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CRISE OU OPORTUNIDADE?: O (INTRA)EMPREENDEDORISMO COMO DIFERENCIAL NO PERFIL DO ARQUIVISTA

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CRISE OU OPORTUNIDADE?: O (INTRA)EMPREENDEDORISMO

COMO DIFERENCIAL NO PERFIL DO ARQUIVISTA

Joseane Farias de Souza¹; Josemar Henrique de Melo²

¹Discente do curso de Arquivologia da Universidade Estadual da Paraíba - CCBSA - UEPB; E-mail:estudantejoseanefarias@gmail.com, ²Docente do curso de Arquivologia da Universidade Estadual da

Paraíba - CCBSA - UEPB; E-mail: josemarhenrique@gmail.com

Resumo: Frente às transformações globais e informacionais, crescimento da competitividade no mercado e, atualmente, a instabilidade econômica que se difunde no mundo empresarial como uma crise econômica, as empresas se vêm diante de um grande desafio para contratar funcionários. Em contrapartida, o profissional também se vê diante de um desafio: manter-se empregado, tendo em vista a demissão em massa e a taxa de desemprego que já ultrapassa 11% da população brasileira no segundo trimestre de 2016. Em meio a esse panorama o Arquivista deve incorporar características empreendedoras ao seu perfil para aumentar seu nível de empregabilidade nas Empresas. Essa pesquisa é caracterizada como bibliográfica e de cunho qualitativo cujo objetivo é trazer um diálogo entre a Arquivologia e a Administração - mais especificamente, o Empreendedorismo - traçando as características deste último, bem como as características e atribuições do Arquivista, delineando esses elementos como primordiais no fazer desse profissional em âmbito empresarial, ou seja, um novo tipo de Arquivista, o Arquivista Intra-empreendedor ou empreendedor corporativo. Conclui que, para se manter no mercado de trabalho, o Arquivista necessita ter elementos a mais somados à sua formação acadêmica, sobretudo pelas transformações globais no mundo empresarial que afetam diretamente na economia mundial e nacional.

Palavras-chave: Arquivista intra-empreendedor. Características empreendedoras. Empreendedorismo corporativo.

1 INTRODUÇÃO

Frente às transformações globais e informacionais, crescimento da competitividade no mercado e, atualmente, a instabilidade econômica que se difunde no mundo empresarial como uma crise econômica, as empresas se vêm diante de um grande desafio: contratar profissionais comprometidos e motivados em contribuir para o crescimento organizacional, bem como aptos a transformar intempéries em inovação.

Em contrapartida o profissional também se vê diante de um desafio: manter-se empregado, tendo em vista a demissão em massa e a taxa de desemprego que já ultrapassa 11% da população brasileira no segundo trimestre de 20161. Para se manter empregado mediante esse panorama é necessário possuir características empreendedoras em seu perfil como diferencial e possa cristalizá-las em sua função dentro da organização que atua, ou seja, ser um profissional empreendedor. Com o Arquivista não é diferente, enquanto gestor de documentos, seja físico e/ou digital, esse profissional também deve incorporar essas características ao seu perfil e praticá-las no seu fazer enquanto colaborador ou capital intelectual de uma Empresa.

1Segundo a Empresa Brasil de Comunicação S/A - EBC. Disponível em

<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-07/taxa-de-desemprego-fica-em-113-em-junho-deste-ano-diz-pnad> Acesso em 30 Julho 2016.

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O objetivo dessa pesquisa é trazer um diálogo entre a Arquivologia e a Administração - mais especificamente, o Empreendedorismo - traçando as características deste último, bem como as características e atribuições do Arquivista, delineando esses elementos como primordiais no fazer desse profissional em âmbito empresarial, ou seja, um novo tipo de Arquivista, o Arquivista Intra-empreendedor ou empreendedor corporativo.

