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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Jardim de Infância de S. Miguel (Guarda)

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Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Estágio de Animação Sociocultural

Jardim de Infância de S. Miguel

da Guarda Gare

Ana de Fátima Remualdo Madeira

Janeiro, 2011

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Instituto Politécnico da Guarda

Instituição académica: Instituto Politécnico da Guarda

Curso: Animação Sociocultural

Discente: Ana de Fátima Remualdo Madeira

N.º de aluno: 6369

Docente orientador: Victor Amaral

Tutor na Instituição: Mariana da Silva Presa

Instituição: Jardim de Infância de S. Miguel da Guarda Gare

Duração de estágio: 02 de Setembro a 02 de Dezembro de 2010

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possível e partilharam comigo esta meta tão importante para mim. Aos que contribuíram directa ou indirectamente para a realização deste relatório, em especial pela sua ajuda e disponibilidade:

 Ao Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto por me ter proporcionado formação académica;

 Ao Professor Victor Amaral por ter partilhado comigo o seu saber e prontidão, disponibilidade e atenção;

 Ao Agrupamento de Escolas de S. Miguel;

 Aos recursos humanos integrantes ao Jardim de Infância de S. Miguel da Guarda Gare, em especial à Educadora Mariana Presa e às assistentes técnicas, Filomena Davim e Rosa Castanheira, que sempre me auxiliaram e aconselharam o longo do estágio;

 Um agradecimento especial à minha família, pois sem a colaboração, carinho e compreensão que me deram ao longo destes três meses, não teria sido possível a realização deste trabalho;

 A quem sempre me ajudou, nas horas boas e más, me deu força e me ensinou a não olhar para trás;

 E por último, mas não menos importante, quero agradecer a colaboração e ajuda dos meus amigos e colegas de estágio.

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Introdução

O presente relatório insere-se no âmbito da unidade curricular Projecto/ Estágio, do 3.º ano, do curso de ASC, tendo como objectivo a descrição do mesmo.

O estágio desenvolveu-se no Jardim de Infância de S. Miguel na Guarda Gare, durante três meses. É um espaço agradável, seguro, educativo e afectivo. Os profissionais a trabalhar neste local são qualificados e estão preparados para acompanharem o desenvolvimento das diversas crianças.

No decurso do estágio foram realizadas diversas actividades através do jogo.

O jogo é entendido como uma actividade lúdica, organizada directa ou indirectamente pelo educador. Através do jogo são desenvolvidos diversos valores, sendo eles: conhecimento pessoal, sentido de organização, o consenso nas regras, a tolerância, o respeito, as atitudes democráticas, o relacionamento interpessoal, a colaboração, o esforço pessoal, o saber ganhar e saber perder, o ajustar-se ao tempo e às condições, a paciência, a responsabilidade com os companheiros de equipa (Francia, 2000:7).

Sendo imprescindível que toda a criança brinque e que realize todo o tipo de jogos para adquirir os valores já descritos anteriormente, procurei seguir no meu estágio estratégias estruturadoras de ASC, no âmbito da animação para a infância e seus objectivos.

O relatório estrutura-se em três capítulos distintos. No primeiro capítulo relata-se a contextualização do meio envolvente, ou seja, a localização geográfica, assim como o local de estágio escolhido. No segundo capítulo aborda-se o enquadramento teórico, ou seja, dos conceitos e desafios da animação e o papel do animador no contexto infantil. Por fim, o terceiro capítulo refere-se ao estágio em si, ou seja, descrição do projecto, objectivos, estratégias e actividades realizadas, seguindo-se uma reflexão final.

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Capítulo I- Contextualização do meio envolvente

1.1 – O concelho e a cidade da Guarda1

O concelho da Guarda localiza-se na província da Beira Alta, adjacente com os concelhos de Celorico da Beira, Pinhel, Sabugal, Manteigas e Belmonte. Apresenta uma altitude máxima de 1056 m, correspondendo à cidade mais elevada do país, com domínio visual dos vales do Mondego e do Côa, o que cedo se manifestou como carácter preponderantemente defensivo.

É um concelho composto por 52 freguesias rurais e 3 urbanas, compreendendo 3 bacias hidrográficas, sendo elas, o Mondego, o Côa e o Zêzere. As condições deste concelho não eram as mais propícias à instalação de uma comunidade humana, no entanto alguns elementos permitem datar uma presença humana em épocas remotas.

Derivado ao território envolvente e à importância da cidade poderosa no local, D. Sancho I atribuiu foral à Guarda a 27 de Novembro de 1199, visando o seu desenvolvimento e prosperidade.

A nível de vias de comunicação, a cidade da Guarda possui acessos rodoviários importantes como A25, ligando Aveiro à Fronteira, dando ligação directa a Madrid; A23 ligando Guarda a Torres Novas. Por outro lado também possui acessos ferroviários, tais como a linha Beira Baixa e a linha Beira Alta, que se encontra completamente electrificada permitindo a circulação de comboios regionais, nacionais e internacionais.

É uma cidade conhecida como a cidade dos 5 efes, sendo eles: forte devido à Torre do Castelo, às muralhas e à posição geográfica que evidencia a sua força; farta devido à riqueza do Vale do Mondego; fria devido à proximidade à Serra da Estrela; fiel devido ao facto de Álvaro Gil Cabral, que foi Alcaide – Mor do Castelo da Guarda e Trisavó de Pedro Alvares Cabral, que recusou entregar as chaves da cidade ao rei de Castela durante a crise d 1383 – 85. Teve fôlego para combater na batalha de Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde elegeu o Mestre de Avis (D. João I) como rei. Formosa devido à sua beleza natural.

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A cidade da Guarda oferece um grande Património Cultural e Arquitectónico, contendo inúmeros monumentos, tais como a Sé Catedral da Guarda, a Torre de Menagem, entre outros.

Como gastronomia destaca-se o cabrito assado, o caldo de grão, o bacalhau ou o polvo à lagareira, o arroz doce, o leite - creme, acompanhados por vinhos da região.

1.2-Enquadramento sócio - geográfico da freguesia de S. Miguel da

Guarda2

A freguesia de S. Miguel está inserida na cidade da Guarda com aproximadamente 10km2. S. Miguel insere-se numa cercadura composta pela actual A25, Viceg e A23. A rede viária que liga esta freguesia à sede de concelho é considerável boa, enquanto que as restantes estradas são consideradas razoáveis. S. Miguel é ainda servida por transportes públicos e uma praça de táxis que de forma geral são considerados suficientes.

Figura 1- Mapa das freguesias do concelho da Guarda

Fonte: http://www.mun-guarda.pt/index.asp?idedicao=51&idSeccao=657&Action=seccao (16/10/2010)

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Porém esta freguesia foi habitat do homem desde os tempos remotos, pois foram encontrados vestígios do Paleolítico (uma pedra talhada em quartzito escura e muito patinada, entre outras).

As condições geográficas permitiam que os povos se protegessem dos ataques do inimigo, sendo um ponto de fortaleza sempre vigilante a qualquer movimentação.

A nível das tradições e cultura, na freguesia de S. Miguel realiza-se uma festa em honra de S. Miguel dia 29 de Setembro. Nesta freguesia eram muitos os jogos que se realizavam, sendo eles a malha, a raiola, o ferro e o peão. Com o passar dos tempos, todos estes jogos caíram em desuso, sendo substituídos por brinquedos mais modernos, ficando estes na memória dos mais velhos. Actualmente, a freguesia dispõe de uma Associação Recreativa e de Apoio Social fundada em 1999, entre outras actividades, realizam torneiros de sueca, jogos tradicionais, Festa de S. João e Passagem de Ano.

