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TCC-GLEYCIELLEALMEIDAMARQUESDASILVA

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Academic year: 2021

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa visa conhecer as concepções de um grupo da terceira idade sobre esse período de vida, tendo por objetivo analisar o comportamento dos idosos do município de São José do Rio Claro/MT e como os mesmos definem lazer para sua vida. Pretendemos analisar o que eles relatam sobre o que o município proporciona para eles e o que os projetos existentes no município têm influenciado em sua vida.

Buscamos entender essa fase da vida por meio de aprofundamento bibliográfico embasando em teorias que tratam da terceira idade, bem como por meio dos relatos dos próprios idosos sobre as mudanças de vida que acreditam vivenciar e as atividades de lazer que estes realizam. Acreditamos que este estudo poderá trazer contribuições significativas no que diz respeito ao lazer dos idosos e os cuidados necessários que a equipe de saúde realiza com esse grupo etário, numa perspectiva de saúde preventiva que incentiva a promoção da saúde, através de atividades relacionadas com a prevenção de doenças como palestras, boletins informativos, oficinas, grupo de apoio.

Entendemos que compreender as mudanças durante essa fase da vida contribuirá para que os profissionais da área da saúde percebam a importância de atuar em conjunto com demais profissionais envolvidos em projetos sociais que visualizem o envolvimento dos idosos em atividades práticas podendo contribuir para a redução do índice de agravamento das patologias efetivamente diagnosticadas, visando à humanização nas práticas cotidianas, ou seja, não só vendo a limitação física do idoso, sua alteração fisiológica, tendo apenas um olhar voltado para o cuidado das doenças desenvolvidas neste período da vida, mas ao contrário, pretende-se dar ênfase no olhar ao idoso por meio de uma visão holística, procurando compreender os fatores que ajudam a melhorar o seu estilo de vida.

Com objetivo de compreender essa realidade, buscaremos informações tanto em revisão de bibliografia sobre o tema quanto na inserção do campo a ser estudado. Este material nos subsidiará e orientará teoricamente neste estudo.

Essa pesquisa tem como objetivo verificar quais mudanças ocorreram na vida de alguns idosos que participam destes projetos voltados para a Terceira Idade no município de São José do Rio Claro/MT, necessariamente investigar como o grupo da Terceira Idade que freqüenta projetos de lazer compreende essa fase da vida, revelar os benefícios, numa perspectiva de saúde preventiva, que os projetos: Academia da Terceira Idade e o Conviver trazem ao grupo da Terceira Idade no município de São José do Rio Claro/MT, estudar como

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os idosos se relacionam com as atividades propostas nos projetos oferecidos pelo município e verificar quais são os significados atribuídos pelos idosos aos serviços prestados nos projetos.

Sabemos que o Projeto Conviver e o Projeto da Academia da Terceira Idade têm influenciado na vida dos idosos no município de São José do Rio Claro/MT.

Esses projetos têm influenciado a vida do grupo da Terceira Idade, tem melhorado sua auto-estima, seu auto-cuidado e sua valorização como ser humano.

A pesquisa será um estudo de caso realizado através de uma abordagem qualitativa, através desse método é uma escolha acertada que possibilitará descrever de uma maneira detalhada a expressão e conceituação dos idosos sobre o seu lazer e o que eles têm a dizer sobre os projetos existentes no município de São José do Rio Claro/MT, tendo como primeiro passo a localização dos sujeitos disponíveis à pesquisa e com isso coletando a assinatura de um termo em que os sujeitos autorizam a pesquisar sua vida usando as regras de pesquisa científica onde os nomes dos sujeitos serão rigorosamente preservados.

O processo do envelhecimento inicia segundo alguns autores, de forma lenta a partir dos 25 anos de idade. No entanto, a terceira idade por definição começa por volta dos 60 anos e se caracteriza por um declínio gradativo do funcionamento de todos os sistemas corporais.

No Brasil o número de idosos tem crescido cada vez mais, um dos fatores deste fenômeno é a baixa taxa de natalidade, a diminuição da mortalidade infantil, avanços na área de saúde, dentre outros. É importante analisar como esses idosos estão vivendo o que eles têm buscado e o que estão proporcionando para essa nova fase de sua vida.

O interesse no desenvolvimento desta pesquisa surgiu quando estive por cinco meses na cidade de São José do Rio Claro/MT. Nesta ocasião soube da existência de um trabalho que era desenvolvido com um grupo da Terceira Idade. Este fato chamou minha atenção. Comecei então observar se o município desenvolvia algum projeto para o lazer dos idosos e nessa busca pude perceber que o município realizava um Projeto da Academia da Terceira Idade (ATI) com aparelhos para exercício físico, com orientação de um educador físico. Este trabalho contava com três academias em locais estratégicos para que a população tivesse amplo acesso.

Essas atividades visam à melhoria na qualidade de vida de sua população nesta faixa etária, tendo como meta central incentivar a prática de atividade física, inclusão social, melhoria de auto-estima dos participantes e de saúde em geral.

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Outro trabalho que encontrei em andamento no município é o Projeto Conviver em que os idosos se reúnem uma vez por semana, com atividades diversificadas, como o baile, por exemplo.

O processo de envelhecimento deve ser visto como um processo natural da vida que se dá de forma contínua em todos os níveis. O aspecto intelectual, emocional e psicológico não precisam acompanhar este processo de desgaste, pois são alimentados e constituídos pelo conhecimento adquirido e experiências ao longo da vida. É um período de mudança e de balanço de conquistas e de lacunas que foram construídas no decorrer da vida.

Ocorrem mudanças significativas na maneira como se olha, se sente e se relaciona com o mundo.

Segundo Veras (2002) na sociedade atual, capitalista e ocidental, qualquer valoração fundamenta-se na idéia básica de produtividade. O modelo capitalista fez com que a velhice passasse a ocupar um lugar marginalizado na existência humana, não tendo mais a possibilidade de produção de riqueza, perdendo o seu valor simbólico, entretanto, valoriza a juventude, a beleza, produtividade, rapidez, a produção de riquezas e que, desse modo, desvaloriza a terceira idade.

Na cultura oriental, pelo contrário, o idoso é visto como portador da memória cultural e da sabedoria. No Ocidente, de um modo geral, as vontades dos idosos não são respeitadas e sua fala perde valor, sendo assim, não são tratados como sujeitos ativos, mas como objetos de cuidados.

Na maior parte das sociedades indígenas a transmissão dos elementos culturais como a mitologia, os rituais e os costumes são feitos oralmente e são os idosos que desempenham essa função fundamental para a sobrevivência dos povos, a figura do idoso é valorizada como um arquivo vivo. Os saberes tradicionais englobam vários aspectos da vida nas aldeias, desde a medicina, com as curas através dos conhecimentos dos remédios feitos de ervas e dos rituais até os cantos e as danças para os dias de festas.

Saber envelhecer não é fácil, principalmente numa sociedade que cultiva o novo, as cirurgias plásticas, o poder e a produtividade. Saber envelhecer é um aprendizado contínuo, é aceitar as novas limitações que o tempo traz, é não encarar a aposentadoria como um vazio, mas aprender a usar e desfrutar desse momento livre para buscar momentos de lazer.

