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Principais desafios para a implantação de métodos sustentáveis na construção civil no Brasil e a importância do planejamento para a sua manutenção

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Academic year: 2021

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PLANEJAMENTO PARA A SUA MANUTENÇÃO*

Augusto Cardoso Bortoluzzi

Resumo: O termo sustentabilidade vem sendo abordado cada vez mais no meio da construção civil, devido à preocupação cada vez maior dos impactos que cada atividade gera ao meio ambiente, tais impactos podem e devem ser evitados através de uma abordagem de trabalho menos severa e de menor agressão ao meio envolvido por ele. Para que essa proposta sustentável seja de fato aplicada de maneira eficaz, deve haver uma estreita relação entre propósito e planejamento, sem o qual a abordagem prática das ações sustentáveis fica mais suscetível a falhas e exercendo um papel contrário ao que se espera. Essas falhas acontecem apesar de toda tentativa prática de aplicação dessas metodologias sustentáveis no mercado da construção civil no Brasil, pois ainda enfrentam-se desafios pontuais, em virtude de aspectos como: econômicos, para sua aplicação; a questão cultural dos métodos construtivos usuais e o receio da aplicação do “novo”; e a precariedade da mão-de-obra especializada para sua execução. Portanto, este artigo se propõe, através de pesquisas bibliográficas, a abordar estudos e conceitos do que é sustentável, entender o porquê de sua necessidade na construção civil, discorrer sobre os principais desafios para a sua aplicação no Brasil, elencar algumas estratégias e metodologias de sustentabilidade na construção civil e compreender a importância do planejamento para a manutenção sustentável dos processos de construção.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Desafio. Construção Civil. Planejamento.

1 INTRODUÇÃO

A construção civil abrange toda e qualquer atividade relacionada à produção de obras. Dentro de suas competências estão o planejamento, projeto, execução e manutenção / restauração de obras de todos os segmentos. Ela possui interfaces com diversas outras áreas profissionais tendo como mais nítida a Gestão, presente no gerenciamento de todos os seus processos. Além disso, estão intrínsecas as áreas de saúde, transporte, agropecuária, materiais, dentre outras não menos importantes. (MEC, 2000).

Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Especialização em MBA em Gestão de

Obras e Projetos da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, orientado pelo professor e mestre José Humberto Dias de Toledo.

 Arquiteto e Urbanista. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estado de Santa Catarina –

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A construção civil é um dos mais importantes segmentos da indústria brasileira, gerando bilhões e alimentando a economia nacional mesmo em períodos de crise, sendo importante indicador de desenvolvimento econômico e social. (MACHADO, 2015).

Segundo a Fundação Dom Cabral (2013), cerca de 75% de todos os recursos naturais utilizados e 44% da energia produzida no país são consumidas na construção civil. O setor também corresponde a 40% de toda a produção de resíduos sólidos gerado pela atividade humana no país, bem como um terço da geração de gases de efeito estufa devido o vasto uso de insumos, como cimento e aço.

Esses números evidenciam e justificam a preocupação com relação aos impactos gerados pelo setor, fazendo com que cada vez mais se busque a prática de ações sustentáveis e investimentos no planejamento e controle das obras. Essa nova tentativa de inserção metodológica deve fomentar uma nova tendência no mercado abrindo possibilidades de novos investimentos e práticas construtivas, mesmo que, culturalmente, temos tendenciosidade ao que é “prático” e não sustentável.

Para que haja essa manutenção sustentável no mercado da construção civil no Brasil, é necessária uma abordagem desde o início dos processos que envolvem a construção, entendendo a importância de sua aplicação, e mostrando o porquê da necessidade cada vez maior de aplicar métodos sustentáveis na sua execução.

Porém, apesar de todos os esforços do setor, ainda estão presentes desafios pontuais que se fazem necessários entendermos para que somente assim possamos motivar o mercado como um todo a executá-la. Desafios estes que formam um alicerce de paradigmas que podem e devem ser questionados, tais como: econômico, sociocultural e execução. No que tange esse alicerce, podemos atribuir a “responsabilidade” do “fazer acontecer” ao empresariado do setor, já que é através dele que todos os investimentos e decisões são tomados. Fato este que não tira a responsabilidade de todos os envolvidos do setor – engenheiros, arquitetos, pedreiros, projetistas, etc. - de contribuírem para a sua aplicação.

Para entendermos tais desafios, faz-se necessário o entendimento das práticas sustentáveis, do que é sustentabilidade e o porquê da sua necessidade no mercado brasileiro da construção civil.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Elencar e discorrer sobre os principais desafios encontrados pela construção civil para a aplicação de uma metodologia de execução sustentável nas obras, entendendo o porquê deles existirem, e questioná-los, para que se possam encontrar medidas para fazer com que essa metodologia seja possível de ser executada de maneira prática, demonstrando, dessa forma, a importância do planejamento no setor.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Entender o que é sustentabilidade e porque ela se faz necessária;  Compreender a necessidade da sustentabilidade na Construção Civil;

 Elencar os principais desafios encontrados para a implantação de métodos sustentáveis na Construção Civil;

 Exemplificar algumas estratégias e metodologias de aplicação sustentável na Construção Civil;

 Demonstrar a importância do planejamento na Construção Civil no intuito de implantar essa metodologia;

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Sustentabilidade

Muito tem se falado e abordado sobre esse termo “sustentabilidade” muitas das vezes utilizado de maneira inocente e sem fundamento lógico de aplicação. Ainda é vista como um paradigma mesmo com todas as consequências que o uso impróprio dos recursos naturais pode causar. A definição mais linear e sucinta do que significa sustentabilidade ou “desenvolvimento sustentável” nos foi oferecida pela primeira vez em 1987, por Gro Harlem Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, que em resumo nos diz que:

“O desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades.”

