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Value Investing: análise de uma carteira de dividendos a partir dos Filtros de Graham

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA VANEY NASCIMENTO DA CUNHA

VALUE INVESTING: ANÁLISE DE UMA CARTEIRA DE DIVIDENDOS A PARTIR DOS FILTROS DE GRAHAM

Rio de Janeiro 2019

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VANEY NASCIMENTO DA CUNHA

VALUE INVESTING: ANÁLISE DE UMA CARTEIRA DE DIVIDENDOS A PARTIR DOS FILTROS DE GRAHAM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Ciências Econômicas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientadora: Prof. Dra. Joseane Borges de Miranda

Rio de Janeiro 2019

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Dedico este trabalho à minha esposa Ane Ramaldes, amiga e companheira de todas as aventuras, à minha amada filha Lara e ao meu pequeno Theo, que chegou para alegrar as nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

Uma jornada sempre conta com diversos participantes, de forma direta ou indireta, seja ela qual for. E alcançar a linha de chegada desta aventura pela graduação em Ciências Econômicas, só foi possível graças à participação da minha família, amigos e mestres.

Ane, Lara e Theo, cada um com a sua contribuição, foram a força para que eu pudesse seguir em frente. Desculpo-me pelas ausências e agradeço por sempre fazerem meus dias mais felizes.

Agradeço também aos grandes amigos Marcelo Batalha, Raphael Ayres e Jesulino dos Santos Júnior. A decisão de cursar Ciências Econômicas teve muito a ver com as nossas conversas iniciais sobre investimentos. Conversas que perduram até hoje e que já nos renderam bons frutos (e risadas).

Para finalizar, representado todos os professores da Faculdade de Ciências Econômicas, meu muito obrigado à Profa. Joseane Borges de Miranda, que me acompanhou ao longo de todo o curso, mantendo-me sempre motivado a continuar.

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“O segredo para investir é descobrir o valor de alguma coisa, e então pagar muito menos por ela.” (Joel Greenblatt)

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o grau de aderência da carteira Dividendos 8+, sugerida pela corretora Rico Investimentos, à filosofia de value investing, desenvolvida por Benjamin Graham (1894 – 1976) em sua obra Security Analysis (1934). Baseado na perspectiva da análise fundamentalista, que preconiza em sua metodologia a avaliação dos fundamentos econômicos e financeiros de uma empresa, o value investing está pautado na determinação do valor real dos negócios, com base em seu valor intrínseco. Para o desenvolvimento deste estudo, fazem parte as ações das empresas AES Tietê (TIET11), B3 (B3SA3), Braskem (BRKM5), Equatorial Energia (EQTL3), Itaúsa (ITSA4), Qualicorp (QUAL3), MRV (MRVE3) e Unipar (UNIP6). Com base nos referenciais teóricos, conclui-se que somente um dos ativos da carteira em referência possui total aderência à filosofia de value investing, embora todas as companhias listadas possam ser entendidas como sólidas em seus segmentos, com expressivo valor de mercado, resultados econômicos e financeiros.

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ABSTRACT

The feature academic work has as objective evaluate the degree of adherence of dividends portfolio 8+, suggest by the broker Rico Investimentos, value investing philosophy, developed by Benjamin Graham (1894 – 1976) in Security Analysis (1934). Based on the fundamentalist analysis perspective, that advocates on his methodology to evaluate the economical foundation and financial from a company, the value investing is guided on the determination on the real values of business, based on intrinsic value. For the development of this study, are included the stock from the companies AES Tietê (TIET11), B3 (B3SA3), Braskem (BRKM5), Equatorial Energia (EQTL3), Itaúsa (ITSA4), Qualicorp (QUAL3), MRV (MRVE3) and Unipar (UNIP6). Based on the theoretical framework, it is concluded that on the one of the assets on the reference portfolio possesses total adherence to the value investing philosophy, although all the companies listed can be understood as stable in theirs sectors, with expressive market value, economic and financial results.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10

1.1. EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA 10

1.2. OBJETIVOS 14 1.2.1. Objetivo geral 14 1.2.2. Objetivos específicos 14 1.3. JUSTIFICATIVA 14 1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 15 2. REFERENCIAL TEÓRICO 17

2.1. O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 17

2.2. MERCADO FINANCEIRO 18

2.3. MERCADO DE CAPITAIS 20

2.4 MERCADO ACIONÁRIO 21

2.5 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA 23

2.6. VALUE INVESTING E OS FILTROS DE GRAHAM 26

3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 29

3.1 SOBRE A RICO INVESTIMENTOS 29

3.2 CARTEIRA DIVIDENDOS 8+ 30

3.3 DESCRIÇÃO DOS ATIVOS 31

3.3.1 AES Tietê (TIET11) 31

3.3.2 B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (B3SA3) 33

3.3.3 Braskem S.A. (BRKM5) 36

3.3.4 Equatorial Energia (EQTL3) 38

3.3.5 Qualicorp Soluções em Saúde (QUAL3) 41

3.3.6 Itaúsa (ITSA4) 43

3.3.7 MRV (MRVE3) 45

3.3.8 Unipar Carbocloro (UNIP6) 48

3.4 RESULTADOS E ATUALIZAÇÃO DA CARTEIRA DIVIDENDOS 8+ 50 3.5 ANÁLISE DA CARTEIRA DIVIDENDOS 8+ A PARTIR DOS FILTROS

DE GRAHAM

56

CONSIDERAÇÕES FINAIS 60

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1. INTRODUÇÃO

Em muitos aspectos encarado com bastante desconfiança, o mercado de capitais no Brasil, em especial o acionário, tem se apresentado como alternativa de aplicação de recursos para uma parcela de nossos investidores. Produtos de renda fixa como CDBs, RDBs, LCIs, LCAs e títulos públicos têm dividido espaço com a renda variável, considerando suas possibilidades de retorno financeiro.

Dados os diferentes graus de complexidade dos tipos de investimentos e da migração de representativa parcela dos investidores da poupança para produtos mais sofisticados, têm ganhado bastante destaque as recomendações de inúmeras empresas especializadas em mercado financeiro, dentre elas bancos comerciais, corretoras, publicações especializadas, dentre outras.

Nesse contexto, lançar luz a parte dessas recomendações pode contribuir para um melhor entendimento de sua eficácia. Como base de análise, será utilizada a filosofia do value investing, cujas origens remontam à década de 1930, por meio dos estudos do professor norte-americano Benjamin Graham (1894 – 1976) e tem se mostrado de grande valia como método de aplicação de recursos.

1.1. EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

Segundo Mannarelli Filho (2007), os princípios fundamentais da negociação de mercados futuros e as funções das bolsas de valores possuem séculos de existência.

Na Grécia e na Roma antigas, os mercados possuíam certo grau de formalização, com sistemas comuns de troca e de moeda. As bolsas modernas têm sua origem e fundamentos na Idade Média, na Europa, quando as comunidades eram muito isoladas e organizadas em um sistema de produção praticamente autônomo, onde o Sistema Feudal se caracterizava pela produção de poucos excedentes de produtos, o que tinha, como consequência, uma baixa relação de troca e comércio. Entretanto, é neste ambiente que, principalmente na estação do verão, as comunidades rurais afluíam para as pequenas cidades medievais para realizar festivais, e principalmente fazer trocas de seus excedentes [...]. Este ambiente caracterizava-se pela existência de um local físico, para realização das trocas, em que os agentes econômicos, de um lado vendedores e de

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11 outros compradores, procuravam determinar o justo valor de um produto qualquer (MANNARELLI FILHO, 2007, p. 111).

Comercial e financeiramente, a palavra bolsa se origina no final do século XIII, oriunda do nome de uma família de nobres belgas, os Van der Buerse. Seu brasão de armas era formado por três bolsas de pele, simbolizando honradez e méritos por sua atuação na área mercantil (PINHEIRO, 2018).

