• Nenhum resultado encontrado

O VELÓRIO DA DONA JUSTINA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O VELÓRIO DA DONA JUSTINA"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

O

VELÓRIO

DA

DONA

JUSTINA

(MINI COMÉDIA)

(2)

Sinopse: O texto tenta mostrar a intensidade e ao

mesmo tempo o poder mutativo que envolve as

palavras, através dos diálogos, onde seus condutores

criam verdadeiras metamorfoses durante o percurso de

um fato corriqueiro, que vai passando de boca em boca

até transformar-se em uma verdadeira tragédia. É

notório que cada um faz questão de acrescentar algo

aos fatos que lhe foi passado. E quando o acontecido

alcança o fim de sua trajetória ele, quase sempre,

chega visivelmente remendado.

(04 Personagens)

Narrador

Ator 1

Ator 2

Ator 3

As cenas acontecerão com os quatro atores ao centro

do palco, dispostos da melhor maneira para que o

público os visualize. Os três atores estarão cada um

com um celular às mãos com o qual desenvolverão o

enredo, sempre com o narrador conduzindo os

diálogos.

(3)

ATOR 1: ---- Oi, Vivi! Tudo bem? É a Marta quem está falando! Estou te ligando para avisar que a Dona Justina levou um tombo, ontem à tarde, no meio da rua e teve que levar cinco pontos nos lábios. Eu vou passar amanhã cedo na casa dela para saber o que foi que aconteceu. A ligação tá ruim, quase não está dando para te ouvir, depois a gente se fala! Tchau! NARRADOR: ---- Alguns minutos depois.

ATOR 2: ---- Oi, Roberta! É a Vivi quem está falando! A Marta me ligou dizendo que a Dona Justina Caiu no meio da rua e

arrebentou toda a cara. Teve que levar uma porção de pontos na boca. A ligação estava ruim e eu não consegui entender direito como é que foi que aconteceu. Você sabe né, a rua onde ela mora é um perigo. Os carros descem sempre em alta

velocidade e já andou acontecendo vários atropelamentos ali. Inclusive eu já tinha falado para ela várias vezes para tomar cuidado por que a qualquer hora ela poderia ser atropelada. Mas não adianta ela é teimosa demais. Tá bom! Vejo sim! Tá... Pode deixar... Depois eu ligo para você. Até mais tarde.

NARRADOR: ----Alguns minutos depois.

ATOR 3: ---- Oi, Márcia! É a Roberta quem está falando! Você está sabendo que a Dona Justina se acidentou ontem à tarde? Eu não tenho certeza se ela caiu ou se foi atropelada, a Marta não soube me explicar direito, mas parece que levou mais de dez pontos no rosto. E você sabe como é que é; pessoa de idade quando cai costuma sempre quebrar ou perna ou braço! Não sei direito ainda! Vou passar na casa dela para saber! Certo! Certo! Te encontro lá então. Xauzinho!

NARRADOR: ---- Alguns minutos depois.

ATOR 1: ---- Oi, Ale! Como vai? A Roberta acabou de me ligar... Ela ainda não sabe direito, mas pelo que eu entendi, a Dona Justina foi atropelada ontem e parece que quebrou uma perna, ou um braço, não sei ao certo ainda o que foi que aconteceu, mas do jeito que a Roberta me contou eu acho que ela deve estar internada porque a coisa foi feia. Você vai lá? Tá bom! Depois passa aqui em casa e me conta como é que foi. Xau.

(4)

NARRADOR: ----Alguns minutos depois.

ATOR 2: ---- Alo! É a Dagmar? Oi Dague, tudo bem? Menina nem te conto! A Dona Justina foi atropelada ontem à tarde e parece que quebrou uma perna e um braço. E pela idade dela, quase oitenta anos, no mínimo deve estar na UTI. Eu não sei se ela bateu a cabeça no chão, isso eu não tenho certeza, mas se bateu deve ter fraturado o crânio também. Se você for visitá-la me liga que eu quero ir junto. Te espero sim. Até mais tarde. NARRADOR: ----Alguns minutos depois

ATOR 3: ---- Oi Terezinha! Como vai? Olha, eu tenho uma notícia meio chata para te dar! A Dona Justina sofreu um

atropelamento ontem e a Ale me disse que ela está internada na UTI! Alem de ter quebrado uma perna e um braço, ela sofreu, também, traumatismo craniano! E pela idade dela eu acredito que dificilmente irá sobreviver. Só nos resta rezar para que Deus cuide bem dela. Você avisa a Carla? Tá bom! Obrigado! NARRADOR: ----Alguns minutos depois.