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Tal conceituação pode ser utilizada até hoje e é flexível a qualquer situação em qualquer setor que se aplique, pois parte do princípio do uso ordenado de recursos sem prejudicar o ciclo destes para as gerações futuras.

Ao longo da história o homem se colocou no papel de dominador dos recursos naturais, em que a natureza estava ali presente para ser suprimida segundo as suas próprias necessidades de consumo, para o seu desenvolvimento econômico e social (mesmo que praticado de forma imprópria). Através dessa forma de pensar criamos uma “sociedade de consumo”, onde o caminho seguido era, até então extrair, produzir, vender, utilizar e descartar. (FOGAÇA, 2017).

Esse modelo de pensamento no decorrer da história trouxe uma diversidade de consequências negativas para o meio ambiente, ou seja, não só implicou nas questões ambientais como também teve impacto direto na sociedade, pois esta faz parte do ambiente, e uma vez o ambiente sofrendo o impacto a sociedade estará alheia aos próprios impactos que ela mesma gerou.

Esse ciclo gerou uma sociedade imediatista que está prejudicando a si mesma em prol do “desenvolvimento” econômico, o que é contraditório, visto que os recursos gastos para recuperação desses impactos, em todos os seus aspectos, é maior do que o que seria gasto prevenindo-os. E a sustentabilidade vem para que esse pensamento do “eu e agora” possa ser transformando para o “nós e o futuro”.

Para Fogaça (2017), o que se busca na sustentabilidade é levar em conta a harmonia entre a natureza e a sociedade em qualquer empreendimento humano, tendo os seguintes pontos como base:

 Ser ecologicamente correto;  Ser economicamente viável;  Ser socialmente justo;  Ser culturalmente diverso;

Tais pontos elencados expressam o que é mais importante para que a sustentabilidade seja ampla e completa no seu conceito, com isso, apresenta-se o tripé base da sustentabilidade, onde cada aspecto é dependente de outro, e um se torna consequência do outro. Esse conceito pode ser mais bem compreendido através da Figura 1:

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Após compreendida essa conceituação pode-se explanar de forma sucinta o que cada uma se propõe a apresentar, para que assim, se possa definir os aspectos principais aos quais deve-se basear qualquer tratativa de aplicação de ação sustentável, onde Fogaça (2017) apresenta:

 Ecologicamente correto: Haver o equilíbrio entre o que retiramos e o que oferecemos ao meio natural. Evitar o uso abusivo de materiais, tanto na sua aplicação – material pronto - como na sua produção, como: água e energia. Evitar o descarte de materiais e resíduos. Transformar, quando possível, o que é descartado em algo que poderá ser reutilizado, atentando também para esse processo para que este seja limpo.

 Economicamente viável: Não permitir que o custo com as aplicações das ações sustentáveis sejam maiores do que as ações de extração do recurso bruto da natureza e seu enriquecimento para produção de materiais. Para isso é necessário o investimento em pesquisas para que a aplicação de tais ações traga benefício econômico agregado.

 Socialmente justo: Essa questão envolve ética, justiça e educação social, um dos pilares básicos desse tripé, pois é a sociedade conscientizada que fará com que as demais partes envolvidas no processo sejam executadas.

Portanto, pode-se concluir que a sustentabilidade é um conjunto de ações que têm por objetivo a melhoria na qualidade de vida da sociedade, de maneira a diminuir os impactos

Figura 1 - Conceito do tripé da sustentabilidade Fonte: - Lalande, 2016

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causados por todas as ações humanas. É um conceito que deve ser levado em prática em todos os níveis de execução: pessoal, social e corporativo / empresarial, pois deve ser compreendida como uma ação conjunta, e é nesse pensamento que a construção civil deve se apoiar.

2.2 Entendendo a necessidade da sustentabilidade no setor da Construção Civil

Por ser uma das mais importantes indústrias geradoras de renda no país, fomentar a economia em períodos de grave crise econômica, a construção civil é importante indicador econômico e social, contudo, a sua representatividade tem caráter negativo quando se observa os recursos utilizados para sua manutenção, e os resíduos sólidos gerados pela sua execução.

Além do intenso volume de recursos utilizados, ela também é responsável pela composição da paisagem urbana, ou seja, ela é responsável direta pela maioria dos impactos e aspectos urbanos existentes.

