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Estrutura eletrônica e magnética sob altas pressões : metais de transição 3d/5d e terras raras

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Academic year: 2021

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Larissa Sayuri Ishibe Veiga

Estrutura eletrˆonica e magn´etica sob altas press˜oes:

metais de transi¸c˜ao 3d /5d e terras raras

Campinas 2015

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Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Física Gleb Wataghin

Valkíria Succi Vicente - CRB 8/5398

Veiga, Larissa Sayuri Ishibe,

V533e VeiEstrutura eletrônica e magnética sob altas pressões : metais de transição 3d/5d e terras raras / Larissa Sayuri Ishibe Veiga. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

VeiOrientador: Narcizo Marques de Souza Neto.

VeiCoorientador: Flávio Cesar Guimarães Gandra.

VeiTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Física Gleb Wataghin.

Vei1. Magnetismo. 2. Dicroismo circular magnético de raios X. 3. Campo elétrico cristalino. 4. Acoplamento spin-órbita. 5. Física de alta pressão. I. Souza Neto, Narcizo Marques de. II. Gandra, Flávio Cesar Guimarães,1954-. III. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Física Gleb Wataghin. IV. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Electronic and magnetic structure under high pressures : 3d/5d

transition metals and rare earths

Palavras-chave em inglês:

Magnetism

X-ray magnetic circular dichroism Crystal electric field

Spin-orbit coupling High pressure physics

Área de concentração: Física Titulação: Doutora em Ciências Banca examinadora:

Narcizo Marques de Souza Neto [Orientador] Júlio Criginski Cezar

Kleber Roberto Pirota Flávio Garcia

Antonio Domingues dos Santos

Data de defesa: 30-03-2015

Programa de Pós-Graduação: Física

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

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Resumo

Este trabalho teve como objetivo a investiga¸c˜ao de diversos mecanismos f´ısicos pro-venientes das estruturas eletrˆonicas, magn´eticas e cristalinas de sistemas tern´arios de terras raras e metais de transi¸c˜ao 3d -5d atrav´es do uso das t´ecnicas de espectroscopia de absor¸c˜ao de raios X e difra¸c˜ao de raios X sob altas press˜oes. Dentre os fenˆomenos f´ısicos estudados em fun¸c˜ao da compress˜ao da rede cristalina induzida pela aplica¸c˜ao da press˜ao est˜ao o magnetismo proveniente dos orbitais 4f e 5d nos sistemas tern´arios RERh4B4, (com RE = Dy e Er), os efeitos do campo el´etrico cristalino e as intera¸c˜oes

de troca magn´eticas nas perovskitas duplas 3d -5d (A2FeOsO6, com A = Ca e Sr) e o

acoplamento spin-´orbita nos metais de transi¸c˜ao 5d.

As propriedades eletrˆonicas e magn´eticas dos orbitais 4f e 5d das terras raras nos compostos da fam´ılia RERh4B4 (RE = Dy e Er) foram investigadas atrav´es de

expe-rimentos de XANES e XMCD sob altas press˜oes na borda L3 do Dy e Er . Os sinais

magn´eticos das contribui¸c˜oes quadrupolar (2p3/2 ! 4f) e dipolar (2p3/2 ! 5d)

pre-sentes nos espectros de XMCD, em ambos os compostos, diminuem progressivamente em fun¸c˜ao da press˜ao. Este comportamento foi explicado em termos das intera¸c˜oes de troca magn´eticas entre os ´ıons de terras raras, que s˜ao enfraquecidas pelas altera¸c˜oes locais da estrutura atˆomica induzidas pela compress˜ao da rede cristalina.

J´a no sistema de perovskitas duplas, foi demonstrado que a compress˜ao da estrutura Sr2FeOsO6, com um arranjo cristalino ordenado dos ´ıons de Fe (3d ) e Os (5d ), permite

o controle cont´ınuo e revers´ıvel da coercividade e magnetiza¸c˜ao de satura¸c˜ao. Este efeito foi explicado em termos do aumento do campo el´etrico cristalino em fun¸c˜ao da press˜ao, que altera as intera¸c˜oes de troca magn´eticas Fe-O-Os e transforma o material com magnetiza¸c˜ao remanente e coercividade praticamente nulas a press˜ao ambiente em outro com uma coercividade robusta (⇠ 0.5 T) e magnetiza¸c˜ao de satura¸c˜ao expressiva a press˜oes acima de ⇠ 10 GPa.

Por fim, a ´ultima parte desta tese de doutorado foi dedicada ao uso da seletividade qu´ımica e orbital da t´ecnica de XANES na investiga¸c˜ao do acoplamento spin-´orbita nos elementos Pt (Pt0, 5d9) e Hf (Hf0, 5d2) sob altas press˜oes. Ao contr´ario do

ob-servado para a Pt, o c´alculo do branching ratio a partir dos espectros de absor¸c˜ao nas bordas L2,3 do Hf revelaram que o acoplamento spin-´orbita aumenta monotonicamente

em fun¸c˜ao da press˜ao aplicada. Esse comportamento foi relacionado `as propriedades supercondutoras e estruturais presentes nesse elemento sob altas press˜oes.

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Abstract

The scientific goal of this work has been the investigation of several physical mechanisms derived from the electronic, magnetic and structural properties of ternary rare earth and transition metal systems by means of X-ray absorption spectroscopy and X-ray di↵raction techniques in a diamond anvil cell. Among the physical properties studied as a function of lattice compression induced by applied pressure are the magnetism of the 4f and 5d orbitals in tetragonal rare earth rhodium borides RERh4B4 (with RE =

Dy e Er), the crystal electric field e↵ects and magnetic exchange interactions in 3d -5d double perovskite systems (A2FeOsO6, with A = Ca e Sr) and the spin-orbit coupling

in 5d transition metals.

The electronic and magnetic properties of the rare earth 4f and 5d orbitals in the RERh4B4 (RE = Dy e Er) systems were investigated through high pressure XANES

and XMCD experiments at Dy and Er L3 edges. For both compounds, the magnetic

signals of the quadrupole (2p3/2 ! 4f) and dipole (2p3/2 ! 5d) contributions to the

XMCD spectra progressively decrease as a function of pressure. This behavior was explained in terms of the magnetic exchange interactions between the rare earth ions, which are weakened by changes in the local atomic structure induced by compression of the crystal lattice.

In the double perovskite system, it has been shown that compression of Sr2FeOsO6

structure with an ordered crystalline arrangement of iron (3d) and osmium (5d) tran-sition metal ions, allows for continuous and reversible control of magnetic coercivity and saturation magnetization. This e↵ect was explained in terms of enhanced crystal electric fields under high pressure, which alter the Fe-O-Os magnetic exchange interac-tions and transform the material with an otherwise mute response to magnetic fields into one with a strong coercivity (⇠ 0.5 T) and substantial saturation magnetization at pressures above⇠ 10 GPa.

Finally, the last part of this thesis is dedicated to the use of chemical and orbital selectivity of XANES technique as a tool to investigate the spin-orbit coupling in Pt (Pt0, 5d9) and Hf (Hf0, 5d2) elements under high pressures. Unlike observed for Pt,

the calculated branching ratio determined from the integrated intensities of the Hf L2,3

white lines shows that the spin-orbit coupling increases monotonically as a function of applied pressure. This behavior was related to the superconducting and structural properties displayed by this element at high pressures.

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Sum´

ario

Resumo vii

Abstract ix

Sum´ario xi

Lista de Figuras xvii

Lista de Tabelas xxv

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Introduction (English) . . . 4

2 Aspectos te´oricos 9 2.1 Magnetismo em s´olidos . . . 9

2.2 ´Ions terras raras . . . 12

2.3 Metais de transi¸c˜ao . . . 14

2.4 Intera¸c˜oes magn´eticas . . . 15

2.4.1 Intera¸c˜ao de troca . . . 16

2.5 Outros efeitos . . . 20

2.6 Supercondutividade . . . 23

3 M´etodos e Detalhes Experimentais 27 3.1 Caracteriza¸c˜ao das amostras . . . 27

3.1.1 Difra¸c˜ao de p´o de raios X . . . 27

3.1.2 Susceptibilidade magn´etica e magnetiza¸c˜ao dc . . . 28

3.2 Espectroscopia de absor¸c˜ao de raios X . . . 28

3.3 XANES . . . 30

3.4 Dicro´ısmo circular magn´etico de raios X (XMCD) . . . 32

3.4.1 An´alise quantitativa de XMCD por regras de soma magneto-´opticas 34 3.5 Simula¸c˜oes ab-initio dos espectros de absor¸c˜ao (XANES e XMCD) . . . 37

3.6 Efeitos das altas press˜oes . . . 38

3.6.1 Efeitos das altas press˜oes no magnetismo . . . 39

3.6.2 Efeitos das altas press˜oes na estrutura cristalogr´afica . . . 41 xi

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3.6.3 Instrumenta¸c˜ao de altas press˜oes . . . 42

3.6.4 T´ecnicas experimentais sob altas press˜oes . . . 46

4 Compostos RERh4B4 (RE = Dy e Er) 53 4.1 Introdu¸c˜ao . . . 53

4.2 Crescimento e caracteriza¸c˜ao estrutural e magn´etica dos compostos RERh4B4 (RE = Dy e Er) . . . 56

4.3 Propriedades eletrˆonicas e magn´eticas a press˜ao ambiente . . . 59

4.4 Propriedades eletrˆonicas, magn´eticas e estruturais sob altas press˜oes . . 64

4.5 Discuss˜ao . . . 70

4.6 Conclus˜ao parcial . . . 71

5 Perovskitas duplas de metais de transi¸c˜ao 3d -5d 73 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 73

5.2 Propriedades estruturais e magn´eticas das perovskitas duplas de Sr2FeOsO6 e Ca2FeOsO6 . . . 74

5.3 Estado fundamental eletrˆonico e magn´etico a press˜ao ambiente . . . 76

5.4 Estrutura magn´etica e eletrˆonica do composto Sr2FeOsO6 sob altas pres-s˜oes . . . 81

5.5 Estrutura cristalina do composto Sr2FeOsO6 sob altas press˜oes . . . 82

5.6 Discuss˜ao . . . 84

5.7 Conclus˜ao parcial . . . 87

6 Acoplamento spin-´orbita nos metais de transi¸c˜ao 5d : estudo da Pt e Hf sob altas press˜oes 89 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 89

6.2 Propriedades eletrˆonicas do Hf sob altas press˜oes . . . 93

6.3 Discuss˜ao . . . 96

6.4 Conclus˜ao parcial . . . 97

7 Conclus˜oes gerais 99

Detalhes cristalogr´aficos das amostras estudadas 105

Artigos publicados 107

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Este trabalho foi desenvolvido, com apoio financeiro da FAPESP, no Laborat´orio Nacional de Luz S´ıncrotron (LNLS) e no Insti-tuto de F´ısica “Gleb Wataghin” (UNICAMP) sob orienta¸c˜ao do Dr. Narcizo M. de Souza Neto (LNLS) e Dr. Fl´avio G. Gan-dra (IFGW-UNICAMP), respectivamente. Os experimentos uti-lizando as t´ecnicas de luz s´ıncrotron sob altas press˜oes presentes neste trabalho foram realizados no Advanced Photon Source, em Argonne National Laboratory, EUA. Especificamente, uma parte desta tese foi integralmente proposta e realizada no Advan-ced Photon Source sob orienta¸c˜ao do Dr. Daniel Haskel (APS, EUA) durante o est´agio sandu´ıche de um ano realizado nesta institui¸c˜ao, com apoio financeiro da FAPESP.

