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BRUNO FERREIRA- TCC I

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

BRUNO DIAS FERREIRA

CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS EM TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO

COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO:

ESTUDO DE CASO EM SINOP-MT

SINOP/MT

2015/2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

BRUNO DIAS FERREIRA

CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS EM TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO

COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO:

ESTUDO DE CASO EM SINOP-MT

Projeto de Pesquisa apresentado à Banca Examinadora do Curso de Engenharia Civil – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Prof. Orientador: Dr. João Carlos Machado Sanches

SINOP/MT

2015/2

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Índices estimativos de produção "per capita" de resíduos sólidos urbanos,

adotados em função da população urbana ... 11

Tabela 2 - Requisitos quanto à característica do solo ... 18

Tabela 3 - ITWTG-2000 ... 23

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Presença dos diversos componentes nos resíduos sólidos urbanos, ems

urbanos, em massa ... 12

Figura 2 - Classificação RCC de Sinop-MT ... 12

Figura 3 - Carta bioclimática adotada para o Brasil ... 14

Figura 4 - Classificação Climática de Mato Grosso ... 16

Figura 5 - Zonas bioclimáticas ... 17

Figura 6 - Zonas bioclimáticas ... 17

Figura 7 - Modelo Tijolo de Solo-Cimento - Fonte: Página Tijolo ponto eco ... 18

Figura 8 - Câmara Térmica ... 19

Figura 9 - Protótipos ... 20

Figura 10 - Planta Baixa ... 21

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland; CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente; NBR - Norma Brasileira;

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Título: Características Térmicas em Tijolos de Solo-Cimento com Resíduos de Construção: Estudo de Caso em Sinop-MT

2. Tema: Conforto térmico

3. Delimitação do Tema: Desempenho Térmico em edificações 4. Proponente: Bruno Dias Ferreira

5. Orientador: João Carlos Machado Sanches

6. Estabelecimento de Ensino: UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso

7. Público Alvo: Estudantes, Pesquisadores e Profissionais da área de Engenharia e Arquitetura

8. Localização: Av. dos Ingás, 3001. Jardim Imperial. Sinop-MT. 78550000 9. Duração: 12 meses

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ... I LISTA DE FIGURAS ... II LISTA DE ABREVIATURAS ... III DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ... IV 1 INTRODUÇÃO ... 6 2 PROBLEMATIZAÇÃO ... 7 3 JUSTIFICATIVA... 8 4 OBJETIVOS ... 9 4.1 OBJETIVO GERAL ... 9 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 9 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 10

5.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ... 10

5.2 NORMAS VIGENTES ... 13

5.3 CONFORTO TÉRMICO ... 14

5.4 SINOP - MT ... 15

5.5 TIJOLOS DE SOLO CIMENTO ... 17

6 METODOLOGIA ... 19

6.1 OBJETO DE ESTUDO ... 20

6.2 MEDIÇÕES E AVALIAÇÕES ... 22

6.3 AVALIAÇÕES ... 24

6.3.1 NBR 15575 ... 24

6.3.2 Comparação com alvenaria tradicional ... 24

6.3.3 Faixa de neutralidade ... 24

7 CRONOGRAMA ... 25

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1 INTRODUÇÃO

A situação ambiental na atualidade é uma das principais preocupações existentes nas pautas de diversas discussões acerca do futuro do planeta. Das várias formas em que a natureza é aproveitada, a produção de energia elétrica exerce no Brasil forte impacto para sua obtenção, visto às grandes hidrelétricas construídas que devastam e ocupam grandes áreas de mata, atingindo assim todo um ecossistema. Segundo Batista (2010, p. 17), "O atual modelo de desenvolvimento econômico e os impactos decorrentes do crescimento populacional sobre o meio ambiente demandam a adoção de alternativas sustentáveis para a exploração dos recursos naturais."