Dentre todos os aspectos de impactos que envolvem a indústria da construção civil, o mais relevante é a geração de resíduos sólidos, correspondente a 40% de toda produção pela atividade humana no país, e seu descarte. Isso não traduz que os outros aspectos inerentes ao seu processo não sejam relevantes, porém ele é o grande vilão da paisagem urbana e dos impactos gerados pelo setor. (IPEA, 2012)

Vale ressaltar que a exorbitante produção de resíduos sólidos oriundos da construção civil é resultado de uma evidente falta de planejamento.

“A Constituição Federal, no artigo 170, determina que a defesa do meio ambiente deve sempre ser observada nos produtos e serviços oferecidos no país. Mas na construção civil ainda faltam algumas iniciativas para chegar até a sustentabilidade. Nas principais capitais brasileiras, a geração de resíduos nas construções já supera a de lixo doméstico. Em Salvador (BA), por exemplo, as obras são responsáveis por quase 60% da produção de lixo” frisa o consultor jurídico na área ambiental Marcelo Buzaglo Dantas.

O Brasil é um dos grandes geradores de resíduos sólidos da construção civil no mundo (Tabela 01), não obstante é um dos que menos encontra uma solução adequada para o seu manejo. Cerca de apenas 9% dos municípios do país possuem alguma forma de processamento desses resíduos, logo, entende-se que, o Brasil culturalmente ainda está se adaptando a essa realidade. (IPEA, 2012)

Como mencionado anteriormente, segundo a Fundação Dom Cabral (2013), cerca de 75% de todos os recursos naturais utilizados e 44% da energia produzida no país são consumidas na construção civil, fato este que necessita de mudanças, não somente pela

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diversidade de consequências negativas para o social, ambiental e econômico, como também para que o país ingresse num novo modelo de mercado adaptado a esta realidade.

Esse novo mercado de negócios tem surgido com a sustentabilidade, por isso a necessidade do setor da construção civil em se adaptar às normativas e certificações. A utilização de materiais sustentáveis, oriundos da reciclagem ou outros meios de readequação, e a diminuição do uso de água e energia para sua produção são tendências que diminuem os impactos ambientais, geram novas oportunidades de renda, cria um ciclo de produção conjunta e aproximada, incita o mercado a investir em novas tecnologias verdes e alavanca a inserção dessas tecnologias na realidade urbana. (DINIZ, 2013)

Tabela 1 - Estimativa de geração de resíduos da construção civil Fonte: IPEA, 2012

Esses números evidenciam que a problemática do uso demasiado de recursos e geração de resíduos não está somente entregue no modo como o setor age nos seus processos de produção, mas também no modo como ele se comporta diante da equipe de trabalho que contrata, ou seja, a dificuldade em aplicar essa nova metodologia de mercado vai além de mudar os processos de produção, mas começa na base, nas pessoas que tornarão esse processo palpável.

A partir de todos os dados levantados fica mais que evidente a necessidade do setor da indústria da construção civil em adotar esse tipo de ideologia de mercado, não apenas pelo seu aspecto de benefício de marketing financeiro, como também pelo propósito principal que é a adoção de medidas sustentáveis em um dos maiores setores econômicos do país. Porém, apesar da existência dessa necessidade imediata, encontramos desafios ao longo dessa caminhada, desafios estes que evitam com que o mercado da construção civil no Brasil

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torne-se referencia em aplicação de metodologias sustentáveis a nível internacional. Estorne-ses desafios serão abordados e elencados no item seguinte.

2.3 Principais desafios encontrados pela Construção Civil no Brasil para implantação de métodos sustentáveis

Com base no que foi discorrido acima, apresentam-se diversos desafios e dificuldades para aplicação das metodologias de processo sustentável na construção, pois devem ser observados todos os aspectos que fazem com que um processo se torne de fato sustentável, não simplesmente a adoção de materiais, métodos construtivos e etc., como também aspectos que acabam por esquecidos no meio de todo o processo produtivo, tais como: transporte, extração, manuseio, enriquecimento de matéria prima, dentre outros.

Mas, na prática, construtores consideram que algumas dificuldades ainda devem ser vencidas para a construção civil ser considerada sustentável no Brasil. Segundo Librelotto (2017), “Hoje, a sustentabilidade dentro da construção, em um conceito pleno, ainda não existe. O que nós temos são iniciativas, que nós temos que ver com bons olhos, porque é melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada”. “O incremento de custos, a falta de qualificação da mão de obra, a adequação dos processos dos fornecedores de materiais e de matérias-primas, a falta de políticas urbanas sustentáveis e a geração de resíduos são os desafios a serem enfrentados na implantação de empreendimentos sustentáveis”, considera Rogério Bark, gerente de obras da FG Procave Empreendimentos (2010).

Com base nisso, adquirimos ao longo do tempo uma resistência “natural” para a implantação de metodologias sustentáveis na construção, no que concerne todo o seu processo. Resistência essa que principalmente está atada nas mãos do empresariado do ramo, pois envolvem questões econômicas de investimento pesado em pesquisa e aplicação, socioculturais visto que o processo de construção aplicado ainda é primitivo do ponto de vista da quantidade de métodos criados e em uso em outros países e pela falta de políticas públicas de incentivo, e do ponto de vista de sua execução, pois além do fator cultural do uso de métodos já utilizados há muito tempo e o receio da aplicação do novo, temos a escassez de mão-de-obra especializada, parte em virtude cultural e parte em virtude da falta de investimento em capacitação. Nota-se então que, esses desafios elencados são dependentes e resultado um do outro, embora conceituem coisas divergentes, partem do mesmo princípio ideológico: o receio para aplicação do novo.