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Para meus pais e meu irm˜ao por todo apoio e carinho Para o Juliano, por todo amor

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer ao Dr. Narcizo M. Souza Neto, pela orienta¸c˜ao, pela amizade e aten¸c˜ao em todas as etapas deste trabalho. Gostaria de agradecer pela paciˆencia e pelos ensinamentos durante todos esse anos. Agrade¸co tamb´em ao Prof. Dr. Fl´avio Gandra pela coorienta¸c˜ao e por permitir que grande parte da infraestrutura presente no Laborat´orio de Metais e Ligas fosse utilizada no desenvolvimento deste trabalho.

Agrade¸co ao Dr. Daniel Haskel, pela orienta¸c˜ao e oportunidade de realizar parte do meu doutorado no exterior. Muito obrigada pela paciˆencia, aten¸c˜ao, pelos muitos ensinamentos e conselhos dados durante um dos anos mais produtivos do meu douto-rado. Agrade¸co em especial ao meu querido amigo Gilberto Fabbris, por toda ajuda, aten¸c˜ao, dedica¸c˜ao e boas risadas nos experimentos realizados. Agrade¸co com carinho a todos os integrantes do Magnetic Materials Group, por toda a ajuda e ensinamento durante esse um ano.

Agrade¸co muito ao meu querido amigo Ricardo pelo companherismo e ajuda durante esses quatro anos de trabalho. Sou grata pelas boas conversas, risadas e lamenta¸c˜oes no decorrer destes anos. Lembrarei com muito carinho esse per´ıodo e espero poder levar e continuar essa amizade por muitos e muitos anos.

Agrade¸co tamb´em a todos que de forma direta ou indireta participaram do desen-volvimento deste trabalho no LNLS: Juliana, Sato, Mateus, Pedro, Fred e Daniela. Aos extintos grupos FAX e EUV, especialmente ao Gustavo, Dayane, J´ulio e Fl´avio Vicentin por me ajudarem nos dram´aticos experimentos na PGM e SXS. Agrade¸co aos meus amigos de longa data, Z´e Renato, Imara, Luis Fernando, Baiano, C´ınthia e Miriam, que de alguma forma sempre estiveram perto de mim. Agrade¸co com carinho `a minha querida amiga Lari, por todas as boas conversas no tempo que estive fora do pa´ıs.

Gostaria tamb´em de agradecer a Freda e Ross, por tornarem meus dias em Chicago muito mais divertidos.

Agrade¸co aos meus incr´ıveis pais, Marta e Edmilson e ao meu querido irm˜ao Felipe, por todo apoio, suporte e por sempre confiarem em mim durante todos esses anos de estudo. Agrade¸co em especial ao meu primo Ariovaldo, pelos conselhos e apoio desde o in´ıcio dessa jornada. Agrade¸co tamb´em aos meus queridos av´os, Neusa e Nosor, que mesmo n˜ao entendendo o que fa¸co, sempre me deram muito amor e carinho durante

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todos esses anos longe. Obrigada pela preocupa¸c˜ao e pelo cuidado em todas as vezes que voltava para Campinas, e pelos choros de tristeza e alegria nos per´ıodos em que estive mais distante.

Agrade¸co ao meu querido namorado Juliano, pelo amor, carinho, amizade e por muita, mas muita paciˆencia durantes todos esses anos. Obrigada pelos conselhos, pelo apoio e pelo cuidado mesmo estando t˜ao distante. Sou grata por tantos momentos de alegria e por ser uma pessoa t˜ao especial em minha vida, que sempre tenta me fazer e me ver feliz com sua maneira simples de ser.

Agrade¸co a Deus por cada amanhecer, pela for¸ca para enfrentar os mais diversos desafios e por todas as conquistas realizadas.

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Lista de Figuras

2.1 Compara¸c˜ao da curva 1(T ) para os trˆes tipos de intera¸c˜ao magn´etica

citados acima. Figura retirada da Referˆencia [1]. . . 12 2.2 Magnetiza¸c˜ao l´ıquida resultante dos ordenamentos ferromagn´etico,

an-tiferromagn´etico e ferrimagn´etico. Figura adaptada da Referˆencia [2]. . 13 2.3 (a) Volume molar da s´erie de elementos terras raras a temperatura e

press˜ao ambiente. Os elementos Eu e Yb n˜ao seguem a contra¸c˜ao do volume molar seguido pelas terras raras trivalentes e est˜ao enfatizados no gr´afico. Figura adaptada da Referˆencia [3]. (b) Densidade de carga radial do ´ıon Gd. A linha vertical pontilhada indica o valor da metade da distˆancia entre o pr´oximo vizinho Gd, indicando que os orbitais 4f s˜ao bem localizados e n˜ao participam das liga¸c˜oes Gd-Gd. Figura adaptada da Referˆencia [4]. . . 14 2.4 Densidade de carga radial dos orbitais 3d, 4d e 5d. Descendo a s´erie de

metais de transi¸c˜ao dos elementos 3d para os 5d, v´arias intera¸c˜oes pas-sam a ser compar´aveis entre si (intera¸c˜ao Coulombiana U, acoplamento spin-´orbita e efeitos do campo cristalino). . . 15 2.5 Intera¸c˜ao de Super-Troca em ´oxidos magn´eticos. As flechas

represen-tam os spins de quatro el´etrons e como estes est˜ao distribu´ıdos nos ´ıons de metal de transi¸c˜ao (M) e oxigˆenio (O). O metal de transi¸c˜ao possui somente um el´etron desemparelhado e, portanto, ´e magn´etico. Se os momentos magn´eticos dos metais de transi¸c˜ao est˜ao alinhados antifer-romagneticamente (a, b, c), o estado fundamental (a) pode se misturar com os estados excitados (b) ou (c), minimizando a energia do sistema. Por outro lado, se os momentos de M est˜ao alinhandos ferromagnetica-mente (d, e, f), o estado fundamental (d) n˜ao pode se misturar com os estados excitados (e) e (f) j´a que essas configura¸c˜oes n˜ao s˜ao permiti-das pelo princ´ıpio de exclus˜ao de Pauli. Dessa forma, esse acoplamento custa energia ao sistema. Figura adaptada da Referˆencia [2]. . . 18 2.6 Gr´afico representando o parˆametro de troca da intera¸c˜ao RKKY. Valores

positivos de JRKKY resultam em acoplamentos ferromagn´eticos, j´a os

valores negativos originam ordenamentos antiferromagn´eticos. . . 19

(18)

2.7 O mecanismo de Dupla Troca resulta no acoplamento ferromagn´etico entre os ´ıons Mn+3 e Mn+4. Devido `a primeira regra de Hund, a

trans-ferˆencia de um el´etron eg do Mn+3 para o orbital eg do ´ıon Mn+4 ´e

fa-vorecida se (a) os ´ıons magn´eticos est˜ao ferromagneticamente alinhados e n˜ao favorecida se (b) os ´ıons magn´eticos est˜ao alinhados antiferromag-neticamente. Figura adaptada da Referˆencia [2]. . . 20 2.8 Distribui¸c˜ao angular dos orbitais s, p e d em um ambiente octa´edrico.

Os orbitais dz2 e dx2 y2 fazem parte dos n´ıveis eg. Os orbitais dxy e dxz

e dyz s˜ao agrupados nos n´ıveis t2g. O orbital dz2 muitas vezes tamb´em ´e

chamado de d3z2 r2. Figura adaptada da Referˆencia [2]. . . 21

2.9 (a) Campo cristalino em um ambiente octa´edrico. (b) Configura¸c˜ao eletrˆonica para um metal de transi¸c˜ao com d5: configura¸c˜ao de high-spin

(weak-field ) e configura¸c˜ao de low-spin (strong-field ). Figura retirada da Referˆencia [2]. . . 22 2.10 Magnetiza¸c˜ao em fun¸c˜ao do campo magn´etico aplicado para um

super-condutor (a) tipo I e (b) tipo II. Figura adaptada da Referˆencia [5]. . . . 24 2.11 Temperaturas de transi¸c˜ao supercondutora de amostras com 1% at. de

terras raras dilu´ıdas em La. Observa-se que o decr´escimo da tempera-tura de transi¸c˜ao est´a relacionado ao n´umero total de spins ao inv´es do momento magn´etico total da impureza. Figura retirada da Referˆencia [6]. 25 3.1 Esquema ilustrativo dos parˆametros da equa¸c˜ao de Beer-Lambert. . . . 29 3.2 (a) Esquema ilustrativo do efeito fotoel´etrico para o ´atomo de Dy. O

fotoel´etron ´e excitado dos n´ıveis 2p1/2(borda L2) e 2p3/2 (borda L3) para

os n´ıveis 5d. (b) Bordas de absor¸c˜ao L2,3 do Dy. . . 30

3.3 Borda de absor¸c˜ao K do Fe. A regi˜ao de XANES ´e a regi˜ao pr´oxima `a borda de absor¸c˜ao. As oscila¸c˜oes ap´os a borda de absor¸c˜ao s˜ao denomi-nadas de “oscila¸c˜oes de EXAFS” . . . 31 3.4 Compara¸c˜ao entre os regimes de XANES e EXAFS em rela¸c˜ao `as fun¸c˜oes

de onda do estado final para a excita¸c˜ao dos n´ıveis profundos de uma mol´ecula diatˆomica em alta energia, representando a regi˜ao de EXAFS e em baixa energia, representando a regi˜ao de XANES. As curvas pon-tilhadas representam as fun¸c˜oes de onda do fotoel´etron emitido. Figura retirada da Referˆencia [7]. . . 31 3.5 Representa¸c˜ao esquem´atica do modelo de dois passos. . . 33 3.6 Espectros de (a) XMCD e (b) XANES nas bordas de absor¸c˜ao L2,3 do