De forma embrionária, na Holanda do século XVII, experimentou-se a gênese do que viria a ser seu mercado financeiro, quando do advento da venda de bulbos de tulipa. Naquele período uma flor poderia custar o preço de uma casa. “Essas flores caíram no gosto dos endinheirados da Europa logo que foram trazidas da Turquia. [...] Em 1624, um botão custava, em florins holandeses, o mesmo que uma casa em Amsterdã” (VERSIGNASSI, 2015).

Tal momento histórico de grande relevância para o incipiente mercado financeiro encerrou-se após um longo ciclo especulativo, momento no qual entraram em cena contratos futuros de compra e venda, que deixaram de ser honrados, dados os elevados preços alcançados em um movimento irracional do mercado, configurando, de acordo com Versignassi (2015), a primeira bolha financeira que se tem notícia.

No Brasil, admite-se a formação de um mercado de capitais a partir do século XIX, quando da criação do Banco do Brasil, em 1808, cuja capitalização se deu por meio do lançamento de ações no mercado interno e em Angola. Em continuidade à formação desse mercado, são fundadas em 1845 e 1890 as Bolsas de Valores do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente. Já na primeira metade do século XX, o mercado de capitais teve um lento crescimento, tendo avançado nos anos 1960, a partir de medidas governamentais de fomento (PORTAL DO INVESTIDOR, 2018).

Ao longo dos anos 1970, graças ao chamado “milagre econômico”, o mercado de capitais no país se desenvolve, já contando com instituições privadas de investimento. Nesta mesma década, é criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com a finalidade, de disciplinar e fiscalizar atividades próprias do mercado

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12 mobiliário. Nos anos 1980 foram criados os bancos múltiplos, instituições que cresceram nos anos seguintes. Na década de 1990, após períodos hiperinflacionários, é criado o Plano Real, dando maior estabilidade à economia nacional, sendo um incentivo ao desenvolvimento do mercado de capitais, em especial o acionário (PORTAL DO INVESTIDOR, 2018).

Como evolução do mercado de capitais no Brasil, nos últimos anos, temos vivenciado um maior interesse da população, em especial a classe média, por assuntos vinculados a investimentos. Brasileiros de diferentes graus de instrução e financeiro têm na poupança o principal destino para os seus recursos, considerando a sua praticidade (INFOMONEY, 2018), mas principalmente o abismo de conhecimento em relação ao mercado financeiro.

Segundo o Banco Central (2018), atualmente estão investidos mais de R$ 750 bilhões na tradicional poupança. Além disso, de um modo geral, a população tem em seu gerente o principal assessor financeiro para as suas economias (UOL ECONOMIA, 2018), o que apresenta, por óbvio, uma leitura enviesada, considerando o seu compromisso com os produtos e metas da sua instituição financeira.

Esse quadro tem demonstrado uma incipiente mudança, principalmente pelo movimento de grandes e médias corretoras de valores, com argumentos voltados para a “desbancarização”1 dos investimentos das pessoas físicas, destaque para a

XP Investimentos, que apresenta uma comunicação mais massiva e agressiva sobre esse conceito, embora tenha sucumbido ao capital do Grupo Itaú-Unibanco.

Na esteira dessa mudança de paradigma, mesmo que ainda em fase embrionária, o mercado acionário tem atraído maior atenção dos investidores individuais. No entanto, levando em conta a sua complexidade e volume de

1 Trata-se de um neologismo criado com o objetivo de incentivar pequenos investidores a buscarem opções de investimentos fora das grandes instituições bancárias, buscando melhores taxas, condições e assessoria em instituições especializadas na oferta variada de produtos financeiros, com destaque para as corretoras de valores.

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13 informações e de empresas listadas, qual estratégia seguir? Focar no curto, médio ou no longo prazo? Especular ou investir?

Partindo desse dilema, este trabalho busca abordar o value investing, ou investimento em valor, como ferramenta metodológica para a definição de carteiras e estudos de empresas e segmentos de negócio. De acordo com Palazzo (2014), essa metodologia foi desenvolvida em 1934 por Benjamin Graham e David Dodd, a partir do livro Security Analysis, cuja principal filosofia prega a compra de bons ativos a preços descontados, para ganhos futuros em potenciais valorizações.

Benjamin Graham é considerado por muitos o pai da análise de títulos e valores mobiliários. Ele nasceu em Londres, em 1894, mas mudou-se para Nova York com a família quando tinha um ano. Conseguiu uma bolsa de estudos para a Universidade de Columbia, tendo se formado em 1914. [...] Graham tornou-se especialista em analisar as ações em seus mínimos detalhes. Muito embora tenha sofrido uma perda estimada em 70% durante o Grande Crash, de 1929 a 1932, foi capaz de prosperar nos anos seguintes, colhendo bons negócios no ambiente econômico depressivo e desvalorizado, cujo impulso especulativo havia derrubado os preços (PALAZZO, 2014, p. 38).

O conceito central da filosofia criada por Graham e Dodd (2009) está na determinação do valor real dos negócios. Esse é um parâmetro conhecido como valor intrínseco.

Em termos gerais [o valor intrínseco] é entendido como sendo aquele valor que se justifica pelos fatos, por exemplo, os ativos, rendimentos, dividendos, perspectivas definidas. [...] É um grande erro imaginar que o valor intrínseco é algo preciso e determinável como o preço de mercado (GRAHAM; DODD, 2009, p. 64).

Por meio do value investing, que tem como um dos seus maiores seguidores o megainvestidor Warren Buffett, busca-se uma análise aprofundada de cada um dos ativos, considerando suas perspectivas futuras, solidez dos negócios, resiliência e capacidade de gerar lucros crescentes (PALAZZO, 2014). Desse modo, a visão de longo prazo é fundamental, considerando que os bons resultados demandam tempo de maturação.

A partir dos conceitos de investimento em valor, muitas empresas de análise baseiam parte de seus relatórios analíticos a essa filosofia, materializando-a em

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14 sugestões de investimentos conhecidas como carteiras de dividendos. Especificamente neste estudo, pretende-se avaliar as sugestões da Rico Investimentos, criada em 2011 e considerada a segunda maior corretora de valores do país.

Desse modo, o presente trabalho visa responder ao seguinte problema de pesquisa: qual o grau de aderência da carteira de dividendos apresentada pela

corretora de valores Rico Investimentos à filosofia de value investing?

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo geral

Avaliar o grau de aderência da carteira de dividendos apresentada pela corretora de valores Rico Investimentos à filosofia de value investing.

1.2.2. Objetivos específicos

- Apresentar os principais conceitos de value investing;

- Identificar as ações recomendadas pela Rico Investimentos;

- Definir parâmetros de comparação à luz dos conceitos de value investing; - Analisar comparativamente os principais múltiplos das ações recomendadas. 1.3. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho se justifica, dado o maior interesse apresentado pela sociedade brasileira pelo mercado de capitais, em especial aos investimentos em ações, tornando-se relevante a investigação da coerência das publicações das casas de análises de investimentos aos conceitos de value investing, metodologia abordada como referência para a definição de suas respectivas carteiras de dividendos. Considerando o alcance dos relatórios elaborados por essas empresas e o potencial de gerar ganhos ou prejuízos ao investidor individual, é relevante a

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15 análise das carteiras sugeridas, à luz dos principais conceitos do investimento em valor.

Esta pesquisa pode servir de base para trabalhos futuros, considerando a relevância dos estudos de investimentos financeiros para a área de ciências econômicas. Além disso, busca-se contribuir para a ampliação dos conhecimentos sobre metodologias de análises de empresas no mercado acionário, contribuindo para a consolidação do profissional de ciências econômicas como consultor independente de investimentos.

1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo contemplará uma pesquisa aplicada e para que sejam atingidos os seus objetivos, pretende-se utilizar quanto ao tipo a pesquisa descritiva que, segundo Vergara (1998), expõe as características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo correlações entre variáveis. Neste caso, serão correlacionadas com o princípios do value investing informações econômicas, financeiras e múltiplos da carteira Dividendos 8+, sugerida pela Rico Investimentos.