2 METODOLOGIA

Essa pesquisa caracteriza-se enquanto bibliográfica e de cunho qualitativo. Os principais autores para composição do trabalho são Regazzi, Bontorim e Kirzemblatt (2015) que trabalham acerca do intra-empreendedorismo, Chiavenato (2007) que, em sua obra, aborda o empreendedorismo corporativo e as características empreendedoras estabelecidas por David MacClelland ,cujas se fazem imprescindíveis para o desenrolar deste trabalho, Vedoin e Garcia (2010), Bahia e Seitz (2009) ambos, respectivamente, escreveram sobre Tendência empreendedora dos alunos do curso de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria e Arquivista empreendedor e, por fim, José Maria Jardim (1999) que já trabalha em 1999 a perspectiva do Arquivista empreendedor em sua obra intitulada “A formação do Arquivista no Brasil”. Ressalta-se, porém, a escassez de autores da área Arquivística que abordem essa temática.

3 ARQUIVISTA INTRA-EMPREENDEDOR: CARACTERÍSTICAS QUE FAZEM A DIFERENÇA NO PERFIL PROFISSIONAL

O único aspecto que diferencia um empreendedor de um intra-empreendedor é o seu ambiente de atuação. Enquanto o primeiro enxerga oportunidade no mercado para abrir e manter seu próprio negócio, o segundo enxerga oportunidade para melhorar e inovar processos dentro da empresa que trabalha. Podemos dizer, então, que ser intra-empreendedor é possuir as características ou comportamento empreendedor e aplicá-las em Organizações estabelecidas, ou seja, a empresa que o contratou. Sobre isso Perlard (2010 apud REGAZZI; BONTORIM; KIRZEMBLATT, 2015, p. 6) afirma que o intra-empreendedorismo “pode ser definido como uma modalidade de empreendedorismo praticado por funcionários dentro da empresa em que trabalham. São profissionais que possuem uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar ideias, inovar e buscar novas oportunidades para estas empresas”.

Ter um profissional empreendedor faz com que Empresa seja destaque no seu ramo de atividade na medida em que a inovação torna-se palavra-chave no processo de competição mercadológica. Por outro lado, ser um profissional empreendedor é um diferencial no mercado de trabalho na medida em que este último torna-se mais exigente em tempos de economia instável e necessita de um profissional com corpus teórico-metodológico, inerente a sua área de atuação, altamente definido somado as características empreendedoras.

David MacClelland (1961 apud CHIAVENATO, 2007) a partir de sua pesquisa em mais de 30 países, estabeleceu dez características fundamentais que o empreendedor deve possuir ou desenvolver, as quais são busca de oportunidade e iniciativa, correr riscos calculados, exigência de qualidade e eficiência, persistência, comprometimento, busca de informação, estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento sistemático, persuasão e rede de contatos e, independência e autoconfiança.

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O Arquivista, apesar de ser um profissional liberal, tem suas oportunidades de atuação voltadas para os órgãos públicos e iniciativa privada, tendo em vista a necessidade de uma gestão de documentos efetiva (Lei 8.159/91) com vistas ao acesso à informação (Lei 12.527/11) franqueadas tanto ao usuário interno quanto ao usuário externo. Schellenberg (1974 apud BAHIA; SEITZ, 2009) expõe algumas características do arquivista contemporâneo, vale destacar, entre outras, a atenção às técnicas arquivísticas e documentais; atitudes gerenciais; tratamento e disseminação da informação e ativas práticas interdisciplinares.

Por atuar com a Gestão de documentos, processo que perpassa todas as áreas da Organização, o Arquivista tem que ser, além de tudo, um profundo conhecedor da Instituição que faz parte e, segundo Jardim (1999), o Arquivista do século XXI deve ser empreendedor, cujos aspectos já foram tratados aqui. Sendo assim, podemos dizer que o Arquivista intra-empreendedor é aquele cuja formação acadêmica - necessária para que o profissional receba o título de Arquivista - somasse as características empreendedoras (e são desenvolvidas em seu ambiente de trabalho) já expostas neste trabalho (figura 1).