Fe. A curva pontilhada em (b) mostra a fun¸c˜ao degrau utilizada para a remo¸c˜ao do salto da borda de absor¸c˜ao antes da integra¸c˜ao em energia. Os parˆametros p e q mostradas em (a) e r mostrada em (b) s˜ao as integrais necess´arias para o c´alculo da regra de soma. Figura retirada da Referˆencia [8]. . . 36

(19)

LISTA DE FIGURAS xix 3.7 Valores da raz˜ao ↵ para todos os elementos com Z  98. Os elementos

com c´ırculos s˜ao magn´eticos no estado s´olido. Altos valores de ↵ sig-nifica baixas sobreposi¸c˜oes dos orbitais e estados magn´eticos altamente localizados. Figura retirada da Referˆencia [9]. . . 40 3.8 Ilustra¸c˜ao do funcionamento das bigornas de diamante utilizadas na

c´e-lula de press˜ao. Uma for¸ca ´e aplicada nos diamantes que est˜ao situados opostos uns aos outros, exercendo press˜ao no material que se encontra na gaxeta. A ponta plana do diamante, chamada de culeta (culet em inglˆes), possui diˆametro de centenas de microns e ´e a parte do diamante que recebe maior press˜ao. Seu diˆametro fornece uma estimativa da mag-nitude da press˜ao que se quer alcan¸car. . . 42 3.9 C´elulas de bigornas de diamantes utilizadas nos experimentos com luz

s´ıncrotron no Advanced Photon Source (APS, USA): (a) C´elula sim´e-trica fabricada na Universidade de Princeton. A press˜ao nesta c´elula ´e realizada atrav´es de um par de parafusos com roscas no sentido hor´ario e outro par no sentido anti-hor´ario aliados a um conjunto de arruelas que possuem uma leve curvatura (do inglˆes: washers). (b) C´elula de press˜ao feita de uma composi¸c˜ao de metais de Cu e Be (CuBe) acoplado `a membrana de a¸co inoxid´avel. (c) miniDAC utilizada nos experimentos de XANES e XMCD. Essa c´elula possui diˆametro de 16 mm e uma al-tura de aproximadamente 20 mm. Nesta c´elula, a aplica¸c˜ao de press˜ao na amostra ´e feita atrav´es de um conjunto de seis mini-parafusos (que aparecem no topo da imagem). Imagem adaptada da Referˆencia [3]. . 43 3.10 (a) N´ıveis de energia associados `a luminescˆencia do rubi. Figura retirada

da Referˆencia [10]. (b) Deslocamento dos picos de luminescˆencia do rubi com a aplica¸c˜ao da press˜ao. . . 45 3.11 Ilustra¸c˜ao do funcionamento do sistema ´optico para o experimento de

luminescˆencia do rubi. . . 46 3.12 Ilustra¸c˜ao da linha de luz 4-ID-D no Advanced Photon Source, APS, EUA. 48 3.13 Esbo¸co do uso do conjunto de diamantes perfurados nas medidas de

ab-sor¸c˜ao de raios X. Em (a) ´e mostrado um conjunto formado por uma bigorna de diamante com espessura de 1.7 mm e um diamante parcial-mente perfurado de 0.1 mm de espessura. J´a o conjunto de diamantes mostrados em (b) ´e formado por uma bigorna parcialmente perfurada (0.1 mm) e um conjunto composto por um diamante totalmente perfu-rado com uma mini-bigorna (600 µm) colada no topo desse diamante (de forma que a espessura total do conjunto ´e da ordem de 700 µm). A superf´ıcie ´optica lisa do diamante mais espesso (bigorna com espessura de 1.7 mm ou a mini-bigorna de 600 µm) permite a medi¸c˜ao da press˜ao pela t´ecnica de luminescˆencia do rubi. . . 49

(20)

3.14 Ilustra¸c˜ao da linha de luz 16-BM-D no Advanced Photon Source, APS, EUA. . . 50 3.15 Padr˜ao de difra¸c˜ao em 2D e ap´os a integra¸c˜ao utilizando-se o programa

FIT2D. . . 51 4.1 (a) Estrutura cristalogr´afica do composto RERh4B4. (b) Proje¸c˜ao dos

tetraedros Rh4 ao longo da dire¸c˜ao [001] (eixo c). As distˆancias

inter-met´alicas Rh-Rh est˜ao indicadas em Angstroms. O plano superior est´a indicado pelas linhas vermelhas; o plano logo abaixo est´a indicado pelas linhas cinzas. . . 55 4.2 Temperaturas de transi¸c˜ao ferromagn´etica (TM), antiferromagn´etica

(TN) e supercondutora (TC) em fun¸c˜ao dos ´ıons RE para os

compos-tos RERh4B4. Figura adapatada da Referˆencia [11]. . . 56

4.3 Dependˆencia da susceptibilidade magn´etica (s´ımbolos fechados) e da sua inversa 1/ (s´ımbolos abertos) em fun¸c˜ao da temperatura para os com-postos (a) DyRh4B4 e (b) ErRh4B4. A curva em vermelho representa o

ajuste da inversa da susceptibilidade pela lei de Curie-Weiss a altas tem-peraturas (> 100 K) para a determina¸c˜ao do momento efetivo. A suscep-tibilidade magn´etica para ambos compostos foram obtidas adotando-se o procedimento ZFC (do inglˆes, Zero Field Cooling), onde a amostra ´e resfriada a campo magn´etico nulo. Todas as medidas foram realizadas com campo de µ0H = 500 Oe. . . 58

4.4 Dependˆencia da magnetiza¸c˜ao em fun¸c˜ao do campo magn´etico aplicado m´aximo de 20 kOe para os compostos (a) DyRh4B4 e (b) ErRh4B4. As

curvas de magnetiza¸c˜ao em fun¸c˜ao do campo magn´etico aplicado para os compostos supercondutores foram realizadas em duas temperaturas diferentes: uma abaixo da transi¸c˜ao supercondutora e outra no estado paramagn´etico. . . 59 4.5 Espectros de XANES e XMCD nas bordas L2,3 do (a) Dy e (b) Er. As

medidas foram realizadas invertendo-se o campo magn´etico aplicado de -20 kOe a 20 kOe (2 T), em T = 5 K. . . 60 4.6 Espectros de XANES e XMCD nas bordas L2,3 do Er. A escala em

energia foi colocada em rela¸c˜ao `a cada borda de absor¸c˜ao (E0). As setas

indicam as transi¸c˜oes dipolar (E1: 2p ! 5d) e quadrupolar (E2: 2p ! 4f ). . . 60 4.7 Curvas de XMCD em fun¸c˜ao do campo magn´etico para os compostos

DyRh4B4 e ErRh4B4. As medidas foram coletadas fixando-se a energia

dos raios X no m´aximo da amplitude do sinal de XMCD na borda L3

(21)

LISTA DE FIGURAS xxi 4.8 Espectro de (a) XANES e (b) XMCD calculado e experimental na borda

L3 do Er. As componentes dipolar (E1-E1) e quadrupolar (E2-E2) est˜ao

mostradas separadamente. As curvas em azul mostram os espectros de XANES e XMCD totais calculados utilizando todas as contribui¸c˜oes. Do espectro de XANES ´e poss´ıvel observar uma pequena contibui¸c˜ao qua-drupolar, situada na regi˜ao da pr´e-borda. A energia est´a representada na escala E E0, onde E0 = 8.358 keV ´e a energia da borda de absor¸c˜ao

L3. . . 62

4.9 Espectro de (a) XANES e (b) XMCD calculado e experimental na borda L2 do Er. As componentes dipolar (E1-E1) e quadrupolar (E2-E2) est˜ao

mostradas separadamente. As curvas em azul mostram os espectros de XANES e XMCD totais calculados utilizando todos os canais. A energia est´a representada na escala E E0, onde E0 = 9.264 keV ´e a energia da

borda de absor¸c˜ao L2. . . 63

4.10 Espectros de XMCD experimental e calculado na borda Dy L2,3 para o

composto DyRh4B4. A contribui¸c˜ao quadrupolar na borda L2 foi

multi-plicada por uma constante para efeito de compara¸c˜ao. . . 63 4.11 Espectros de XANES em fun¸c˜ao da press˜ao para as bordas L3 do Dy

(a)-(b) e Er (c)-(d). Cada conjunto de dados foi coletado em diferentes per´ıodos e o mapeamento das mudan¸cas eletrˆonicas e magn´eticas foi realizado sob aplica¸c˜ao e relaxa¸c˜ao da press˜ao. . . 65 4.12 Espectros de XMCD em fun¸c˜ao da press˜ao para as bordas L3 do Dy

(a)-(b) e Er (c)-(d). Cada conjunto de dados foi coletado em diferentes per´ıodos e o mapeamento das mudan¸cas magn´eticas foi realizado sob aplica¸c˜ao e relaxa¸c˜ao da press˜ao. . . 65 4.13 Espectro XMCD na borda L3do Er com press˜ao aplicada de 4.6 GPa. As

curvas verdes mostram os ajustes gaussianos realizados nas contribui¸c˜oes quadrupolar e dipolar. A curva vermelha representa a soma das duas gaussianas e se ajusta perfeitamente ao espectro de XMCD observado. . 66 4.14 Comportamento da ´area integrada e da largura dos ajustes gaussianos

realizados nos espectros de XMCD na borda Er L3 em fun¸c˜ao da press˜ao

aplicada para as contribui¸c˜oes quadrupolar (a)-(b) e dipolar (c)-(d). As barras de erro foram obtidas atrav´es do desvio padr˜ao dos conjuntos de dados. . . 67