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É fato que, uma pequena parte do empresariado do ramo já adere a esse tipo de metodologia sustentável, porém ainda é um desafio disseminar esse ideal por todo território atingindo todos os setores, visto a diversidade geográfica e cultural existente no Brasil.

Elencados os principais desafios se discorrerá sobre cada um deles através de embasamento bibliográfico que justificam a existência de tais barreiras para a abertura de portas para o mercado sustentável na construção civil.

2.3.1 Econômico

No Brasil, a indústria da construção civil ainda está caminhando a passos lentos rumo a essa mudança de ideologia. O discurso mais abordado entre o empresariado do ramo é com relação ao custo e a escassez de aplicação dessas novas tecnologias no país. Segundo Farias (2014) o grande entrave para a consolidação dessa “visão sustentável” no setor da construção civil é a dificuldade em relação aos custos, considerados elevados, de determinados elementos que permitem o enquadramento do empreendimento nesse conceito de sustentabilidade. Porém, como toda regra econômica quanto maior a demanda de um serviço ou produto, maior será sua produção e concorrência, logo, a diminuição dos preços é uma consequência da procura e não o contrário, e a indústria deve adotar essa linha de pensamento. (DINIZ, 2013)

Esse argumento exemplifica bem o que já foi mencionado anteriormente, onde a sociedade empresarial brasileira busca intensamente os resultados em curto prazo, uma maneira imediatista de enxergar o negócio, já que a sustentabilidade propõe um retorno em longo prazo, onde a economia é gerada pelo uso em um determinado prazo especificado, e após esse prazo o custo pelo sistema se torna compensatório e dai por diante o retorno financeiro esperado. Talvez seja por isso que o fator econômico seja visto como um vilão no que diz respeito à sustentabilidade na construção civil, por ser mais uma visão global do empresariado do que propriamente do custo-benefício oferecido pelo sistema.

Segundo Pereira (2015), todo empreendimento, depois de realizado o projeto, passa pela etapa de viabilidade financeira. Ela é necessária para averiguar se o empreendimento terá seguimento ou será revisto. Em resumo, é a capacidade de gerar retorno financeiro sobre o capital investido, ou seja, de produzir lucro (DA ROSA, 2005).

Segundo Da Rosa (2005), conforme citado por Pereira (2015), para que um empreendimento seja viável financeiramente deve gerar retorno financeiro ao empreendedor, seja a curto ou longo prazo. E é nesse sentido que, segundo Pereira (2015), as construções

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sustentáveis tendem a serem “deixadas de lado” devido aos altos custos iniciais com materiais e sistemas construtivos que atualmente apresentam preços superiores aos convencionais.

Ou seja, o fator econômico tido como desafio é apenas uma maneira do empresariado do setor dizer que opta pelos resultados em curto prazo o que inviabilizaria a implantação de métodos sustentáveis. Em suma, podemos atribuir este desafio como dentro de um desafio muito maior: o sociocultural.

2.3.2 Execução (Mão-de-obra)

Outro grande problema enfrentado pela construção civil no país é a mão de obra informal, ou seja, aquela que não tem capacidade intelectual de considerar esses aspectos ambientais no exercício da construção. Segundo o Portal AECweb (2017), cerca de 40% do que é gerado de renda na construção civil no país e 72% da mão de obra utilizada é de origem informal, resultando, assim, na má qualidade das unidades construídas bem como da demanda desnecessária de recursos naturais alocados em obra.

É fato que, não se fala mais em escassez de mão-de-obra na construção civil, e as empresas do setor agora conseguem com mais facilidade contratar operários, contudo, segundo Aquino (2014), o desafio é encontrar estratégias para reter e qualificar as equipes de trabalho. Porém, não depende apenas do empresariado a iniciativa em reter e qualificar a mão-de-obra que possui, pois segundo Catão (2014), conforme citado por Aquino (2014), a qualificação é um problema intermitente, onde o trabalhador deve sempre buscar se atualizar.

Ou seja, qualificar-se também é dever do trabalhador comum, talvez seja por isso que grande parte do corpo de trabalho existente no país ainda seja despreparada para esse tipo de implantação de inovações em métodos construtivos mais sustentáveis, onde o pouco que existe tem um custo maior e disponibilidade menor.

A falta de corpo de trabalho especializado pode ser atribuída também a cultura de execução de métodos construtivos usuais no mercado, a falta de interesse e o medo do novo fazem com que grande parte opte por oferecer metodologias comuns, que ainda tem altíssima demanda e que geram milhares de postos de trabalho fixo ou temporários, portanto, como aponta Menezes (2014), conforme citado por Aquino (2014), “a qualificação da mão-de-obra na área da construção civil é muito precária. O pedreiro entra como ajudante e vai aprendendo o oficio no dia a dia. Não existe uma metodologia”.