Quanto à natureza, a pesquisa terá abordagens qualitativa e quantitativa. “A pesquisa qualitativa proporciona uma melhor visão e compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística” (MALHOTRA, 2001, p. 155). Por meio da pesquisa qualitativa, será possível compreender os principais conceitos do value investing, conhecendo suas métricas e parâmetros de comparação e identificar as principais ações sugeridas pela Rico Investimentos. A pesquisa quantitativa tornará possível estabelecer cálculos e análises comparativas dos principais múltiplos das ações recomendadas.

O estudo levará em consideração a utilização de dados secundários a partir de levantamentos bibliográficos e documentais e tem por objetivo maior aproximação com o objeto empírico, neste caso os conceitos de value investing e a carteira de dividendos sugerida. Além disso, o pesquisador, por meio de métricas inerentes às

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16 premissas de investimento em valor, obterá dados primários, a partir dos cálculos dos múltiplos dos ativos objetos de estudo.

Como limitação ao método, podemos citar a temporalidade da pesquisa, considerando que os dados obtidos servirão para uma análise de ativos em um determinado período, sendo influenciada diretamente pelos fundamentos de cada ativo, bem como a sua cotação na bolsa de valores.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) compreende um conjunto de instituições e instrumentos financeiros, objetivando a transferência de recursos entre agentes econômicos.

Essas instituições devem permitir, dentro das melhores condições possíveis, a realização dos fluxos de fundos entre tomadores e poupadores de recursos na economia. A necessidade de conhecimento do sistema financeiro é crescente ao longo do tempo, explicada pela importância que exerce na economia o segmento empresarial de um país, como também pela maior complexidade que suas operações vêm apresentando (ASSAF NETO, 2018, p. 39).

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (2018), o SFN é composto tanto por instituições públicas quanto privadas, tendo por órgão deliberativo máximo o Conselho Monetário Nacional, órgão criado em 1964, cujo objetivo é formular a política da moeda e do crédito, visando promover o desenvolvimento econômico e social do país.

O SFN abrange dois grandes subsistemas, o normativo e o de intermediação, conforme a Figura 1. O subsistema normativo é formado por instituições voltadas para a definição e execução das normas vinculadas ao funcionamento do sistema, sendo composto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central (Bacen), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além do Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal.

O subsistema de intermediação é formado, por exemplo, por instituições financeiras bancárias e não bancárias, atuando na transferência de recursos entre os agentes de mercado, de acordo com as orientações definidas pelo subsistema normativo (TAMBOSI FILHO, 2015; ASSEF NETO, 2018; CVM, 2018).

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18 Figura 1: Sistema Financeiro Nacional (ASSEF NETO, 2018, p. 40)

2.2. MERCADO FINANCEIRO

Embora possa ser empregado em diversas situações, abrangendo amplos significados, neste estudo, abordaremos a terminologia “mercado” como o “locus abstrato em que ocorre a formação de preço a partir da contraposição entre oferta e demanda, sem maiores considerações de cunho institucional” (YAZBEK, 2017, p. 60).

Segundo Silva (2007, p. 61), o “mercado deve ser entendido como o local onde se encontram fornecedores e consumidores, oferta e demanda, cada qual visando atender seus interesses, ou mesmo interesses de terceiros”.

A partir das funções inerentes ao mercado, preços são determinados e negócios realizados, promovendo, assim, o equilíbrio e desenvolvimento econômico.

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19 “Por meio do mercado, os fornecedores decidem quanto e quando produzir, com vistas a atender às demandas dos consumidores, que definem quanto e quando comprar” (SILVA, 2007, p. 61).

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o mercado financeiro tem por objetivo viabilizar a transferência de recursos entre aqueles que dispõem de recursos financeiros (agentes econômicos poupadores) e os agentes tomadores, ou seja, aqueles que necessitam desses recursos, podendo ou não envolver intermediações financeiras.

No primeiro caso, a instituição financeira se coloca como parte na intermediação, assumindo o papel de devedor do poupador e de credor do tomador de recursos, sendo remunerada por uma diferença entre o seu custo de captação e o que cobra dos tomadores. É o caso, por exemplo, dos bancos comerciais nas operações tradicionais de crédito. Na segunda hipótese, a poupança é transferida diretamente dos poupadores para os tomadores, ainda que com a atuação de instituições financeiras na prestação de serviços necessários ou úteis à efetivação desse fluxo. Essa é a hipótese comum no mercado de capitais.

Nesse contexto, podem ser segmentados no mercado financeiro quatro grandes mercados, conforme Tambosi Filho (2015):

- Mercado monetário: controla a liquidez monetária através do monitoramento e intervenção na oferta da moeda e nas taxas de juros no curto prazo, regulando o seu funcionamento, bem como os fluxos monetários, para as atividades de produção e consumo.

- Mercado de crédito: destina-se ao financiamento do consumo e do capital de giro das empresas no curto e médio prazo.

- Mercado de câmbio: controla a troca das moedas estrangeiras por reais, definindo o valor da nossa moeda.

- Mercado de capitais: destina-se principalmente ao financiamento de investimentos de médio e longo prazo, através da negociação dos títulos de valores mobiliários, em especial, das empresas de capital aberto.

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20 Figura 2: Mercado Financeiro (CVM, 2018)

2.3. MERCADO DE CAPITAIS

Tambosi Filho (2015) ressalta que o mercado de capitais está inserido no Sistema Financeiro Nacional (SFN), este composto por instituições responsáveis pela captação e distribuição de recursos financeiros. Tal mercado possui relevante papel no desenvolvimento econômico, considerando sua função de ofertar recursos financeiros para o sistema econômico, efetuando a conexão entre investidores e agentes econômicos que carecem de recursos de longo prazo (ASSAF NETO, 2018).

“O mercado de capitais é um mecanismo de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de gerar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar o seu processo de capitalização” (TORO RADAR, 2018). Nesse contexto, a transação ocorre de maneira direta, onde agentes poupadores direcionam recursos às empresas, buscando melhor rentabilidade para os seu capital e, consequentemente, possibilitando o crescimento econômico.

Na relação que se estabelece no mercado de capitais, os investidores, ao emprestarem seus recursos diretamente para as empresas, adquirem títulos, que representam as condições estabelecidas no negócio, chamados

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21 de valores mobiliários. Podem ser títulos de dívida, em que se estabelece uma relação de crédito entre as partes tomadora e poupadora, como é o caso das debêntures, ou podem ser títulos patrimoniais, ou de capital, em que os investidores se tornam sócios do negócio, com todos os direitos e deveres inerentes, como é o caso das ações (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 2014, P. 35).

Os valores mobiliários são títulos ou contratos que dão direito de participação ao seu detentor (ASSAF NETO, 2018), e podem ser divididos, por exemplo, conforme produtos abaixo:

- Fundos de investimento: condomínios constituídos com o objetivo de realizar a aplicação coletiva dos capitais de seus participantes. São regidos por um regulamento e têm uma assembleia geral dos participantes para a análise do investimento dos recursos.

- Debêntures: títulos, com garantia própria, que conferem ao seu titular direito de crédito contra o emitente, sobre o valor nominal e os juros nela estabelecidos.

- Certificados de Crédito Bancário (CDBs): investimento de renda fixa emitido por bancos, caracterizando-se como um empréstimo do poupador a instituições bancárias, que disponibilizarão esse recurso em suas carteiras de crédito.

- Letras de Câmbio (LCs): trata-se de um título semelhante ao CDB, no entanto, emitidos por financeiras ao invés de instituições bancárias.

- Letras de Crédito Agrícola (LCAs): investimento emitido por bancos, voltado para o financiamento de atividades do setor agrícola.

- Letras de Crédito Imobiliário (LCIs): título semelhante às LCAs, voltado para o financiamento de atividades do setor imobiliário.

- Ações: títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas e representam a menor fração de capital social de uma empresa.