(22)

4.15 Comportamento ´area integrada e da largura dos ajustes gaussianos rea-lizados nos espectros de XMCD na borda Dy L3 em fun¸c˜ao da press˜ao

aplicada para as contribui¸c˜oes quadrupolar (a)-(b) e dipolar (c)-(d). As barras de erro foram obtidas atrav´es do desvio padr˜ao dos conjuntos de dados. Para esta an´alise, utilizamos somente o conjunto de dados coletados em Novembro de 2012, j´a que o alto ru´ıdo encontrado nas me-didas de Novembro de 2013 impediu que um bom ajuste gaussiano fosse realizado. . . 68 4.16 Padr˜oes de difra¸c˜ao em fun¸c˜ao da press˜ao para os compostos (a)

DyRh4B4 e (b) ErRh4B4. Os * em (a) representam os picos de Bragg

provenientes do calibrante de Au. J´a os * em (b) representam tanto os picos de Bragg provenientes da gaxeta de Re (preto) quanto do rubi (vermelho). . . 69 4.17 Evolu¸c˜ao do volume da c´elula unit´aria obtido em fun¸c˜ao da press˜ao para

os compostos (a) DyRh4B4 e (b) ErRh4B4 a temperatura ambiente. As

curvas pontilhadas representam os ajustes realizados atrav´es da equa¸c˜ao de estado de Murnaghan para se obter os valores do m´odulo volum´etrico de compress˜ao (“Bulk Modulus”, B0) do material. Os gr´aficos (c) e (d)

mostram a dependˆencia dos parˆametros de rede da c´elula unit´aria em fun¸c˜ao da press˜ao. . . 69 4.18 Evolu¸c˜ao do volume da c´elula unit´aria obtido em fun¸c˜ao da press˜ao para

os compostos (a) DyRh4B4 e (b) ErRh4B4 a T = 10 K. As curvas

poti-lhadas representam os ajustes realizados atrav´es da EOS de Murnaghan para se obter os valores do m´odulo volum´etrico de compress˜ao (B0 =

184 e 349 GPa para DyRh4B4 e ErRh4B4, respectivamente) do material.

Os insets nos gr´aficos mostram a dependˆencia dos parˆametros de rede da c´elula unit´aria em fun¸c˜ao da press˜ao. . . 70 5.1 Estrutura cristalina e magn´etica dos compostos perovskitas duplas

Sr2FeOsO6 (AF1, fase antiferromagn´etica) e Ca2FeOsO6(FiM,

ferrimag-n´etica). O ´ıon menor Ca+2 no lugar do ´ıon Sr+2 comprime a c´elula

uni-t´aria, levando a uma transi¸c˜ao da fase tetragonal para uma estrutura monocl´ınica, acompanhado por uma mudan¸ca na estrutura magn´etica de antiferromagn´etica para ferrimagn´etica. . . 75 5.2 (a) Curvas de susceptibilidade magn´etica no modo ZFC-FC em fun¸c˜ao da

temperatura do composto Sr2FeOsO6 para diferentes campos

magn´eti-cos. Figura adaptada da Referˆencia [12]. (b) Curvas de magnetiza¸c˜ao em fun¸c˜ao do campo magn´etico para os compostos Ca2FeOsO6 e Sr2FeOsO6

para diferentes temperaturas. Figura adaptada da Referˆencia [13]. . . . 75 5.3 Ilustra¸c˜ao esquem´atica das intera¸c˜oes de Dupla Troca (FM) e

(23)

LISTA DE FIGURAS xxiii 5.4 Espectros de XANES e XMCD nas bordas L2,3do Fe e Os dos compostos

(a) - (b) Ca2FeOsO6 e (c) - (d) Sr2FeOsO6. Todas as medidas foram

realizadas a press˜ao ambiente, T = 15 K e campo magn´etico aplicado de 4 T. (e) - (f) Curva de XMCD em fun¸c˜ao do campo magn´etico aplicado nas bordas L3 do Fe e L2,3 do Os. Essas curvas foram obtidas fixando a

energia dos raios X na posi¸c˜ao de maior amplitude do sinal de XMCD (EL3 = 0.709 keV para o Fe; EL2 = 12.391 keV and EL3 = 10.877 keV

para as bordas do Os). Para o composto Ca2FeOsO6, a curva de XMCD

em fun¸c˜ao do campo magn´etico na borda L3 do Os foi multiplicada por

um fator 2.4 para uma melhor compara¸c˜ao com a estrutura Sr2FeOsO6,

cuja curva de XMCD foi obtida na borda Os L2. O valor 2.4 foi obtido

atrav´es da raz˜ao entre as amplitudes do XMCD nas bordas L2/L3obtidas

para o composto com Ca. . . 78 5.5 (a)-(c) Absor¸c˜ao total (XANES, µ++ µ ) e (b)-(d) dicro´ısmo circular

magn´etico (XMCD, µ+ µ ) nas bordas L

2 e L3 do Os, nas amostras

de Ca2FeOsO6 e Sr2FeOsO6, respectivamente. Em azul (linha cont´ınua)

e vermelho (linha pontilhada) s˜ao dadas a fun¸c˜ao degrau pela qual o espectro de absor¸c˜ao ´e subtra´ıdo e as integrais dos sinais de absor¸c˜ao total e dicro´ısmo, respectivamente. . . 79 5.6 (a) Espectros de absor¸c˜ao XANES em fun¸c˜ao da press˜ao na borda L2

do Os para o composto Sr2FeOsO6. Nenhuma mudan¸ca significante das

oscila¸c˜oes de EXAFS, onde est˜ao contidas informa¸c˜oes estruturais, foi encontrada at´e a press˜ao de 40 GPa. (b) - (c) Sinal de XMCD em fun¸c˜ao da press˜ao aplicada. O sinal sob relaxa¸c˜ao da press˜ao (24.9 GPa) tamb´em est´a apresentado na curva. (d) Curva de XMCD em fun¸c˜ao do campo magn´etico aplicado. A curva foi obtida fixando a energia dos raios X na posi¸c˜ao de maior amplitude do sinal de XMCD (EL2 = 12.391 keV).

Todos os dados foram coletados a T = 15 K e µ0H = 4 T. . . 81

5.7 Padr˜oes de difra¸c˜ao de raios X dispersivo em ˆangulo para a amostra Sr2FeOsO6 em fun¸c˜ao da press˜ao aplicada a T = 15 K. Os picos de

Bragg marcados com * representam os picos provenientes do rubi e do Au. 83 5.8 (a) Curva da dependˆencia do volume da c´elula unit´aria em fun¸c˜ao da

press˜ao a T = 15 K obtido do refinamento dos parˆametros de rede uti-lizando o m´etodo LeBail. O comportamento do volume em rela¸c˜ao a press˜ao foi ajustado pela EOS de terceira ordem de Birch-Murnaghan. (b) Parˆametros de rede a e c da c´elula unit´aria tetragonal e a correspon-dente raz˜ao c/a em fun¸c˜ao da press˜ao aplicada. . . 83 5.9 Compara¸c˜ao entre os espectros de absor¸c˜ao na borda L2 do Os dos

(24)

5.10 Evolu¸c˜ao da estrutura magn´etica sob diminui¸c˜ao da temperatura e au-mento da press˜ao. Metade do acoplaau-mento FM entre os ´ıons Fe e Os ao longo do eixo c da fase AF1 tornam AFM com a diminui¸c˜ao da tempera-tura (fase AF2). A adicional redu¸c˜ao dessas distˆancias com a aplica¸c˜ao da press˜ao leva ao aumento do campo cristalino em ambos os ´ıons e ao enfraquecimento das intera¸c˜oes de Dupla Troca ao longo do eixo c, fa-vorecendo o acoplamento AFM. J1 e (J10) representam as intera¸c˜oes de

troca entre os primeiros vizinhos entre os ´ıons de Fe e Os. As distˆancias Fe-Os presentes nas estruturas AF1 e AF2 foram extra´ıdas da Referˆencia [14]. . . 86 6.1 Valores de BR calculados a partir da intensidade integrada da linha

branca dos espectros de abor¸c˜ao das bordas L2,3 dos metais de transi¸c˜ao

Hf a Pt. O inset mostra o espectro de XANES na borda L2,3 do Ta. As

´areas rachuradas correspondem `as respectivas integra¸c˜oes utilizadas na determina¸c˜ao da raz˜ao IL3/IL2. . . 90

6.2 (a) Espectros de XANES nas bordas L2e L3 da Pt em fun¸c˜ao da press˜ao

a T = 300 K. (b) Comportamento do BR calculado em fun¸c˜ao da press˜ao. 91 6.3 Curva do volume em fun¸c˜ao da press˜ao para o Hf metal a temperatura

ambiente. O meio de press˜ao utilizado foi o g´as Neˆonio. Figura retirada da Referˆencia [15] . . . 92 6.4 Dependˆencia da temperatura supercondutora TC em fun¸c˜ao da press˜ao

aplicada. Os diferentes tipos de pontos correspondem `as diferentes fases presentes no Hf. Figura retirada da Referˆencia [16]. . . 93 6.5 Bordas L2 e L3 do Hf a T=300 K em fun¸c˜ao da aplica¸c˜ao (a) - (b) e

relaxa¸c˜ao da press˜ao (c) - (d). (e) BR calculado atrav´es dos espectros de absor¸c˜ao apresentados em (a) - (d). . . 94 6.6 Comportamento da parte angular do valor esperado do acoplamento

spin-´orbita (h L · S i) em fun¸c˜ao da press˜ao. As ´areas rachuradas em cinza mostram os principais comportamentos em fun¸c˜ao da press˜ao. . . 95 6.7 (a) Varia¸c˜ao da ocupa¸c˜ao do orbital 5d (em rela¸c˜ao a press˜ao ambiente)

em fun¸c˜ao da press˜ao aplicada. (b) Dependˆencia da densidade de estados do orbital 5d com a press˜ao. . . 96