Diante da necessidade de alterações no ambiente do edifício para o devido conforto do usuário, técnicas ativas, como ares-condicionados, estão cada vez mais em evidência, pois passam a sensação de facilidade e resposta a qualquer problema construtivo encontrado. Por conseguinte, a demanda energética aumenta, e não só encarece a utilização da construção, como também obriga a busca de novas fontes de energia. Boa parte deste consumo poderia ser reduzido, ou até evitado, se as construções fossem projetadas de forma passiva, exigindo-se, então, menos utilização de meios artificiais para suprir as necessidades internas (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 1997)

Outra agravante que vem cada vez mais à tona é a geração de entulhos, pois nos métodos de construção mais utilizados há sempre uma contribuição considerável de resíduos, sem reutilização e descartados em locais inapropriados, causando grande impacto no meio.

Diante de todo exposto, o tijolo de solo-cimento desponta como uma tecnologia alternativa em várias aplicações construtivas, utilizando um componente que pode ser obtido no local da obra, o solo, podendo assim se obter resultados significativos em vários aspectos sociais e ambientais (GRANDE, 2003).

Compete às instituições, e seus respectivos colaboradores, o estudo e divulgação de resultados pertinentes ao uso de novas tecnologias, a fim de se atingir cada vez mais a população, transformando de forma positiva a sociedade.

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2 PROBLEMATIZAÇÃO

Devido as grandes proporções territoriais do Brasil há uma grande variação climática. Assim, mesmo com a tentativa de se criar zonas bioclimáticas, cada região tende a apresentar variações, devido a especificidade da geografia local e também as mudanças decorrentes das ações do homem. Sendo assim, a adoção de materiais e técnicas construtivas não pode ser padronizada, pois pode alterar significativamente o conforto do usuário de um local para o outro, devendo então cada situação ser estudada em seu contexto, como nos estudos de Leão (2005) sobre a cidade de Cuiabá-MT.

Os achados supracitados evidenciam a necessidade de procura e caracterização de novos materiais que servirão como subsídio para soluções passivas em edificações, conforme o contexto e local de aplicação.

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3 JUSTIFICATIVA

Com as novas diretrizes e normas existentes no Brasil, como a NBR 15.575, estabeleceu-se uma responsabilidade aos técnicos envolvidos nas construções. Esses parâmetros técnicos, acústicos, térmicos e durabilidade possuem seus diferentes níveis que devem ser atendidos para o melhor conforto do usuário.

Vê-se então a necessidade de estudos sobre os comportamentos característicos de novos materiais adequados a cada situação geográfica onde a edificação será construída, respeitando as características e necessidades locais.

Existe, também, uma necessidade de diminuir e/ou reutilizar resíduos de construção civil (RCC). Esses materiais quando dispostos de maneira inadequada, podem poluir o solo, causar assoreamento de córregos, enchentes, transformar-se em foco de transmissores de doenças, obstrução de vias, etc (COSTA, ATHAYDE JUNIOR, OLIVEIRA, 2014)

Inserido nesse contexto, o presente projeto valida-se por analisar termicamente e tornar mais evidente o uso de tijolos de solo-cimento com resíduos de construção, uma vez que reutilizará material que seria descartado no meio ambiente e tentará adequá-lo a um material e técnica construtiva menos impactante, sendo os resultados disponibilizados para uso posterior.

Estudos com o delineamento aqui proposto fornecerão dados hábeis na elaboração de material de construção sustentável, acessível à população, beneficiando a sociedade e o meio ambiente concomitantemente.

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4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o desempenho térmico de tijolos de solo-cimento com resíduos de construção em alvenarias.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar termicamente um material com um traço específico, com materiais e solos locais.

Monitorar o desempenho térmico da alvenaria de solo cimento .

Comparar os resultados com uma técnica mais tradicional, com tijolos de olarias da região, para uma referência mais clara e direta.

Verificar se ambiente construído com o tijolo de solo-cimento atende às faixas de neutralidade térmica, tendo como base estudos realizados no local.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A questão da sustentabilidade começou a se propagar a partir de junho de 1972, em Estocolmo, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, e veio a se tornar mais conhecida no Brasil a partir de 1992, durante a ECO 92, na cidade do Rio de Janeiro. Em termos práticos, sustentabilidade pode se definir como a capacidade que um grupo tem em se manter em um ambiente sem gerar impactos consideráveis.