Um envelhecer com saúde é aquele momento em que a pessoa aceita a si mesmo e aprende a desfrutar dessa etapa de vida. Quem se recusa a aceitar as mudanças que essa fase da vida traz, pode viver em um constante estresse, tendo reduzida sua auto-estima.

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Portanto pretendemos pesquisar como os Idosos que freqüentam os Projetos de lazer em São José do Rio Claro viam antes essa fase da vida e como a vêem hoje.

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CAPÍTULO I

1. TERCEIRA IDADE

1.1. POPULAÇÃO IDOSA E SEUS DIREITOS

O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial, no Brasil, as modificações ocorrem de forma bastante acelerada, estudos demográficos demonstram que no ano de 2025, o Brasil ocupará o sexto lugar entre os países com o maior quantitativo de idosos, pessoas com mais de sessenta anos de idade. (COSTA, 1996)

Segundo Carvalho (2008), o número de idosos no Brasil passou de três milhões, em 1960, para sete milhões, em 1975, e vinte milhões em 2008, podemos perceber que ocorreu um grande aumento em menos de cinqüenta anos.

Segundo Costa (1996), um dos grandes problemas da legislação é a definição de "idoso" para fins de proteção, esse conceito nos mostra as controvérsias existentes na legislação, citando que a Constituição Federal menciona o limite de sessenta e cinco anos, mas na Política Nacional do Idoso esse limite é de sessenta anos - conforme é adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Já o nosso código penal, menciona a idade de setenta anos.

Um importante indicador de que a questão do idoso tem sido alvo das preocupações da agenda nacional foi a promulgação, em quatro de Janeiro de 1994, da Lei nº 8842, que dispõe sobre a política nacional para o idoso, tendo por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

Entretanto, essa legislação não tem sido eficientemente aplicada. Isto se deve a vários fatores, um exemplo é o desconhecimento de seu conteúdo.

Sancionado em 2003, pelo Presidente da Republica, Luiz Inácio Lula da Silva, por meio da Lei nº 1.074, de outubro de 2003, entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2004.

Este documento discute os direitos fundamentais dos idosos relacionados aos seguintes aspectos: à vida, à liberdade, ao respeito e a dignidade, a alimentos, saúde,

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educação, cultura, esporte e lazer, profissionalização do trabalho, previdência social, assistência social, habitação e ao transporte. Além disso, discorre sobre medidas de proteção, política de atendimento ao idoso, acesso a justiça e crimes.

Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da terceira idade.

Veja alguns pontos destacados do estatuto:

Saúde: O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS). A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses. Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade. O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.

Transportes Coletivos: Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esses benefícios aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido. Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível. Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos excederem o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.

Violência e Abandono: Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão. Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso as operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa. Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa. Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de quatro a doze anos de reclusão. Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.

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Entidades de Atendimento ao Idoso: O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso. A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público. A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.

Lazer, Cultura e Esporte: Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.

Trabalho: É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer. O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.

Habitação: É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.

1.2. ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Saúde não significa simplesmente a ausência de doenças. O termo saúde engloba aspectos físicos, psíquicos e sociais. Portanto, o indivíduo deve interagir com seu meio plenamente, necessitando para isso de uma capacidade funcional preservada. (PAPALÉU, 2002).

Segundo Weineck (1991), o processo de envelhecimento ocorre mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que influenciam o comportamento do idoso, o corpo sofre modificações como: aparecimento de rugas, embranquecimento dos cabelos, diminuição das capacidades auditivas e visual e lentidão no andar.

Segundo Clarck e Siebens(2002), o envelhecimento, uma parte integrante da vida, é tipicamente acompanhado por alterações fisiológicas graduais, porém progressivas, e por um aumento na prevalência de enfermidades agudas e crônicas. É muito comum ocorrerem distúrbios cardiovasculares, pulmonares, gastrintestinais, geniturinários, hematológicos, músculos-esqueléticos, endócrinos e metabólicos, doenças infecciosas, distúrbios neurológicos, psiquiátricos, cutâneos, oculares e do sono no idoso, o que resulta em mudanças significativas em sua vida, levando-o até mesmo ao isolamento.

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Esses quadros de alterações podem resultarem em perda de função, desse modo são primordiais a promoção e a atenção à saúde do idoso, de maneira que englobe medidas preventivas, restauradoras e reabilitadoras. (IORIS, 2003).

Segundo Matsudo (2000) uma das mais importantes alterações que ocorre com o aumento da idade cronológica é a diminuição da massa muscular esquelética, que gira em torno de 40%. Essa perda gradativa é conhecida como sarcopenia, termo genérico que indica a perda da massa, força e qualidade do músculo esquelético.

A força muscular é importante no dia-a-dia de todas as pessoas para a realização das mais diversas tarefas, em especial no idoso, pois geralmente este é um sedentário que perdeu a aptidão física geral. (PEREIRA E SANTARÉM 2003).

A atividade física pode ser uma grande aliada no que se refere às soluções imediatas para este grupo social. Cada vez mais estudos evidenciam a atividade física como recurso importante para amenizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, bem como para possibilitar ao idoso manter uma qualidade de vida ativa.

Segundo Okuma (1998), demonstra que a atividade física aliada a outros aspectos tais como hereditariedade, alimentação adequada e hábitos de vida apropriados, podem melhorar em muito a qualidade de vida dos idosos.

A atividade física é um recurso importante na melhoria da auto-estima dos idosos, as mudanças no corpo resultante das atividades físicas alteram positivamente a imagem corporal, os idosos adquirem maior independência, sentindo-se capazes de realizar atividades que anteriormente não realizavam.

Várias pesquisas têm demonstrado que a participação em atividades físicas regulares, recreativas e de lazer são fundamentais para um bom desempenho físico do idoso. Estas geram autoconfiança, satisfação e bem estar, incluindo-o socialmente a partir de mudanças no seu estilo de vida, um estilo de vida ativo traz efeitos benéficos para a manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. Além de melhorar a capacidade cárdio-respiratória, a atividade física bem orientada contribui para: melhorar o equilíbrio; melhorar o andar; aumentar o nível de atividade física espontânea; controlar o diabetes, a artrite e doenças cardíacas; melhorar a ingestão de alimentos; diminuir a depressão; fortalecer os músculos das pernas e costas; melhorar os reflexos; melhorar a mobilidade; manutenção do peso corporal; aumentar o fluxo sangüíneo para os músculos; melhorar a auto-estima. (FEDERIGHI, et al., 1995).

De acordo com Jardim (2002), entende-se por capacidade funcional a capacidade de realizar as atividades de vida independentemente, incluindo atividades de deslocamento,

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atividades de autocuidado, sono adequado e participação em atividades ocupacionais e recreativas. O conceito de qualidade de vida envolve a capacidade de realizar as atividades da vida diária sem comprometer o equilíbrio do organismo.

Papaléu (2002) refere que a intervenção pelos exercícios se constitui em uma medida eficaz para minimizar os efeitos das alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento. Um idoso frágil e descondicionado, com limitações de força, equilíbrio e resistência, encontra dificuldades para realizar as mais simples atividades da vida diária como banhar-se e vestir-se; além de estar mais susceptível a quedas que podem resultar em fraturas e conseqüente imobilidade. Muitos dos déficits advindos com o avanço da idade são reversíveis, podendo o idoso melhorar sua capacidade funcional e autonomia, pela inserção do exercício físico em sua rotina diária.