Portanto a busca pela capacitação parte de ambos os lados, tanto empreendedor quanto trabalhador, pois segundo Colombo e Bazzo (2017), os trabalhadores precisam

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compreender que buscando uma melhor qualificação poderão ampliar as oportunidades de trabalho e levar a uma melhoria na sua qualidade de vida, e o empresariado por sua vez não basta investir em tecnologias novas, sejam equipamentos ou técnicas de gerenciamento da produção, mas é preciso investir naquele que mais diretamente desenvolve o trabalho. Silva (1999), conforme citado por Colombo e Bazzo (2017) coloca que, já nos anos 70, Dorothea Werneck afirmava: “Se a indústria da construção civil não mudar a estratégia de ser geradora de emprego para a massa da mão-de-obra não qualificada, estará fadada a ser sempre uma indústria de baixíssima produtividade e, portanto, de pouca competitividade”.

É nesse fundamento que devemos conduzir a indústria da construção civil no Brasil, incentivar uma mudança de cultura do fácil e rápido, para uma concepção de trabalho mais eficiente e qualificada, o que gera benefícios tanto pra quem gerencia quanto pra quem produz.

2.3.3 Sociocultural

Considerado como ponto maior dentre os principais desafios (econômico, sociocultural e execução (mão-de-obra)) encontrados para implantação da sustentabilidade na construção, o fator sociocultural é o que mais encontra resistência. Segundo Holtz (2016), “o aguardado salto de produtividade na construção civil brasileira ainda depende da mudança de cultura”.

Pois bem, dito isto podemos resumir que basicamente toda mudança de ideologia no ramo da construção civil está associada a uma mudança de comportamento e postura diante das novas possibilidades oferecidas pelo mercado e pela economia. E é a partir dessa mudança, que deve ser adotada por todo setor, que podemos deixar de ver esses desafios como desafios e sim como uma oportunidade de se destacar no mercado ao mesmo tempo em que gera benefícios mútuos entre empresariado e sociedade.

Um dos fatores preponderantes que reforçam que o quesito sociocultural seja a principal barreira a ser enfrentada é o modelo de produção atuante no mercado brasileiro, como aponta Ceotto (2016), conforme citado por Holtz (2016), “não temos uma cadeia de valor no Brasil, temos uma cadeia de produção”, então por que um mercado que ainda gera bilhões com um modelo básico de produção não reúne esforços suficientes para que haja uma mudança significativa no que diz respeito às metodologias sustentáveis? A reposta, segundo Fernandes (2016), conforme citado por Holtz (2016), é o medo do novo que segue como

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principal freio para o avanço da industrialização no país, onde, segundo o próprio, “o desafio é criar um ambiente que propicie a inovação”.

Esse tipo inovação e busca pela aplicação de novos métodos e novas visões do empresariado no setor é algo que não se constrói do dia pra noite, pois segundo Junior (2016), conforme citado por Holtz (2016), é uma mudança de cultura que ainda está sendo preparada e virá para as próximas gerações, as quais deverão ser mais flexíveis e abertas à inovação, o que reforça Martinelli (2016), conforme citado por Holtz (2016), onde as pessoas estão aprendendo a mensurar riscos e fazer contas financeiras para que assim se possam abrir às portas do setor a inovação.

Portanto, podemos concluir que o grande desafio a ser enfrentado realmente pelo setor da construção civil para a implantação de metodologias mais sustentáveis é a mudança de cultura, que deve ser considerada em longo prazo, mas de maneira contínua e planejada. É fato que, como já mencionado, este ritmo de mudança, de maneira lenta, já acontece, e que deve servir de exemplo para todos do setor na busca por inovações e impulsionar o mercado da construção civil no Brasil a voltar a ser referencia internacional. Alguns métodos e estratégias sustentáveis já existem no nosso mercado e serão melhores exemplificadas no ponto abaixo.

2.4 Estratégias e metodologias de aplicação sustentável na construção civil

“Está se tornando arriscado não construir prédios sustentáveis. Nos EUA, 50% dos prédios públicos construídos são verdes. A construção de edifícios sustentáveis, que são mais eficientes, saudáveis e que oferecem mais qualidade, pode transformar o Brasil.” (KATS, 2014)

Com essas palavras, Greg Kats, uma das autoridades sobre aspectos econômicos nas construções sustentáveis, se referiu à abertura de portas que esse mercado, sendo implantado no país, pode vir a oferecer.

Como já mencionado, um dos paradigmas existentes com relação à implantação desse novo modelo de mercado no país se refere aos custos e disponibilidades para aplicação dessas novas tecnologias sustentáveis. Porém, segundo Kats (2014), o custo adicional de uma construção sustentável é de apenas 2% em relação ao edifício normal, sendo que este custo adicional é superado em quatro vezes através dos benefícios diretos oriundos dessa aplicação (economia de água e energia, saúde etc.), além do fato de que comprovadamente existe um ganho por parte da valorização dos imóveis que adotam essa ideologia sustentável, a taxa de

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ocupação é 5% maior, o ganho em aluguel é 35% maior e o valor do imóvel fica em torno de 65% maior que os convencionais.