2.4. MERCADO ACIONÁRIO

O mercado acionário atua na comercialização de valores mobiliários conhecidos como ações, dando direito à propriedade de parte de uma empresa a seu possuidor (TAMBOSI FILHO, 2015). “O detentor de uma ação não é um credor

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22 da empresa, mas sim um de seus proprietários e, como tal, possui direito à participação nos resultados da empresa proporcionalmente ao número de ações que detém” (CAVALCANTI, 2001, p. 43).

As ações são negociadas em instituições conhecidas como bolsa de valores, responsáveis pelo desenvolvimento do mercado primário e secundário desses valores mobiliários. A principal função dos mercados de bolsa e de balcão é organizar, manter, controlar e garantir ambientes ou sistemas propícios para o encontro de ofertas e a realização de negócios com formação eficiente de preços, transparência e divulgação de informações e segurança na compensação e liquidação dos negócios (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 2014, p. 230).

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (2014), as bolsas de valores trazem consigo benefícios para a economia e para a sociedade, podendo-se destacar entre eles:

- Financiamento para a capitalização de empresas através da venda de ações; - Estímulo à aplicação de poupanças em ações de companhias, com benefícios

para os diferentes setores da economia;

- Facilidade nos processos de fusões e aquisições de companhias;

- Estímulo à redução da desigualdade na distribuição de rendas da sociedade; - Aprimoramento da governança corporativa, com significativas melhoras nos

padrões de administração e eficiência das empresas;

- Abertura de oportunidades de participação no mercado de ações para pequenos e médios investidores;

- Atuação como termômetro da economia do país;

- Veículo para o financiamento das iniciativas públicas de desenvolvimento, pela capacidade de colocação de títulos públicos.

De acordo com Assaf Neto (2018), podem ser descritas as seguintes vantagens aos detentores de ações:

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23

Tipo Descrição

Dividendos

Parte dos resultados da empresa, determinada em cada exercício social e distribuída aos acionistas sob a forma de dinheiro. Todo acionista tem o direito de receber, no mínimo, o dividendo obrigatório fixado em lei. No Brasil, foi introduzido o juro sobre o capital próprio (JCP) como forma adicional de remuneração dos acionistas de uma companhia. Seu pagamento é facultativo e, quando efetuado, é entendido como dividendo.

Bonificação

Emissão e distribuição gratuita aos acionistas, em quantidade proporcional à participação de capital, de novas ações emitidas em função do aumento de capital efetuado por meio de incorporação de reservas. Esse tipo de vantagem ao investidor é conhecido por “bonificação em ações”. Algumas vezes uma companhia pode pagar dividendos adicionais aos seus acionistas na forma de “bonificação em dinheiro”.

Valorização

Subscritores de capital podem ainda beneficiar-se das valorizações de suas ações no mercado, ganho este que dependerá do preço de compra, da quantidade de ações emitidas, da conjuntura de mercado e do desempenho econômico-financeiro da empresa.

Direito de subscrição

Acionistas gozam do direito de serem previamente consultados (preferência) em todo aumento de capital, visando a aquisição de novas ações emitidas, em quantidade proporcional às ações possuídas. Com essa preferência, os atuais acionistas podem manter sua participação no capital da empresa. O direito de subscrição pode também ser vendido em bolsa a terceiros, constituindo-se em novo tipo de remuneração. Esse ganho ocorre quando o preço fixado pelo mercado para determinada ação se apresentar valorizado em relação ao seu preço de lançamento. Nesse caso, o investidor negocia o direito no mercado por um preço superior ao de subscrição.

Quadro 1: Mercado Financeiro (ASSAF NETO, 2018, P. 82)

Além das vantagens apresentadas acima, segundo Lund, Souza e Carvalho (2012), dentre inúmeras razões, o investimento em ações se justifica pela rentabilidade obtida no longo prazo, sendo potencialmente superior às aplicações em renda fixa. Segundo a autora, a compra de ações oportuniza a participação como beneficiário da geração de valor obtida pelas empresas. Para tanto, é de fundamental importância a observância a métodos que auxiliem a potencialização dos ganhos, com a manutenção dos riscos em patamares aceitáveis, sem comprometer o patrimônio do investidor.

2.5. ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

A análise fundamentalista preconiza em sua metodologia a avaliação dos fundamentos econômicos e financeiros de uma empresa. Trata-se de uma técnica baseada em informações internas e externas ao negócio, adotando a hipótese da

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24 existência de um valor intrínseco ao ativo, com base nos resultados apurados pelo emitente da ação (ASSAF NETO, 2018).

Avaliado o valor intrínseco, é possível definir um preço para novos ativos ou para aqueles já existentes, atividade que, segundo Testa (2011), é de suma importância aos investidores no mercado de capitais, utilizando-se, por exemplo, de técnicas vinculadas ao Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (MPAF) ou CAPM (Capital Asset Pricing Model), desenvolvido por Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966).

A técnica fundamentalista considera a análise das variáveis internas e externas à empresa, às quais exerceram influências sobre seu desempenho e, em consequência, sobre o valor intrínseco de suas ações. Os principais subsídios desse critério de análise são os demonstrativos financeiros da empresa e os diversos dados e informações referentes ao setor econômico de atividade, ao mercado acionário e à conjuntura econômica. De posse deste elenco de informações, são aplicados modelos quantitativos e financeiros com o objetivo de relacionar as decisões de compra ou venda de determinada ação com seu valor de mercado (ASSAF NETO, 2018, p. 251).

Para Damodaran (2002, apud TESTA, 2011), pode-se definir o preço de um ativo por meio do desconto dos fluxos de caixa futuros, a uma taxa mínima, complementado com os dividendos descontados na avaliação do valor presente de uma ação, sendo igual ao valor presente dos dividendos futuros.

=

(1 + )

onde, = çã

d = dividendos futuros previstos

t = período

r = taxa de retorno exigida pelo investidor

A partir da técnica da análise fundamentalista, torna-se possível a análise de alternativas de investimento, utilizando-se informações obtidas junto às empresas, somando-se o entendimento do contexto macroeconômico e setorial nos quais estão

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25 inseridos os negócios a serem avaliados. Também são requeridas análises retrospectivas e previsões de desempenho (BRADESCO, 2018).

Por meio da análise fundamentalista é possível o estudo dos fatores que afetam oferta e demanda, além de possibilitar a comparabilidade do preço de um determinado ativo com seus concorrentes, classificando-o como sobreavaliado, subavaliado ou precificado de maneira condizente com o mercado. É importante salientar que tal metodologia de análise possui uma perspectiva de longo prazo, auxiliando na definição da compra, venda ou manutenção de um determinado ativo em uma carteira de investimentos.

De acordo com a análise fundamentalista, as ações podem ser avaliadas utilizando-se múltiplos que objetivam compreender os reflexos do desempenho da empresa sobre o valor de mercado de suas ações (ASSAF NETO, 2018). Dentre eles, podemos citar:

- Lucro por ação (LPA): ilustra o benefício (lucro) auferido por ação emitida pela empresa, ou seja, do resultado líquido após o imposto de renda obtido em determinado período, quanto compete a cada ação emitida.

, - = 2ú4 ,./ í0.1 çõ 41 1

- Payout: indica os dividendos distribuídos aos acionistas como uma porcentagem do lucro por ação (LPA).

6 . = ,./ 71 1 çã

- Dividend yield: indica a remuneração por dividendos do acionista realizada sobre o capital investido (valor pago pela ação).

(25)

26 - Preço pelo lucro (P/L): considerado um dos indicadores mais tradicionais do mercado, é calculado pela relação entre o preço de aquisição do título (valor do investimento efetuado ou de mercado) e seu lucro unitário periódico.

/, = ç 4 /,./ çã çã

- Preço pelo valor patrimonial por ação (P/VPA): é calculado pela relação entre o preço de aquisição do papel e valor patrimonial por ação.