1.3- Caracterização sociológica, actividades económicas, equipamentos e serviços

Como forma de apresentar dados sobre a população e a evolução desta freguesia, são apresentados os seguintes indicadores com base nos estudos de 2004. 3

Gráfico 1- Pirâmide etária (freguesia de S. Miguel)

Fonte: País em Números (2004)

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País em Números: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main (20/12/2010)

400 300 200 100 0 100 200 300 400 0-4 10-14 20-24 30-34 40-44 50-54 60-64 70-74 80-84 2001 1991 H M

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Gráfico 2- Índice de envelhecimento

Fonte: País em Números (2004)

Analisando a pirâmide etária, podemos dizer que estamos perante uma população rejuvenescida. Verifica-se um aumento da população em quase todas as faixas etárias, de 1991 para 2001, sendo mais visível no sexo feminino.

Em relação às faixas etárias existe um maior aumento na população activa. Como existe um aumento da base pode dizer-se que a natalidade aumentou, verificando-se também um aumento da esperança de vida e, simultaneamente, um aumento do índice de envelhecimento, reflectido num maior número de população idosa. Existe apenas uma classe oca, 15-19 no sexo masculino, fruto da emigração dos anos 80.

Uma possível causa para o aumento da população deve-se ao facto de a freguesia se situar na zona periférica de um centro urbano (cidade da Guarda) e pela chegada de população oriunda das zonas mais rurais com o objectivo de obter trabalho.

Quanto à actividade principal da população, desde sempre se dedicou à agricultura e à pastorícia. O peso da agricultura para o seu próprio consumo obrigou muitas famílias a emigrar, dado ao fraco rendimento económico e às muitas necessidades familiares. Ainda hoje a criação de gado e a agricultura tradicional são praticadas como um complemento de actividade principal, o que leva muitas crianças a ajudar a família nas tarefas dos campos.

De acordo com as informações disponibilizadas pelo sítio da autarquia local, S. Miguel é uma freguesia com potencialidades económicas face ao desenvolvimento do comércio e da indústria, no entanto existem condicionantes que dificultam esse desenvolvimento, tais como a falta de recursos humanos qualificados/especializados, bem como a falta de investimentos na freguesia.

31,90% 50,70% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Índice de envelhecimento 1993 2003

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Actualmente a freguesia dispõe de três actividades económicas: a industrial, a comercial e a artesanal. Na industrial o destaque vai para a Delphi, grande empregadora, tendo chegado a ter cerca de três mil trabalhadores. Esta iniciou um processo de redução de pessoal tendo encerrado as suas portas no final de 2010, o que trará graves problemas de desemprego e de reestruturação social na zona abrangida pelo Agrupamento. Na comercial existem vários estabelecimentos, tais como: mercearias, talhos, tabernas, cafés, padarias, restaurantes, bem como grandes edifícios de comércio (Pingo Doce e Mini-preço), etc. Por fim, a nível artesanal existem pessoas que se dedicam às rendas, bordados, arraiolos, pintura e cerâmica. Muitas destas realizam estes trabalhos como um complemento à actividade principal e outras como um passatempo, no caso de pessoas reformadas.

A nível de equipamentos de saúde, S. Miguel possui um Centro de Saúde, duas Policlínicas privadas, uma farmácia, uma clínica Fisiatra e vários consultórios médicos. Possui ainda um movimento associativo significativo, designadamente o Centro Social e Paroquial de S. Miguel, o Núcleo Desportivo e Social (NDS), Associação Recreativa e de Apoio Social de S. Miguel da Guarda.

A nível de equipamentos de Apoio Social contém quatro Creches/ Jardins de Infância, quatro Escolas do Ensino Básico do 1º Ciclo e duas Escolas Básicas do 2º e 3º Ciclos, três Actividades de Tempos Livres (ATL), um Centro de Dia e um Lar de Idosos.

No campo da segurança, existe uma esquadra da Polícia de Segurança Pública com uma secção de Divisão de Trânsito.

Muito próximo da Estação dos Caminhos de Ferro estão situados os Correios, permitindo um acesso fácil ao mundo das comunicações e uma farmácia.

A nível de equipamentos de lazer, a freguesia possui três Pavilhões, um Campo de Jogos, um Salão de Festas/ Exposições e uma Biblioteca. A freguesia possui lugares de culto, tais como: uma Igreja Matriz, Igreja da Sequeira e três Capelas.

Por fim, como principais pólos de atracção turística, a freguesia de S. Miguel oferece residenciais, caminhos rurais pedonais, um património Histórico e Cultural: zonas antigas do Carapito e da Sequeira, Capela de S. Salvador e Igreja da Sequeira.4

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Esta informação foi retirada de: http://www.saomigueldaguarda.pt/ (18/11/2010)

http://www.admestrela.pt/observatorio/s_miguel_guarda.htm#Localização Geográfica (18/11/2010) http://www.admestrela.pt/observatorio/s_miguel_guarda.htm#Indicadores Económicos. (18/11/2010)

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1.3- Caracterização do Jardim de Infância de S. Miguel – Guarda Gare

O Jardim de Infância da Guarda Gare surgiu após a implementação da Rede Pública de Educação Pré Escolar em Portugal. Este Jardim de Infância começou a funcionar em duas salas de actividades na antiga Casa do Povo. Apesar das deficientes condições físicas das instalações, esta instituição era a única com carácter oficial a dar resposta às necessidades dos pais.

Actualmente, o Jardim de Infância de S. Miguel é um edifício construído de raiz pela Câmara Municipal da Guarda em 2001. Este projecto foi financiado pelo Ministério da Educação e co-financiado pala Comunidade Europeia. É um edifício amplo e com boas condições físicas.

O Jardim de Infância contém um hall, dando acesso a todo o edifício; quatro salas de actividades com boa luminosidade, sonorização e com casas de banho dentro das mesmas. Um salão polivalente, lugar onde funciona a Componente de Apoio à Família reunindo condições materiais e físicas para as mais diversificadas actividades lúdicas, motoras e pedagógicas. Uma cozinha e um refeitório, dois espaços que complementam as exigências da Componente de Apoio à Família; uma sala para educadoras com arrumos e casa de banho, destinada a reuniões e local onde estão documentos importantes da instituição. Uma cave com arrumos; duas salas de apoio e casa de banho e duas instalações sanitárias junto ao hall de entrada, sendo uma delas para crianças portadoras de deficiência (Presa, 2007/2008).

1.3.1-Análise de necessidades e recursos existentes

Todos os espaços destinados às crianças estão situados no mesmo piso. O Jardim de Infância possui ainda um espaço exterior com poucos espaços livres e pouco material, para o número de crianças existente. Este espaço apresenta simplesmente um escorrega e um baloiço. Assim, deveria conter mais equipamentos para as crianças brincarem, como por exemplo mais baloiços, um campo próprio para poderem praticar jogos que realizam dentro da instituição (corridas, jogos de apanhadas, “ macaquinho do chinês”,etc). Isto não acontece devido ao facto do piso no exterior ser de areia, o que dificulta a sua realização.

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O que pode ser observado como uma fraqueza, por um lado, mas, na perspectiva da animação, um desafio pedagógico no sentido de envolver as crianças na procura de soluções criativas, ancoradas nos princípios da sustentabilidade e transformação, reutilização de objectos e utensílios diversos.