De acordo com Santarém (2003), o exercício físico atua na profilaxia de doenças melhorando os fatores de risco para o desenvolvimento de diversas patologias.

Nóbrega (2004) relata que o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso beneficiando-o em vários aspectos principalmente na prevenção de incapacidades.

Para Shankar (2002), prescrição de exercícios para o idoso é desafiante porque há muitas questões envolvidas, entre elas as clínicas e as psicológicas. Dessa forma se faz necessária uma avaliação geriátrica abrangente que contemple todos os aspectos inseridos no envelhecimento.

A escolha do exercício físico para pessoas idosas também é complexa, pois muitas atividades que poderiam ser prazerosas para a pessoa são inviáveis devido à perda de aptidão decorrente da idade avançada e do sedentarismo. Além do prazer, outros aspectos como a eficácia, a segurança e a motivação, devem ser levados em consideração pelos profissionais que atuam na geriatria. É interessante buscar caminhos que mostrem a real melhora da qualidade de vida dos idosos. Na terceira idade os exercícios que atuam revertendo perdas como a da massa óssea, muscular e força, são os mais eficazes já que contribuem para uma maior autonomia funcional. O baixo risco de lesões, controle de freqüência cardíaca e pressão arterial são fatores que tornam certos exercícios seguros, portanto preferíveis nesta faixa etária. Por fim uma sensação agradável e de bem-estar deve envolver o indivíduo para que este se sinta motivado a progredir com os exercícios. (SANTARÉM, 2003)

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1.3. LAZER NA TERCEIRA IDADE

Além das garantias necessárias para uma melhor qualidade de vida, têm destaque as atividades de lazer. De modo geral, o público da terceira idade busca o contato com novas pessoas, novas culturas, participação em eventos de confraternização buscando o seu lazer, podendo ser ligada ao meio ambiente ou ainda, ligada à religiosidade. (MOLETTA, 2000).

De acordo com Marcellino (1983), o lazer, ao longo dos anos, tem sido considerado o tempo livre do homem. Momento em que as pessoas podem desfrutar prazeres, tranqüilidade e até descanso. Portanto, o lazer deve ser um momento, onde o indivíduo se empenha em algo que escolhe, que lhe dá prazer e que o modifica como pessoa. Os prazeres podem ser encontrados nas atividades lúdicas através do lazer, como os jogos, os brinquedos e as brincadeiras. Daí, a importância destes no cotidiano das pessoas.

É clara a importância e a presença do lazer na vida dos homens, tanto quanto a sua família e o seu trabalho. O lazer, além de contribuir para um melhor estado de espírito dos cidadãos, pode amenizar os efeitos decorrentes do processo de envelhecimento. (REQUIXA, 1980).

Os idosos, em geral, parecem não aceitar o fato de o lazer ser um aspecto de grande importância em suas vidas e que, quando não vivenciado, é devido à falta de condições e oportunidades. Mas, é através de atividades espontâneas e naturais das pessoas que podemos perceber a sua relação com o lazer e a influência que este exibe na vida dos homens, em suas diversas etapas, em especial, na velhice. Nessa etapa da vida existe, devido à maior disponibilidade de tempo, grandes possibilidades para estas pessoas optarem por atividades que lhes tragam auto-realização e melhoria da qualidade de vida. (MARCELLINO, 1993).

Pikunas (1979) salienta a necessidade de que, nesta fase, se deve manter interesses ocupacionais e aumentar as atividades recreativas, ocupando totalmente o tempo e tornando estes anos tardios da vida, satisfatórios e produtivos.

A palavra "lazer" tem um complexo de significações com base em interpretações da moral, da religião, da filosofia e do senso comum, comportando também, um sistema de pensamento que indica uma condição de felicidade e de liberdade. (SANTINI, 1993).

Para Dumazedier (1993) lazer é um conjunto de ocupações, às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, livrar-se ou desembarcar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

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De acordo com Andrade (2001), preconceitos, fator econômico, tempo livre, acesso aos equipamentos de lazer entre outros fatores como dedicar-se a uma segunda ou terceira atividade, como trabalho autônomo, ou líder domésticos e familiares formam uma série de barreiras para o lazer na terceira idade, tentando imaginar atualmente que de forma geral o idoso com suas limitações sejam elas físicas, sociais ou econômicas tenha acesso pleno ao lazer que lhe é direito.

Na idade adulta, o tempo livre é sempre mais ocupado pelo exercício de outras funções, deixando para um segundo plano as práticas de lazer.

A aposentadoria freqüentemente provoca crises. A desocupação pode, por exemplo, ser compensada pela comida, principalmente nas mulheres e, pela bebida, nos homens. Estes podem tornar-se hipocondríacos ou tristes, sem conseguir explicar por quê. Muitas mulheres se tornam babás dos netos e se entregam totalmente às solicitações dos filhos para assumir novas tarefas domésticas. Isso as leva a se descuidarem. Inúmeros homens se entregam ao sedentarismo, lendo jornal ou permanecendo o dia todo em frente à TV ou ao computador. O quadro vem mudando, com transformações significativas nas formas pelas qual a pessoa idosa começa a escolher atividades que, de fato, qualificam-se como lazer. (MARCELLINO, 2000).

1.4. PROJETO CONVIVER DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO

O Projeto Conviver é um projeto existente há 20 anos, seu público alvo são os idosos, tendo como participantes inscritos 150 idosos e freqüentadores aproximadamente 90 idosos, diversificados em homens e mulheres, sendo as mulheres em maior quantidade.

Suas reuniões são uma vez na semana, sendo todas as quintas-feiras, onde o ônibus depois que deixam os alunos nas escolas, começam a coleta dos idosos em pontos marcados, a partir das 13:00h. Assim que passam em todos os pontos, os idosos são trazidos para o Lar dos Idosos, onde é feita a reunião, foi escolhido esse lugar pelo fato que alguns idosos não conseguem se locomoverem facilmente, uns necessitando de cadeira de rodas, outros de bengalas, assim o acesso ao projeto é mais fácil e também porque é a casa deles, é o ambiente deles nesse local.

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A reunião começa quase 14:00h, devido o ônibus fazer a turnê na cidade e até todos se reunirem demora um pouco e a diretora do asilo está presente ajudando os idosos desde quando vão buscar os idosos e quando eles estão voltando para seus lares.

O pátio é bem espaçoso, tendo bancos disponíveis para todos os idosos se acomodarem, tem um bebedouro, corpos descartáveis, banheiros diferenciados para homens e mulheres, e um palco improvisado para os músicos que todas as reuniões estão presentes para alegrarem com o famoso baile.

Esse baile é feito em todas as reuniões, e três homens que alegram com músicas para eles dançarem, sendo um tocador de pandeiro, um gaiteiro e um tocador de violão.

Tem uma equipe de saúde que é para estar ali dando todo atendimento necessário, mas o que se percebe é que só está presente a coordenadora do projeto e a diretora do asilo, com mais uma funcionária que auxilia com o lanche, uma cabeleireira e um estagiário.