(25)

Lista de Tabelas

2.1 Estado fundamental magn´etico para os ´ıos Dy+3 e Er+3 utilizando as

regras de Hund. Os momentos efetivos s˜ao dados em unidade µB. . . . 14

4.1 Distˆancias intermet´alicas nos compostos RERh4B4 (em ˚A). Valores

re-tirados da Referˆencia [17]. . . 55 4.2 Tabela dos momentos efetivos (µef f) experimental e calculado para os

compostos RERh4B4, com RE = Dy e Er. . . 57

5.1 Valores do momento orbital (morb), spin (mspin) e momento total

(mtotal= mspin+ morb) calculados pela regra de soma para os ´ıons Os+5,

adotando nh = 7 como o n´umero de buracos. As unidades est˜ao em

µB/Os. Os valores da raz˜ao morb/mspin = hLzi /2 hSzi e do Branching

Ratio (BR) para ambos os compostos tamb´em encontram-se na tabela. 80

(26)
(27)

Introdu¸c˜

ao

1

O objeto de estudo desta tese de doutorado consiste na combina¸c˜ao de dois importantes t´opicos na f´ısica da mat´eria condensada: de um lado est˜ao os sistemas intermet´alicos de terras raras, onde os el´etrons f s˜ao respons´aveis por uma rica variedade de estados magn´eticos e tamb´em supercondutores, descobertos e extensivamente estudados nas ´

ultimas quatro d´ecadas [18]; e do outro, est˜ao os materiais compostos por metais de transi¸c˜ao, no qual a combina¸c˜ao de diferentes el´etrons d resulta numa diversidade de fenˆomenos relacionados `a f´ısica de el´etrons fortemente correlacionados (metais 3d ) [19, 20] assim como do forte acoplamento spin-´orbita (metais 4d e 5d ) [21, 22, 23].

Por apresentarem n´ıveis eletrˆonicos semi preenchidos e espacialmente bem localiza-dos, os elementos terras raras re´unem as condi¸c˜oes necess´arias para desenvolvimento de momentos magn´eticos em um cristal. Com as diferentes ocupa¸c˜oes dos orbitais eletrˆonicos 4f, esses elementos assim como seus compostos, possuem uma ampla varie-dade de estruturas eletrˆonicas e magn´eticas que resultam da combina¸c˜ao de intera¸c˜oes microsc´opicas fundamentais como: as intera¸c˜oes magn´eticas tipo RKKY (Ruderman-Kittel-Kasuya-Yosida), efeitos do campo el´etrico cristalino, acoplamento el´etron-fˆonon e efeito Kondo. Dentre os fenˆomenos resultantes destas intera¸c˜oes est˜ao a forma¸c˜ao de compostos com alta correla¸c˜ao eletrˆonica (f´ermions pesados) [24], flutua¸c˜oes de valˆencia [25], criticalidade quˆantica [26] e a competi¸c˜ao e intera¸c˜ao dos mecanismos do magnetismo e supercondutividade [18, 11]. Particularmente, a coexistˆencia da su-percondutividade e ordenamento magn´etico de longo alcance em uma mesma estrutura cristalina tem intrigado cada vez mais f´ısicos te´oricos e experimentais nos ´ultimos anos. Como exemplo desta coexistˆencia est˜ao as ligas tern´arias RERh4B4 (RE = terra rara)

[18]. A estrutura cristalina destas ligas possibilita que o elemento terra rara, com forte momento magn´etico, seja contido em “clusters” formados por ´atomos de Rh e a super-condutividade possa coexistir com o magnetismo no composto. No entanto, o completo entendimento dos mecanismos f´ısicos que regulam a coexistˆencia neste sistema assim como em v´arias outras estruturas, ´e um assunto em grande debate na comunidade cient´ıfica.

J´a os compostos `a base dos elementos de transi¸c˜ao 3d, 4d e 5d apresentam um universo de mecanismos f´ısicos de origem completamente distinta `a de compostos com

(28)

elementos terras raras: neste caso, as propriedades eletrˆonicas e magn´eticas desses sis-temas s˜ao provenientes dos orbitais d semi preenchidos, caracterizados por serem mais extensos espacialmente e menos blindados que os orbitais 4f. Mais interessante ainda ´e a combina¸c˜ao de metais de transi¸c˜ao 3d, com el´etrons essencialmente localizados e fortemente correlacionados, com elementos 4(5)d, que possuem el´etrons com car´ater mais itinerante. Um exemplo cl´assico dessa combina¸c˜ao s˜ao os compostos perovski-tas duplas de f´ormula geral A2BB0O6, onde A ´e um metal alcalino, alcalinoterroso ou

terra rara e B/B’ s˜ao metais de transi¸c˜ao [27]. Uma variedade de fenˆomenos ex´oticos surgem dessa combina¸c˜ao, que incluem desde a forma¸c˜ao de magnetismo localizado e semi-metais e isolantes com ordenamentos magn´eticos a altas temperaturas, at´e o apa-recimento da supercondutividade n˜ao convencional [20]. Al´em disso, descendo a tabela peri´odica dos elementos 3d para os 5d, uma s´erie de mecanismos f´ısicos come¸cam a competir entre si. Primeiramente, os orbitais d tornam-se mais extensos, diminuindo a repuls˜ao Coulombiana entre os el´etrons d e, portanto, a correla¸c˜ao eletrˆonica. No entanto, simultaneamente, o acoplamento spin-´orbita, que ´e proporcional a Z4 (onde

Z ´e o n´umero atˆomico), aumenta drasticamente, levando ao aumento dos desdobra-mentos de orbitais ou bandas anteriormente degeneradas, compensando a redu¸c˜ao das intera¸c˜oes Coulombianas e permitindo a volta das correla¸c˜oes eletrˆonicas [28].

As propriedades eletrˆonicas e magn´eticas dos sistemas mencionados acima, que sur-gem dos orbitais semi preenchidos 4f, 3d /5d spin polarizados, s˜ao fortemente afetadas pela estrutura cristalina ou por fatores externos como temperatura, campo magn´etico e press˜ao f´ısica ou qu´ımica. Dessa forma, a explora¸c˜ao dos limites de estabilidade dessas propriedades em fun¸c˜ao dessas vari´aveis termodinˆamicas ´e essencial para se obter uma vis˜ao mais profunda sobre seu entendimento. Particularmente, a aplica¸c˜ao de press˜ao f´ısica ´e uma forma eficaz de se investigar a complexa intera¸c˜ao entre as propriedades eletrˆonicas, magn´eticas e estruturais de um sistema. Agindo diretamente nas distˆancias interatˆomicas, ela modifica as hibridiza¸c˜oes e largura de banda dos orbitais, induzindo instabilidades magn´eticas e estruturais. O conhecimento e a compreens˜ao da rela¸c˜ao entre a estrutura cristalina e o magnetismo ´e de extrema importˆancia tanto de um ponto de vista da f´ısica fundamental quanto tecnol´ogico.

A t´ecnica de espectroscopia de absor¸c˜ao raios X nas bordas L associada `as t´ecnicas que exploram as propriedades de polariza¸c˜ao da radia¸c˜ao s´ıncrotron tˆem sido uma po-derosa ferramenta na investiga¸c˜ao das propriedades eletrˆonicas, magn´eticas e tamb´em estruturais de elementos terras raras e metais de transi¸c˜ao sob altas press˜oes. De fato, a espectroscopia de absor¸c˜ao de raios X polarizados cont´em sondas estruturais, eletrˆo-nicas e magn´eticas intr´ınsecas atrav´es das t´eceletrˆo-nicas de EXAFS (do inglˆes - Extended X-ray Absorption Fine Structure), XANES (do inglˆes - X-ray Absorption Near Edge Structure) e dicro´ısmo circular magn´etico (XMCD - do inglˆes - X-ray Magnetic Circu-lar Dichroism). As duas primeiras t´ecnicas determinam e quantificam a simetria local do sistema, enquanto que a terceira ´e altamente sens´ıvel `a varia¸c˜ao da polariza¸c˜ao dos momentos magn´eticos. Dessa forma, a cada ponto de press˜ao, informa¸c˜oes simultˆaneas

(29)

Introdu¸c˜ao 3 das propriedades estruturais (como efeitos do campo el´etrico cristalino e hibridiza¸c˜oes), eletrˆonicas e magn´eticas (intera¸c˜oes de troca magn´eticas, acoplamento spin-´orbita) do sistema podem ser obtidas sem qualquer incerteza na press˜ao relativa.

Tendo em vista a potencialidade de se combinar t´ecnicas de luz s´ıncrotron `as ins-trumenta¸c˜oes de altas press˜oes, esta tese de doutorado tem como objetivo principal a investiga¸c˜ao de diversos mecanismos f´ısicos provenientes das estruturas eletrˆonicas, magn´eticas e cristalinas de sistemas tern´arios de terras raras (RERh4B4, com RE = Dy

e Er), perovskitas duplas 3d -5d (A2FeOsO6, com A = Ca e Sr) e metais de transi¸c˜ao

5d (metais Pt e Hf) atrav´es do uso das t´ecnicas de espectroscopia de absor¸c˜ao de raios X e difra¸c˜ao de raios X sob altas press˜oes.

Este trabalho faz parte da colabora¸c˜ao desenvolvida entre o Laborat´orio Nacional de Luz S´ıncrotron (LNLS) e o Instituto de F´ısica “Gleb Wataghin” (UNICAMP) sob orienta¸c˜ao do Dr. Narcizo M. de Souza Neto (LNLS) e Dr. Fl´avio G. Gandra (UNI-CAMP), respectivamente. Os processos de crescimento e caracteriza¸c˜ao das proprieda-des magn´eticas de uma parte das amostras utilizadas neste trabalho foram realizados no Laborat´orio de Metais e Ligas (LML, UNICAMP). Devido `as limita¸c˜oes inerentes ao uso das t´ecnicas de luz s´ıncrotron sob altas press˜oes, uma consider´avel parte dos experimentos presentes neste trabalho foram realizados no Advanced Photon Source, em Argonne National Laboratory, EUA. Especificamente, o estudo apresentado no Ca-p´ıtulo 5 desta tese foi integralmente proposto e realizado no Advanced Photon Source sob orienta¸c˜ao do Dr. Daniel Haskel (APS, EUA) durante o est´agio sandu´ıche de um ano realizado nesta institui¸c˜ao.