A nível dos recursos humanos, o Jardim de Infância de S. Miguel possui quatro educadoras, estando cada uma delas numa sala com a respectiva auxiliar que ajuda no que for necessário. Um cozinheiro e duas ajudantes de cozinha; quatro assistentes técnicas (realizando o trabalho como animador) e quatro auxiliares de limpeza, que ambas ajudam na hora do almoço. Quanto às assistentes técnicas, importa referir que se tratam de pessoas com curso profissional e que desenvolvem actividades lúdicas, tais como jogos de roda (“anel”,”lencinho”, “gato e rato”); jogos de cooperação (“macaquinho do chinês”, “polícias e ladrões”); jogos de mesa (dominó, puzzles) e vários jogos com música. Realizam desfiles; concursos de dança e canto, teatro com fantoches, filmes; contam histórias, trabalham em plasticina e pintura de desenhos. Com estas actividades, pretendem estimular as crianças e proporcionar momentos diferentes a que estão habituadas a realizar nas salas com as educadoras.

A nível do número de crianças, actualmente, o Jardim de Infância é frequentado por 84 crianças, estando cada grupo de 21 em sua sala.

Cada sala contém espaços organizados de acordo com os interesses e necessidades das crianças e projectos a desenvolver. A sala é organizada por áreas, tendo em conta as diferentes áreas curriculares, sendo elas:

Área dos jogos - onde a criança constrói, desenvolve noções matemáticas e de raciocínio lógico, ampliando a imaginação e criatividade;

Área da informática - onde a criança contacta directamente com as novas tecnologias, como meio de expressão, realizando os seus desenhos e com os jogos desenvolvendo as suas capacidades de observação, raciocínio e resolução de problemas.

Área da leitura - onde a criança “lê” os livros, observa e “lê” imagens, ouve e conta histórias, memoriza canções, lengalengas, poesias, conversa e toma contacto com textos escritos;

Área de expressão plástica – onde a criança experimenta as mais variadas técnicas e materiais, desenvolvendo a criatividade e imaginação e aperfeiçoa a motricidade fina;

Área do faz-de-conta – “ casa das bonecas”, onde a criança dramatiza as mais variadas situações do quotidiano e situações que lhe são familiares.

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Todos estes espaços podem ser alterados e a maior parte das vezes servem para desenvolver outras actividades desde que seja necessário.

Em cada dia da semana as crianças têm um tempo específico de actividade, rotativo pelas quatro salas, ou seja, uma hora de música sob orientação de um professor; uma hora de história, em que a educadora lhes conta um história; uma hora para verem um filme, do qual as crianças fazem um desenho; uma hora para a ginástica, sob orientação de um professor e, por fim, uma hora de brinquedos, onde as crianças podem brincar com brinquedos que levam de casa.

Estas actividades são rotativas entre as salas, por exemplo se na sala 1 à segunda-feira é dia de filme, na sala 2 é dia de história e assim sucessivamente. No que diz respeito ao dia de filme, tem de ser assim uma vez que só existe uma televisão na sala de reuniões. Quando é necessária para a sua sala, a educadora vai buscá-la, utiliza-a e leva novamente para a sala de reuniões.

Quanto aos materiais, estes são variados em cada área e vão surgindo à medida que se desenvolvem os projectos. Ao longo do ano vão surgindo novos livros, novos jogos, novos materiais de expressão plástica, para as crianças poderem experimentar e variar as suas actividades lúdicas e as suas aprendizagens.

Assim, com decoração das salas, com as áreas e com os materiais existentes, as crianças brincam, aprendem e desenvolvem a mente e o corpo.

O horário da instituição compreende o intervalo das 8:15 até às 18:15. O horário das assistentes técnicas é alternado semanalmente e por turnos, permitindo assim uma melhor organização e um bom funcionamento.

1.4- Projecto educativo 2010/2011

Antes de abordarmos o projecto educativo do Jardim de S. Miguel, é oportuno lembrar, como enquadramento geral, que o primeiro Jardim de Infância foi fundado por Friedrich Froebel em Junho de 18405, constituindo um centro de jogos destinado a crianças com menos de 6 anos. Um ambiente onde as crianças estariam livres para aprender sobre si mesmas e sobre o mundo. Friedrich Froebel valorizava muito a música, assim a maioria das actividades eram realizadas com música, e acreditava que através da

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música era possível despertar sentimentos que por vezes através das palavras era difícil de expressar.

Através do Jardim de Infância, as crianças podem aprender a comunicar, jogar e interagir com os outros. Os educadores fornecem materiais e actividades para motivar as crianças aprender a língua e vocabulário de leitura.

De acordo com Sandra Lima, o Jardim de Infância caracteriza-se pela dinamização de actividades como: canto, jogos, pinturas, palestras, jardinagem, modelagem e ouvir histórias. Utiliza material pedagógico muito variado, tal como: sólidos geométricos, gravuras coloridas, trabalhos manuais (recorte, desenho, pintura, colagem, tecelagem, etc), utilizando princípios importantes para a criança como a sua auto-realização; realização plena das potencialidades do eu interior em trabalhar um ser livre, independente e disciplinado, propiciando o desenvolvimento máximo das crianças e a sua integração social. Estimula ainda os interesses infantis e vontade de realizar novos trabalhos através da realização de actividades que envolvem o movimento, os ritmos, a valorização de histórias, mitos, lendas e contos de fadas.6

A partir das matérias pedagógicas, o objectivo principal é fomentar nas crianças a capacidade de adquirem destreza e desenvolverem forças e aptidões. Através dos materiais e das actividades, cada criança deve ser acompanhada no seu desenvolvimento, ou seja, estar presente, cuidar e facultar as melhores condições de crescimento com valores como o amor, afecto e amizade. Tanto no seu seio familiar como na própria instituição. Devem-se variar os materiais e utilizar outros meios de comunicação, como por exemplo, a música. Esta é algo que pode despertar interesse e sentimentos.

Mas tudo isto tem que ter regras e limites, pois é necessário logo desde pequenino aprender a ter consciência do que é bom e mal. Muitas das vezes os pais pensam que é na instituição que se deve dar educação, pois isto é um grande erro.

Em casa dá-se a educação e na instituição transmite-se conhecimentos e novas aprendizagens. Quando isto não acontece é muito mais difícil educar e estabelecer regras. É importante cada criança passar por todos estes acontecimentos, pois só assim é que facilita a socialização, desenvolve vínculos de amizade e inteligência. Por conseguinte, a brincadeira é uma forma que a criança tem de viver o seu dia-a-dia, necessitando desse tempo para aprender a enfrentar desafios, suportar derrotas e vencer obstáculos.

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Esta informação foi retirada de: http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/froebel-e-o-primeiro-jardim-de-infancia-942992.html (19/11/2010)

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Assim, as actividades têm que ser variadas e ir ao encontro de todos os factores importantes para uma boa aprendizagem, pois assim todas as crianças gostam do que fazem. Por outro lado, se forem actividades iguais ou repetidas diariamente, as crianças podem tomar uma atitude agressiva, irritante, ansiosa, o que podem provocar uma dificuldade no relacionamento interpessoal.

Assim, o Jardim de Infância é um lugar em que as crianças podem passar o seu dia-a-dia, aprendendo e interagindo uns com os outros, pois são crianças diferentes, de espaços diferentes que se encontram naquele único lugar.

São estes os aspectos que mais me interessam observar, pois é neste contexto preciso que a minha actividade de animadora se insere.