No início das reuniões a coordenadora do projeto cumprimenta a todos bem animada, fazendo que eles interajam com ela para não se dispersarem, começa a fazer brincadeiras, alguma coisa para chamarem a atenção deles e eles ficarem atentos a ela, depois ela chama todos para fazerem um círculo para rezarem onde uma idosa é escolhida para ler uma reza. Depois eles rezam umas 4 a 5 vezes a ave-maria, e logo após se acomodam, pois é servido um suco para refrescar.

Depois de servido o suco, quando tem faz-se uma apresentação, podendo ser por uma equipe de saúde da família que ali visita, ou palestras de educação e saúde com a assistente social, com a psicóloga, onde o assunto é os mais variados, podendo ser sobre medidas de prevenções que os idosos devem tomar para cada doença, entre outras.

Depois das apresentações programadas do dia, eles se reúnem em uma única fila, para aferição da pressão arterial (PA), onde quem fazia nesse dia era um estagiário de técnico de enfermagem e a coordenadora com um bloco de anotações para controle, onde pegava os nomes e anotavam a PA de cada idoso. Quando os idosos acabavam de serem atendidos aferindo sua PA, eles iriam já dançar, pois os músicos no mesmo instante já estavam tocando alegrando o ambiente.

Para aqueles que não quisessem dançar tem uma mesa com algumas pessoas jogando cartas, e na maioria deles eram homens que ficavam ali jogando e conversando, em contrapartida as mulheres dançavam-se entre elas, e quando um homem cansava de jogar cartas saia da mesa e convida uma das idosas para dançar, e eles faziam esse rodízio sempre, dançavam um tempo e quando cansavam voltavam para a mesa do jogo.

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Tem a profissional cabeleireira, esta é contratada pela prefeitura para prestar os serviços todas às quintas-feiras, cortando cabelos dos idosos, dos que participam do projeto e até dos que não participam esses sendo os internos do Lar dos Idosos.

Depois que começam a dançar, eles ficam até dar o horário do ônibus buscarem, que por sua vez, pegam eles depois que os alunos são deixados em casas no término de suas aulas. Por volta das 17:30 o ônibus chega no projeto e alguns idosos necessitam do ônibus para retornarem para seus lares, outros porque acha que o ônibus está demorando já foram embora, pois diziam que moravam próximo dali e dava conta de ir caminhando.

Percebo que deve ter mais organização, sendo que a coordenadora do projeto juntamente com a diretora do asilo faz o possível para isso, mas as reuniões não têm uma programação correta, tem o inicio com oração, depois lanche, aferição da PA, baile, mas não tem um encerramento, sendo que quando os idosos quiserem ir embora, simplesmente saiam e vão embora sem dar recado para ninguém.

No momento da aferição da PA, eles ficam todos numa fila, o som está ligado, uns dançam, enquanto os outros estão ali esperando sua vez de serem atendidos, alguns acabam de dançar e vão para fila, deve se fazer corretamente o procedimento, de preferência com o braço apoiado, num ambiente calmo e atentar para esses que acabaram de dançar, pois com certeza os valores da PA estarão alterados, deve pedir para o idoso descansar no mínimo uns 5 minutos, para a aferição, e isso não era feito.

Em relação ao ônibus, é outra dificuldade para eles, pois ficam ainda muitos idosos dependentes do ônibus para ir embora, o ônibus sempre chega atrasado, eles almejam muito que a prefeitura disponibilize um ônibus exclusivo para eles, para que eles não ficam até tarde no asilo esperando o ônibus vir buscar, de acordo com os relatos dos idosos, a prefeitura não cede nenhum, pois a frota de ônibus não é suficiente. Assim que o ônibus chega a diretora do asilo, acompanha os idosos, ajudando a subirem se caso eles precisassem de ajuda e enquanto todos os idosos não são deixados em seus lares, ela não vai embora.

A reza que eles costumam fazer em cada reunião, não deveria enfocar em nenhuma denominação, pois assim abre um grande espaço para que outros idosos não católicos possam participar sem constrangimento.

Nesse encontro tem participação de jovens, de pessoas que têm aproximadamente 30 a 40 anos, que vão ali porque gostam e se animam juntamente com eles, ou porque não tem outra programação para fazer, ou simplesmente os que acompanham os idosos, sendo estes netos dos mesmos.

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CAPÍTULO II

2. METODOLOGIA

A pesquisa será um estudo realizado através de uma abordagem qualitativa, que tem como fundamento descrever a complexidade de determinado problema, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento de particularidades do comportamento dos indivíduos (RICHARDSON, 1999). Com isso entendemos que esse método é uma escolha acertada que possibilitará descrever de uma maneira detalhada a expressão e conceituação dos idosos sobre o seu lazer e o que eles têm a dizer sobre os projetos existentes no município.

Essa pesquisa será realizada no município de São José do Rio Claro/MT, sobre o lazer dos idosos, tendo como primeiro passo a localização dos sujeitos disponíveis à pesquisa e com isso coletando a assinatura de um termo em que os sujeitos autorizam a pesquisar sua vida usando as regras de pesquisa científica onde os nomes dos sujeitos serão rigorosamente preservados.

A pesquisa será realizada com alguns idosos do município de São José do Rio Claro/MT, que participam do Projeto Conviver e/ou que freqüentam a Academia da Terceira Idade.

2.1. COLETA DE DADOS

Inicialmente, realizou-se uma pesquisa informal com os coordenadores dos Projetos do município, posteriormente foi produzido um projeto de pesquisa com o intuito de verificar as possibilidades da pesquisa e a validação da mesma. Esse projeto foi apresentado a disciplina de TCC I (Trabalho de Conclusão de Curso) e aprovado pela mesma seguindo então para o próximo passo da pesquisa que foi a pesquisa de campo.

Os dados serão analisados a partir da construção de um roteiro de questões que guiarão as entrevistas semi-estruturadas. Também realizaremos a observação que é uma

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técnica de coleta de dados para conseguirmos informações utilizando os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, envolve um estudo direto do comportamento por meio da simples observação da reação ao objeto em estudo, sem interferir nele apenas registrando as reações naturais do meio, examinando fatos ou ferramentas que se desejamos pesquisar. (LOUIS, 2000). A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, e nessa pesquisa observaremos o comportamento dos idosos nos espaços de lazer oferecidos pelo município de São José do Rio Claro/MT para verificar a interação dos idosos com as atividades propostas nesses projetos.

Acreditamos que esses instrumentos nos possibilitarão identificar o que os idosos conceituam sobre o lazer no município em que residem, que mudança tiveram na vida a partir da participação nesses projetos do município, o que deve ser melhorado, entre outras perguntas. Sendo assim a entrevista semi-estruturada proporciona a melhor forma de retratar o pensamento de outro ser humano, através dessa proximidade entre as pessoas é possível captar o que pensam sobre determinado assunto e compreender as concepções dos sujeitos (RICHARDSON, 1999).

Foi aplicado no mês de agosto de 2010, a entrevista sendo questionário semi-estruturado (ANEXO), aos idosos participantes, que de acordo com Richardson (1999), a entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas. É um modo de comunicação no qual determinada informação é transmitida de uma pessoa “A” á uma pessoa “B”.