FIGURA 1 - Arquivista intra-empreendedor

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Vale ressaltar que as características empreendedoras podem ser inerentes ao homem, mas também pode ser aprendida, sobre isso Mishawka (2003, p. 59 apud VEDOIN; GARCIA, 2010, p. 7) esclarece que “a educação voltada para o empreendedorismo é uma atividade imprescindível que o governo de uma nação deve privilegiar”. Frente a isso muitas instituições como o SEBRAE, por exemplo, tem investido largamente em cursos, eventos, consultorias e afins relacionados a essa temática. As Universidades também tem se voltado para essa empreitada, o que nos mostra como é importante para um profissional a obtenção desses elementos em seu perfil. Um Arquivista com esse aporte é, acima de tudo, um líder capaz de alavancar os negócios da Empresa visto que lida com a informação, elemento primordial na era em que estamos inseridos, a Era da Informação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscou-se, nesse artigo, trazer um diálogo entre a Arquivologia e a Administração - mais especificamente o Empreendedorismo - traçando as características deste último como primordiais para o Arquivista atuar na empresa em que trabalha, cristalizando o intra-empreendedorismo. Percebemos que há a emergência de um novo Arquivista, o Arquivista

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empreendedor, um profissional dotado de características empreendedoras, hoje essenciais para sua manutenção no mercado de trabalho.

Foram expostas as características do Empreendedorismo a partir da notação de David MacClelland citado por Chiavenato (2007) e algumas2 características do arquivista do século XXI expostas por Schellenberg (1974) citado por Bahia e Seitz (2009).

Mediante desenvolvimento dessa pesquisa, podemos inferir que para se manter no mercado de trabalho o Arquivista necessita ter elementos a mais somados à sua formação acadêmica. Tem que ser um profissional que transforma tempos de crise em tempos de oportunidade. Que, acima de tudo, inova suas práticas e racionaliza os processos documentais de forma a diminuir custos e cortar gastos, sobretudo pelas transformações globais no mundo empresarial que afetam diretamente na economia mundial e nacional.

Por fim, esse profissional tem que atuar em sua função de gestão de documentos físicos e digitais de forma intra-empreendedora transformando essa característica num diferencial em seu perfil.

REFERÊNCIAS

BAHIA, E. M. S.; SEITZ, E. M. Arquivista empreendedor. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis. n.14. n.2. 468-481 jul./dez., 2009. Disponível em: <https://revista.acbsc.org.br/racb/article/viewFile/720/pdf_7>. Acesso em: 01 ago. 2016. BRASIL. Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para assuntos jurídicos. Lei Nº 8.159 de 08 de janeiro de 1991. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8159.htm>. Acesso em: 01 ago. 2016.

BRASIL. Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para assuntos jurídicos. Lei Nº 12.527 de 18 de novembro de 2011. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 01 ago. 2016.

CHIAVENATO, I. Empreendedorismo : dando asas ao espírito empreendedor :

empreendedorismo e viabilidade de novas empresas : um guia eficiente para iniciar e tocar seu próprio negócio. - 2.ed. rev. e atualizada. - São Paulo: Saraiva, 2007.

JARDIM, J. M. A formação do arquivista no Brasil. Niterói: EdUFF, 1999.

REGAZZI, R.; BONTORIM, M.; KIRZENBLATT, C. (Orgs.) Intra-empreendedorismo e inovação: uma abordagem especial. Rio de Janeiro: Sebrae/RJ, 2015.

VEDOIN, A. M. R.; GARCIA, O. M. C. Tendência empreendedora: perfil dos alunos do Curso de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria. VII SEMEAD Seminário em Administração. set. 2010. Disponível em

2 Não contemplamos todas as características por conta do espaço reduzido disponibilizado para esse

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<http://sistema.semead.com.br/13semead/resultado/trabalhosPDF/677.pdf>. Acesso em 01 ago. 2016

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