Efectivamente, o Jardim de S. Miguel tem um projecto pedagógico próprio, integrado num programa educativo global do Agrupamento de Escolas de S.Miguel, e as suas linhas gerais orientadoras são as seguintes:

 Desenvolvimento pessoal e social

- Atribuir valor a comportamentos e atitudes próprios e dos outros, conhecendo, reconhecendo e diferenciando modos de interagir;

- Compreender e aceitar regras de convivência elaboradas e negociadas entre todos no sentido de desenvolver uma participação democrática na sociedade;

- Participar em actividades/tarefas/ projectos colectivos, contribuindo deste modo para o bem-estar e para o desenvolvimento das aprendizagens feitas por si e pelos outros; - Reconhecer características individuais, capacidade e limitações próprias e dos outros, respeitando a diferença;

- Valorizar a justiça, a responsabilização, a cooperação, a tolerância, a compreensão do outro e o respeito mútuo;

- Usar o espírito crítico como forma de participação cívica.

 Área da expressão e comunicação

- Saber movimentar-se e superar obstáculos segundo o seu próprio ritmo;

- Saber usar os diferentes materiais e instrumentos da expressão plástica o que implica o controlo da motricidade fina;

- Saber comunicar e exprimir-se de diferentes formas usando a mímica e os diferentes suportes da Expressão Dramática;

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- Dominar a linguagem oral enquanto receptor e emissor; - Saber distinguir e familiarizar-se com o código escrito;

- Dominar noções matemáticas a partir das vivencias do dia-a-dia.

 Conhecimento do mundo

- Reconhecer realidades que não se limitam ao mundo próximo; - Demonstrar curiosidade e desejo de saber;

- Reconhecer e classificar alguns aspectos do ambiente natural e social.

 Tecnologias da Informação e Comunicação

- Reconhecer as funcionalidades básicas de algumas ferramentas digitais; - Reconhecer cuidados com materiais e instrumentos.”7

A partir de todas estas linhas orientadoras, o Jardim de Infância de S. Miguel pretende que cada criança aprenda a comunicar cada vez com mais clareza e precisão; desenvolva o gosto pela curiosidade e o desejo de aprender; experimente de uma forma progressiva novas situações; que se torne cada vez mais autónomo; que apreenda o gosto para ser cada vez mais sociável e interiorize o esquema corporal.

1.5- Oportunidades de intervenção

Durante o tempo de estágio, pude observar um pouco a organização e estruturação sobre o funcionamento do Jardim de Infância. No processo de qualquer intervenção em ASC, neste caso vocacionada para o âmbito socioeducativo, interessa desenvolver um diagnóstico (input) que nos permita, designadamente, detectar necessidades, estabelecer prioridades, fundamentar o projecto, delimitar oportunidades de intervenção e prever recursos. Só assim poderemos desenvolver uma planificação, com objectivos, metodologias, calendarização e recursos, e uma aplicação com o desenvolvimento das actividades e uma avaliação (output) processual e final com coerência em relação ao contexto (Serrano, 2008:26).

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Esta informação foi retirada de: http://joomla.aesmiguel.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=181&Itemid=63 (19/11/2010)

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Assim, tendo em conta essa exigência de observação do contexto institucional, apliquei a metodologia de análise SWOT, através de uma avaliação de indicadores quantitativos e qualitativos, mediante o recurso à observação directa, da qual sintetizo os seguintes aspectos:

Fazendo uma interpretação geral, penso que mesmo com as fraquezas existentes, o Jardim de Infância possui óptimas condições para um bom desenvolvimento das crianças e para a sua afirmação pedagógica junto das famílias e comunidade.

Pontos fortes Pontos fracos

 Corpo docente estável e experiente;

 Grande diversidade de actividades, quer pelas educadoras quer pelas assistentes técnicas;

 Espaços existentes apresentam grande variedade de materiais;

 Bom relacionamento e acolhimento instituição – crianças.

 Inexistência de um pavilhão polidesportivo para as crianças poderem brincar com mais espaço e conforto;

 Reduzida divulgação na internet;

 Situa-se num local um pouco isolado, não tendo muita visibilidade.

Ameaças Oportunidades

 Jardim com pouca visibilidade externa e pouco impacto nos futuros públicos-alvo;

 Existência de jardins “concorrentes” com projectos pedagógicos mais consistentes.

 Aumento da população e de casais jovens com crianças em idade pré-escolar.

 Sensibilização e exigência social e familiar para contextos educativos de excelência.

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Capítulo II – Enquadramento teórico

2.1-Conceito e desafios actuais da ASC

O conceito de Animação Sociocultural apareceu nos anos 1960 na Europa. Deve-se à influência de experiências anteriores de educação popular e ao clima de democracia. Teve como base a participação e integração de ideias solidárias com o objectivo de melhorar as condições de vida das povoações, zonas residenciais e meios marginalizados. Teve como resultado, o conjunto de factores que mais induziram organismos europeus, tais como o Conselho da Europa, realizando programas de Animação Sociocultural. Devido à sociedade ser desigual e injusta, esta pode e deve ser mudada, pois pode realizar processos participativos de educação, cultura e compromisso político.

A origem da Animação surge assim motivada pela necessidade histórica e social da vivência, uma prática para o desenvolvimento de autonomia e auto-realização das pessoas; privilegiar a comunicação interpessoal; promover a criatividade e expressividade humanas; favorecer e partilhar saberes e valorizar as práticas e as experiências, expressas nas dimensões da educação formal e não formal.

A Animação Sociocultural não tem uma definição concreta, pois existem muitas definições possíveis. No entanto pode-se pronunciar como acto ou efeito de animar, dar vida, dar alma ou ânimo. Sinónimo de alegria, divertimento, movimentação, ausência de constrangimento, entusiasmo. Em termos operacionais, a Animação Sociocultural é o conjunto de práticas desenvolvidas a partir do conhecimento de uma determinada realidade, que visa estimular os indivíduos, para a sua participação com vista a tornarem-se agentes do tornarem-seu próprio detornarem-senvolvimento e das comunidades em que tornarem-se intornarem-serem. É assim um instrumento decisivo para um desenvolvimento multidisciplinar integrado (social, económico, cultural, educacional, etc.) dos indivíduos e dos grupos.

Em 1966, o sociólogo J. P. Imhof designa Animação “toda a acção sobre um grupo, uma comunidade com o objectivo de desenvolver uma comunicação e estruturar uma vida social, recorrendo a métodos de integração e de participação” (cit. por Bernard, 1999:18). Por conseguinte, a Animação Sociocultural é uma actividade social complexa que se pode estudar a partir de diversas perspectivas e disciplinas, quer no campo social,

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cultural, socioeducativo e de desenvolvimento comunitário. Na prática, como explica Trilla, a ASC serve-se de elementos, metodologias, tradições e modelos de várias áreas (sociologia, pedagogia, psicologia, etc) e abrange um campo muito grande no que diz respeito a conteúdos e metodologias, dificultando a investigação no que se refere a programas orientados para o aperfeiçoamento e criação do conhecimento. A investigação apresenta-se como forma de ensinar a ver, a captar a realidade subjacente, a partir de uma visão dinâmica da realidade (Trilha, 1997:104).

M. Simonot definiu o termo Animação como ”um sector de vida social em que os participantes têm o objectivo de transformar as atitudes e relações inter individuais e colectivas, por meio de uma acção directa sobre os indivíduos” (Simonot, 1974:21).

O desenvolvimento crescente da Animação Sociocultural aconteceu devido à rapidez das trocas que se verifica no aparecimento das novas mentalidades e manifestações culturais; desenvolvimento tecnológico e informático, ou seja, os avanços da ciência são constantes, por isso aparecem novos valores; incremento do tempo livre, sendo este uma actividade que reflecte os nossos próprios interesses e atitudes sem limites; necessidade de educação permanente, sendo esta a capacidade que o homem tem de prolongar os seus conhecimentos, ao longo da sua vida, importância da educação compensatória com o objectivo de tentar eliminar o fracasso das pessoas com certas limitações.