/9 - = 9 ç 4 / 14 1 çã çã

2.6. VALUE INVESTING E OS FILTROS DE GRAHAM

De acordo com Palazzo (2014), o value investing é uma filosofia de investimentos no mercado acionário, balizada na determinação do valor real dos negócios, com base em seu valor intrínseco. Conforme mencionado anteriormente, Benjamin Graham, considerado o principal expoente dessa corrente, defendia o investimento em empresas cujos preços de suas ações guardassem coerência com os valores dos seus negócios.

Preços em linha, ou levemente abaixo dos valores intrínsecos, deveriam ser considerados pouco atraentes para os investidores em valor, uma vez que os investidores deveriam sempre procurar um investimento que oferecesse uma margem de segurança (PALAZZO, 2014).

Outro importante ensinamento de Graham diz respeito à diversificação, mecanismo relevante para a redução de riscos que análises equivocadas podem trazer a uma certeira de investimentos.

Buscando uma simplificação do método desenvolvido, Graham definiu filtros que pudessem facilitar o processo de identificação de ações com preços mais atraentes no mercado, considerando como parâmetro o seu valor intrínseco.

(26)

27 Assim, foram listados sete parâmetros para a aquisição de uma ação (GRAHAM, 2018). O primeiro deles diz respeito ao tamanho adequado da empresa. Para Graham, todos os valores mínimos são arbitrários, principalmente aqueles referentes ao tamanho adequado de uma empresa. Com base nesse aspecto, o autor buscou excluir empresas pequenas, mais sujeitas a adversidades. Seu foco estava em companhias industriais, com faturamento mínimo de US$ 100 milhões ou em concessionárias de serviços públicos, cujos ativos totais mínimos deveriam ser de US$ 50 milhões.

Outro ponto de destaque se refere à condição financeira suficientemente forte. Nesse caso, em companhias industriais o ativo circulante deve ser pelo menos o dobro do passivo circulante (índice de liquidez normal). O endividamento de longo prazo não deve exceder o capital de giro da companhia (ativo circulante - passivo circulante). Em concessionárias de serviços públicos a dívida não deve exceder duas vezes o capital social.

Dois outros filtros relevantes dizem respeito à estabilidade de lucros, com resultados positivos em cada um dos últimos dez anos e um bom histórico de dividendos, com pagamentos ininterruptos durante, pelo menos, os últimos vinte anos.

O crescimento dos lucros deve compor pelo menos um aumento de um terço nos lucros por ação durante os últimos dez anos. Soma-se a isso, a razão preço/lucro deve ser moderada, não podendo superar 15 vezes os lucros médios dos últimos três anos.

Para finalizar os filtros definidos por Graham, a razão preço/ativos também deve ser moderada. O preço atual da ação não deveria ser maior que 1,5 vezes o último valor contábil divulgado. Sobre esse aspecto, o autor entende como de possível aceitação uma razão maior que 1,5, desde que o múltiplo de lucros seja inferior a 15 vezes, justificando um múltiplo de ativos maior. Nesse caso, é indicado que o produto do múltiplo e a razão preço/valor contábil seja inferior a 22,5.

(27)

28 Cabe ressaltar que a proposta apresentada considera, segundo Graham (2018), as necessidades de um investidor defensivo, considerando a exclusão de empresas pequenas, relativamente fracas, que tenham registrado prejuízos em anos anteriores e que não possuem longo e ininterrupto histórico de pagamento de dividendos.

O fato é que os parâmetros defendidos por Graham criaram uma legião de investidores pautados em seus ensinamentos, dentre eles Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo e que, como é sabido, construiu sua fortuna com base nos princípios apresentados anteriormente.

(28)

29 3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

3.1. SOBRE A RICO INVESTIMENTOS

Adquirida no final de 2016 pela XP Investimentos, a Rico Investimentos é considerada a segunda maior corretora de valores do país, perdendo apenas para a própria XP, que ocupa a primeira posição (RICO INVESTIMENTOS, 2019). Sua história teve início em 2011, juntamente com a Link Investimentos, uma instituição financeira criada em 1998 que aos poucos ganhou relevância no mercado, tornando-se na ocasião a maior corretora da BM&F, atual B3.

Com foco inicial em pessoas jurídicas, em 2008 a Link Investimentos criou um projeto voltado para pessoas físicas, chamado de Link Trade, tendo sido dois anos mais tarde comprada pela UBS, banco suíço que havia decidido iniciar suas operações no mercado brasileiro.

Como este banco não teve interesse na área de home broker da Link Investimentos, abriu-se caminho para que, em 2011, Frederico Meinberg, Marcelo Mendonça de Barros, Monica Saccarelli, Norberto Giangrande e Ricardo da Costa Moraes Filho trabalhassem com toda a base de clientes herdados da Link Trade, culminando na criação da Rico Investimentos, composta na época por 12 mil clientes e 25 pessoas na equipe.

De acordo com a corretora, o objetivo foi lançar uma instituição financeira on-line, por meio de uma plataforma para pessoas físicas, que começou com a oferta de renda variável, principalmente ações da bolsa, passando por fundos de investimentos e opções em renda fixa privada e pública, o que fez aumentar sua base para 20 mil clientes.

Com foco em ampliar a base de clientes, em 2014 fundiu-se com o home broker da Caixa Geral de Depósitos (CGD), chamado DirectaInvest, o que elevou sua base de clientes para 90 mil, momento em que se tornou a segunda maior corretora do Brasil.

(29)

30 Atualmente a Rico possui mais de 260 mil clientes, e oferece diferentes produtos em fundos de investimento e renda variável (principalmente ações) e produtos em renda fixa (pública e privada). Embora tenha sido adquirida pela XP, elas ainda são instituições diferentes que possuem base de clientes diferentes.

3.2. CARTEIRA DIVIDENDOS 8+

Conhecida como Carteira Dividendos 8+, o portfólio sugerido pela corretora Rico Investimentos contempla ativos de diversos ramos de atividade. De acordo com a empresa, seu objetivo é buscar empresas de qualidade, com vantagens competitivas em setores resilientes e com capacidade de distribuição de dividendos aos seus acionistas (RICO INVESTIMENTOS, 2019).

A carteira utilizada neste estudo refere-se àquela disponibilizada no mês de abril de 2019, podendo ser observada na Tabela 1.

Ativo Ticker Setor Valor de mercado (R$ mil) ações (x mil) Número de

TIET11 Energia elétrica 4.229.880 1.967.380

B3SA3 financeiros diversos Serviços 70.257.800 2.059.140

BRKM5 Químicos 37.030.800 797.219

EQTL3 Energia elétrica 16.261.100 201.102

(30)

31

ITSA4 Financeiros 101.097.000 8.410.700

MRVE3 Construção e engenharia 6.453.350 444.140.

UNIP6 Químicos 3.380.740 87.155

Tabela 1: Carteira Dividendos 8+ | Rico Investimentos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.3. DESCRIÇÃO DOS ATIVOS

3.3.1. AES Tietê (TIET11)

3.3.1.1. Perfil corporativo2

A AES Tietê integra um dos principais grupos do setor de energia do país, a AES Brasil, composto, além da própria AES Tietê, por AES Uruguaiana (geração), AES Ergos (distribuição) e AES Tietê Integra, que por sua vez atua como comercializadora varejista para clientes industriais e comerciais, além de prestar serviços de gestão de energia e projetos de engenharia ligados à construção de subestações, linhas de transmissão e adequações de cabines.

Atuando no Brasil há 20 anos, possui um parque gerador hídrico composto por nove usinas hidrelétricas e três pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), dois complexos solares e um complexo eólico que juntos totalizam 3.348 MW de capacidade instalada, em concessões válidas até 2029. Seus ativos são controlados remotamente por um centro de operações considerado um dos mais modernos e tecnológicos do Brasil, capaz de gerenciar e supervisionar todas as suas plantas hidrelétricas, eclusas, solares, eólicas e de distribuição com segurança, eficiência e confiabilidade.