Com o intuito de abranger mais amplamente os aspectos referentes à sustentabilidade, são levados em conta três dimensões: econômica, social e ambiental, trabalhando de forma equilibrada, pensando do pequeno ao longo prazo (Goulart, 2015).

Diante disso, os estudos nas áreas de desempenho térmico buscam alcançar um equilíbrio com o uso de materiais, com economiza, atendendo aspectos sociais de moradia e ambientalmente viável (reduzindo queimas para produção e reaproveitando resíduos de construção).

Segundo Wines (2000 Apud Goulart, 2015), as edificações consomem uma quantidade considerável de recursos naturais, sendo 16% do fornecimento de água pura no mundo, 25% da madeira e 40% de combustíveis fósseis, sendo então necessário um esforço para a redução na utilização dos recursos naturais, tornando esses edifícios mais eficientes.

As abordagens dos tópicos se darão sobre os resíduos da construção civil, normas vigentes, conforto térmico, clima e o tijolo de solo cimento.

5.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

A área da construção civil ocupa uma parcela significativa do Produto Interno Bruto no cenário nacional, em torno de 15%, porém, gerando impactos ambientais de grandes proporções, visto que é responsável pelo consumo de grande parcela de recursos naturais (LIMA, 2010, p.17).

Diversas pesquisas atuais visam técnicas construtivas menos impactantes, como também formas de reaproveitamento de Resíduos de Construção Civil - RCC, afim de tornar menos contundente os impactos causados.

Segundo John (2000, p.16), "O macro-complexo da construção gera resíduos na produção de materiais e componentes, na atividade de canteiro, durante a

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manutenção, modernização e, finalmente, na demolição". Logo, as fontes geradores de resíduos estão em praticamente todas as etapas relacionadas à construção civil, o que não somente aumenta a quantidade produzida, como também diversifica as características desses materiais.

Dentre as divisões e características mais comuns, o CONAMA 307/2002 cita: I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;

Quanto à NBR 10004/2004, esta classifica os resíduos de acordo com suas características sobre riscos, sendo Resíduos de Classe I - Perigosos; Resíduos de Classe II - Não perigosos. Este último, é subdivido ainda em dois itens, A - Não Inertes e B - Inertes.

Para uma referência com outros estados, segue abaixo a Tabela 1 da CETESB-SP (2014, pág. 23) sobre a estimativa de produção per capta de resíduos sólidos urbanos, conforme número de habitantes.

Tabela 1 - Índices estimativos de produção "per capita" de resíduos sólidos urbanos, adotados em função da população urbana

POPULAÇÃO (hab) Produção (Kg/hab.dia)

Até 25.000 0,7

De 25001 0,8

De 100.001 a 500.000 0,9 Maior que 500.000 1,1

Fonte: CETESB - SP, 2014

Dados da Sinduscon de São Paulo estimam que "O RCC é gerado entre 0,4 a 0,7 t/hab.ano e representa 2/3 da massa de resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos resíduos sólidos domiciliares" (2012, pág. 19). Corroborando, dados do Ministério do Meio Ambiente - MMA (2010) ilustram a composição dos resíduos sólidos urbanos, conforme Figura 1.

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Figura 1 - Presença dos diversos componentes nos resíduos sólidos urbanos, ems urbanos, em massa1

Fonte: MMA, 2010

Os RCC são reaproveitados principalmente em pavimentações, agregados de concreto e agregados para argamassas (MARQUES NETO,2005 apud CÂNDIDO, 2015).

Para o município de Sinop-MT, Cândido (2013, p.6) caracterizou os RCC, conforme Figura 2.