A Animação Sociocultural caracteriza-se pela existência de um conjunto de práticas, actividades e relações que expressam os interesses (artísticos, intelectuais, sociais, práticos e físicos) dos indivíduos nos seus tempos livres. São práticas voluntárias abertas a todos os indivíduos nas quais não existe avaliação e exercem-se geralmente em grupo, instituições e associações com ajuda de um animador.

A Animação Sociocultural possui funções sociais e funções culturais. Quanto às funções sociais, podemos distinguir (Bernard, 1991: 39):

Função de adaptação e integração, assegurando a socialização, ou seja, tornar

possível que o indivíduo faça parte de um grupo e com ele estabelecer relações.

Função de recriação, ligada ao tempo livre a à sua organização, criando actividades

nos diferentes âmbitos (social, cultural, desportivo).

Função educativa, permitindo complementar a formação adquirida na escola, através

das actividades, em que o indivíduo consegue adquirir novos conhecimentos fora do círculo escolar.

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Função correctora, reparando certas carências do tipo educativo, cultural na medida

que ajuda a proporcionar um certo equilíbrio e prevenir certos conflitos e comportamentos desviantes.

Função crítica, permitindo o espírito crítico entre os indivíduos e grupos, ou seja, a

participação activa no grupo ou sociedade.

Quanto às funções culturais, estas servem para difundir os valores que serviram para a integração dos indivíduos no grupo. Cada grupo tem determinados valores, sendo assim para um indivíduo pertencer a esse grupo tem que interiorizar esses mesmos valores. O objectivo principal seria promover nos membros uma atitude de participação activa no processo do seu próprio desenvolvimento social e cultural, pretendendo promover uma participação activa dos indivíduos e estimulando nos indivíduos uma mente aberta.

Assim, todas estas funções da Animação Sociocultural trabalham para adaptação dos indivíduos face ao contexto criado pelas rápidas trocas sociais do mundo contemporâneo. Desde 1996 até aos dias de hoje, a Animação Sociocultural caracteriza-se como a fase da globalização, que leva o ser humano a intervir nos desafios que lhe são propostos, tornando-o protagonista e promotor da sua própria autonomia. Não se pode dizer que a Animação Sociocultural é a “ cura” para tudo, mas sim que através dos diferentes âmbitos e com a realização de programas que respondam a diagnósticos previamente elaborados e participados, que a Animação Sociocultural constitui um método para levar as pessoas a autodesenvolverem-se e consequentemente reforçarem os laços grupais e comunitários.

Através da Animação Sociocultural pretende-se que o ser humano exprima a sua opinião, a sua vontade e que tenha respeito pelas diferenças e semelhanças. Ter a capacidade de ser livre e poder partilhar saberes, vivências, interagir e estabelecer relações interpessoais sem medo e sem preconceitos.

Actualmente, de acordo com Marcelino S. Lopes (2007) a Animação Sociocultural encontra-se em diferentes contextos do mundo, num estado de evolução. Ela pretende responder aos inúmeros desafios da desertificação rural, grande densidade urbana, centros de marginalidade, grupos com necessidades educativas especiais, animação do tempo livre e do tempo de ócio de todos (crianças, adultos e terceira idade). É necessário acreditar numa Animação Sociocultural como metodologia, ou seja, a partir de diagnósticos e técnicas, capaz de mobilizar pessoas para encontrar respostas face aos

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22

problemas colectivos, através da articulação dos espaços educativos formais, não formais e informais,8 como prescreve o mesmo autor.

“ Animação Sociocultural é um processo que visa a consciencialização

participante e criadora das populações. É um método de intervenção, destinado a estimular as pessoas e os grupos no sentido do auto desenvolvimento e da mobilização das faculdades que permitam resoluções criativas para alguns dos seus problemas colectivos. É a aquisição de capacidade necessária para que as comunidades sejam, elas próprias, agentes de mudança e de criatividade cultural.” (Lopes, 2008:144)

A Animação Sociocultural actua de duas formas.

Como metodologia de acção - intervenção para o desenvolvimento global de um território, promovendo uma consciência social e crítica, facilitando a gestão do conflito social, promovendo valores de solidariedade, de tolerância e de respeito a partir da participação, trabalhando para suscitar uma consciência solidária e obter uma cultura viva, comunitária e aberta.

Como estratégia de acção cultural, a Animação Sociocultural está orientada para a criação de oferta de produtos e serviços culturais. Mas esta oferta só terá resultado se conseguir motivar e mobilizar uma população determinada a partir dos seus interesses, causas, valores, necessidades e recursos para incorporá-la como agente activo ao projecto do seu próprio desenvolvimento. Só a partir daí é que se poderão abordar as restantes acções culturais (melhoria e conservação do património). A Animação Sociocultural antes de qualquer acontecimento contacta primeiro com a população, identificando os seus interesses, fazendo um levantamento dos seus recursos. No entanto, nenhuma estratégia é bem conseguida se inicialmente a população destinatária não se incorporar nela, ou seja, tanto a população com os agentes têm que ter o mesmo pensamento e consciência da mudança, com o objectivo fulcral de melhorar a sua qualidade de vida.

Esta estratégia tem como agentes os animadores que trabalham para agentes activos participantes no mesmo processo cultural, com a função integradora expressiva e participativa (Peres, 2007:208).

8

A animação sociocultural em Portugal. Consultado em 25/11/2010, em http://www.lazer.eefd.ufrj.br/animadorsociocultural/docs/anteriores.html?ed=1

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2.2- Animação Sociocultural na Educação para a Infância

A Animação Sociocultural situa-se na infância dentro do contexto das relações entre educação e tempos livres. Quando se fala de Animação Sociocultural na Infância, delimita-se um âmbito da Animação Sociocultural dirigido a um público específico, ou seja, identifica-se um critério de idade.

Na Animação de Infância procede-se da mesma forma que na Animação Sociocultural, no entanto nos programas de intervenção, nas actividades e metodologias existem processos específicos e diferenciais, derivado às características e necessidades dos grupos destinatários.

O desenvolvimento da Animação Infantil corresponde a uma necessidade básica que ganhou expressão como forma de Animação Socioeducativa. O objectivo principal é complementar às funções fornecidas na escola, através da educação não formal, ou seja, educar no ócio.

A acção da Animação na Infância pode-se traduzir através de programas lúdicos e formativos que se realizaram em colónias de férias, passeios, onde as crianças puderam visitar e conhecer novos lugares e regiões diferentes das do seu local de residência. Entende-se por programas de Animação Sociocultural na infância como um conjunto de actividades de carácter lúdico, as quais podem desenvolver-se independentemente ou com a educação formal. As actividades realizadas resultam da partilha e da interacção das crianças entre si e entre os monitores. Estas actividades estão ligadas à expressão dramática, ao jogo, à expressão musical e à expressão plástica (Lopes, 2008:315).

Segundo Marcelino S. Lopes, qualquer acção exercida através da Animação Infantil deve obedecer a alguns princípios importantes, tais como: a criatividade (a partir do envolvimento em áreas expressivas, a improvisação e a espontaneidade); a componente

lúdica (existir prazer e alegria em participar, num clima de confiança, em actividades

portadoras de satisfação e proporcionando um bom convívio); a actividade (geradora de uma dinâmica); a socialização (a partir da convivência com os outros); a liberdade (sentimento de autonomia fruto de acções sem constrangimento nem repressões) e por fim a participação (todos são actores, protagonistas de papeis principais e não de papeis secundários).