(31)

32 Atualmente possui controle acionário do Grupo AES, uma das maiores corporações do setor de energia elétrica do mundo, e possui a BNDESPar, subsidiária integral do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, como um dos mais relevantes acionistas. Dentre o conjunto de vantagens competitivas que potencialmente diferenciam sua performance operacional e financeira estão: forte capacidade de geração de caixa; governança corporativa; práticas sustentáveis nos negócios; remuneração dos acionistas nos últimos cinco anos; administração experiente; portfólio de ativos diversificado e acionistas relevantes e comprometidos.

3.3.1.2. Informações sobre o ativo

Figura 3: Dados gerais (FUNDAMENTUS, 2019)

(32)

33 Figura 5: Histórico de cotações (FUNDAMENTUS, 2019)

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 0,7800 2008 - 2017 0,8243 2007 - 2016 2,1623 2006 - 2015 - 2005 - 2014 - 2004 - 2013 - 2003 - 2012 - 2002 - 2011 - 2001 - 2010 - 2000 - 2009 - 1999 -

Tabela 2: Distribuição de dividendos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.3.2. B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (B3SA3)

3.3.2.1. Perfil corporativo3

Da integração entre a BM&FBOVESPA (Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros) e a CETIP (prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão organizado) nasceu, em março de 2017, a B3 S.A – Brasil, Bolsa, Balcão, considerada atualmente uma das principais – em valor de mercado – provedoras de infraestrutura para o mercado financeiro do mundo. Desde então, a companhia

(33)

34 ampliou o leque de serviços e produtos oferecidos aos seus clientes, dentre eles os de negociação e pós-negociação, financiamento de veículos e imóveis, bem como registro de operações de balcão.

A B3 implementa ainda sistemas de negociação e pós-negociação de ações, derivativos de ações, títulos de renda fixa, financeiros e de mercadorias, moedas à vista, títulos públicos federais e commodities agropecuárias, e oferece serviços de listagem e de depositária central para os ativos negociados em seus ambientes, além de licenciamento de softwares e índices.

Tamanha complexidade de atuação requer investimentos frequentes em infraestrutura, tecnologia, gerenciamento de riscos e controle, itens capazes de assegurar o funcionamento dos mercados com eficiência e segurança. Não à toa, um dos seus focos é fomentar seus mercados de atuação através da inovação, do desenvolvimento de produtos e de programas de educação para a sociedade.

Além de ser a única bolsa de valores, mercadorias e futuros em operação no Brasil, é a maior depositária de títulos de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do país. Atua como sociedade de capital aberto e suas ações B3SA3 são negociadas no Novo Mercado, integrando índices como Ibovespa IBrX, Itag, IBrX-50, entre outros.

Atualmente possui sede na capital de São Paulo, unidades no Rio de Janeiro e Alphaville, bem como escritórios em Londres e em Xangai, de ondem oferecem suporte aos clientes estrangeiros, promovem relacionamento com órgãos reguladores e divulgam produtos e práticas de governança a investidores.

(34)

35 3.3.2.2. Informações sobre o ativo

Figura 6: Dados gerais (FUNDAMENTUS, 2019)

Figura 7: Indicadores fundamentalistas (FUNDAMENTUS, 2019)

(35)

36

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 0,7020 2008 0,2122 2017 0,4527 2007 - 2016 0,5036 2006 - 2015 0,7991 2005 - 2014 0,4053 2004 - 2013 0,5769 2003 - 2012 0,4725 2002 - 2011 0,5605 2001 - 2010 0,4933 2000 - 2009 0,2585 1999 -

Tabela 3: Distribuição de dividendos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.3.3. Braskem AS (BRKM5)

3.3.3.1. Perfil corporativo4

A Braskem, maior produtora de resina termoplásticas das Américas e maior produtora de polipropileno dos Estados Unidos, foi criada em 2002 através da integração de seis empresas da Odebrechet e do Grupo Mariani. Sua especialidade é produzir resinas de polietileno, polipropileno e policloreto de vinila, bem como insumos químicos como eteno, benzeno, propeno, cloro, butadieno, tolueno, soda, solventes, e até mesmo o polietileno verde, 100% renovável e feito a partir da cana-de-açúcar.

Insere-se no setor químico e petroquímico, com cadeias produtivas interligadas no desenvolvimento econômico. Atualmente, é a única petroquímica integrada, no Brasil, de primeira e segunda geração de resinas termoplásticas, o que gera vantagens competitivas diferenciadas em eficiência operacional e escala de produção.

Além de estar presente no Brasil e nos Estados, possui unidades no México, na Alemanha e 16 escritórios regionais em outros países. Das suas 40 unidades industriais, 29 estão no Brasil (Alagoas, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo), cinco no Estados Unidos, duas na Alemanha e quatro no México. Sua capacidade de produção é de cerca de 16 milhões de toneladas por ano de resinas

(36)

37 termoplásticas e outros produtos químicos, atendendo mais de 70 países em todos os continentes.

Com uma receita líquida de R$ 58 bilhões e EBITDA de R$ 11,3 bilhões, em 2018, possui ações listadas em três bolsas de valores: B3 (Brasil), NYSE (Estados Unidos) e Latibex (Espanha).

3.3.3.2. Informações sobre o ativo

Figura 9: Dados gerais (FUNDAMENTUS, 2019)

(37)

38 Figura 11: Histórico de cotações (FUNDAMENTUS, 2019)

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 1,8857 2008 0,6446 2017 1,2567 2007 0,1590 2016 2,5139 2006 0,1543 2015 0,6063 2005 0,0761 2014 0,6062 2004 0,0023 2013 - 2003 - 2012 0,6051 2002 0,0175 2011 0,8332 2001 0,0517 2010 - 2000 0,0688 2009 - 1999 0,0414

Tabela 4: Distribuição de dividendos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.3.4. Equatorial Energia (EQTL3)

3.3.4.1. Perfil Corporativo5

Holding do setor elétrico brasileiro, a Equatorial Energia atua nos segmentos de distribuição (Cemar - Maranhão, Celpa - Pará e Cepisa - Piauí); transmissão (8 projetos pré-operacionais e 1 linha operacional entre Tocantins e Goiás – Intesa); geração (Termoelétrica Geramar); comercialização (Sol Energias) e serviços (55 Soluções).

(38)

39 No Maranhão, controla a única concessionária de distribuição de energia elétrica no Estado, a Cemar (Companhia Energética do Maranhão), com 332 mil km² e 2,4 milhões de clientes, atendendo cerca de 7 milhões de habitantes. No Estado do Pará, a Equatorial é controladora da Celpa (Centrais Elétricas do Pará), única concessionária de distribuição de energia elétrica do Estado, com atuação em 1.248 mil km², possuindo 2,6 milhões de clientes e atendendo a 8,2 milhões de habitantes. Já no Piauí, possui controle da Cepisa, distribuidora de energia que cobre uma área 251 mil km² e possui um total de 1,2 milhão de consumidores.

No segmento de transmissão, a Equatorial detém 51% da Intesa, linha operacional com aproximadamente R$ 150 milhões de Receita Anual Permitida em 2018, além de possuir oito projetos de construção e operação de linhas de transmissão e subestações, adquiridos por meio de leilões da Aneel.

A Equatorial Energia atua também no segmento de geração por meio da Geramar, com 25% do controle, sendo responsável pela implantação e operação de duas usinas termelétricas na cidade de Miranda do Norte, Estado do Maranhão, com capacidade instalada conjunta de 332 MW, as quais fornecem energia para o Sistema Interligado Nacional.

3.3.4.2. Informações sobre o ativo

(39)

40 Figura 13: Indicadores fundamentalistas (FUNDAMENTUS, 2019)

Figura 14: Histórico de cotações (FUNDAMENTUS, 2019)

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 1,2110 2008 1,3991 2017 0,5800 2007 0,6214 2016 0,9300 2006 - 2015 0,8300 2005 - 2014 0,3900 2004 - 2013 0,0850 2003 - 2012 0,1533 2002 - 2011 1,8000 2001 - 2010 0,4000 2000 - 2009 2,6450 1999 -

(40)

41 3.3.5. Qualicorp Soluções em Saúde (QUAL3)

3.3.5.1. Perfil corporativo6

Possuindo mais de 2,4 milhões de beneficiários, a Qualicorp Consultoria e Corretora de Seguros S.A. é uma das maiores companhias de administração, gestão e vendas de planos de saúde coletivos, empresariais e coletivos por adesão do país.