Porém, não podemos considerar a aplicação sustentável apenas pelos seus benefícios financeiros, estes são consequência de uma aplicação de método bem sucedida, no qual, o objetivo principal é atrair os olhos do mercado para a importância da sustentabilidade e de como o ganho econômico não depende propriamente da extração abusiva de recursos naturais. Segundo Veronezzi (2016), o conceito de sustentabilidade na construção civil depende basicamente da aplicação conjunta de cinco estratégias básicas, sendo elas:

 Projetos inteligentes: melhor aproveitamento das características do terreno e da natureza envolta na área de interesse, para evitar extração indevida de recursos, movimentação desnecessária de terra, e melhor aproveitamento dos recursos naturais considerando a obra executada;

 Redução da poluição: melhor aproveitamento dos materiais, reduzindo os desperdícios; o uso de ferramentas e estruturas inteligentes (reutilizáveis) e a separação das sobras de construção (resíduos) para uso em outras obras ou reciclagem;

 Materiais ecológicos: a utilização de materiais reciclados, madeira de reflorestamento (com ciclo controlado), concreto e tijolo reciclado (oriundos dos resíduos de obra prensados e aderidos) dentre outros diversos materiais e tecnologias disponíveis para tornar uma construção mais sustentável;

 Eficiência Energética: além da aplicação de materiais para a construção sustentável, a sustentabilidade deve ser um modo de pensar e agir em todas as etapas da obra, inclusive com ela já pronta em que possa ser mantida de modo econômico. Um dos aspectos econômicos seria a eficiência energética, adquirida através da instalação de tecnologia de energia solar para aquecer água, lâmpadas e eletrodomésticos mais econômicos, dentre outras tecnologias viáveis de instalação;

 Aproveitamento de água: o sistema mais comum e viável de aplicação seria o reaproveitamento de água das chuvas, que abasteceria uma cisterna própria para utilização em águas de serviço, que corresponde a cerca de 50% do total do consumo de água de uma residência;

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Considerando a linha de produção cronológica de uma obra, podemos considerar três passos principais distintos entre si que podem trazer características mais sustentáveis, sendo eles: materiais (tipos, produção e extração) – métodos ou sistemas construtivos e equipamentos complementares.

Com o avanço das tecnologias e a maior preocupação com relação à sustentabilidade, o leque de materiais de origem sustentável presente nos dias de hoje é vasto e possível de suprir toda a demanda de uma obra. Temos como exemplo mais comum os materiais feitos de compostos reciclados, que, apesar de ser uma prática ainda muito pontual concentrada nos grandes centros urbanos do país, ela sugere uma nova tendência de aplicação na construção, pois se torna um ganho múltiplo, onde temos o material de origem sustentável, e o seu próprio processo de produção que advém da retirada de resíduos sólidos e materiais que seriam descartados de origem urbana e da construção civil.

Segundo Araújo (2013), a seleção dos materiais deve seguir critérios específicos, atentando para a origem da matéria-prima, extração, processamentos, gastos de energia e água, emissão de poluentes, durabilidade, qualidade, dentre outros que permitem classifica-los como sustentáveis e elevar o padrão da obra, bem como melhorar a qualidade de vida dos usuários. Da mesma forma, evitar ou minimizar o uso de materiais cujo processo seja danoso ao meio ambiente, tais como: PVC, alumínio, MDF’s dentre outros.

O fato das novas tecnologias sustentáveis aplicadas na produção de materiais para a construção civil impulsionou o investimento em estudos e a busca de novos métodos construtivos mais sustentáveis, o que multiplicaria assim, os benefícios advindos de sua aplicação.

O setor da construção civil tem se beneficiado com a chegada de soluções inovadoras oriundas da necessidade do desenvolvimento construtivo sustentável. Novas técnicas e tecnologias construtivas garantem a racionalização e a criação de obras mais limpas e ambientalmente corretas, e ainda viabilizam obras com produtividade alta, custos mais acessíveis e alta qualidade. (LOPES, 2016)

Lopes (2016), elenca alguns desses novos sistemas construtivos que estão aos poucos sendo introduzidos na indústria da construção civil no Brasil, sendo eles:

 Construção modular: É um método construtivo onde as unidades são feitas em módulos fora do canteiro de obras, em ambiente controlado. Esses módulos são unidos por tecnologias de encaixe e ao final são transportados até o local da obra e sobrepostos sobre fundações previamente construídas. A economia ocorre em três

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frentes: o tempo de execução é seis vezes menor que uma obra convencional; racionamento de materiais; e na economia com recursos administrativos. Os ganhos ambientais com relação à aplicação desse método construtivo são altos, pois há baixíssimo consumo de água e energia nos canteiros e os resíduos gerados são mínimos e quando existentes têm destinação própria para reciclagem. A empresa referência no Brasil que aplica esse método é a Polibox.