Figura 2 - Classificação RCC de Sinop-MT Fonte: CÂNDIDO, 2013

1

Obs. RCD - Resíduos de Construção e Demolição (não incluída a movimentação de solo) DOM - Resíduos Domiciliares (incluídos resíduos de comércio e serviços, varrição etc.), "Outros" abragem o RSS - Resíduos dos Serviços de Saúde e os resíduos volumosos, (podas, móveis e inservíveis). (MMA, 2010)

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5.2 NORMAS VIGENTES

Entre as principais normas atuais que abrangem a área de eficiência energética e conforto térmico, podemos citar a NBR 15575 Edificações Habitacionais - Desempenho, a NBR 15220 - Desempenho térmico de edificações e a ISO 7726/98 - Instrumentos e métodos para a medição de parâmetros físicos, que norteiam os estudos nas citadas áreas.

Quanto a NBR 15575, esta encontra-se dividida em seis partes, desde requisitos gerais, sistemas estruturais, sistemas de pisos, sistemas de vedações verticais internas e externas, sistemas de cobertura e hidrossanitários. Adotar-se-á as normas referentes aos requisitos gerais, de vedações verticais internas e externas e sistemas de cobertura para a elaboração desta pesquisa, além das análises de desempenho térmico para dia típico de verão, onde a condição térmica no interior da habitação, deve ser melhor ou igual à do ambiente externo, à sombra.

Referente a NBR 15220, dentre as cinco partes por ela dividida, serão utilizadas a Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator de calor solar de elementos e componentes de edificações e a Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social, afim de se obter resultados de características térmicas dos itens relacionados às edificações, de acordo com o Zoneamento enquadrado e dentro das exigências da NBR 15575.

A ISO 7726/98 tem por objetivo "...definir padrões e orientar as medições dos parâmetros físicos de ambientes térmicos, tanto ambientes moderados, para análise de conforto térmico, como ambientes extremos, para análise do stress térmico" (LAMBERTS; XAVIER, 2008, p. 32).

A referida normativa divide as especificações e métodos em dois tipos, C (medições em ambientes moderados, próximos do conforto) e S (ambientes sujeitos a estresse térmico), avaliando variáveis físicas como: temperatura do ar, temperatura superficial, velocidade do ar, temperatura radiante média e umidade absoluta do ar, através de orientações sobre faixas de medição e características dos equipamentos. (LAMBERS; XAVIER, 2008, p.33)

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5.3 CONFORTO TÉRMICO

Os estudos sobre conforto térmico buscam determinar as condições em que o homem sente-se termicamente confortável em um dado ambiente, mediante as características diversas que podem influenciar essa sensação. Dentre essas variáveis, pode-se citar: Atividade Desempenhada (quantidade de calor gerado pelo organismo), Isolamento térmico das roupas utilizadas (dificultando ou facilitando as trocas de calor), temperatura do ar, temperatura radiante média, velocidade do ar, pressão parcial do vapor d'água no ar ambiente (LAMBERTS, XAVIER, 2008).

Dentre os recorrentes estudos e análises sobre zonas de conforto térmico, a Carta Bioclimática de Givoni é uma das mais aplicadas, devido à sua adaptação para países de climas quentes. Dentre os limites sugeridos, temos: no verão com umidade baixa, de 25oC a 29oC e em umidade alta, de 25oC a 26oC (podendo chegar a 32oC com ventilação) e no inverno, de 18oC a 25oC, com 80% de umidade relativa. (LEÃO, 2006)

Para uma ilustração mais clara, segue Figura 3 (LAMBERTS, XAVIER, 2008).

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Fonte: LAMBERTS; 1997 Observa-se na figura:

1. zona de conforto 2. zona de ventilação

3. zona de resfriamento evaporativo

4. zona de massa térmica para resfriamento 5. zona de ar-condicionado

6. zona de umidifcação

7. zona de massa térmica para aquecimento 8. zona de aquecimento solar passivo 9. zona de aquecimento artificial

5.4 SINOP - MT

Um dos principais itens a ser observado em todo projeto que preze boas características de eficiência energética e conforto térmico é o clima e local do projeto, diferenciando-se Tempo e Clima. As condições climáticas em um determinado local variam conforme o dia, e a isso é chamado Tempo. Clima são características médias do tempo em uma certa região, conforme medições. O clima ainda poderá ser apresentado em três escalas distintas, macroclima (com informações vindas de estações meteorológicas, contendo informações de radiação solar, nuvens, temperaturas, ventos, umidade e precipitações), mesoclima (características como litoral, campo, florestas, vales, cidades e regiões de montanha) e microclima (similar ao mesoclima, porém com uma distância próxima à edificação). (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 1997).