Foi criada em 1997 com uma abordagem de administração e gestão de benefícios em saúde que combinava "venda e pós-venda", através de soluções administrativas, financeiras, operacionais e comerciais, visando agregar valor na prestação de serviços aos clientes, consumidores e parceiros.

Dentre os serviços estão contratação, comercialização e administração de benefícios em saúde, consultoria de gestão de benefícios em saúde, serviços de administração terceirizada (TPA) e de tecnologia de informação aplicada à assistência à saúde, prestados através de dois segmentos: Adesão (Planos Coletivos por Adesão) e Corporativo (Planos Coletivos Empresariais).

Atualmente a Qualicorp possui uma base de clientes com 1,3 milhão de beneficiários no segmento adesão, por meio de 539 associações de profissionais e/ou entidades de classe, 26 mil empresas e órgãos governamentais no segmento corporativo e outros.

Seu faturamento a inclui na lista dos 200 maiores grupos empresariais do Brasil, de acordo com a pesquisa Valor Econômico, ocupando a 194ª posição no ranking, sendo que no setor de serviços ocupa o 16º lugar dentre as vinte melhores empresas em rentabilidade patrimonial. Já na pesquisa Exame das melhores empresas do país, a Qualicorp ocupa a 571ª posição entre as mil enquanto entre as 100 maiores empresas de capital aberto ocupa a 60ª colocação.

(41)

42 3.3.5.2. Informações sobre o ativo

Figura 15: Dados gerais (FUNDAMENTUS, 2019)

Figura 16: Indicadores fundamentalistas (FUNDAMENTUS, 2019)

(42)

43

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 0,7238 2008 - 2017 1,3689 2007 - 2016 1,6931 2006 - 2015 3,3634 2005 - 2014 - 2004 - 2013 - 2003 - 2012 - 2002 - 2011 - 2001 - 2010 - 2000 - 2009 - 1999 -

Tabela 6: Distribuição de dividendos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.3.6. Itaúsa (ITSA4)

3.3.6.1. Perfil corporativo7

A Itaúsa foi criada com o objetivo de centralizar as decisões estratégicas e financeiras de um conglomerado de empresas, a fim de proporcionar a elas melhores condições de crescimento e expansão. Atualmente, opera nas áreas industrial e financeira, além de manter instituições sociais.

Sua história teve início com o primeiro banco de investimento a se constituir no Brasil, em 1966, denominado Banco Federal Itaú de Investimentos S.A. Surgida como sociedade anônima de capital aberto, em 1970 transformou-se em Banco Itaú de Investimentos S.A, expandindo atuação para área específica de bancos de investimento e acumulando carteira de ações. Passou por várias reformulações ao longo do tempo até que receber a denominação de Itaúsa – Investimentos Itaú S.A, incorporando definitivamente a sigla que o mercado consagrou.

As empresas principais investidas pela Itaúsa são o Itaú Unibanco Holding S.A e suas controladoras Banco Itaú e Banco Itaú BBA, no segmento financeiro, e Duratex, Alpargatas, NTS e Itautec, no setor não financeiro.

Sua estratégia de atuação é, como holding de capital aberto, manter a Itaúsa concentrando todas as decisões financeiras e estratégicas, de maneira que as

(43)

44 demais empresas controladas tenham melhores condições de atuação e expansão, com mais produtividade, desenvolvimento e tecnologia. Além disso, todas são regidas pelos mesmos princípios praticados pelo conglomerado, que passa por valorizar o capital humano, praticar a ética nos negócios e manter geração de valor para os acionistas.

Compõem o seu portfólio, além do Banco Itaú, Duratex, Alpargatas, Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e Itautec.

3.3.6.2. Informações sobre o ativo

Figura 18: Dados gerais (FUNDAMENTUS, 2019)

(44)

45 Figura 20: Histórico de cotações (FUNDAMENTUS, 2019)

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 0,9512 2008 0,3982 2017 0,4749 2007 0,3077 2016 0,5968 2006 0,2510 2015 0,5331 2005 0,2723 2014 0,3542 2004 0,2044 2013 0,3278 2003 0,2238 2012 0,4137 2002 0,1384 2011 0,4329 2001 0,1012 2010 0,3965 2000 0,0822 2009 0,4114 1999 0,0854

Tabela 7: Distribuição de dividendos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.3.7. MRV (MRVE3)

3.3.7.1. Perfil corporativo8

Com quase 40 anos de atuação, a MRV Engenharia e Participações S.A. é considerada atualmente a maior incorporadora e construtora do Brasil no segmento de empreendimentos populares, considerando o número de cidades atendidas e unidades incorporadas.

(45)

46 Possui foco de atuação em construções padronizadas, principalmente voltadas para o Programa Minha Casa Minha Vida, cujo preço médio de venda é de R$ 152 mil, o que lhe permite produção em escala industrial, por meio da padronização de processos.

A MRV está presente no setor imobiliário brasileiro com uma vasta diversificação, atuando em 148 cidades de 21 estados e Distrito Federal. Dessa forma, acumula vasto conhecimento de cada um dos mercados em que está inserida, posicionando-se numa situação de vantagem competitiva frente aos concorrentes e com ampla capacidade de crescimento.

A companhia beneficiou-se no passado recente do bom momento do seu segmento econômico, com aumento da disponibilidade de crédito para o setor imobiliário e redução da taxa de juros. Além disso, é uma das empresas com maior experiência no acesso aos programas de financiamento especiais da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, o que possibilita oferecer condições de financiamento diferenciadas aos clientes, ao mesmo tempo em que reduz sua necessidade de capital no desenvolvimento de projetos.

Atualmente, posiciona-se como companhia aberta organizada por prazo indeterminado e registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já tendo alcançado a marca de 300 mil unidades lançadas ao longo de sua história, o significa que um a cada 200 brasileiros moram em um apartamento da empresa.

3.3.7.2. Informações sobre o ativo

(46)

47 Figura 22: Indicadores fundamentalistas (FUNDAMENTUS, 2019)

Figura 23: Histórico de cotações (FUNDAMENTUS, 2019)

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 1,0300 2008 0,0752 2017 0,6397 2007 - 2016 0,3538 2006 - 2015 0,3877 2005 - 2014 0,3006 2004 - 2013 0,2624 2003 - 2012 0,3771 2002 - 2011 0,1802 2001 - 2010 0,3274 2000 - 2009 0,3774 1999 -

(47)

48 3.3.8. Unipar Carbocloro (UNIP6)

3.3.8.1. Perfil corporativo9

Empresa do setor químico, a Unipar Carbocloro possui atividades principalmente na fabricação de cloro, derivados de cloro, soda e outros derivados de uso industrial. Com capital aberto e ações listadas na B3, atualmente é acionista controladora da Unipar Indupa SAIC, empresa argentina produtora de PVC, soda cáustica e cloro na Argentina e no Brasil.

Foi fundada em 1969 como um complexo industrial destinado a produtos químicos, poliolefinas e outros derivados de petróleo, sob o nome de União Participações Industriais Ltda, tendo sido uma das pioneiras no polo petroquímico de São Paulo.

Entre 1980 e 1990, período de consolidação da empresa, a companhia passou a se chamar Unipar União de Indústrias Petroquímicas S/A, quando iniciou, a partir dos anos 2000, ampliações, expansões e aumento da capacidade produtiva por meio de outras constituições e aquisições. Foi quando em 2013 adquiriu a totalidade das ações da Carbocloro, resultando na criação da Unipar Carbocloro S/A.