A coleta foi realizada em um local reservado utilizando-se de um gravador para melhor captação e clareza nos dados. Após a coleta dos dados foi feita a análise dos mesmos. Para a realização destas, primeiramente foram separadas perguntas para respectiva discussão dos dados analisados na entrevista. Durante a transcrição das entrevistas percebeu-se que muitas respostas se assemelham, sendo assim foram agrupadas para facilitar a análise.

Posteriormente, foi redigida a monografia e divulgado seus dados através da apresentação feita à disciplina de TCC II.

2.2. ASPECTOS ÉTICOS

Segundo o Ministério da Saúde: Resolução196/96, aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos deve atender as exigências éticas e científicas fundamentais.

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A observação dos princípios éticos na pesquisa implica em consentimento livre e esclarecido dos indivíduos “alvo” e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-los em sua dignidade, respeitá-los em sua autonomia e defendê-los em sua vulnerabilidade. Ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos, garantir de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência), e relevância social da pesquisas com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-humanitária (justiça e equidade).

Todo procedimento de qualquer natureza envolvendo o ser humano, cuja aceitação não esteja consagrada na literatura científica, será considerado como pesquisa e, portanto, deverão obedecer as diretrizes da presente Resolução. Os procedimentos referidos incluem entre outros, os de natureza instrumental, ambiental, nutricional, educacional, sociológica, econômica, física, psíquica ou biológica, sejam eles farmacológicos, clínicos ou cirúrgicos e de finalidade preventiva, diagnóstica ou terapêutica.

Para manter o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa conforme pede a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), durante a análise de dados foi utilizado nomes de sentimentos para simbolizar os sujeitos da pesquisa.

2.3. LOCAL

A coleta de dados foi realizada no Lar dos Idosos Sant’Ana do município de São José do Rio Claro, localizada na Rua Umuarama, s/nº, Bairro Progresso.

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2.4. POPULAÇÃO

Este estudo teve como base a população de idosos que tem mais de cinqüenta anos, sendo homens ou mulheres que freqüentam o Projeto Conviver e o Projeto da Academia da Terceira Idade.

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CAPÍTULO III

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta pesquisa teve como campo de coleta de dados o Lar dos Idosos Sant’Ana, pertencente ao município de São José do Rio Claro, o município conta com uma unidade que presta atendimento a população idosa.

Os sujeitos selecionados para pesquisa são do sexo masculino e feminino, com faixa etária acima de 50 anos.

A pesquisa contou com um questionário semi-estruturado contendo sete perguntas, sendo abertas e fechadas. Estas perguntas foram analisadas separadamente através da transcrição de alguns relatos, os quais, posteriormente serão discutidos.

3.1. IDADE

A primeira questão teve o intuito de selecionar os idosos acima de cinqüenta anos que freqüentam constantemente os projetos existentes no município de São José do Rio Claro/MT.

Estas idades variam de 66 a 120 anos, segundo os próprios relatos dos idosos.

“66 anos” (Querida).

“Dia 04/05 agora eu vou fazer 120 anos.” (Carente).

3.2. HÁ QUANTO TEMPO PARTICIPA DO PROJETO?

Durante a entrevista, pudemos observar que dos oito sujeitos pesquisados, cinco relataram que participam do projeto desde quando surgiu, tem aproximadamente vinte anos de

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existente no município, observando as suas transformações no decorrer dos anos. Sua programação é somente uma vez na semana, sendo no dia de quinta-feira.

E tendo somente três sujeitos dos pesquisados que participam há três anos, dez anos e dezessete anos.

“Desde que começou há uns 20 anos”. (Extrovertida). “Desde quando começou, tem uns 20 anos” (Carente). “Desde quando começou, tem uns 20 anos” (Popular). “Quando começou, uns 20 anos” (Persistente). “Faz uns 20 anos”. (Meiga).

“Tem 3 anos”.(Sonhador).

“Tem 10 anos aproximadamente.” (Romântico). “Há 17 anos” (Querida).

3.3. O QUE MUDOU DEPOIS QUE COMEÇOU A PARTICIPAR DO PROJETO?

Segundo a Revista Brasileira de Epidemiologia (2005) a realidade inquestionável das transformações demográficas iniciadas no último século e que nos fazem observar uma população cada vez mais envelhecida, evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida.

O conceito de qualidade de vida está relacionado à auto-estima e ao bem-estar pessoal e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive.

O conceito de qualidade de vida, portanto, varia de autor para autor e, além disso, é um conceito subjetivo dependente do nível sociocultural, da faixa etária e das aspirações pessoais do indivíduo.

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Tendo em vista a variabilidade do conceito de qualidade de vida e sua subjetividade, com o propósito de se orientar as políticas para um envelhecimento bem sucedido, parece imprescindível conhecer o que, para a maioria dos idosos, está relacionado ao bem estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim, à qualidade de vida nessa faixa etária.

“Mudou muita coisa, a gente ficou mais companheiro, mais unido com os amigos daqui.” (Popular).

“Mudou muita coisa, sendo que toda quinta-feira eu fico animado para vir.” (Persistente).

“Mudou muito, porque a gente vivia um tempo parado desses dias para cá, no começo não, mas desses dias para cá não tem nada para se fazer.” (Romântico). “Sim e muito, é melhor vir aqui do que ficar em casa parado, rever os amigos e também ir para escola para ver se eu consigo fazer o meu nome porque eu não sei ler, eu freqüento a escola também.” (Sonhador).

“Muita coisa, exemplo que toda quinta-feira a gente tem aquela alegria de vir aqui, conversar com as colegas, abraçar as colegas, divertir com as colegas, é um reencontro e é um prazer muito grande que a gente tem com as colegas.” (Querida). “Mudou muita coisa, me senti mais jovem ainda.” (Meiga).

“Para mim não mudou nada porque eu perdi marido, filha”. (Extrovertida).

“Para mim não mudou nada, a única coisa que mudou foi minha velhinha que foi embora, (momento de silêncio e choro).” (Carente).

3.4. COMO O (A) SENHOR (A) TEM AVALIADO ESSE PROJETO?

“Esse projeto para mim está bom, mas está fraco ainda pode melhorar se o prefeito quiser, porque já teve época que foi melhor do que agora.” (Querida).

“Está bom, porque hoje eu estou dançando. Mas mudou muito, hoje está muito fraco.” (Carente).

“Ta bom, mas não conforme era antes, fracassou um pouco.” (Popular). “Muito bom”. (Persistente).

“Está bom, muito bom”. (Sonhador) “Está bom” (Extrovertida)

“Está mais ou menos bom”.(Romântico)

“Eu avalio o projeto conviver sendo uma hora de lazer que a gente passa aqui, a gente se sente feliz e sente mais vontade de viver.” (Meiga).

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3.5. O QUE TEM QUE SER MUDADO OU ACRESCENTADO?