Referente ao alvo de estudo, a cidade de Sinop-MT possui área de 3.942,231 Km2, altitude média de 380m, localizada cerca de 500 Km da capital Cuiabá, com população estimada de 129,916 mil habitantes. Apresenta como coordenadas da sede do município 11,86oS e 55,5oW (IBGE, 2015)..

Uma classificação sobre o clima da região é apresentada na Figura 4, Zoneamento Socioeconômico-ecológico de Mato Grosso, onde o referido estado apresenta duas unidades climáticas: I - Clima Equatorial Continental com Estação Seca Definida (3 a 5 meses) e II - Clima Tropical Continental Alternadamente Úmido e Seco. (MAITELLI, 2005 apud SANCHES, 2015).

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Apresenta ainda temperaturas médias entre 24,3oC e 26,8oC e total pluviométrico entre 1800mm e 2200 mm anuais, sem períodos chuvosos de maio a setembro (SANCHES, 2015).

Figura 4 - Classificação Climática de Mato Grosso Fonte: SANCHES, 2015 Adaptado de MAITELLI, 2005

A NBR 15220 apresenta o zoneamento bioclimático brasileiro em oito diferentes zonas, as quais apresenta diretrizes construtivas para cada uma, afim de estabelecer estratégias e condicionamento térmico passivo. O Município de Sinop-MT não consta na lista de cidades com detalhamento climático próprio, então, assume-se, pela proximidade, com o município de Vera, como Zona 5.

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Figura 5 - Zonas bioclimáticas

Figura 6 - Zonas bioclimáticas Fonte: SANCHES, 2015

5.5 TIJOLOS DE SOLO CIMENTO

O solo é um material abundante e de fácil obtenção na natureza, sendo então utilizado de forma efetiva ao longo dos anos em locais onde outros materiais são de mais difícil utilização (LIMA, 2010, pág. 24).

Segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland - (ABCP, 2004, p.9), "Solo-cimento é o produto endurecido resultante da mistura íntima compactada de solo, cimento e água, em proporções estabelecidas através de dosagem racional, executada de acordo com as normas aplicáveis ao solo em estudo".

Dentre as vantagens que podem ser citadas para o tijolo de solo-cimento, pode-se citar a melhor organização do canteiro de obras (influenciando positivamente as condições de trabalho); geração de menor quantidade de entulho; pode ser produzido diretamente no local da obra, usando o solo local (reduzindo

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custos com transporte); diminuição da quantidade de argamassas de assentamento e revestimento (devido à qualidade final do tijolo, podendo deixar como alvenaria aparente); não cozimento dos tijolos, evitando-se assim, queima de madeiras e outros materiais combustíveis (GRANDE, 2003)

De acordo com a NBR 10833 - Fabricação de tijolo e bloco de solo-cimento com utilização de prensa manual ou hidráulica - Procedimento, dentre os requisitos do solo para produção de tijolos de solo-cimento, tem-se:

Tabela 2 - Requisitos quanto à característica do solo

Característica (%)

Passa na peneira 4,75mm

(ABNT NBR NM ISO 3310-1) 100

Passa na peneira 75μm

(ABNT NBR NM ISO 3310-1) 10 a 50 Limite de liquidez Menor ou igual a 45 Índice de plasticidade Menor ou igual 18

Além dessas características, o cimento Portland deve atender às ABNT NBR 5732, ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736 ou ABNT NBR 11578, assim como a água utilizada ser isenta de impurezas que possam alterar a hidratação do cimento, conforme NBR 159000-1.