Estrutura da tese

Esta tese de doutorado est´a dividida em seis cap´ıtulos, onde trˆes deles (Cap´ıtulos 4, 5 e 6) apresentam uma estrutura similar composta por: uma introdu¸c˜ao b´asica das propriedades f´ısicas do composto a ser estudado, se¸c˜oes de m´etodos experimentais e resultados aplicando esses m´etodos, discuss˜oes dos resultados obtidos e conclus˜oes parciais.

No Cap´ıtulo 2, uma breve introdu¸c˜ao dos conceitos relevantes para o entendimento da f´ısica dos compostos estudados neste trabalho ´e reportada. A revis˜ao dos diferentes tipos de ordenamentos magn´eticos, intera¸c˜oes de troca magn´eticas, efeitos do campo el´etrico cristalino e acoplamento spin-´orbita, assim como as principais propriedades dos ´ıons de terras raras e metais de transi¸c˜ao ´e apresentada neste cap´ıtulo. Al´em disso, ´e apresentada uma breve descri¸c˜ao do fenˆomeno da supercondutividade e suas principais caracter´ısticas.

O Cap´ıtulo 3 apresenta em detalhes as t´ecnicas experimentais aplicadas ao estudo das propriedades eletrˆonicas e magn´eticas dos diferentes sistemas estudados. Em parti-cular, ser˜ao descritos os fundamentos te´oricos da t´ecnica de espectroscopia de absor¸c˜ao

(30)

de raios X, principal t´ecnica utilizada nesta tese, assim como a instrumenta¸c˜ao de altas press˜oes empregada `a essa t´ecnica e tamb´em `a t´ecnica de difra¸c˜ao de p´o de raios X.

Os resultados para os diversos sistemas estudados est˜ao apresentados nos Cap´ı-tulos 4, 5 e 6. No Cap´ıtulo 4, ´e apresentado o estudo das propriedades eletrˆonicas, magn´eticas e estruturais dos compostos boretos de r´odio, RERh4B4, com RE = Dy e

Er, sob altas press˜oes. ´E mostrado como os efeitos da compress˜ao da rede cristalina induzida pela aplica¸c˜ao da press˜ao alteram as diferentes contribui¸c˜oes (dipolar - 5d e quadrupolar - 4f ) ao sinal magn´etico proveniente dos elementos terras raras e como a estrutura cristalina est´a relacionada `a essas modifica¸c˜oes. O Cap´ıtulo 5, est´a reser-vado para descri¸c˜ao da investiga¸c˜ao dos compostos perovskitas duplas A2FeOsO6 (A

= Sr e Ca) atrav´es da t´ecnica de dicro´ısmo circular magn´etico de raios X (XMCD). Particularmente, foi estudado as propriedades eletrˆonicas e magn´eticas provenientes da combina¸c˜ao dos ´ıons de Fe (3d ) e Os (5d ) em ambos os compostos e como a compres-s˜ao da rede cristalina pode manipular as intera¸c˜oes de troca e alterar as propriedades magn´eticas do composto Sr2FeOsO6. Na sequˆencia, o Cap´ıtulo 6 apresenta o estudo

dos efeitos da compress˜ao da rede cristalina nas propriedades eletrˆonicas dos metais de transi¸c˜ao 5d. Especificamente, foi investigado o comportamento do acoplamento spin-´orbita nos elementos Platina e H´afnio sob altas press˜oes. Al´em disso, o comportamento do acoplamento spin-´orbita no Hf foi relacionado `as propriedades supercondutoras e estruturais verificadas nesse metal sob altas press˜oes.

Por fim, o Cap´ıtulo 7 apresenta de uma forma geral as principais conclus˜oes e contribui¸c˜oes deste trabalho de doutorado.

1.1

Introduction (English)

The subject of this thesis is the combination of two important threads of condensed matter physics: on one side, are the intermetallic rare earth compounds, where the f electrons are responsible for a rich variety of novel magnetic and superconducting states that have been discovered and extensively studied during the past four decades [18]; on the other side, are the transition metal compounds, in which the combination of di↵erent d electrons results in a variety of physical phenomena related to strongly correlated electrons (3d metals) [19, 20] as well as strong spin-orbit interactions (4d and 5d metals) [21, 22, 23].

Due to the well localized and screened 4f electrons, the rare earth elements present the required conditions to develop magnetic moments in a crystal. By changing the occupation of the 4f levels, the lanthanides as well as their compounds, show a wide variety of electronic and magnetic structures resulting from the combination of micros-copic interactions such as indirect exchange interactions (RKKY - Ruderman-Kittel-Kasuya-Yosida), crystal electric field e↵ects, electron-phonon coupling and Kondo ef-fect. Among the e↵ects resulting from these interactions are the formation of strongly correlated electron materials (heavy fermions) [24], valence instabilities [25], quantum

(31)

1.1. Introduction (English) 5 criticality [26] and the interplay between magnetism and superconductivity [11, 18]. Notably, the coexistence of superconductivity and long range magnetic ordering in the same crystallographic structure have increasingly intrigued theoretical and experimen-tal physicists in recent years. As an example of such interplay are the ternary rare earth rhodium boride compounds [18], where the rare earth elements with strong magnetic moments are contained in clusters of Rh atoms and thereby the superconductivity and magnetism can coexist in this structure. However, a thorough understanding of which physical mechanisms regulate the coexistence in RERh4B4 structure, as well as in other

systems, is still a matter of debate.

On the other hand, the transition metal-based compounds (3d, 4d and 5d transition metals) present an universe of physical mechanisms of distinct nature compared to the rare earth elements: in this case, the electronic and magnetic properties arise from the partially filled d orbitals, characterized by being more extended spatially and less screened than the 4f orbitals. Even more interesting is when the 3d transition metal, with essentially localized strongly correlated electrons, are combined with more electron-itinerant 4d or 5d transition elements. A classic example of such combination is the transition metal double perovskite compounds with general formula A2BB0O6,

where A is an alkali, alkaline earth, or rare earth ion, and B and B� are transition-metal ions [27]. A myriad of exotic phenomena emerges from this coupling, going from the formation of localized magnetism and semi-metals and insulators with magnetic ordering at high temperatures to the appearance of unconventional superconductivity [20]. Furthermore, upon descending the periodic table from the 3d to the 4d to the 5d series, several competing mechanisms arise. First, the d orbitals become more extended, tending to reduce the electronic repulsion and thereby diminish correlation e↵ects. However, simultaneously, the spin-orbit coupling, which is porportional to Z4(where Z

is the atomic number), increases dramatically, leading to enhanced splittings between otherwise degenerate orbitals and bands. The latter e↵ect can o↵set the reduction in Coulomb repulsion, allowing correlation physics to come into play [28].

The electronic and magnetic properties of the aforementioned systems, which ori-ginate from the partially filled spin-polarized 4f, 3d /5d orbitals, are strongly a↵ected by the crystal structure or by external stimuli such as temperature, magnetic field, and physical or chemical pressure. Therefore, exploring the stability limits of these properties as a function of the thermodynamical variables is an essential issue to get a deeper insight on its appearance. Particularly, the application of physical pressure is an e↵ective way to address the complex interplay between magnetic, structural and electronic degrees of freedom. Directly acting on the interatomic distances, it allows the modification of the band hybridization strength and bandwidth thus inducing struc-tural and magnetic instabilities. The knowledge and understanding of the relation between structure and magnetism is of great importance both from a fundamental and a technological point of view.

(32)

the polarization properties of synchrotron radiation, have shown to be very useful in probing simultaneously the structural, electronic and magnetic properties of the rare earth and transition metals at high pressure. In fact, polarized X-ray absorption spec-troscopy contains intrinsic structural, electronic, and magnetic probes through Exten-ded X-ray Absorption Fine Structure (EXAFS), X-ray Absorption Near Edge Structure (XANES) and X-ray Magnetic Circular Dichroism (XMCD). The first two determine and quantify the local symmetry, while the third is very sensitive to polarized magne-tic moments modification. Thus, at each pressure point, simultaneous information on structural (such as crystal electric field e↵ects and hybridizations), electronic and mag-netic properties (exchange interactions, spin-orbit coupling) can be obtained without any relative pressure uncertainty.

Given the potentiality of combining synchrotron radiation techniques and high pres-sure instrumentations, this thesis aims the investigation of several physical mechanisms originating from the electronic, magnetic and crystallographic structures of ternary rare earth system (RERh4B4, with RE = Dy e Er), 3d -5d double perovskite structure

(A2FeOsO6, com A = Ca e Sr) and 5d transition metals (Pt and Hf metals) by using

X-ray absorption spectroscopy and X-ray di↵raction techniques at high pressures. This thesis is part of a collaborative work between the Brazilian Synchrotron Light Laboratory (LNLS) and University of Campinas (IFGW/UNICAMP) under supervi-sion of Dr. Narcizo M. de Souza Neto (LNLS) and Dr. Fl´avio G. Gandra (UNICAMP), respectively. Part of the sample growth and magnetic characterization presented in this thesis were performed at Laboratory of Metals and Alloys (LML, UNICAMP). Due to the inherent limitations in the use of synchrotron radiation techniques under high pres-sure, a significant part of the experiments were performed at Advanced Photon Source, Argonne National Laboratory, USA. Specifically, the work presented in Chapter 5 was totally proposed and performed at the Advanced Photon Source under scientific gui-dance of Dr. Daniel Haskel (APS, USA) during the visiting period of one year at this institution.

Thesis overview

This thesis is organized into six chapters, where three of them (Chapters 4, 5 and 6) present a similar structure: a basic introduction of the physical properties of the system to be studied, sections for experimental methods and their respective results, discussion and partial conclusions.

In Chapter 2, a brief introduction of the relevant theoretical concepts are reported. An overview of several types of magnetic systems, magnetic exchange interactions, crystal electric field e↵ects and spin-orbit coupling, as well as the rare earth and tran-sition metals properties are presented in this chapter. In addition, a brief overview of superconductivity and its main characteristics is reported.

