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Local, data. Assunto: Ofício (relacionar o número de referência da carta)

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Academic year: 2021

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Local, data Ao

Conselho Regional de Economia de ---

Att. Sr. (nome da pessoa que assina a carta/notificação) (Cargo da pessoa que assina a carta/notificação)

Assunto: Ofício (relacionar o número de referência da carta)

Acusamos o recebimento em (data do recebimento), de sua correspondência datada de (data da emissão constante da carta), nº (número da carta) afirmando que nossa empresa (razão social da sociedade de fomento mercantil), atua dentro do campo privativo do Economista e notificando esta empresa a efetuar nosso registro junto a este Conselho.

Primeiramente, cumpre esclarecer que a atividade de Factoring vem a ser uma atividade mercantil mista atípica, com peculiaridades legais e operacionais

próprias e distintas, que culmina da negociação de títulos, por ocasião da compra de créditos mercantis. Desta feita, de forma alguma suas atividades poderiam se assemelhar àquelas desenvolvidas por um economista, eis que os fundamentos internacionalmente consagrados que norteiam a atividade de factoring foram aprovados pela Convenção Diplomática de Ottawa, da qual o Brasil é uma das nações signatárias, ratificadas pela Lei nº8.981 de 20.01.95, e reforçada pela Resolução do Conselho Monetário Nacional nº2.144, de 22.02.95.

A atividade do Factoring é exercida pelo Agente de Fomento Mercantil, profissional polivalente com treinamento específico, que não tem conotação nem com a de economistas e nem com a de administradores. A lei nº1.411, de 13.08.51, que definiu o exercício da profissão de economista, foi regulamentada pelo Decreto 31.794, de 17.11.52, estabelecendo que a atividade profissional do Economista, como profissão, liberal ou não, compreende as seguintes atribuições:

a) elaboração de pareceres, relatórios, pesquisas, análises, perícias, laudos, esquemas ou certificados sobre os assuntos compreendidos no seu campo profissional, inclusive por meio de planejamento, implantação, orientação, supervisão ou assistência dos trabalhos relativos às atividades econômicas ou financeiras, empreendimentos públicos, privados ou mistos, ou por quaisquer outros meios que objetivem técnica e cientificamente o aumento ou a consecução do rendimento econômico.

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“As sociedades que se organizarem para prestação de serviços profissionais, mencionados no capítulo anterior, só poderão ser constituídas por economistas devidamente registrados no competente C.R.E. e no pleno gozo dos seus direitos.”

Daí se infere que somente aquelas sociedades que tenham por objeto social qualquer das atividades acima discriminadas estão sujeitas ao registro no CRE.

Seria demasiado e tedioso continuar citando outros dispositivos, eis que a legislação que regula a profissão de economista é de seu pleno conhecimento. Porém a exegese da legislação, como vem sendo efetuada por esse Conselho, só se tem prestado para tumultuar a rotina de trabalho das empresas de Factoring, assediadas também com a mesma fundamentação legal pelos Conselhos Regionais de Administração com evidente conotação arrecadatória.

Por ser o Factoring um mecanismo de complexas funções e atividades que se encadeiam e se interagem com vistas ao acompanhamento permanente de todas as atividades das empresas que o exercitam, sem necessidade de se perder no emaranhado de análises e perícias de natureza técnica dispersamente enumeradas acima, não pode ser enquadrado em nenhuma das atribuições legais especificas da profissão de Economista.

Tal entendimento é expressamente corroborado pelo Art. 1º da Lei nº 6.839, de 30.10.80, que estipula:

“O registro de empresas e a anotação dos profissionais legalmente habilitados, delas encarregados, serão obrigatórios nas entidades competentes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em razão da atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços a terceiros”. (grifo nosso)

Com efeito, o simples fato de se cuidar de uma empresa de factoring não implica, por si só, na obrigatoriedade do registro perante o Conselho Regional de Economia, providência esta, que não prescinde da aferição, ‘in concreto’, da atividade básica desenvolvida pelas empresas de factorings, qual seja, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis.

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Assim, o Factoring tem funções específicas e peculiares, que não estão sujeitas às limitações do exercício profissional do economista e que são exercidas pelo Agente de Fomento Mercantil, profissional polivalente, diplomado nos cursos ministrados pela ANFAC-ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL - FACTORING.

A obrigatoriedade de registro das empresas de factorings em conselhos profissionais é determinada pela atividade básica da sociedade ou “em relação aquela de prestação de serviços a terceiros”, mas nenhuma das atividades de ecomista apresenta qualquer relação com as atividades de factoring, de natureza comercial e cujo pressuposto básico é aquisição de créditos de terceiros, mediante cessão pro soluto.

Pelo artigo 1º da Lei nº 6.839/80, acima mencionado, depreende-se que não basta o exercício esporádico de qualquer atividade elencada em lei para tornar obrigatório o registro de qualquer empresa no Conselho Regional de Economia, nem tampouco, a indicação de um economista responsável pela parte técnica da empresa. Torna-se imperioso que as funções elencadas em lei se constituam em atividade básica da empresa ou, pelo menos, uma delas.

O entendimento generalizado de que a simples prática esporádica de qualquer das atividades enumeradas em lei se constitua em obrigatoriedade para a inscrição da empresa no C.R.E. não se nos afigura racional, além de contrariar o que preceitua o artigo 1º da Lei 6.839/80, já mencionada, uma vez que, se assim fosse toda e qualquer empresa estaria obrigada àquele registro e a consequente designação do respectivo profissional, já que, de certa forma, praticam atividades pertinentes não só a área econômica, mas, também, administrativa, contábil, jurídica, mercadológica, etc. sem que se constituam em atividade básica, na forma do disposto no artigo acima mencionado.