São preparados três traços de solo-cimento, com, no mínimo, 20 tijolos por traço, e após devidamente curados, 10 serão escolhidos aleatoreamente para serem enviados ao laboratório para serem ensaiados mecanicamente.

As características dos tijolos produzidos serão: 12,5 x 25 x 6,25 (cm), vazados (Figura 7).

Figura 7 - Modelo Tijolo de Solo-Cimento - Fonte: Página Tijolo ponto eco2

2

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6 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, os tijolos de solo-cimento utilizados serão produzidos na Unemat - Universidade Estadual do Mato Grosso, Campus Sinop, através do Projeto de Pesquisa intitulado Análise da adição de resíduos de construção em tijolos prensados de solo-cimento produzidos com materiais da região de SINOP-MT, sob coordenação do professor Dr. André L. N. Ferraz.

Inicialmente, far-se-á a caracterização do solo e resíduos, para a devida fabricação dos tijolos, conforme prescreve a norma NBR 10833 - Fabricação de tijolo e bloco de solo-cimento com utilização de prensa manual ou hidráulica - Procedimento, anteriormente citada, com o intuito de obter a melhor resposta mecânica aliada à economia de cimento Portland.

Como trata-se de material composto não conhecido na literatura, será realizada a caracterização do material no quesito térmico, através de ensaio normativo com uso de câmara térmica. Poderá ser construída, conforme Rupp (2009), uma câmara térmica para determinação da transmitância e condutividade térmica, contendo dimensões internas de 60x40x40cm, com uma das faces de 40x40cm vazada, utilizando-se materiais como: madeira compensada, poliestireno expandido de 50mm, papel laminado, lâmpada 250w, dimmer e ferragens.

Figura 8 - Câmara Térmica Fonte: Rupp, 2009

São instalados, então, sensores, internos e externos, para a devida medição e controle dos dados, que serão posteriormente analisados.

Como alternativa, essa determinação poderá ser realizado dentro de laboratório de pesquisa da FAET - Cuiabá, o qual já possui equipamento específico.

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6.1 OBJETO DE ESTUDO

O campus da Unemat em Sinop/MT conta com três protótipos já utilizados em outras pesquisas, a serem reaproveitados conforme a necessidade. A Figura 9 mostra suas disposições no local.

Figura 9 - Protótipos Fonte: Acervo próprio

Quanto às características construtivas, a fundação é feita por blocos de concreto e vigas baldrame de concreto armado, com a estrutura de pilares e vigas metálicas, facilitando a variabilidade nas configurações de telhado e vedações, para a realização de vários estudos. (LACO; LEÃO, 2013)

Serão utilizados dois dos protótipos. Um manterá as características e técnicas de uso mais típico nas alvenarias da região, conforme Laco & Leão(2013), utilizando para alvenaria vertical Tijolos de oito furos (9x19x19cm), Reboco paulista com 1,5 cm de espessura e pintura externa em cores claras; e para a cobertura, telha cerâmica e forro PVC.

O segundo protótipo manterá as características de cobertura, com mesma telha e forro, alterando-se, então, apenas a alvenaria em tijolos de solo cimento com RCC, em três etapas que seriam avaliadas de forma consecutiva. Inicialmente, a alvenaria será realizada apenas com os tijolos, com a devida técnica de construção aplicada. Na segunda etapa, a parede será rebocada em ambas as faces, e finalmente na terceira será aplicada pintura externa em cores claras, com características similares ao primeiro protótipo.

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Ambos os protótipos possuirão as mesmas características geométricas, área de 4m2, pé direito de 2,80m e o telhado com inclinação de 35%, e, devido ao posicionamento e localização, com as mesmas características ambientais que podem influir nos resultados, com portas voltadas para a face norte e janelas para a face sul, para que os fechamentos recebem incidência leste e oeste. Segue nas Figuras 8 e 9 as dimensões adotadas.