Assim, Animação Infantil possibilita que a criança possa brincar e que o faça em condições que permitam o seu desenvolvimento individual e em grupo.

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2.3 – O papel do animador sociocultural no contexto da animação infantil

No nosso país, os animadores mais antigos apareceram até aos finais dos anos 60 em movimentos ligados à cultura popular. Apresentavam um marcado carácter militante e exerciam a sua tarefa de forma gratuita ou quase gratuita. Anos mais tarde, a partir da mudança democrática, algumas entidades administrativas autónomas começaram a contratar animadores (Trilha, 1997:123).

Um animador sociocultural é aquele que ao possuir formação adequada, é capaz de elaborar ou executar um plano de intervenção numa comunidade, grupo, instituição, utilizando várias técnicas culturais, sociais e educativas, desportivas, lúdicas e recreativas. Um animador intervém na animação, ou seja, dá ânimo a um grupo, participando na sua vida. Deve ajudar os grupos, as colectividades e os indivíduos que as compõem a progrediram no relacionamento social e domínio cultural.

Qualquer animador para ter êxito, ser respeitado e conseguir alcançar os seus objectivos, deve apresentar as seguintes características: ser lúcido, tendo um bom conhecimento de si próprio; ser adulto com estabilidade social e afectiva, ou seja, deverá já ter resolvido todos os seus problemas pessoais para ser capaz de acolher os problemas dos outros. Deve ser objectivo, tendo uma visão realista dos conhecimentos e das pessoas; ter a capacidade de aceitar - se a si e aos outros e de viver em colectividade. Ter facilidade de adaptação e ter grande capacidade de criatividade, ou seja, ter imaginação e iniciativa para realizar projectos e planos de acção.

Um animador apresenta-se como um incentivador, catalisando as acções e relações das pessoas, através da Animação de grupos e como promotor tentando promover a organização do grupo de modo a que este seja autónomo e possa funcionar sem que o animador tenha de estar presente. É um agente social, uma vez que a sua acção está direccionada para grupos, tentando-o envolver numa acção e não indivíduos isolados e apresenta-se como um comunicador, capaz de estabelecer uma comunicação positiva entre pessoas, grupos e comunidades. Promove e orienta grupos de acção e de reflexão para que estes sigam um caminho seguro e com frutos, realizando, suscitando actividades e propondo iniciativas que possam transformar a situação social e cultural. Ao elaborar actividades e planos globais, permite formar pessoas, dando conteúdos, modificando

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atitudes, assegurando um relacionamento dinâmico entre as pessoas e os grupos e as actuações comunitárias e controla e avalia resultados (Trilha, 1997:125).

Compete ao animador desempenhar o papel central no método da Animação. É ele quem assume a responsabilidade de promover a vida do grupo através de instrumentos que dinamizam as pessoas envolvidas. O animador cria condições para que a comunidade reconheça os problemas, necessidades e aspirações e, junto da população, identifica o seu capital de recursos (materiais e humanos), define metodologias para a resolução de problemas e estabelece prioridades.

No entanto, para que as funções do animador se cumpram é necessário que as aspirações dos grupos sejam interpretadas, uma vez que também dos grupos dependem as acções dos animadores. Tem que existir uma relação inter - pessoal entre o animador e o participante. O animador deve enquadrar as actividades em função das necessidades e aspirações do grupo, tentando enriquecê-las e desenvolver a autonomia dos grupos.

Para realizar com sucesso as suas funções, o animador tem que ter em atenção três áreas importantes: o ser (constituído pela sua própria identidade), o saber (conhecimentos que deve possuir para poder desempenhar as várias tarefas) e o saber –

fazer (actuar perante os conhecimentos que já possui anteriormente).

Para que uma pessoa seja um animador tem que conter qualidades pessoais e humanas, ou seja, ser disponível, solidário, honesto, sensível, voluntário, compreensivo, alguém confiante no desenvolvimento e evolução da sociedade. Qualidade que vou procurar seguir durante o meu percurso, primeiro como estagiária, mais tarde como profissional.

O trabalho do animador está direccionado para a intervenção, ou seja promove parcerias no sentido de intervir no processo de desenvolvimento do indivíduo, grupo ou comunidade. Antes de qualquer intervenção, o animador tem que ter em conta a pessoa que vai animar, observando a sua idade, situação existencial e ouvir experiências e interesses, e só assim é que se vai concentrar no que fazer e como fazer.

No contexto infantil, o animador deve ter uma formação voltada para o âmbito socioeducativo, em que utiliza meios voltados para o estímulo da criatividade. O papel de um animador é semelhante ao papel de um educador, uma vez que educar é animar e, por sua vez, animar é educar. Assim, um animador é um educador social que trabalha nos campos: social, cultural e educativo (Quintana, 1993:118).

Para realizar um bom trabalho neste campo, um animador infantil tem que ter interesse pela infância, ou seja, ter sentimentos pelas crianças. Estas são crianças inocentes, espontâneas e desconhecem o mal e a hipocrisia. Um animador nesta área tem que

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possuir uma grande capacidade de comunicação, indo ao encontro dos interesses das crianças.

Para Carla Canto, os seus principais objectivos devem-se direccionar para o desenvolvimento integral da personalidade, da capacidade expressiva e da vivência colectiva, ou seja, favorecer a comunicação individual ou colectiva, agir de forma a colocar o grupo em movimento, ajudar a criança a conhecer-se e a conhecer os outros, respeitando as regras e tomando consciência do meio em que está inserida. Assim qualquer actividade realizada no âmbito infantil tem de se ter sempre em conta a criatividade, participação, espontaneidade e satisfação da criança.9

Para que isto aconteça, é imprescindível que um animador possua capacidade organizativa, espírito de solidariedade, compreensão, liderança e tolerância.

Capítulo III – Estágio curricular

3.1 – Descrição de projecto de estágio

Durante o período de estágio foram muitas as actividades realizadas com as crianças. No entanto, nos primeiros quinze dias, simplesmente limitei-me a observar as crianças e os recursos humanos existentes. Como estratégia inicial, de acordo com o enquadramento teórico apresentado, comecei por observar a forma como tudo funcionava, facilitando assim uma aproximação entre mim e as crianças.

Todo o meu estágio foi seguido e acompanhado por duas assistentes técnicas que me auxiliaram em tudo o que precisasse, visualizando sempre se os jogos que pretendia realizar, estavam de acordo ou não com a idade das crianças.

Todos os dias planeava dois jogos para realizar durante 45 a 50 minutos. Para tal utilizei vários objectos, uns já existentes no Jardim de Infância (cordas, mantas, almofadas, bolas, triciclos) e outros que levei (jornais, pratos de plástico, desenhos para colorir, etc).

9

Esta informação foi retirada de:

http://www.google.pt/#hl=ptPT&source=hp&biw=1276&bih=522&q=o+papel+do+animar+sociocultural+no+contexto+da+anima%C 3%A7%C3%A3o+infantil&btnG=Pesquisa+do+Google&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=676f5a69196830d7-. (29/11/2010)

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A minha expectativa era grande, pois tinha bastante vontade em trabalhar com crianças, “ entrar no seu mundo” e observar as suas atitudes, movimentos, expressões, linguagem, enfim tudo o que as rodeia.

Para a realização das actividades, procurei sempre fundamentar as opções em termos teóricos, através de pesquisa em vários livros da área e em vários sites na internet - conforme respectivo enquadramento.