ATOR 1: ---- Alo! É a Carla? Oi Carla, é a Terezinha! Tudo bem? Carla, você se lembra da Rita de Cássia? Aquela que tirou você de Amigo secreto no ano passado. Isso... Ela mesma!... Você já está sabendo que a mãe dela foi atropelada? E pelo jeito não passa dessa noite viu. Isso é... Se já não morreu. Ela tem quase noventa anos e as chances de sobreviver são ínfimas. No

mínimo já deve ter morrido. Eu não sei direito se a Rita de Cássia estava junto com ela. Foi a Dagmar que me ligou e eu nem perguntei. Quer dizer... Se ela estava junto, com certeza deve ter sido atropelada também. Eu vou ver se a Dagmar tem o telefone delas para que eu possa ligar e saber com mais certeza o que foi que aconteceu e para saber, também, onde o corpo está sendo velado. Eu ligo para você novamente assim que souber! Até mais!

NARRADOR: ---- Alguns minutos depois.

ATOR 2: ----Silmara? É a Carla! A Terezinha acabou de me ligar dizendo que aquela sua amiga, a Rita de Cássia, foi atropelada

(5)

junto com a mãe e a coisa parece ter sido feia viu. A mãe dela parece que morreu, e ela, pelo jeito, não está nada bem não! A Terezinha ficou de ligar para saber mais detalhes, inclusive para se informar onde vai ser o velório. Se você quiser ir com a gente me liga que nós passamos ai na sua casa. Tá bom! Tá bom! Tchau.

NARRADOR: ----Alguns minutos depois

ATOR 3: ----Alô! É a Jane? Oi Jane, é a Silmara! A Carla acabou de me ligar avisando que a mãe da Rita de Cássia morreu e nós estamos indo até o velório. Elas foram atropeladas. A Rita

parece que está internada e a mãe dela faleceu. A Carla e a Terezinha ficaram de passar aqui em casa, e se você quiser ir também eu passo ai mais tarde. Passo sim... Não... Tudo bem... Tudo bem... Pode deixar que eu passo ai sim! Tchau!

NARRADOR: ----Alguns minutos depois.

ATOR 1: ----Oi, quem está falando? É a Rita??? Oi Rita é a Jane, você está bem???... Ué... Não estou entendendo! Você e a sua mãe não tinham sofrido um acidente!... Meu Deus do céu!!! Me disseram que você e sua mãe tinham sido atropeladas!...Não... Espera ai... Ô Rita... Ô Rita... Espera deixa eu falar... Calma Rita!!! Calma!!!...Por que razão você está dizendo que eu sou secadeira! Eu só estou dizendo o que me informaram! Não

senhora!... Não senhora! Você está completamente enganada! Ô Rita... Rita deixa eu falar!... Agourenta? Porque agourenta?... O que? A culpa é minha? Culpa do quê?... Vai você!... Vai você! Sua boca suja! Sua sem educação! Malcriada! Eu tenho culpa se tem mais de cinqüenta pessoas ai na sua casa prá velar o corpo da sua mãe?... Futriqueira é você!... É você!... Você é que é

fofoqueira! Ah, quer saber de uma coisa: Vai você e sua mãe para os quintos dos infernos! Tchau! pi, pi, pi, pi, pi, pi, pi...

Referências

Documentos relacionados

23.1. Aquele que, convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não assinar o contrato ou ata de registro de preços, deixar de entregar documentação exigida no

Consultar a Secção 8 para informações sobre o equipamento de protecção individual apropriado.. Consultar a Secção 13 para mais informações sobre tratamento

Quando recebeu a missão de conduzir a Doutrina aqui na Terra, Tia Neiva se preocupou com a ação dos exus, e decidiu dar um passo perigoso, partindo em busca de cada um deles,

Origem do direito tributário; origens das receitas públicas e sua classificação atual: o sistema constitucional brasileiro consoante reforma tributária do ano de

Em relação à faixa etária, os jovens realizam mais a variante semáforo enquanto os idosos preferem sinaleiro, mantendo o mesmo direcionamento dos demais estados

(1997, apud BERNARDO, 2011) definiram sete etapas principais para um estudo de evento: a) definição do evento. Nesta etapa é preciso definir qual evento será estudado, bem como

Este artigo pretende analisar as práticas de itinerância dos aedos gregos a partir dos épicos de Homero, destacando a importância que tais movimentos tiveram para as suas récitas

Transformar los espacios es también transformar la dinámica de las relaciones dentro del ambiente de trabajo, la glo- balización alteró el mundo corporativo, en ese sentido es