Em que pese ao entendimento desse Conselho, definitivamente não é o nosso caso. No nosso dia-a-dia de acompanhamento das atividades de nossas empresas-clientes não há necessidade de elaboração de pareceres, relatórios, pesquisas e projetos que exijam conhecimentos inerentes à técnicas de economista.

De estranhar como esse Conselho possa afirmar de forma tão categórica que a nossa atividade se enquadra no campo profissional do Economista quando nunca verificou ou fiscalizou “in loco” o exercício das funções ou atribuições que competem ao agente de fomento mercantil dentro de sua empresa. Curiosamente a mesma alegação é feita pelos Conselhos de Administração.

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Diante do exposto acima, entendemos que a empresa, ora notificada, não está obrigada a se inscrever nesse C.R.E., como também, não infringiu a Lei nº1.411, uma vez que nas atividades, constantes de seu contrato social, não se encontram entre as elencadas na referida Lei.

1 - Objeto social: (transcrever o objeto constante de seu Contrato Social – através da Circular nº, a ANFAC elaborou uma sugestão de objeto social para ser parte integrante do Contrato de Fomento mãe)

2 - O objeto social acima por si só, derroga o contido no relato da intimação, que diz “a empresa explora sob qualquer forma, atividades do Economista enunciadas nos termos da lei nº 1411/51.”

3 - A empresa intimada a registrar-se adquire direitos creditórios representados por títulos de crédito oriundos de vendas mercantis das empresas clientes, sempre, conjugados com prestação de serviços, na conformidade do art. 28, parágrafo 1, alínea c-4, da lei 8.981, de 20.01.95, ratificado pelo artigo 15, parágrafo 1, item III, alínea d, da Lei 9.249, de 20.12.95; art. 58, da Lei 9.430, de 27.12.96 e art. 58 da Lei 9.532, de 10.12.97.

4 - O Factoring tem como suporte legal:

• Código Civil - artigos 286 a 290 (cessão de créditos); • Código Civil - artigo 594 (prestação de serviços); • Lei 5.474/68 (vendas mercantis);

• Circular BC - 1359, de 30.09.1988;

• Ato Declaratório nº 51, de 28.09.1994, da Receita Federal; • Circular BC – nº 2.715, de 28.08.1996;

• Decreto nº 57.663/66 (Títulos de crédito - Convenção de Genebra); • Resolução nº 2144, de 22.02.95 – Banco Central do Brasil;

• Circular BC nº 2715, de 28.08.1996;

• Lei nº 8981, de 20.01.95, art. 28, parágrafo 1, alínea c-4, ratificado pelo art. 15,

parágrafo 1, item III, alínea d, da Lei 9249, de 26.12.95, e pelo art. 58, da Lei 9430, de 27.12.96 e art. 58 da lei 9532, de 10.12.97.

5 - A lei em questão criou o Conselho Federal de Economia, que se faz representar, em nível regional, por Conselhos sediados nos Estados, que só podem e devem fiscalizar e disciplinar aquele que exerce a profissão de Economista e as empresas especificamente constituídas com a finalidade de exercer as atividades privativas daquela profissão. Ao constituir uma empresa, qualquer que seja o seu objetivo, o seu titular (sócio ou diretor) vai praticar atos de

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gestão para administrá-la, o que não significa necessariamente que seja portador de um título universitário de Economista.

6 - Por lei, a obrigatoriedade da inscrição no referido Conselho baseia-se em execução, pela empresa, de atividade básica, assim considerada aquela atividade indispensável à consecução dos objetivos sociais da empresa, e não na prática esporádica, eventual, episódica e bissexta de atividades inerentes ao profissional Economista que é exercida por qualquer empresa independente de seu ramo de negócios (art. 1º, da Lei nº 6.839, de 30.1080).

7 - A empresa de Factoring é uma sociedade de fomento mercantil, pela natureza dos negócios e pela tipicidade operacional e jurídica já definida em Lei, tendo como técnicos responsáveis o agente de fomento mercantil, profissional diplomado em curso ministrado pela ANFAC-ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL - FACTORING. Não há qualquer identidade entre os diversos

serviços e funções abrangidos pelo fomento mercantil e as atribuições legais de Economista. 8 - É flagrante a inconstitucionalidade na cobrança da TAXA DE ANUIDADE imposta pelo Conselho Regional de Administração, uma vez que a atividade exercida pela empresa de fomento mercantil NÃO se inclui entre aquelas elencadas na Lei nº 1411 de 13.08.1951, que definiu o exercício da profissão de técnico Economista, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 31.974 de 17/11/1952.

9 - A Lei nº 6.839 de 30.10.1980 firmou o critério legal erigindo a atividade básica em fator determinante para inscrição nos referidos Conselhos eliminando dessa forma não só a multiplicidade de registros como também a obrigatoriedade generalizada.

Assim, solicitamos a este Conselho Regional pelos motivos expostos se digne a desconsiderar a correspondência acima mencionada, invalidando o ofício constante em seus registros, encaminhado para a (razão social da sociedade de fomento mercantil), uma vez que esta empresa deixará de atender a solicitação contida na referida correspondência por não se enquadrar e nem praticar atividades privativas da profissão de Economista.

Atenciosamente

(Razão social da sociedade de fomento mercantil) (Nome e assinatura do responsável)

Referências

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