3.2 – Objectivos e estratégias

Os objectivos gerais pretendidos com este estágio são:

- Colocar em prática tudo o que aprendi na teoria, ganhando experiência e alcançando novos conhecimentos.

- Desenvolver competências de animação no contacto com as assistentes técnicas na instituição, para o seu bom funcionamento.

Em termos de objectivos específicos, pretendo:

- Desenvolver a capacidade de liderança, sem autoritarismo, junto das crianças. - Desenvolver competências para planear e participar de forma activa nas actividades. -Desenvolver competências para coordenar jogos e actividades e aprofundar competências para resolver problemas ou conflitos.

Quanto às estratégias, estas baseiam-se nas orientações teóricas sobre as características apresentadas para um bom animador, principalmente através da participação activa, catalisadora de ambientes positivos e estimulantes, desempenhando todas as funções com responsabilidade e espírito de abertura a todas as crianças de acordo com as suas aspirações e interesses.

3.3- Cronogramas

Para uma melhor organização deste relatório, realizei quatro cronogramas correspondentes a cada mês de estágio (Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro).

Estão distribuídos por dias e por horas, ou seja, em cada hora do dia está a descrição do que se realiza na instituição. Para uma melhor compreensão, cada hora possui uma determinada cor com a respectiva explicação (ver apêndice 1).

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3.4- Descrição das actividades

As crianças do Jardim de Infância de S. Miguel têm idades compreendidas entre os 3 aos 6 anos. Nesta fase, a criança passa por transformações importantes a nível de desenvolvimento físico, cognitivo, linguagem, psicológico, expressão emocional e aptidões sociais.

Ao nível físico: com o corpo a crescer, os braços e pernas fortalecem-se, o que permite realizar actividades motoras gerais (correr, saltar, rolar). À medida que os dedos se alongam, a criança adquire mais destreza manual para desenhar e pintar.

Ao nível cognitivo: à medida que o cérebro se desenvolve em tamanho e capacidades de raciocínio, a criança consegue raciocinar de forma mais concreta e procura soluções para as suas tarefas e consegue recordar as coisas durante mais tempo.

Ao nível da linguagem: à medida que as aptidões cognitivas evoluem, a criança começa a pensar simbolicamente através da utilização da linguagem.

Ao nível psicológico: à medida que a criança se desenvolve em termos físicos e cognitivos, vai tomando consciência da sua própria identidade. Reconhece as várias partes do corpo, exibe os brinquedos e prenuncia o seu nome muitas vezes. À medida que a criança se conhece melhor, vai ganhando confiança nas suas capacidades para experimentar situações novas.

Quanto à expressão emocional: a partir dos 3 anos, a criança já passou a fase do choro e já consegue exprimir sentimentos, desejos, vontades e necessidades. Torna-se mais apta para gerir sentimentos através da verbalização, expressão artística e da representação dramática.

Por fim, as aptidões sociais, estas reforçam-se quando a criança convive com mais pessoas tanto em casa como na comunidade. Este convívio é fundamental para todo o desenvolvimento da criança, por isso é importante que passe muito tempo com outras crianças da mesma idade (Warner, 2006: 9).

As actividades realizadas tiveram como ponto principal o jogo e a brincadeira. Através da brincadeira, a criança estimula a sua sensibilidade visual e auditiva, habilidades motoras, exercita a sua imaginação, a sua criatividade e permite a socialização entre as crianças.

Através dos jogos e brincadeiras, o animador encontra apoio para superar as suas dificuldades. O jogo e a brincadeira, pela variedade de estímulos e encantamento que

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proporcionam, devem fazer parte do quotidiano. A criança precisa de brincar, inventar e criar para crescer e manter o seu equilíbrio no mundo.

Os brinquedos e os jogos são como suportes para que a criança atinja níveis cada vez mais complexos de desenvolvimento sódio - emocional e cognitivo.

Para Sabrina Costa, a brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimento sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é a forma que a criança possui de exercitar a sua imaginação. A brincadeira expressa a forma como a criança reflecte, organiza, desorganiza, constrói, destrói e reconstrói o seu mundo. Brincar é um direito que cada criança possui, pois é fundamental para o seu desenvolvimento psicomotor, afectivo e cognitivo, sendo uma ferramenta para a construção do seu carácter. A infância é a idade das brincadeiras. O lúdico na infância é uma das formas mais eficazes de envolver a criança nas actividades, pois a brincadeira é algo importante na criança, é a sua forma de trabalhar, reflectir e descobrir o mundo que o cerca. A partir do lúdico, a criança aprende com prazer, alegria e entretimento.10

As actividades realizadas foram com vários jogos. O jogo é uma actividade livre, voluntária, realizada dentro de um determinado tempo e espaço, com regras e acompanhada de alegria e divertimento. Para as implementar e enquadrar as minhas opções metodológicas e objectivos tive em conta as sugestões dos vários autores da área (Alberto, s/d; Pinto, 2003; Ramirez, 2007; Tello, 1998; Theulet-Luzié, 2006;Warner, 2006).

De todas as actividades realizadas, destaco as que considero mais representativas do entusiasmo e interesse das crianças. Todos os seguintes jogos foram realizados no salão polivalente. A nível de actividades lúdicas as crianças realizaram vários jogos bastante divertidos e engraçados. No âmbito da expressão plástica as crianças realizaram alguns trabalhos de pintura, utilizando diferentes técnicas.

3.4.1- Jogo dos esquilos

Este jogo pretende desenvolver a cooperação entre as crianças, a capacidade de audição e cumprirem as regras do jogo. Neste jogo, algumas crianças em pares de mãos dadas formavam uma “casa” e as restantes eram os “ esquilos”. As “ casas” permaneciam

10

Esta informação foi retirada de: http://www.scribd.com/doc/17449187/51A-Importancia-dos-Jogos-e-Brincadeiras-para-o-Desenvolvimento-MotorCognitivo-e-SocioAfetivo-na-Educacao-Infantil (04/01/2011)

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estáveis, enquanto os “ esquilos” passeavam livremente por entre elas. O número de “casas” era inferior ao número de “esquilos”.

Os esquilos tinham que estar atentos, pois quando a música parasse, cada esquilo tinha que entrar numa das casas. Quem não entrasse nas casas perdia o jogo e era eliminado.

Figura 2 – As crianças de mãos dadas Fonte: Própria

3.4.2- Jogo das mãos no quadrado

Este jogo pretende desenvolver a cooperação, agilidade, apurar o sentido de audição e de orientação. Para este jogo foram necessárias cordas, rádio e cd de música.

Com as cordas fez-se um quadrado no chão. As crianças tinham que dançar à volta do quadrado sem o pisar nem entrar para dentro dele. Quando a música parasse, todas tinham que colocar as mãos no quadrado. Neste jogo, inicialmente, houve bastante confusão, pois em vez de colocarem as mãos, colocavam os pés. Depois de alguns minutos e de explicar bem as regras, conseguiram realizar o jogo com sucesso. Neste jogo a última criança a entrar perdia e saía do jogo e assim sucessivamente, até ficar apenas uma que seria a vencedora.

Figura 3 - As crianças com as mãos dentro do quadrado Fonte: Própria

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31 3.4.3-Jogo dos arcos

Este jogo pretende desenvolver a cooperação e a agilidade e foi realizado com música infantil. Espalharam - se vários arcos pelo chão. Estes em menor número que as crianças. Estas por sua vez, tinham que dançar ao som da música. Quando esta parasse tinham que entrar e sentar-se dentro dos arcos. A criança que ficasse de fora perdia e tinha que sair do jogo. Ganhava a criança que conseguisse ficar para o final do jogo.