Figura 10 - Planta Baixa Fonte: LACO & LEÃO, 2013

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Figura 11 - Corte A-A Fonte: LACO & LEÃO, 2013

6.2 MEDIÇÕES E AVALIAÇÕES

As medições ocorrerão nos meses de setembro e outubro, devido ao registro de piores condições de stress térmico nesse período. Será considerada para efeitos práticos, segundo a NBR 15575, como ambiente de permanência prolongada em um dia típico de verão, para avaliação de desempenho.

Os registros do tempo e clima externo ao alvo de estudo será feito através de estação metereológica instalada dentro do campus. Características do equipamento: Vantage Pro2, produzido Davis Instruments, com comunicação sem fio entre as unidades de coleta com um conjunto integrado de sensores e um console para

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apresentação e registro dos dados. Entre os sensores, possui um coletor de chuva, temperatura, umidade e anemômetro.

Nos protótipos, abrangerão, inicialmente, a temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e a umidade relativa do ar. Serão utilizados confortímetros da marca Instrutemp, modelo ITWTG-2000 - termômetros de globo, um em cada protótipo de forma simultânea, com os dados da medição sendo armazenados em um computador, com durações conforme ISO 7726/98.

Seguem algumas informações técnicas do aparelho:

Tabela 3 - ITWTG-2000 ITWTG-2000

Tamanho da esfera preta 75(P)x75(A)mm Faixa de temperatura do ar 0~50°C (32-122°F) Precisão da temperatura do ar ±0.6°C

Faixa da temperatura global 0~80°C (32°~122°F

Precisão da temperatura global Interno: ±1°C (15~40°C); ±1.5°C (Outros) Externo: ±1.5°C (15~40°C); ±2°C (Outros) Faixa de temperatura WBGT 0~50°C (32~122°F)

Faixa de RH 0~100%

Considerando os ambientes sem variações significativas nos parâmetros físicos, a ISO 7726/98 classifica o ambiente como homogêneo. Sendo assim, conforme Tabela 4, será adotada uma altura ao nível do abdômen, ou seja, 1,1m do chão. (LAMBERTS, XAVIER, 2008)

Tabela 4 - Posições de medições para as variáveis físicas de um ambiente

Localização dos sensores

Coeficientes ponderados para os cálculos das variáveis

Alturas recomendadas Ambientes homogêneos Ambientes heterogêneos Sentado Em pé Classe C Classe S Classe

C Classe S Nível da cabeça 1 1 1,1m 1,7m Nível do Abdômen 1 1 1 2 0,6m 1,1m Nível do tornozelo 1 1 0,1m 0,1m

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6.3 AVALIAÇÕES

Os dados coletados serão avaliados e comparados das seguintes formas:

6.3.1 NBR 15575

Será avaliado o desempenho térmico do protótipo, verificando níveis mínimos de aceitação para dia típico de verão, comparando-se dados de temperatura interna e externa.

6.3.2 Comparação com alvenaria tradicional

Objetivando uma comparação mais direta, os registros de desempenho da alvenaria tradicional serão confrontados com a de tijolos de solo-cimento, afim de se estabelecer uma referência prática dos desempenhos.

6.3.3 Faixa de neutralidade

Verificar-se-á as condições de conforto térmico baseados nos estudos de Givoni, ou conforme estudos realizados na cidade de Sinop-MT, com os dados de GOTO (2015) sobre limites de temperaturas operativas internas aceitáveis.

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7 CRONOGRAMA

ATIVIDADES AGO a NOV - 2015

FEV MAR

ABR

MAI AGO SET OUT NOV Pesquisa bibliográfica sobre o tema Elaboração do projeto Caracterização e definição do material Cálculo da transmitância do material Execução da vedação e cobertura dos protótipos Medição Organização dos dados Elaboração do artigo científico Apresentação do artigo

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8 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Dosagem das misturas de solo-cimento: normas de dosagem e métodos e ensaios. São Paulo, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações Habitacionais - Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10833 - Fabricação de tijolo e bloco de solo-cimento com utilização de prensa manual ou hidráulica - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

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Referências

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