Falta mais animação, porque antes tinha mais gente que animava, tinha gente que cantava em volta, fazia rodas animava o projeto, ponhava chapéu na cabeça e dançava agora já não está assim, já está mais fraco. (Querida)

O projeto para gente está muito bom, porque a funcionária aqui atende a gente muito bem, e nós sentimos muito bem com eles também. (Meiga)

Eu não posso falar nada, porque quem manda aqui não sou eu. (Extrovertida) Da nossa chefa eu não tenho como falar nada, não é ela que é a culpada, o culpado é quem manda nela, por isso que eu não posso falar nada dela, ela é boa até demais e nos ajuda bastante. (Carente)

Não mudou nada não, a única coisa que mudou era que a turma foi faltando um pouco ou morrendo, só sei que foi afastando. (Popular)

Não, está bom assim, desde quando começou só tem mudado para melhor. (Persistente)

Pouca coisa tem, porque o nosso prefeito pouco ajuda o nosso projeto, é isso, mas isso é coisa passageira. (Romântico)

Não compreendeu a pergunta. (Sonhador)

3.6. ESSA ACADEMIA QUE TEM NA CIDADE O(A) SENHOR(A) COSTUMA FREQUENTAR?

O exercício físico mantém ou aumenta a aptidão física em geral e tem o objetivo de alcançar a saúde e também a recreação, promovendo a mudança no organismo da pessoa. A razão da prática de exercícios inclui: o reforço da musculatura e do sistema cardiovascular; a perda de peso e/ou a manutenção de alguma parte do corpo, o exercício físico realizados de forma regular ou freqüente estimulam o sistema imunológico, ajuda a prevenir doenças, melhoram a saúde mental e ajudam a prevenir a depressão.

O exercício físico na terceira idade pode trazer benefícios tanto físicos, como sociais e psicológicos contribuindo para um estilo de vida mais saudável dos indivíduos que a praticam(CANAVÓ, 2001).

De acordo com os relatos dos sujeitos, a uma variação de tempo e necessidade fisiológica, dos oito, um relata que vai todos os dias, exceto quando não está bom dos membros inferiores, um diz que vai três vezes na semana, mas que a caminhada é diária, dos

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entrevistados dois disseram que vão duas vezes na semana, um comenta que não vai devido não ter orientações de como executar os exercícios corretamente e também sobre o funcionamento de cada aparelho, outro relato é o uso das muletas, tendo também uma fala que ia muito no começo e é ciente que precisa voltar, e outro indaga que possui meningite e que sente tonturas diariamente, por isso que não freqüenta a academia da terceira idade.

Essas academias no município estão em pontos estratégicos, de fácil acesso para facilitar que o seu público alvo (idosos) possa usufruir e também a comunidade.

“Sim 04h30min eu estou lá, quando eu estou bom das pernas todos os dias estou lá.” (Carente)

“Pouco eu participo, na semana eu costumo ir 3x na semana, só que eu caminho todos os dias.” (Querida)

“Sim, eu vou 2x por semana” (Popular).

“Eu freqüento, mas eu vou pouco, 2x na semana.” (Romântico).

“Essa academia é assim, cada pessoa que tem um problema é cada um aparelho daqueles quem ela tem que ir, e se não tem nenhum professor ali para instruir a gente eu prefiro até não ir, mas eu vou algumas vezes.” (Meiga)

“Eu não vou, porque uso muleta, e faço fisioterapia.” (Persistente). “Eu ia muito, hoje eu preciso voltar.” (Sonhador)

“Eu nunca fui porque eu tenho meningite, tontura e tenho medo de cair, por isso que eu nunca fui.” (Extrovertida).

3.7. O QUE O(A) SENHOR(A) ACHA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO/MT, TEM A OFERECER PARA O LAZER DOS IDOSOS?

Segundo Andrade (2001) O lazer é importante em qualquer idade, embora o tempo para desfrutá-lo aumente após a aposentadoria, quando, ainda que em minoria, uma parcela de idosos se vê desobrigada do trabalho remunerado. Essa parcela privilegiada nem sempre se encontra apta para usufruir o acesso ao tempo livre. A aposentadoria freqüentemente provoca crises. A ''desocupação'' pode, por exemplo, ser compensada pela comida, principalmente nas mulheres e, pela bebida, nos homens. Estes podem tornar-se hipocondríacos ou tristes, sem conseguir explicar por quê. Muitas mulheres se tornam babás dos netos e se entregam totalmente às solicitações dos filhos para assumir novas tarefas domésticas. Isso as leva a se

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descuidarem. Inúmeros homens se entregam ao sedentarismo, lendo jornal ou permanecendo o dia todo em frente à TV ou ao computador. O quadro vem mudando, com transformações significativas nas formas pelas qual a pessoa idosa começa a escolher atividades que, de fato, qualificam-se como lazer.

De acordo com o relato do entrevistado, expressa dizendo que a sua vida esta difícil no município, pois a mesma precisa trabalhar e ainda para aqueles que cuidam de seus netos fica mais complicado, devido ao maior tempo que passa cuidando do mesmo.

“O município de São Jose do Rio Claro em relação os idosos está bem, mas a gente aqui tem que trabalhar, porque o custo de vida aqui para os idosos está muito difícil, principalmente a gente que cuida de neto. Em relação ao projeto não é suficiente, precisa de mais coisas, de uma pessoa da cidade que desse atenção para gente, os idosos, o pessoal do projeto da atenção para gente mais queremos uma pessoa que viesse animar o projeto para que nós não sentíssemos tão sozinha num canto.” (Meiga).

O lazer deve ser entendido e aproveitado pelo(a) idoso(a) de três modos: como descanso, divertimento e recreação, e desenvolvimento pessoal. Como descanso, o lazer propicia oportunidade de reparação de desgastes físicos e mentais, provocados pelas tensões das obrigações cotidianas. O divertimento e a recreação têm como função anular o tédio e a monotonia, de se divertir saindo com mais freqüência, de se associar a clubes onde encontram ambiente propício para trocar idéias, jogar cartas, fazer cursos, além de praticar atividades físicas supervisionadas, entre as quais estão incluindo natação e hidroginástica. Dependendo do gosto e do desenvolvimento cultural, visitam exposições, museus, viajam, cinemas, concertos, shows musicais, teatros.

Embora o divertimento e a recreação também contribuam para o desenvolvimento pessoal, quando nos referimos, pensamos em formas de participação social mais livres, de engajamento em ações que reflitam vivência da cidadania, de prática de atividades artísticas e intelectuais variadas.

Como foi dito no início, a maioria dos idosos, mesmo os aposentados, não pode dispor do tempo extra como bem entenda. Necessita dedicar-se a uma segunda ou terceira atividade, como trabalho autônomo, ou líder de casa e da família. O baixo poder aquisitivo é limitador de práticas de lazer, tanto quanto problemas de saúde, dificuldades de locomoção e

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falta de segurança, principalmente nos centros urbanos. Lamento sentir que, muitos idosos não podem desfrutar o direito ao lazer.

Do ponto de vista de alguns autores, relatamos algumas concepções de lazer, em contrapartida verificamos os relatos dos idosos entrevistados da pesquisa em expressar suas opiniões se o município de São José do Rio Claro/MT, esse em que reside, o que está tendo de oferecimento ao lazer dos idosos, se está sendo suficiente para que possa ter um estilo de vida com qualidade.

Alguns relatos disseram que os projetos existentes estão bons, tendo que ser aperfeiçoado, outros estão indignados, pois não ganham ajuda nenhuma de ninguém, nem mesmo o prefeito ajuda se quer com um transporte exclusivo para a locomoção dos idosos para seus lares no encerramento de cada programação do projeto, e outros concorda com que o município oferece, sendo o projeto conviver e a academia, onde o projeto eles revêem seus amigos, dançam, jogam cartas, tem brincadeiras, se divertem bastante e saiam sempre alegre, sem contar que tem apresentações em datas comemorativas e também vigem para apresenta-la em outras cidades.