(33)

electro-1.1. Introduction (English) 7 nic and magnetic properties of the systems. Particularly, we describe the theoretical aspects of the X-ray absorption spectroscopy technique (primary technique used in this work), as well as the high pressure instrumentation used in the X-ray absorption and di↵raction experiments.

The results from the di↵erent systems studied in this work are presented in Chap-ters 4, 5 and 6. In Chapter 4, we present the study of the electronic, magnetic and structural properties under high pressure of the tetragonal rare earth rhodium borides system, RERh4B4, with RE = Dy e Er. It is shown how the compression of the

crys-tal lattice induced by applied pressure modify the di↵erent contributions (dipolar - 5d and quadrupolar - 4f ) to the magnetic signal of the rare earth L-edges and in which way the crystal structure is related to these changes. Chapter 5, is reserved for the investigation of the double perovskite compounds using X-ray magnetic circular dich-roism technique (XMCD). Particularly, we have studied the electronic and magnetic properties from the combination of Fe (3d ) and Os (5d ) ions in both Sr2FeOsO6 and

Ca2FeOsO6 structures and explore compressive stress as a tool to manipulate exchange

interactions and drive changes in magnetic properties of Sr2FeOsO6. The Chapter 6

presents the study of the crystal lattice compression e↵ects on the electronic properties of the 5d transition metals. The behavior of the spin-orbit coupling in Platinum and Hafnium metals was investigated under high pressures. For Hf metal, this behavior was related to the superconducting and structural properties displayed by this element at high pressures.

(34)
(35)

Aspectos te´

oricos

2

Neste cap´ıtulo ser˜ao apresentados os detalhes te´oricos sobre as principais intera¸c˜oes que determinam o estado fundamental eletrˆonico e magn´etico dos compostos estuda-dos nessa tese de doutorado. Ser´a apresentado uma breve introdu¸c˜ao das intera¸c˜oes magn´eticas em s´olidos e das principais caracter´ısticas e propriedades encontradas nos ´ıons terras raras e metais de transi¸c˜ao 3d, 4d e 5d. Por fim, ser´a explicado brevemente as principais intera¸c˜oes que d˜ao origem ao ordenamento magn´etico em sistemas com-postos por esses elementos, os efeitos do campo el´etrico cristalino em um ambiente octa´edrico, a intera¸c˜ao spin-´orbita e o fenˆomeno da supercondutividade

2.1

Magnetismo em s´

olidos

Ao se aplicar um campo magn´etico externo (!H ), a resposta de um material a este campo depender´a da configura¸c˜ao eletrˆonica de seus ´atomos. Isso porque o spin do el´etron combinado com seu momento angular orbital gera momentos magn´eticos atˆo-micos intr´ınsecos. Dessa forma, o momento magn´etico de um ´atomo livre se origina dos spins com o qual os el´etrons s˜ao dotados, do momento angular orbital e da mudan¸ca do momento orbital induzida pela aplica¸c˜ao de um campo magn´etico. Para ´atomos com camadas de valˆencia parcialmente preenchidas, o cancelamento dos momentos magn´eti-cos de todos os el´etrons n˜ao ´e completo, levando `a existˆencia de um momento magn´etico resultante n˜ao nulo para cada ´atomo. Os momentos magn´eticos resultantes dos ´atomos podem ou n˜ao interagir entre si e, caso interajam, podem produzir diferentes estados ordenados que dependem da natureza da intera¸c˜ao magn´etica entre os momentos.

A magnetiza¸c˜ao macrosc´opica !M adquirida por um material ´e definida por [29]: !

M = !H (2.1)

onde ´e a susceptibilidade magn´etica e !H ´e o campo magn´etico aplicado. A suscep-tibilidade magn´etica nada mais ´e que uma resposta quantitativa de um material a um campo magn´etico aplicado e, em geral, essa grandeza depende tamb´em da tempera-tura. Este parˆametro ´e usado para classificar o comportamento magn´etico segundo a resposta do material ao campo magn´etico aplicado. A seguir ser´a apresentado uma

(36)

breve introdu¸c˜ao aos comportamentos magn´eticos presentes na natureza. Vale ressaltar que pelo menos um desses comportamentos magn´eticos foi encontrado nos compostos das fam´ılias estudadas nesta tese de doutorado.

Diamagnetismo (DM) e Paramagnetismo (PM)

No geral, todos os materiais encontrados na natureza apresentam alguma componente diamagn´etica, uma forma fraca de intera¸c˜ao definida por uma susceptibilidade negativa ( < 0). O diamagnetismo ´e puramente um efeito de indu¸c˜ao e ´e uma consequˆencia da Lei de Lenz, tendo em vista que o campo magn´etico induzido nos ´atomos ´e oposto ao campo magn´etico aplicado [30]. A contribui¸c˜ao diamagn´etica `a susceptibilidade magn´etica ´e da ordem de 10 5 emu/cm2 e sua contribui¸c˜ao s´o ´e relevante na ausˆencia

das contribui¸c˜oes paramagn´eticas ou dos efeitos do magnetismo coletivo.

Por outro lado, existem materiais que a uma dada temperatura e a campo nulo, n˜ao apresentam magnetiza¸c˜ao espontˆanea, mas que podem apresentar um momento magn´etico resultante n˜ao nulo quando submetidos a um campo magn´etico externo [2]. Esses materiais possuem susceptibilidade magn´etica positiva e s˜ao denominados de materiais paramagn´eticos. O paramagnetismo pode ser explicado considerando a exis-tˆencia de momentos magn´eticos intr´ınsecos associados ao spin e ao momento angular orbital do el´etron. Ao se aplicar um campo magn´etico externo, esses momentos tendem a se alinhar na dire¸c˜ao do campo aplicado, de forma que a magnetiza¸c˜ao resultante ´e positiva. No entanto, com o aumento da temperatura, existe uma tendˆencia de que a orienta¸c˜ao dos momentos se torne aleat´oria devido `a agita¸c˜ao t´ermica, diminuindo a susceptibilidade magn´etica. Esse tipo de comportamento est´a presente em uma grande quantidade de elementos puros e ´e descrito pela lei de Curie [31]:

P =

C

T (2.2)

onde C ´e a constante de Curie. Em sistemas paramagn´eticos, as intera¸c˜oes entre os momentos magn´eticos vizinhos s˜ao fracas e podem ser tratadas como quase indepen-dentes entre si. No entanto, para os materiais que apresentam ordenamento antiferro-magn´etico, ferri- ou ferroantiferro-magn´etico, os momentos magn´eticos n˜ao podem ser tratados individualmente, j´a que as intera¸c˜oes entre vizinhos apresentam um importante papel e podem influenciar na resposta magn´etica do material.

Ferromagnetismo (FM), Antiferromagnetismo (AFM) e Ferrimagnetismo (FiM)

Em situa¸c˜oes em que os momentos magn´eticos n˜ao podem mais ser tratados como in-dependentes, considera-se que as intera¸c˜oes entre vizinhos tornam-se importantes por terem uma escala de energia compar´avel `a energia t´ermica. No entanto, quando as inte-ra¸c˜oes entre os momentos magn´eticos vizinhos forem mais fortes que a agita¸c˜ao t´ermica, o sistema pode sofrer uma transi¸c˜ao de um estado PM para um estado magneticamente

(37)

2.1. Magnetismo em s´olidos 11 ordenado. De modo simplificado, podemos considerar essas intera¸c˜oes atrav´es da apro-xima¸c˜ao do campo m´edio, que afirma a existˆencia de um campo magn´etico interno proporcional `a magnetiza¸c˜ao [32]:

Hint= M (2.3)

Para um sistema na fase paramagn´etica, o campo externo ´e substitu´ıdo por um campo total, que nada mais ´e que a soma do campo externo ao campo m´edio (Hint):

M = P(Hext+ M ) (2.4)

Isolando a magnetiza¸c˜ao e utilizando a lei de Curie definida na Equa¸c˜ao 2.2, obte-mos: M Hext = P 1 P ) = C T C (2.5)

onde C = ✓CW ´e a temperatura de Curie-Weiss. A Equa¸c˜ao 2.5 ´e chamada de lei

de Curie-Weiss e determina o comportamento no estado paramagn´etico em compostos que apresentam intera¸c˜oes entre os momentos magn´eticos. Para ✓CW = 0, a Equa¸c˜ao

2.5 reduz-se `a Lei de Curie que descreve um material paramagn´etico (Equa¸c˜ao 2.2). O valor de ✓CW pode ser obtido experimentalmente atrav´es do coeficiente linear do gr´afico

de 1 em fun¸c˜ao da temperatura. Esse valor ´e obtido com maior precis˜ao quando

T 10✓CW, j´a que desvios da linearidade normalmente tornam-se mais aparentes em

baixas temperaturas [33].

Um material ferromagn´etico possui uma magnetiza¸c˜ao espontˆanea mesmo na ausˆen-cia de um campo magn´etico aplicado. Esses materiais s˜ao caracterizados por exibirem uma ordem de longo alcance que alinha paralelamente os momentos magn´eticos abaixo de uma temperatura cr´ıtica, conhecida como temperatura de Curie (TC). Para esses

materiais a temperatura de Currie-Weiss ´e positiva (✓CW = C > 0). O momento

magn´etico efetivo do sistema pode ser obtido atrav´es da curva 1(T ) pela Equa¸c˜ao

2.6: µef f = s 3kB NAµ2B C =p8C = gpJ(J + 1) (2.6)

onde J ´e o momento angular total e g o fator de Land´e1. J´a o ordenamento

antifer-romagn´etico ´e caracterizado por apresentar momentos magn´eticos alinhados antipara-lelamente. Pode-se dizer que o arranjo cristalino dos ´ıons magn´eticos nestes sistemas pode ser dividido em duas sub-redes equivalentes e interpenetrantes, com os momentos

1O fator de Land´e ´e dado por:

g = 3 2+

S(S + 1) L(L + 1)

2J(J + 1) (2.7)

(38)

magn´eticos de cada sub-rede orientados em sentidos opostos, de forma que a magne-tiza¸c˜ao l´ıquida do sistema ´e nula. Nestes sistemas a temperatura de ordenamento ´e denominada de temperatura de N´eel (TN) e a temperatura de Curie-Weiss ´e negativa

(✓CW = C < 0). A Figura 2.1 ilustra o inverso da susceptibilidade para os estados

paramagn´etico, ferromagn´etico e antiferromagn´etico.