 ECOGRID - Painel de Isopor: É um sistema que faz uso de painéis de argamassa armada com miolo EPS (poliestireno expandido) cujos benefícios ambientais se encontram na racionalização dos componentes; baixa produção de resíduos durante a obra e quando existentes são resíduos recicláveis; alta resistência ao fogo e envelhecimento; grande durabilidade; e maior isolamento térmico e acústico o que proporciona um ambiente agradável sem a implantação de equipamentos de controle de temperatura economizando o gasto com energia.  Containers habitáveis e casas pré-fabricadas: Assim como os outros métodos este

tem caráter de produção industrial, pois são modelos modulares planejados onde as principais vantagens ambientais são redução de resíduos finais e quando existentes, recicláveis, tempo de execução reduzido; e flexibilidade de layout, ou seja, não necessita de processos de desconstrução para remanejo de projeto.  Light Steel Frame: Outro método de caráter industrial onde a maior parte do corpo

da obra é levada pronta até o local, reduzindo assim materiais, energia, água, pessoas, processos e resíduos intrínsecos a qualquer processo de obra. São formados basicamente por estruturas de aço galvanizado produzidos de maneira limpa, resultando num material leve e de fácil mobilidade.

Após a aplicação do devido método construtivo especificado em projeto competente, a seleção dos melhores materiais de origem sustentável, a execução limpa de uma obra entregue ao processo baseado nos conceitos de sustentabilidade, ao final, deve-se levar em consideração que a sustentabilidade está presente em todos os processos de uma obra, inclusive, na sua manutenção e utilização diária. Para isto, existem diversos meios e equipamentos que possibilitam que essa prática seja aplicada na vida constante da obra e dos usuários, sendo ela responsável por diversas funções agregadas.

Dois dos principais métodos utilizados para a manutenção sustentável de uma obra são: o aproveitamento da água da chuva e a geração de energia limpa e aquecimento de água.

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Segundo Nunes (2015), já passou o momento de planejar um novo tipo de consumo, mais racional, mais inteligente e mais solidário. Apesar de ainda não se ter políticas públicas concretas para o aproveitamento da água da chuva é necessário ter a consciência da sua importância, pois assim, diminui-se o uso abusivo de um recurso natural finito. E uma das maneiras de evitar esse desperdício é aplicação do sistema de aproveitamento de água da chuva para uso não potável, este que representa mais de 50% do consumo residencial.

Esse sistema funciona basicamente com coletores nas calhas e também nos ralos pluviais das áreas de infiltração que escoariam essa água até uma cisterna com filtro que alimentaria o sistema de águas de serviço. (NUNES, 2015)

Com relação ao aproveitamento da energia solar temos duas aplicações que vêm crescendo muito nos últimos anos no Brasil, que são: a energia solar fotovoltaica (aquela para geração de energia elétrica) e a energia solar térmica (aquela para aquecimento de água). Ambas tecnologias sustentáveis e que permitem o uso de um recurso natural abundante que é o sol. (CAGNA, 2013)

Segundo Lopes (2016), o uso de soluções tecnológicas simplificam o dia a dia e possibilitam práticas sustentáveis automatizadas. Cada vez mais o uso de recursos de automação vem sendo utilizados em escala residencial, fato este que, possibilita aliar conforto, segurança e comunicação, além de aferir aspectos sustentáveis como controle de iluminação, ruídos, vazão de água e diversos outros sistemas.

Esses métodos e tecnologias compõem um pacote de múltiplas opções que o mercado da construção civil sustentável já possui e implementa. Todos eles no intuito de agregar valor à obra já que a construção civil é um dos mais importantes ramos da indústria do país e serve como exemplo para muitas práticas nos diversos outros ramos da economia.

2.5 Importância do planejamento na construção civil

Os aspectos abordados acima, quando executados de maneira continuada, compõem os fundamentos principais para a aplicação eficaz da sustentabilidade em uma obra, seja ela de qual tipo for. Mas, como executá-los de maneira correta? A resposta é simples, porém de teor complexo. Nenhum ideal que se deseja praticar é bem sucedido sem o seu devido planejamento, este que talvez seja o instrumento mais poderoso entre o que é desejado do bem executado.

Segundo Rocha e Castro (2013), “[...] o processo construtivo forma um conjunto de atividades multidisciplinares [...] de um cronograma sequencial [...] Assim, gerenciá-lo significa utilizar recursos materiais, financeiros e humanos.” Ou seja, o planejamento vai

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muito além da preparação de um cronograma de atividades, ele é responsável por todo controle e execução de cada atividade relacionada ao ciclo de vida operacional que envolve um empreendimento desde sua concepção até o período pós-apropriação.

O planejamento é visto como uma função de apoio as micro e macro atividades de um escopo de trabalho, é um método de decisão adotado, cujo objetivo é reduzir custos e o tempo de execução dos projetos, bem como as suas incertezas e facilitar o processo de tomada de decisão. (ROCHA; CASTRO, 2013)

Portanto, adotar práticas sustentáveis através de metodologia de projetos, materiais, técnicas construtivas, dentre outros meios de aplicação somente serão bem sucedidas caso haja plena execução de um planejamento prévio. Estipulando levantamento de quantitativos; força de trabalho exigida para executar o escopo de projeto e cada atividade; organização de canteiro de obras – desde o planejamento da instalação física (água, esgoto, energia, etc.) até o estudo de movimentação de corpo de trabalho e equipamentos; seleção dos melhores materiais e acabamentos e seu transporte; métodos construtivos adotados; gerenciamento de resíduos de obra; dentre outras atividades inerentes ao processo.