“Oferece muito pouco, porque só tem a academia e o projeto, e tem que ser melhorado um pouco.” (Querida).

“É meio difícil São José aqui, aqui a gente não ganha nada de ninguém.” (Extrovertida).

“O prefeito tem que dar condução, porque já era para nos estarmos em casa e estamos aqui ainda esperando.” (Carente).

“O projeto conviver para mim já está bom, é alegria para turma.” (Popular). “Está muito bom, esses dois projetos que tem está bom, sendo que eu venho aqui e revejo os amigos, mesmo de bengala e ainda assim eu fico contente, e venho com o ônibus, e ele pega eu em casa.” (Persistente).

“Até que oferece, oferece viagem para fora para nós se nós quisermos ir para algum lugar, tudo pela prefeitura, fazemos apresentação para outros lugares.” (Romântico).

“Aqui em São José é muito bom, o projeto que tem aqui está bom, as brincadeiras aqui no projeto é muito bom também.” (Sonhador).

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3.8. DEDE QUANDO COMEÇOU HOUVE MUITA MUDANÇA?

“Quando eu comecei a freqüentar o projeto era muito bom o projeto, até não tem como falar sobre a mudança de hoje porquanto alguma coisa passada já passou que era no tempo da gente, daí pra cá já é outra pessoa que está na frente e um outro jeito de agir, então a gente nem num pode falar, sendo que para mim está bom.” (Meiga).

“Mudou muito, mas está melhorando porque o Drº está vindo nos visitar, então está melhorando.” (Popular).

Na fala dos idosos, podemos perceber que houve muitas mudanças significativas desde quando começaram a freqüentar o projeto desde a sua fundação no município. Percebe-se que com a mudança da coordenação os idosos conPercebe-seguem obPercebe-servar que a rotina da programação do projeto altera. Alguns idosos relataram que algumas mudanças do passado já passaram, e que atualmente é uma outra pessoa com um jeito de agir, de conduzir a programação. Em contrapartida houveram-se relatos que mudou muito, mas que esta melhorando, pois o Drº está freqüentando mais vezes.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao que possa parecer a prevenção no idoso não só é possível como absolutamente necessária. Não se trata de encontrar soluções extraordinárias, uma vez que a velhice não pode ser detida, mas tentar que o envelhecimento se faça o mais lentamente possível de forma de que quem envelhece não sinta remorso, abandono e inválido.

Os idosos no seu dia-a-dia sentem inquietos, desesperançosos e inseguros, até que entra em pânico, e todos esses sentimentos são muito influenciados pelas relações com os demais e pela própria personalidade.

Podemos prevenir fazendo promoção de saúde com medidas encaminhadas para a manutenção e melhora do estado de saúde dos idosos, das famílias e da comunidade que o mesmo é inserido, deve-se evitar as generalizações ao falar da velhice, mas é preciso conhecer as características e os traços mais distintos desse grupo.

O estudo que foi feito permitiu identificar como vêm sendo realizados os projetos na cidade de São José do Rio Claro/MT.

Os sujeitos da pesquisa acreditam que esses projetos proporcionam uma melhoria na sua vida, no seu organismo, no seu estilo de vida, na sua convivência com os outros, eles gostam de freqüentar, pois reencontram seus amigos de longas datas, se não houvesse esse encontro todas as quintas-feiras eles não reencontrariam seus amigos, pois não tem condições de visitarem em suas casas devido não terem um meio de transporte e não conseguirem deambular sem auxílio por muito tempo e como no projeto sempre tem uma condução cedida pela prefeitura para pegá-los sem custo nenhum, então aproveita essa oportunidade para o seu encontro semanal.

Diante disso, esperamos que os projetos possam além de proporcionar o bem estar dos idosos, possa também exercitar o seu organismo, pois, fazem exercício físico, aumentando a aptidão física e reforçando a musculatura e um dos principais causadores de todo essa atividade é o baile que é de suma importância na rotina do projeto proporcionando um bem estar físico e intelectual.

É importante qualificar os serviços de Saúde para trabalhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa, como a identificação de situações de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais, a avaliação da capacidade funcional, entre outros. É necessário garantir acesso a diagnósticos adequados, a medicação e a reabilitação funcional da população idosa, prevenir a perda de capacidade

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funcional ou reduzir os efeitos negativos de eventos que a ocasionem. Cabe, portanto, à gestão municipal da saúde desenvolver ações que objetivem a construção de uma atenção integral à saúde dos idosos. É fundamental organizar as equipes de Saúde da Família e atenção básica que abrange a área onde realiza o projeto, para que possam ter ações, tendo como exemplo: atividades de grupo, promoção da saúde, hipertensão arterial e diabetes mellitus, sexualidade, DST/AIDS). Seus profissionais devem estar sensibilizados e capacitados a identificar e atender às necessidades de Saúde dessa população.

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ENTREVISTAS / QUESTIONÁRIOS.

QUESTIONÁRIO DA ENTREVISTA COM OS IDOSOS.

IDADE?

HÁ QUANTO TEMPO PARTICIPA DO PROJETO?

O QUE MUDOU DEPOIS QUE COMEÇOU A PARTICIPAR DO PROJETO?

COMO O(A) SENHOR(A) TEM AVALIADO ESSE PROJETO?

O QUE TEM QUE SER MUDADO OU ACRESCENTADO?

ESSA ACADEMIA QUE TEM NA CIDADE O(A) SENHOR(A) COSTUMA FREQUENTAR?

O QUE O(A) SENHOR(A) ACHA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSE DO RIO CLARO/MT, TEM A OFERECER PARA O LAZER DOS IDOSOS?

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ENTREVISTA COM A COORDENADORA DO PROJETO CONVIVER.

QUAL É O NOME DO PROJETO E HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ EM EXERCÍCIO?

R: O nome do projeto é Projeto Conviver, desde que foi criado foi esse nome mesmo, foi criado no mandado do 1º prefeito que fundou foi o Sr Aparecido Briante, funcionando desde 1.990, onde em 89 fez a proposta e foi aprovado na câmara, e começou a vigorar em 90.

COMO SURGIU A IDÉIA DO PROJETO?

R: Esse daí é um plano do Governo Federal que incentivava na época e incentiva até hoje, que seja desenvolvido uma forma de trazer para a sociedade de inclusão social, a pessoa da Terceira Idade (idosos), então foi uma forma de interagir com eles, trazer eles para a sociedade, da valorização do ser humano nessa fase que ele está da melhor idade, que se chama hoje.

EXISTE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DANDO ASSISTÊNCIA NAS REUNIÕES QUE ELES FAZEM?

R: Temos a psicóloga, assistente social aqui da secretaria, assistência social do Cras, nós temos também a parceria entre as secretarias de educação, social e saúde.

ESTEVE PRESENTE NA ELABORAÇÃO DO PROJETO?

R: Não, na época não trabalhava nessa área, trabalhava em outra área que já fazia parte da prefeitura, porém eu trabalho já há 8 anos com o Projeto Conviver.

ATUALMENTE COMO AVALIA ESSE PROJETO?