Neste tipo de jogos, observei que as crianças quando perdiam ficavam chateadas e revoltadas. Muitas delas não queriam sair e até choravam. Perante esta situação era necessário explicar que o jogo tinha regras e que tinham que respeitar.

Figura 4 – As crianças sentadas dentro dos arcos Fonte: Própria

3.4.4- Jogo da música em movimento

Este jogo pretende desenvolver a agilidade e capacidades motoras, assim como a interacção social. Este jogo foi realizado ao som da música. Pretende-se com este jogo que as crianças desenvolvessem gestos e movimentos de acordo com a música que estavam a ouvir, ou seja, música lenta – movimentos lentos, música rápida – movimentos rápidos. Para isso fez-se um comboio, em que o maquinista realizava um movimento e todos tinham de imitar. Depois este ia para o fim do comboio e era outra o maquinista e assim sucessivamente.

Observei que todas as crianças adoravam música. Realizar jogos com música era tudo para elas. A música é um meio de descontracção e de libertação.

É um elemento fundamental para o seu desenvolvimento e para estimular os sentidos. A música sempre acompanhou o homem no seu dia-a-dia nos momentos da vida ou para exprimir estados de espírito, emoções e sentimentos. É também uma componente

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importante do património da humanidade. A música para a Animação Sociocultural assume um papel imprescindível, caracterizada pela sua vertente animadora e lúdica, assumindo um carácter sociocultural muito acentuado. Pois a partir da música desenvolvem-se laços de identidade e pertença, potencia a solidariedade e a socialização; preserva tradições; promove a aprendizagem musical; fomenta o despertar de vocações que levam a uma orientação profissional e gera bem-estar e convívio (Pereira, 2008:354).

Perante estes pressupostos é fundamental que a criança brinque e socialize através da música.

Figura 5 – As crianças a dançar Fonte: Própria

3.4.5- Jogo dos quadradinhos de diferentes cores

Este jogo pretende apurar o sentido de audição e de orientação, desenvolver a cooperação e agilidade e cumprirem regras. Como material utilizaram os triciclos e os quadradinhos de várias cores. Fizeram-se quatro equipas, ficando cada uma com uma cor. Formando um quadrado, cada equipa está num ponto e os quadradinhos de papel no centro, dentro de uma corda. Ao sinal do apito, cada elemento de cada equipa tinha que ir no triciclo, apanhar um quadradinho da sua cor e voltar para o seu lugar. Ao chegar, saía do triciclo e ia outro, isto até terem apanhado todos os quadradinhos de papel da sua cor. Ganhava a equipa que conseguisse apanhar mais depressa os quadradinhos da sua cor.

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Figura 6 – As crianças com os triciclos Fonte: Própria

3.4.6- Pintura de um desenho alusivo ao Outono

Foram distribuídos diversos desenhos às crianças alusivos ao Outono. Esta actividade pretende incentivar a criatividade, transmitir o conhecimento das cores, dos materiais e das técnicas de desenho e desenvolver a motricidade fina. Nesta actividade as crianças pintaram desenhos com lápis e canetas de cor.

Observou-se que muitas das crianças tiveram a preocupação de pintar sem sair da linha do desenho.

Figura 7 – Pintura de um desenho alusivo ao Outono Fonte: Própria

3.4.7- Pintura de um desenho em suporte de serapilheira

Esta actividade pretendia que as crianças explorassem a sua criatividade, desenvolvessem o gosto pela expressão plástica e tomassem conhecimento das cores, dos materiais e das técnicas de desenho.

É necessário também nestas idades perceberem que há materiais bastante atractivos, diversificados e interessantes de trabalhar.

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Para a realização desta actividade necessitaram de giz de várias cores, serapilheira e de leite. Cada criança tinha à sua frente um quadrado de serapilheira, onde desenharam e pintaram. Para isso, pegavam no giz e mergulhavam no leite. É uma técnica estimulante, da qual todos gostaram de realizar. Notou-se que muitas das crianças fizeram alguns desenhos e depois pintaram, outras limitaram-se a pintar todo o quadrado da serapilheira.

Figura 8 – Pintura com giz em suporte de serapilheira Fonte: Própria

3.5 – Auto-avaliação do processo de intervenção

Ao longo do estágio, as metodologias utilizadas foram sobretudo a participação activa e a confiança. Primeiro limitei-me a observar as crianças, registando as suas atitudes e interesses, visto ser uma pessoa estranha para eles. No início havia muitas barreiras, pois uns tinham vergonha, outros estavam mais inibidos. Com a realização das actividades, através dos jogos, tentei sempre participar e interagir com as crianças, ajudando-as no que era necessário. Passado algum tempo, depois de me conhecerem melhor e havendo mais interacção e confiança, tudo foi mais fácil, pois realizavam tudo o que era pedido.

Considero o processo de intervenção positivo ao longo de todo o estágio, uma vez que adaptei-me facilmente às regras e normas da instituição, bem como às dos recursos humanos.

As actividades propostas foram ao encontro do plano das actividades já estabelecidas pelas assistentes técnicas. Sempre pude realizar todas a actividades sem qualquer tipo de medo ou insegurança. Pelo contrário, senti-me bastante à vontade e sempre confiante no trabalho que estava a desenvolver. A nível das crianças estabeleci uma boa interacção com elas e mostraram-se sempre bem-dispostas e interessadas nos jogos que realizar.

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Reflexão final

Passados os três meses de estágio é altura de reflectir sobre todo o processo.

O início do estágio foi um pouco complicado, uma vez que era algo de novo a acontecer na minha vida. Depois de ter sido recebida pela directora fiquei curiosa e bastante interessada e projectei que tudo ia correr pelo melhor.

Inicialmente foi um período de observação e de conhecimento face ao local de estágio. Durante os três meses de trabalho, no Jardim de Infância observei que, nos primeiros dias, as crianças demonstravam dificuldades em se separar dos pais, pois tinham estado muito tempo com eles. Com o passar do tempo as crianças foram-se adaptando e afeiçoando aos recursos humanos e às regras da instituição.

No início houve crianças que imediatamente gostaram de mim e me respeitaram, outras, por seu lado, mostravam-se mais inseguras e com vergonha. Com o passar do tempo, já não havia barreiras, nem vergonha, pois já se interessavam e gostavam dos vários jogos que lhes propunha.

No que diz respeito às actividades que realizei, penso que, no geral, todas elas foram concretizadas com sucesso. A única dificuldade, no início do estágio, foi em realizar actividades com as crianças de três anos, pois como era o seu primeiro ano na instituição estavam a iniciar o processo de socialização.

As actividades realizadas foram as possíveis na medida em que o tempo, o espaço e o horário o permitiram. Muitas vezes era necessário haver mais tempo para trabalhar e envolver mais o grupo das crianças, mas, no entanto, as actividades eram realizadas. Considero que as actividades realizadas foram simples de acordo com as características dos destinatários, mas bastante dinâmicas.

Foi muito gratificante ter trabalhado no Jardim de Infância de S. Miguel, com aquelas crianças e com os funcionários. Pude desenvolver e aplicar competências estruturantes da ASC, os seus princípios e estratégias, adequadas a uma intervenção de carácter educativo e infantil. Em suma, considero o Jardim de Infância um bom local de estágio, onde pude aprender e trabalhar. Gostei muito de passar este tempo todo com as assistentes técnicas, pois foram o principal elo de ligação entre mim e as crianças, ajudando-me sempre que necessário. No fim destes três meses aprendi, ganhei experiência tanto a nível profissional como afectivo e ainda adquiri novas amizades que espero nunca mais perder.

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Referências

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