Figura 2.1: Compara¸c˜ao da curva 1(T ) para os trˆes tipos de intera¸c˜ao magn´etica

citados acima. Figura retirada da Referˆencia [1].

Se, por outro lado, essas sub-redes de momentos magn´eticos orientados em sentidos opostos n˜ao s˜ao equivalentes entre si, cada sub-rede pode possuir uma magnetiza¸c˜ao diferente de modo a n˜ao se cancelarem completamente. Este fenˆomeno ´e denominado de ferrimagnetismo e materiais que possuem esse efeito apresentam uma magnetiza¸c˜ao l´ıquida n˜ao nula [2]. Como o campo molecular de cada sub-rede ´e diferente, sua mag-netiza¸c˜ao espontˆanea, em geral, possui diferentes comportamentos com a temperatura. Como resultado, a magnetiza¸c˜ao l´ıquida pode possuir uma complicada dependˆencia com a temperatura. Por exemplo, cada sub-rede pode dominar a magnetiza¸c˜ao a baixa ou a alta temperatura independentemente; assim, a magnetiza¸c˜ao l´ıquida ser´a redu-zida a zero e mudar´a de sinal em uma temperatura conhecida como temperatura de compensa¸c˜ao. A susceptibilidade magn´etica de materiais ferrimagn´eticos portanto n˜ao segue a lei de Curie-Weiss. A Figura 2.2 ilustra a magnetiza¸c˜ao resultante para cada tipo de ordenamento discutido.

2.2

´Ions terras raras

Os ´ıons de terras raras, tamb´em chamados de Lantan´ıdeos, apresentam propriedades qu´ımicas muito semelhantes entre si pois possuem as camadas 4f localizadas e blin-dadas pelos orbitais mais externos 5s5p. No entanto, suas propriedades magn´eticas s˜ao bem distintas e complexas e est˜ao diretamente relacionadas ao fato dos orbitais 4f estarem semi-preenchidos. A s´erie possui um total de 15 elementos, come¸cando pelo Lantˆanio (La, 4f0) e terminando com o Lut´ecio (Lu, 4f14), no qual as camadas

4f ficam totalmente preenchidas [34]. A maioria dos ´ıons terras raras, na sua forma pura, assumem estado de oxida¸c˜ao +3, exceto o Eur´opio e Yt´erbio, que possuem

(39)

va-2.2. ´Ions terras raras 13

FM AFM FiM

Magnetização líquida

Figura 2.2: Magnetiza¸c˜ao l´ıquida resultante dos ordenamentos ferromagn´etico, antifer-romagn´etico e ferrimagn´etico. Figura adaptada da Referˆencia [2].

lˆencia +2. A temperatura e press˜ao ambiente, os ´ıons trivalentes seguem o fenˆomeno chamado de contra¸c˜ao das terras raras, com uma redu¸c˜ao do volume molar de⇠ 22% (do La!Lu). Por outro lado, os ´ıons de Eu e Yb s˜ao em torno de 45% e 38% mais volumosos, respectivamente, se comparados aos seus vizinhos trivalentes (Figura 2.3 a).

O fato da camada 4f estar blindada pelas camadas externas s e p faz com que em um s´olido cristalino, os el´etrons 4f n˜ao participem de liga¸c˜oes cristalinas; al´em disso, esses el´etrons n˜ao s˜ao t˜ao fortemente influenciados pelos efeitos do campo cristalino dos ´atomos vizinhos. A Figura 2.3 b mostra a densidade de carga radial do ´ıon Gd.

Sendo a intera¸c˜ao spin-´orbita a intera¸c˜ao mais importante para se determinar o estado fundamental desses ´ıons [2], o momento angular total ´e dado pelo acoplamento entre o momento angular orbital !L e o momento angular de spin !S , descrito pelo n´umero quˆantico !J , ou seja, !J = !L + !S . Assim, pode-se dizer que o estado fun-damental dos ´ıons terras raras pode ser determinado pelas regras de Hund, descritas abaixo:

1. Maximiza¸c˜ao do valor do spin orbital S. Neste caso, a energia Coulombiana ´e minimizada devido ao princ´ıpio de exclus˜ao de Pauli que impede que el´etrons com spins paralelos ocupem o mesmo espa¸co;

2. Maximiza¸c˜ao do valor do momento angular orbital L.

3. Nesta ´ultima regra, o valor de J pode ser determinado como J = |L S| se a camada 4f est´a menos da metade preenchida ou J = |L + S|, se mais da metade da camada 4f est´a preenchida. Esta terceira regra surge da tentativa de se minimizar a energia da intera¸c˜ao spin-´orbita. Vale ressaltar que esta terceira regra ´e aplic´avel somente em algumas circunstˆancias. Em v´arios sistemas, como

(40)

V ol ume mo la r (cm 3 mo l -1) Terra rara (a) Metade da distância dos primeiros vizinhos

6s2 5d0-1 5s25p6 4f2-14 Core Bonding electrons Unfilled electrons (b)

Figura 2.3: (a) Volume molar da s´erie de elementos terras raras a temperatura e press˜ao ambiente. Os elementos Eu e Yb n˜ao seguem a contra¸c˜ao do volume molar seguido pelas terras raras trivalentes e est˜ao enfatizados no gr´afico. Figura adaptada da Referˆencia [3]. (b) Densidade de carga radial do ´ıon Gd. A linha vertical pontilhada indica o valor da metade da distˆancia entre o pr´oximo vizinho Gd, indicando que os orbitais 4f s˜ao bem localizados e n˜ao participam das liga¸c˜oes Gd-Gd. Figura adaptada da Referˆencia [4].

Tabela 2.1: Estado fundamental magn´etico para os ´ıos Dy+3 e Er+3utilizando as regras

de Hund. Os momentos efetivos s˜ao dados em unidade µB.

´Ion Camada S L J termo µef f Calculado µef f Experimental

Dy+3 4f9 5 2 5 15 2 6H15/2 10.63 10.63 Er+3 4f11 3 2 6 15 2 4I 15/2 9.59 9.5

por exemplo nos metais de transi¸c˜ao, a intera¸c˜ao spin-´orbita n˜ao ´e t˜ao importante quanto os efeitos do campo cristalino, de forma que esta regra n˜ao ´e obedecida (Se¸c˜ao 2.3).

A Tabela 2.1 mostra os valores de S, L e J, a representa¸c˜ao do estado fundamental,

2J+1L

J, e os valores calculados (Equa¸c˜ao 2.7) e experimentais de µef f para os ´ıons Dy+3

e Er+3 que fazem parte dos compostos estudados nessa tese.

2.3

Metais de transi¸c˜

ao

Os metais de transi¸c˜ao s˜ao elementos caracterizados por apresentarem orbitais d parci-almente preenchidos. Esses orbitais s˜ao mais externos (pen´ultima camada do elemento) e fracamente blindados pelos orbitais s e, ao contr´ario dos n´ıveis 4f dos elementos ter-ras rater-ras, podem participar de liga¸c˜oes cristalinas em um s´olido [35]. Os elementos de transi¸c˜ao se dividem em trˆes grandes grupos: as s´eries de metais 3d (Sc Zn), 4d (Y -Cd) e 5d (La - Hg); os elementos de uma mesma s´erie s˜ao caracterizados por possu´ırem propriedades qu´ımicas e f´ısicas bastante similares entre si.

(41)

2.4. Intera¸c˜oes magn´eticas 15 O estado fundamental magn´etico esperado para esses ´ıons podem ser calculados uti-lizando a regra de Hund na determina¸c˜ao de L, S e J ; no entanto, sabe-se que para os elementos 3d, o valor do momento efetivo predito por gpJ(J + 1) nem sempre parece concordar com o valor obtido experimentalmente [2]. A raz˜ao para esta discrepˆancia est´a no fato de que o efeito do campo cristalino nesses elementos ´e muito mais forte do que o acoplamento spin-´orbita. Dessa forma, a terceira regra de Hund, que considera que o acoplamento spin-´orbita ´e a intera¸c˜ao mais importante ap´os a intera¸c˜ao Coulom-biana, n˜ao se aplica. Os dados experimentais sugerem que nestes sistemas, L = 0 e µef f = 2µB

p

S(S + 1), com J = S e g = 2 e a esse efeito d´a-se o nome de quench do momento orbital. A situa¸c˜ao ´e menos clara para os metais de transi¸c˜ao 4d e 5d : nesses elementos, os orbitais d tornam-se mais extensos (Figura 2.4), reduzindo a intera¸c˜ao Coulombiana e portanto, os efeitos de correla¸c˜ao [28]. Simultaneamente, o acopla-mento spin-´orbita torna-se mais forte (pois depende diretamente da massa atˆomica dos elementos) e passa a ser uma intera¸c˜ao compar´avel aos efeitos do campo cristalino.

6s2 5d1-10 5s25p6 4f14 Core Bonding electrons Unfilled electrons

Figura 2.4: Densidade de carga radial dos orbitais 3d, 4d e 5d. Descendo a s´erie de metais de transi¸c˜ao dos elementos 3d para os 5d, v´arias intera¸c˜oes passam a ser compar´aveis entre si (intera¸c˜ao Coulombiana U, acoplamento spin-´orbita e efeitos do campo cristalino).

2.4

Intera¸c˜

oes magn´

eticas

Esta se¸c˜ao ser´a dedicada aos diferentes tipos de intera¸c˜oes magn´eticas que permitem que os momentos magn´eticos presentes em um s´olido se comuniquem entre si, gerando, potencialmente, ordenamentos magn´eticos de longo alcance como os discutidos na Se¸c˜ao 2.1. A primeira intera¸c˜ao que deve ser considerada ´e a intera¸c˜ao magn´etica dipolar. Dois dipolos magn´eticos !µ1 e !µ2 separados por uma distˆancia !r possuem energia de

intera¸c˜ao igual a [2]: E = µ0 4⇡r2  ! µ1· !µ2 3 r2(!µ1· !r )(!µ2 · !r ) (2.8)

Referências

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