R: Tenho sentido bastante progresso neles, pelo trabalho que a gente faz de interagir com eles, de socialização, de valorização, eu vejo assim que há um crescimento muito grande da valorização deles mesmos, deles próprios.

QUANTOS IDOSOS PARTICIPAM DO PROJETO?

R: Escritos tem 150, varia a presença, tem dia que a freqüência é 80, 90, varia o dia.

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QUAIS ATIVIDADES QUE ELES FAZEM?

R: A gente diversifica, inclusive nesse ano, como está em parceria com outras secretarias, então, a gente fez o projeto de oferecer para eles, a programação é assim, quando eles chegam eles fazem a oração, depois servem um suco ou refrigerante, tem os dias certos que comemoram os aniversários deles, entregam uma lembrança, cantam parabéns. Outro dia promovem um bingo entre eles, uma lembrança simbólica, nós comemoramos o dia das mães, o dias dos pais, a gente relembra a páscoa, então essas datas importantes a gente procura introduzir para eles também, para que eles não percam essa memória destas datas também. O ponto alto que eles gostam mesmo é o baile, porque tem música ao vivo, temos um gaiteiro, um violeiro, e um que toca o pandeiro, então tem a música ao vivo e eles se divertem, inseriu também as palestras sobre a idade, cada das assistentes social vão abordar outros assuntos relacionados a Terceira Idade, parte da secretaria de saúde vão inserir umas dinâmicas com alongamento, outras atividades com movimentos físicos também, então a gente vai diversificar bastante esse ano.

COMO ELES VÃO AO PROJETO?

R: Existe o transporte que é oferecido pela prefeitura, percorre a cidade, buscando eles em determinados pontos. Tem a Geci que acompanha, buscam eles, ajudam a subirem porque o degrau do ônibus é alto, as vezes está meio suspenso na rua como fica alto ela ajudam eles, então ela conduz eles até la no projeto. Temos o atendimento de medir a pressão, tem a enfermeira, e a Geci faz esse trabalho muito bem de medir a pressão deles, isso acontece todas as quintas-feiras, antes das programações, sendo primeira a oração, daí um suquinho para matar a sede, depois eles dançam e no decorrer da dança eles fazem uma fila e vão se revesando na fila para medir a pressão.

QUAL A DURAÇÃO POR QUINTA-FEIRA DESSE PROJETO? HORÁRIO QUE COMEÇA E TERMINA?

R: No ano passado começa mais cedo, agora em virtude de ter pouco ônibus a gente só tem disponibilidade do ônibus depois de levar os alunos para escola, então depois da 13:00hr que percorre a cidade, leva eles ate lá, lá pela 14:00hr chegam todo mundo e inicia a oração e depois a gente fica aguardando a última refeição que é servida a sopa, ou uma macarronada, uma galinhada, uma janta, depois fica aguardando o horário depois da escola,

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depois das cinco que o ônibus retornam para buscá-los lá no projeto e conduzi-los de volta para casa.

ESSAS ALIMENTAÇÕES SÃO ACOMPANHADAS PELA NUTRICIONISTA, SE DIFERE PARA QUEM É DIABÉTICO, HIPERTENSO A ALIMENTAÇÃO, OU FAZ UMA ALIMENTAÇÃO NEUTRA QUE TEM COMO TODOS SE ALIMENTARES?

R: Exatamente, é uma para todos, a gente toma bastante cuidado com o sal, gorduras, e procura fazer balanceada. Existe um cardápio que foi elaborado pela nutricionista, para cada quinta-feira faz uma programação do cardápio, uma variação.

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ENTREVISTA COM A COORDENADORA DA ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE.

QUAL É O NOME DO PROJETO E HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ EM EXERCÍCIO?

R: O projeto chama ATI (Academia da Terceira Idade), nós temos a academia no município, creio que foi em 2007 ou 2008.

COMO SURGIU A IDÉIA DO PROJETO?

R: A idéia foi assim o Dr Massao viajou e viu essa academia na cidade de Marialva ou Maringá, não me lembro no Paraná, ele achou muito interessante, ele entrou em contato e me passou o que ele tinha conseguido em cima do que ele me passou, nós desenvolvemos o projeto eu entrei em contato com o fabricante e ai a gente mandou vê.

QUAL A FINALIDADE DESSE PROJETO?

R: O projeto é fazer com que os idosos têm uma qualidade de vida melhor, não só os idosos, porque na realidade chama Academia da Terceira Idade, mas o que a gente vê aqui em São José é que toda a população usa, participa, então virou meio de uma forma que o objetivo é o exercício físico, virou uma forma inclusive de lazer para as pessoas.

EXISTE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DANDO ASSISTÊNCIA? R: No começo teve nos tivemos, mas daí o projeto parou e deixamos por conta dos próprios idosos.

TEM ALGUMA PARCERIA COM ALGUM ÓRGÃO OU INSTITUIÇÃO? R: Não, somente com a Prefeitura Municipal, diversas secretarias, mas dentro da Prefeitura.

SUPRIU A EXPECTATIVA ACERCA DO PROJETO?

R: Sim e muito, tanto que tem três já na cidade e tem mais uma para implantar ainda.

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COM AVALIA O PROJETO ATUALMENTE?

R: Eu acho que ele foi muito bem aceito pela população inteira, o que eu gostaria que eu não consigo, porque tenho muita coisa para fazer, era realmente fazer o projeto funcionar por áreas de PSF, então hoje como temos três academias, então assim, pegar um auxiliar de enfermagem, um educador físico, um fisio, ou revesar entre educador físico e o fisio e manter esse grupo fazer um estudo em cima desse grupo não só para estudos, mas para acompanhar mesmo, para fazer um trabalho direcionados a eles, porque o nosso município está com um nível de hipertensão muito alto um monte de diabéticos e eu com três academias como é que vai subindo mais o meu número de hipertensos, não era para estar subindo, para gente desenvolver esse projeto na cidade, não era só com os idosos para gente começar (...)ontem eu fiz uma palestra para um pessoal que tá numa empresa medicina do trabalho, e eu falei vocês fazendo atividade física, vocês são melhores preparados para trabalharem e melhores preparados para envelhecerem. Hoje não tem mais a minha expectativa seria essa que eu não consigo sair daqui de dentro para fazer isso, infelizmente.

NO COMEÇO TEVE ALGUM GRUPO DETERMINADOS DE IDOSOS QUE PARTICIPAVAM?

R: Tivemos, nós pegamos o PSF4 porque tinha o Oliveiros e ele se mostrou prestativo ai nos vínhamos com os idosos, eles vinham de manhã, faziam aferição da PA e o André que era o educador físico que passava os exercícios para eles, então era duas vezes na semana e alguns vinham todos os dias, e eles perguntavam se poderiam vir todos os dias e eu respondia que sim, mas nós só vamos estar aqui duas vezes na semana, fazendo acompanhamento da pressão arterial e com o preparador físico.

E ESSE PREPARADOR FÍSICO FICA NA ACADEMIA?

R: Hoje ele ainda fica só não sei os horários, como nós estamos com três, eu acho que ele fica dois dias em uma, dois dias em outra, mas ele vai, ele vai de manhazinha e ele orienta, tem uma pessoa orientando eles lá, ainda tem.

Referências

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