a escassez de açúcares no xilema, provavelmente os aminoácidos sejam a principal fonte de energia para o crescimento das ninfas, e este fato é o que determina o longo período de desenvolvimento (WHITE & STREHL, 1978).

Antes da emergência do adulto, as ninfas de cigarra de último instar saem das galerias subterrâneas através de um orifício no solo e sobem em troncos, permanecendo imóveis por um curto período de tempo, para então sofrer metamorfose (COSTA-LIMA, 1942), deixando presa ao tronco, após a emergência do adulto, sua última exúvia.

Poucos ciclos de vida de cigarras anuais têm sido estudados devido à dificuldade de acompanhar o desenvolvimento subterrâneo das ninfas. Apesar da ampla distribuição, importância econômica e ecológica, poucos estudos têm sido realizados com essas espécies (MARTINELLI & ZUCCHI 1997a; MARTINELLI & ZUCCHI 1997b; SANBORN et al., 1995; SOUZA et al., 1983; ZANUNCIO et al., 2004).

Até recentemente, poucos eram os conhecimento a respeito dos hospedeiros das cigarras no Brasil. Uma espécie vegetal é considerada hospedeira de cigarra, quando apresenta sob a sua copa, no solo, os orifícios de saída das ninfas, além das exúvias no tronco ou na face dorsal das folhas e nos ramos da base da planta (SOUZA et al., 1983). Apenas para algumas espécies de cigarras são conhecidos seus hospedeiros (SILVA et al., 1968; MARTINELLI, 1985).

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizadas coletas de exúvias em troncos de plantas das espécies Caesalpinia peltophoroides (sibipiruna) e Cassia spp ambas da família Fabaceae, na Praça da Liberdade localizada na cidade de Iporá, Goiás, a coleta foi realizada no dia 16 de outubro de 2010. Nessa praça existe várias espécies de planta, porém existe duas espécies que são encontradas em grande quantidade que são a sibipiruna e Cassia spp.

Para associar as exúvias com a planta hospedeira foram utilizados os seguintes critérios: exúvias fixadas nos troncos e galhos da planta a presença de orifícios de saída de ninfas do solo junto à base da planta.

As exúvias foram coletadas manualmente, nos troncos e galhos das plantas hospedeiras. Os exemplares coletados foram colocados e sacos plásticos e transportados para o laboratório de ciências biológicas da Universidade Estadual de Goiás, Campus Iporá, onde as exúvias foram identificadas, contadas e sexadas.

Para identificação das exúvias foi utilizada a chave proposta por Motta (2003). Foram feitas exsicatas das plantas hospedeiras, sendo estas depositadas no herbário da Universidade Estadual de Goiás. Para identificação das plantas hospedeiras foi utilizada a classificação do Angiosperm Phylogeny Group (APG II).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Próximo à base das plantas hospedeiras foram encontrados alguns orifícios que evidência a saída das ninfas do solo e que as ninfas estavam associadas a aquela espécie de planta (Figura 01).

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Coletou-se um total de 33 exúvias sendo 28 da espécie Quesada gigas (OLIVIER,1790) (Figura 02) e 05 da espécie Dorisiana viridis (OLIVIER,1790) (Figura 03).

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Figura 02: Exúvia de Quesada gigas. A. Exúvia em Cassia spp. B. Perna anterior em vista externa. C. Vista ventral do ápice abdominal.

Figura 03: Exúvia de Dorisiana viridis. A. Exúvia em Cassia spp. B. Perna anterior em vista externa. C. Vista ventral do ápice abdominal.

Identificou-se 11 machos e 17 fêmeas da espécie Quesada gigas e 1 macho e 4 fêmeas da espécie Dorisiana viridis.

Das exúvias de Quesada gigas coletadas 24 estava associada à planta de Cassia spp e 04 estavam associadas à planta sibipiruna. Das 05 amostras de exúvias coletadas da espécie Dorisiana viridis todas estavam associadas com a

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planta de Cassia spp. Essas espécies de cigarras já haviam sido citadas tendo como hospedeiro a sibipiruna e plantas do gênero Cassia para o Estado de São Paulo por Martinelli (1985)

4 CONCLUSÕES

Conclui-se que Cassia spp. é hospedeira de Quesada gigas e Dorisiana viridis e sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) é hospedeira de Quesada gigas no município de Iporá.

REFERÊNCIAS

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CARVER, M.; GROSS, G. F.; WOODWARD, T. E. Hemiptera. In: CSIRO. Commonwelth Scientific and Industrial Research Organization. Division of Entomology. The insects of Austrália: a textbook for students and research workers. Melbourne, v. 1, p. 429-509. 1991.

COSTA LIMA, A. Ordem Homoptera. In: ___. Insetos do Brasil. Rio de Janeiro: ENA, 1942. t. 3, p. 7-35. (Série Didática, 4).1942.

HAYASHI, M. Description of the nymphs of Mogannia minuta Matsumura (Homoptera: Cicadidae), pest of sugarcane in the Ryukyus Kontyû, v. 44, n. 2, p. 142-149,1976.

MACCAGNAN, D. H. B. Descrição e caracterização de ninfas de algumas espécies de cigarras

(Hemiptera: Cicadidae; Tibicinidae) associadas ao cafeeiro. 2003. f. 68. Dissertação (Mestrado

em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2003.

MACCAGNAN, D. H. B. & MARTINELLI, N. M. Descrição das Ninfas de Quesada gigas (Olivier) (Hemiptera: Cicadidae) Associadas ao Cafeeiro. Neotropical Entomology Londrina, v. 33, n. 4, p. 439-46, 2004.

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MARTINELLI, N. M. & ZUCCHI, R. A. Cigarras associadas ao cafeeiro. I. Gênero Quesada Distant, 1905 ( Homóptera: Cicadadae: Cicadinae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.16, n. 1, p.51-60, 1987.

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MARTINELLI, N. M. ;ZUCCHI, R. A Cigarras associadas ao cafeeiro. III. Gênero Dorisiana Metcalf, 1952 ( Homóptera: Cicadadae: Cicadinae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 18 (supl.), p.5-12,01989b

MARTINELLI, N. M. & ZUCCHI, R. A Cigarras associadas ao cafeeiro. IV. Gênero Carineta Amyot & Serville, 1843 ( Homóptera: Tibicinidae: Tibicinidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 18 (supl.), 13-22, 1989c.

MARTINELLI, N. M. Café. As cigarras que causam danos à cultura. Correio Agrícola. 2:11-13. 1990

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