O planejamento por si só é espinha dorsal para que o processo de projeto atinja as expectativas geradas. Com relação direta à sustentabilidade, ele se torna figura principal na concepção de uma obra. Com ele pode-se elencar os melhores materiais, – dando preferência para aqueles de origem sustentável – se reduzir a quantidade de material utilizado; pode-se elencar um método construtivo que resulte em menor impacto ao meio ambiente envolto; pode-se definir estratégias para melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural por meio de elementos arquitetônicos; pode-se definir dispositivos para geração de energia solar com aproveitamento para aquecimento de água; pode-se utilizar dispositivos para reaproveitamento de água da chuva; pode-se reduzir drasticamente custos de energia e água e seu desperdício; pode-se reduzir drasticamente a geração de resíduos sólidos gerados na execução (problema este que é de suma importância negativa no meio urbano através dos dados já apontados); por fim, ele representa um estudo complexo do levantamento da melhor metodologia aplicável em cada caso, buscando mudar a concepção pré-estabelecida de: extrair, produzir, vender, utilizar e descartar; para: extrair (reutilizar), produzir, vender, utilizar e reciclar.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

A metodologia adotada foi de pesquisas bibliográficas em websites, livros e artigos em todas as suas etapas, para que pudesse esclarecer a importância da sustentabilidade no meio da construção civil, os desafios que se encontram para sua aplicação e demonstrar a importância do planejamento no setor.

4 RESULTADOS E ANÁLISES

Com base no que foi discorrido e apresentado percebe-se o caminhar lento que a indústria da construção civil no Brasil tem com relação a esforços em implantar metodologias sustentáveis dentro dos seus processos de produção.

Nota-se a evidente necessidade do mercado em se atualizar, não somente para reconquistar uma posição de respeito no cenário internacional, como também para contribuir para uma manutenção sustentável do meio ambiente.

Evidenciou-se a partir do exposto que, grande parte dessa resistência se dá por barreiras criadas pelo setor como forma de proteger-se do novo, com receio de perdas de capital, o que evidenciou uma urgente necessidade na mudança de cultura estratégica no setor.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica cada vez mais evidente nos dias de hoje a necessidade da construção civil no Brasil implantar políticas sustentáveis no planejamento das suas ações. Apesar de representar um dos setores de maior crescimento e contribuição econômica e ser responsável por uma academia científica de pesados investimentos em pesquisa, ela ainda caminha a passos lentos quando o assunto é sustentabilidade.

Aos poucos e com grandes esforços essa ideologia de mercado vem sendo inserida no país e deve ser cada vez mais fomentada à implantação, pois comprovadamente os ganhos são múltiplos, tanto nos aspectos de marketing financeiro como no aspecto principal que é catalisar a importância da sustentabilidade.

É válido conferir a importância da educação e da conscientização, pois o sucesso de um processo se deve a seu conhecimento e seu estudo, portanto, deve-se levar a todos os níveis da sociedade a importância das pequenas ações diárias que contribuem para o manejo e continuidade da sustentabilidade, isso serve tanto para a construção civil e seus processos

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como para os costumes rotineiros da sociedade. Pois, mesmo com tecnologias, tendências, estudos, equipamentos, sistemas construtivos, investimentos, nada substitui a vontade de querer mudar, e essa competência de raciocínio deve sobrepor interesses secundários, já que o intuito da sustentabilidade não é o pensar, agir e colher agora, mas sim, pensar e agir agora para colher no futuro, pois estaremos entregando um modelo de processo que poderá garantir a qualidade de vida das futuras gerações bem como preservar os ciclos naturais dos recursos ambientais.

MAIN CHALLENGES FOR THE IMPLANTATION OF SUSTAINABLE METHODS IN CIVIL CONSTRUCTION IN BRAZIL AND THE IMPORTANCE OF

THE PLANNING FOR THEIR MAINTENANCE

Abstract: The term sustainability has been increasingly addressed in the middle of construction, due to the increasing concern of the impacts that each activity generates to the environment, such impacts can and should be avoided through a less severe work approach and less aggression to the environment involved by it. In order for this sustainable proposal to be effectively applied effectively, there must be a close relationship between purpose and planning, without which the practical approach to sustainable actions becomes more susceptible to failures and plays a contrary role than is expected. These failures occur in spite of all practical attempts to apply these sustainable methodologies in the construction market in Brazil, as they still face specific challenges, due to the economic, for their application; the cultural question of the usual constructive methods and the fear of applying the "new"; and the precariousness of the skilled labor force for its execution. Therefore, this article proposes, through bibliographical research, to approach studies and concepts of what is sustainable, to understand the reason for its need in civil construction, to discuss the main challenges for its application in Brazil, to list some strategies and methodologies of sustainability in construction and understand the importance of planning for the sustainable maintenance of construction processes.

Keywords: Sustainability. Challenge. Civil Construction. Planning.

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