Em 2016 concluiu a compra de 87,76% da empresa Argentina Solvay Indupa, do mesmo ramo, tornando-se, então, uma das empresas petroquímicas mais importantes do Mercosul.

(48)

49 3.3.8.2. Informações sobre o ativo

Figura 24: Dados gerais (FUNDAMENTUS, 2019)

Figura 25: Indicadores fundamentalistas (FUNDAMENTUS, 2019)

(49)

50

Ano Valor por ação Ano Valor por ação

2018 2,7098 2008 0,0605 2017 5,0421 2007 0,0228 2016 0,3173 2006 0,0646 2015 0,2474 2005 0,1166 2014 0,0194 2004 0,1388 2013 0,0076 2003 0,0815 2012 0,0021 2002 0,0992 2011 - 2001 0,1335 2010 - 2000 0,1753 2009 0,0220 1999 0,1210

Tabela 9: Distribuição de dividendos (FUNDAMENTUS, 2019)

3.4. RESULTADOS E ATUALIZAÇÃO DA CARTEIRA DIVIDENDOS 8+

A Carteira Dividendos 8+ da Rico Investimentos é atualizada mensalmente, no primeiro dia útil, quando é disponibilizada aos seus clientes a apresentação com a sua performance no mês anterior, mudanças na carteira, bem como os racionais para a substituição ou manutenção de ativos.

Criada em outubro de 2011 (RICO INVESTIMENTOS, 2019), conforme Figura 27, a Carteira Dividendos 8+ obteve um retorno de 216,6%, o que representa 134,3 p.p. acima do Índice Bovespa (Ibovespa), benchmarck para os resultados desse conjunto de ativos.

(50)

51 Uma das características da Carteira Dividendos 8+ são as constantes alterações dos papéis que a compõem. O Quadro 2 apresenta em destaque as ações que deixaram de compor o portfólio nos quatro primeiros meses de 2019.

Em fevereiro, deixaram de fazer parte da carteira VALE3 e GGBR4, dando lugar a BRKM5 e ENBR3, respectivamente. Em março, IRBR3 dá lugar a TIET11. Em abril deixam de fazer parte do portfólio ENBR3 e BRDT3, dando lugar a UNIP6 e QUAL3.

As mudanças apresentadas deixam claro que não há na carteira uma estratégia fixa de manutenção de todos os seus ativos por longos períodos, em contraponto à estratégia buy and hold10, que preconiza a manutenção de ativos de

empresas sólidas e boas pagadoras de dividendos por longos períodos.

Janeiro Fevereiro Março Abril

Vale

(VALE3) Braskem (BRKM5) Braskem (BRKM5) Braskem (BRKM5)

IRB

(IRBR3) (IRBR3)IRB AES Tietê (TIET11) AES Tietê (TIET11)

B3

(BRSA3) (BRSA3)B3 (BRSA3)B3 (BRSA3)B3

MRV

(MRVE3) (MRVE3)MRV (MRVE3)MRV (MRVE3)MRV

Equatorial

(EQTL3) Equatorial (EQTL3) Equatorial (EQTL3) Equatorial (EQTL3)

Gerdau

(GGBR4) (ENBR3)EDP (ENBR3)EDP Unipar (UNIP6)

Itaúsa

(ITSA4) Itaúsa (ITSA4) Itaúsa (ITSA4) Itaúsa (ITSA4)

BR Distribuidora

(BRDT3) BR Distribuidora (BRDT3) BR Distribuidora (BRDT3) Qualicorp (QUAL3)

Quadro 2: Alterações de ativos – janeiro a abril/2019 (RICO INVESTIMENTOS, 2019)

Ampliando a avaliação, a Tabela 10 apresenta outros múltiplos relevantes para a análise de ações. Compõem a sua estrutura o Lucro por Ação (LPA), calculado dividindo-se o lucro líquido pelo número de ações emitidas; o Dividend Yield, que é calculado considerando dividendo pago por ação, dividido pelo preço da

10 Ato de comprar um ativo e mantê-lo no longo prazo, de forma a se beneficiar com os rendimentos e valorizações que o papel por ventura apresentará no futuro. (SUNO RESEARCH, 2019)

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52 ação e; o Retorno sobre o capital investido, ROIC na sigla em inglês, calculado dividindo-se o EBIT por [ativos - fornecedores - caixa] (FUNDAMENTUS, 2019).

Ativo Ticker Cotação (R$) LPA DY ROIC

TIET11 10,80 0,73 8,0% 13,5% B3SA3 34,45 1,01 2,3% 7,8% BRKM5 47,78 3,60 0,0% 19,0% EQTL3 82,10 4,56 1,1% 11,6% QUAL3 17,20 1,40 5,9% 29,3% ITSA4 11,91 1,12 8,8% 0,5% MRVE3 14,51 1,55 4,7% 6,9% UNIP6 38,79 6,06 4,7% 28,1%

Tabela 10: Cotação, DY e ROIC (FUNDAMENTUS, 2019)

As cotações dos ativos variam de R$ 10,80 (TIET11) a R$ 82,10 (EQTL3), não havendo qualquer tendência de convergência a valores similares. O preço de uma ação depende de uma série de fatores, passando pelo seu valor de mercado, a

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53 expectativa de crescimento, o retorno apresentado, além de aspectos especulativos, muito comuns no mercado de renda variável.

Gráfico 1: Cotações Carteira Dividendos 8+ (FUNDAMENTUS, 2019)

Quanto ao Dividend Yield, é possível observar uma variabilidade expressiva, indo de 0,0% (BRKM5) a 8,8% (ITSA4). Considerando que o portfólio de ativos apresentado pela Rico Investimentos refere-se a uma carteira de dividendos, chama a atenção a performance do DY da Braskem entre janeiro e abril de 2019. Vale ressaltar que são números deste ano, não representando de forma consolidada os seus resultados anuais.

Outro ponto de destaque é a variabilidade dos percentuais alcançados, evidenciando melhores resultados para o investidor de ITSA4 e TIET11, que obteve um DY de 8,8% e 8,0%, respectivamente. São apresentados ativos com resultados muito próximos ou abaixo da inflação projetada de 2,0% entre janeiro e abril, a exemplo de B3SA3 e BRKM5. 81,10 47,78 38,79 34,45 17,20 14,51 11,91 10,80 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00

EQTL3 BRKM5 UNIP6 B3SA3 QUAL3 MRVE3 ITSA4 TIET11 Cotações (R$)

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54 Gráfico 2: Dividend Yield Carteira Dividendos 8+ (FUNDAMENTUS, 2019)

Não muito diferente do DY, o ROIC também apresenta grande variabilidade entre os seus resultados, entre 0,5% (ITSA4) e 29,3% (QUAL3). Este indicador representa quanto dinheiro a empresa tem condições de gerar com o capital investido (próprio e de terceiros). Dos ativos da carteira, é possível perceber que não há uma correlação direta entre o DY e o ROIC.

Gráfico 3: ROIC Carteira Dividendos 8+ (FUNDAMENTUS, 2019)

0,0% 1,1% 2,3% 4,7% 4,7% 5,9% 8,0% 8,8% 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 9,0% 10,0% BRKM5 EQTL3 B3SA3 UNIP6 MRVE3 QUAL3 TIET11 ITSA4 Dividend Yield 0,5% 6,9% 7,8% 11,6% 13,5% 19,0% 28,1% 29,3% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% ITSA4 MRVE3 B3SA3 EQTL3 TIET11 BRKM5 UNIP6 QUAL3

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55 Figura 28: Comparação entre cotações dos ativos11 (FUNDAMENTUS, 2019)

Considerando uma análise dos gráficos de cotações, é possível perceber também grandes diferenças entre os comportamentos das curvas dos ativos apresentados, havendo maior semelhança entre ITSA4 e QUAL3 e em menor medida com B3SA3.

11 Figura elaborada pelo autor deste estudo, com base nos históricos de cotações disponíveis em www.fundamentus.com.br.

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